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DE TRANSPORTE
PÚBLICO POR ÔNIBUS
MÉTODO DE CÁLCULO
AG O S TO
2 0 1 7
CUSTOS DOS SERVIÇOS
DE TRANSPORTE
PÚBLICO POR ÔNIBUS
MÉTODO DE CÁLCULO
AG O S TO
2 0 1 7
FICHA TÉCNICA
ANTP
Ailton Brasiliense Pires – Presidente
Luiz Carlos Mantovani Néspoli – Superintendente
Antonio Carlos de Moraes – Presidente da Comissão Técnica de Economia da ANTP
FNP
Jonas Donizete – Presidente no exercício de 2017/2019
Felício Ramuth – Vice-Presidente para Assuntos de Mobilidade Urbana
Gilberto Perre - Secretário Executivo
EQUIPE TÉCNICA
Antonio Luiz Mourão Santana – Coordenação Geral
Maria Olívia Guerra Aroucha – Coordenação Técnica
COLABORAÇÃO TÉCNICA
Adauto Farias
Celso Bersi
Ernani Fagundes
Fernando Leme Fleury
George Gidali
Gerlene Riegel Colares
Jocélio Pereira Santos
Levino Pires
Raquel A. Chini
Renato Gianolla
Willian Aquino
Wilson Folgozi de Brito
Bibliografia
ISBN 978-85-86454-03-5
AG O S TO
2 0 1 7
SUMÁRIO
PREFÁCIO................................................................................................................................................. 12
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 15
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................ 19
1. DADOS OPERACIONAIS............................................................................................................. 23
1.1. Passageiros............................................................................................................................... 24
1.1.1. Passageiros Transportados (PT)....................................................................... 24
1.1.2. Passageiros Equivalentes (PE)........................................................................... 24
1.2. Quilometragem Programada (KP) ............................................................................... 26
1.3. Frota Total (FT)....................................................................................................................... 27
1.3.1. Classificação dos Veículos................................................................................... 27
1.3.2. Cálculo da Frota........................................................................................................ 28
1.4. Indicadores .............................................................................................................................. 29
1.4.1. Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK)............................................... 29
1.4.2. Percurso Médio Mensal (PMM)........................................................................ 30
1.4.3. Passageiros Transportados por Veículo por Dia (PVD)......................... 30
1.4.4. Passageiros Equivalentes por Veículo (PMV)............................................ 30
6. RECOMENDAÇÕES........................................................................................................................ 77
ANEXOS..................................................................................................................................................... 81
ANEXO I – EXEMPLOS DO CÁLCULO DA MÉDIA MENSAL DE
PASSAGEIROS PAGANTES EQUIVALENTES (PE)............................................................... 82
1. Introdução.................................................................................................................................... 82
2. Exemplo 1...................................................................................................................................... 82
2.1. Passo a Passo........................................................................................................................... 82
3. Exemplo 2...................................................................................................................................... 84
3.1. Passo a Passo........................................................................................................................... 84
ANEXO II – EXEMPLO DO CÁLCULO DA MÉDIA MENSAL
DA QUILOMETRAGEM PROGRAMADA (KP)]..................................................................... 86
1. Introdução.................................................................................................................................... 86
2. Características do Sistema................................................................................................... 86
3. Passo a Passo............................................................................................................................... 87
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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INTRODUÇÃO
MÉTODO DE CÁLCULO
Segundo estudo desenvolvido pelo (IPEA, população com o valor cobrado das tarifas em
2013), nos últimos anos tem ocorrido no Brasil relação ao nível do serviço prestado. Além de
um crescimento acima da inflação das tarifas levantar questionamentos quanto à qualidade
de transporte público por ônibus e um cresci- e transparência na prestação dos serviços de
mento abaixo da inflação dos itens associados transporte coletivo nas cidades brasileiras,
ao transporte privado. Esse estudo demonstra essa insatisfação trouxe à tona um debate
que os preços da gasolina tiveram alta acima fundamental sobre dois aspectos relacionados
da inflação entre 2000 e 2006, entretanto, desde ao valor das tarifas cobradas. O primeiro diz
então, com a política de manutenção dos preços respeito ao atual modelo de financiamento
dos combustíveis, têm subido a taxas menores da operação do transporte público urbano por
do que a inflação. Entre 2000 e 2012 a gasolina ônibus na maior parte das cidades, que hoje
subiu 122% e, por outro lado, o índice associado recai sobre os usuários diretos dos serviços, por
aos gastos com veículo próprio, que inclui des- meio dos recursos arrecadados pelas tarifas
pesas com a compra de carros novos e usados cobradas dos passageiros. O segundo aspecto
e motos, além de gastos com manutenção e está relacionado à forma como a tarifa é calcu-
tarifas de trânsito, teve alta de apenas 44%. Esse lada, deixando sempre em evidência de que a
índice já vinha crescendo abaixo da inflação planilha de cálculo das tarifas, a Planilha Ta-
geral e as medidas de desoneração do setor rifária, seria uma “caixa-preta”, onde os dados
automotivo dos últimos anos vieram reforçar não são facilmente identificados e entendidos.
essa tendência de barateamento do transporte
individual, que chegou a uma redução signi- A metodologia para o cálculo da tarifa na maior
ficativa em termos reais no período. O estudo parte das cidades brasileiras está baseada no
do IPEA conclui que o transporte privado tem documento Cálculo de Tarifas de Ônibus Urba-
ficado relativamente mais barato em relação ao nos: Instruções práticas atualizadas, Manual
transporte público no período de 2000 a 2012. Geipot (BRASIL, 1996), como ficou conhecido,
que apresentou uma metodologia simples e de
Ao longo da última década, a adoção de polí- fácil utilização e foi adotado pela maioria dos
ticas e investimentos que priorizam o trans- municípios, principalmente, por aqueles que
porte privado em detrimento do transporte não dispunham de uma estrutura técnica capa-
público, aliada ao barateamento dos meios de citada para a realização de estudos tarifários.
transporte privado (automóveis e motocicle- No entanto, com todas as mudanças sofridas
tas) e ao aumento de renda da população, vem pelos sistemas de transporte nos últimos 20
prejudicando a competitividade do transporte anos, torna-se cada vez mais necessária a aferi-
público provocando a migração de passagei- ção e calibração dos valores dos principais índi-
ros para outros modos de transporte privado. ces e parâmetros, de modo a refletir a realidade
Esse comportamento gerou um círculo vicioso dos custos de cada sistema de transporte.
de redução dos passageiros e aumento da tari-
fa do transporte público, que vem prejudican- O objetivo deste documento é contribuir na
do a qualidade e, sobretudo, a imagem desse elaboração de uma nova referência sobre a
meio de transporte frente à sociedade. planilha de custos, atualizando a metodologia
de cálculo dos custos de transporte coletivo ur-
Em junho de 2013 foi desencadeada uma bano por ônibus com a abordagem de todos os
série de manifestações populares cuja prin- aspectos envolvidos direta e indiretamente na
cipal reivindicação era a redução das tarifas produção dos serviços. Ainda, visa dar trans-
do transporte público urbano. Esses movi- parência à metodologia empregada e às infor-
mentos deixaram evidente a insatisfação da mações necessárias para o cálculo dos custos
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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1. DADOS
OPERACIONAIS
MÉTODO DE CÁLCULO
Neste primeiro capítulo são definidos e de- tarifas públicas para diferentes tipos de uso,
talhados os principais dados operacionais limitações, integrações, descontos e gratuida-
necessários para a apuração dos custos e para des parciais já que a ampliação de benefícios
o cálculo tarifário. e descontos tarifários é inversamente pro-
porcional ao universo de usuários que con-
tribuem para a divisão dos custos do sistema,
1.1. PASSAGEIROS conforme será detalhado no item 1.1.2.
O custo dos serviços é rateado entre os passagei-
ros pagantes do sistema de transporte que, em Para atenuar os efeitos da variação temporal
geral, não correspondem ao total de passageiros da demanda ao longo dos meses do ano (sa-
transportados devido à existência de usuários zonalidade), é importante considerar a média
que são transportados gratuitamente (idosos, aritmética dos 12 meses anteriores ao mês
deficientes) ou com desconto (estudantes). no qual está sendo realizado o levantamento.
Caso o serviço tenha menos de um ano ou não
disponha das informações, deve ser conside-
1.1.1. PASSAGEIROS rado o maior período disponível.
TRANSPORTADOS (PT)
Os passageiros transportados, no entanto, são
utilizados para o dimensionamento da oferta 1.1.2. PASSAGEIROS
dos serviços de transporte o que, consequente- EQUIVALENTES (PE)
mente, reflete na quilometragem operacional Como existem descontos na tarifa de acordo
que será abordada no item 1.2. com categorias de usuários, é necessário cal-
cular o número de passageiros equivalentes
Os passageiros transportados são obtidos ou passageiro econômico (PE ) que expressa a
através de sistemas de controle de demanda, quantidade de usuários que mensalmente con-
sejam eles automatizados ou não, sendo ne- tribuem para a divisão dos custos do sistema.
cessária a identificação dos passageiros de
acordo com a categoria tarifária. As categorias Os passageiros equivalentes consistem da-
mais frequentes são: queles que efetivamente pagam a tarifa públi-
ca no sistema de transporte.
• Comum – pagamento de tarifa integral;
A Média Mensal de Passageiros Pagantes Equi-
• Vale-transporte – pagamento antecipado atra-
valentes (PE ) será obtida da seguinte maneira:
vés de título de passagem (bilhete ou cartão);
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Soma-se o número de passageiros com A receita mensal total do sistema (RTm ) é a soma-
tarifa integral aos resultados dos produtos tória de todas as receitas, considerando a média
dos passageiros com desconto pelos res- de passageiros pagantes de um determinado
pectivos fatores de equivalência, conforme tipo de tarifa pública i vigente. Matematicamen-
apresentado na Equação 1.1. te, a Equação 1.3 expressa essa operação.
(Equação 1.1)
(Equação 1.3)
Onde:
Onde:
• PEm é o número de passageiros equivalen-
tes em relação à tarifa pública de referên- • RTm é a receita total do sistema no mês m;
cia vigente no mês m;
• PPm;i é o número de passageiros que paga-
• PASm é o número de passageiros que pagam ram a tarifa pública i no mês m;
integralmente a tarifa pública de referên-
• N é o número de tipos de tarifas públicas; e
cia vigente no mês m;
• TPm;i é a tarifa pública i vigente no mês m.
• DES[d] é o nível de desconto da categoria de
passageiros d;
Uma vez obtido o número de passageiros equi-
• D é o número de categorias de passageiros; e
valentes em relação à tarifa pública de referên-
• PASm[d] é o número de passageiros da catego- cia vigente no mês m (PEm ), computa-se a média
ria d, que pagam a tarifa pública de referên- aritmética para o período de análise, conforme
cia vigente no mês m com desconto DES [d]. apresentado na Equação 1.4.
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MÉTODO DE CÁLCULO
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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MÉTODO DE CÁLCULO
Fonte: Especificações técnicas para fabricação de veículos de características urbanas para transporte coletivo de passa-
geiros (ABNT NBR 15570:2009).
CLASSES DE VEÍCULOS
SEM TRANSMISSÃO COM TRANSMISSÃO SEM TRANSMISSÃO COM TRANSMISSÃO
AUTOMÁTICA AUTOMÁTICA AUTOMÁTICA AUTOMÁTICA
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Onde:
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MÉTODO DE CÁLCULO
Onde: Onde:
(Equação 1.14)
1.4.3. PASSAGEIROS
TRANSPORTADOS POR
VEÍCULO POR DIA (PVD)
Resulta da divisão da média mensal de passa-
geiros transportados para o período de análise
pela frota operante e pela quantidade média
de dias do mesmo período. A Equação 1.13 re-
presenta essa operação.
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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2. ESTRUTURA
DA PLANILHA
DE CUSTOS
MÉTODO DE CÁLCULO
No caso dos serviços públicos prestados por • CV é o custo variável mensal do sistema;
terceiros, ela torna-se ainda mais importante,
• CF é o custo fixo mensal do sistema;
já que é o instrumento de demonstração dos
reajustes de tarifas. Na prestação de serviços • RPS é a remuneração pela prestação dos
de transporte coletivo, a planilha de custos se- serviços; e
gue a abordagem econômica tradicional, onde
• ATR é a soma das alíquotas dos tributos
os custos são divididos em variáveis e fixos.
diretos.
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
(Equação 2.2)
(Equação 2.3)
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MÉTODO DE CÁLCULO
• FT é a frota total.
2.1.3. ARLA 32 (CAR)
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
2.1.2. LUBRIFICANTES (CLB) NAMA), por meio da resolução nº 408 de 12 de
A despesa com lubrificantes pode ser apropria- novembro de 2008, estabeleceu a adoção de
da de forma semelhante ao consumo de com- novos limites máximos de emissão de poluen-
bustível, através da obtenção dos coeficientes tes para os motores do ciclo Diesel destinados
de consumo de cada um deles (óleo de motor, a veículos automotores pesados novos, nacio-
óleo de caixa de mudança, de diferencial, flui- nais e importados. Dessa forma, a partir de
do de freio, graxa e outros) e multiplicando os 1º de janeiro de 2012, a Fase P-7 do Programa
coeficientes pelos seus respectivos preços. de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE) passou a vigorar
No entanto, considerando a pequena partici- em todo o território nacional. Para atender as
pação deste item no custo operacional total e exigências dessa resolução do CONAMA, os
visando simplificar a forma de sua apuração fabricantes de chassis para ônibus passaram
e cálculo, é comum adotar-se uma correlação a produzir, a partir dessa data, veículos que de-
com o consumo de combustível. vem ser abastecidos com o diesel de baixo teor
de enxofre (S-50 e S-10).
O custo mensal de lubrificantes é apurado
através da multiplicação do preço do óleo O ARLA 32 é um reagente usado com a tecno-
diesel (OLD ) pela média mensal de quilome- logia de pós-tratamento dos gases de escapa-
tragem programada (KP ) e pelo coeficiente de mento dos veículos chamada SCR (Selective
correlação entre o consumo de lubrificante e Catalytic Reduction, ou Redução Catalítica Se-
o preço do óleo diesel (j). A Equação 2.6 apre- letiva), para reduzir quimicamente a emissão
senta matematicamente o cálculo do custo de óxidos de nitrogênio (NOx), família de gases
dos lubrificantes (CLB ). responsáveis pela poluição atmosférica e a for-
mação do ozônio na baixa atmosfera, além de
contribuir para a formação do “smog” em cen-
(Equação 2.6)
tros urbanos e causar vários problemas adver-
sos ao sistema respiratório. O ARLA 32 converte
os óxidos de nitrogênio, nocivos, da exaustão
Onde:
do veículo a diesel em nitrogênio e vapor de
água, inofensivos. Ele não é um combustível
• CLB é o custo mensal de lubrificantes;
nem um aditivo para combustíveis, e sim uma
• j é o coeficiente de correlação entre o consu- solução de ureia com elevada pureza que é co-
mo de lubrificante e o preço do óleo diesel; locada em um tanque exclusivo no veículo.
