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UFS-SE
Assistente em Administração
Edital nº 020/2017
NB021-2017
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Legislação
• Conhecimentos Específicos
Produção Editorial/Revisão
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Suelen Domenica Pereira
Capa
Joel Ferreira dos Santos
Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
Gerente de Projetos
Bruno Fernandes
APRESENTAÇÃO
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
1. Quanto à compreensão de textos: Reconhecimento da intenção comunicativa dominante no texto; avaliação do texto
sob os seguintes aspectos: recuperação da intenção comunicativa, articulações coesivas, adequação da pontuação, au-
sência de contradições e adequação à situação comunicativa e ao público-alvo; reconhecimento das variantes linguísti-
cas e avaliação de sua pertinência à situação de comunicação, ao gênero textual e ao público-alvo; reconhecimento do
tipo textual predominante no texto; estabelecimento de relações entre textos de diferentes gêneros discursivos. ...... 01
2. Quanto ao conhecimento linguístico: Classes de palavras: usos e adequação em textos; tópicos de morfossintaxe;
acentuação das palavras: regras gerais relacionadas à tonicidade; regência e concordância verbal e nominal................ 30
3. Redação Oficial..................................................................................................................................................................................................... 99
Legislação
1. Lei nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990 - Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas federais......................................................................................................................................................................... 01
2. Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993 - Normas para Licitações e Contratos da Administração Pública......................... 36
3. Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999 – Processo Administrativo Federal................................................................................... 63
Conhecimentos Específicos
1. Gestão Organizacional: Funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e controlar; Hierarquia administrativa;
Departamentalização; Estratégia organizacional; ....................................................................................................................................... 01
Processos organizacionais: fluxograma, manuais, formulários e planilhas. ...................................................................................... 08
2. Gestão Pública: Administração direta e indireta; Tipologias da administração pública; Centralização e descentraliza-
ção; Delegação de autoridade; .......................................................................................................................................................................... 10
Princípios da administração Pública. ............................................................................................................................................................... 19
3. Gestão de Pessoas: Os processos de gestão de pessoas; Liderança e tipos de poder; .......................................................... 21
Recrutamento e seleção de pessoas; Avaliação de desempenho; ....................................................................................................... 24
Treinamento e desenvolvimento; ...................................................................................................................................................................... 28
Motivação. .................................................................................................................................................................................................................. 29
4. Gestão Logística: Princípios e missão logística; Tipos de valor em logística; Estocagem; Almoxarifado e movimentação
de materiais; Transportes: classificação e intermodalidade. ................................................................................................................... 33
5. Gestão financeira: Noções de orçamento público.................................................................................................................................. 41
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Quanto à compreensão de textos: Reconhecimento da intenção comunicativa dominante no texto; avaliação do texto
sob os seguintes aspectos: recuperação da intenção comunicativa, articulações coesivas, adequação da pontuação, au-
sência de contradições e adequação à situação comunicativa e ao público-alvo; reconhecimento das variantes linguísti-
cas e avaliação de sua pertinência à situação de comunicação, ao gênero textual e ao público-alvo; reconhecimento do
tipo textual predominante no texto; estabelecimento de relações entre textos de diferentes gêneros discursivos. ...... 01
2. Quanto ao conhecimento linguístico: Classes de palavras: usos e adequação em textos; tópicos de morfossintaxe;
acentuação das palavras: regras gerais relacionadas à tonicidade; regência e concordância verbal e nominal................ 30
3. Redação Oficial..................................................................................................................................................................................................... 99
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Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. ceram na mina...”
( ) CERTO ( ) ERRADO
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
4-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: questões de números 6 a 8.
— Carta para o 9.326!!!
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está Férias na Ilha do Nanja
em
branco, e um outro pergunta: Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
— Quem te mandou essa carta? malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
— Minha irmã. faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
— Mas por que não está escrito nada?
fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
— Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
adaptações).
tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
acima decorre numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
A) da identificação numérica atribuída ao louco. própria vida.
B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a E eu vou para a Ilha do Nanja.
carta no hospício. Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
C) do fato de outro louco querer saber quem enviou férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
a carta. cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já es-
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran- tou vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a
co. moça à janela a namorar um moço na outra janela de outra
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele. ilha.
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
5-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR – FGV Adaptado)
PROJETOS/2010)
*fissuras: fendas, rachaduras
Painel do leitor (Carta do leitor)
6-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
Resgate no Chile – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a
maneira como se preparam para suas férias, a autora mos-
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de tra que seus amigos estão
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (A) serenos.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. (B) descuidados.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com (C) apreensivos.
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- (D) indiferentes.
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode (E) relaxados.
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos,
Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen-
7-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E,
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons-
que, assim como seus amigos, a autora viaja para
trando coragem e desprendimento, desceram na mina para
ajudar no salvamento. (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai- (B) escapar do lugar em que está.
nel do leitor – 17/10/2010) (C) reencontrar familiares queridos.
(D) praticar esportes radicais.
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- (E) dedicar-se ao trabalho.
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem 8-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: – VUNESP/2013) Ao descrever a Ilha do Nanja como um
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” lugar onde, “à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma cresce como um bosque” (último parágrafo), a autora su-
mina de cobre e ouro no Chile.” gere que viajará para um lugar
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As ações contidas no texto narrativo são praticadas Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-
pelas personagens, que são justamente as pessoas en- se de tal forma, que não é possível compreendê-los iso-
volvidas no episódio que está sendo contado. As persona- ladamente, como simples exemplos de uma narração. Há
gens são identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos uma relação de implicação mútua entre eles, para garantir
substantivos próprios. coerência e verossimilhança à história narrada. Quanto aos
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mes- elementos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente
mo sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) sempre presentes no discurso, exceto as personagens ou o
as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. fato a ser narrado.
O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de
espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar. Exemplo:
Além de contar onde, o narrador também pode es-
clarecer “quando” ocorreram as ações da história. Esse Porquinho-da-índia
elemento da narrativa é o tempo, representado no texto
narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente Quando eu tinha seis anos
pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações Ganhei um porquinho-da-índía.
no texto narrativo: é ele que indica ao leitor “como” o fato Que dor de coração me dava
narrado aconteceu. Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
A história contada, por isso, passa por uma introdução Levava ele pra sala
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
pelo desenvolvimento do enredo (é a história propria- Ele não gostava:
mente dita, o meio, o “miolo” da narrativa, também cha- Queria era estar debaixo do fogão.
mada de trama) e termina com a conclusão da história (é o Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador, - O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira na-
que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impes- morada.
soal (narra em 3ª pessoa: Ele...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por ver- Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed.
bos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110.
lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens,
Observe que, no texto acima, há um conjunto de trans-
que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que
formações de situação: ganhar um porquinho-da-índia é
fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma
passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê
rede: a própria história contada.
-lo; levá-lo para a sala ou para outros lugares é passar da
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que
situação de ele estar debaixo do fogão para a de estar em
conta a história. outros lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo
do fogão” implica a volta à situação anterior; “não fazia caso
Elementos Estruturais (I): nenhum das minhas ternurinhas” dá a entender que o me-
nino passava de uma situação de não ser terno com o ani-
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos. malzinho para uma situação de ser; no último verso tem-se
- Personagens: são seres que se movimentam, se re- a passagem da situação de não ter namorada para a de ter.
lacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande con-
Revelam-se por meio de características físicas ou psicológi- junto de mudanças de situação. É isso que define o que se
cas. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), com- chama o componente narrativo do texto, ou seja, narrativa
plexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) é uma mudança de estado pela ação de alguma persona-
ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), gem, é uma transformação de situação. Mesmo que essa
heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas. personagem não apareça no texto, ela está logicamente
- Narrador: é quem conta a história. implícita. Assim, por exemplo, se o menino ganhou um
- Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico. porquinho-da-índia, é porque alguém lhe deu o animalzi-
- Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: nho. Assim, há basicamente, dois tipos de mudança: aquele
o tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o em que alguém recebe alguma coisa (o menino passou a
tempo interior, subjetivo. ter o porquinho-da índia) e aquele alguém perde alguma
coisa (o porquinho perdia, a cada vez que o menino o le-
Elementos Estruturais (II): vava para outro lugar, o espaço confortável de debaixo do
fogão). Assim, temos dois tipos de narrativas: de aquisição
Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista e de privação.
Acontecimento - O quê? Fato
Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato Existem três tipos de foco narrativo:
Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato
Modo - Como? De que forma ocorreu o fato - Narrador-personagem: é aquele que conta a his-
Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato tória na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e
Resultado - previsível ou imprevisível. personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª
Final - Fechado ou Aberto. pessoa.
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- Narrador-observador: é aquele que conta a história Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a
como alguém que observa tudo que acontece e transmite cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado
ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa. da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madru-
gadas...; ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca
enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e perdeu atalho, nunca desandou cruzada!...
sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas (...)
vezes, aparece misturada com pensamentos dos persona- Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento
gens (discurso indireto livre). dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos
desde muito tempo. (...)
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório
Estrutura:
na matança dos leitões e no tiramento dos assados com
couro.
- Apresentação: é a parte do texto em que são apre- (J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
sentados alguns personagens e expostas algumas circuns-
tâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação - Em 3ª pessoa:
se desenvolverá.
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia pro- Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira
priamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, pessoa. Exemplo:
conduzindo ao clímax.
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge “Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fan-
seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável. tasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, mor-
ações dos personagens. rendo de vergonha da malha de cetim, das asas e das an-
tenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa
Tipos de Personagens: para disfarçar o sentimento impreciso de ridículo.”
(Ilka Laurito. Sal do Lírico)
Os personagens têm muita importância na constru-
ção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história
como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo:
principais ou secundários, conforme o papel que desem-
penham no enredo, podem ser apresentados direta ou in-
Festa
diretamente.
A apresentação direta acontece quando o personagem Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental
aparece de forma clara no texto, retratando suas caracterís- olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanha-
ticas físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se do de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro
dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor mais novo, mas ambos com menos de dez anos.
vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas reso-
ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do lutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde
modo como vai fazendo. há seis mesas desertas.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O
- Em 1ª pessoa: homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guara-
nás e dois pãezinhos.
Personagem Principal: há um “eu” participante que __ Duzentos e vinte.
conta a história e é o protagonista. Exemplo: O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bam- __ Como?
bas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora. __ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito
mais gostoso.
Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vi-
O homem olha para os meninos.
zinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
para amparar-me, e andava outra vez e estacava.” __ Está certo.
(Machado de Assis. Dom Casmurro) Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhes-
tra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acre- vida.
ditar, eu estava lá e vi. Exemplo: O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e,
em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôn-
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre dega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos
teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice
contrabandista que fez cancha nos banhados do Ibirocaí. se retira.
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Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as
o copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns.
guaraná e morde o primeiro bocado do pão. Ia firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem
O homem toma a cerveja em pequenos goles, obser- olhar muito para nada.
vando criteriosamente o menino mais velho e o menino mais
novo absorvidos com o sanduíche e a bebida. __ Olho vivo – como dizia Paraná.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois me- Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das
ninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, ruas. Ele ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava
sentados naquela mesa. um guarda nas esquinas. O seu coraçãozinho se apertava.
(Wander Piroli) Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma
mulher. Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à
Tipos de Discurso: noite. Pelo jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela
lhe deu, ele seguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos,
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente
mas provavelmente faltava mais ou menos uma hora para
para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo:
chegar em casa. Os bondes passavam.
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço)
Caso de Desquite
__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na boca). Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala
Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto casado. do personagem e a fala do narrador. É um recurso relati-
Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-vergonha. vamente recente. Surgiu com romancistas inovadores do
__ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só século XX. Exemplo:
não me pise, fico uma jararaca.
__ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão. A Morte da Porta-Estandarte
__ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está
bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de mamar Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus bra-
no primeiro mês. ços. Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é
__Você desempregado, quem é que fazia roça? preciso segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou,
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava. Fui se abriu... Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não
jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no mundo sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga
sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e dia o ho- não... Não! E esses tambores? Ui! Que venham... É guer-
minho aqui na carroça. Sempre o mais sacrificado, está bom? ra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em
__ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende? sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém morre dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo do País...
só. Sempre tem um cristão que enterra o pobre. Abraçá-la no alto de uma colina...
__ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher... (Aníbal Machado)
__ Eu arranjo.
__ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem Sequência Narrativa:
dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de melhor.
Vai me deixar sem nada? Uma narrativa não tem uma única mudança, mas vá-
__ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a po- rias: uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma
tranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um prato
subordina-se a outra.
de comida e roupa lavada.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação:
__ Para onde foi a lavadeira?
__ Quem? - uma em que uma personagem passa a ter um que-
__ A mulata. rer ou um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer
(...) algo);
(Dalton Trevisan – A guerra Conjugal) - uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma
competência para fazer algo);
Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem - uma em que a personagem executa aquilo que queria
diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo: ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
- uma em que se constata que uma transformação se
Frio deu e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às
personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e
O menino tinha só dez anos. os castigos, para os maus).
Quase meia hora andando. No começo pensou num
bonde. Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se
que trazia, afastou a idéia como se estivesse fazendo uma pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata
coisa errada. (Nos bondes, àquela hora da noite, poderiam a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e
roubá-lo, sem que percebesse; e depois?... Que é que diria ela efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou
a Paraná?) deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um
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- É impossível separar narração de descrição; lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos
mas sim a capacidade de observação que deve revelar da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras.
aquele que a realiza. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exem- despegadas do crânio.”
plo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais ve- (Eça de Queiroz - O Primo Basílio)
lha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda,
sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, compa-
do sexo que parecem conformados expressamente para es- rações, sinestesias). Exemplo:
posas da multidão (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo,
“Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não
não existe relação de anterioridade e posterioridade entre
seus enunciados. muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês.
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade
que se usem então as formas nominais, o presente e o pre- buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e ca-
tério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência sava perfeitamente com os olhinhos de azougue.”
aos verbos que indiquem estado ou fenômeno. (José de Alencar - Senhora)
- Todavia deve predominar o emprego das compara-
ções, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido - Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo:
ao texto.
“Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha,
A característica fundamental de um texto descritivo é e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois
essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apresen- você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma esca-
tar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, desde dinha que devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na
que eles sejam sempre simultâneos, não indicando progres-
sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde
são de uma situação anterior para outra posterior. Tanto é
que uma das marcas linguísticas da descrição é o predomí- saíam três portas; no final do corredor tinha a cozinha, de-
nio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito do in- pois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ain-
dicativo: o primeiro expressa concomitância em relação ao da tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...”
momento da fala; o segundo, em relação a um marco tem- (Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)
poral pretérito instalado no texto.
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria Recursos:
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial, - Usar impressões cromáticas (cores) e sensações tér-
para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso micas. Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor
grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo... alegre do sol.
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exa-
Características Linguísticas: tas, concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um
céu sereno, uma pureza de cristal.
O enunciado narrativo, por ter a representação de um
acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela tempo- - As sensações de movimento e cor embelezam o po-
ralidade, na relação situação inicial e situação final, enquan- der da natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde
to que o enunciado descritivo, não tendo transformação, é transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
atemporal. - A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático- do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a com- pessoal, muito crente.
preensão:
- Predominância de verbos de estado, situação ou indi- A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
cadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados prin-
cipalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a
estar, haver, situar-se, existir, ficar). passagem são apresentadas como realmente são, concre-
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que tamente. Exemplo:
é descrito;
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética,
Exemplo:
ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabe-
“Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço los negros e lisos”.
entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no quei-
xo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento.
amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à Exemplo:
outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto
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LÍNGUA PORTUGUESA
“A casa velha era enorme, toda em largura, com por- O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a vi-
ta central que se alcançava por três degraus de pedra e sualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de
quatro janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas característi-
pau-a-pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos cas exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva),
e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatro águas. Pin- ou suas características psicológicas e até emocionais (des-
tada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora, crição subjetiva).
provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse ficado, Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de ad-
capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Ca- jetivos, também denominado adjetivação. Para facilitar o
minho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua aprendizado desta técnica, sugere-se que o concursando,
Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha após escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos,
e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” acrescentando antes ou depois deste um adjetivo ou uma
(Pedro Nava – Baú de Ossos) locução adjetiva.
Descrição Subjetiva: quando há maior participação Descrição de objetos constituídos de uma só parte:
da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a pai-
sagem são transfigurados pela emoção de quem escreve, - Introdução: observações de caráter geral referentes à
podendo opinar ou expressar seus sentimentos. Exemplo: procedência ou localização do objeto descrito.
“Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (com-
ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito
paração com figuras geométricas e com objetos semelhan-
como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo
tes); dimensões (largura, comprimento, altura, diâmetro
era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram
de um rei...” etc.)
(“O Ateneu”, Raul Pompéia) - Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso,
cor/brilho, textura.
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra - Conclusão: observações de caráter geral referentes a
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o
par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, objeto como um todo.
mandando por lei, de sobregoverno.” Descrição de objetos constituídos por várias partes:
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas) - Introdução: observações de caráter geral referentes à
procedência ou localização do objeto descrito.
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos ele- - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentá-
mentos descritivos: rios das partes que compõem o objeto, associados à expli-
cação de como as partes se agrupam para formar o todo.
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um
progressão temporal, a ordem dos enunciados na descri- todo (externamente) - formato, dimensões, material, peso,
ção é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades textura, cor e brilho.
ou características que ocorrem simultaneamente. No en- - Conclusão: observações de caráter geral referentes a
tanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o
de sentido: descrever de cima para baixo ou vice-versa, do objeto em sua totalidade.
detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos
de sentido distintos. Descrição de ambientes:
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, - Introdução: comentário de caráter geral.
de Bocage: - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura glo-
bal do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, lumi-
Magro, de olhos azuis, carão moreno, nosidade e aroma (se houver).
bem servido de pés, meão de altura,
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a
triste de facha, o mesmo de figura,
objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros,
nariz alto no meio, e não pequeno.
esculturas ou quaisquer outros objetos.
Incapaz de assistir num só terreno, - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira
mais propenso ao furor do que à ternura; no ambiente.
bebendo em níveas mãos por taça escura
de zelos infernais letal veneno. Descrição de paisagens:
- Introdução: comentário sobre sua localização ou
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág. qualquer outra referência de caráter geral.
497. - Desenvolvimento: observação do plano de fundo (ex-
plicação do que se vê ao longe).
O poeta descreve-se das características físicas para as - Desenvolvimento: observação dos elementos mais
características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não próximos do observador - explicação detalhada dos ele-
seria o mesmo, pois as características físicas perderiam mentos que compõem a paisagem, de acordo com deter-
qualquer relevo. minada ordem.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluin- Textos descritivos literários: Na descrição literária
do acerca da impressão que a paisagem causa em quem predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto
a contempla. de associações conotativas que podem ser exploradas a
partir de descrições de pessoas; cenários, paisagens, espa-
Descrição de pessoas (I): ço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como
qualquer aspecto de caráter geral. em verso.
- Desenvolvimento: características físicas (altura, peso,
cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas). Dissertação
- Desenvolvimento: características psicológicas (perso-
nalidade, temperamento, caráter, preferências, inclinações, A dissertação é uma exposição, discussão ou interpre-
postura, objetivos).
tação de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar al-
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
gum tema. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica,
caráter geral.
raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição,
Descrição de pessoas (II): um planejamento de trabalho e uma habilidade de expres-
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de são. É em função da capacidade crítica que se questionam
qualquer aspecto de caráter geral. pontos da realidade social, histórica e psicológica do mun-
- Desenvolvimento: análise das características físicas, do e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação
associadas às características psicológicas (1ª parte). no seu significado diz respeito a um tipo de texto em que
- Desenvolvimento: análise das características físicas, a exposição de uma ideia, através de argumentos, é feita
associadas às características psicológicas (2ª parte). com a finalidade de desenvolver um conteúdo científico,
- Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de doutrinário ou artístico. Exemplo:
caráter geral.
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência,
É uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma
predominam. Porque toda técnica descritiva implica con- irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e
templação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrup-
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensi- ção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os
bilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou
que se valem do último desses métodos, pois os tais faná-
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza
ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservien-
cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
tes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição
Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros
não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há subordinando a maioria do senado, ou grande conselho,
maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a pre- e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja
cisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da de- natureza lhe expliquei), garantem-se contra futuras pres-
notação. tações de contas e retiram-se da vida pública carregados
com os despojos da nação.
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usan- São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.
do uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é
usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as Esse texto explica os três métodos pelos quais um ho-
peças que os compõem, para descrever experiências, pro- mem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe
cessos, etc. Exemplo: discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a cor-
rupção na corte e justifica esse conselho. Observe-se que:
Folheto de propaganda de carro - o texto é temático, pois analisa e interpreta a realida-
de com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem
homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro-
incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos,
ministro, mas do homem em geral e de todos os métodos
acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O
Passat e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar para atingir o poder);
condicionado de elevada capacidade, proporcionando a - existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
climatização perfeita do ambiente. mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui corte no momento em que se tornam primeiros-ministros);
capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até - a progressão temporal dos enunciados não tem im-
1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. portância, pois o que importa é a relação de implicação
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em (clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, depois da nomeação para primeiro-ministro).
para evitar a deformação em caso de colisão.
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O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre- - Existem várias razões que levam um homem a enve-
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) redar pelos caminhos do crime.
e uma ou mais frases que explicitem tal ideia. - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmen- - O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua sobre-
te graves. (ideia secundária)”. vivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
Vejamos: - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser comba- várias categorias.
tida urgentemente.
Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver atra-
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser vés da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e
combatida urgentemente, pois a alta concentração de ele- apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
mentos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas,
sobretudo daquelas que sofrem de problemas respirató- Exemplo:
rios:
“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a
- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente
levado muita gente ao vício. sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni- que a felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
cação criados pelo homem. (Arthur Schopenhauer)
- A violência tem aumentado assustadoramente nas ci-
dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
resolvido apenas pela polícia. encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise motivador) e, em outras situações, um segmento indicando
atualmente. consequências (fatos decorrentes).
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a Exemplos:
sociedade brasileira.
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanidade
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver
as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam.
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma
série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de - O espírito competitivo foi excessivamente exercido en-
características, funções, processos, situações, sempre ofe- tre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa
recendo o complemente necessário à afirmação estabele- sociedade fria e inamistosa.
cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os
critérios de importância, preferência, classificação ou alea- Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
toriamente. temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.
Exemplos:
Exemplo:
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. De-
várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios pois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, in-
sistemáticos e demasiada permanência diante de compu- ventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que passou
tadores e aparelhos de Televisão. à comunicação de massa.
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmi-
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran- dos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte
de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro- decomposição de rochas, isto é, uma forte transformação da
gramação à veiculação de programas religiosos de crenças rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões temperadas
variadas. e ainda nas mais frias, a camada do solo é pouco profunda.
(Melhem Adas)
3-
- A Santa Missa em seu lar. Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se con-
- Terço Bizantino. ceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais
- Despertar da Fé. compreensíveis.
- Palavra de Vida. Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente
- Igreja da Graça no Lar. do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical
e na ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias
4- contém sangue vermelho-vivo, recém oxigenado. Na arté-
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o ria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais escuro e
governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, dese- desoxigenado, que o coração remete para os pulmões para
quilíbrios sociológicos e poluição. receber oxigênio e liberar gás carbônico”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, Argumento tem uma origem curiosa: vem do latim Ar-
deve delimitar-se o tema que será desenvolvido e que po- gumentum, que tem o tema ARGU, cujo sentido primeiro é
derá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, “fazer brilhar”, “iluminar”, a mesma raiz de “argênteo”, “ar-
o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a gúcia”, “arguto”. Os argumentos de um texto são facilmente
partir das seguintes ideias: localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê?
Exemplo: o autor é contra a pena de morte (tese). Por que...
- A violência contra os povos indígenas é uma constan- (argumentos).
te na história do Brasil.
- O surgimento de várias entidades de defesa das po- Estratégias argumentativas são todos os recursos
pulações indígenas. (verbais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ou-
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio vinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para
brasileiro. persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
A Estrutura de um Texto Argumentativo
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver,
deve fazer a estruturação do texto. A argumentação Formal
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra “Co-
municação em Prosa Moderna”. O autor, na mencionada
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desen- obra, apresenta o seguinte plano-padrão para o que cha-
volvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura ma de argumentação formal:
do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar
a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida
plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, e limitada; não deve conter em si mesma nenhum argu-
mento.
seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser
defendida.
Análise da proposição ou tese: definição do sentido
da proposição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
mal-entendidos.
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
através da argumentação, de pormenores, da ilustração,
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados
da causa e da consequência, das definições, dos dados es-
estatísticos, testemunhos, etc.
tatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da
citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos Conclusão.
quantos forem necessários para a completa exposição da
ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco Observe o texto a seguir, que contém os elementos re-
maneiras expostas acima. feridos do plano-padrão da argumentação formal.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que ago- Gramática e desempenho Linguístico
ra deve aparecer de forma muito mais convincente, uma
vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento Pretende-se demonstrar no presente artigo que o es-
da dissertação (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma tudo intencional da gramática não traz benefícios signifi-
sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação cativos para o desempenho linguístico dos utentes de uma
da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica língua.
empregada no desenvolvimento. Por “estudo intencional da gramática” entende-se o
estudo de definições, classificações e nomenclatura; a rea-
Texto Argumentativo lização de análises (fonológica, morfológica, sintática); a
memorização de regras (de concordância, regência e colo-
Texto Argumentativo é o texto em que defendemos cação) - para citar algumas áreas. O “desempenho linguís-
uma ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procuran- tico”, por outro lado, é expressão técnica definida como
do (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor sendo o processo de atualização da competência na pro-
aceite-a, creia nela. Num texto argumentativo, distinguem- dução e interpretação de enunciados; dito de maneira mais
se três componentes: a tese, os argumentos e as estraté- simples, é o que se fala, é o que se escreve em condições
gias argumentativas. reais de comunicação.
