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ABSTRACT: Faced with the need to establish the consumption pattern of the forest world
population, in February 2010 launched the Forest Footprint Disclosure Report - Annual Review
2009, which displays the names of the companies that answered the first call to disclose details of
its Forest Footprint. Given the above scenario this study aiming to educate consumers about the
concept of Green Advertising and the advertising company that uses the green to seduce him, will
be promoting a misleading or unfair. To ensure that new consumer market, the notion of ecological
advertising which aims to show consumers the environmental measures used by the organization
if this procedure is not adopted by the company, this will be promoting a misleading or abusive
advertising is prohibited by the Brazilian Code of Consumer Protection, after all, the main goal of
advertising is to inform consumers of a product / service and encourage you to purchase it.
1
Mestre em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto. Especialista
em Direito, Impacto e Recuperação Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto. Pós-Graduada em
Gestão Pública pela Universidade Federal de Uberlândia. Pós-Graduada em Direito Público pela Sociedade
Universitária Gama Filho. Coordenadora do Curso de Direito da FACTU e Professora Universitária.
2
Pós-graduada em Direito Público pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro. Pós-graduada em Gestão.
Pública pela Universidade Federal de Uberlândia. Graduada em Direito pelo Centro Universitário de Patos de
Minas-MG. Advogada atuante na Comarca de Patos de Minas - MG. Assessora Jurídica da 10.ª Região de
Policia Militar de Minas Gerais.
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1 INTRODUÇÃO
Diante do exposto, surge o presente trabalho tendo como objetivo conscientizar os consu-
midores acerca do conceito de Publicidade Verde e que a empresa que utiliza essa moda-
lidade estará promovendo uma publicidade enganosa ou abusiva.
Tal conceito foi desenvolvido por Rees e Wackernagel (apud SEIFFERT, 2009, p. 10),
segundo se vê a seguir:
Já a Pegada de Carbono mede quanto dióxido de carbono (CO2) é produzido pela popu-
lação, sendo simplesmente um valor apurado mensalmente ou anualmente acerca da
emissão de CO2. Ao falar sobre a pegada de carbono, Carvalho (2010, p. 128) explica
que:
Este termo indica o montante total dos desmatamentos causados direta ou indiretamente
por uma organização ou produto. Esse é o conceito dado pela organização Forest Footprint
Disclosure, como a seguir transcrito:
Ressalta-se que, o Forest Footprint Disclosure (FFD) surge num momento em que a
humanidade faz uma chamada global no intuito de deter o desmatamento de forma sig-
3
Pegada floresta é o montante total dos desmatamentos causados direta ou indiretamente por uma organiza-
ção ou produto. Muitas empresas sem saber a origem dos produtos que contribuem para o desmatamento
em suas cadeias de abastecimento e sua pegada florestal resultante pode criar riscos inesperados de valori-
zação e adicione aos seus impactos das mudanças climáticas (Tradução nossa). Disponível em: <http://
forestdisclosure.org/page.asp?p=4690>. Acesso em: 29 out. 2010.
BALBINO, M. L. C.; ALCÂNTARA, M. I. E. de. A Publicidade Verde e os Direitos do Consumidor 111
Das empresas brasileiras, dezenove foram consultadas, sendo que apenas duas concor-
daram em revelar sua pegada florestal (Grupo Independência - no setor agropecuário; e
a Fibria – empresa formada após a união da Aracruz Celulose e da Votorantim Celulose
e Papel).
Dentre as empresas entrevistas, várias reconheceram que nunca tinham olhado para
esses dados antes do pedido do Forest Footprint Disclosure (FFD), é o que relata o
comunicado feito pela organização à imprensa divulgar o Relatório.
Several respondents admitted that they had not been looking for this data
prior to FFD’s request and a number of non-responding companies in 2009
have already indicated that they intend to participate in the 2010 survey.
“Revealingly, some companies who are communicating ‘environmentally
friendly’ policy and messages in their consumer marketing mix, did not
disclose their impact on forests,” says Campbell. “Whilst we understand
that creating a robust and sustainable supply chain with full traceability is a
challenge for businesses, those that have disclosed show that their forward-
thinking management is managing a supply chain risk to their business over
the long term and managing the issue of climate change intelligently4.