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação 2.9)
(Equação 2.10)
Onde:
Onde:
• z é o tipo de veículo sob análise; • NPNz é o número de pneus por tipo de veí-
culo z.
• Z é a quantidade de tipos de veículos sob
análise;
O custo de recapagem ( REC z ) é calculado
• PNUz é o preço dos pneus novos para cada
através da multiplicação do preço unitário da
tipo de veículo z;
recapagem pelo número de recapagens e pelo
• REC z é o custo da recapagem dos pneus número de pneus, conforme Equação 2.11.
para cada tipo de veículo z;
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação 2.15)
(Equação 2.16)
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Para cada tipo de veículo z, o valor da depre- Para a obtenção do coeficiente de deprecia-
ciação mensal é obtido pela somatória dos va- ção mensal, adota-se o Método de Cole, que é
lores calculados para cada faixa etária. Esses descrito no Anexo IX. Os valores de referência
valores são determinados multiplicando-se o para os coeficientes de depreciação anual (lz;t )
coeficiente de depreciação anual (lz;t ) pelo pre- também são apresentados nesse anexo.
ço do veículo novo sem pneus (VECz[Ø] ) e pela
quantidade de veículos (FTz;t ) enquadrados na
faixa etária e dividindo-se por 12 para que se 2.2.1.2. DEPRECIAÇÃO DE
obtenha o valor mensal. O valor da deprecia- EDIFICAÇÕES, EQUIPAMENTOS E
ção mensal de toda a frota de veículos é obtido MOBILIÁRIO DE GARAGEM (DED)
através da soma dos valores obtidos para a Este item compreende o valor da depreciação
depreciação mensal para cada tipo de veículo. com as edificações das garagens e os equi-
pamentos necessários. Considera-se que os
Para obtenção do coeficiente de depreciação terrenos, onde se encontram instaladas as
mensal, é adotado o Método de Cole que repre- garagens, não estão sujeitos à depreciação.
senta de forma mais adequada a desvaloriza- Ademais, considera-se que o cálculo da depre-
ção desse ativo, caracterizada por uma perda ciação depende da vida útil e do valor residual.
acentuada de valor no início da vida útil e que
se atenua com o passar do tempo. A Equação 2.19 explicita matematicamente o
cálculo da depreciação mensal de Edificações,
A Equação 2.18 representa matematicamente Equipamentos e Mobiliário de Garagem:
a estimativa do custo de depreciação mensal
dos veículos (DVE ).
(Equação 2.19)
Onde:
(Equação 2.18)
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Locação das instalações e equipamentos O Anexo IX detalha como podem ser calcula-
de garagem devem ser considerados os dos os coeficientes de depreciação anual dos
desembolsos mensais de locação em subs- equipamentos de bilhetagem eletrônica e ITS.
tituição à depreciação das edificações e
equipamentos; É importante destacar que, caso a opção da
cidade seja de locação de equipamentos de
• Locação das instalações e aquisição de
bilhetagem e ITS devem ser considerados os
equipamentos de garagem – devem ser
custos mensais de locação em substituição à
consideradas as duas formas de apuração
depreciação dos equipamentos de bilhetagem
dos custos:
e ITS e apropriá-los no item relativo à locação
»» Para as edificações locadas, considerar dos equipamentos e sistemas de bilhetagem
o valor mensal da locação como item de e ITS, conforme descrito no item 2.2.5. Pode-se
custo mensal; e também considerar as duas formas de apu-
ração dos custos, de acordo com a origem dos
»» Para os equipamentos adquiridos, deter-
equipamentos:
minar o total investido e calcular a depre-
ciação mensal.
• Equipamentos locados – considerar o valor
da locação como item de custo mensal; e
2.2.1.3. DEPRECIAÇÃO
• Equipamentos adquiridos – apurar o total
DOS EQUIPAMENTOS DE
investido e calcular a depreciação mensal.
BILHETAGEM E ITS (DEQ)
O valor mensal da depreciação utiliza como re-
ferência o preço do ônibus novo, a frota total, a 2.2.1.4. DEPRECIAÇÃO DOS
vida útil e o valor residual dos equipamentos. VEÍCULOS DE APOIO (DVA)
Para tanto, é estabelecido um coeficiente ( c) Utiliza como referência o preço do ônibus básico
de depreciação, que combina esses fatores. A novo, a frota total, a vida útil e o valor residual
Equação 2.20 explicita matematicamente o dos veículos de apoio. A Equação 2.21 explicita
cálculo dessa depreciação. matematicamente o cálculo dessa depreciação.
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MÉTODO DE CÁLCULO
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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MÉTODO DE CÁLCULO
Onde:
(Equação 2.26)
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• FT é a frota total.
(Equação 2.27)
O Anexo X estabelece o método de cálculo do
fator de remuneração de equipamentos de
Onde:
bilhetagem e ITS (FRE ).
47
MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação 2.30)
(Equação 2.32)
2.2.3. CUSTOS COM PESSOAL (CPS)
Neste item estão contempladas todas as des-
pesas relativas à mão de obra e é constituído Especificamente no caso dos salários, há ain-
pelas despesas com pessoal de operação (mo- da a incidência dos encargos sociais (ECS ), que
toristas, cobradores e fiscais/despachantes), estão diretamente ligados à legislação traba-
de manutenção, de administração e remu- lhista vigente. A Equação 2.33 expressa mate-
neração da diretoria, sendo considerada a maticamente o custo mensal com o salário do
somatória de salários, horas extras, adicionais pessoal de operação (SOP ).
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
(Equação 2.33)
Os benefícios são custos indiretos de pessoal apresentado na Equação 2.34, o cálculo do va-
e incluem auxílio-alimentação, cesta bási- lor mensal das despesas com pessoal de ope-
ca, uniforme, convênio médico e quaisquer ração relativo aos benefícios (BOP ) consiste na
outros que venham a ser estabelecidos em soma dos benefícios mensais de cada uma das
Acordo Coletivo, ou Convenção Coletiva de Tra- categorias pelos respectivos fatores de utiliza-
balho ou Sentença Normativa, que deverão ser ção físicos e pela frota operante.
agregados ao custo da mão de obra. Conforme
(Equação 2.34)
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MÉTODO DE CÁLCULO
• Serviços públicos:
O Anexo XIII descreve o método e os valores de
referência para este parâmetro. »» Água e esgoto;
»» Energia elétrica;
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
(Equação 2.37)
2.2.4.5. OUTRAS DESPESAS
OPERACIONAIS (CCM)
Onde:
Este item engloba outras despesas que es-
tão relacionadas à operação do serviço de
• CDS é o custo mensal do seguro obrigatório
transporte, que não são frequentes em todas
e da taxa de licenciamento;
as cidades. Como exemplo, podemos citar as
• VAS é o valor anual com seguro obrigatório despesas de comercialização de bilhetes e
por veículo; créditos, serviços realizados em terminais e/
ou estações de transferência e centrais de con-
• VAT é o valor anual com taxa de licencia-
trole da operação.
mento por veículo; e
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MÉTODO DE CÁLCULO
São despesas que podem ser realizadas em co- Os itens de despesas comuns descritos acima
mum pelo conjunto de empresas que operam podem ser prestados diretamente por cada
na mesma área urbana para a qual está sendo uma das empresas ou através de Consórcios
calculado o custo e que, normalmente, ocor- Operacionais que executam as atividades
rem fora das instalações de cada uma delas. A comuns inerentes aos serviços de transporte.
título de exemplos, mas não se limitando aos Qualquer outra despesa em comum não citada,
mesmos, podem ser citadas nesse grupo as caso exista, poderá ser considerada nesse item.
seguintes despesas:
Caso o sistema de transporte público seja ope-
• Equipes a serem alocadas nas bilheterias rado por apenas uma empresa, essas despesas
dos terminais, nas estações de transferên- também deverão ser consideradas neste item,
cia e nos postos de venda de cartões e crédi- pois fazem parte da estrutura de custos neces-
tos eletrônicos. Para dimensionamento dos sária para produção dos serviços.
custos com pessoal recomenda-se a aplica-
ção da metodologia de cálculo do fator de
utilização de despachante, adequando-se 2.2.5. LOCAÇÃO DOS
o horário de funcionamento dos terminais, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS
estações de transferência e postos de ven- DE BILHETAGEM E ITS (CLQ)
da, bem como a jornada de trabalhos dos Os equipamentos e serviços relacionados
empregados. Devem ser considerados tam- a Sistemas de Bilhetagem e ITS podem ser
bém os custos com benefícios concedidos e locados e, neste caso, deverá ser excluída da
encargos sociais; planilha de custos a parcela correspondente
à depreciação e remuneração destes equipa-
• Equipes a serem alocadas no controle de
mentos (itens 2.2.1.3 e 2.2.2.4).
acesso dos terminais e estações de transfe-
rência, sendo recomendada a aplicação da
Deve ser considerado o valor mensal desem-
metodologia descrita no item anterior;
bolsado com a locação dos equipamentos para
• Serviços de manutenção e limpeza de ter- a frota total, para os terminais de integração e
minais e estações de transferência, desde estações de transferência. Caso o valor de loca-
que estejam a cargo das empresas conces- ção seja informado por veículo e/ou por equi-
sionárias, as despesas devem ser incluídas pamento fornecido, deve-se multiplicar o valor
na estrutura da planilha de custos, tanto unitário pela frota total necessária e/ou pelo
no que se refere à equipe de profissionais quantitativo total de equipamentos fornecidos,
alocados quanto aos valores referentes a considerando-se também os equipamentos
materiais consumidos na execução dos disponibilizados como reserva. As Equações
serviços; e 2.38 e 2.39 expressam matematicamente essas
duas formas de quantificação dos custos.
• Centrais de Controle da Operação (CCO) –
devem considerar as despesas decorrentes
das equipes alocadas nas CCO do sistema
de transporte da cidade.
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Onde:
2.2.6. LOCAÇÃO DE
GARAGEM (CLG) • CDP é o custo mensal de depreciação (R$);
Este item engloba os valores despendidos com
• CRC é a remuneração total do capital imo-
a locação de terreno(s) e edificações da(s) ga-
bilizado;
ragem(ns). Deve-se apurar os custos mensais
de locação da(s) garagem(ns) utilizadas. So- • CPS é o custo de pessoal;
mente deverá ser considerado se alguma gara-
• CAD corresponde às despesas administra-
gem utilizada pela empresa for locada. Nesse
tivas;
caso, o item de depreciação de edificações e
remuneração do capital investido em terrenos • CLQ é o custo de locação dos equipamentos
e edificações não deverá ser considerado para e sistemas de bilhetagem e ITS, se aplicável;
a instalação locada.
• CLG é o custo de locação de garagem, se
aplicável; e
53
MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação 2.41)
Aplicando-se as equações de cada uma das par- • TCQ é a taxa de depreciação linear dos
celas apresentadas na Equação 2.40, obtém-se equipamentos e do mobiliário de garagem
o detalhamento dos custos fixos conforme ma- equipamentos;
tematicamente expresso na Equação 2.41.
• c é o coeficiente de depreciação anual dos
equipamentos de bilhetagem e ITS;
Onde:
• é o coeficiente de remuneração anual do
• CF é o custo fixo mensal do sistema; capital imobilizado em terrenos;
54
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
55
MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação 2.42)
Os principais impostos, tributos e as respectivas
alíquotas incidentes sobre a atividade de trans-
Onde:
porte são descritos nas próximas subseções.
56
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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MÉTODO DE CÁLCULO
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CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
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3. PREÇOS
DOS INSUMOS
MÉTODO DE CÁLCULO
62
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Uma segunda prática consiste na consulta de que deixaram de ser fabricados, devem ser con-
tabela de preços dos fabricantes, sendo que siderados os preços dos modelos equivalentes
neste caso existe grande probabilidade de que mais modernos que os substituíram, mantida a
os valores apresentados sejam diferentes da- equivalência de peso bruto, potência de motor e
queles praticados quando efetivamente ocorre dimensões e configuração da carroceria.
uma compra, quando ocorre uma negociação
de valor em função da quantidade de veículos
adquiridos e das condições de pagamento.
(Equação 3.1)
É fato que o preço do veículo é um item de
obtenção complicada, especialmente pela Onde:
dificuldade de encontrar o preço atualizado
de todos os modelos de chassis e carrocerias • VEC é o preço médio ponderado do ônibus
de forma sistemática e contínua, sendo neces- novo;
sário que cada municipalidade identifique a
• VECz é o preço do ônibus novo do tipo z;
melhor forma de fazê-lo.
• FTz é a frota total para o tipo de veículo z;
Atualmente existem diversos índices econômi-
• z é o tipo de veículo sob análise;
cos que medem a variação de preços e serviços.
Esses índices são compostos através de pesqui- • Z é a quantidade de tipos de veículos sob
sas realizadas por institutos capacitados para análise; e
tal (FGV, FIPE, IBGE) e, muitas vezes são seg-
• FT é a frota total.
mentados de acordo com o setor da economia.
No entanto, ainda não dispomos de um item es-
pecífico que pode ser aplicado para atualização A partir do levantamento dos preços dos veí-
dos preços de veículos do transporte urbano culos, define-se os valores de referência para
(ônibus) em suas diversas configurações. o veículo básico novo com pneus VEC[básico], que
se refere ao tipo z=4 (sem ar-condicionado
Algumas cidades (Belo Horizonte e Rio de e sem transmissão automática), e o preço do
Janeiro são exemplos) realizaram pesquisas veículo novo tipo z sem pneus VECz[Ø], que é cal-
específicas em suas regiões visando obter tais culado por meio da Equação 3.2.
