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  • Lisboa No Anno 2000 (I)

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    First part of an essay on Lisbon in the year 2000, as imagined by the engineer Melo de Matos. Published in "Illustração Portugueza," n. 5, 1906.

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    di 5
    H seme —ILLUSTRAGAO PORTUGUEZA © PORTO DE LISBOA De bom grado olkamos para o pu tagal. Com prazer rememoramos Tidsas da nossn historia © até es aquellas emeque o oiro do Brazil alimentava as nossas yaidades sem alentar a nossa industri lo de Por. 8 epacas glo- jos perante a larg Albuquerque ou do Marques niio nos aitevemos a encarar de frente o que © future péde reservar para o aioss0 pain. Se algum ostadist iniciativa, quiz obrigar-nos a ‘outras nagses, ou passon por visionsrio on-foi tar Sado de aventureiro. Apontar nomes seria refor- GAT A nossa assergio, mas ainda se péde dizer quo esto quentes as cinzas de alguns, mio apae gadas. ns p is pels idéas de on fox @ por isco mais vale seguir o consetho do Dante: ma gnarda ¢ passa eembarcarmo-nos no bv. tel doirado da phantasia, para vivermos a Lis. boa que deveriamos ter aqui por vinte annos, que & forgoso que tenhamos até antes dessa epora, sob pena de darmos razio i prophecia de win os. tadisia inglez, cujo nome tambem nio citaremos. Chamamoslhe “Lisboa no anno 2000; mas, 80 Progradirmos a yaler ¢ como devomos, dentro de 96 annos feremos ulttapassado tudo quanto phan- tasiarmos aqui. Quando muito, bastario trinta annos para que Se realise ino quanto sonharmos oscrovondo. Queiramos, mas queiramolo a valor © iudo quan. t9 fizemos ficaré a perder do vista da quo phanta. | ssiarmios, ‘sistas de Affonso de Pombal, como as ‘ @ A terra de muglas e deseairadas gentes n'uma manha de junho tove noticia dé que demandava « barra o Wit Eunnes, 0 melhor © mais rapido dos yapores da Norte Kieropa, companhia de nayega- Go que, em dex amos, agambarcara o trafoso da Powel Mail, dw Société Nacate de? Ouest © dn Ham- marger Linie, A side du companhia de navegacko denomina- da Norte Europa eva um bello palacio de estylo mi. auelino situate no Aterro, nio longe do anto- porto, Tambem era n'esse palacio que estavam installndasas Conpanhias de naregacito para a Africa Oriental, Africa Occidental ¢ Sat America, Poderoxa companhia era a Norte Europa, possuidora de do- ze. gransles trensatlanticos, Emm frente d’aquet! palacto, no Jango para que deilava a fachada principal, yia-s0 a estatna de Vasco da Gama, q) descreveremos mais adeante, O- Gil Bannes foi construide nos estaleiros que uma grande empreza portugneza possuin no ¢ Jal Era esto-o maior vapor da carroira Norte E ropa. Media "de popa i proa 250 metros, 48 de Jargura ¢ 22 de profundidade, Deslocava 70:00 to- neladas © contporinva 47:00. As machinas deson- ‘volviam 26:000 cavallos de forga © imprimiam-lhe sina velocidade de 80 imilhas por hora, de ma- neira que poueo mais gastava de 25 horas o mofa de Londres pars Lisboa. Accommoiava 900 pa geiros de primeira classe, 400 de segunda © 250 de terceira, ulém de 3:000 na entreponto. A_penar das suns grandos dimensdes oradiminuto 130 se abe: © numero de homens de tripulacio, trahissem os eriados ¢ mogos de bordo. ‘A carga das fornalhas das caldeiras, tambem construidas em Portugal, faziase meeanicamente per meio de um systema do pyrometros 0 ala- Yancas que actuayam dragas que langavam auto- maticamente 0 carvao sobreas grellas. O combusti- vel empregado erao pé do carvito, sefunde um pro- cesso inyentado por wm engenheiro portugues, Um chimico portugues inventara tambent um methodo de applicaciio do calor dos gazes da com- ‘Dustdo 4 decomposigio do ar atmospher veitandose 0 oxigenio puro para quei bonio ¢ produzir o calor e 0 azote rag nm senie—ILLUSTRAQAO PORTUGUEZA Como o indica eseu nome, o feleparineta ayisave. longe, ¢, de facto, com este apparelho conheciam-se ‘0s obstaculos que so encontravam na derrofa div embarcacio até tres milhas de distancia, Como os possantes freios que possniamn ns ma- chinas do Gil Eannes detiuham 0 vapor em doze se- gundos, por isso havia trinta yezes mais tempo dio que era preciso para evitar os abalroamentos. Para que pormenorisar este apparellio avisador que revelaya os obstaculos por meio de uma bussola, das tangentes? Para que alongarmo-nos na des- cripgio deste machinismo que tanto impression Portugal quando se fizeram as primeiras expe- rieneinx com elle? Para que recordar o enti

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