4
Vários entrevistados admitiram que não olhavam para esses dados antes do pedido do FFD e um número de não
responder as empresas em 2009 já indicaram que pretendem participar da pesquisa de 2010. “Foi revelador, algumas
empresas que estão se comunicando “Ambientalmente amigável” política e mensagens no seu mix de marketing de
consumo, não revelou seu impacto sobre as florestas”, afirma Campbell “Apesar de entendermos que a criação de um
robusto e cadeia de fornecimento sustentável, com total rastreabilidade é um desafio para as empresas, aquelas que
têm mostram que a sua reflexão sobre a gestão, a frente é gerir um risco à sua cadeia de abastecimento negócio a longo
prazo e gerir a questão da mudança climática de forma inteligente.” (Tradução nossa). Disponível em: <http://
w w w . f o r e s t d i s c l o s u r e . c o m / d o c s / M e d i a _ R e l e a s e _ -
International_Brands_Lead_the_Way_in_Disclosing_their_Global_Forest_Footprint.pdf>. Acesso em: 29 out. 2010.
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Contudo, o maior objetivo desse Relatório é apresentar aos consumidores qual a porcen-
tagem de desmatamento gerado pela empresa na fabricação de seus produtos. Até mes-
mo porque os consumidores estão cada vez mais conscientes dos problemas causados
pelo desmatamento; e estão favorecendo as marcas e empresas que possam demonstrar
um vínculo claro com fontes sustentável.
Diante de tais fatos e a partir dos dados apresentados pelo Relatório de Pegada Florestal,
pode-se observar que algumas empresas nacionais e estrangeiras estão se
autodenominando empresas “ambientalmente sustentáveis”, utilizando-se da
ecopropaganda ou marketing verde para se beneficiar com a venda dos produtos. Con-
tudo, tais empresas não revelaram o impacto de seus produtos sobre as florestas.
O mesmo autor aponta que a publicidade permite maior visualização das estratégias
empresariais e de marketing utilizadas pelos anunciantes. Assim, as missões corporativas
relacionadas ao meio ambiente muitas vezes podem ser reconhecidas em três tipos de
empresas. Isto, como mostra o trecho a seguir transcrito.
Verde, mas não espalhem – caracteriza-se por ser voltado para o meio
ambiente, mas recusa-se a fazer publicidade, talvez por acreditar que essa
atividade seja incompatível como discurso ambiental ou, tal como organização
consumerista que não veiculam publicidade paga em suas revistas, a vê
como um recurso que pode comprometer a credibilidade de algumas iniciativas
ou parcerias. Eu, verde? – é a organização que não se vê atuando na área
ambiental, desconhecendo, assim, motivações para usar atributos ecológicos
em sua comunicação publicitária. Vejam, verde – caracteriza a empresa que
não tem cultura ecológica, mas quer ser reconhecida pelo mercado como
tendo práticas nessa área. É a organização que só anuncia em datas alusivas
ao meio ambiente ou coloca na publicidade expressões ambientais que não
são sustentáveis de forma manipulando a credibilidade do consumidor
(GIACOMINI FILHO, 2004, p. 184) (Grifos nossos).
Assim, a publicidade verde somente deve ser feita se forem adotadas todas as medidas
ambientais que determinem o posicionamento da organização sobre o assunto, devendo
estar longe da questão de apenas fazer publicidade. Até mesmo porque a preocupação
ambiental requer uma mudança completa na cultura corporativa da empresa, o chamado
esverdeamento completo na cultura corporativa5.
Caso não sejam adotados esses parâmetros, a empresa que utiliza essa publicidade verde
para seduzir o consumidor, estará promovendo uma publicidade enganosa ou abusiva,
publicidade está proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Os direitos do
consumidor frente a essa questão são o próximo assunto a ser tratado neste artigo.
5
Expressão usada por Jacquelyn A. Ottaman em seu livro Marketing Verde (1994, p. 56 apud GIACOMINI
FILHO, 2004, p. 182).