índices, entretanto o custo dessas pesquisas
é alto, já que precisam ser realizadas sistemá-
tica e periodicamente. Esse ensaio poderá ser
ampliado através da inclusão de outros muni- (Equação 3.2)
cípios e regiões facilitando o acesso a essa in-
formação, tão importante para a composição
do custo do transporte. Onde:
Cada tipo de veículo z estará associado a um • VECz[Ø] é o preço médio do ônibus novo do
preço do veículo novo (VECz ). Esses preços de- tipo z sem pneus;
vem ser ponderados para obter o preço médio
• VECz é o preço do ônibus novo do tipo z; e
ponderado do ônibus novo (zero km). A Equa-
ção 3.1 expressa matematicamente essa pon- • PNUz é o preço dos pneus novos do ônibus
deração. Caso o sistema tenha veículos com- tipo z.
postos por modelos de chassis e/ou carrocerias
63
MÉTODO DE CÁLCULO
64
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
65
4. CUSTO POR
PASSAGEIRO
MÉTODO DE CÁLCULO
68
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
69
MÉTODO DE CÁLCULO
70
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
71
5. COMPOSIÇÃO
DO CUSTO TOTAL
MÉTODO DE CÁLCULO
CUSTOS VARIÁVEIS
Combustível (CMB)
Lubrificantes (CLB)
ARLA 32 (CAR)
Rodagem (CRD)
CUSTOS FIXOS
Pessoal
SUBTOTAL - PESSOAL
Despesas Administrativas
IPVA
Seguros (CDR)
Depreciação
Infraestrutura (DIN)
SUBTOTAL - DEPRECIAÇÃO
CONTINUA
74
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Remuneração
Almoxarifado (RAL)
Infraestrutura (RIN)
SUBTOTAL - REMUNERAÇÃO
Outras despesas
TRIBUTAÇÃO DIRETA
ISSQN
ICMS
Taxa de gerenciamento
PIS
COFINS
Outros tributos
TOTAL DE TRIBUTOS
CUSTO TOTAL
CONCLUSÃO
75
6. RECOMENDAÇÕES
MÉTODO DE CÁLCULO
É importante destacar que são apresentados Ainda, a existência de diferença a menor entre
alguns exemplos para o cálculo de parâmetros o valor monetário da tarifa de remuneração
e índices. No entanto a descrição metodoló- da prestação do serviço de transporte público
gica e a forma de obtenção das informações de passageiros e das tarifas públicas cobradas
têm a função de proporcionar aos gestores e dos usuários denomina-se deficit ou subsídio
operadores todas as ferramentas necessárias tarifário e caso o poder público opte pela ado-
para realizar os levantamentos nos próprios ção de subsídio tarifário, o deficit originado
municípios para que a formação do custo final deverá ser coberto por receitas extratarifárias,
reflita a realidade de cada localidade. Além receitas alternativas, subsídios orçamentá-
disso, cabe também aos gestores customizar a rios, subsídios cruzados intrassetoriais e inter-
planilha de cálculo de acordo com as peculia- setoriais provenientes de outras categorias de
ridades da rede de transporte, as tecnologias beneficiários dos serviços de transporte, entre
embarcadas, o perfil e a idade da frota, entre outras fontes, instituídos pelo poder público
tantos outros itens que podem ou não ser apli- delegante. Da mesma forma, na ocorrência de
cáveis a alguns municípios. superavit tarifário proveniente de receita adi-
cional originada em determinados serviços
A Lei da Mobilidade recoloca várias diretrizes delegados, a receita deverá ser revertida para
e atributos para os serviços de transporte cole- o próprio Sistema de Mobilidade Urbana.
tivo urbano que refletem de forma direta ou in-
direta no custo operacional e na remuneração Apenas esses destaques já são suficientes
dos operadores. Se por um lado é necessária a para gerar um grande debate sobre o transpor-
cobertura do custo (de forma a cobrir os reais te idealizado para promover a Mobilidade Ur-
custos do serviço prestado ao usuário por ope- bana que queremos, qual o custo de operação
rador público ou privado, além da remunera- e quem deve pagar por ele.
ção do prestador), também deve ser considera-
da a capacidade de pagamento da população Pelo exposto, este documento assume tam-
usuária (modicidade da tarifa para o usuário). bém um papel fundamental de promover a
Também é colocada a discussão sobre quem discussão sobre todos esses temas entre gesto-
deve pagar pelo transporte público, o usuário res, operadores e toda a sociedade. Esperamos
ou toda a sociedade que se beneficia do trans- que se inicie um processo contínuo de discus-
porte coletivo (contribuição dos beneficiários são e atualização dos métodos empregados na
diretos e indiretos para custeio da operação produção do serviço de transporte urbano e,
dos serviços). em especial, na forma de caracterizar e quan-
tificar os custos diretos e indiretos envolvidos
nesta empreitada.
78
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
79
ANEXOS
MÉTODO DE CÁLCULO
2. EXEMPLO 1
ANEXO I – EXEMPLOS Considere um sistema de transporte público
DO CÁLCULO DA por ônibus que possui diferenciadas tarifas
MÊS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
4,00 750 850 900 870 880 890 800 855 865 885 875 910
3,00 660 720 770 710 700 705 670 730 740 760 775 790
TARIFAS (R$)
2,00 450 550 600 570 580 565 575 480 595 530 545 620
1,00 300 330 400 350 365 380 335 375 345 360 370 420
PEm 2.160 2.450 2.670 2.500 2.525 2.540 2.380 2.440 2.545 2.535 2.565 2.740
MÊS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
TARIFAS
PÚBLICA DE
4,00 750 850 900 870 880 890 800 855 865 885 875 910
REFERÊNCIA
VIGENTE (R$)
82
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Tabela A.I.3: Produtos dos passageiros com desconto pelos respectivos fatores de equivalência
FATOR DE
EQUIVALÊNCIA MÊS
(1-DES[D])
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
3,00 0,75 495 540 578 533 525 529 503 548 555 570 581 593
TARIFA (R$) 2,00 0,50 225 275 300 285 290 283 288 240 298 265 273 310
• Soma-se a quantidade de passageiros que dutos dos passageiros com desconto pelos
pagaram integralmente a tarifa pública de respectivos fatores de equivalência. Os re-
referência (TPUm) aos resultados dos pro- sultados são apresentados na Tabela A.I.4.
Tabela A.I.4: Somatório dos passageiros pagantes da tarifa integral com os produtos
dos passageiros com desconto pelos respectivos fatores de equivalência
FATOR DE
MÊS
EQUIVALÊNCIA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
4,00 1,00 750 850 900 870 880 890 800 855 865 885 875 910
3,00 0,75 495 540 578 533 525 529 503 548 555 570 581 593
TARIFAS
(R$)
2,00 0,50 225 275 300 285 290 283 288 240 298 265 273 310
PASSAGEIRO
1.545 1.748 1.878 1.775 1.786 1.796 1.674 1.736 1.804 1.810 1.821 1.918
EQUIVALENTE MENSAL
• Então, somam-se todos os valores corres- aplica-se a Equação 1.4. Divide-se o soma-
pondentes à média mensal de passageiros tório da média mensal de passageiros pa-
pagantes equivalentes, conforme apresen- gantes equivalentes pelo número de meses
tado na Tabela A.I.5. do período de análise (M ):
83
MÉTODO DE CÁLCULO
FATOR DE
MÊS
EQUIVALÊNCIA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
TOTAL 21.290
MÊS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2,00 250.000 270.000 280.000 255.000 275.000 265.000 278.000 281.000 245.000 248.000 251.000 249.000
TARIFA
2,50 149.000 151.000 148.000 145.000 181.000 178.000 165.000 175.000 155.000 180.000 170.000 150.000
PÚBLICA (R$)
3,00 200.000 210.000 214.000 200.000 228.000 221.000 221.000 228.000 200.000 214.000 210.000 200.000
84
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
MÊS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
2,00 500.000 540.000 560.000 510.000 550.000 530.000 556.000 562.000 490.000 496.000 502.000 498.000
TARIFA
2,50 372.500 377.500 370.000 362.500 452.500 445.000 412.500 437.500 387.500 450.000 425.000 375.000
PÚBLICA (R$)
3,00 600.000 630.000 642.000 600.000 684.000 663.000 663.000 684.000 600.000 642.000 630.000 600.000
RTm 1.472.500 1.547.500 1.572.000 1.472.500 1.686.500 1.638.000 1.631.500 1.683.500 1.477.500 1.588.000 1.557.000 1.473.000
»» Para cada mês, obtém-se o número • Aplica-se a Equação 1.4 para calcular a mé-
de passageiros equivalentes mensal dia mensal dos passageiros equivalentes.
aplicando-se a Equação 1.2. Neste caso, Assim, tem-se:
adota-se R$3,00 como a tarifa pública de
»» PE = 6.266.500/12 = 522.208,3 passagei-
referência vigente (TPUm ). Os resultados
ros equivalentes por mês.
são apresentados na Tabela A.I.8.
Mês
TARIFA
3,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
REFERÊNCIA (R$)
PEm 490.833 515.833 524.000 490.833 562.167 546.000 543.833 561.167 492.500 529.333 519.000 491.000
85
MÉTODO DE CÁLCULO
Segunda a Sexta-feira 21
86
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
87
MÉTODO DE CÁLCULO
88
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
3. COEFICIENTES
DE REFERÊNCIA
Esta seção é baseada na coleta de dados de dos setores público e privado. A Tabela A.III.1
consumo de combustível junto a especialistas apresenta os coeficientes de referência.
89
MÉTODO DE CÁLCULO
LUBRIFICANTES
E CONSUMO DE 2. RESULTADOS DO
LEVANTAMENTO
ÓLEO DIESEL* Considerou-se o chassi Mercedes Benz, mode-
lo OF 1721, que é atualmente um dos modelos
1. INTRODUÇÃO mais utilizados na maioria das áreas urbanas
Este anexo apresenta um exemplo de acom- brasileiras. A Tabela A.IV.1 apresenta os resul-
panhamento dos custos dos lubrificantes e do tados do acompanhamento do consumo de
consumo de óleo diesel. Esse levantamento lubrificantes na periodicidade em análise.
foi realizado em um período de 24 meses, para
que todos os procedimentos de troca de óleos
lubrificantes, conforme recomendação dos fa-
bricantes, fossem acompanhados em detalhes.
REVISÃO DESCRIÇÃO ITENS QUANT. (L) VALOR (R$) TOTAL REVISÃO (R$)
*Valores referentes a preços coletados no ano de 2013. Esses preços devem ser atualizados para a correta obtenção dos
valores dos coeficientes.
CONTINUA
90
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
REVISÃO DESCRIÇÃO ITENS QUANT. (L) VALOR (R$) TOTAL REVISÃO (R$)
CONCLUSÃO
91
MÉTODO DE CÁLCULO
2. VALORES DE REFERÊNCIA
ANEXO V – CONSUMO Com base nos dados existentes, e consideran-
DO ARLA 32 EM ÔNIBUS do o mercado de serviços de transporte coleti-
vo urbano, os valores máximo e mínimo do co-
eficiente de correlação do consumo do ARLA
1. INTRODUÇÃO 32 ao consumo do óleo diesel são os seguintes:
De acordo com a revista “Anuário de Gestão de
Frotas 2012 – Ano 8 – nº 8”, e segundo estudo
• = 0,03; e
da Confederação Nacional do Transporte-CNT, Mínimo
92
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
»» b Máximo= 3.
1. INTRODUÇÃO
Para obtenção dos coeficientes de consumo • Valores de referência para vida útil dos
dos sub-itens de rodagem deve-se proceder le- pneus:
vantamentos para a determinação da vida útil
»» VDUz Mínimo= 85.000 km; e
(em quilômetros) dos mesmos.
»» VDUz Máximo=125.000 km.
2. VALORES DE REFERÊNCIA
Considerando o mercado de serviços de trans-
porte coletivo urbano, para o número de reca-
pagens e vida útil dos pneus são os seguintes:
93
MÉTODO DE CÁLCULO
3. RESULTADOS OBTIDOS
ANEXO VII - PEÇAS Objetivando orientar no processo de apuração
E ACESSÓRIOS* dos custos com peças e acessórios, buscou-se
dimensionar um Plano Básico de Manuten-
ção de um ônibus básico (OF1721), escolhido
1. INTRODUÇÃO como referência, por ser um dos mais repre-
Este anexo detalha o método de acompanha-
sentativos da frota nacional. O plano foi mon-
mentos dos custos variáveis relacionados ao item
tado tendo como base o manual da Mercedes
Peças e Acessórios. As seções seguintes detalham
Benz (MB) e em fichas de manutenção desse
o método, os resultados obtidos em um estudo de
chassis. O âmbito e a frequência dos trabalhos
caso e os valores de referência propostos.
de manutenção são estabelecidos pelas dife-
rentes condições de utilização do veículo.
*Valores referentes a preços coletados no ano de 2013. Esses preços devem ser atualizados para a correta obtenção dos
valores dos coeficientes.