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem
Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, neces- antiga; na verdade, surgiu com os gregos, quando surgi-
sariamente polêmica, pois a argumentação implica diver- ram as primeiras gramáticas. Definida como “arte”, “arte
gência de opinião. de escrever”, percebe-se que subjaz à definição a ideia da
sua importância para a prática da língua. São da mesma
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LÍNGUA PORTUGUESA
época também as primeiras críticas, como se pode ler em Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lem-
Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: “Raça brando que são os gramáticos, os linguistas - como es-
de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem, es- pecialistas das línguas - as pessoas que conhecem mais a
túpidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flagelo dos fundo a estrutura e o funcionamento dos códigos linguís-
poetas que mergulhais o espírito das crianças na escuridão, ticos. Que se esperaria, de fato, se houvesse significativa
ide para o diabo, percevejos que devorais os versos belos”. influência do conhecimento teórico da língua sobre o de-
Na atualidade, é grande o número de educadores, filó- sempenho? A resposta é óbvia: os gramáticos e os linguis-
logos e linguistas de reconhecido saber que negam a rela- tas seriam sempre os melhores escritores. Como na prática
ção entre o estudo intencional da gramática e a melhora do isso realmente não acontece, fica provada uma vez mais a
desempenho linguístico do usuário. Entre esses especialis- tese que se vem defendendo.
tas, deve-se mencionar o nome do Prof. Celso Pedro Luft Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse
com sus obra “Língua e liberdade: por uma nova concepção significativa, deveriam os melhores escritores conhecer -
de língua materna e seu ensino” (L&PM, 1995). Com efeito, teoricamente - a língua em profundidade. Isso, no entanto,
o velho pesquisar apaixonado pelos problemas da língua, não se confirma na realidade: Monteiro Lobato, quando es-
teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística, tudante, foi reprovado em língua portuguesa (muito prova-
reúne numa mesma obra convincente fundamentação para velmente por desconhecer teoria gramatical); Machado de
seu combate veemente contra o ensino da gramática em Assis, ao folhar uma gramática declarou que nada havia en-
sala de aula. Por oportuno, uma citação apenas: tendido; dificilmente um Luis Fernando Veríssimo saberia o
“Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez que é um morfema; nem é de se crer que todos os nossos
abandonem a superstição da teoria gramatical, desistindo bons escritores seriam aprovados num teste de Português
de querer ensinar a língua por definições, classificações, à maneira tradicional (e, no entanto eles são os senhores
análises inconsistentes e precárias hauridas em gramáticas. da língua!).
Já seria um grande benefício”. Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como
Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre, recuperar linguisticamente os alunos, como promover um
acima referida suponha-se que se deva recuperar linguisti- melhor desempenho linguístico mediante o ensino-estudo
camente um jovem estudante universitário cujo texto apre- da teoria gramatical. O caminho é seguramente outro.
sente preocupantes problemas de concordância, regência,
colocação, ortografia, pontuação, adequação vocabular, Gilberto Scarton
coesão, coerência, informatividade, entre outros. E, esti-
mando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gramática que
Eis o esquema do texto em seus quatro estágios:
ele passaria a estudar: que é fonética? Que é fonologia?
Que é fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borboleta?
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se
O feminino de cupim? Como se chama quem nasce na
enuncia claramente a tese a ser defendida.
Província de Entre-Douro-e-Minho? Que é oração subor-
dinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio? E de-
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se de-
corasse regras de ortografia, fizesse lista de homônimos,
finem as expressões “estudo intencional da gramática” e
parônimos, de verbos irregulares... e estudasse o plural de
“desempenho lingüístico”, citadas na tese.
compostos, todas regras de concordância, regências... os
casos de próclise, mesóclise e ênclise. E que, ao cabo de
todo esse processo, se voltasse a examinar o desempenho Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo
do jovem estudante na produção de um texto. A melhora e oitavo parágrafos, em que se apresentam os argumentos.
seria, indubitavelmente, pouco significativa; uma pequena - Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argu-
melhora, talvez, na gramática da frase, mas o problema de mentação.
coesão, de coerência, de informatividade - quem sabe os - Quarto parágrafo: argumento de autoridade.
mais graves - haveriam de continuar. Quanto mais não seja - Quinto parágrafo: argumento com base em ilustração
porque a gramática tradicional não dá conta dos mecanis- hipotética.
mos que presidem à construção do texto. - Sexto parágrafo: argumento com base em dados es-
Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é ape- tatísticos.
nas hipotética e que, por isso, um argumento de pouco - Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em
valor. Contra argumentar-se-ia dizendo que situação como fatos.
essa ocorre de fato na prática. Na verdade, todo o ensino
de 1° e 2° graus é gramaticalista, descritivista, definitório, Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apresen-
classificatório, nomenclaturista, prescritivista, teórico. O re- ta a conclusão.
sultado? Aí estão as estatísticas dos vestibulares. Valendo
40 pontos a prova de redação, os escores foram estes no A Argumentação Informal
vestibular 1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candida-
tos, nota 01: 30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%. A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra já
Ou seja, apenas 20% dos candidatos escreveram um texto referida. A argumentação informal apresenta os seguintes
que pode ser considerado bom. estágios:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime Texto organizado em itens:
uma ordem, dada ao locutor, para executar (ou não exe-
cutar) tal ou tal ação. As formas verbais específicas destas Para economizar nas compras
frases estão no modo injuntivo e o imperativo é uma das
formas do injuntivo. Quem deseja economizar ao comprar deve:
- estabelecer um valor máximo para gastar;
Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de monta- - escolher previamente aquilo que deseja comprar an-
gem, receitas, horóscopos, provérbios, slogans... são textos tes de ir à loja ou entrar em sites de compra;
que incitam à ação, impõem regras; textos que fornecem - pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se
instruções. São orientados para um comportamento futuro possível;
do destinatário. - não se deixar levar completamente pelas sugestões
dos vendedores nem pelos apelos das propagandas;
Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orien- - optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem
tar por escrito o modo de realizar determinados procedi- se esquecer de que o uso do cartão de crédito exige certa
mentos, manipular instrumentos, desenvolver atividades cautela e planejamento.
lúdicas e desempenhar algumas funções profissionais, por Do mais, é só ir às compras e aproveitar!
exemplo, deu origem aos chamados textos injuntivos, nos
quais prevalece a função apelativa da linguagem, criando- Texto organizado em períodos:
se uma relação direta com o receptor. É comum aos textos
dessa natureza o uso dos verbos no imperativo (Abra o ca- Para economizar nas compras
derno de questões) ou no infinitivo (É preciso abrir o cader-
no de questões, verificar o número de alternativas...). Não Para economizar ao comprar, primeiramente estabe-
apresenta caráter coercitivo, haja vista que apenas induz leça um valor máximo para gastar e então escolha pre-
o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. Assim, viamente aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou
torna-se possível substituir um determinado procedimento entrar em sites de compra. Se possível, pesquise os preços
em função de outro, como é o caso do que ocorre com em diferentes lojas e sites; não se deixe levar completa-
os ingredientes de uma receita culinária, por exemplo. São mente pelas sugestões dos vendedores nem pelos apelos
exemplos dessa modalidade: das propagandas e opte pela forma de pagamento mais
- A mensagem revelada pela maioria dos livros de au- cômoda: não se esqueça de que o uso do cartão de crédito
toajuda; exige certa cautela e planejamento.
- O discurso manifestado mediante um manual de ins- Do mais, aproveite as compras!
truções;
- As instruções materializadas por meio de uma receita Observe que, embora ambos os textos tratem do mes-
culinária. mo assunto, o segundo é uma adaptação do primeiro:
tanto o modo verbal quanto a pontuação sofreram alte-
Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de rações; além disso, algumas palavras foram omitidas e ou-
texto injuntivo, didático, que tem por objetivo justamen- tras acrescentadas. Isso ocorreu para que o aspecto instru-
te apresentar orientações ao receptor para que ele realize cional, conferido pelos itens do primeiro exemplo, não se
determinada atividade. Como as palavras do texto serão perdesse no segundo texto, o qual, sem essas adaptações,
transformadas em ações visando a um objetivo, ou seja, passaria a impressão de ser um mero texto expositivo.
algo deverá ser concretizado, é de suma importância que
nele haja clareza e objetividade. Dependendo do que se
trata, é imprescindível haver explicações ou enumerações GÊNEROS TEXTUAIS
em que estejam elencados os materiais a serem utilizados,
bem como os itens de determinados objetos que serão Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
manipulados. Por conta dessas características, é necessário nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
um título objetivo. Quanto à pontuação, frequentemente produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
empregam-se dois pontos, vírgulas e pontos e vírgulas. É e decodificar).
possível separar as orientações por itens ou de modo coe-
so, por meio de períodos. Alguns textos instrucionais pos- Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
suem subtítulos separando em tópicos as instruções, basta Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz
reparar nas bulas de remédios, manuais de instruções e ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con-
receitas. Pelo fato de o espaço destinado aos textos instru- dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido.
cionais geralmente não ser muito extenso, recomenda-se o A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que
uso de períodos. Leia os exemplos. o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma
frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
inicial.
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Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre que no
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci- passado fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. habitantes. Todos muito fortes, andavam, corriam e nada-
vam pelos seus limpos canais.
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia do lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, elixir paralisante e despejou no principal rio. Após beberem
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, a água, os habitantes ficaram muito lentos, tão lentos que
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas não conseguiram impedir a maldade do terrível pirata. Seu
na prova. povo nunca mais foi o mesmo. Lépida foi roubada em seu
maior tesouro e permaneceu estagnada por muitos anos.
Textos Ficcionais e Não Ficcionais Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O
único entre tantos que ficou livre da maldição que passara
Os textos não ficcionais baseiam-se na realidade, e os de geração em geração. Diferente de todos, era muito ágil
ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos e, ao crescer, saiu em busca de uma solução. Encontrou
ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da pelo caminho bruxas de olhar feroz, gigantes de três, cinco
história. e sete cabeças, noites escuras, dias de chuva, sol intenso.
Zim tudo enfrentou.
Ficcionais: Conto; Crônica; Romance; Poemas; História E numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de fo-
em Quadrinhos. lhas, viu ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhan-
tes. Era o mago que havia sido roubado pelo pirata muitos
Não Ficcionais: anos antes. Zim ficou apreensivo. Mas o velho mago (que
tudo sabia) deu-lhe um frasco. Nele havia um antídoto e
- Jornalísticos: notícia, editorial, artigos, cartas e tex- Zim compreendeu o que deveria fazer. Despejou o líquido
tos de divulgação científica.
no rio de sua cidade.
Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo
- Instrucionais: didáticos, resumos, receitas, catálogos,
de água aqui, um banho ali e eram novamente braços que
índices, listas, verbetes em geral, bulas e notas explicativas
se mexiam, pernas que corriam, saltos e sorrisos. E a dança
de embalagens.
das sapatilhas cor-de-rosa.
(Carla Caruso)
- Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas for-
mais.
CRÔNICA
- Administrativos: requerimentos, ofícios e etc.
Em jornais e revistas, há textos normalmente assinados
FICCIONAIS por um escritor de ficção ou por uma pessoa especializada
em determinada área (economia, gastronomia, negócios,
CONTO entre outras) que escreve com periodicidade para uma se-
ção (por exemplo, todos os domingos para o Caderno de
É um gênero textual que apresenta um único conflito, Economia). Esses textos, conhecidos como crônicas, são
tomado já próximo do seu desfecho. Encerra uma história curtos e em geral predominantemente narrativos, podendo
com poucas personagens, e também tempo e espaço redu- apresentar alguns trechos dissertativos. Exemplo:
zido. A linguagem pode ser formal ou informal. É uma obra
de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, A luta e a lição
de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção,
o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vis- Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no
ta e enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define Tibete após escalar pela segunda vez o ponto culminante
pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de
romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda
uma história e tem apenas um clímax. Exemplo: (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral,
que era considerado ótimo. As façanhas dele me emocio-
Lépida naram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto,
temendo e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do
Tudo lento, parado, paralisado. Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que levam
- Maldição! - dizia um homem que tinha sido o melhor alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido o cume
corredor daquele lugar. mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada
- Que tristeza a minha - lamentava uma pequena baila- sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser
rina, olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa. humano bem sucedido a vencer desafios assim?
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Vinicius de Moraes
ROMANCE
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
O termo romance pode referir-se a dois gêneros literá-
rios. O primeiro deles é uma composição poética popular, As primeiras manifestações das Histórias em Quadri-
histórica ou lírica, transmitida pela tradição oral, sendo ge- nhos surgiram no começo do século XX, na busca de novos
ralmente de autor anônimo; corresponde aproximadamen- meios de comunicação e expressão gráfica e visual. Entre
te à balada medieval. E como forma literária moderna, o os primeiros autores das histórias em quadrinhos estão o
termo designa uma composição em prosa. Todo Romance suíço Rudolph Töpffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês
se organiza a partir de uma trama, ou seja, em torno dos Georges, e o brasileiro Ângelo Agostini. A origem dos ba-
acontecimentos que são organizados em uma sequência lões presentes nas histórias em quadrinhos pode ser atri-
temporal. A linguagem utilizada em um Romance é muito buída a personagens, observadas em ilustrações europeias
variável, vai depender de quem escreve, de uma boa dife- desde o século XIV.
renciação entre linguagem escrita e linguagem oral e prin- As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no
cipalmente do tipo de Romance. século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como
Quanto ao tipo de abordagem o Romance pode ser: cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabelece-
Urbano, Regionalista, Indianista e Histórico. E quanto à ria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias
época ou Escola Literária, o Romance pode ser: Romântico, de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do
Realista, Naturalista e Modernista. século XX também. Atualmente, o estilo cômicos dos super
-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo
POEMA espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos
japoneses (conhecidos como Mangá).
Um poema é uma obra literária geralmente apresen- A leitura interpretativa de Histórias em Quadrinhos, as-
tada em versos e estrofes (ainda que possa existir prosa sim como de charges, requer uma construção de sentidos
poética, assim designada pelo uso de temas específicos e que, para que ocorra, é necessário mobilizar alguns proces-
de figuras de estilo próprias da poesia). Efetivamente, exis- sos de significação, como a percepção da atualidade, a re-
te uma diferença entre poesia e poema. Segundo vários presentação do mundo, a observação dos detalhes visuais
autores, o poema é um objeto literário com existência ma- e/ou linguísticos, a transformação de linguagem conota-
tiva (sentido mais usual) em denotativa (sentido amplifi-
terial concreta, a poesia tem um carácter imaterial e trans-
cado pelo contexto, pelos aspetos socioculturais etc). Em
cendente. Fortemente relacionado com a música, beleza e
suma, usa-se o conhecimento da realidade e de processos
arte, o poema tem as suas raízes históricas nas letras de
linguísticos para “inverter” ou “subverter” produzindo, as-
acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média,
sim, sentidos alternativos a partir de situações extremas.
os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado Exemplo:
do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo
tem uma grande importância. Um poema também faz par-
te de um sarau (reuniões em casas particulares para expres-
sar artes, canções, poemas, poesias etc). Obra em verso em
que há poesia. Exemplo:
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Observe a tirinha em quadrinhos do Calvin: A notícia usa uma linguagem formal, que segue a nor-
ma culta da língua. A ordem direta, a voz ativa, os verbos de
ação e as frases curtas permitem fluir as ideias. É preferível
a linguagem acessível e simples. Evite gírias, termos colo-
quiais e frases intercaladas.
Os fatos, em geral, são apresentados de forma impes-
soal e escritos em 3ª pessoa, com o predomínio da função
referencial, já que esse texto visa à informação.
A falta de tempo do leitor exige a seleção das informa-
ções mais relevantes, vocabulário preciso e termos espe-
cíficos que o ajudem a compreender melhor os fatos. Em
jornais ou revistas impressos ou on-line, e em programas
de rádio ou televisão, a informação transmitida pela notícia
precisa ser verídica, atual e despertar o interesse do leitor.
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BILHETES REQUERIMENTOS
O bilhete é uma mensagem curta, trocada entre as pes- É o instrumento por meio do qual o interessado requer
soas, para pedir, agradecer, oferecer, informar, desculpar a uma autoridade administrativa um direito do qual se jul-
ou perguntar. O bilhete é composto normalmente de: data, ga detentor. Estrutura:
nome do destinatário antecedido de um cumprimento, - Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário),
mensagem, despedida e nome do remetente. Exemplo: ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do re-
Belinha, querente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qua-
Passei na sua casa para contar o que aconteceu comigo lificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documen-
ontem à noite. to de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins
Telefone para mim hoje à tarde, que eu vou contar tudi- de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei
nho para você! 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor
Um beijinho da amiga Juliana. 14/03/2013 da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil
deve ser colocado o número do registro funcional e a lo-
CARTAS FAMILIARES E CARTAS FORMAIS tação); Exposição do pedido, de preferência indicando os
fundamentos legais do requerimento e os elementos pro-
A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações batórios de natureza fática.
diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. - Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
Em uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do - Local e data.
tratamento, por exemplo, se começamos a carta no trata- - Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou car-
mento em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira go.
pessoa, seguindo também os pronomes e formas verbais
na terceira pessoa. Há vários tipos de cartas, o formato da OFÍCIOS
carta depende do seu conteúdo:
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, O Ofício deve conter as seguintes partes:
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que
assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
escritas de uma maneira particular. órgão que o expede. Exemplos:
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e segu-
ro de comunicação dentro de uma organização. A lingua- Of. 123/2002-MME
gem deve ser clara, simples, correta e objetiva. Aviso 123/2002-SG
Mem. 123/2002-MF
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem
analisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve- - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen-
se observar a concordância, a pontuação e a maneira de to à direita. Exemplo:
escrever com início, meio e então o fim, contendo tam-
bém um cabeçalho e se for uma carta formal, deve conter Brasília, 20 de maio de 2013
pronomes de tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
por fim a finalização da carta que deve conter somente um
cumprimento formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
etc.). Depois de todos esses itens terem sido colocados na Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa-
carta, a mesma deverá ser colocada em um envelope para dores.
ser enviado ao destinatário. Na parte de trás e superior do
envelope deve-se conter alguns dados muito importantes - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
tais como: nome do destinatário, endereço (rua, bairro e dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí-
cidade) e por fim o CEP. Já o remetente (quem vai enviar a do também o endereço.
carta), também deve inserir na carta os mesmos dados que
o do destinatário, que devem ser escritos na parte da fren- - Texto. Nos casos em que não for de mero encami-
te do envelope. E por fim deve ser colocado no envelope nhamento de documentos, o expediente deve conter a se-
um selo que serve para que a carta seja levada à pessoa guinte estrutura:
mencionada.
Introdução: que se confunde com o parágrafo de
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”,
“Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”, empregue
a forma direta;
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Coesão
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gá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente com o Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação
emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não das frases, aconselha-se levar em conta as seguintes suges-
basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas tões para o emprego correto dos articuladores sintáticos
nominais no interior das frases e que as conjunções ligam (conjunções, preposições, locuções prepositivas e locuções
frases dentro do período; é necessário empregar adequada- conjuntivas).
mente tanto umas como outras. É bem verdade que, na maio- - Para dar ideia de oposição ou contradição, a articu-
ria das vezes, o emprego inadequado dos conectivos remete lação sintática faz-se por meio de conjunções adversativas:
aos problemas de regência verbal e nominal. mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. Po-
Exemplos: dem também ser empregadas as conjunções concessivas
e locuções prepositivas para introduzir a ideia de oposição
“Estar inteirada com os fatos” significa participação, inte- aliada à concessão: embora, ou muito embora, apesar de,
ração. ainda que, conquanto, posto que, a despeito de, não obs-
“Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos tante.
fatos, estar informada. - A articulação sintática de causa pode ser feita por
meio de conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque,
“Ir de encontro” significa divergir, não concordar. como, por isso que, visto que, uma vez que, já que. Também
“Ir ao encontro” quer dizer concordar. podem ser empregadas as preposições e locuções preposi-
tivas: por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a,
“Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de em consequência de, por motivo de, por razões de.
ideias” significa a liberdade não é ameaça; - O principal articulador sintático de condição é o “se”:
“Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”, Se o time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também
isto é, a liberdade fica ameaçada. expressar condição pelo emprego dos conectivos: caso,
contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um - O emprego da preposição “para” é a maneira mais
dicionário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou três comum de expressar finalidade. “É necessário baixar as ta-
regências diferentes; cada uma, porém, tem um significado xas de juros para que a economia se estabilize” ou para a
específico. Lembre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre economia estabilizar-se. “Teresa vai estudar bastante para
o emprego da crase decorrem do fato de considerar-se crase fazer boa prova.” Há outros articuladores que expressam
como sinal de acentuação apenas, quando o problema refere- finalidade: a fim de, com o propósito de, na finalidade de,
se à regência nominal e verbal. com a intenção de, com o objetivo de, com o fito de, com o
Exemplos: intuito de.
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio
O verbo assistir admite duas regências: dos articuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto,
assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assis- pois, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso.
tência (O médico assiste o doente): Para introduzir mais um argumento a favor de determinada
Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao conclusão emprega- -se ainda. Os articuladores aliás,
jogo da seleção). além do mais, além disso, além de tudo, introduzem um ar-
gumento decisivo, cabal, apresentado como um acréscimo,
Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear para justificar de forma incontestável o argumento contrá-
(Pedi o jornal do dia). rio.
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que - Para introduzir esclarecimentos, retificações ou de-
fizessem silêncio). senvolvimento do que foi dito empregam-se os articu-
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); ladores: isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras. A
significa também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu conjunção aditiva “e” anuncia não a repetição, mas o de-
ajuda para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a senvolvimento do discurso, pois acrescenta uma informa-
alguém (para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar ção nova, um dado novo, e se não acrescentar nada, é pura
ainda exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de salário). repetição e deve ser evitada.
- Alguns articuladores servem para estabelecer uma
O mau emprego dos pronomes relativos também pode gradação entre os correspondentes de determinada escala.
levar à falta de coesão gramatical. Frequentemente, empre- No alto dessa escala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no
ga-se no qual ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da plano mais baixo: ao menos, pelo menos, no mínimo.
clareza do texto; outras vezes, o emprego é desnecessário ou
inadequado.
“Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para Correlação Verbal
mim no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelo-
pe que (o qual) estava sem remetente). Damos o nome de correlação verbal à coerência que,
em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as
“Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articu-
sensibilidade...” lação temporal entre os verbos, que eles se correspondam,
Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade de maneira a expressar as ideias com lógica. Tempos e mo-
delas (palavras cheias de sensibilidade). dos verbais devem, portanto, combinar entre si.
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presente do indicativo + pretérito perfeito composto 4-) (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
do subjuntivo: Espero que ele tenha feito o dever. FCC/2010) Se a tendência se mantiver, teremos cada vez
pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfei- mais...
to composto do subjuntivo: Queria que ele tivesse feito o Ao substituir o segmento grifado acima por “Caso a
dever. tendência”, a continuação que mantém a correção e o sen-
tido da frase original é:
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicati- a) se mantenha, teremos cada vez mais...
vo: Se você fizer o dever, eu ficarei feliz. b) fosse mantida, teríamos cada vez mais...
c) se manter, teremos cada vez mais...
pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito d) for mantida, teremos cada vez mais...
do indicativo: Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas. e) seja mantida, teríamos cada vez mais...
pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo +
futuro do pretérito composto do indicativo: Se você tivesse 5-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP -
feito o dever, eu teria lido suas respostas. AGENTE OPERACIONAL – VUNESP/2012 - ADAPTADA)
Assinale a alternativa que apresenta o trecho – ... o dou-
futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicati- torando enviou seu estudo para a Sociedade Britânica de
vo: Quando você fizer o dever, dormirei. Psicologia para apreciação e não esperava que houvesse
tanta publicidade. – reescrito de acordo com a norma-pa-
futuro do subjuntivo + futuro do presente composto drão, com indicação de ação a se realizar e correta corre-
do indicativo: Quando você fizer o dever, já terei dormido. lação verbal.
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2-)
Fiz as correções necessárias:
(A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane- 2. QUANTO AO CONHECIMENTO
ta não resistiu = resistirá LINGUÍSTICO: CLASSES DE PALAVRAS:
(B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto USOS E ADEQUAÇÃO EM TEXTOS; TÓPICOS
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
DE MORFOSSINTAXE; ACENTUAÇÃO
(C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis- DAS PALAVRAS: REGRAS GERAIS
torções patológicas, não haverá = haveria RELACIONADAS À TONICIDADE; REGÊNCIA E
(D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
teriam ficado)
(E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia = CLASSES DE PALAVRAS
crescerá
RESPOSTA: “B”. Adjetivo
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Já com a palavra bondade, embora expresse uma qua- Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
lidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: ho-
mem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino
portanto, não é adjetivo, mas substantivo. como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher
feliz.
Morfossintaxe do Adjetivo Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função político-social.
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito Número dos Adjetivos
ou do objeto).