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3 DIREITO DO CONSUMIDOR
O Código de Defesa do Consumidor aponta, dentre outras diretrizes que, para que a
relação de consumo tenha equilíbrio, faz-se necessária a harmonia entre os objetivos
almejados pelas partes, quais sejam, consumidor e fornecedor (inciso III do art. 4.º do
CDC), para que o consumidor não se torne frágil, fator que contribui para as práticas
comerciais abusivas impostas por fornecedores.
Contudo, para que as práticas comerciais abusivas ocorram, diversos fatores devem ser
utilizados pelo fornecedor no intuito de prejudicar ou ludibriar o consumidor. Assim, surge
a figura do marketing que é uma das modalidades das práticas comerciais, podendo ser
definido como “a interface entre a oferta e a demanda, ou como o processo administra-
tivo pelo qual os produtos são lançados adequadamente no mercado e através do qual são
efetuadas transferências de propriedade.” (GRINOVER et al, 2007, p. 257).
Vale ressaltar nessa oportunidade que, o marketing se utiliza de duas faces. Dentre elas,
destaca-se a publicidade, que se trata de uma de suas principais atividades. Sobre esse
assunto, Grinover et al (2007, p. 263), afirmam que
Andrade (2006, p. 65), também afirma que a publicidade está diretamente ligada ao
marketing:
Diante desses aspectos, surge a questão central deste artigo, em que o fornecedor, atra-
vés de artimanhas, utiliza a propaganda verde para impor ao consumidor, parte mais frágil
da relação, práticas abusivas como o objetivo de obter lucros.
BALBINO, M. L. C.; ALCÂNTARA, M. I. E. de. A Publicidade Verde e os Direitos do Consumidor 115
Afinal, a
publicidade pode ser enganosa tanto pelo que diz como pelo que não diz.
Enquanto na publicidade enganosa comissiva qualquer dado do produto ou
serviço presta-se para induzir o consumidor em erro, na publicidade engano-
sa por omissão só a ausência de dados essenciais é reprimida. [...] A publici-
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dade abusiva, da forma como regrada pelo Código brasileiro, é uma grande
novidade, mesmo quando se analisam as leis de proteção ao consumidor em
países mais desenvolvidos. O conceito carreia a idéia de exploração ou opres-
são do consumidor (GRINOVER et al, 2007, p. 347/350).
Assim, a publicidade verde que apresenta dados falsos acerca das condições ambientais
da empresa ou omite qualquer dado em relação à possível degradação ambiental pode
ser caracterizada como enganosa, uma vez que induz o consumidor ao erro quanto à sua
natureza e características.
Tendo em vista a imposição de novas normas de conduta que visem à proteção do meio
ambiente, a ética ambiental deve permear a criação de toda propaganda, sendo ela uma
publicidade verde ou apenas mais uma criação comercial.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ética ambiental é fator a ser considerado, devendo permear a criação de toda propa-
ganda, sendo ela uma publicidade verde ou apenas mais uma criação comercial, tendo
em vista a imposição de diversas normas de conduta.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Maria Beatriz Maury de. Entrevista. Revista dos Estudantes de Direito
da UnB, Brasília, 28 abr. 2010. Disponível em: <http://www.red.unb.br/index.php/sust/
article/viewFile/737/453>. Acesso em: 28 out. 2010.
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco. 6. ed. rev., ampl.
e atual. São Paulo: RT, 2009.
BALBINO, M. L. C.; ALCÂNTARA, M. I. E. de. A Publicidade Verde e os Direitos do Consumidor 119
MORAIS, Anielle Aparecida Fernandes de; FARIA, Antônio Augusto Moreira de.
Entre a publicidade verde e a responsabilidade ambiental: alguns aspectos ideológicos
da reprodução jornalística no Jornal da Vale. In: II CONGRESSO DA
COMPOLÍTICA. 05 a 07 dez. 2007. Belo Horizonte. Anais.... Disponível em: <http://
compolitica.org/internas/pdfs/2Congresso/sc_pc-anielle.pdf>. Acesso em: 28 out. 2010.