94
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
»» Carroceria: R$43.779,11;
A partir dos parâmetros de quilometragem de
manutenção e dos preços orçados das peças, »» Total durante a vida útil: R$262.674,64;
foi possível determinar o custo com peças e
»» Total médio anual: R$37.524,95;
acessórios referente ao chassi e confrontá-lo
com o preço do veículo, conforme Tabela • Percentual do custo médio anual com pe-
A.VII.1. Com relação ao custo de peças e aces- ças e acessórios correlacionado com o pre-
sórios referentes à carroceria, adotou-se um ço do veículo básico novo: 13,95%.
percentual médio equivalente a 20% do total
gasto com chassis. Desta forma, obteve-se os
seguintes resultados:
PERIODICIDADE TOTAL
Nº FREQUÊNCIA ITENS QUANT. VALOR (R$)
DE EXECUÇÃO CONJUNTO (R$)
A cada
3 3 Filtro do Arla 32 1,00 94,64 283,92
1156.000 km
Vida útil
4 esperada 6 Reparação da embreagem 1,00 5.267,00 31.602,00
(78.000 km)
Vida útil
Caixa de Transmissão -
5 esperada 3 1,00 8.296,00 24.888,00
reparo da caixa de câmbio
(156.000 km)
Suspensão -
Amortecedores 1,00 329,44
dianteiros
Suspensão - Buchas
1,00 1.182,80
estabilizadoras traseiras
CONTINUA
95
MÉTODO DE CÁLCULO
PERIODICIDADE TOTAL
Nº FREQUÊNCIA ITENS QUANT. VALOR (R$)
DE EXECUÇÃO CONJUNTO (R$)
Vida útil
Suspensão - reparação do
7 esperada 6 1,00 4.800,00 28.800,00
feixe de molas
(78.000 km)
Eixo dianteiro -
Vida útil 1,00 1.341,56
Rolamentos e retentores
8 esperada 5 16.871,00
(90.000 km) Eixo dianteiro -
1,00 2.032,64
Embuchamento do eixo
Vida útil
Eixo traseiro - retentores
9 esperada 5 1,00 348,80 1.744,00
cubos
(90.000 km)
Vida útil
11 esperada 6 Troca de baterias 1,00 1.200,00 7.200,00
(78.000 km)
Vida útil
Freio - troca de lona de
12 esperada 13 1,00 527,64 6.859,32
freio dianteiro e traseiro
(40.000 km)
Vida útil
Freio - reparo de válvulas
14 esperada 6 1,00 560,00 3.360,00
do sistema pneumático
(78.000 km)
Vida útil
15 esperada 1 Motor - retífica 1,00 8.000,00 8.000,00
(450.000 km)
Vida útil
17 esperada 6 Tacógrafo - reparo 1,00 200,00 1.200,00
(78.000 km)
CONTINUA
96
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
PERIODICIDADE TOTAL
Nº FREQUÊNCIA ITENS QUANT. VALOR (R$)
DE EXECUÇÃO CONJUNTO (R$)
Vida útil
Radiador de água e de ar
20 esperada 6 1,00 700,00 4.200,00
- reparo
(78.000 km)
Total 218.895,53
CONCLUSÃO
4 a 6 anos 8%
6 a 8 anos 9%
8 a 10 anos 10%
97
MÉTODO DE CÁLCULO
98
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Coleta e destinação adequada de bate- Essa água também pode ser reutilizada em
rias usadas: o Brasil foi o primeiro país da outras atividades da empresa, tais como:
América Latina a ter uma legislação para lavagem das dependências da garagem,
a regulamentação do descarte e tratamen- descargas dos banheiros, jardinagem e
to de pilhas e baterias. As baterias que combate a incêndio. As empresas que uti-
contêm em suas composições chumbo, lizam o reuso economizam no consumo
cádmio, mercúrio e seus compostos, após o de água e no pagamento da taxa de esgoto,
esgotamento de sua capacidade de acumu- tornando-se mais competitivas.
lação de energia, devem ser entregues aos
• Captação e aproveitamento de água de
estabelecimentos que as comercializam ou
chuva: a água da chuva deve ser coletada
à rede de assistência técnica autorizada pe-
por meio de canaletas e tubulações a partir
las respectivas indústrias, para repasse aos
do telhado dos galpões e edifícios da gara-
fabricantes ou importadores de baterias
gem e encaminhada à ETAR para tratamen-
automotivas, para que esses adotem proce-
to e reutilização. Os resíduos dessa água são
dimentos de reutilização, reciclagem, trata-
retirados e adequadamente descartados;
mento ou disposição final ambientalmente
adequada. No caso das baterias automoti- • Recepção, controle da qualidade, arma-
vas, essas são classificadas como resíduo zenagem e manuseio de combustíveis:
perigoso de Classe I, e por serem objeto de os tanques de combustíveis das garagens
interesse de recicladores são normalmen- devem construídos conforme as normas
te coletadas pelos interessados, sendo a e regulamentos vigentes no país estando
responsabilidade pela coleta do vendedor, sujeitos a rigorosos requisitos de caráter de
fabricante ou importador; segurança e ambientais, especialmente no
que concerne à contenção de vazamentos,
• Separação e destinação de resíduos Clas-
emissões fugitivas ambientais e imper-
se II para reciclagem: são materiais não pe-
meabilização do solo em seu torno, contri-
rigosos (norma NBR 10004) que podem ser
buindo dessa maneira para evitar possíveis
tratados com ações simples, de baixo custo,
contaminações do solo e lençol freático;
porém eficazes. Muitos destes resíduos
gerados nas garagens de ônibus podem ser • Declaração anual das emissões de CO 2
encaminhados para a reciclagem median- (pegada de carbono da frota): a declara-
te doação ou venda: papel e papelão, vidro, ção sistemática das emissões de CO2 ou da
metal e plástico; “pegada de carbono” de frotas de veículos é
uma atividade essencial que vem ganhan-
• Estação de tratamento de águas residu-
do penetração no setor de transportes de
ais (ETAR): a água de reuso é imprópria
carga e passageiros em todo mundo, quer
para o consumo, mas pode ser utilizada
seja por demanda legal fiscalizada e exigi-
com diversos propósitos, como geração de
da pelas autoridades ambientais, quer por
energia, refrigeração de equipamentos,
decisão voluntária das empresas. Assim,
lavagem de veículos etc. O processo de
as garagens de frotas passam a instituir em
lavagem dos ônibus, por exemplo, pode
sua atividade diária a prática do registro di-
aceitar águas não potáveis - a água utiliza-
ário e da declaração sistemática anual das
da é captada e enviada para uma Estação
emissões de dióxido de carbono (CO2), que
de Tratamento (ETAR), para então ser nova-
é feita com base em um rígido controle do
mente reutilizada na lavagem dos ônibus,
consumo de combustível de cada veículo.
fazendo com que o sistema se aproxime
A atividade diária de controle do volume
de um ciclo fechado, com mínima perda.
99
MÉTODO DE CÁLCULO
de combustíveis abastecidos pode ser faci- elencadas, tais como aquisição de insumos
litada por meio de sistemas de registro au- para o controle e assistência técnica especia-
tomático, baseados no sensoreamento do lizada (consultoria ambiental) na gestão de
volume abastecido, identificação da placa risco ambiental.
do veículo e incorporação desses dados ao
sistema informatizado de registro e contro- Em cada localidade devem ser estabelecidas
le de consumo de combustíveis da empresa. pelo órgão gestor do transporte coletivo por
ônibus as metas ambientais para frota e gara-
gem, definidas as ações e realizado o levanta-
Embora possam também ser incluídas provi-
mento dos custos envolvidos nestas ações.
sões para possíveis falhas de prevenção que
gerem algum tipo de degradação do meio
ambiente e que sujeitem a operadora a me-
2. VALORES DE REFERÊNCIA
didas de reparação dos danos (tratamento
Considerando o mercado de serviços de trans-
de recuperação e restauração de áreas conta-
porte coletivo urbano, os valores máximo e
minadas), inclusive multas e indenizações, o
mínimo do coeficiente ambiental praticados
foco principal dos custos ambientais é sobre
são os seguintes:
as medidas de gestão ambiental, compreen-
dendo todos os gastos relacionados direta ou
• a Mínimo= 0,010; e
indiretamente com a prevenção da degrada-
ção do meio ambiente, associadas às ações • a Máximo= 0,015.
100
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
ANEXO IX -
DEPRECIAÇÃO*
(Equação A.IX.1)
Onde:
1. INTRODUÇÃO
Este anexo trata das especificidades da depre-
• lz;t é o coeficiente de depreciação anual do
ciação de veículos, de edificações, dos equipa-
veículo tipo z considerando o ano t como
mentos e mobiliário de garagem, de equipa-
referência;
mentos de bilhetagem eletrônica e ITS e dos
veículos de apoio. Em cada uma das seções, • t é o limite superior da faixa etária (anos);
detalha-se o método de cálculo, evidências e
• VUVz é a vida útil adotada do veículo tipo z; e
valores de referência para o cálculo dos coefi-
cientes mensais de depreciação. • VRVz é o valor residual (%) do veículo tipo z.
Tabela A.IX.1: Valores de referência para vida útil e valor residual por tipo de veículo
MICRO-ÔNIBUS 5 15
MINIÔNIBUS 5 15
MIDIÔNIBUS 8 10
ÔNIBUS PADRON 10 10
ÔNIBUS ARTICULADO 12 5
ÔNIBUS BIARTICULADO 15 5
*Valores referentes a preços coletados no ano de 2013. Esses preços devem ser atualizados para a correta obtenção dos
valores dos coeficientes.
101
MÉTODO DE CÁLCULO
11-12 0,0121794872
>12 0,0000000000
(Equação A.IX.3)
3. DEPRECIAÇÃO
DE EDIFICAÇÕES E Onde:
EQUIPAMENTOS E
MOBILIÁRIO DE GARAGEM • v é o coeficiente de depreciação anual das
Os coeficientes ( v e t ) são utilizados como par-
edificações;
te da quantificação dos custos de depreciação.
Nesse sentido, as Equações A.IX.2 e 3 especi- • CIE é o valor investido em edificações;
ficam a forma de cálculo desses coeficientes,
• VEC[básico] é o preço médio ponderado do ôni-
tendo como referência os valores investidos
bus básico novo;
em edificações e equipamentos de garagem.
Esses valores são obtidos por meio do método • FT é a frota total;
detalhado no Anexo XI.
• t é o coeficiente de depreciação dos equipa-
mentos e mobiliário de garagem; e
102
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
EDIFICAÇÕES 25 10%
t= 2,74% do preço do ônibus básico novo com • CEB é o valor investido em equipamentos
pneus para cada veículo da frota. de bilhetagem e ITS;
103
MÉTODO DE CÁLCULO
Tabela A.IX.4: Valores de referência para vida útil e valor residual dos veículos de apoio
CAMINHÃO-OFICINA 15 10%
CAMINHÃO-GUINCHO 15 10%
CAMINHONETA 8 15%
MOTOCICLETA 5 20%
104
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
11-12 0,06218
>12 0,05000
*Valores referentes a preços coletados no ano de 2013. Esses preços devem ser atualizados para a correta obtenção dos
valores dos coeficientes.
105
MÉTODO DE CÁLCULO
3. REMUNERAÇÃO DO
CAPITAL IMOBILIZADO EM
TERRENOS, EDIFICAÇÕES E (Equação A.X.3)
EQUIPAMENTOS DE GARAGEM
Os coeficientes de remuneração do capital
são determinados considerando a natureza
dos ativos, em termos do valor residual, da (Equação A.X.4)
vida útil e da representatividade dos inves-
timentos necessários para implantação das
Onde:
garagens como um todo. No caso específico
dos terrenos, considera-se que o valor residual
• e é o coeficiente de remuneração anual do
é igual ao valor de aquisição. A Equação A.X.2
capital imobilizado em edificações;
representa matematicamente essa relação do
valor investido em terrenos (CIT ) consideran- • TRE é a taxa de remuneração linear das edi-
do o preço do ônibus básico novo (VEC[básico] ) e a ficações, que é obtida dividindo-se 100%
frota total. para respectiva vida útil (VUE );
(Equação A.X.2)
• VEC[básico] é o preço médio ponderado do ôni-
bus básico novo;
Onde:
• FT é a frota total;
106
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• FT é a frota total.
• e=4,53% do preço do ônibus básico novo
com pneus para cada veículo da frota. Considerando o dimensionamento de uma gara-
gem para 100 veículos, o preço do ônibus básico
• Valor investido em equipamentos e mobili-
novo da ordem de R$269.000,00 e os valores de
ário de garagem (CIG ) CIG= 737.100
referência de VUB e CEB, conforme apresentado
• Coeficiente de remuneração anual do capi- no Anexo IX, obtém-se o seguinte resultado:
tal imobilizado em equipamentos e mobili-
ário de garagem (η): FRE=[0,5]*4%
107
MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação A.X.6)
Onde: 6. REMUNERAÇÃO DO
CAPITAL IMOBILIZADO
• FRV é o fator de remuneração de veículos EM INFRAESTRUTURA
de apoio; Para a determinação do fator de remuneração
da infraestrutura (FRI ), considera-se o valor
• a é o tipo de veículo de apoio sob análise;
médio dos ativos para a faixa etária na metade
• A é quantidade de tipos de veículos de do prazo da vida útil. A Equação A.X.7 expres-
apoio que compõe a frota sa matematicamente o fator de remuneração.
108
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
*Valores referentes a preços coletados no ano de 2013. Esses preços devem ser atualizados para a correta obtenção dos
valores dos coeficientes.
109
MÉTODO DE CÁLCULO
110
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
TOTAL 737.100,00
(Equação A.XI.2)
111
MÉTODO DE CÁLCULO
(Equação A.XI.2a)
Onde:
(Equação A.XI.2c)
• AD é o custo de construção do bloco ad-
ministrativo, em função do custo unitá-
• OF é o custo de construção do bloco de
rio de construção do bloco administrati-
oficina, em função do custo unitário de
vo por metro quadrado (UAD ), conforme
construção do bloco operacional por
determinado pela Equação A.XI.2b.
metro quadrado (UOF ), conforme deter-
minado pela Equação A.XI.2d.
(Equação A.XI.2b)
(Equação A.XI.2d)
• OP é o custo de construção do bloco ope-
racional, em função do custo unitário
de construção do bloco operacional por (Equação A.XI.3)
metro quadrado (UOP ), conforme deter-
minado pela Equação A.XI.2c. Onde:
112
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
AD= R$488.400,00
Onde:
AD é o custo de construção do bloco ad-
ministrativo
113
MÉTODO DE CÁLCULO
114
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Passo 6: A divisão da Duração Equivalente Por outro lado, a Súmula nº 172 do TST dispõe:
de Operação pela Jornada Diária de Traba-
“Computam-se no cálculo do repouso
lho de motoristas e cobradores (A/B) que
remunerado as horas extras habitual-
trabalham em duplas resulta na quantida-
mente prestadas.”
de necessária desses profissionais para a
operação de um veículo em dia útil, chama-
Considerando que o ano possui 52 sema-
da de Coeficiente de Utilização em Horas
nas, o cálculo da repercussão das horas ex-
Normais (Campo C).
tras sobre o repouso semanal remunerado
• Passo 7: Em regime de operação normal, se faz através da seguinte fórmula:
o resultado será um número próximo de
2. Se o resultado for superior a 2, a parcela (adicional de horas extras) x (1 + 52/ (365 – 52)).
que exceder a esse valor (Campo D) corres-
ponderá a uma prorrogação da jornada de • Passo 8: A soma da parcela referente a horas
trabalho, acarretando o pagamento de adi- normais (Campo E) com a parcela referente
cional de hora extra. Nesse caso, essa dife- às horas extras (Campo D) multiplicado pelo
rença deve ser acrescida de um percentual adicional, considerando a repercussão so-
de 50%, segundo o disposto no inciso XVI bre o repouso semanal remunerado, resulta
do art. 7º da Constituição Federal. no Coeficiente de Utilização (Campo F).