Plural dos adjetivos simples
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor-
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Observe alguns deles:
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli-
Estados e cidades brasileiros:
zes, ruim e ruins boa e boas
Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça
Amazonas amazonense ou baré função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
Belo Horizonte belo-horizontino que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
Brasília brasiliense um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo:
Cabo Frio cabo-friense a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
Campinas campineiro ou campinense estiver qualificando um elemento, funcionará como adje-
tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
Adjetivo Pátrio Composto cinza.
Veja outros exemplos:
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro Motos vinho (mas: motos verdes)
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, eru- Paredes musgo (mas: paredes brancas).
dita. Observe alguns exemplos: Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
África afro- / Cultura afro-americana
Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto Adjetivo Composto
-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas
China sino- / Acordos sino-japoneses o último elemento concorda com o substantivo a que se
Espanha hispano- / Mercado hispano-português refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
Europa euro- / Negociações euro-americanas um dos elementos que formam o adjetivo composto seja
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italia- um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica-
nas rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente
Grécia greco- / Filmes greco-romanos um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen-
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
Flexão dos adjetivos invariável. Por exemplo:
Camisas rosa-claro.
O adjetivo varia em gênero, número e grau. Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Gênero dos Adjetivos Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
substantivos, classificam-se em: quer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- invariáveis.
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
mau e má, judeu e judia. têm os dois elementos flexionados.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço
norte-americano, a moça norte-americana.
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O artista canta muito mal. Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres-
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifi- pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu
ca outro advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos apressadamente.
pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de
funcionando como advérbio. No entanto, ele pode estar modo são flexionados, sendo que os demais são todos in-
demarcado por mais de uma palavra, que mesmo assim variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chama- categoria dos advérbios é a de grau:
mos de locução adverbial, representada por algumas ex- Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe
pressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente, de - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
modo algum, entre outras. inconstitucionalissimamente, etc.;
Dependendo das circunstâncias expressas pelos advér- Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto -
bios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho.
expressas por:
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pres-
sas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos Artigo
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral,
frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo,
parte dos que terminam em -”mente”: calmamente, triste-
indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente,
indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o
docemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
mente gênero e o número dos substantivos.
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, Classificação dos Artigos
quão, tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
de todo, de muito, por completo. Artigos Definidos: determinam os substantivos de
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en- maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei
fim, afinal, breve, constantemente, entrementes, imediata- um animal.
mente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em Combinação dos Artigos
quando, de quando em quando, a qualquer momento, de É muito presente a combinação dos artigos definidos
tempos em tempos, em breve, hoje em dia e indefinidos com preposições. Veja a forma assumida por
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, essas combinações:
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Preposições Artigos
adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter- o, os
namente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em a ao, aos
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta de do, dos
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, em no, nos
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum por (per) pelo, pelos
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavel- a, as um, uns uma, umas
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe à, às - -
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efe- da, das dum, duns duma, dumas
tivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubi-
na, nas num, nuns numa, numas
tavelmente (=sem dúvida).
pela, pelas - -
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
mente, simplesmente, só, unicamente
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- - As formas à e às indicam a fusão da preposição a
bém com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente conhecida por crase.
de designação: Eis
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quan- Constatemos as circunstâncias
do? (tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), em que os artigos se manifestam
para quê? (finalidade) - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do
Locução adverbial numeral “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar
das olimpíadas.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de ad-
vérbio. Exemplo: - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza,
Maria saiu à tarde. (indicando tempo) A Bahia...
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O significado das interjeições está vinculado à maneira - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!,
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contex- Cruz!, Putz!
to de enunciação. Exemplos: - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
são na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
chamando! Ei, espere!” - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expres- Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-
são em um hospital; significado da interjeição (sugestão): me, Deus!
“Por favor, faça silêncio!” - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto
puxa: interjeição; tom da fala: decepção é, não sofrem variação em gênero, número e grau como
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al-
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
tristeza, dor, etc. claro, neste caso, que não se trata de um processo natural
Você faz o que no Brasil? dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a
Eu? Eu negocio com madeiras. linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
Ah, deve ser muito interessante. até loguinho.
Comumente, as interjeições expressam sentido de: - A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.:
Atenção!, Olha!, Alerta! Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imita-
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! tivas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba!
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! - Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Boa! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
- Desculpa: Perdão! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
Oh!, Eh! no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Obrigadinho!
Epa!, Ora!
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*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são lar-
gamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
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Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou São aqueles que substituem os substantivos, indicando
a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
de alguma forma. assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”,
“vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus so- “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou
nhos! às pessoas de quem fala.
[substituição do nome] Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bo- ou do caso oblíquo.
nita! Pronome Reto
[referência ao nome]
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen-
Essa moça morava nos meus sonhos! tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores.
[qualificação do nome]
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados
nero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1ª pessoa do plural: nós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada - 2ª pessoa do plural: vós
pessoa do discurso. - 3ª pessoa do plural: eles, elas
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. Atenção: esses pronomes não costumam ser usados
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] como complementos verbais na língua-padrão. Frases
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. me até aqui”.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem
se fala] Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
boa viagem. (Nós)
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Pronome Oblíquo
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- direto ou indireto) ou complemento nominal.
sa escola neste ano. Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
adequada] Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
[neste: pronome que determina “ano” = concordância variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
adequada] indica a função diversa que eles desempenham na oração:
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
dância inadequada] marca o complemento da oração.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
tônicos.
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Pronome Oblíquo Átono O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim con-
figurado:
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
fraca: Ele me deu um presente. - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con- - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
figurado: - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 1ª pessoa do singular (eu): me - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
- 1ª pessoa do plural (nós): nos nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
- 2ª pessoa do plural (vós): vos demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes - As preposições essenciais introduzem sempre prono-
Observações: mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
forma:
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
Não há mais nada entre mim e ti.
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: nome, deverá ser do caso reto.
- Trouxeste o pacote? Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. Não vá sem eu mandar.
- Não contaram a novidade a vocês?
- Não, no-la contaram. - A combinação da preposição “com” e alguns prono-
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
No português do Brasil, essas combinações não são conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
é muito raro. companhia.
Ele carregava o documento consigo.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
é suprimida. Por exemplo: todos, ambos ou algum numeral.
fiz + o = fi-lo Você terá de viajar com nós todos.
fazeis + o = fazei-lo Estávamos com vós outros quando chegaram as más
dizer + a = dizê-la
notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome as-
sume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no Pronome Reflexivo
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
tem + as = tem-nas nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
Pronome Oblíquo Tônico expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configura-
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos do:
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Eu não me vanglorio disso.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
forte.
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A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:
Pronomes de Tratamento
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
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b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
anos. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
trouxe sua mensagem? que o procuraram ontem.
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O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
me demonstrativo o, a, os, as. tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
Não sei o que você está querendo dizer. casa onde morava foi assaltada.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
expresso. - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
Quem casa, quer casa. ou em que.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
Observe: no exterior.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
quantas. lavras:
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. - como (= pelo qual): Não me parece correto o modo
como você agiu semana passada.
Note que: - quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, díamos jogar videogame.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs-
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
antecedente for um substantivo. numa só frase.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) O futebol é um esporte.
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a O povo gosta muito deste esporte.
qual) O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
quais) gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.
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02. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – 07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
2013- adap.). Fazendo-se as alterações necessárias, o tre- 2013).
cho grifado está corretamente substituído por um prono- Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ-
me em: tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-lo prazo.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo- Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta
lhes desalentado e respectivamente, considerando a norma culta da língua.
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem A) a que … acaba … à
de conhecê-lo? B) com que … acabam … à
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não C) de que … acabam … a
parecia ser-lhe D) em que … acaba … a
E) incomodaram o general... − incomodaram-no E) dos quais … acaba … à
03.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013- 08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP
adap.). A substituição do elemento grifado pelo pronome – 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e
respectivamente, as lacunas do trecho.
correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo-
de modo INCORRETO em:
vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava
A) mostrando o rio= mostrando-o.
sujeito de forma cômica.
B) como escolher sítio= como escolhê-lo.
A) Fazem... a ... de que
C) transpor [...] as matas espessas= transpor-lhes. B) Faz ...a ... que
D) Às estreitas veredas[...] nada acrescentariam = C) Fazem ...à ... com que
nada lhes acrescentariam. D) Faz ...à ... que
E) viu uma dessas marcas= viu uma delas. E) Faz ...à ... a que
04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). As- 09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
sinale a alternativa em que o pronome destacado está po- As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
sicionado de acordo com a norma-padrão da língua. lantes.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. beça...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
grifados acima foram corretamente substituídos por um
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a al- pronome, na ordem dada, em:
ternativa cujo emprego do pronome está em conformidade (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
com a norma padrão da língua. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
lada. (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
(D) Conformado, se rendeu às punições. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. – 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). As- dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
sinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal,
ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
substituem, corretamente, os termos em destaque são:
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se que
A) os comprovam … ajudá-la.
eles sejam sempre trazidos junto ao corpo.
B) os comprovam …ajudar-la.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- C) os comprovam … ajudar-lhe.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui- E) lhes comprovam … ajudá-la.
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe GABARITO
que abrisse a bolsa que encontrara.
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do- 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
nos.
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RESOLUÇÃO 8-)
Faz alguns anos, num programa de televisão, uma
1-) jovem fazia referência à violência a que o brasileiro
Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, estava sujeito de forma cômica.
não está claro até onde pode realmente chegar uma po- Faz, no sentido de tempo passado = sempre no sin-
lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade- gular
quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos 9-)
preços do carbono e da água faça em si diferença, as com- devoravam - verbo terminado em “m” = pronome
panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di- oblíquo no/na (fizeram-na, colocaram-no)
gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer impedir - verbo transitivo direto = pede objeto direto;
preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som- “lhe” é para objeto indireto
bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- convencer - verbo transitivo direto = pede objeto dire-
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos. to; “lhe” é para objeto indireto
E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
sempre será a segunda opção.
10-)
2-) – Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimen-
tos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemu-
A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
nhas vão ajudar a polícia na investigação.
B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
felizmente os comprovam ... ajudá-la
desalentado
(advérbio)
C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
conhecê-las ?
D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
parecia sê-lo Substantivo
3-) Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
transpor [...] as matas espessas= transpô-las tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
4-) nos, os substantivos também nomeiam:
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. -sentimentos: raiva, amor...
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. -estados: alegria, tristeza...
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
5-)
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. Morfossintaxe do substantivo
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
lada. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em
(D) Conformado, rendeu-se às punições. geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver-
(E) Todos querem que se combata a corrupção. bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver-
bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva.
6-) Pode ainda funcionar como núcleo do complemento no-
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa- minal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito,
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontra-
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos mos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
penhadas por grupos de palavras.
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram
que abrisse a bolsa que encontrara.
Classificação dos Substantivos
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma ten-
dência natural das pessoas em devolvê-los a seus donos. 1- Substantivos Comuns e Próprios
7-) Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila,
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram pro- com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas
dutos de que não necessitam e acabam tendo de (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de
pagar tudo a prazo. uma cidade (em oposição aos bairros).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e Substantivo coletivo Conjunto de:
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. assembleia pessoas reunidas
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. alcateia lobos
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de acervo livros
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, ho- antologia trechos literários selecionados
mem, mulher, país, cachorro. arquipélago ilhas
Estamos voando para Barcelona. banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espé- banca examinadores
cie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é batalhão soldados
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
cardume peixes
particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
caravana viajantes peregrinos
2 - Substantivos Concretos e Abstratos cacho frutas
LÂMPADA MALA cáfila camelos
cancioneiro canções, poesias líricas
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com colmeia abelhas
existência própria, que são independentes de outros seres. chusma gente, pessoas
São substantivos concretos. concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que elenco atores de uma peça ou filme
existe, independentemente de outros seres. esquadra navios de guerra
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mun- enxoval roupas
do real e do mundo imaginário. falange soldados, anjos
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Bra- fauna animais de uma região
sília, etc. feixe lenha, capim
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc. flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
Observe agora: girândola fogos de artifício
Beleza exposta
horda bandidos, invasores
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
junta médicos, bois, credores, examina-
O substantivo beleza designa uma qualidade. dores
júri jurados
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que legião soldados, anjos, demônios
dependem de outros para se manifestar ou existir. leva presos, recrutas
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser malta malfeitores ou desordeiros
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou manada búfalos, bois, elefantes,
coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se ma- matilha cães de raça
nifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. molho chaves, verduras
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, multidão pessoas em geral
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraí- ninhada pintos
dos, e sem os quais não podem existir: vida (estado), rapidez nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos,
(qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). etc.)
penca bananas, chaves
3 - Substantivos Coletivos pinacoteca pinturas, quadros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra quadrilha ladrões, bandidos
abelha, mais outra abelha. ramalhete flores
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
rebanho ovelhas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
récua bestas de carga, cavalgadura
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais repertório peças teatrais, obras musicais
outra abelha... réstia alhos ou cebolas
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. romanceiro poesias narrativas
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no revoada pássaros
singular (enxame) para designar um conjunto de seres da sínodo párocos
mesma espécie (abelhas). talha lenha
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. tropa muares, soldados
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, turma estudantes, trabalhadores
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres vara porcos
da mesma espécie.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso - São geralmente masculinos os substantivos de ori-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
para indicar o masculino e o feminino. grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver ma, o hematoma.
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a - Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
- cânones.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural - Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
em “ns”: homem - homens. formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- formados de:
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- substantivo + preposição clara + substantivo = água-
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul de-colônia e águas-de-colônia
e cônsules. substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
lo-vapor e cavalos-vapor
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + substantivo que funciona como deter-
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo
duas maneiras:
do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
-relógio - bombas-relógio, notícia-bomba - notícias-bomba,
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-espada.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas - Permanecem invariáveis, quando formados de:
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de ca-rolhas
duas maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o - Casos Especiais
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses o louva-a-deus e os louva-a-deus
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- o bem-te-vi e os bem-te-vis
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
de três maneiras. Plural das Palavras Substantivadas
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: O aluno errou na prova dos noves.
o látex - os látex. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Plural dos Substantivos Compostos Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
“z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
-A formação do plural dos substantivos compostos de- tos seis e alguns dez.
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Plural dos Diminutivos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
animai(s) + zinhos = animaizinhos
queres.
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e farói(s) + zinhos = faroizinhos
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados flore(s) + zinhas = florezinhas
de: mão(s) + zinhas = mãozinhas
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores papéi(s) + zinhos = papeizinhos
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
feitos funi(s) + zinhos = funizinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho- túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
mens pai(s) + zinhos = paizinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras pé(s) + zinhos = pezinhos
pé(s) + zitos = pezitos
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LÍNGUA PORTUGUESA
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
sempre que a terminação preste-se à flexão. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Os Napoleões também são derrotados. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
As Raquéis e Esteres. do normal. Por exemplo: casa
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural dos Substantivos Estrangeiros do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. cador de aumento. Por exemplo: casarão.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- do ser. Pode ser:
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
os réquiens. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Observe o exemplo: cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Verbo
Plural com Mudança de Timbre Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pes-
soa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
Certos substantivos formam o plural com mudança de processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato ocorrência (nascer); desejo (querer).
fonético chamado metafonia (plural metafônico). O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não
Singular Plural os seus possíveis significados. Observe que palavras como
corpo (ô) corpos (ó) corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
esforço esforços ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam,
fogo fogos porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos
forno fornos possuem.
fosso fossos
Estrutura das Formas Verbais
imposto impostos
olho olhos
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
osso (ô) ossos (ó)
apresentar os seguintes elementos:
ovo ovos
poço poços - Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
porto portos do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am.
posto postos (radical fal-)
tijolo tijolos - Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol- dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. fala-r
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (fa-
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), lar), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática
de molho (ó) = feixe (molho de lenha). - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
Particularidades sobre o Número dos Substantivos signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin-
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. gular ou plural):
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
com sentido de plural: (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação,
Aqui morreu muito negro. pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
improvisadas. algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.
Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Há verbos que também são acompanhados de prono- - Particípio: quando não é empregado na formação
mes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pro- dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o
nominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à nero, número e grau. Por exemplo:
do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram.
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me
(objeto direto) - 1ª pessoa do singular Quando o particípio exprime somente estado, sem
nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
Modos Verbais função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas aluna escolhida para representar a escola.
pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, exis-
tem três modos: Tempos Verbais
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu Tomando-se como referência o momento em que se
sempre estudo. fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: tempos. Veja:
Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda 1. Tempos do Indicativo
agora, menino. - Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
colégio.
Formas Nominais - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for- num momento anterior ao atual, mas que não foi comple-
mas que podem exercer funções de nomes (substantivo, tamente terminado: Ele estudava as lições quando foi inter-
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas rompido.
nominais. Observe: - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do ver- momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
Ele estudou as lições ontem à noite.
bo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função
de substantivo. Por exemplo:
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato
Viver é lutar. (= vida é luta)
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já tinha es-
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
tudado as lições quando os amigos chegaram. (forma com-
posta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
(forma simples).
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
exemplo: - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
É preciso ler este livro. ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
Era preciso ter lido este livro. atual: Ele estudará as lições amanhã.
- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im- eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira: 2. Tempos do Subjuntivo
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no mo-
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) mento atual: É conveniente que estudes para o exame.
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles) - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado,
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele ven-
boa colocação. cesse o jogo.
- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas cons-
ou advérbio. Por exemplo: truções em que se expressa a ideia de condição ou desejo.
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ad- Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do cam-
vérbio) peonato.
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de
adjetivo) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode
ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em ele vier à loja, levará as encomendas.
curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exem-
plo: Obs.: o futuro do presente é também usado em frases
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. vier à loja, levará as encomendas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Indicativo
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª/2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas
interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a alter- A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
nativa contendo a frase do texto na qual a expressão verbal B) … somente eles podem decidir se irão ou não com-
destacada exprime possibilidade. prar.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sis- C) É como se abrissem em nós uma “caixa de neces-
tema capaz de disponibilizar um grande número de obras sidades”…
literárias... D) … de onde vem o produto…?
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa- E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme
arquivo virtual. 09. (AGERBA - TÉCNICO EM REGULAÇÃO – IBFC/
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por 2017-adaptada)
associação, e não mais por sequências fixas previamente A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares,
estabelecidas. pode causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Minha
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse mãe sempre quis viajar” é um exemplo típico. Nesse sen-
conceito está ligado a uma nova concepção de textuali- tido, assinale a alternativa em que se indica INCORRETA-
dade... MENTE a sua flexão.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponi- a) queres – Presente do Indicativo.
bilizar toda a literatura do mundo... b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO d) queira – Presente do Subjuntivo.
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
crescimento econômico, se associado à ampliação do empre- 10. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN-
go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, CIÁRIA – VUNESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
se passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
do indicativo, teremos a forma: deira no animal.
A) puder. II. Existiam muitos ferimentos no boi.
B) poderia. III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
C) pôde. movimentada.
Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este
D) poderá.
pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
E) pudesse.
A) Existia – Haviam – Existiam
B) Existiam – Havia – Existiam
06. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al-
C) Existiam – Haviam – Existiam
ternativa em que todos os verbos estão empregados de
D) Existiam – Havia – Existia
acordo com a norma- -padrão.
E) Existia – Havia – Existia
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da
impressão definitiva.
GABARITO
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em
silêncio. 01. B 02. D 03. E 04. B 05. B
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra- 06. A 07. C 08. B 09. B 10. D
balhar no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... RESOLUÇÃO
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque-
ra a seu superior. 1-)
É comum que objetos sejam esquecidos em locais
07. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL VUNESP 2013-adap.) públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se
Assinale a alternativa que substitui, corretamente e sem al- as pessoas mantivessem a atenção voltada para seus
terar o sentido da frase, a expressão destacada em – Se a pertences, conservando-os junto ao corpo.
criança se perder, quem encontrá-la verá na pulseira ins-
truções para que envie uma mensagem eletrônica ao gru- 2-)
po ou acione o código na internet. Analisemos:
(A) Caso a criança se havia perdido… a) No Brasil, a sociedade têm várias questões. = a so-
(B) Caso a criança perdeu… ciedade tem (verbo no singular)
(C) Caso a criança se perca… b) O jovem têm um grande desafio pela frente. = o
(D) Caso a criança estivera perdida… jovem tem (verbo no singular)
(E) Caso a criança se perda… c) As pessoas tem muitos planos. = as pessoas têm
(verbo no plural)
08. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP – d) A mentira tem perna curta. = correta
2013-adap.). Assinale a alternativa em que o verbo desta- RESPOSTA: D
cado está no tempo futuro.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume - Há formas passivas com sentido ativo:
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
Observe a transformação da frase seguinte: Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas-
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) cido.)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passi- - Inversamente, usamos formas ativas com sentido
va analítica com outros verbos que podem eventualmente passivo:
funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar- Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
cada pela doença. Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
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LÍNGUA PORTUGUESA
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM (A) veio a ser entendida.
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas (B) teria entendido.
pela multidão... (C) fora entendida.
A forma verbal resultante da transposição da frase aci- (D) terá sido entendida.
ma para a voz ativa é: (E) tê-la-ia entendido.
(A) ocupava-se.
(B) ocupavam. 10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
(C) ocupou. PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
(D) ocupa. TADA)
(E) ocupava. ... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
Mulheres.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
verbal resultante será:
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva (A) foi empreendida.
está em: (B) são empreendidos.
(A) Quando Rodolfo surgiu... (C) foi empreendido.
(B) ... adquiriu as impressoras... (D) é empreendida.
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. (E) são empreendidas.
(D) ... acolheu-o como patrono.
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do GABARITO
Recife ...
01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou a
constituir um deslocamento da atenção intelectual de Said ... RESOLUÇÃO
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for-
ma verbal resultante é: 1-)
a) se constituiu. No enunciado temos uma oração com a voz passiva do
verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou
b) chegou a ser constituído.
da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” fun-
c) teria chegado a constituir.
ciona como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função
d) chega a se constituir. é a de agente da passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
e) chegaria a ser constituído.
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS 2-) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. =
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava indis- Ele foi abatido...
tintamente as músicas produzidas no interior do país...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for- 3-)
ma verbal resultante será: ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(A) vinham indicadas. ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
(B) era indicado. remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
(C) eram indicadas. princípios...
(D) tinha indicado.
(E) foi indicada. 4-)
As ruas estavam ocupadas pela multidão = dois verbos
08. (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – na passiva, um verbo na ativa:
PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO – CEPERJ/2012 - A multidão ocupava as ruas.
adaptada) Um exemplo de construção na voz passiva está
5-)
em:
B = as impressoras foram adquiridas...
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
C = família numerosa é sustentada...
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di- D – foi acolhido como patrono...
nheiro” E – a primeira grande folhetaria do Recife foi montada...
(C) “enviar o brinquedo por sedex”
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código de De- 6-)
fesa do Consumidor” O engajamento moral e político não chegou a consti-
(E) “A empresa fez campanha para recolher” tuir um deslocamento da atenção intelectual de Said = dois
verbos na voz ativa, mas com presença de preposição e, um
09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010) deles, no infinitivo, então o verbo auxiliar “ser” ficará no in-
Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde finitivo (na voz passiva) e o verbo principal (constituir) ficará
vim a entender a tradução completa, a forma verbal resul- no particípio: Um deslocamento da atenção intelectual de
tante será: Said não chegou a ser constituído pelo engajamento...
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LÍNGUA PORTUGUESA
9-) Sujeito
Mais tarde vim a entender a tradução completa...
A tradução completa veio a ser entendida por mim. Para se descobrir qual o sujeito do verbo (ou da locu-
ção verbal), deve-se perguntar a ele (ou a ela) o seguinte:
10-) Que(m) é que ..........? A resposta será o sujeito. Por exemplo,
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série analisemos a primeira frase dentre as apresentadas acima:
Mulheres. Os funcionários foram convocados pelo diretor.
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira
quase clandestina. O princípio é o verbo. Procura-se, portanto, o verbo: é
a locução verbal foram convocados. - - Pergunta-se a ela:
Que(m) é que foi convocado?
SINTAXE - Resposta: Os funcionários.
- O sujeito da oração, então, é o seguinte: os funcio-
O princípio é o verbo. nários.
Encontrado o sujeito, parte-se para a análise do verbo:
Essa é a premissa fundamental da Sintaxe, que é a par- Se ele indicar que o sujeito possui uma qualidade, um
te da gramática que estuda as palavras enquanto elementos estado ou um modo de ser, sem praticar ação alguma, será
de uma frase, as suas relações de concordância, de subor- denominado de VERBO DE LIGAÇÃO. Os verbos de ligação
dinação e de ordem. Significa que, ao se realizar a análise mais comuns são os seguintes: ser, estar, parecer, ficar, per-
sintática de uma oração, sempre se inicia pelo verbo. É a manecer e continuar. Não se esqueça, porém, de que só
partir dele que se descobre qual o sujeito da oração, se há a será verbo de ligação o que indicar qualidade, estado ou
indicação de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, modo de ser do sujeito, sem praticar ação alguma. Observe
se ele pratica uma ação ou se a sofre, se há complemento as seguintes frases:
verbal, se há circunstância (adjunto adverbial), etc. O político continuou seu discurso mesmo com todas as
Nem sempre o verbo se apresenta sozinho em uma vaias recebidas.
oração. Em muitos casos, surgem dois ou mais verbos jun- Continuar, nesta frase, não é de ligação já que não in-
tos, para indicar que se pratica ou se sofre uma ação, ou dica qualidade do sujeito, e sim ação.
que o sujeito possui uma qualidade. A essa junção, dá-se A professora estava na sala de aula.
o nome de locução verbal. Toda locução verbal é formada Estar, nesta frase, não é de ligação já que não indica
por um verbo auxiliar (ou mais de um) e um verbo principal qualidade do sujeito, e sim fato.
(somente um).
O verbo auxiliar é o que se relaciona com o sujeito, A garota estava muito alegre.
por isso concorda com este, ou seja, se o sujeito estiver Estar é verbo de ligação porque indica qualidade do
no singular, o verbo auxiliar também ficará no singular; se sujeito.
o sujeito estiver no plural, o verbo auxiliar também ficará
no plural. Na Língua Portuguesa os verbos auxiliares são os Se o verbo indicar que o sujeito pratica uma ação, ou
seguintes: ser, estar, ter, haver, dever, poder, ir, dentre outros. que participa ativamente de um fato, será denominado de
O verbo principal é o que indica se o sujeito possui VERBO INTRANSITIVO ou VERBO TRANSITIVO, de acordo
uma qualidade, se ele pratica uma ação ou se a sofre. É o com o seguinte:
mais importante da locução. Na Língua Portuguesa, o verbo
principal surge sempre no infinitivo (terminado em –ar, -er, - Quem ............ , ................. : Todo verbo que se encaixar
ou –ir), no gerúndio (terminado em –ndo) ou no particípio nessa frase será INTRANSITIVO. Por exemplo, o verbo cor-
(terminado em –ado ou –ido, dentre outras terminações). rer: Quem corre, corre.
Veja alguns exemplos de locuções verbais:
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Quem ............ , ................. algo/alguém: Todo verbo 02.(AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC – 2013). Do-
que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO DIRETO. Por nos de uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens
exemplo, o verbo comer: Quem come, come algo; ou o ver- [...], sabiam os paulistas como...
bo amar: Quem ama, ama alguém. O segmento em destaque na frase acima exerce a mesma
função sintática que o elemento grifado em:
- Quem ............ , ................. + prep. + algo/alguém: Todo A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mostra-
verbo que se encaixar nessa frase será TRANSITIVO INDI- dores para a volta.
RETO. Por exemplo, o verbo gostar: Quem gosta, gosta de B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescentariam
algo ou de alguém. As preposições mais comuns são as aqueles de considerável...
seguintes: a, de, em, por, para, sem e com. C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal.
D) Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta,
- Quem ............ , ................. algo/alguém + prep. + algo/ podia significar uma pista.
alguém: Todo verbo que se encaixar nessa frase será TRAN- E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos
SITIVO DIRETO E INDIRETO - também denominado de BI- a vila de São Paulo como centro...
TRANSITIVO. Por exemplo, o verbo mostrar: Quem mostra,
mostra algo a alguém; ou o verbo informar: Quem informa, 03. Há complemento nominal em:
informa alguém de algo ou Quem informa, informa algo a A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
alguém. B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ga-
nhar a vida.
É importante salientar que um verbo só será TRAN- C)Ela estava na janela do edifício.
SITIVO se houver complemento (objeto direto ou objeto D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
indireto). A análise de um verbo depende, portanto, do E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mo-
ambiente sintático em que ele se encontra. Um verbo que cinho de cinema.
aparentemente seja transitivo direto pode ser, na realidade,
intransitivo, caso não haja complemento. Por exemplo, ob- 04. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o termo
serve a seguinte frase: destacado é:
O pior cego é aquele que não quer ver. A) pronome possessivo
O verbo “ver” é, aparentemente, transitivo direto, uma B) complemento nominal
vez que se encaixa na frase Quem vê, vê algo. Ocorre, po- C) objeto indireto
rém, que não há o “algo”. O pior cego é aquele que não D) adjunto adnominal
quer ver o quê? Não aparece na oração; não há, portanto, E) objeto direto
o objeto direto. Como não o há, o verbo não pode ser tran-
sitivo direto, e sim intransitivo. 05. Assinale a alternativa correta e identifique o sujeito
Observe, agora, esta frase: Quem dá aos pobres, em- das seguintes orações em relação aos verbos destacados:
presta a Deus. - Amanhã teremos uma palestra sobre qualidade de vida.
Os verbos “dar” e “emprestar” são, aparentemente, - Neste ano, quero prestar serviço voluntário.
transitivos diretos e indiretos, uma vez que se encaixam nas A)Tu – vós
frases Quem dá, dá algo a alguém e Quem empresta, em- B)Nós – eu
presta algo a alguém. Ocorre, porém, que não há o “algo”. C)Vós – nós
Quem dá o que aos pobres empresta o que a Deus? Não D) Ele - tu
aparece na oração; não há, portanto, o objeto direto. Como
não o há, os verbos não podem ser transitivos diretos e 06. Classifique o sujeito das orações destacadas no texto
indiretos, e sim somente transitivos indiretos. seguinte e, a seguir, assinale a sequência correta.
É notável, nos textos épicos, a participação do sobrenatural.
FONTE: É frequente a mistura de assuntos relativos ao nacionalismo
http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1231 com o caráter maravilhoso. Nas epopeias, os deuses tomam
partido e interferem nas aventuras dos heróis, ajudando-os ou
Questões sobre Análise Sintática atrapalhando- -os.
01. (AGENTE DE APOIO ADMINISTRATIVO – FCC – A)simples, composto
2013). Os trabalhadores passaram mais tempo na escola... B)indeterminado, composto
O segmento grifado acima possui a mesma função sin- C)simples, simples
tática que o destacado em: D) oculto, indeterminado
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria.
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa clas- 07. (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres”.
se. Identifique a alternativa que classifica corretamente a função
C) O crescimento da escolaridade também foi impul- sintática e a classe morfológica dos termos destacados:
sionado... A) objeto indireto – substantivo
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé- B) objeto direto - substantivo
dio... C) sujeito – adjetivo
E) ...impulsionado pelo aumento do número de uni- D) objeto direto – adjetivo
versidades... E) sujeito - substantivo
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LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO 7-)
Surgiram fotógrafos e repórteres.
01. C 02. D 03. B 04. C 05. B 06. C 07. E O sujeito está deslocado, colocado na ordem indireta
(final da oração). Portanto: função sintática: sujeito (com-
RESOLUÇÃO posto); classe morfológica (classe de palavras): substanti-
vos.
1-)
Os trabalhadores passaram mais tempo na escola Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo
= SUJEITO ser formada por uma só palavra ou por várias, ter verbos ou
A) ...o que reduz a média de ganho da categoria. = ob- não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: ideias,
jeto direto emoções, ordens, apelos. Define-se pelo seu propósito co-
B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe. municativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâm-
= objeto direto bio linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a
C) O crescimento da escolaridade também foi impul- situação em que é utilizada. Exemplos:
sionado... = sujeito paciente O Brasil possui um grande potencial turístico.
D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino mé- Espantoso!
dio... = objeto direto Não vá embora.
E) ...impulsionado pelo aumento do número de univer- Silêncio!
sidades... = agente da passiva O telefone está tocando.
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Coordenadas Assindéticas
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01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplan- 01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
tação integral de gosto e de estilo” tem valor:
A) conclusivo RESOLUÇÃO
B) adversativo
C) concessivo 1-)
D) explicativo “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral
E) alternativo de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto:
oração coordenada sindética adversativa
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”.
A oração em destaque é: 2-)
a) coordenada explicativa Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a
b) coordenada adversativa oração em destaque não é introduzida por conjunção, en-
c) coordenada aditiva tão: coordenada assindética
d) coordenada conclusiva
e) coordenada assindética 3-)
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
03. (AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP – 2013-adap.) ideia) adversativa
Releia o seguinte trecho: A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida para nossa vida prática. = conclusiva
prática.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
norma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o
para nossa vida prática. = conformativa
termo em destaque, o trecho estará corretamente reescrito
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase
em:
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como
sa vida prática. = conclusiva
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância
para nossa vida prática. E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância sa vida prática. = explicativa
para nossa vida prática. Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase substituir por porque; como conclusiva: substituo por por-
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos- tanto.
sa vida prática.
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como qua- 4-)
se toda a cultura humanística, têm pouca relevância para fruto não só do novo acesso da população ao auto-
nossa vida prática. móvel mas também da necessidade de maior número de
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nos-
sa vida prática. 5-)
Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre.
04. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – VUNESP – 2013- = conjunção explicativa (= porque) - coordenada sin-
adap.) Em – ...fruto não só do novo acesso da população dética explicativa
ao automóvel mas também da necessidade de maior nú-
mero de viagens... –, os termos em destaque estabelecem Subordinação
relação de
A) explicação. Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
B) oposição.
C) alternância. “Eu sinto que em meu gesto existe o teu
D) conclusão. gesto.”
E) adição. Oração Principal Oração Subordinada
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que Observe que na oração subordinada temos o verbo
estaremos a seu lado sempre. “existe”, que está conjugado na terceira pessoa do singu-
Marque a opção correta quanto à sua classificação: lar do presente do indicativo. As orações subordinadas que
A) Coordenada sindética aditiva. apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos
B) Coordenada sindética alternativa. do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são cha-
C) Coordenada sindética conclusiva. madas de orações desenvolvidas ou explícitas. Podemos
D) Coordenada sindética explicativa. modificar o período acima. Veja:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. Atenção: Observe que a oração subordinada substan-
Oração Principal Oração Subordinada tiva pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, te-
mos um período simples:
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração
subordinada “existir em meu gesto o teu gesto”. Note que Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exerce-
a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. rá a função de sujeito
Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia as duas Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo principal:
surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções
não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzi- do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo
das ou implícitas. - É claro - Está evidente - Está comprovado
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por É bom que você compareça à minha festa.
conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventual-
mente, introduzidas por preposição. 2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-
se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anun-
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS ciado - Ficou provado
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- 3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
grante (que, se). importar - ocorrer - acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
Suponho que você foi à biblioteca hoje. Obs.: quando a oração subordinada substantiva é sub-
Oração Subordinada Substantiva jetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pes-
soa do singular.
Você sabe se o presidente já chegou? b) Objetiva Direta
Oração Subordinada Substantiva
A oração subordinada substantiva objetiva direta exer-
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também ce função de objeto direto do verbo da oração principal.
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Todos querem sua aprovação no concurso.
como). Veja os exemplos: Objeto Direto
O garoto perguntou qual era o telefone da moça. Todos querem que você seja aprovado. (= Todos
Oração Subordinada Substantiva querem isso)
Oração Principal oração Subordinada Substantiva
Não sabemos por que a vizinha se mudou. Objetiva Direta
Oração Subordinada Substantiva
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
desenvolvidas são iniciadas por:
É fundamental que você compareça à reunião. A oração subordinada substantiva objetiva indireta
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva atua como objeto indireto do verbo da oração principal.
Subjetiva Vem precedida de preposição.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Meu pai insiste em meu estudo. Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de
Objeto Indireto seu casamento.
Aposto
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai in- (Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
siste nisso)
Oração Subordinada Substantiva Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu ca-
Objetiva Indireta samento chegasse.
Oração Subordinada
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica Substantiva Apositiva
na oração.
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
d) Completiva Nominal a função de adjunto adnominal do antecedente. Observe
o exemplo:
A oração subordinada substantiva completiva nominal
completa um nome que pertence à oração principal e tam- Esta foi uma redação bem-sucedida.
bém vem marcada por preposição. Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Sentimos orgulho de seu comportamento. Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo
Complemento Nominal adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos
outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo pa-
Sentimos orgulho de que você se comportou. (= pel. Veja:
Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada Substantiva Esta foi uma redação que fez sucesso.
Completiva Nominal Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob-
Perceba que a conexão entre a oração subordinada ad-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
jetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita
que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacio-
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma
nar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que
tado. Essa é, aliás, a diferença entre o objeto indireto e o
seria exercido pelo termo que o antecede.
complemento nominal: o primeiro complementa um verbo,
Obs.: para que dois períodos se unam num período
o segundo, um nome.
composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.
e) Predicativa
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
A oração subordinada substantiva predicativa exerce conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
papel de predicativo do sujeito do verbo da oração princi- substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
pal e vem sempre depois do verbo ser. Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Nosso desejo era sua desistência. Essa oração é equivalente a:
Predicativo do Sujeito Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso dese- Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
jo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
“de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
A oração subordinada substantiva apositiva exerce Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
função de aposto de algum termo da oração principal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- Observe que a oração em destaque agrega uma cir-
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome cunstância de tempo. É, portanto, chamada de oração
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito subordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor- são termos acessórios que indicam uma circunstância re-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re- ferente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto
lativo e seu verbo está no infinitivo. adverbial depende da exata compreensão da circunstância
que exprime. Observe os exemplos abaixo:
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracte- Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de minha vida.
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi- No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
dualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”.
No segundo período, esse papel é exercido pela oração
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
“Quando vi a estátua”, que é, portanto, uma oração su-
também orações que realçam um detalhe ou amplificam
bordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida,
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente-
pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quan-
mente definido, as quais denominam-se subordinadas ad- do) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”,
jetivas explicativas. do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Exemplo 1: obtendo-se:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um
homem que passava naquele momento. Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de
Oração Subordinada Adjetiva minha vida.
Restritiva
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma
Nesse período, observe que a oração em destaque res- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
tringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata- introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
se de um homem específico, único. A oração limita o uni- preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens,
mas sim àquele que estava passando naquele momento. Obs.: a classificação das orações subordinadas adver-
Exemplo 2: biais é feita do mesmo modo que a classificação dos ad-
O homem, que se considera racional, muitas vezes juntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela
age animalescamente. oração.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Circunstâncias Expressas
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido pelas Orações Subordinadas Adverbiais
restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa
oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar a) Causa
contida no conceito de “homem”.
Saiba que: A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara
na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina um
da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é repre-
acontecimento”.
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois,
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. pois que, já que, uma vez que, visto que.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve al-
ternativa a não ser cancelá-lo.
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exer- Já que você não vai, eu também não vou.
ce a função de adjunto adverbial do verbo da oração prin-
cipal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, b) Consequência
modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desen-
volvida, vem introduzida por uma das conjunções subor- As orações subordinadas adverbiais consecutivas ex-
dinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de primem um fato que é consequência, que é efeito do que
acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a in- se declara na oração principal. São introduzidas pelas con-
troduz. junções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...
Oração Subordinada Adverbial que.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa Agem como crianças. (agem)
dor.) Oração Subordinada Adverbial Comparativa
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- No entanto, quando se comparam ações diferentes,
cretizando-os. isso não ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- (comparação do verbo falar e do verbo fazer).
da de Infinitivo)
f) Conformidade
c) Condição
As orações subordinadas adverbiais conformativas in-
Condição é aquilo que se impõe como necessário para dicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma re-
a realização ou não de um fato. As orações subordinadas gra, um modelo adotado para a execução do que se decla-
adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocor- ra na oração principal.
rer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expres- Principal conjunção subordinativa conformativa: CON-
so na oração principal. FORME
Principal conjunção subordinativa condicional: SE Outras conjunções conformativas: como, consoante e
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, Fiz o bolo conforme ensina a receita.
sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, direitos iguais.
certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o g) Finalidade
contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa. As orações subordinadas adverbiais finais indicam a
intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração
d) Concessão principal.
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
As orações subordinadas adverbiais concessivas in- Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a
dicam concessão às ações do verbo da oração principal, locução conjuntiva para que.
isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada
quebra de expectativa. entrasse.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locu- h) Proporção
ções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, pos-
to que, apesar de que. As orações subordinadas adverbiais proporcionais ex-
Só irei se ele for. primem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao
expresso na oração principal.
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” Principal locução conjuntiva subordinativa proporcio-
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita. Com- nal: À PROPORÇÃO QUE
pare agora com: Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida
Irei mesmo que ele não vá. que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...
(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior),
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A (menos), quanto menos...(mais), quanto menos...(menos).
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- À proporção que estudávamos, acertávamos mais ques-
cessiva. Observe outros exemplos: tões.
Embora fizesse calor, levei agasalho. Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos me- Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
tade da população continua à margem do mercado de con-
sumo. i) Tempo
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) As orações subordinadas adverbiais temporais acres-
centam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração
e) Comparação principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, an-
As orações subordinadas adverbiais comparativas esta- terioridade ou posterioridade.
belecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
da oração principal. Outras conjunções subordinativas temporais: enquan-
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO to, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as
Ele dorme como um urso. vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
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Quando você foi embora, chegaram outros convidados. 02. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁ-
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. RIA – VUNESP – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito
Mal você saiu, ela chegou. positivo por eles se tornarem uma referência positiva den-
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi- tro da unidade, já que cumprem melhor as regras, respei-
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) tam o próximo e pensam melhor nas suas ações, refletem
antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque esta-
Fonte: belece entre as orações uma relação de
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint29. A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo.
php E) concessão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
ORTOGRAFIA *os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
tamorfose.
A ortografia é a parte da língua responsável pela gra- *as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
fia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão quiseste.
culto da língua. *nomes derivados de verbos com radicais terminados
As palavras podem apresentar igualdade total ou par- em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
cial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo ten- empresa / difundir - difusão
do significados diferentes. Essas palavras são chamadas *os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
do latim, significa música vocal). As palavras homônimas *após ditongos: coisa, pausa, pouso
dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia *em verbos derivados de nomes cujo radical termina
(gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço, pa-
lácio ou passo, movimento durante o andar). Escreve-se com Z e não com S:
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem- *os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje-
se observar as seguintes regras: tivo: macio - maciez / rico - riqueza
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de
O fonema s: origem não termine com s): final - finalizar / concreto - con-
cretizar
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substan- *como consoante de ligação se o radical não terminar
tivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, com s: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis +
corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / inho - lapisinho
ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão
/ submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - im- O fonema j:
pulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir Escreve-se com G e não com J:
- consensual *as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
gesso.
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes deri-
*estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim.
vados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced,
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
prim ou com verbos terminados por tir ou meter: agredir
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
- agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão /
ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão /
Observação: Exceção: pajem
regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer -
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
compromisso / submeter - submissão
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com litígio, relógio, refúgio.
a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- *os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir.
trico / re + surgir - ressurgir *depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur-
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem- gir.
plos: ficasse, falasse *depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
nado com j: ágil, agente.
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos
de origem árabe: cetim, açucena, açúcar Escreve-se com J e não com G:
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, *as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
Juçara, caçula, cachaça, cacique *as palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, boia, manjerona.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, *as palavras terminada com aje: aje, ultraje.
esperança, carapuça, dentuço
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / O fonema ch:
deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição Escreve-se com X e não com CH:
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba-
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção caxi, muxoxo, xucro.
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J):
O fonema z: xampu, lagartixa.
*depois de ditongo: frouxo, feixe.
Escreve-se com S e não com Z: *depois de “en”: enxurrada, enxoval.
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, Observação: Exceção: quando a palavra de origem
freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc. não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Escreve-se com CH e não com X: 04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de
*as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, ortografia:
chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
As letras e e i: D) Saiu com descrição da sala.
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com 05.Em qual das alternativas a frase está corretamente
“i”, só o ditongo interno cãibra. escrita?
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são es- A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupan-
critos com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos sa.
com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui. B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
- atenção para as palavras que mudam de sentido quan- C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupans-
do substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), sa.
ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir D) O mendingo não depozitou na carderneta de pou-
(vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda pansa.
a pé), pião (brinquedo).
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portu- LO – ADVOGADO - VUNESP/2013) Analise a propaganda do
gues/ortografia programa 5inco Minutos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
6-) A questão envolve colocação pronominal e orto- 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
grafia. Comecemos pela mais fácil: ortografia! A palavra pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
“por isso” é escrita separadamente. Assim, já descartamos
duas alternativas (“A” e “E”). Quanto à colocação pronomi- 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
nal, temos a presença do advérbio “não”, que sabemos ser ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
um “ímã” para o pronome oblíquo, fazendo-nos aplicar a
regra da próclise (pronome antes do verbo). Então, a for- 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
ma correta é “mas não A matem” (por que A e não LHE? do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, ele-
Porque quem mata, mata algo ou alguém, objeto direto. tro-higrómetro, geo-história, neo-helênico, extra-humano,
O “lhe” é usado para objeto indireto. Se não tivéssemos a semi-hospitalar, super- -homem.
conjunção “mas” nem o advérbio “não”, a forma “matem-
na” estaria correta, já que, após vírgula, o ideal é que utili- 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo
zemos ênclise – pronome oblíquo após o verbo). termina na mesma vogal do segundo elemento: micro-on-
das, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Não se emprega o hífen: 04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro
(avarento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo hífen é obrigatório:
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou A) em nenhuma delas.
“s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir- B) na segunda palavra.
religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, C) na terceira palavra.
microrradiografia, etc. D) em todas as palavras.
E) na primeira e na segunda palavra.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com 05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __.
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes- Qual alternativa completa corretamente as lacunas?
trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes- A) sobreumano/interregional
cola, infraestrutura, etc. B) sobrehumano-interregional
C) sobre-humano / inter-regional
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos D) sobrehumano/ inter-regional
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desu- E) sobre-humano /interegional
mano, inábil, desabilitar, etc.
GABARITO
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C
segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. RESOLUÇÃO
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção 1-)
de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis- A) autocrítica
ta, etc. C) pontapé
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei- D) supermercado
to, benquerer, benquerido, etc. E) infravermelhos
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
abolido. Ex.: pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen-
Antes Agora do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa
crêem creem do singular do presente do indicativo). Ex:
lêem leem Ela pode fazer isso agora.
vôo voo Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
enjôo enjoo
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos preposição por.
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Repare: Faço isso por você.
1-) O menino crê em você Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem! Questões sobre Acentuação Gráfica
Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala. 01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
Esperamos que os garotos deem o recado! A) Tem a última sílaba como tônica.
4-) Rubens vê tudo! B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
Eles veem tudo! C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica.
* Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde! 02. Assinale a alternativa correta.
Eles vêm à tarde! A palavra faliu contém um:
A) hiato
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- B) dígrafo
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru C) ditongo decrescente
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz D) ditongo crescente
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- 03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo
mesmo motivo que:
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem A) túnel
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba B) voluntário
As formas verbais que possuíam o acento tônico na C) até
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de D) insólito
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: E) rótulos
Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue 04. Assinale a alternativa correta.
averigúe (averiguar) averigue A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem
argúi (arguir) argui paroxítonas terminadas em ditongo.
B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente,
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa encontro consonantal e hiato.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as
vir) palavras grifadas são paroxítonas.
D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as par-
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, tes destacadas são dígrafos.
reter, deter, abster. E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-
ele contém – eles contêm si-có-lo-ga” e “a-ci-o-na”.
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm 05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
ele convém – eles convêm A) saúde
B) cooperar
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que C) ruim
antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme- D) creem
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas E) pouco
exceções, como:
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LÍNGUA PORTUGUESA
06. “O episódio aconteceu em plena via pública de a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
Assis. Dez mulheres começaram a cantar músicas pela paz b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em ditongo
mundial. A partir daquele momento outras pessoas que c-) A - té – oxítona
passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapidamen- d-) in – só – li – to : proparoxítona
te, uma multidão aderiu à ideia. Assim começou a forma- e-) ró – tu los – proparoxítona
ção do maior coral popular de Assis”. O vocábulo subli-
nhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo mesmo 4-)
motivo das palavras: a-) correta
A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim
DÍGRAFO
B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som
D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério do U, portanto não é caso de dígrafo
e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
07. Assinale a opção CORRETA em que todas as pala-
vras estão acentuadas na mesma posição silábica. 5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im /
A) Nazaré - além - até - está - também. cre - em / pou - co (ditongo)
B) Água - início - além - oásis - religião.
C) Município - início - água - século - oásis 6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em di-
D) Século - símbolo - água - histórias - missionário tongo
E) Missionário - símbolo - histórias - século – município a-) ok
b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item
08. Considerando as palavras: também / revólver / lâm- c-) chi – nês : oxítona, idem
d-) sa – bi – á : idem
pada / lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de
acentuação gráfica não se refere a uma delas:
7-)
A) palavra paroxítona terminada em - is a-) oxítona – TODAS
B) palavra proparoxítona terminada em - em b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona –
C) palavra paroxítona terminada em - r não acentuada
D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentuadas c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paro-
xítona
09. Assinale a alternativa incorreta: d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem
A) Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxíto- e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – proparo-
nos terminadas em ditongos crescentes. xítona – paroxítona
B) O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxíto-
no terminado em em. 8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm
C) Os vocábulos baú e cafeína são hiatos. – pa – da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona
D) O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono a-) é a regra do LÁPIS
b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, indepen-
terminado em u.
dente de sua terminação
c-) regra para REVÓLVER
GABARITO d-) relativa à palavra lâmpada
01. B 02. C 03. B 04. A 05. E 9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas.
06. A 07. A 08. B 09. D Na D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por ter-
minar em ditongo aberto.
RESOLUÇÃO
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2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Deixa, depois, o coração falar...
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma Vírgula
importância.
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo Não se usa vírgula
pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; *separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) gam-se diretamente entre si:
- entre sujeito e predicado.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por Todos os alunos da sala foram advertidos.
vírgulas. Sujeito predicado
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, monta-
nhas, frio e cobertor. - entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou sacrifício aos realiza-
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo- dores.
tivos, decreto de lei, etc. V.T.D.I. O.D. O.I.
- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola; Usa-se a vírgula:
- Caminhada na praia; - Para marcar intercalação:
- Reunião com amigos. a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
dância, vem caindo de preço.