115
MÉTODO DE CÁLCULO
116
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Passo 11: Calcular o percentual de pessoal • Passo 12: Após a obtenção dos percentuais
para cobrir faltas. O pessoal-reserva torna- referentes a pessoal para cobrir folgas e
-se necessário para cobrir faltas não justifi- férias e pessoal-reserva, transcreve-se a
cadas ou decorrentes de enfermidades, es- soma dos mesmos para o Campo G do for-
tando esse pessoal também sujeito a essas mulário. Utilizando-se os dados aqui apre-
mesmas ocorrências. sentados como exemplo, tem-se:
117
MÉTODO DE CÁLCULO
Tabela A.XII.1: Formulário para o cálculo dos fatores de utilização de motoristas e de cobradores
FROTA OPERANTE
0:00 A 1:00
1:00 A 2:00
2:00 A 3:00
3:00 A 4:00
4:00 A 5:00
5:00 A 6:00
6:00 A 7:00
7:00 A 8:00
8:00 A 9:00
9:00 A 10:00
10:00 A 11:00
11:00 A 12:00
12:00 A 13:00
13:00 A 14:00
14:00 A 15:00
15:00 A 16:00
16:00 A 17:00
17:00 A 18:00
18:00 A 19:00
19:00 A 20:00
20:00 A 21:00
21:00 A 22:00
22:00 A 23:00
23:00 A 24:00
Duração Equivalente da Operação [(Soma do % em dia útil/100)] (A)
Jornada Diária de Trabalho de Motoristas e Cobradores (B)
Coeficiente de Utilização em Horas Normais (A/B) (C)
Horas Extras [(C-2) se positivo, se negativo, adotar zero] (D)
Horas Normais (C – D) (E)
Coeficiente de Utilização (E+(Dx1,50)x(1 + (52/ (365 – 52)))) (*) (F)
Percentual de Pessoal para cobrir Folgas, Férias e Reserva (G)
Pessoal para cobrir Folgas, Férias e Reserva (F x G/100) (H)
Fator de utilização de Motoristas e Cobradores (F + H)
(*) Alterar o multiplicador 1,5 caso o adicional de horas extras na localidade exceda a 50%.
118
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
FROTA OPERANTE
CONTINUA
119
MÉTODO DE CÁLCULO
CONCLUSÃO
120
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Por analogia, os postos de trabalho dos des- cedimentos, no que se refere à necessidade de
pachantes/fiscais, com a respectiva jornada pessoal para cobrir faltas, folgas e férias.
(hora de início e hora de término) correspon-
dem às jornadas dos veículos. Para melhor entendimento, apresenta-se um
exemplo hipotético considerando que a jor-
Assim, para o cálculo do número equivalente nada de trabalho dos despachantes/fiscais é
de despachantes/fiscais poderá ser utilizada de 07 horas e 20 minutos diárias. As Tabelas
a mesma tabela de cálculo do FUT de motoris- A.XII.3 e A.XII.4 apresentam os resultados do
tas/cobradores, adotando-se os mesmos pro- cálculo do FUT dos despachantes/fiscais.
Tabela A.XII.3: Alocação dos postos de despachante/fiscal por horário e dia da semana
121
MÉTODO DE CÁLCULO
CONTINUA
122
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
CONCLUSÃO
Onde:
5. VALORES DE
REFERÊNCIA PARA FUT
• N[postos] é o número de postos de trabalho; e
Considerando a realidade nacional e o método
• FO é a frota operante. descrito neste anexo, a Tabela A.XII.5 apresen-
ta os valores de referência para os fatores de
utilização para variações da jornada de traba-
lho e duração de operação do sistema.
123
MÉTODO DE CÁLCULO
124
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
“Art. 50. A Lei nº 12.546, de 14 de dezembro são variáveis de acordo com as normas
de 2011, passa a vigorar com as seguintes trabalhistas vigentes e as características do
alterações: mercado de trabalho local. Por isso, os valo-
res devem ser calculados para cada cidade.
Art. 7º Contribuirão sobre o valor da receita Os encargos referentes ao repouso semanal
bruta, excluídas as vendas canceladas e os remunerado, às férias e feriados não devem
descontos incondicionais concedidos, em ser considerados, tendo em vista que, na me-
substituição às contribuições previstas nos in- todologia do Fator de Utilização de Pessoal,
cisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de ju- já são considerados tais benefícios.
lho de 1991, à alíquota de 2% (dois por cento):
São os seguintes os encargos considerados no
(...) grupo B:
125
MÉTODO DE CÁLCULO
horas durante o cumprimento do aviso pré- Tabela A.XII.7: Duração do aviso prévio
vio, sem prejuízo do salário integral. A Lei em função do tempo de permanência
Federal 12.506/2011, publicada em 13 de
TEMPO MÉDIO DE DURAÇÃO DO AVISO
outubro de 2011, estabelece o seguinte: PERMANÊNCIA (TP) PRÉVIO (p)
126
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Na prática, o aviso prévio trabalhado inexiste Exemplo: admitindo-se que 2,5% dos empre-
para o pessoal de operação, tendo em vista gados se utilizem desse benefício por ano, o
que, devido a natureza do serviço, o percentual valor desse encargo será:
de funcionários que cumprem o aviso prévio
trabalhando é próximo de zero. (2/365) x 0,025 x 100 = 0,01%
• Licença paternidade: A Constituição Fede- • Licença casamento: A CLT (art. 473, inciso
ral (art. 7º, inciso XIX) garante ao trabalha- II) garante ao trabalhador o direito a se
dor o direito à licença paternidade, fixando ausentar do serviço por até 3 dias conse-
a sua duração, até que a lei venha a discipli- cutivos em virtude de casamento. Conside-
ná-la, em 5 dias (Ato das Disposições Transi- rando a duração da licença em relação ao
tórias, art. 10, parágrafo 1º). Considerando a número de dias do ano, o valor desse encar-
duração da licença em relação ao número go é obtido pela seguinte expressão:
de dias do ano, o valor desse encargo é obti-
do pela seguinte expressão: (3/365) x C x 100
127
MÉTODO DE CÁLCULO
A Constituição Federal – (art. 7º, inciso IX), por úteis, 0,6 hora nos sábados e 0,4 hora nos do-
sua vez, garante o direito à remuneração do mingos e considerando que um mês possui em
trabalho noturno superior à do diurno, não fi- média 22 dias úteis, 4 sábados e 4 domingos,
xando condições especiais. Assim, a condição que a jornada de trabalho máxima mensal é
de revezamento semanal ou quinzenal foi ta- de 220 horas, que 52 minutos e 30 segundos
citamente revogada pelo dispositivo constitu- correspondem a 0,875 hora e que o acréscimo
cional, não excluindo do empregado o direito sobre a hora diurna é de 20%, o valor desse
ao adicional noturno. encargo será:
128
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
129
MÉTODO DE CÁLCULO
Total 9,43
130
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
1 10 a 22 16
1. INTRODUÇÃO 2 23 a 45 34
*Valores referentes a preços coletados no ano de 2013. Esses preços devem ser atualizados para a correta obtenção dos valo-
res dos coeficientes.
131
MÉTODO DE CÁLCULO
FUNÇÃO DESCRIÇÃO
Exercem a função de coordenação geral do planejamento e programação das manutenções dos veículos
Encarregado
em sintonia com o setor de operação dos serviços de transporte, e a coordenação geral da produção dos
de Manutenção
serviços de manutenção.
Subdividido nos seguintes grupamentos: serviço preventivo; serviço corretivo; e mecânica especializa-
da. Considerando-se a execução das rotinas de manutenção preventiva estabelecida pelo fabricante,
com intervalos médios entre revisões em torno de 5 mil quilômetros, são necessários mecânicos traba-
lhando e outros folgando os demais, podendo, desta forma serem executados nos dias úteis e sábados
cerca de 5 revisões diárias (cada mecânico faz uma revisão preventiva por veículo por dia) e, aos domin-
gos 03 revisões, totalizando cerca de 33 revisões semanais. A cada 3 semanas, efetua-se a manutenção
preventiva em toda a frota, que aliado ao percurso médio mensal da frota ser em torno de 6000 Km/veí-
culo/mês, justifica o referido dimensionamento.
Inclui mecânico exclusivo para efetuar manutenção preventiva em diferenciais. Normalmente, esse
serviço dura cerca de um dia para cada veículo. Isso corresponde a produção de 5 veículos por semana.
Mecânico de Ao final de 20 semanas terá sido efetuada a manutenção preventiva em toda a frota, intervalo de tempo
Veículos este que corresponderá a cerca de 30 mil quilômetros rodados por veículo a cada manutenção. Este me-
cânico poderá auxiliar ainda nos serviços de manutenção corretiva de caráter excepcional envolvendo
mecânica geral do veículo.
Para execução dos serviços de manutenção corretiva são necessários: mecânicos no período diurno;
mecânicos no período noturno; e folguista/ferista.
Os mecânicos especializados necessários são: para o sistema de injeção (montagem, regulagem e testes
de bombas e bicos injetores e executar os testes de índices de emissão de poluentes); montagem/des-
montagem de conjunto agregados (execução das tarefas de montagem/desmontagem de motores, cai-
xas de marcha, cabeçotes, válvulas do sistema pneumático, montagens de cubo de roda, cravação de pa-
tim de freio, montagem e teste de catraca de freio); e montagem de eixo dianteiro.
Auxiliar de Atua na montagem e desmontagem de motor e revisão corretiva diurna; revisão corretiva noturna; e
Mecânico revisão preventiva.
CONTINUA
132
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
FUNÇÃO DESCRIÇÃO
Manobrista Profissional para deslocar o veículo na garagem para que o mesmo possa ser submetido: abastecimen-
to; lava jato; faxina interna; estacionamento; serviços rotineiros para recolhimento do veículo; ma-
nutenção. Para desempenho destas funções os manobristas, em geral, realizam-nas em sequência, de
forma a que o veículo quando chega ao pátio de estacionamento já esteja em condições de iniciar a ope-
ração. Ressalta-se que o manobrista, de uma forma geral, tem um percurso significativo à pé na garagem
entre os diversos setores, na medida em que vai deixando os veículos em determinada área de destino e
necessita deslocar-se à área de origem para trazer outro.
Borracheiro Para a execução dos serviços de borracharia são necessários borracheiros nas seguintes funções: cali-
bragem dos pneus; alinhamento e balanceamento; montagem e desmontagem dos pneus; substituição
dos pneus (lisos ou furados); e inspeção das condições gerais dos pneus dos veículos.
Lavador Atua nas seguintes atividades, no período diurno e noturno: orientar os manobristas; proteger as des-
cargas; acionar o lava jato; lavar as rodas; lavar e jatear as peças; lavar os chassis dos veículos, trabalhan-
do na vala de lavagem; e lavar assoalhos, tetos, corrimão, painel, capô, vidros, etc.
Abastecedor Atua nas seguintes atividades, no período diurno e noturno: abastecimento dos veículos na bomba; re-
posição de óleo no motor e água no radiador; reposição e troca e lubrificantes; limpeza do filtro de ar e
demais filtros dos veículos; e troca do óleo do motor, da caixa e diferencial.
Lanterneiro / Atua nas seguintes atividades, no período diurno e noturno: revisão das carrocerias dos veículos em
Pintor manutenção preventiva; reparos e consertos em bancos, capa de alavanca, soldador para chassis, colu-
na, travessas, estrutura de bancos, etc; pintura dos veículos; e pintor letrista.
Auxiliar de Executa o controle das Ordens de Serviços (abrir e fechar), geram informações para formação do histó-
Controle de rico de manutenção dos veículos e controlam as tarefas executadas com apropriação de horas de traba-
Manutenção lho do pessoal de manutenção.
Almoxarifado / Trabalha todos os dias da semana inclusive sábados e domingos. Atuam nas compras, no controle do al-
Comprador moxarifado e no atendimento ao balcão da oficina, e para recebimento de peças e requisição de peças e
ferramentas.
Auxiliar de Alocados as seguintes atividades: organização e manutenção de arquivos; planejamento de férias, pre-
Pessoal paração e controle de RAIS, DIF, Contribuição Sindical, CAJED, INSS, FGTS e demais rotinas adminis-
trativas e outro para admissão e demissão; preparação de folhas de pagamento; e atendimento aos fun-
cionários.
CONCLUSÃO
133
MÉTODO DE CÁLCULO
FUNÇÃO DESCRIÇÃO
Porteiro / Vigia Trabalha em escala de revezamento, 07 dias por semana e 24 horas por dia.
Motorista de Carro
Dirige veículo para socorro, compras, atendimento à diretoria e demais serviços administrativos.
Leve
Segurança
do Trabalho e Compreende o engenheiro encarregado da segurança do trabalho e técnicos de segurança.
Patrimonial
Para manutenção dos serviços de limpeza da garagem (prédios e pátios) é mantida equipe de faxi-
neiras nos seguintes setores: faxineiro para área do prédio administrativo; faxineiro para manuten-
Faxineiros
ção do pátio; faxineiro para manutenção e limpeza da oficina; e faxineiro para limpeza e manutenção
dos sanitários de tráfego, vestiários, sanitários da manutenção.
Encarregado
É necessário funcionário para a coordenação do escritório, controle de material e suprimentos.
administrativo
Secretária É necessária secretária com a função de atender a diretoria e todo o restante da empresa.
É necessário funcionário para receber e dar encaminhamento aos visitantes, controle de chamadas te-
Recepcionista
lefônicas, atendimentos aos usuários, aos Órgãos Gestores, contabilidade, setores jurídico e técnico.
Encarregado de
É necessário funcionário para coordenação geral do setor de pessoal.
Pessoal
Encarregado de É necessário encarregado de tesouraria para promover os acertos com cobradores, controlar a ar-
Tesouraria recadação dos serviços, controla pagamentos de contas e administração geral da tesouraria.
Auxiliar de vídeo São necessários auxiliares de vídeo monitoramento em sistema de revezamento, alocados nas ativi-
monitoramento dades diárias de leitura, análise e gravação das imagens selecionadas.
Existe a necessidade de encarregado para coordenação dos trabalhos de campo, envolvendo con-
Encarregado de trole dos motoristas e cobradores, eventos extraordinários ocorridos na operação da linha, e para a
Tráfego coordenação dos serviços de escritório, incluindo-se o planejamento, avaliando-se as escalas, cali-
bração dos tempos de viagem, alterações de itinerários, análise das Ordens de Serviço, etc.
CONTINUA
134
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Auxiliares de As atividades realizadas pelos auxiliares são: escala de motoristas e cobradores; recebimento do veí-
Tráfego culo verificando e checando condições e avarias do mesmo; controle das anotações do cartão de ponto.
São necessários supervisores em sistema de revezamento.
Estes supervisores atuam no controle do rádio, telefone, gerenciamento de ocorrências no escritório
Supervisor de e em campo fazendo atendimento local, controlando despachantes, mantendo a disciplina e o bom
Tráfego funcionamento dos Pontos de Controle das linhas, além de efetuarem a escala dos veículos. Atuam
complementarmente aos encarregados de tráfego, fazendo a interface entre a operação no campo e
a chefia de tráfego.
São necessários fiscais para acompanhamento da operação em campo, podendo ser realizado em
Fiscal
pontos fixos do itinerário ou embarcado no veículo.