Dois pontos b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
1- Antes de uma citação produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
2- Antes de um aposto querem abrir mão dos lucros altos.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
tarde e calor à noite. - Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- chadas.
do a rotina de sempre. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
4- Em frases de estilo direto c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou: maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
- Para separar entre si elementos coordenados (dispos-
Ponto de Exclamação tos em enumeração):
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
susto, súplica, etc. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
- Ai! Que susto! Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- João! Há quanto tempo! - Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei-
Ponto de Interrogação ra, possui um trânsito caótico.
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
vedo) Fontes:
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
Reticências http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
1- Indica que palavras foram suprimidas. la.htm
- Comprei lápis, canetas, cadernos...
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07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está A) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
pontuada corretamente: tores iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de
A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o re- PPD e a construção de tabelas Price; mas por outro lado,
sultado do concurso. faltou falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o re- C) Duas explicações do treinamento para consultores
sultado do concurso. iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o re- construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou
sultado do concurso. falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do D) Duas explicações do treinamento para consultores
concurso, em fila. iniciantes , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a
E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resul- construção de tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou
tado do concurso. falar das metas de vendas associadas aos dois temas.
E) Duas explicações , (X) do treinamento para consul-
08. A frase em que deveria haver uma vírgula é: tores iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito
A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde. de PPD e a construção de tabelas Price , (X) mas por outro
B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã lado, faltou falar das metas , (X) de vendas associadas aos
usou um vestido azul. dois temas.
C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
D) Não limparam a sala nem a cozinha. 4-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
quadas
GABARITO (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X)
rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda
01. C 02. C 03. B 04. D 05. E que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é
06. B 07. B 08. B um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) am-
RESOLUÇÃO pliam rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X)
ainda que o avanço seja mais notável , (X) em alguns paí-
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas ses, o Brasil é um exemplo ! (X) , do que em outros.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, (C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam
embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ain-
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando da que o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a Brasil é um exemplo, do que em outros.
sua dona. (E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa mente , (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X)
e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um
intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando exemplo) do que em outros.
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
sua dona. 5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade-
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa quadas
e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti- (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem
encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os
sua dona.
pais de onde o código foi acionado.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem
timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
dizendo que a criança foi encontrada.
(X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che-
a sua dona.
ga primeiro às , (X) areias do Guarujá.
2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas
6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse pa-
devem ser consideradas : uma é a contribuição teórica que
rágrafo
o trabalho oferece ; a outra é o valor prático que possa ter. ( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o
escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente
vírgula, dois pontos, ponto e vírgula (? ) Se é a chegada de reforços ( , ) que relação há ( - )
ou mostrou seu autor haver ( - ) entre esse fato e os res-
3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inade- tantes ( ? )
quadas
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12) Casos relativos a sujeito representado por substan- Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à
tivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns regra geral mostrada acima.
aspectos que os determinam: a) Um adjetivo após vários substantivos
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do ver- - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o
bo ser, este permanece no singular, contanto que o predi- plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
cativo também esteja no singular: Memórias póstumas de - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo tam-
bém permanece no plural: Os Estados Unidos são uma po- - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural
tência mundial. masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que - Ela tem pai e mãe louros.
- Ela tem pai e mãe loura.
ele nem aparece, o verbo permanece no singular: Estados
Unidos é uma potência mundial.
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoria-
mente para o plural.
Casos referentes a sujeito composto - O homem e o menino estavam perdidos.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, es- b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
tando relacionado a dois pressupostos básicos: - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as mais próximo.
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. Comi delicioso almoço e sobremesa.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar Provei deliciosa fruta e suco.
na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo:
primos. concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer an- Estava ferido o pai e os filhos.
teposto ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus
dois filhos compareceram ao evento. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao ver- Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
bo, este poderá concordar com o núcleo mais próximo ou
permanecer no plural: Compareceram ao evento o pai e seus - coloca o substantivo no plural.
dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
d) Pronomes de tratamento
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém - sempre concordam com a 3ª pessoa.
com mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no Vossa Santidade esteve no Brasil.
singular: Meu esposo e grande companheiro merece toda a
felicidade do mundo. e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
- Concordam com o substantivo a que se referem.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinô- As cartas estão anexas.
nimas ou ordenado por elementos em gradação, o verbo A bebida está inclusa.
poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha Precisamos de nomes próprios.
vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de Obrigado, disse o rapaz.
meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha pre-
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
miação é fruto de meu esforço. - Após essas expressões o substantivo fica sempre no
singular e o adjetivo no plural.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos Renato advogou um e outro caso fáceis.
demais termos da oração para que concordem em gênero Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
e número com o substantivo. Teremos que alterar, portan-
to, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, g) É bom, é necessário, é proibido
temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira. - Essas expressões não variam se o sujeito não vier pre-
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o prono- cedido de artigo ou outro determinante.
me concordam em gênero e número com o substantivo. Canja é bom. / A canja é boa.
- A pequena criança é uma gracinha. É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A en-
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
trada é proibida.
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De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, 07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res- Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas
pectivamente, com: em:
(A) Restam… faça… será (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel
(B) Resta… faz… será sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir
(C) Restam… faz... serão dessas criações poéticas tão originais.
(D) Restam… façam… serão (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status
(E) Resta… fazem… será atribuído à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje
nas melhores universidades do país.
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alterna- (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que
tiva em que o trecho a situação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma- mesmos requizessem o respeito que faziam por merecer.
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.– (D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e
está corretamente reescrito, de acordo com a norma-pa- a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser
drão da língua portuguesa. resultado do puro e simples desconhecimento.
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encon-
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os proble-
trou até agora uma maneira adequada de se quantificar os
mas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
insumos básicos.
representatividade.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon-
trou até agora uma maneira adequada de os insumos bási-
cos ser quantificados. 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de con-
até agora uma maneira adequada para que os insumos bá- cordância verbal e nominal em:
sicos sejam quantificado. a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- entre os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofistica-
trou até agora uma maneira adequada para que os insu- das às mais humildes, são cada vez mais comuns nos dias
mos básicos seja quantificado. de hoje.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encon- b) A importância de intelectuais como Edward Said e
trou até agora uma maneira adequada de se quantificarem Tony Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões
os insumos básicos. polêmicas de seu tempo, não estão apenas nos livros que
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATIVO escreveram.
- VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota nega- árabes e judeus, responsável por tantas mortes e tanto so-
tiva... frimento, estejam próximos de serem resolvidos ou pelo
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classi- menos de terem alguma trégua.
ficação do continente americano (2,0)... d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e verdade, ainda que conscientes de que esta é até certo
II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem dos ponto relativa, costumam encontrar muito mais detratores
exemplos, em: que admiradores.
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o e) No final do século XX já não se via muitos intelec-
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente da tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era
maioria? notícia pelos livros que publicavam como pelas posições
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. que corajosamente assumiam.
Vêm pessoas de muito longe para brincar de quadrilha.
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase
09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propos-
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas
também existem umas que não merecem nossa atenção. tas para o segmento grifado, deverá ser colocado no plural,
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. está em:
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012) (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do pla-
Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e locais de neta)
peregrinação. (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plu- consumo mundial de barris de petróleo)
ral caso o segmento grifado seja substituído por: (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se
(A) Há folheteiros que no custo da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(B) A maior parte dos folheteiros (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os es-
(C) O folheteiro e sua família forços mundiais... (a preocupação em torno das mudanças
(D) O grosso dos folheteiros climáticas)
(E) Cada um dos folheteiros
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QUERER OBEDECER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com
vontade de, cobiçar. a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Querem melhor atendimento. Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode
Queremos um país melhor. ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
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VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atenta-
mente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
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02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013- (D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapida-
adap.). mente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos seja mais notável em alguns países – o Brasil é um exemplo
filhos do sueco. – do que em outros.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de com- (E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapida-
plementos que o grifado acima está empregado em: mente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avan-
A) ...que existe uma coisa chamada exército... ço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exem-
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? plo) do que em outros.
C) ...compareceu em companhia da mulher à delega-
cia... 06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assina-
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro... le a alternativa correta quanto à regência dos termos em
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atre-
destaque.
vimento.
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.). responsabilidade pelo problema.
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em (B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter
partes desiguais... se perdido.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que (C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho
o grifado acima está empregado em: de um índio na porta do prédio.
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a (D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se
extremos de sutileza. perdido de sua família.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de macha- (E) A família toda se organizou para realizar a procura
do nos troncos mais robustos. à garotinha.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados deso-
rientam, não raro, quem... 07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho a alternativa que completa, correta e respectivamente, as
na serra de Tunuí... lacunas do texto, de acordo com as regras de regência.
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já
gentio, mestre e colaborador... assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem
corporal e a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.).
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que a mídia pode exercer sobre os jovens.
o da frase acima se encontra em: A) dos … na
A) A palavra direito, em português, vem de directum, B) nos … entre a
do verbo latino dirigere... C) aos … para a
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das D) sobre os … pela
sociedades... E) pelos … sob a
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado
pela justiça. 08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspi- Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão
rações da justiça... da língua, assinale a alternativa em que os trechos desta-
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o cados estão corretos quanto à regência, verbal ou nominal.
sentimento de justiça. A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais
de dez mil tomadas.
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alter- B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver
nativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
Fapesp de junho de 2012, está correto quanto à regência C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de
nominal e à pontuação.
criar logotipos e negociar.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapida-
D) O taxista levou o autor a indagar no número de
mente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço
seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, tomadas do edifício.
do que em outros. E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor re-
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam ra- parasse a um prédio na marginal.
pidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o
avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um 09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). As-
exemplo!, do que em outros. sinale a alternativa que substitui a expressão destacada na
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam ra- frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da
pidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o língua e sem alteração de sentido.
avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de
exemplo, do que em outros. direitos dos trabalhadores domésticos.
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- Nas dissertações em que é necessário defender algo, expõe o ponto de vista, e argumenta de uma forma lógica
não fique “em cima do muro”, coloque claramente sua po- para que o leitor acompanhe seu raciocínio. Nesta parte
sição, pois muitas vezes os corretores estão interessados em do texto faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos. A con-
avaliar sua capacidade de opinar, refletir e argumentar; clusão é o fechamento. Mas é válido lembrar que a intro-
- Escreva com clareza; dução, desenvolvimento e conclusão são ligados e depen-
- Seja objetivo e fiel ao tema; dentes entre si para que a coesão e coerência textual sejam
- Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito + pre- mantidas e o texto faça sentido.
dicado);
- Evite períodos e parágrafos muito longos; Introdução
- Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do texto;
- Não use termos chulos, gírias e regionalismos; A introdução (dependendo do número máximo de li-
- Esteja sempre atualizado em tudo que acontece no nhas) deve ter argumentos, dos quais você falará no de-
mundo; senvolvimento. Então, deixe para explicar o assunto da in-
- Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário, você olha
trodução depois. Apenas coloque os argumentos de forma
visualmente as palavras e envia para a sua memória a forma
conexa e, o mais importante, apenas os coloque se tiver
correta de escrevê-las;
certeza de que falará sobre eles depois.
- Treine fazer redação com temas que poderão estar rela-
cionados com as provas de concursos públicos, ou então faça
com temas da atualidade e notícias constantes nos meios de Desenvolvimento
comunicação;
- Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, retire O desenvolvimento (dependendo do número máximo
os excessos, deixe seu texto “enxuto”; de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos. Cada pa-
- Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações de rágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O ideal seria três linhas,
treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na próxima; pois quanto mais linhas tiver, maiores as chances de você
- Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas esta- escrever algo confuso. Os parágrafos devem tratar dos ar-
belecido na prova; gumentos apresentados na introdução. Cada parágrafo, ao
- Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim do menos, referente a um deles.
texto. Não inicie com letra legível e arredondada, por exemplo,
e termine com ela ilegível e “apressada”. Isso dará uma pés- Conclusão
sima impressão para o examinador da banca quando for ler;
- Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse sua A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela
redação; Tenha o máximo de asseio possível; ressalta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL solução.
- Faça as redações de provas anteriores do concurso que
você prestará; Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós, temos, deve-
mos, podemos, iremos, sei, sabemos, e palavras conjugadas
- Fique focado no enunciado que a banca está pedindo, da mesma forma. Isto porque ela devem ser escrita na 3ª
não redija um texto lindo, mas que está totalmente fora do pessoa do singular. O certo seria: sabe-se, deve-se, impor-
tema. Nunca fuja do tema proposto; tante se faz, tem-se. “Todo mundo”, “todo o planeta”, “todas
- Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras; as pessoas”, “todos”: tais palavras devem ser evitadas, pois a
- Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso e dissertação não admite generalização. Logo, devemos usar
coerente; “a maioria”, “grande parte”, “parcela da população”, “um sig-
- Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande
nificativo número” etc. “Com certeza”, “obviamente”, defini-
temor pela redação nas provas. Muitas vezes o candidato pre-
tivamente”: são palavras que também devem ser evitadas.
para-se para a prova objetiva e deixa a redação de lado, per-
A dissertação consiste numa argumentação, na qual se é
dendo grandes chances de passar. A única maneira eficaz de
aprender a fazer uma boa redação é treinando. Faça redações exposto um pensamento, o qual poderá ser refutado por
sobre diversos temas, leia e releia quantas vezes precisar, e outro pensamento.
lembre-se: a prática pode levar à perfeição;
- Além dessas dicas é preciso saber, principalmente, as re- Vamos para um exemplo. O texto trata da redução da
gras de acentuação gráfica, pontuação, ortografia e concor- maioridade no Brasil.
dância. A INTRODUÇÃO é a seguinte:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exem-
cometidos por infratores menores de dezoito anos plo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode
Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do
pequenas e não os inibe de praticar novos delitos que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica,
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de re- social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
giões periféricas e não têm o devido acesso á educação expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato
-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação.
Agora, vamos construir o texto, abordando cada assun- Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos
to em um parágrafo do desenvolvimento. demais.
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de
Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometi- sua redação.
dos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de Fontes:
praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, É de http://www.okconcursos.com.br/como-passar/dicas
regiões periféricas e não TEM o devido acesso á educação. -para-concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.Upo-
É de se notar que o crescente número de infrações reali- qg9Kfsfh
zadas por crianças e adolescentes, aparentemente, só tende http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-explica-
a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes como roubo cao-como-fazer-uma-redacao
e tráfico se mostram cada vez mais presente nas ações des- http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Re-
tes jovens. (assunto 1) dacao2.php
Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O
grande problema de medidas tão brandas consiste no fato Redação Oficial
de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: o
de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2) Pronomes de tratamento na redação oficial
A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, certa-
mente, é um ponto que fortalece o envolvimento com ações A redação Oficial é a maneira para o poder público re-
infratoras. Dispersos, tratados com descaso e sem perspecti-
digir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras fazem-
va, muitos jovens veem no crime a possível solução para seus
se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, concisa,
problemas. (assunto 3)
sem muito comprometimento, bem como um uso adequa-
A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas
do das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no
de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, as-
dia que o país investir em educação e não em formas de
seguram que os atos normativos sejam bem executados.
conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja
No Poder Público, a todo momento nós nos depara-
necessária qualquer pena.
mos com situações em que precisamos escrever – ou falar –
Planejando a Dissertação com pessoas com as quais não temos familiaridade. Nesses
casos, os pronomes de tratamento assumem uma condição
Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos: e precisam estar adequados à categoria hierárquica da pes-
1) Interrogue o tema; soa a quem nos dirigimos. E mais, exige-se, em discurso
2) Responda-o de acordo com a sua opinião; falado ou escrito, uma homogeneidade na forma de trata-
3) Apresente um argumento básico; mento, não só nos pronomes como também nos verbos.
4) Apresente argumentos auxiliares; No entanto, as formas de tratamento não são do co-
5) Apresente um fato-exemplo; nhecimento de todos. Para tanto, a partir do Manual da
6) Conclua. Presidência da República, apresentaremos as discrimina-
ções de usos dos pronomes de tratamento:
Vamos supor que o tema de redação proposto seja:
Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro: São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho- seguintes autoridades:
mem vive sozinho? a) do Poder Executivo
2. Procure responder a essa pergunta de um modo Presidente da República;
simples e claro, concordando ou discordando (ou concor- Vice-Presidente da República;
dando em parte e discordando em parte): essa resposta é o Ministro de Estado;
seu ponto de vista. Secretário-Geral da Presidência da República;
3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta, Consultor-Geral da República;
uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posi- Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
ção: aí estará o seu argumento principal. Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posi- Secretários da Presidência da República;
ção. Estes serão os argumentos auxiliares. Procurador – Geral da República;
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres- A linguagem técnica deve ser empregada apenas em si-
sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma tuações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscrimina-
carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou do. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabu-
mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta lário próprio a determinada área, são de difícil entendimento
da interferência da individualidade que a elabora. por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami-
nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes
ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade. dirigidos aos cidadãos.
103
LÍNGUA PORTUGUESA
É pela correta observação dessas características que se Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas
redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei- a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró-
tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principal- Ministério das Relações Exteriores.
mente da falta da releitura que torna possível sua correção.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa Identificação do Signatário
com que são elaboradas certas comunicações quase sempre Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de República, todas as demais comunicações oficiais devem tra-
um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as- zer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. a seguinte:
(espaço para assinatura)
Pronomes de Tratamento Nome
Concordância com os Pronomes de Tratamento Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân- (espaço para assinatura)
cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun- Nome
da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem Ministro de Estado da Justiça
se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in- Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi-
tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria natura em página isolada do expediente. Transfira para essa
nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pro-
nomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Forma de diagramação
Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”). Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à se-
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gê- guinte forma de apresentação:
nero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelên- de rodapé;
cia está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
deve estar satisfeita”. - é obrigatório constar a partir da segunda página o nú-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- mero da página;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
guinte forma: impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
gens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas pági-
A Sua Excelência o Senhor nas pares (“margem espelho”);
Fulano de Tal - o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no
Ministro de Estado da Justiça mínimo, 3,0 cm de largura;
70.064-900 – Brasília. DF - o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
A Sua Excelência o Senhor distância da margem esquerda;
Senador Fulano de Tal - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
Senado Federal - deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas
70.165-900 – Brasília. DF e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto
utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
Senhor Ministro, - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, subli-
nhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância
e a sobriedade do documento;
Fechos para Comunicações - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalida- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
de de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para gráficos e ilustrações;
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem
Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0
quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, cm;
este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos dife- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de ar-
rentes para todas as modalidades de comunicação oficial: quivo Rich Text nos documentos de texto;
a) para autoridades superiores, inclusive o Presi- - dentro do possível, todos os documentos elabora-
dente da República: Respeitosamente, dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
rarquia inferior: Atenciosamente, gos;
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1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial) Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo,
junto adverbial) (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo,
manhã de terça-feira). (...).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
coordenação de orações subordinadas. salário de um médico.
Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
culta: de um médico.
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
não ser inseguro, inteligência e ter ambição. Novamente, a não repetição dos termos comparados
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- confunde. Alternativas para correção:
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Portaria.
transformá-la em frase simples, substituindo as orações re- Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
duzidas por substantivos: Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, se- do que os Ministérios do Governo.
gurança, inteligência e ambição. No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
“demais”) acarretou imprecisão:
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
do que os outros Ministérios do Governo.
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente)
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar,
do que os demais Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas:
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades
(Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili- Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
dade de correção é transformá-la em duas frases simples, mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta possam gerar equívocos de compreensão.
última capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar--se a que palavra se refere um pronome que
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período ocorrer com:
que não contém nenhum “que” anterior. - pronomes pessoais:
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
tem sólida formação acadêmica. ele seria exonerado.
Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo: cretariado.
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sóli- Ou então, caso o entendimento seja outro:
da formação acadêmica. Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
programa. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo ante- ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
rior aqui podemos ou suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas Observe-se a multiplicidade de ambiguidade no exem-
plo acima, as quais tornam virtualmente inapreensível o
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o
sentido da frase.
programa.
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compa-
ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada - pronome relativo:
na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo costumava trabalhar.
omitido. A ausência indevida de um termo pode impossi- Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
bilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma ção refere--se à mesa ou a gabinete. Essa ambiguidade se
frase: deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gênero. A
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais, as
um médico. quais, que marcam gênero e número.
A omissão de termos provocou uma comparação inde- Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costuma-
vida: “o salário de um professor” com “um médico”. va trabalhar.
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3-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO FO- 8-) (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013) O ex-
RENSE - CESPE/2013) A concisão, uma das qualidades es- pediente adequado para a comunicação entre ministros de
senciais ao texto oficial, para a qual concorrem o domínio do Estado é a mensagem.
assunto tratado e a revisão textual, consiste em se transmitir, ( ) Certo ( ) Errado
no texto escrito, o máximo de informações empregando-se
um mínimo de palavras. 9-) (ANP – CONHECIMENTO BÁSICO PARA TODOS OS
( ) Certo ( ) Errado CARGOS – CESPE/2013) Na redação de uma ata, devem-
se relatar exaustivamente, com o máximo de detalhamento
4-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO FO- possível, incluindo-se os aspectos subjetivos, as discussões,
RENSE - CESPE/2013) Na parte superior do ofício, do aviso e as propostas, as resoluções e as deliberações ocorridas em
do memorando, antes do assunto, devem constar o nome e o reuniões e eventos que exigem registro.
endereço da autoridade a quem é direcionada a comunicação. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
10-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) Se-
5-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E gundo o Manual de Redação da Presidência da República,
COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATI- NÃO se deve usar Vossa Excelência para
VO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita (A) embaixadores.
com os resultados das negociações”, o adjetivo estará correta- (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
mente empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo (C) prefeitos municipais.
masculino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
locução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. (E) vereadores.
( ) Certo ( ) Errado
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) (...) O vocativo a ser empregado em comunicações 8-) Mensagem – é o instrumento de comunicação ofi-
dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, se- cial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
guido do cargo respectivo: mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Po-
Excelentíssimo Senhor Presidente da República (...) der Legislativo para informar sobre fato da Administração
(Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/ Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura
manual.htm) de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional ma-
RESPOSTA: “CERTO”. térias que dependem de deliberação de suas Casas; apre-
sentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo
3-) É a qualidade esperada de um bom texto, assim ele quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação.
não se torna prolixo: “fala, fala, mas não diz nada!”. Aviso e Ofício - são modalidades de comunicação ofi-
RESPOSTA: “CERTO”. cial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é
que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de
4-) O aviso, o ofício e o memorando devem conter as Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo
seguintes partes: que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades.
Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos ofi-
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do
ciais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no
órgão que o expede:
caso do ofício, também com particulares.
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com
(Fonte: http://www.fontedosaber.com/portugues/re-
alinhamento à direita:
dacao-oficial-dicas-e-macetes.html)
c) assunto: resumo do teor do documento
RESPOSTA: “ERRADO”.
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é
dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído
9-) Ata é um documento administrativo que tem a
também o endereço.
finalidade de registrar de modo sucinto a sequência de
e) texto; eventos de uma reunião ou assembleia de pessoas com um
f) fecho; fim específico. É característica da Ata apresentar um resu-
g) assinatura do autor da comunicação; e mo, cronologicamente disposto, de modo infalível, de todo
h) identificação do signatário o desenrolar da reunião.
(Fonte: https://www.10emtudo.com.br/aula/ensino/a_
(Fonte: http://webcache.googleusercontent.com/ redacao_oficial_ata/)
search?q=cache:omaLJnt2UtQJ:www.planalto.gov.br/cci- RESPOSTA: “ERRADO”.
vil_03/manual/Manual_Rich_RedPR2aEd.rtf+&cd=1&hl=p-
t-BR&ct=clnk&gl=br) 10-) (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Se-
RESPOSTA: “ERRADO”. nhoria (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim.
Numa Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência
5-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi- para o seu presidente, de acordo com o Manual de Reda-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo ção da Presidência da República (1991).
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-
pronome de tratamento é apenas a maneira como tratar a detail.php?id=393)
autoridade, não regendo as demais concordâncias. RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “ERRADO”.
110
LEGISLAÇÃO
1. Lei nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990 - Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e
das fundações públicas federais......................................................................................................................................................................... 01
2. Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993 - Normas para Licitações e Contratos da Administração Pública......................... 36
3. Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999 – Processo Administrativo Federal................................................................................... 63
LEGISLAÇÃO
Por regime jurídico dos servidores deve-se entender o II - o gozo dos direitos políticos;
conjunto de regras referentes a todos os aspectos da re- Direitos políticos são os direitos garantidos ao cidadão
lação entre o servidor público e a Administração. Envolve que envolvem sua participação direta ou indireta nas deci-
tanto questões inerentes à ocupação do cargo quanto di- sões políticas do Estado. No Brasil, se encontram nos arti-
reitos e deveres, entre outras. gos 14 e 15 da Constituição Federal.
Aplica-se na esfera federal, tanto para a Administração III - a quitação com as obrigações militares e eleito-
direta quanto para a indireta. rais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo, cargo;
caso em que o ingresso se dará mediante concurso, ou em Ensino fundamental, ensino médio ou ensino superior,
comissão, quando por uma relação de confiança o superior conforme a complexidade das funções do cargo.
puder nomear seus funcionários enquanto estiver ocupan-
do aquela posição de chefia. V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
Todo serviço público será remunerado pelos cofres pú- § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência
blicos. de outros requisitos estabelecidos em lei.
P. ex., 3 anos de atividade jurídica para cargos de mem-
bros do Ministério Público ou da Magistratura.
1
LEGISLAÇÃO
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegura- Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo
do o direito de se inscrever em concurso público para provi- isolado de provimento efetivo depende de prévia habilita-
mento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a ção em concurso público de provas ou de provas e títulos,
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua vali-
reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas dade.
no concurso. Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso
e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
Cotas para deficientes. moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
regulamentos.
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica
e tecnológica federais poderão prover seus cargos com pro- Seção III
fessores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com Do Concurso Público
as normas e os procedimentos desta Lei.
Exceção ao inciso I do art. 5°. Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu-
los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispu-
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á me- serem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira,
diante ato da autoridade competente de cada Poder. condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do
valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio,
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente
posse. previstas.
Por investidura entende-se a instalação formal em um
cargo público, o que se dará quando a pessoa for empos- Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois)
sada. anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual
período.
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de
I - nomeação; sua realização serão fixados em edital, que será publicado
II - promoção; no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande cir-
III e IV - (Revogados) culação.
V - readaptação; § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver can-
VI - reversão; didato aprovado em concurso anterior com prazo de valida-
VII - aproveitamento; de não expirado.
VIII - reintegração; No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
IX - recondução. pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos con-
Detalhes adiante. cursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua ativi-
dade profissional também é considerado.
Seção II O edital delimita questões como valor da taxa de ins-
Da Nomeação crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de va-
lidade.
Art. 9o A nomeação far-se-á:
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isola- Seção IV
do de provimento efetivo ou de carreira; Da Posse e do Exercício
II - em comissão, inclusive na condição de interino,
para cargos de confiança vagos. Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres,
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co- as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocu-
missão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter pado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em lei.
em que deverá optar pela remuneração de um deles du- § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados
rante o período da interinidade. da publicação do ato de provimento.
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
O cargo em comissão é temporário e não depende de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos in-
concurso público. Se o servidor for nomeado para outro cisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos
cargo em comissão poderá exercer ambos de maneira in- I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o
terina (temporária), mas somente poderá receber remune- prazo será contado do término do impedimento.
ração por um deles, o que optar. § 3o A posse poderá dar-se mediante procuração espe-
cífica.
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LEGISLAÇÃO
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro mu-
por nomeação. nicípio em razão de ter sido removido, redistribuído, re-
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração quisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá,
de bens e valores que constituem seu patrimônio e declara- no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, conta-
ção quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou dos da publicação do ato, para a retomada do efetivo de-
função pública. sempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. § 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
O termo de posse é dotado de conteúdo específico. É ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo
possível tomar posse mediante procuração específica. Não será contado a partir do término do impedimento.
há posse nos cargos em comissão. A declaração de bens e § 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos esta-
valores visa permitir a verificação da situação financeira do belecidos no caput.
servidor, de forma a perceber se ele enriqueceu despropor- Se o servidor estava em exercício em outro município
cionalmente durante o exercício do cargo. e é convocado por publicação para retomar a posição su-
perior tem um prazo entre 10 e 30 dias, dos quais pode
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia desistir, se quiser.
inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho
for julgado apto física e mentalmente para o exercício do
fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos
cargo.
cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal
de quarenta horas e observados os limites mínimo e má-
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-
ções do cargo público ou da função de confiança. ximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossa- § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de
do em cargo público entrar em exercício, contados da data confiança submete-se a regime de integral dedicação ao
da posse. serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser con-
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tor- vocado sempre que houver interesse da Administração.
nado sem efeito o ato de sua designação para função de § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos trabalho estabelecida em leis especiais.
neste artigo, observado o disposto no art. 18.
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
para onde for nomeado ou designado o servidor compete cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio proba-
dar-lhe exercício. tório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o
§ 4o O início do exercício de função de confiança coin- qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
cidirá com a data de publicação do ato de designação, para o desempenho do cargo, observados os seguinte fato-
salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por res:
qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no pri- I - assiduidade;
meiro dia útil após o término do impedimento, que não po- II - disciplina;
derá exceder a trinta dias da publicação. III - capacidade de iniciativa;
Nota-se que para as funções em confiança não há pra- IV - produtividade;
zo de 15 dias da posse, até mesmo porque ela não existe V - responsabilidade.
nestas funções. Então, o prazo para exercício será o do dia § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do es-
da publicação do ato de designação. tágio probatório, será submetida à homologação da autori-
dade competente a avaliação do desempenho do servidor,
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o rei- realizada por comissão constituída para essa finalidade, de
nício do exercício serão registrados no assentamento indi- acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res-
vidual do servidor.
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre-
apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput
sentará ao órgão competente os elementos necessários ao
deste artigo.
seu assentamento individual.
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer- exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
cício, que é contado no novo posicionamento na carreira a mente ocupado, observado o disposto no parágrafo único
partir da data de publicação do ato que promover o ser- do art. 29.
vidor. § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
Na promoção não há nova posse. Então, o servidor não quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
tem 15 dias para entrar em exercício, o fazendo no dia da ções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou
publicação do ato. entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro
órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Espe-
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LEGISLAÇÃO
cial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em
e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
equivalentes. de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão assegurada ampla defesa.
ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos
arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento Seção VI
para participar de curso de formação decorrente de aprova- Da Transferência
ção em concurso para outro cargo na Administração Pública
Federal. Art. 23. (Execução suspensa)
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, Seção VII
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso Da Readaptação
de formação, e será retomado a partir do término do impe-
dimento. Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci- com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen- física ou mental verificada em inspeção médica.
tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a § 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo daptando será aposentado.
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos- § 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-
to no artigo 41 da Constituição Federal: ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escola-
ridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de ine-
Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exer- xistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições
cício os servidores nomeados para cargo de provimento como excedente, até a ocorrência de vaga.
efetivo em virtude de concurso público. Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psi-
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: cológicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; para cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex: fun-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja cionário trabalhava como atendente numa repartição, se
assegurada ampla defesa; movimentando o tempo todo e sofre um acidente, ficando
III - mediante procedimento de avaliação periódica de paraplégico. Sua capacidade mental não ficou prejudicada,
embora seja inconveniente ele ter que fazer tantos mo-
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
vimentos no exercício das funções. Por isso, pode ser re-
ampla defesa.
conduzido para outro cargo técnico na repartição que seja
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
mais burocrático e exija menos movimentação física, como
vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
o de assistente de um superior.
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou pos-
Seção VIII
to em disponibilidade com remuneração proporcional ao
Da Reversão
tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune-
aposentado:
ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar
aproveitamento em outro cargo. insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, II - no interesse da administração, desde que:
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- a) tenha solicitado a reversão;
missão instituída para essa finalidade. b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
Seção V d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos an-
Da Estabilidade teriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá esta- resultante de sua transformação.
bilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será
efetivo exercício. considerado para concessão da aposentadoria.
ATENÇÃO: Vale o prazo de 3 anos, conforme Constitui- § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo,
ção Federal (artigo 41 retrocitado). o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Seção I Subseção II
Das Indenizações Das Diárias
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede
I - ajuda de custo; em caráter eventual ou transitório para outro ponto do
II - diárias; território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens
III - transporte. e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas ex-
IV - auxílio-moradia. traordinária com pousada, alimentação e locomoção urba-
A leitura da legislação seca permite conceituar e dife- na, conforme dispuser em regulamento.
renciar cada modalidade de indenização. § 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sen-
do devida pela metade quando o deslocamento não exigir
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.
concessão, serão estabelecidos em regulamento. § 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a
3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo diárias.
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. ,
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LEGISLAÇÃO
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha
deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglome- residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for
ração urbana ou microrregião, constituídas por municípios exercer o cargo em comissão ou função de confiança, des-
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de contro- considerando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse
le integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição período; e
e competência dos órgãos, entidades e servidores brasilei- VIII - o deslocamento não tenha sido por força de altera-
ros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da ção de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho
fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será con-
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar siderado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las in- cargo em comissão relacionado no inciso V.
tegralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à Art. 60-C. (Revogado).
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-
mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado
previsto no caput. a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comis-
são, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado
Subseção III ocupado.
Da Indenização de Transporte § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Es-
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao tado.
servidor que realizar despesas com a utilização de meio § 2o Independentemente do valor do cargo em comis-
próprio de locomoção para a execução de serviços exter- são ou função comissionada, fica garantido a todos os que
nos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$
dispuser em regulamento. 1.800,00 (mil e oitocentos reais).
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Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calcula- para atender a situações excepcionais e temporárias, respei-
da sobre a remuneração do mês da exoneração. tado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
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LEGISLAÇÃO
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, man-
motivo de calamidade pública, comoção interna, convoca- tida a remuneração do servidor; e
ção para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou remuneração.
entidade. § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será con-
Parágrafo único. O restante do período interrompido tado a partir da data do deferimento da primeira licença
será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. concedida.
O direito individual às férias pode ser mitigado pelo § 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não
direito da coletividade de manutenção da paz e da ordem remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, conce-
social. didas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado
o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabe-
Capítulo IV lecidos nos incisos I e II do § 2o.
Das Licenças
Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Seção I
Disposições Gerais
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
I - por motivo de doença em pessoa da família; para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou com- e Legislativo.
panheiro; § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re-
III - para o serviço militar; muneração.
IV - para atividade política; § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com-
V - para capacitação; panheiro também seja servidor público, civil ou militar, de
VI - para tratar de interesses particulares; qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-
VII - para desempenho de mandato classista. deral e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em
Atenção aos motivos que autorizam licença, detalha- órgão ou entidade da Administração Federal direta, autár-
dos a seguir na legislação. quica ou fundacional, desde que para o exercício de ativida-
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo de compatível com o seu cargo.
bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas
de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no Seção IV
art. 204 desta Lei. Da Licença para o Serviço Militar
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada du-
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
rante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
será concedida licença, na forma e condições previstas na
legislação específica.
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
do término de outra da mesma espécie será considerada terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o
como prorrogação. exercício do cargo.
Seção II Seção V
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Da Licença para Atividade Política
Família
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remune-
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por ração, durante o período que mediar entre a sua escolha
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo,
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependen- e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça
te que viva a suas expensas e conste do seu assentamento Eleitoral.
funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. § 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência di- onde desempenha suas funções e que exerça cargo de di-
reta do servidor for indispensável e não puder ser presta- reção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização,
dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de
da simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia
compensação de horário, na forma do disposto no inciso II
seguinte ao do pleito.
do art. 44.
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o déci-
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorro- mo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença,
gações, poderá ser concedida a cada período de doze meses assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo
nas seguintes condições: período de três meses.
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LEGISLAÇÃO
Seção VI Capítulo V
Da Licença para Capacitação Dos Afastamentos
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Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre afastamento, conforme dispuser o regulamento;
o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício VIII - licença:
do cargo. a) à gestante, à adotante e à paternidade;
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida b) para tratamento da própria saúde, até o limite de
a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de
exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. serviço público prestado à União, em cargo de provimento
§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor efetivo;
portador de deficiência, quando comprovada a necessidade c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
por junta médica oficial, independentemente de compensa- pação de gerência ou administração em sociedade coopera-
ção de horário. tiva constituída por servidores para prestar serviços a seus
§ 3º As disposições constantes do § 2o são extensivas membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro-
deficiência. fissional;
§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vincu- e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
lado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de f) por convocação para o serviço militar;
até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade pre- IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art.
18;
vista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei.
X - participação em competição desportiva nacional ou
convocação para integrar representação desportiva nacio-
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
nal, no País ou no exterior, conforme disposto em lei espe-
interesse da administração é assegurada, na localidade da
cífica;
nova residência ou na mais próxima, matrícula em institui- XI - afastamento para servir em organismo internacio-
ção de ensino congênere, em qualquer época, independen- nal de que o Brasil participe ou com o qual coopere.
temente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentado-
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor ria e disponibilidade:
que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Mu-
sua guarda, com autorização judicial. nicípios e Distrito Federal;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da fa-
Capítulo VII mília do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trin-
Do Tempo de Serviço ta) dias em período de 12 (doze) meses.
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86,
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de § 2o;
serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Ar- IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-
madas. dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior
ao ingresso no serviço público federal;
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada
em dias, que serão convertidos em anos, considerado o à Previdência Social;
ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú-
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. de que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso
97, são considerados como de efetivo exercício os afasta- VIII do art. 102.
mentos em virtude de: § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será
I - férias; contado apenas para nova aposentadoria.
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado
às Forças Armadas em operações de guerra.
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Muni-
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de ser-
cípios e Distrito Federal;
viço prestado concomitantemente em mais de um cargo
III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-
ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União,
tração, em qualquer parte do território nacional, por nomea-
Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação
ção do Presidente da República; pública, sociedade de economia mista e empresa pública.
IV - participação em programa de treinamento regular-
mente instituído ou em programa de pós-graduação stricto Capítulo VIII
sensu no País, conforme dispuser o regulamento; Do Direito de Petição
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de reque-
merecimento; rer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou inte-
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; resse legítimo.
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LEGISLAÇÃO
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos esta-
competente para decidi-lo e encaminhado por intermé- belecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
dio daquela a que estiver imediatamente subordinado o re- Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de petição,
querente. assegurado a todos: “são a todos assegurados, indepen-
dentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilega-
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, lidade ou abuso de poder;”. Os artigos acima descrevem o
não podendo ser renovado. direito de petição específico dos servidores públicos.
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsi-
deração de que tratam os artigos anteriores deverão ser des- Do Regime Disciplinar
pachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
de 30 (trinta) dias. Título IV
Do Regime Disciplinar
Art. 107. Caberá recurso:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; O regime disciplinar do servidor público civil federal
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in- está estabelecido basicamente de duas maneiras: deveres
terpostos. e proibições. Ontologicamente, são a mesma coisa: ambos
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente deveres e proibições são normas protetivas da boa Admi-
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, nistração. Nas duas hipóteses, violado o preceito, cabível é
e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autori- uma punição. Deve-se notar, porém, que os deveres cons-
dades. tam da lei como ações, como conduta positiva; as proibi-
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da au- ções, ao contrário, são descritas como condutas vedadas
toridade a que estiver imediatamente subordinado o reque- ao servidor, de modo que ele deve abster-se de praticá-las.
rente. Os deveres estão inscritos no artigo 116, não de modo
exaustivo, porque o servidor deve obediência a todas as
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de recon- normas legais ou infralegais, e o próprio inciso III do refe-
rido dispositivo é, de certa maneira, uma norma disciplinar
sideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da
em branco4.
publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão re-
“Estes dispositivos preveem, basicamente, um conjunto
corrida.
de normas de conduta e de proibições impostas pela lei
aos servidores por ela abrangidos, tendo em vista a pre-
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito sus-
venção, a apuração e a possível punição de atos e omissões
pensivo, a juízo da autoridade competente.
que possam por em risco o funcionamento adequado da
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de
administração pública, do posto de vista ético, do ponto
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagi- de vista da eficiência e do ponto de vista da legalidade.
rão à data do ato impugnado. Decorrem, estes dispositivos, do denominado Poder Disci-
plinar que é aquele conferido à Administração com o obje-
Art. 110. O direito de requerer prescreve: tivo de manter sua disciplina interna, na medida em que lhe
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de atribui instrumentos para punir seus servidores (e também
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afe- àqueles que estejam a ela vinculados por um instrumento
tem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações jurídico determinado - particulares contratados pela Ad-
de trabalho; ministração). [...]“O disposto no Título IV da lei nº 8.112/90
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo prevê basicamente um conjunto de obrigações impostas
quando outro prazo for fixado em lei. aos servidores por ela regidos. Tais obrigações, ora positi-
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da vas (os denominados Deveres – art. 116), ora negativas (as
data da publicação do ato impugnado ou da data da denominadas Proibições – art. 117) uma vez inadimplidas
ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. ensejam sua imediata apuração (art. 143) e uma vez com-
provadas importam na responsabilização administrativa, a
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, desafiar, então, a aplicação de uma das sanções administra-
quando cabíveis, interrompem a prescrição. tivas (art. 127). Não é por outra razão que o art. 124 declara
que a responsabilidade administrativa resulta da prática de
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não poden- ato omissivo (quando o servidor deixa de cumprir os deve-
do ser relevada pela administração. res a ele impostos) ou comissivo (quando viola proibição)
praticado no desempenho do cargo ou função”5.
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegu-
rada vista do processo ou documento, na repartição, ao 4 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime
servidor ou a procurador por ele constituído. disciplinar dos servidores federais. Disponível em:
<http://www.sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a dos_servidores_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013.
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade. 5 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
“Todo servidor público é obrigado a dar conhecimento IX - manter conduta compatível com a moralidade ad-
ao chefe da repartição acerca das irregularidades de que ministrativa;
toma conhecimento no exercício de suas atribuições. Deve “O ato administrativo não se satisfaz somente com o
levar ao conhecimento da chefia imediata pelo sistema hie- ser legal. Para ser válido o ato administrativo tem que ser
rárquico. Supõe-se que os titulares das chefias ou divisões compatível com a moralidade administrativa. O agente
detêm um conhecimento maior de como corrigir o erro ou deve se comportar em seus atos de maneira proba, escor-
comunicar aos órgãos de controle para a devida apuração. reita, séria, não atuando com intenções escusas e desvir-
De nada adiantaria o servidor, ciente de um ato irregular, tuadas. Seu poder-dever não pode ser utilizado, por exem-
ir comunicar ao público ou a terceiros. Além do dever de plo, para satisfação de interesses menores, como realizar a
sigilo, há assuntos que exigem certas reservas, visando ao prática de determinado ato para beneficiar uma amante ou
bem do serviço público, da segurança nacional e mesmo um parente. Se o agente viola o dever de agir com com-
da sociedade”. portamento incompatível com a moralidade administrativa,
poderá estar sujeito a sanção disciplinar. Seu ato ímpro-
VII - zelar pela economia do material e a conservação
bo ou imoral configura o chamado desvio de poder, que é
do patrimônio público;
totalmente abominável no Direito Administrativo e poderá
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela econo-
ser anulado interna corporis ou judicialmente através da
mia e pela conservação dos bens públicos presta um des-
ação popular, ação de ressarcimento ao erário e ação civil
serviço à nação que lhe remunera. E como se verá adiante
poderá ser causa inclusive de demissão, se não cumprir o pública se o ato violar direito coletivo ou transindividual”.
presente dever, quando por descumprimento dele a gra-
vidade do fato implicar a infração a normas mais graves”. X - ser assíduo e pontual ao serviço;
“Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assí-
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; duo significa ser presente dentro do horário do expedien-
“O agente público deve guardar sigilo sobre o que se te. O oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é
passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o que
oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, comparece no horário para as reuniões de trabalho e de-
hoje está regulamentado o acesso às informações. Porém, mais atividades relacionadas com o exercício do cargo que
o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo o fornecimen- ocupa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui o dever
to ou divulgação das informações exigem um procedimen- violado, seja por impontualidade, seja por inassiduidade
to. Maior cuidado há que se ter, quando a informação pos- (que ainda não aquela inassiduidade habitual de 60 dias
sa expor a intimidade da pessoa humana. As informações ensejadora de demissão), merece reprimenda de advertên-
pessoais dos administrados em geral devem ser tratadas cia, com fins educativos e de correção do servidor”.
forma transparente e com respeito à intimidade, à vida
privada, à honra e à imagem das pessoas, bem como às XI - tratar com urbanidade as pessoas;
liberdades e garantias individuais, segundo o artigo 31, da “No mundo moderno, e máxime em nossa civilização
Lei nº 21.527, 2011. A exceção para o sigilo existe, pois, não ocidental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Ur-
devemos tratar a questão em termos de cláusula jurídica bano, nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo
de caráter absoluto, podendo ter autorizada a divulgação da urbe (cidade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e
ou o acesso por terceiros quando haja previsão legal. Outra que não possa criar embaraços aos usuários dos serviços
exceção é quando há o consentimento expresso da pessoa públicos”.
a que elas se referirem. No caso de cumprimento de or-
dem judicial, para a defesa de direitos humanos, e quando XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
a proteção do interesse público e geral preponderante o
de poder.
exigir, também devem ser fornecidas as informações. Por-
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
tanto, o servidor há que ter reserva no seu comportamento
XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
e fala, esquivando-se de revelar o conteúdo do que se pas-
autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
sa no seu trabalho. Se o assunto pululante é uma irregula-
ridade absurda, deve então reduzir a escrito e representar assegurando-se ao representando ampla defesa.
para que se apure o caso. Deveriam diminuir as conversas Caso o funcionário público denuncie outro servidor,
de corredor e se efetivar a apuração dos fatos através do esta representação será encaminhada a alguém que seja
processo administrativo disciplinar. Os assuntos objeto do superior hierarquicamente ao denunciado, que terá direito
serviço merecem reserva. Devem ficar circunscritos aos ser- à ampla defesa.
vidores designados para o respectivo trabalho interno, não “O servidor tem obrigação legal de dar conhecimen-
devendo sair da seção ou setor de trabalho, sem o trâmite to às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver
hierárquico do chefe imediato. Se o assunto ou o trabalho, ciência em razão do cargo, principalmente no processo
enfim, merecer divulgação mais ampla, deve ser contatado em que está atuando ou quando o fato aconteceu sob as
o órgão de assessoria de comunicação social, que saberá suas vistas. Não é concebível que o servidor se defronte
proceder de forma oficial, obedecendo ao bom senso e às com uma irregularidade administrativa e fique inerte. Deve
leis vigentes”. provocar quem de direito para que a irregularidade seja
18
LEGISLAÇÃO
sanada de imediato. Caso haja indiferença no seu círculo IV - opor resistência injustificada ao andamento de
de atuação, i.e., no seu setor ou seção, deverá representar documento e processo ou execução de serviço;
aos órgãos superiores. Assim é que o dever de informar Não cabe impedir que o trâmite da administração seja
acerca de irregularidades anda de braço dado com o dever alterado por um capricho pessoal. Violação ao dever de ce-
de representar. Não surtindo efeito a notícia da irregulari- leridade e eficiência, bem como de impessoalidade.
dade, não corrigida esta, sobrevém o dever de representar.
O dever de representação não deixa de ser uma prerro- V - promover manifestação de apreço ou desapreço no
gativa legal, investindo o servidor de um múnus público recinto da repartição;
importante, constituindo o servidor em um curador legal Violação do dever de discrição.
do ente público. O mais humilde servidor passa a ser um
agente promotor de legalidade. É claro o inciso XII do art. VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
116 quando diz que é dever do servidor “representar con- casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja
tra ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. De modo que de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
também a omissão pode ensejar a representação. A omis- Quem é designado para o desempenho de uma função
são do agente que ilegalmente não pratica ato a que se pública deve desempenhá-la, não podendo designar outra
acha vinculado pode até configurar o ilícito penal de pre- pessoa para prestar seus serviços ou de seu subordinado.
varicação. O dever de representação deve ser privilegiado,
mas deve ser usado com o devido equilíbrio, não podendo VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi-
servir a finalidades egoísticas, político-partidárias, induzido liarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido
por inimizades de cunho pessoal, o que de pronto trespas- político;
sará o representante de autor a réu por prática de abuso de O direito de associação é livre, não podendo um fun-
poder ou denunciação caluniosa”. cionário forçar o seu subordinado a associar-se sindical ou
politicamente.
Capítulo II
Das Proibições VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
Art. 117. Ao servidor é proibido: segundo grau civil;
Em contraposição aos deveres do servidor público, É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos,
existem diversas proibições, que também estão em boa neto ou descendente, é o termo utilizado para designar o
parte abrangidas pelo Decreto n° 1.171/94. A violação dos favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detri-
deveres ou a prática de alguma das violações abaixo des- mento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que
critas caracterizam infração administrativa disciplinar. diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. O Decreto
“Nas Proibições – art. 117, constata-se, desde logo, sua nº 7.203, de 4 de junho de 2010 dispõe sobre a vedação
objetividade e taxatividade, o que veda sua ampliação e o do nepotismo no âmbito da administração pública federal.
uso de interpretações analógicas ou sistemáticas visto se- Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge,
rem condutas restritivas de direitos, sujeitas, portanto, ao companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
princípio da reserva legal. O descumprimento dessas proi- afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade no-
bições podem inclusive, ensejar o enquadramento penal meante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investi-
do servidor, pois muitas das condutas ali descritas, confi- do em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
guram prática de delito penal”7. exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda,
de função gratificada na Administração Pública direta e in-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem direta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
prévia autorização do chefe imediato; Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste
Violação do dever de assiduidade. mediante designações recíprocas, viola a Constituição Fe-
deral.” Obs.: se o concurso pedir pelo entendimento juris-
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe- prudencial, vá pela súmula, mas se não mencionar nada
tente, qualquer documento ou objeto da repartição; se atenha ao texto da lei, visto que há pequenas variações
Violação do dever de zelo com o patrimônio público. entre o texto da súmula e o da lei.
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LEGISLAÇÃO
Não cabe ao servidor público administrar sociedade XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom-
privada, o que pode comprometer sua eficiência e impar- patíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário
cialidade no exercício da função pública. No princípio, ou de trabalho;
seja, na redação original do Estatuto era proibida apenas a O exercício de atividades incompatíveis propicia uma
participação do servidor como sócio gerente ou adminis- violação ao princípio da imparcialidade.
trador de empresa privada, exceto na qualidade de mero
cotista, acionário ou comanditário. Atualmente, a empresa XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
pode até não estar personificada, por exemplo, não estar quando solicitado.
devidamente constituída e registrada nos órgãos compe- A atualização de dados cadastrais é necessária para
tentes (Junta Comercial, fisco estadual, municipal, distrital manter a administração ciente da situação de seu servidor.
e federal, e órgãos de controle: ambiental, trabalhista etc.).