São necessários auxiliares administrativos distribuídos nas seguintes atividades: digitação e confe-
Auxiliares rência de cartão de ponto; apuração de ponto dos funcionários de tráfego e conferência; controle e
Administrativos manutenção dos arquivos tributários, fiscal, pessoal e contábil; e lançamento e organização da docu-
mentação a ser encaminhada para a contabilidade.
Existe a necessidade de supervisor de bilhetagem para coordenação dos trabalhos relacionados ao
sistema de bilhetagem eletrônica instalado nos veículos, acompanhamento dos dados embarcados,
Supervisor de coletados e processados diariamente nos validadores dos ônibus e nos computadores instalados na
bilhetagem empresa. Acompanhamento do processo de comunicação dos dados com o sistema central de con-
trole da bilhetagem. Atualização das versões de software, firmware e demais sistemas a serem em-
barcados nos veículos.
São necessários auxiliares de bilhetagem, no trabalho diurno e noturno, para acompanhamento e
Auxiliar de
controle diário dos dados da operação coletados e processados através dos equipamentos eletrôni-
bilhetagem
cos embarcados nos veículos, através do sistema de bilhetagem eletrônica.
São necessários analistas de custos para levantamento, apuração, cálculo e controle dos custos de
Analista de Custos operação do sistema de transporte, avaliação das gratuidades, das integrações tarifárias e da receita
da empresa, gerando relatórios diários e mensais para a diretoria.
CONCLUSÃO
135
MÉTODO DE CÁLCULO
1 2 3 4 5
ÁREA FUNÇÃO
Ger. operação 0 1 1 1 1
Total 1 2 3 3 4
Encarregado administrativo 0 1 1 1 1
Secretária 0 0 1 1 2
Auxiliar administrativo 1 2 3 5 7
Encarregado pessoal 1 1 1 1 1
Auxiliar pessoal 1 2 3 4 5
Encarregado tesouraria 1 1 1 1 1
Auxliar tesouraria 1 1 2 3 4
Encarregado tráfego 0 0 1 1 2
Administração
Supervisor de tráfego 1 1 2 3 4
Auxiliar de tráfego 1 3 5 7 9
Fiscal 1 2 4 6 8
Supervisor de bilhetagem 0 1 1 1 2
Auxiliar de bilhetagem 1 1 2 3 4
Analista de Custos 0 1 1 2 2
Porteiro 1 1 2 3 3
Vigia 1 1 1 2 2
CONTINUA
136
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
1 2 3 4 5
ÁREA FUNÇÃO
Faxineiros 1 2 3 4 6
Copeira 0 1 1 1 1
Office-boy 0 1 1 1 2
Administração Recepcionista 1 1 1 1 1
Total 15 30 49 67 89
Encarregado de Manutenção 1 1 1 2 2
Supervisor de Manutenção 0 1 1 2 3
Mecânico de Veículos 2 6 10 16 21
Auxiliar de Mecânico 1 2 3 5 7
Eletricista 1 1 2 3 4
Auxiliar de eletricista 0 1 1 2 3
Lanterneiro 1 1 2 3 4
Auxiliar lanterneiro 0 1 1 2 3
Pintor 1 1 1 2 3
Manutenção
Borracheiro 1 1 2 3 4
Auxiliar de borracheiro 0 1 2 3 4
Lavador 2 3 6 8 10
Abastecedor 1 1 2 3 5
Manobrista 0 1 2 4 6
Comprador 0 1 1 1 2
Encarregado de almoxarifado 0 0 0 1 1
Almoxarife 1 1 2 2 3
Auxliar de almoxarifado 0 1 1 2 3
Total 12 25 41 66 91
CONCLUSÃO
137
MÉTODO DE CÁLCULO
138
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Presidente 1 1,24 1,5 1,65 1,8 14.200,00 16.330,00 20.249,20 24.495,00 26.944,50 29.394,00
Diretor adm.
Diretoria 0 0 1 1 1 14.200,00 0,00 0,00 20.657,58 20.657,58 20.657,58
financeiro
Ger. recursos
0 0 0 0 1 6.100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9.156,39
humanos
Gerência
Encarregado
0 1 1 1 1 2.821,29 0,00 4.500,95 4.500,95 4.500,95 4.500,95
administrativo
Auxiliar
1 2 3 5 7 1.234,32 2.247,61 4.495,22 6.742,83 11.238,05 15.733,28
administrativo
Motorista carro
0 1 2 2 3 1.410,65 0,00 2.497,98 4.995,96 4.995,96 7.493,95
leve
Encarregado
1 1 1 1 1 2.821,29 4.500,95 4.500,95 4.500,95 4.500,95 4.500,95
pessoal
Encarregado
1 1 1 1 1 2.821,29 4.500,95 4.500,95 4.500,95 4.500,95 4.500,95
tesouraria
Administração Encarregado
0 0 1 1 2 3.350,28 0,00 0,00 5.252,06 5.252,06 10.504,13
tráfego
Supervisor de
1 1 2 3 4 2.821,29 4.500,95 4.500,95 9.001,90 13.502,85 18.003,80
tráfego
Supervisor de
0 1 1 1 2 2.821,29 0,00 4.500,95 4.500,95 4.500,95 9.001,90
bilhetagem
Auxiliar de
1 1 2 3 4 1.586,98 2.748,35 2.748,35 5.496,71 8.245,06 10.993,41
bilhetagem
Auxiliar de vídeo
2 4 7 10 15 1.586,98 5.496,71 10.993,41 19.238,47 27.483,53 41.225,29
monitoramento
CONTINUA
139
MÉTODO DE CÁLCULO
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Técnico segurança
0 1 2 3 3 2.821,29 0,00 4.500,95 9.001,90 13.502,85 13.502,85
trabalho
Engenheiro
0 0 1 1 1 4.231,94 0,00 0,00 6.503,93 6.503,93 6.503,93
segurança trabalho
Encarregado de
1 1 1 2 2 3.350,28 5.252,06 5.252,06 5.252,06 10.504,13 10.504,13
Manutenção
Supervisor de
0 1 1 2 3 2.821,29 0,00 4.500,95 4.500,95 9.001,90 13.502,85
Manutenção
Auxiliar de
Controle de 0 0 1 2 3 987,45 0,00 0,00 1.897,08 3.794,16 5.691,24
Manutenção Manutenção
Mecânico de
2 6 10 16 21 1.692,77 5.797,13 17.391,38 28.985,64 46.377,03 60.869,85
Veículos
Auxiliar de
1 2 3 5 7 987,45 1.897,08 3.794,16 5.691,24 9.485,40 13.279,56
Mecânico
Auxiliar de
0 1 1 2 3 987,45 0,00 1.897,08 1.897,08 3.794,16 5.691,24
eletricista
Auxiliar de
0 1 2 3 4 724,00 0,00 1.523,01 3.046,02 4.569,02 6.092,03
borracheiro
Encarregado de
0 0 0 1 1 2.821,29 0,00 0,00 0,00 4.500,95 4.500,95
almoxarifado
Auxliar de
0 1 1 2 3 1.234,32 0,00 2.247,61 2.247,61 4.495,22 6.742,83
almoxarifado
CONCLUSÃO
140
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Tabela A.XIII.7: Custos mensais do pessoal operacional (salários, benefícios e encargos sociais)
TOTAL 13.157,39
141
MÉTODO DE CÁLCULO
142
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
2. CÁLCULO DO FATOR DE
REMUNERAÇÃO PELO RISCO (Equação 2.42)
A revisão do método de cálculo tarifário para
ônibus urbano define que o custo total a ser Onde:
considerado no cálculo tarifário é dado pela
Equação A.XIV.1. • RPS é a remuneração líquida proposta pela
prestação dos serviços, representando a
margem de lucro;
Seleção da opção
Descrição Descrição
Nome da Nome Descrição do Descrição do Descrição do (não se aplica; ou
das do baixo
Dimensão do risco impacto risco médio alto risco risco baixo/médio
situações risco
ou alto
Nessa tabela são apresentados os principais mobilidade urbana são propostas dez di-
itens de risco e a lógica que permeia as situa- mensões de risco: (i) Implantação de Veícu-
ções caracterizadas pela não aplicação do ris- los e Sistemas; (ii) Riscos Relacionados aos
co e as situações caracterizadas por baixo, mé- Investimentos Públicos e Impacto sobre
dio e alto impacto. Para melhor entendimento a Produtividade dos Serviços; (iii) Regula-
do modelo, cada uma das colunas é detalhada mentação Ambiental; (iv) Perda de Deman-
a seguir: da; (v) Gratuidades; (vi) Perda de Receita:
Dinâmica de sistemas integrados de trans-
• Coluna 1, Dimensão: Define o grupo de portes; (vii) Perda de Receita: Atos do Poder
eventos pela natureza do risco e das va- Público; (viii) Dificuldades de Operação
riáveis financeiras afetadas em caso de dos serviços; (ix) Questões Trabalhistas; e
ocorrência de um evento. Para projetos de (x) Ambiente Macroeconômico;
143
MÉTODO DE CÁLCULO
144
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Situações de risco médio: novos projetos- tecnológicas, com elevado nível de inova-
que envolvam serviços complementares, ção previsto sobre o status corrente.
tais como a operação de terminais e outros.
Risco 3 – Investimento público vs. Produtividade
• Situações de alto risco: novos projetos1 de
Dimensão ii–Riscos relacionados aos investi-
alta complexidade, que envolvam a exe-
mentos públicos e impacto sobre a produtivi-
cução de obras, implantação de sistemas
dade dos serviços
complexos e a operação e manutenção de
múltiplos serviços, usualmente na forma de
• Descrição: refere-se à não realização dos
parcerias público privadas com a constru-
investimentos a cargo do Poder Público na
ção de corredores de ônibus, terminais, in-
rede de transportes que sejam necessários
fraestrutura de transporte público e outros.
ao atendimento das condições técnicas e
financeiras planejadas. A produtividade
Risco 2 – Tecnologia e sistemas
utilizada como referência para avaliação
Dimensão i– Implantação de veículos e sistemas
da viabilidade do projeto poderá depender
de intervenções públicas como alteração
• Descrição: dificuldades de implantação e
da rede de transportes (racionalização e
integração dos elementos tecnológicos da
reprogramação), implantação de viário,
concessão são observadas. Como exemplo,
terminais ou outras condições diferentes
obrigatoriedade de implantação de sistemas
das existentes.
de bilhetagem, monitoramento e vigilância
de frota inexistentes nos sistemas correntes. • Impacto do Evento: produtividade efetiva
menor do que a planejada, exigindo maior
• Impacto do evento: maiores custos com a
necessidade de frota operacional para a reali-
integração de sistemas. No limite dos casos,
zação das viagens planejadas e atendimento
necessidade de repactuação contratual
à demanda prevista. Desta forma, há um
de componentes impossíveis de serem
incremento proporcional no número de ve-
integrados. Geram possíveis atrasos para o
ículos e pessoal embarcado. É esperado au-
início da operação.
mento dos custos variáveis, devido ao maior
• Base de incidência: investimentos em tec- de consumo de combustível por quilômetro,
nologias veiculares. porém efeito é de difícil quantificação.
• Situações em que não se aplica a contin- • Base de incidência: aumento de frota, cus-
gência para o risco: projetos consolidados, to com combustível e quadro de pessoal
em que a tarifa seja calculada para o perío- embarcado proporcional à perda de pro-
do subsequente. dutividade. Não há aumento de número de
viagens, portanto são impactados quilome-
• Situações de risco baixo: tecnologias conhe-
tragem, pessoal de controle ou manutenção.
cidas, comprovadas, testadas, com fornece-
dores conhecidos e capacitados. • Situações em que não se aplica a contin-
gência para o risco: projetos que não depen-
• Situações de risco médio: novos projetos que
dam da alteração da infraestrutura física
demandem dos operadores tecnologia em
ou de condições operacionais, a exemplo
implementação em poucos locais, com for-
da velocidade vigente, para atendimento
necedores trabalhando sobre o desenvolvi-
aos resultados previstos. Situação urbana
mento de projetos, produtos e processos.
consolidada, sem perspectiva de degrada-
• Situações de alto risco: novos projetos que ção do sistema viário, mantendo-se assim a
demandem, por força de edital, rupturas velocidade média constante.
145
MÉTODO DE CÁLCULO
• Situações de risco baixo: projetos que não de- • Situações de alto risco: projetos que apre-
pendam da alteração da infraestrutura física sentem exigência de certificação ambien-
ou de condições operacionais para atendi- tal para todos os bens móveis e imóveis da
mento aos resultados previstos. Situação empresa operadora
urbana apresenta tendência de piora nas
condições de tráfego a curto e médio prazo. Risco 5 – Mudanças na normatização ambiental
Dimensão iii–Regulamentação ambiental
• Situações de risco médio: projetos que de-
pendam de melhoras operacionais para
• Descrição: riscos ambientais incorridos na
que os resultados técnicos e financeiros
fase de operação dos serviços.
previstos sejam atingidos.
• Impacto do evento: necessidade de in-
• Situações de alto risco: projetos que depen-
vestimentos complementares em frota,
dam da implantação de terminais, corredo-
sistemas e obras civis para atendimento a
res, infraestrutura ou outros elementos para
mudanças na norma ambiental, aumento
que o resultado planejado seja atingido.
dos custos operacionais ou diminuição da
produtividade dos veículos.
Risco 4 – Certificação ambiental
Dimensão iii–Regulamentação ambiental • Base de incidência: ocorrência de uma trans-
formação tecnológica que implica na varia-
• Descrição: obtenção da certificação de ção dos preços de veículos e combustível.
regularidade ambiental, ISO ou similar, é
• Situações em que não se aplica a contingên-
mais demorada ou enseja maiores custos
cia para o risco: tarifa calculada para um
de implantação do que o previsto.
prazo de tempo relativamente reduzido.
• Impacto do evento: necessidade de am- Caso ocorram alterações no marco regula-
pliação de investimentos e prazo para tório dentro do horizonte de tempo, a em-
atendimento às condições ambientais pré- presa operadora somente necessitará ade-
-estabelecidas nos contratos de delegação quar-se após a revisão tarifária seguinte.
de prestação dos serviços.
• Situações de risco baixo: projetos que pre-
• Base de incidência: investimentos em vejam a repactuação das condições finan-
ativos imobiliários que estejam sujeitos a ceiras iniciais em processo extraordinário a
obtenção de licenças. partir da ocorrência de fato de príncipe.
• Situações em que não se aplica a contingên- • Situações de risco médio: projetos que não
cia para o risco: renovação de contratos ou apresentem clareza na condição contratual
recálculo da tarifa vigente, sem alteração re- poderão ensejar litígio acerca da responsabili-
levante nas condições ambientais previstas. dade por arcar com os sobrecustos apontados.