Comprovada detidamente a gerência ou administração da Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do
sociedade particular em concomitância com a pretensa caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
carga horária da repartição pública, deve ser aplicada a pe- I - participação nos conselhos de administração e fiscal
nalidade de demissão. de empresas ou entidades em que a União detenha, direta
ou indiretamente, participação no capital social ou em so-
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto ciedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus
a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios membros; e
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo II - gozo de licença para o trato de interesses particu-
grau, e de cônjuge ou companheiro; lares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação
Não cabe atuar como procurador perante repartições sobre conflito de interesses.
públicas de forma profissional. Daí a limitação à atuação Nestes casos, é possível participar diretamente da ad-
como representante de parente até segundo grau (irmãos, ministração de sociedade privada, pois o interesse estatal
ascendentes e descendentes, cônjuges e companheiros). não será comprometido.
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
estrangeiro; cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
Trata-se de indício da intenção de praticar atos contrá- observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
rios ao interesse do Estado ao qual esteja vinculado. a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; científico;
Usura significa agiotagem, que é o empréstimo de di- c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
nheiro a particulares obtendo juros abusivos em troca. As sionais de saúde, com profissões regulamentadas;
atividades de empréstimo somente podem ser desempe-
nhadas com fim lucrativo por instituições credenciadas. Segundo Carvalho Filho8, “o fundamento da proibição
é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que
XV - proceder de forma desidiosa; o servidor não execute qualquer delas com a necessária efi-
Desídia é desleixo, descuido, preguiça, indolência. ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons-
tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota-
em serviços ou atividades particulares; se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em
O aparato da administração pública pertence ao Esta- consequência, se a acumulação só encerra a percepção de
do, não cabendo ao servidor utilizá-lo em atividades par- vencimentos por uma das fontes, não incide a regra cons-
ticulares. titucional proibitiva”.
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e pregos e funções em autarquias, fundações públicas, em-
transitórias; presas públicas, sociedades de economia mista da União, do
Cada servidor público tem sua atribuição legal, não Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
cabendo designá-lo para desempenhar funções diversas 8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
salvo em caso de extrema necessidade. direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010.
20
LEGISLAÇÃO
A proibição vale tanto para a administração direta do número de processos administrativos instaurados com
quanto para a indireta. esse objeto. O sistema adotado pela lei nº 8.112/90 é rela-
tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con- de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso
dicionada à comprovação da compatibilidade de horários. nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua
Se o Estado pretende que o desempenho de atividade situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a
cumulada não gere prejuízo à função pública, correto que lei em comentário, um processo administrativo simplifica-
exija a comprovação de compatibilidade de horários; do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração
dessa infração – art. 133” 9.
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de
vencimento de cargo ou emprego público efetivo com pro- Capítulo IV
ventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decor- Das Responsabilidades
ram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
Exterioriza-se, por exemplo, a proibição de que o agen- Art. 121. O servidor responde civil, penal e adminis-
te se aposente do serviço público e continue o exercendo, trativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
recebendo aposentadoria e salário. Segundo Carvalho Filho10, “a responsabilidade se origi-
na de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um situação fática prevista em lei e se caracteriza pela natureza
cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo do campo jurídico em que se consuma. Desse modo, a res-
único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em ponsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada
órgão de deliberação coletiva. responsabilidade é, em princípio, independente da outra”.
Cargo em comissão é aquele que não exige aprovação É possível que o mesmo fato gere responsabilidade ci-
em concurso público, sendo designado para o exercício vil, penal e administrativa, mas também é possível que este
por possuir um vínculo de confiança com o superior. So- gere apenas uma ou outra espécie de responsabilidade.
mente é possível exercer 1, salvo interinamente. Da mesma Daí o fato das responsabilidades serem independentes: o
forma, não cabe remuneração por participar de órgão de mesmo fato pode gerar a aplicação de qualquer uma delas,
deliberação coletiva. cumulada ou isoladamente.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omis-
à remuneração devida pela participação em conselhos de sivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de prejuízo ao erário ou a terceiros.
economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46,
indiretamente, detenha participação no capital social, obser- na falta de outros bens que assegurem a execução do débito
vado o que, a respeito, dispuser legislação específica. pela via judicial.
O exercício de função em determinados conselhos de § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responde-
administração e fiscais aceita remuneração. Trata-se de ex- rá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
ceção ao caput. § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-
cessores e contra eles será executada, até o limite do valor
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que da herança recebida.
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido O instituto da responsabilidade civil é parte integran-
em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse-
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera
compatibilidade de horário e local com o exercício de um para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen-
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal,
entidades envolvidos. quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano
Se o servidor já cumular dois cargos efetivos e for in- deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res-
vestido de um cargo em comissão, ficará afastado dos car- taurando-se o equilíbrio social.11
gos efetivos a não ser que exista compatibilidade de ho-
rários e local com um deles, caso em que se afastará de 9 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos
somente um cargo efetivo. Servidores Públicos da União. Disponível em: <http://
“Os artigos 118 a 120 da lei nº 8.112/90 ao tratarem da www.canaldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_ar-
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam, tigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.
no âmbito do serviço público federal a vedação genérica 10 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos ris, 2010.
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por 11 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabili-
servidores públicos, o que se constata observando o eleva- dade Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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LEGISLAÇÃO
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- A responsabilidade penal do servidor decorre de uma
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os conduta que a lei penal tipifique como infração penal, ou
limites da herança, embora existam reflexos na ação que seja, como crime ou contravenção penal.
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es- O servidor poderá ser responsabilizado apenas penal-
fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de mente, uma vez que somente caberá responsabilização civil
autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que se o ato tiver causado prejuízo ao erário (elemento dano).
uma absolvição por falta de provas não o faz). Os crimes contra a Administração Pública se encon-
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil tram nos artigos 312 a 326 do Código Penal, mas existem
se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por outros crimes espalhados pela legislação específica.
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva- Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa re-
mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do sulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desem-
instituto da responsabilidade civil, que tem como elemen- penho do cargo ou função.
tos: ação ou omissão voluntária (agir como não se deve Quando o servidor pratica um ilícito administrativo,
ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente a ele é atribuída responsabilidade administrativa. O ilícito
(dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e pode verificar-se por conduta comissiva ou omissiva e os
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa fatos que o configuram são os previstos na legislação es-
e efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano tatutária. Por exemplo, as sanções aplicadas pela Comissão
(dano é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser in- de Ética por violação ao Decreto n° 1.171/94 são adminis-
dividual ou coletivo, moral ou material, econômico e não trativas.
econômico).
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas pode-
rão cumular-se, sendo independentes entre si.
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- Se as responsabilidades se cumularem, também as
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos da- sanções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais responsa-
nos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, bilidades são independentes, ou seja, não dependem uma
da outra.
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor
será afastada no caso de absolvição criminal que negue
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí-
a existência do fato ou sua autoria.
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau-
Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão
sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela-
da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais
ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá
sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de
ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao
autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera
qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re- exclusão da responsabilidade civil e administrativa.
gresso é justamente o direito de acionar o causador direto A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada
do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delicto,
considerada a existência de uma relação obrigacional que conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz coisa
se forma entre a vítima e a instituição que o agente com- julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o
põe. ato praticado em estado de necessidade, em legítima defe-
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- sa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen- regular de direito” (excludentes de antijuridicidade); “art.
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do 66. não obstante a sentença absolutória no juízo criminal,
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, ca-
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele tegoricamente, reconhecida a inexistência material do
esperado.12 fato”; “art. 386, IV – estar provado que o réu não concor-
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- reu para a infração penal”.
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado Entendem Fuller, Junqueira e Machado13: “a absolvição
contraditório e ampla defesa. dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferida ao
culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da jurisdi-
que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (ad- ção civil, restando intocada a possibilidade de, na ação civil
ministrado), o servidor terá o dever de indenizar. de conhecimento, ser provada e reconhecida a existência
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes 13 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA,
e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Gustavo Octaviano Diniz; MACHADO, Angela C. Can-
12 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. giano. Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Revista dos
13. ed. São Paulo: Método, 2011. Tribunais, 2010. (Coleção Elementos do Direito)
22
LEGISLAÇÃO
do direito ao ressarcimento, de acordo com o grau de cog- Vide comentários aos incisos I a VII e XIX do art. 117.
nição e convicção próprios da seara civil (na esfera penal, A norma é genérica, envolvendo ainda qualquer outra vio-
a decisão de condenação somente pode ser lastreada em lação de dever funcional que não exija sanção mais grave.
juízo de certeza, tendo em vista o princípio constitucional
do estado de inocência)”. Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci-
dência das faltas punidas com advertência e de violação
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili- das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
zado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvi- (noventa) dias.
mento desta, a outra autoridade competente para apuração A suspensão é uma sanção administrativa intermediá-
de informação concernente à prática de crimes ou improbi- ria, aplicável se as práticas sujeitas a advertência se repe-
dade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência tirem ou em caso de infração grave que ainda assim não
do exercício de cargo, emprego ou função pública. gere pena de demissão.
§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias
Este dispositivo visa garantir que os servidores públi-
o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submeti-
cos denunciem os servidores hierarquicamente superiores.
do a inspeção médica determinada pela autoridade com-
Afinal, todos teriam receio de denunciar se pudessem ser
petente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumpri-
responsabilizados civil, penal ou administrativamente por
da a determinação.
tal denúncia caso no curso da apuração se verificasse que Trata-se de hipótese específica em que será aplicada
ela não procedia. suspensão.
§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
Capítulo V nalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na
Das Penalidades base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento
ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
Art. 127. São penalidades disciplinares: em serviço.
I - advertência; Se for inconveniente para a administração pública abrir
II - suspensão; mão do servidor, poderá multá-lo em 50% de seu venci-
III - demissão; mento/remuneração diário pelo número de dias de sus-
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; pensão. O servidor não poderá se recusar a permanecer
V - destituição de cargo em comissão; em serviço.
VI - destituição de função comissionada.
A advertência é a pena mais leve, um aviso de que o Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão
funcionário se portou de forma inadequada e de que isso terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e
não deve se repetir. A suspensão é uma sanção intermediá- 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o ser-
ria, fazendo com que o funcionário deixe de desempenhar vidor não houver, nesse período, praticado nova infração
o cargo por certo período. Na demissão, o funcionário não disciplinar.
mais exercerá o cargo, sendo assim sanção mais grave. Ou- Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não
tras sanções são cassação da aposentadoria ou disponibi- surtirá efeitos retroativos.
lidade, destituição do cargo em comissão, destituição da O bom comportamento posterior do servidor faz com
função comissionada. que o registro de advertência (após 3 anos) ou suspensão
(após 5 anos) seja apagado de seu registro, o que não sig-
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside- nifica que o servidor poderá requerer, por exemplo, o pa-
gamento referente aos dias que ficou suspenso.
radas a natureza e a gravidade da infração cometida,
os danos que dela provierem para o serviço público, as cir-
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
cunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
I - crime contra a administração pública;
funcionais.
Artigos 312 a 326 do Código Penal.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da san- II - abandono de cargo;
ção disciplinar. III - inassiduidade habitual;
De forma fundamentada, justificada, se escolherá por Deixar totalmente de exercer o cargo ou faltar em ex-
uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato pra- cesso.
ticado.
IV - improbidade administrativa;
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos Atos descritos na Lei n° 8.429/92.
casos de violação de proibição constante do art. 117, inci-
sos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não repartição;
justifique imposição de penalidade mais grave. Ausência de discrição no exercício das funções.
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LEGISLAÇÃO
24
LEGISLAÇÃO
Nos casos de demissão e destituição do cargo em co- Adota-se o procedimento do art. 133.
missão, os bens ficarão indisponíveis para o ressarcimento
do prejuízo sofrido pelo Estado, cabendo ainda ação penal Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
própria. I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co- Procurador-Geral da República, quando se tratar de demis-
missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incom- são e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servi-
patibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo dor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime-
O ex-servidor que tenha se valido do cargo para lograr diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior
proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignida- quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
de da função pública ou que tenha atuado como procura- III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
dor ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo em ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos
hipóteses específicas, não poderá ser investido em cargo de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
público federal pelo prazo de 5 anos. IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público Presidente da República/Presidentes da Câmara dos
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo Deputados ou do Senado Federal/Presidentes dos Tribu-
em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, nais Federais - TRF, TRE, TRT, TSE, TST, STJ e STF/Procura-
X e XI. dor-Geral da República - demissão ou cassação de apo-
Vide incisos I, IV, VIII, X e XI do artigo 132. Nestes casos, sentadoria/disponibilidade do servidor vinculado ao órgão
não caberá jamais retorno ao serviço público federal, dian- (sanções mais graves).
te da gravidade dos atos praticados. Autoridade administrativa de hierarquia imediatamen-
te inferior às do inciso I - suspensão por mais de 30 dias
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in- (sanção de suspensão, de gravidade intermediária, por
tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias maior período).
consecutivos. Chefe da repartição e outras autoridades previstas no
Conceito de abandono de cargo: ausência intencional regulamento - advertência e suspensão inferior a 30 dias
por mais de 30 dias seguidos. Gera pena de demissão. (sanção de suspensão, de gravidade intermediária, por me-
nor período).
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a fal- Autoridade que houver feito a nomeação, em qualquer
ta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, cargo de comissão, independente da pena.
interpoladamente, durante o período de doze meses.
Conceito de inassiduidade habitual, que também gera Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
demissão: ausência por 60 dias num período de 12 meses I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
de forma injustificada. demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão;
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas- II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
siduidade habitual, também será adotado o procedimento III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
sumário a que se refere o art. 133, observando-se especial- § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em
mente que: que o fato se tornou conhecido.
I - a indicação da materialidade dar-se-á: § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação cam-se às infrações disciplinares capituladas também como
precisa do período de ausência intencional do servidor ao crime.
serviço superior a trinta dias; § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro-
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período proferida por autoridade competente.
igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começa-
o período de doze meses; rá a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabili- direito de acionar judicialmente.
dade do servidor, em que resumirá as peças principais dos No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais
autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hi- graves, 2 para as de gravidade intermediária (pena de sus-
pótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da pensão) e 180 dias para as menos graves (pena de adver-
ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o pro- tência) - Contados da data em que o fato se tornou conhe-
cesso à autoridade instauradora para julgamento. cido pela administração pública.
Por indicação de materialidade, entenda-se demons- Se a infração disciplinar for crime, valerão os prazos
tração do fato. É preciso indicar especificamente os dias prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
faltados. favoráveis ao servidor.
25
LEGISLAÇÃO
Interrupção da prescrição significa parar a contagem mais grave, entendendo-se por sanções mais graves qual-
do prazo para que, retornando, comece do zero. Da aber- quer uma pior do que suspensão por menos de 30 dias
tura da sindicância ou processo administrativo disciplinar (suspensão por mais de 30 dias, além de todas as outras
até a decisão final proferida por autoridade competente que geram perda do cargo ou da aposentadoria).
não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo começa
a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais propor Capítulo II
ação disciplinar. Do Afastamento Preventivo
Processo administrativo disciplinar Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi-
dor não venha a influir na apuração da irregularidade,
Título V a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá de-
Do Processo Administrativo Disciplinar terminar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Capítulo I
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado
Disposições Gerais
por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda
que não concluído o processo.
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularida-
O afastamento preventivo é uma medida cautelar que
de no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo impede que o servidor tente influenciar na decisão da apu-
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. ração de sua infração, podendo ocorrer por no máximo 60
§§ 1º e 2º (Revogados) dias, prorrogáveis até 120 dias, sem perda de remuneração
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da (afinal, ainda não foi condenado).
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por au-
toridade de órgão ou entidade diverso daquele em que Capítulo III
tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência Do Processo Disciplinar
específica para tal finalidade, delegada em caráter perma-
nente ou temporário pelo Presidente da República, pelos Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento des-
presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais tinado a apurar responsabilidade de servidor por infra-
Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do ção praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as compe- relação com as atribuições do cargo em que se encontre in-
tências para o julgamento que se seguir à apuração. vestido.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão ob- Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co-
jeto de apuração, desde que contenham a identificação e o missão composta de três servidores estáveis designados
endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o
confirmada a autenticidade. do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
arquivada, por falta de objeto. indiciado.
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor desig-
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: nado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em
I - arquivamento do processo; um de seus membros.
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen-
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicân-
são de até 30 (trinta) dias;
cia ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do
III - instauração de processo disciplinar.
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou cola-
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicân-
teral, até o terceiro grau.
cia não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
por igual período, a critério da autoridade superior.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com in-
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor dependência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne-
ensejar a imposição de penalidade de suspensão por cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de apo- administração.
sentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comis-
em comissão, será obrigatória a instauração de proces- sões terão caráter reservado.
so disciplinar.
A sindicância é uma modalidade mais branda de apu- Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-
ração da infração administrativa porque ou gerará a apli- guintes fases:
cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá I - instauração, com a publicação do ato que constituir
o processo administrativo disciplinar que aplique a sanção a comissão;
26
LEGISLAÇÃO
II - inquérito administrativo, que compreende instru- Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor
ção, defesa e relatório; mediante mandado expedido pelo presidente da comissão,
III - julgamento. devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser ane-
xado aos autos.
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli- Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público,
nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de a expedição do mandado será imediatamente comunicada
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e
prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o hora marcados para inquirição.
exigirem.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tem- Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e re-
po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dis- duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por
pensados do ponto, até a entrega do relatório final. escrito.
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou
atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.
que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os de-
Este capítulo introduz aspectos sobre o processo admi-
poentes.
nistrativo que serão aprofundados adiante e na própria lei
nº 9.784/99. Em suma, tem-se que o processo administra- Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co-
tivo deve garantir a ampla defesa, será conduzido por uma missão promoverá o interrogatório do acusado, observa-
comissão de 3 membros funcionários estáveis que decidi- dos os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
rão com independência e imparcialidade, divide-se em 3 § 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles
fases e possui prazo limite de duração (60, eventualmente será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em
+60). suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será pro-
movida a acareação entre eles.
Seção I § 2º O procurador do acusado poderá assistir ao inter-
Do Inquérito rogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-
lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao prin- se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da
cípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla de- comissão.
fesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em
direito. Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade
mental do acusado, a comissão proporá à autoridade com-
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o pro- petente que ele seja submetido a exame por junta médica
cesso disciplinar, como peça informativa da instrução. oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicân- Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será
cia concluir que a infração está capitulada como ilícito pe- processado em auto apartado e apenso ao processo princi-
nal, a autoridade competente encaminhará cópia dos au- pal, após a expedição do laudo pericial.
tos ao Ministério Público, independentemente da imediata
instauração do processo disciplinar. Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será for-
mulada a indiciação do servidor, com a especificação dos
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido
a tomada de depoimentos, acareações, investigações e
pelo presidente da comissão para apresentar defesa escri-
diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recor-
ta, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do
rendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a
processo na repartição.
permitir a completa elucidação dos fatos.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co-
mum e de 20 (vinte) dias.
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompa- § 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo do-
nhar o processo pessoalmente ou por intermédio de pro- bro, para diligências reputadas indispensáveis.
curador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e § 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da
pericial. data declarada, em termo próprio, pelo membro da comis-
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedi- são que fez a citação, com a assinatura de (2) duas teste-
dos considerados impertinentes, meramente protelatórios, munhas.
ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quan- Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri-
do a comprovação do fato independer de conhecimento gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser
especial de perito. encontrado.
27
LEGISLAÇÃO
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con-
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Ofi- trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá,
cial da União e em jornal de grande circulação na localidade motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la
do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. ou isentar o servidor de responsabilidade.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a
do edital. autoridade que determinou a instauração do processo ou
outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular- ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de ou-
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal. tra comissão para instauração de novo processo.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nu-
processo e devolverá o prazo para a defesa. lidade do processo.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade ins- § 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição
tauradora do processo designará um servidor como defen- de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma
sor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo supe- do Capítulo IV do Título IV.
rior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual
ou superior ao do indiciado. Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a
autoridade julgadora determinará o registro do fato nos as-
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará sentamentos individuais do servidor.
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos
autos e mencionará as provas em que se baseou para formar Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como
a sua convicção. crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Pú-
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à ino- blico para instauração da ação penal, ficando trasladado na
cência ou à responsabilidade do servidor. repartição.
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-
missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar trans- Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar
gredido, bem como as circunstâncias agravantes ou ate- só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volun-
nuantes. tariamente, após a conclusão do processo e o cumpri-
mento da penalidade, acaso aplicada.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co- Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o
missão, será remetido à autoridade que determinou a parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em
sua instauração, para julgamento. demissão, se for o caso.
O inquérito é uma das fases do processo administrati-
vo disciplinar, obedecendo às regras descritas nesta seção, Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
destacando-se as que tratam da produção de provas. I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora
da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de-
Seção II nunciado ou indiciado;
Do Julgamento II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a rea-
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do lização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
recebimento do processo, a autoridade julgadora profe- Nesta seção, trata-se do julgamento do processo ad-
rirá a sua decisão. ministrativo disciplinar, que não será feito pela comissão,
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada mas pela autoridade competente para aplicar a sanção.
da autoridade instauradora do processo, este será encami- Afinal, a comissão apenas indica qual o ato praticado pelo
nhado à autoridade competente, que decidirá em igual indiciamento. Se houver mais de um indiciado e as sanções
prazo. forem diversas, julga a autoridade de maior nível hierárqui-
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de co. Ex: autoridade que pode aplicar suspensão não pode
sanções, o julgamento caberá à autoridade competente aplicar demissão, de forma que se a um dos indiciados
para a imposição da pena mais grave. couber demissão será a autoridade que pode aplicar esta
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa- pena que aplicará também a suspensão ao outro indiciado.
ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento ca-
berá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141. Seção III
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do ser- Da Revisão do Processo
vidor, a autoridade instauradora do processo determinará
o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
prova dos autos. qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzi-
rem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justifi-
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comis- car a inocência do punido ou a inadequação da penali-
são, salvo quando contrário às provas dos autos. dade aplicada.
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LEGISLAÇÃO
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober-
sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se to- tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família,
dos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição e compreende um conjunto de benefícios e ações que aten-
do cargo em comissão, que será convertida em exoneração. dam às seguintes finalidades:
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá re- I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen-
sultar agravamento de penalidade.
ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, fale-
A revisão do processo consiste na possibilidade do ser-
cimento e reclusão;
vidor condenado requerer que sua condenação seja revista
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
se surgirem novos fatos ou circunstâncias que justifiquem
sua absolvição ou a aplicação de uma pena mais leve. Po- III - assistência à saúde.
derá ser requerida ao ministro de Estado ou autoridade de Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos ter-
mesma hierarquia e será apensada ao processo adminis- mos e condições definidos em regulamento, observadas as
trativo originário. O julgamento será feito pela mesma au- disposições desta Lei.
toridade que aplicou a pena. Se apurado que na verdade
a pena deveria ser maior, não cabe agravar a situação do Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do
servidor. servidor compreendem:
29
LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente Art. 202. Será concedida ao servidor licença para trata-
participado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra mento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia
Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
1967, será concedida aposentadoria com provento integral,
aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo. Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será
concedida com base em perícia oficial.
Seção II § 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será rea-
Do Auxílio-Natalidade lizada na residência do servidor ou no estabelecimento hos-
pitalar onde se encontrar internado.
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por § 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local
motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente
menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos
natimorto. parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por mé-
§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acresci- dico particular.
do de 50% (cinquenta por cento), por nascituro. § 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente
§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade
servidor público, quando a parturiente não for servidora. de recursos humanos do órgão ou entidade.
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte)
Seção III
dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro
Do Salário-Família
dia de afastamento será concedida mediante avaliação por
junta médica oficial.
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que
ao inativo, por dependente econômico.
trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômi-
perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirur-
cos para efeito de percepção do salário-família:
giões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
atuação da odontologia.
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudan-
te, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer
idade; Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante au- 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispen-
torização judicial, viver na companhia e às expensas do sada de perícia oficial, na forma definida em regulamento.
servidor, ou do inativo;
III - a mãe e o pai sem economia própria. Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se
referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se
Art. 198. Não se configura a dependência econômica tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença
quando o beneficiário do salário-família perceber rendimen- profissional ou qualquer das doenças especificadas no art.
to do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão 186, § 1o.
ou provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao
salário-mínimo. Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos
e viverem em comum, o salário-família será pago a um de- Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos
les; quando separados, será pago a um e outro, de acordo periódicos, nos termos e condições definidos em regulamen-
com a distribuição dos dependentes. to.
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pa- Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a
drasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes le- União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão:
gais dos incapazes. I - prestar os exames médicos periódicos diretamente
pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o ser-
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer vidor;
tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, in- II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou
clusive para a Previdência Social. parceria com os órgãos e entidades da administração direta,
suas autarquias e fundações;
31
LEGISLAÇÃO
III - celebrar convênios com operadoras de plano de as- Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite
sistência à saúde, organizadas na modalidade de autoges- de tratamento especializado poderá ser tratado em institui-
tão, que possuam autorização de funcionamento do órgão ção privada, à conta de recursos públicos.
regulador, na forma do art. 230; ou Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante con- médica oficial constitui medida de exceção e somente será
trato administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, admissível quando inexistirem meios e recursos adequados
de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes. em instituição pública.