• Situações de risco baixo: projetos que apre- • Situações de alto risco: projetos em que não
sentem exigência relativa a elementos exista previsão contratual delimitando a
ambientais alinhadas com a legislação responsabilidade privada sobre alterações
vigente sobre o setor, porém sem acrescer relevantes do marco regulatório.
elementos adicionais específicos.
146
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Risco 6 – Risco global de demanda • Situações de risco médio: projetos com estru-
Dimensão iv–Perda de demanda tura de custos operacionais rígidos, tor-
nando apenas parte dos custos flexíveis o
• Descrição: perda de competitividade do suficiente para compensarem a perda de
sistema regular face aos meios individuais demanda. É observada em projetos em que
ou alternativos de transporte e a perda de o processo de revisão ordinária (3-5 anos)
capacidade de pagamento dos usuários do incorpore a revisão da demanda sobre o
sistema, por correção da tarifa ou redução equilíbrio econômico financeiro.
de salários médios são consideradas. In-
• Situações de alto risco: projetos com elevada
cluem também fatos ordinários exógenos
proporção do custo de capital (investimen-
que venham a alterar de forma expressiva
tos iniciais) sobre custos totais, além de
a demanda, tais como a abertura de uma
parte expressiva dos custos operacionais ser
nova linha de Metrô, desativação de centros
inflexível à demanda. Refere-se a projetos
comerciais, universidades, centros de lazer
em que o risco de demanda é integralmente
e similares interferem diretamente na de-
alocado à iniciativa privada.
manda. Deve-se contemplar também situa-
ções em que a perda de demanda decorre de
Risco 7 – Gratuidades
atos do Poder Público, como a autorização
Dimensão v–Gratuidades
para novos modos concorrentes de trans-
portes, concorrência predatória de linhas
• Descrição: promulgação de novas gratuida-
de sistemas municipais ou metropolitanos
des ou aumento proporcional do número
sobrepostos e conivência com meios de
de usuários gratuitos dentro da legislação
transporte de passageiros clandestinos.
vigente, por exemplo como mudança na
• Impacto do evento: redução da demanda pirâmide etária são contempladas.
da empresa operadora com corresponden-
• Impacto do evento: redução da demanda
te perda de receita tarifária.
equivalente da empresa operadora, com
• Base de incidência: integralidade de remu- correspondente perda de receita tarifária.
neração da empresa operadora.
• Base de incidência: proporção dos usuários
• Situações em que não se aplica a contin- gratuitos ou que contêm desconto no custo
gência para o risco: projetos integralmente total.
remunerados com base em custo (ponde-
• Situações em que não se aplica a contingên-
ração entre frota disponibilizada e quilo-
cia para o risco: projetos integralmente re-
metragem percorrida), sem que a deman-
munerados com base em custo (ponderação
da influencie a remuneração da empresa
entre frota disponibilizada e quilometragem
operadora.
percorrida), em que a demanda não influen-
• Situações de risco baixo: projetos onde a cie a remuneração da empresa operadora.
flexibilidade operacional pode ajustar a
• Situações de risco baixo: projetos em que a
estrutura de despesas às novas condições
remuneração da empresa operadora esteja
de demanda, resultando em redução no
vinculada à demanda total transportada
valor total do negócio, mas mantendo os
(não apenas à demanda equivalente) ou
índices de proporcionalidade entre receitas
que prevejam o ressarcimento por usuá-
e despesas. Ocorre em projetos em que o
rios gratuitos.
contrato incorpora anualmente variações
de demanda para o cálculo da tarifa.
147
MÉTODO DE CÁLCULO
• Situações de alto risco: projetos que não • Impacto do Evento: Constrição financeira
façam referência explícita a esta questão. da empresa concessionária, que poderá
resultar em (a) necessidade de contratação
Risco 8 – Demanda integrada de novos financiamentos pela iniciativa pri-
Dimensão vi–Perda de receita: dinâmica de vada com custos progressivos (percepção do
sistemas integrados de transportes. aumento do risco sistêmico do projeto; (b)
Inadimplemento das obrigações financei-
• Descrição: aumento da participação dos ras, levando à paralização dos serviços; e (c)
usuários integrados pode, em casos especí- antecipação da terminação contratual.
ficos, gerar queda de receita proporcional-
• Base de cálculo para incidência: integrali-
mente maior do que a redução de custos.
dade das receitas da empresa operadora.
• Impacto do evento: redução da demanda
• Situações em que não se aplica a contin-
da empresa operadora, com corresponden-
gência para o risco: não há.
te perda de receita tarifária
• Situações de risco baixo: previsão de meca-
• Base de incidência: proporção dos usuários
nismos contratuais complementares que
que realizam integrações no custo total
garantam o adimplemento de obrigações do
• Situações em que não se aplica a contin- Poder Concedente, como a constituição de
gência para o risco: projetos integralmente fundos garantidores. Alternativa é a existên-
remunerados com base em custo (ponde- cia de sanções contratuais de valor mais do
ração entre frota disponibilizada e quilo- que proporcional às perdas incorridas pela
metragem percorrida), em que a demanda empresa concessionária. Transcorrido pra-
não influencie a remuneração da empresa zo determinado, há previsão de extinção do
operadora. contrato com a imposição de obrigações de
ressarcimento para o Poder Público.
• Situações de risco baixo: projetos em que a
remuneração da empresa operadora esteja • Situações de risco médio: previsão contratu-
vinculada à demanda total transportada al de sanções para o Poder Concedente por
(não apenas à demanda equivalente) ou inadimplemento de obrigações contratuais.
que prevejam o ressarcimento por usuá-
• Situações de alto risco: inexistência de meca-
rios gratuitos.
nismos de sanção formal do Poder Público por
• Situações de risco médio: projetos remune- inadimplemento de obrigações contratuais.
rados pela tarifa equivalente em sistemas
maduros de transporte.
148
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
149
MÉTODO DE CÁLCULO
• Situações de alto risco: projetos com parcela • Base de cálculo para incidência: investi-
expressiva da receita oriunda de repasses mentos em veículos, combustível, lubrifi-
da câmara de compensação e gestão subor- cantes e rodagem.
dinada à operação da rede de transportes.
• Situações em que não se aplica a contingên-
• Base de cálculo para incidência: integrali- cia para o risco: tarifa calculada para um
dade das receitas da empresa operadora. prazo de tempo relativamente reduzido.
Caso ocorram alterações no marco regula-
Risco 12 – Acidentes tório dentro do horizonte de tempo, a em-
Dimensão viii–Dificuldades de operação dos presa operadora somente necessitará ade-
serviços quar-se após a revisão tarifária seguinte.
150
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
• Situações de risco baixo: contratos em que • Situações de alto risco: projetos em que o re-
exista a previsão de reequilíbrio contratu- ajuste tarifário se faz de forma dissociada
al imediato pelas perdas incorridas pela dos custos da empresa.
empresa operadora em casos de atos de
desordem civil. Risco 16 – Greve trabalhista
Dimensão ix – Questões trabalhistas
• Situações de risco médio: contratos em que
exista a previsão de reequilíbrio contratual
• Descrição: eventos que resultam na parali-
em períodos ordinários pelas perdas incor-
sação total ou parcial dos serviços.
ridas pela empresa operadora em casos de
atos de desordem civil. • Impacto do Evento: deficiência operacional
e reflexos financeiros pelo período de para-
• Situações de alto risco: contratos em que a
lização sem que exista a possibilidade de co-
previsão de recomposição do equilíbrio não
brança de performance da empresa privada.
seja expressa e que tornam a alocação deste
risco exclusiva da empresa operadora. • Base de cálculo para incidência: receita mé-
dia diária por dia útil.
Risco 15 – Salários acima da inflação
• Situações de baixo, médio e alto risco: não
Dimensão ix – Questões trabalhistas
há distinção entre contratos pela natureza
setorial de ocorrências. Em tese, todos os
• Descrição: elevação nos custos trabalhistas
contratos estão sujeitos à ocorrência deste
por aumento de salários acima dos índices
perfil de questão.
convencionais de inflação.
151
MÉTODO DE CÁLCULO
• Situações de risco médio: determinar con- A partir da aplicação dos fatores de risco de-
tratualmente que situações de constrição corrente das condições técnicas, operacionais
poderão ensejar reequilíbrio econômico e contratuais é consolidada uma posição de
financeiro do contrato, por exemplo, por risco para o cálculo do coeficiente de remune-
meio de revisão das obrigações de investir ração de risco da empresa contratada. O Anexo
ou renovar frota. XV apresenta o método para o cálculo do fator
de risco e consequentemente da taxa de remu-
• Situações de alto risco: inexistência de pre-
neração dos serviços (γ).
visão contratual atribui a assunção inte-
gral deste risco à empresa concessionária.
152
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
153
MÉTODO DE CÁLCULO
• Falha humana: a prestação de serviços pode A partir da identificação dos riscos, é neces-
estar sujeita à falha humana em diversos sário abordar as metodologias alternativas
estágios, desde o planejamento e programa- recomendáveis para as fases de planejamen-
ção de serviços até a operação de veículos. to, identificação, quantificação e alocação de
riscos. Existem diversas abordagens para o
tema, sendo que cada uma das metodologias
2. CLASSIFICAÇÃO E MODELOS propostas possui uma finalidade distinta, um
DE AVALIAÇÃO DOS RISCOS procedimento e utiliza um conjunto de instru-
A identificação das principais categorias de
mentos diferentes, conforme a Tabela A.XV.1.
riscos é o primeiro passo para a construção da
matriz de riscos. Nessa etapa são identificados
Os riscos poderão ser tratados sob distintos
todos os elementos que podem afetar o custo
enfoques de acordo com a finalidade de cada
final, efetivo ou de prestação dos serviços em
análise. Em uma abordagem qualitativa, os
comparação ao valor orçado. O processo de
154
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
principais riscos são identificados, mas não Atualmente é recomendado que o Edital de Li-
quantificados ou consolidados em seus valo- citação e seus anexos contenham uma matriz
res. O propósito de uma abordagem qualita- de riscos que esteja devidamente refletida na
tiva de risco é informar as partes (contratante minuta do Contrato, tornando transparente a
e contratado) sobre os riscos que porventura decisão de alocação entre as partes em suas
poderão ocorrer ao longo do processo de im- principais cláusulas contratuais.
plantação do empreendimento, além das
medidas mitigadoras possíveis e qual o agente
responsável por tomar este risco.
Integral. Cada risco está as- Não há associação entre Integral. Cada evento está
Associação entre risco e
sociado a um evento de for- evento e valor de risco pro- associado a um evento de
evento.
ma qualitativa. jetado. forma quantitativa.
Observação empírica ou
Observação empírica ou opinião de especialistas
Descritivo de processos si-
opinião de especialistas quanto ao impacto de cada
Origem dos dados. milares. Opinião de espe-
sobre valores de projetos evento sobre cada um dos
cialistas.
comparáveis. itens de custos detalhados
no projeto.
155
MÉTODO DE CÁLCULO
156
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
157
MÉTODO DE CÁLCULO
seria zero. Diante dessa possibilidade, deve-se Na prática, a definição do nível de segurança
definir um limite mínimo do coeficiente de re- depende muito do histórico de respeito e da du-
muneração pela prestação dos serviços (γ). ração dos contratos de concessão. Nos sistemas
onde há o reiterado cumprimento das condi-
ções contratuais e a duração dos contratos é de
no mínimo 15 anos, observa-se condições favo-
ráveis de estabilidade e que permite a adoção
de níveis de segurança mais baixos (por exem-
plo 85%). Nos casos onde observa-se o parcial
ou
ou total desrespeito aos contratos e a extensão
do contrato é limitada (inferior a 15 anos), reco-
menda-se níveis de segurança mais elevados
(por exemplo superior a 85% até 95%). Uma vez
(Equação A.XV.3) pactuado o nível de segurança, é importante
avaliar se as condições de respeito ao contrato
Onde: são preservadas. Caso contrário, o nível de se-
gurança pode e deve mudar para incorporar os
• é o risco total para um nível de signifi- impactos na remuneração dos serviços.
a
cância 2 ;
A Tabela A.XV.2 apresenta os impactos dos
• é o valor crítico para uma distribuição
itens de risco (descritos no Anexo XIV), que
normal, considerando o nível de significân-
a deverão ser considerados no cálculo da taxa
cia 2 ; e
de remuneração pelo risco (RT) considerando
• n é o número de dimensões de risco. o intervalo de confiança de 95%2. É importante
destacar que os valores descritos são o resul-
tado da discussão de especialistas do setor de
Uma vez constituída a distribuição agregada
transporte público por ônibus, considerando
de riscos, a última etapa refere-se à definição
a realidade nacional. Recomenda-se que eles
de qual o nível de segurança que deverá ser
sejam revisados para as condições locais. Para
estabelecido para o projeto. Um nível de segu-
tanto, é necessário estabelecer um processo
rança de 95% indica que em 95% dos casos o
de acompanhamento histórico, que permita o
valor da tarifa será suficiente para a cobertura
gradual refinamento dos valores.
de todos os custos. Em 5% dos casos o valor
da tarifa será insuficiente para a cobertura de
todos os custos efetivos incorridos com a pres-
tação do serviço de transporte público coletivo
de passageiros.
158
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
NIVEL DO RISCO
Risco 1- Garagens e Elevação máxima prevista Elevação máxima prevista Elevação máxima prevista
Infraestrutura de 17% sobre o valor base. de 22% sobre o valor base. de 25% sobre o valor base.
Risco 2- Tecnologia e Elevação máxima prevista Elevação máxima prevista Elevação máxima prevista
sistemas de 10% sobre o valor base. de 15% sobre o valor base. de 25% sobre o valor base.
Risco 3- Investimento Elevação máxima prevista Elevação máxima prevista Elevação máxima prevista
público vs. Produtividade de 4% sobre o valor base, de 6% sobre o valor base, de 10% sobre o valor base,
estimado com base no po- correspondente ao risco de correspondente ao risco de
tencial de investimentos não materialização dos gan- não materialização dos gan-
adicionais e quadro de pes- hos operacionais previstos. hos operacionais previstos.
soal embarcado a ser consi-
derado em um ano
CONTINUA
159
MÉTODO DE CÁLCULO
NIVEL DO RISCO
Risco 6- Risco global Perda de demanda agregada Perda de demanda agregada Perda de demanda agregada
de demanda observada no país de aproxi- observada no país de aproxi- observada no país de aproxi-
madamente 39% em um in- madamente 39% em um in- madamente 39% em um in-
tervalo de 20 anos devido às tervalo de 20 anos devido às tervalo de 20 anos devido às
razões agregadas (motivos razões agregadas (motivos razões agregadas (motivos
ordinários e demais razões ordinários e demais razões ordinários e demais razões
expostas nas outras seções). expostas nas outras seções). expostas nas outras seções).
Considera-se nesta situação a Considera-se nesta situação Considera-se nesta situação
média da perda. Então, repre- a um município ou Estado com a um município ou Estado com
senta potencial de elevação maior risco de oscilação por risco extremo de oscilação
de 3,71% nos custos. razões ordinárias ou extraor- por razões ordinárias ou ex-
dinárias. Então, represen- traordinárias. Então, repre-
ta potencial de elevação de senta potencial de elevação
5,57% nos custos. de 9,46% nos custos.
Risco 7- Gratuidades Absorção de 0,5% do aumen- Absorção de 2,0% do aumen- Absorção de 3,0% do aumen-
to da base de usuários gratui- to da base de usuários gratui- to da base de usuários gra-
tos quando da alteração do tos quando da alteração do tuitos devido a dificuldades
quadro devido a falhas nos quadro devido ao tempo para de determinar mecanismos
mecanismos de controle dos a incorporação da nova infor- compensatórios, sendo que
novos usuários gratuitos, que mação à revisão dos valores os processos de revisão da ta-
poderão deixar a base conta- de tarifa (espaço de tempo rifa poderão ignorar em parte
bilizada de usuários. Então, entre a perda dos usuários e o a ocorrência de mudanças nos
representa potencial de ele- cálculo da tarifa consideran- padrões de gratuidades (alte-
vação de 1,79% nos custos. do a base reduzida de usuá- rações de pirâmide etária, por
rios). Então, representa po- exemplo). Então, represen-
tencial de elevação de 2,24% ta potencial de elevação de
nos custos. 3,14% nos custos.
Risco 8- Demanda Perda de 3% da demanda re- Perda de 4,82% da demanda Absorção de 9,25% do aumen-
integrada munerável quando do aumen- remunerável devido ao tempo to da base de usuários inte-
to no número de passageiros para a incorporação da nova grados devido a dificuldades
integrados devido a falhas nos informação à revisão dos valo- de determinar mecanismos
mecanismos de controle de res de tarifa (espaço de tempo compensatórios, sendo que os
integrações (integração em entre a perda dos usuários e o processos de revisão da tari-
terminais, estações de metrô cálculo da tarifa considerando fa poderão ignorar em parte a
e trens). a base reduzida de usuários). ocorrência de mudanças nos
padrões de gratuidades (alte-
rações de pirâmide etária, por
exemplo).
Risco 9- Reajuste de Perda equivalente ao reajuste Perda equivalente ao reajus- Perda equivalente ao reajus-
tarifas não concedido de 8% em um te não concedido em 3 vezes te não concedido em 5 vezes
intervalo de 20 anos, resul- de 8% em um intervalo de 20 de 8% em um intervalo de 15
tando em 0,8% em aumento anos, resultando em 1,20% de anos, resultando em 2,4% de
nos custos. aumento nos custos. aumento nos custos.
Risco 10- Um mês de arrecadação multi- Dois meses de arrecadação Quatro meses de arrecada-
Inadimplemento plicado pelo custo médio real multiplicado pelo custo médio ção multiplicado pelo custo
público do capital de terceiros, estima- real do capital de terceiros, es- médio real do capital de ter-
do em 18% ao ano. A ponde- timado em 18% ao ano. A pon- ceiros, estimado em 18% ao
ração equivale a 1,5% ao ano. deração equivale a 3,5% ao ano. A ponderação equivale a
Produz aumento de 0,58%. ano. Produz aumento de 3,5%. 7,49% ao ano. Produz aumen-
to de 7,49%.
CONTINUA
160
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
NIVEL DO RISCO
Risco 11- Câmara de 15 dias de atraso ao longo do 90 dias de atraso ao longo Atraso até o processo de revi-
compesação período de vigência contra- do período de vigência con- são contratual, com custo mé-
tual, com custo médio de capi- tratual, com custo médio de dio de capital de 14% ao ano.
tal de 14% ao ano. Resultado capital de 14% ao ano. Resul- Resultado equivalente a 7,49%
equivalente a 0,58% de valor tado equivalente a 3,50% de de valor em risco
em risco. valor em risco.
Risco 12- Acidentes Avaliado com base no poten- Avaliado com base no poten- Avaliado com base no potencial
cial de perda de receita em cial de perda de receita em de perda de receita em situa-
situações de ocorrência. Re- situações de ocorrência. Re- ções de ocorrência. Represen-
presenta média de 0,5% de presenta média de 1% de au- ta média de 1,2% de aumento
aumento de custos. mento de custos. de custos.
Risco 13- Alteração 0,5% de absorção pelo opera- 0,75% de absorção pelo ope- 1,0% de absorção pelo opera-
de padrões técnicos dor ao longo de todo o período rador ao longo de todo o pe- dor ao longo de todo o período
de vigência contratual. ríodo de vigência contratual. de vigência contratual.
Risco 14- Desordem Ocorrência que resulte em Ocorrência que resulte em Ocorrência que resulte em per-
civil perda de quatro veículos em perda de oito veículos em da de quinze veículos em 100 a
100 a cada 10 anos. Produz 100 a cada 10 anos. Produz cada 10 anos. Produz aumento
aumento de 0,4%. aumento de 0,8%. de 1,5%.
Risco 15- Salários Absorção permanente de so- Absorção permanente de Absorção permanente de so-
acima da inflação bre custos com mão de obra sobre custos com mão de bre custos com mão de obra
equivalente a 0,37% do valor obra equivalente a 1,27% equivalente a 2,64% do valor
do custeio com mão de obra. do valor do custeio com mão do custeio com mão de obra.
de obra.
Risco 16- Greve Perda de três dias úteis de arrecadação ao ano. Equivale a 1,33% de aumento no custo trabalhista
trabalhista
Risco 17- Alteração Absorção de perdas por parte do Absorção de perdas por Absorção de perdas por parte do
significativa da taxa operador privado equivalente a parte do operador priva- operador privado equivalente a
de juros 1,6% sobre custos com o finan- do equivalente a 2% sobre 2,5% sobre custos com o finan-
ciamento de veículos em situa- custos com o financiamen- ciamento de veículos em situa-
ções de constrição financeira. to de veículos em situações ções de constrição financeira.
de constrição financeira.
CONCLUSÃO
161
REFERÊNCIAS
E NOTAS
MÉTODO DE CÁLCULO
REFERÊNCIAS NOTAS
BRASIL. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. 1. Refere-se as intervenções pontuais ou sistê-
Política Nacional de Mobilidade Urbana. micas. Também está relacionado aos contra-
tos de prestação de serviços.
BRASIL. Ministério dos Transportes. Cálculo
de Tarifas de Ônibus Urbanos: Instruções prá- 2. Representa a situação de “um caso em vinte”.
ticas atualizadas. Geipot/EBTU, 78 p. il, Brasí-
lia, 1996. 2 ed.
164
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
165
LISTA DE
TABELAS
MÉTODO DE CÁLCULO
168
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
169
LISTA DE
ABREVIATURAS,
SIGLAS, SÍMBOLOS
E VARIÁVEIS
MÉTODO DE CÁLCULO
CIF – Cost, Insurance and Freight IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo;
ou Custo, Seguro e Frete;
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano;
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho;
IPVA – Imposto sobre a Propriedade
COFINS – Contribuição para o de Veículos Automotores;
Financiamento da Seguridade Social;
ISSQN – Imposto Sobre Serviços
CONAMA – Conselho Nacional de Qualquer Natureza;
do Meio Ambiente;
ITBI – Imposto de Transmissão
CNAE – Classificação Nacional de Bens Intervivos;
de Atividades Econômicas;
ITS – Intelligent Transport Systems ou
CUB – Custo Unitário Básico Sistemas Inteligentes de Transportes;
da Construção Civil;
MB – Mercedes Benz;
DOU – Diário Oficial da União;
NBR – Norma da Associação
DMH – Despesas Médico Hospitalares; Brasileira de Normas Técnicas;
172
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
173
MÉTODO DE CÁLCULO
174
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
CDG – custo mensal das despesas gerais (R$); CPS – custo mensal de despesas
de pessoal (R$);
CDP – custo mensal de depreciação (R$);
CPT – custo por passageiro transportado (R$);
CDR – custo mensal do seguro de
responsabilidade civil facultativo (R$); CDP – custo mensal de despesas
com pessoal (R$);
CDS – custo mensal do seguro obrigatório
e taxa de licenciamento (R$); CRC – remuneração do capital
imobilizado (R$);
CDT – custo mensal dos serviços prestados
em Terminais/Estações de Transferência CRD – custo mensal de rodagem (R$);
e Centrais de Controle da Operação (R$);
CT – custo total mensal do sistema (R$);
CEB – valor investido em equipamentos
de bilhetagem e ITS (R$); CT[M] – custo total para o período
de análise M (R$);
CEQ – valor investido em
equipamentos de garagem (R$); CV – custo variável mensal do sistema (R$);
CIT – valor investido em terrenos (R$); DED – depreciação mensal de edificações e dos
equipamentos e mobiliário de garagem (R$);
CLA – custo mensal de locação
dos veículos de apoio (R$); DEQ – depreciação mensal dos
equipamentos de bilhetagem e ITS (R$);
CLB – custo mensal de lubrificantes (R$);
DES[d] – nível de desconto da
CLG – custo mensal de locação categoria de passageiros d (%);
de garagem (R$);
DIN – depreciação da infraestrutura (R$);
CLQ – custo mensal de locação
dos equipamentos e sistemas DMA – custo mensal com o pessoal de
de bilhetagem e ITS (R$); manutenção, administrativo e diretoria (R$);
175
MÉTODO DE CÁLCULO
DUC – número de anos do contrato a partir FTz;t – frota total para o tipo de veículo z
da data de realização do investimento; considerando o ano t como referência;
DVE – depreciação mensal dos veículos (R$); FUF[des] – fator de utilização físico de
despachantes (despachantes/veículo);
E – estoque equivalente do
almoxarifado em relação ao consumo FUF[fis] – fator de utilização físico
de peças e acessórios (meses); fiscais (fiscais/veículo);
176
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
K – número total de tipos de dias de operação; NPi[m] – número de passageiros que pagaram a
tarifa pública i no mês m (passageiros/mês);
KMm;k – extensão programada em um tipo
de dia de operação k no mês m (km/mês); NPNz – número de pneus por tipo de veículo z.
NC – nível de confiança;
177
MÉTODO DE CÁLCULO
QEL – valor anual da locação de cada SAL[des] – salários dos despachantes (R$);
conjunto de equipamentos (R$);
SAL[fis] – salários dos fiscais (R$);
QEQ – quantidade de conjuntos
de equipamentos locados; SAL[mot] – salários dos motoristas (R$);
178
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
179
MÉTODO DE CÁLCULO
VECz – preço do ônibus novo do tipo z (R$); VUAa – vida útil dos veículos de
apoio do tipo a (anos);
VIN – valor do investimento
em infraestrutura (R$); VUB – vida útil dos equipamentos
de bilhetagem e ITS (anos);
VNP – variável normal padronizada;
VUE – vida útil das edificações (anos);
VRVz – valor residual para o veículo tipo z (%);
VUI – vida útil da infraestrutura (anos);
VRAa – valor residual dos veículos
de apoio do tipo a (%); VUQ – vida útil dos equipamentos e
mobiliário de garagem (anos);
VRB – valor residual dos equipamentos
de bilhetagem eletrônica e ITS (%); VUVz – vida útil do veículo do tipo z (anos);
180
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
181
GLOSSÁRIO
MÉTODO DE CÁLCULO
184
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE PÚBLICO POR ÔNIBUS
Frota operante: quantidade máxima de veí- ção do serviço de transporte coletivo. As princi-
culos que opera simultaneamente em um dia, pais categorias de funcionários são: motoristas,
para que sejam cumpridas as viagens progra- cobradores, fiscais despachantes, diretoria,
madas do sistema. pessoal administrativo e de manutenção.
Frota total: quantidade total de veículos ne- Poder concedente/órgão gestor: ente público
cessários para o atendimento adequado dos (municipal, estadual, distrital ou federal), que
serviços programados, correspondendo à é legalmente responsável pelo processo de ges-
soma da frota operante com a frota funcional. tão do sistema de transporte coletivo urbano.
Itinerário: sequência de vias a serem percorridas Programação das linhas: definição da frota
pelos veículos de uma determinada linha entre operacional específica para cada linha, a
dois pontos preestabelecidos (inicial e final). quantidade, o intervalo e os horários das via-
gens a serem realizadas, o tempo de viagem
Instalações: espaços, adquiridos ou alugados para cobertura de todo o itinerário, a fixação
pelas empresas operadoras, necessários para de uma velocidade operacional média, entre
organização de toda a mão de obra e acomoda- outros, para o atendimento de uma área ou re-
ção dos equipamentos e demais insumos en- gião do sistema de transporte coletivo.
volvidos na prestação do serviço de transporte
público coletivo. Receita: recursos originários das fontes de
custeio definidas e regulamentadas para o ser-
Linha de ônibus: formada pelo itinerário com- viço de transporte coletivo.
posto pelas vias definidas como traçado a ser
percorrido pelos ônibus. Receita tarifária: receita obtida unicamente
do pagamento das tarifas públicas realizado
Número de viagens programadas: quantida- pelos usuários do transporte coletivo.
de de viagens calculada como necessária para
atender a demanda de passageiros em um de- Receita associada aos passageiros com bene-
terminado período do dia. fícios tarifários: receita originária de outras
fontes de recursos criadas para o custeio dos
Passageiros (ou usuários): clientes que utili- custos de deslocamentos de usuários benefi-
zam o serviço de transporte coletivo em um de- ciados com descontos tarifários ou gratuida-
terminado momento do período de operação. des, tais como: estudantes, pessoas com neces-
sidades especiais, entre outras.
Passageiros pagantes: usuários que pagam o
valor integral da tarifa pública ou são benefi- Receita total do sistema: consiste no somató-
ciados com descontos. rio de todas as fontes de receita definidas nos
contratos de prestação de serviço de transporte
Passageiros não pagantes: usuários bene- coletivo. Destacam-se os recursos oriundos da
ficiados com gratuidades que não pagam a tarifa pública, dos subsídios e de demais receitas
tarifa pública. acessórias, tais como da exploração publicitária.
185
MÉTODO DE CÁLCULO
186