32
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de be- anos de idade;
neficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e
da data em que for oferecida. nove) anos de idade;
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta)
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: anos de idade;
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua-
pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a renta e três) anos de idade;
morte do servidor; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se com- de idade.
provada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casa- § 1º A critério da administração, o beneficiário de
mento ou na união estável, ou a formalização desses com o pensão cuja preservação seja motivada por invalidez,
fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas por incapacidade ou por deficiência poderá ser convo-
em processo judicial no qual será assegurado o direito ao cado a qualquer momento para avaliação das referidas
contraditório e à ampla defesa. condições.
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte no inciso III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII,
presumida do servidor, nos seguintes casos: ambos do caput, se o óbito do servidor decorrer de acidente
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária de qualquer natureza ou de doença profissional ou do tra-
competente; balho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito)
II - desaparecimento em desabamento, inundação, in- contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos
cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço; de casamento ou de união estável.
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do § 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
cargo ou em missão de segurança. desde que nesse período se verifique o incremento mínimo
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os
sexos, correspondente à expectativa de sobrevida da popu-
em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5
lação brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números
(cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reapare-
inteiros, novas idades para os fins previstos na alínea “b” do
cimento do servidor, hipótese em que o benefício será auto-
inciso VII do caput, em ato do Ministro de Estado do Planeja-
maticamente cancelado.
mento, Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo na com-
paração com as idades anteriores ao referido incremento.
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
§ 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de
I - o seu falecimento;
Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Pre-
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer
vidência Social (RGPS) será considerado na contagem
após a concessão da pensão ao cônjuge; das 18 (dezoito) contribuições mensais referidas nas
III - a cessação da invalidez, em se tratando de benefi- alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput.
ciário inválido, o afastamento da deficiência, em se tratan-
do de beneficiário com deficiência, ou o levantamento da Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiá-
interdição, em se tratando de beneficiário com deficiência rio, a respectiva cota reverterá para os cobeneficiários.
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamen-
te incapaz, respeitados os períodos mínimos decorrentes da Art. 224. As pensões serão automaticamente atualiza-
aplicação das alíneas “a” e “b” do inciso VII; das na mesma data e na mesma proporção dos reajustes
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no
filho ou irmão; parágrafo único do art. 189.
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
VI - a renúncia expressa; e Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a per-
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os inci- cepção cumulativa de pensão deixada por mais de um côn-
sos I a III do caput do art. 217: juge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas)
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem pensões.
que o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições men-
sais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido ini- Seção VIII
ciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor; Do Auxílio-Funeral
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de
acordo com a idade do pensionista na data de óbito do ser- Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor
vidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a
e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da um mês da remuneração ou provento.
união estável: § 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de será pago somente em razão do cargo de maior remunera-
idade; ção.
33
LEGISLAÇÃO
34
LEGISLAÇÃO
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Pode- § 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos
res Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos no regime instituído por esta Lei ficam transformados em
funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos cargos, na data de sua publicação.
de carreira: § 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não
I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou tra- integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade
balhos que favoreçam o aumento de produtividade e a redu- onde têm exercício ficam transformadas em cargos em co-
ção dos custos operacionais; missão, e mantidas enquanto não for implantado o plano de
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao méri-
cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.
to, condecoração e elogio.
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exer-
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados cidas por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal,
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluin- ficam extintas na data da vigência desta Lei.
do-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro § 4o (VETADO).
dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja § 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serven-
expediente. tuários da Justiça, remunerados com recursos da União, no
que couber.
Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção § 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com es-
filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de tabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a
quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em ex-
funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
tinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ter- direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se encon-
mos da Constituição Federal, o direito à livre associação sin- trem vinculados os empregos.
dical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes: § 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições
substituto processual; Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da Ad-
b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ministração e conforme critérios estabelecidos em regula-
ano após o final do mandato, exceto se a pedido; mento, ser exonerados mediante indenização de um mês de
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade remuneração por ano de efetivo exercício no serviço público
sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e federal.
contribuições definidas em assembleia geral da catego- § 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte
ria.
e na declaração de rendimentos, serão considerados como
d) e e) (Revogados).
indenizações isentas os pagamentos efetuados a título de
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do indenização prevista no parágrafo anterior.
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expen- § 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
sas e constem do seu assentamento individual. disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executi-
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira vo quando considerados desnecessários.
ou companheiro, que comprove união estável como entidade
familiar. Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já conce-
didos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transfor-
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o mu- mados em anuênio.
nicípio onde a repartição estiver instalada e onde o servidor
tiver exercício, em caráter permanente.
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116
Título IX da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma
Capítulo Único prevista nos arts. 87 a 90.
Das Disposições Transitórias e Finais
Art. 246. (VETADO).
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído
por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servido- Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,
res dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, haverá ajuste de contas com a Previdência Social, correspon-
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas, dente ao período de contribuição por parte dos servidores
regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Esta-
celetistas abrangidos pelo art. 243.
tuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Con-
solidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vi-
por prazo determinado, cujos contratos não poderão gência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou enti-
ser prorrogados após o vencimento do prazo de pror- dade de origem do servidor.
rogação.
35
LEGISLAÇÃO
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade,
231, os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão compras, alienações, concessões, permissões e locações da
na forma e nos percentuais atualmente estabelecidos Administração Pública, quando contratadas com terceiros,
para o servidor civil da União conforme regulamento serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas
próprio. as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a sa- contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entida-
tisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para des da Administração Pública e particulares, em que haja
a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do an- um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
tigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a deno-
n° 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a minação utilizada.
vantagem prevista naquele dispositivo. Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da pro-
Art. 251. (Revogado). posta mais vantajosa para a administração e a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável e será processa-
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica- da e julgada em estrita conformidade com os princípios
ção, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
subsequente. da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de ou- objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela
tubro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Re-
como as demais disposições em contrário. gulamento)
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Indepen- I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convo-
dência e 102o da República. cação, cláusulas ou condições que comprometam, restrin-
jam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos
casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferên-
2. LEI Nº 8.666 DE 21 DE JUNHO DE 1993 - cias ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou
NORMAS PARA LICITAÇÕES E CONTRATOS DA domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstân-
cia impertinente ou irrelevante para o específico objeto do
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo
e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Re-
dação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer ou-
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fe- tra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no
deral, institui normas para licitações e contratos da Admi- que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos,
nistração Pública e dá outras providências. mesmo quando envolvidos financiamentos de agências in-
ternacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 2o Em igualdade de condições, como critério de de-
sempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos
Capítulo I bens e serviços:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
Seção I II - produzidos no País;
Dos Princípios III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invis-
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita- tam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
ções e contratos administrativos pertinentes a obras, ser- País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
viços, inclusive de publicidade, compras, alienações e lo- V - produzidos ou prestados por empresas que com-
cações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do provem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei
Distrito Federal e dos Municípios. para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previ-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, dência Social e que atendam às regras de acessibilidade
além dos órgãos da administração direta, os fundos es- previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
peciais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas 2015) (Vigência)
públicas, as sociedades de economia mista e demais enti- § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e aces-
dades controladas direta ou indiretamente pela União, Es- síveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quan-
tados, Distrito Federal e Municípios. to ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
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LEGISLAÇÃO
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
§ 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabeleci- serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
da margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº autoridade competente, exigir que o contratado promo-
13.146, de 2015) (Vigência) va, em favor de órgão ou entidade integrante da adminis-
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais tração pública ou daqueles por ela indicados a partir de
que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela processo isonômico, medidas de compensação comercial,
Lei nº 13.146, de 2015) industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de
II - bens e serviços produzidos ou prestados por em- financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabe-
presas que comprovem cumprimento de reserva de cargos lecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para rea- 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
bilitado da Previdência Social e que atendam às regras de § 12. Nas contratações destinadas à implantação, ma-
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº nutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnolo-
13.146, de 2015) gia de informação e comunicação, considerados estratégi-
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será cos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá
estabelecida com base em estudos revistos periodicamen- ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida
te, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em no País e produzidos de acordo com o processo produtivo
consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de
Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto
(Vide Decreto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, nº 7.546, de 2011)
de 2012) § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício finan-
ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do
disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indica-
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº
ção do volume de recursos destinados a cada uma delas.
12.349, de 2010)
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas de-
e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
mais normas de licitação e contratos devem privilegiar o
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e
no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído
Lei Complementar nº 147, de 2014)
pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevale-
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resulta- cem sobre as demais preferências previstas na legislação
dos. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacio- estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de
nais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológi- 2014)
ca realizados no País, poderá ser estabelecido margem de Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovi-
preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela da pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer ci-
grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem dadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não
os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos
não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% trabalhos.
(vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos ma- Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
nufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele pra-
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) ticado em qualquer esfera da Administração Pública.
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas
não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de licitações terão como expressão monetária a moeda cor-
produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela rente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei,
Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) devendo cada unidade da Administração, no pagamento
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (In- das obrigações relativas ao fornecimento de bens, loca-
cluído pela Lei nº 12.349, de 2010) ções, realização de obras e prestação de serviços, obe-
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do decer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita
art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
12.349, de 2010) quando presentes relevantes razões de interesse público
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § e mediante prévia justificativa da autoridade competente,
5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens devidamente publicada.
e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Co- § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus
mum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de valores corrigidos por critérios previstos no ato convocató-
2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) rio e que lhes preservem o valor.
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LEGISLAÇÃO
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utiliza-
pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta ção em condições de segurança estrutural e operacional e
das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos com as características adequadas às finalidades para que
créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, foi contratada;
de 1994) IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac-
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às mi- devendo conter os seguintes elementos:
croempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
(Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) fornecer visão global da obra e identificar todos os seus
elementos constitutivos com clareza;
Seção II b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
Das Definições mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
reformulação ou de variantes durante as fases de elabora-
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: ção do projeto executivo e de realização das obras e mon-
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu- tagem;
peração ou ampliação, realizada por execução direta ou c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
indireta; materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como
II - Serviço - toda atividade destinada a obter deter- suas especificações que assegurem os melhores resultados
minada utilidade de interesse para a Administração, tais para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo
como: demolição, conserto, instalação, montagem, ope-
para a sua execução;
ração, conservação, reparação, adaptação, manutenção,
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou traba-
de métodos construtivos, instalações provisórias e condi-
lhos técnico-profissionais;
ções organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para
competitivo para a sua execução;
fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens
gestão da obra, compreendendo a sua programação, a es-
a terceiros;
tratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque-
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) ve- dados necessários em cada caso;
zes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun-
desta Lei; damentado em quantitativos de serviços e fornecimentos
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum- propriamente avaliados;
primento das obrigações assumidas por empresas em lici- X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne-
tações e contratos; cessários e suficientes à execução completa da obra, de
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en- acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira
tidades da Administração, pelos próprios meios; de Normas Técnicas - ABNT;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade XI - Administração Pública - a administração direta e
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regi- indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
mes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Municípios, abrangendo inclusive as entidades com perso-
a) empreitada por preço global - quando se contrata nalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad-
a execução da obra ou do serviço por preço certo de uni- ministrativa pela qual a Administração Pública opera e atua
dades determinadas; concretamente;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque- Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial
nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
de materiais; pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada
e) empreitada integral - quando se contrata um em- pela Lei nº 8.883, de 1994)
preendimento em sua integralidade, compreendendo to- XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
das as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, instrumento contratual;
sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entre- XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária
ga ao contratante em condições de entrada em operação, de contrato com a Administração Pública;
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias fi-
contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de nanceiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
projeto executivo como encargo do contratado ou pelo de 1994)
preço previamente fixado pela Administração. IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do ou serviços;
disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou admi-
natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou tra- nistrativas;
balhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos VII - restauração de obras de arte e bens de valor his-
e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços tórico.
a estes necessários. VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de lici-
membros da comissão de licitação. tação, os contratos para a prestação de serviços técnicos
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados profissionais especializados deverão, preferencialmente,
nas seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de ser celebrados mediante a realização de concurso, com es-
1994) tipulação prévia de prêmio ou remuneração.
I - execução direta; § 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o A empresa de prestação de serviços técnicos espe-
a) empreitada por preço global; cializados que apresente relação de integrantes de seu cor-
b) empreitada por preço unitário; po técnico em procedimento licitatório ou como elemento
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
d) tarefa; ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes rea-
e) empreitada integral. lizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº Seção V
8.883, de 1994) Das Compras
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos or-
classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às
çamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do
condições peculiares do local ou às exigências específicas
ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
do empreendimento.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Re-
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de
gulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência)
obras e serviços serão considerados principalmente os
I - atender ao princípio da padronização, que imponha
seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
compatibilidade de especificações técnicas e de desempe-
1994)
nho, observadas, quando for o caso, as condições de ma-
I - segurança; nutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; II - ser processadas através de sistema de registro de
III - economia na execução, conservação e operação; preços;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate- III - submeter-se às condições de aquisição e paga-
riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para mento semelhantes às do setor privado;
execução, conservação e operação; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas neces-
V - facilidade na execução, conservação e operação, sárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visan-
sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; do economicidade;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segu- V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos
rança do trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº órgãos e entidades da Administração Pública.
8.883, de 1994) § 1o O registro de preços será precedido de ampla pes-
VII - impacto ambiental. quisa de mercado.
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimes-
Seção IV tralmente para orientação da Administração, na imprensa
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados oficial.
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamenta-
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços do por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, ob-
técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos servadas as seguintes condições:
a: I - seleção feita mediante concorrência;
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos II - estipulação prévia do sistema de controle e atuali-
ou executivos; zação dos preços registrados;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - validade do registro não superior a um ano.
40
LEGISLAÇÃO
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a e) venda a outro órgão ou entidade da administração
Administração a firmar as contratações que deles poderão pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei
advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, nº 8.883, de 1994)
respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegu- f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
rado ao beneficiário do registro preferência em igualdade são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
de condições. bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efeti-
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral vamente utilizados no âmbito de programas habitacionais
de preços, quando possível, deverá ser informatizado. ou de regularização fundiária de interesse social desenvol-
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar vidos por órgãos ou entidades da administração pública;
preço constante do quadro geral em razão de incompatibi- (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
lidade desse com o preço vigente no mercado. g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, me-
I - a especificação completa do bem a ser adquirido diante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração
sem indicação de marca; Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;
II - a definição das unidades e das quantidades a serem (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
adequadas técnicas quantitativas de estimação; bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de
III - as condições de guarda e armazenamento que não até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e in-
permitam a deterioração do material. seridos no âmbito de programas de regularização fundiária
§ 8o O recebimento de material de valor superior ao de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de
de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mí- 2007)
nimo, 3 (três) membros. i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em ór- ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra,
gão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de am- onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do
plo acesso público, à relação de todas as compras feitas art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins
pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a cla- de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e
rificar a identificação do bem comprado, seu preço unitá- (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017)
rio, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do
outra forma de alienação;
art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
entidades da Administração Pública;
Seção VI
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
Das Alienações
bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
e) venda de bens produzidos ou comercializados por
subordinada à existência de interesse público devidamente
órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude
justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às se-
de suas finalidades;
guintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legisla- f) venda de materiais e equipamentos para outros ór-
tiva para órgãos da administração direta e entidades autár- gãos ou entidades da Administração Pública, sem utiliza-
quicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades ção previsível por quem deles dispõe.
paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação § 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do in-
na modalidade de concorrência, dispensada esta nos se- ciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a
guintes casos: sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
a) dação em pagamento; doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão § 2o A Administração também poderá conceder títu-
ou entidade da administração pública, de qualquer esfera lo de propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Re- dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação
dação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela
d) investidura; Lei nº 11.196, de 2005)
41
LEGISLAÇÃO
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamen- § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o dona-
to ou ato normativo do órgão competente, haja implemen- tário necessite oferecer o imóvel em garantia de financia-
tado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e mento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão
pacífica e exploração direta sobre área rural, observado o garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do
limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
de junho de 2009; (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017) § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispen- globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no
sadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração po-
seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº derá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
11.952, de 2009) § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten- Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imó-
ção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de veis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do
dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por
III - vedação de concessões para hipóteses de explora- cento) da avaliação.
ção não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)
de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja
de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de
nº 11.196, de 2005) dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis- autoridade competente, observadas as seguintes regras:
pensada notificação, em caso de declaração de utilidade, I - avaliação dos bens alienáveis;
ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie-
Lei nº 11.196, de 2005) nação;
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (In- III - adoção do procedimento licitatório, sob a modali-
cluído pela Lei nº 11.196, de 2005) dade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não
sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua ex-
Capítulo II
ploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela
Da Licitação
Lei nº 11.196, de 2005)
Seção I
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
Das Modalidades, Limites e Dispensa
desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada
a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se
(Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008) situar a repartição interessada, salvo por motivo de interes-
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área de- se público, devidamente justificado.
corrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá
deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágra- a habilitação de interessados residentes ou sediados em
fo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) outros locais.
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008) Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) leilões, embora realizados no local da repartição interessa-
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de da, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,
área remanescente ou resultante de obra pública, área esta por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de lici-
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a tação feita por órgão ou entidade da Administração Públi-
50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” ca Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas
do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
de 1998) por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, de 1994)
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins resi- II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Fede-
denciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas ral quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por
hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou
de operação dessas unidades e não integrem a categoria Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
nº 9.648, de 1998) III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu ins- também, se houver, em jornal de circulação no Município
trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o pra- ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço,
zo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a
nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de
interesse público devidamente justificado; (Redação dada outros meios de divulgação para ampliar a área de compe-
pela Lei nº 8.883, de 1994) tição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
42
LEGISLAÇÃO
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quais-
que os interessados poderão ler e obter o texto integral do quer interessados para escolha de trabalho técnico, cientí-
edital e todas as informações sobre a licitação. fico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou re-
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas muneração aos vencedores, conforme critérios constantes
ou da realização do evento será: de edital publicado na imprensa oficial com antecedência
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
nº 8.883, de 1994) § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) interessados para a venda de bens móveis inservíveis para
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado a administração ou de produtos legalmente apreendidos
contemplar o regime de empreitada integral ou quando a ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis pre-
licitação for do tipo «melhor técnica» ou «técnica e preço»; vista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou
(Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, 8.883, de 1994)
de 1994) § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite,
“b” do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigató-
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
rio o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto
«melhor técnica» ou «técnica e preço»; (Incluída pela Lei nº
existirem cadastrados não convidados nas últimas licita-
8.883, de 1994)
ções. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto
não especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo,
Lei nº 8.883, de 1994) essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior se- no processo, sob pena de repetição do convite.
rão contados a partir da última publicação do edital resu- § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licita-
mido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva dis- ção ou a combinação das referidas neste artigo.
ponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a admi-
prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada nistração somente poderá exigir do licitante não cadastra-
pela Lei nº 8.883, de 1994) do os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que compro-
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação vem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos
pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo- termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, in- Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem
questionavelmente, a alteração não afetar a formulação os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em
das propostas. função dos seguintes limites, tendo em vista o valor esti-
Art. 22. São modalidades de licitação: mado da contratação:
I - concorrência; I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada
II - tomada de preços; pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - convite; a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
IV - concurso; reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
V - leilão. b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação de 1998)
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão
qualificação exigidos no edital para execução de seu ob-
e quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648,
jeto.
de 1998)
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação en-
II - para compras e serviços não referidos no inciso an-
tre interessados devidamente cadastrados ou que atende-
terior: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
rem a todas as condições exigidas para cadastramento até
o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos- a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Reda-
tas, observada a necessária qualificação. ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre inte- b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e
ressados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 1998)
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o esten- e cinquenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
derá aos demais cadastrados na correspondente especia- 1998)
lidade que manifestarem seu interesse com antecedência § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Ad-
de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro- ministração serão divididas em tantas parcelas quantas se
postas. comprovarem técnica e economicamente viáveis, proce-
43
LEGISLAÇÃO
dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamen- II - para outros serviços e compras de valor até 10%
to dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso
competitividade sem perda da economia de escala. (Reda- II do artigo anterior e para alienações, nos casos previs-
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) tos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei
etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, nº 9.648, de 1998)
há de corresponder licitação distinta, preservada a moda-
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or-
lidade pertinente para a execução do objeto em licitação.
dem;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra blica, quando caracterizada urgência de atendimento de
ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
observados os limites deste artigo, a tomada de preços, bens necessários ao atendimento da situação emergencial
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro interna- ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
cional de fornecedores ou o convite, quando não houver possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
Lei nº 8.883, de 1994) ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorro-
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração gação dos respectivos contratos;
poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a V - quando não acudirem interessados à licitação an-
concorrência.
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem
§ 5o É vedada a utilização da modalidade «convite» ou
«tomada de preços», conforme o caso, para parcelas de prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e servi- as condições preestabelecidas;
ços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o nômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
somatório de seus valores caracterizar o caso de “tomada VII - quando as propostas apresentadas consigna-
de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos termos rem preços manifestamente superiores aos praticados no
deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, obser-
especialidade diversa daquela do executor da obra ou ser- vado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo
viço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou
§ 6o As organizações industriais da Administração Fe- serviços, por valor não superior ao constante do registro de
deral direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
para suas compras e serviços em geral, desde que para a
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manu- público interno, de bens produzidos ou serviços prestados
tenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos por órgão ou entidade que integre a Administração Pública
pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) e que tenha sido criado para esse fim específico em data
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contrata-
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é per- do seja compatível com o praticado no mercado; (Redação
mitida a cotação de quantidade inferior à demandada na dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
licitação, com vistas a ampliação da competitividade, po- IX - quando houver possibilidade de comprometimen-
dendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em de-
economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) creto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do- Defesa Nacional; (Regulamento)
bro dos valores mencionados no caput deste artigo quan- X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
do formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, atendimento das finalidades precípuas da administração,
quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº
cujas necessidades de instalação e localização condicio-
11.107, de 2005)
nem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de
2.010) Vigência o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação
I - para obras e serviços de engenharia de valor até dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inci- XI - na contratação de remanescente de obra, serviço
so I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual,
de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e ser- desde que atendida a ordem de classificação da licitação
viços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo li-
realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada citante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente
pela Lei nº 9.648, de 1998) corrigido;
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LEGISLAÇÃO
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e
dos processos licitatórios correspondentes, realizadas dire- serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor
tamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
nº 8.883, de 1994) (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou de energia elétrica e gás natural com concessionário, per-
do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedica- missionário ou autorizado, segundo as normas da legisla-
da à recuperação social do preso, desde que a contratada ção específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
detenha inquestionável reputação ético-profissional e não XXIII - na contratação realizada por empresa pública
tenha fins lucrativos; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
1994) controladas, para a aquisição ou alienação de bens, presta-
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos ção ou obtenção de serviços, desde que o preço contrata-
de acordo internacional específico aprovado pelo Congres- do seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído
so Nacional, quando as condições ofertadas forem ma- pela Lei nº 9.648, de 1998)
nifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) serviços com as organizações sociais, qualificadas no âm-
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e bito das respectivas esferas de governo, para atividades
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou enti- 9.648, de 1998)
dade. XXV - na contratação realizada por Instituição Cientí-
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu- fica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a
lários padronizados de uso da administração, e de edições transferência de tecnologia e para o licenciamento de direi-
técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de to de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por pela Lei nº 10.973, de 2004)
órgãos ou entidades que integrem a Administração Públi- XXVI – na celebração de contrato de programa com
ca, criados para esse fim específico; (Incluído pela Lei nº ente da Federação ou com entidade de sua administração
8.883, de 1994) indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de associada nos termos do autorizado em contrato de con-
sórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído
origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção
pela Lei nº 11.107, de 2005)
de equipamentos durante o período de garantia técnica,
XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
junto ao fornecedor original desses equipamentos, quan-
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou
do tal condição de exclusividade for indispensável para a
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de
vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhe-
o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas
cidas pelo poder público como catadores de materiais re-
ou tropas e seus meios de deslocamento quando em es-
cicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as
tada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movi- dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)
mentação operacional ou de adestramento, quando a exi- XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, pro-
guidade dos prazos legais puder comprometer a normali- duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativa-
dade e os propósitos das operações e desde que seu valor mente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do mediante parecer de comissão especialmente designada
art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº
XIX - para as compras de material de uso pelas For- 11.484, de 2007).
ças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços
administrativo, quando houver necessidade de manter a para atender aos contingentes militares das Forças Sin-
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico gulares brasileiras empregadas em operações de paz no
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Co-
de 1994) mandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).
XX - na contratação de associação de portadores de XXX - na contratação de instituição ou organização,
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a pres-
idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração tação de serviços de assistência técnica e extensão rural
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e
mão-de-obra, desde que o preço contratado seja com- Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrá-
patível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº ria, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de
8.883, de 1994) 2.010) Vigência
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LEGISLAÇÃO
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabili-
disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dade de competição, em especial:
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gê-
contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, neros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa
de 2010) ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência
XXXII - na contratação em que houver transferência de de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser fei-
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único ta através de atestado fornecido pelo órgão de registro do
de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de se- comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra
tembro de 1990, conforme elencados em ato da direção ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (In- II - para a contratação de serviços técnicos enumera-
cluído pela Lei nº 12.715, de 2012) dos no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profis-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins sionais ou empresas de notória especialização, vedada a
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
tecnologias sociais de acesso à água para consumo huma- III - para contratação de profissional de qualquer setor
no e produção de alimentos, para beneficiar as famílias ru- artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
rais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) opinião pública.
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito § 1o Considera-se de notória especialização o profissio-
público interno de insumos estratégicos para a saúde pro- nal ou empresa cujo conceito no campo de sua especiali-
duzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou dade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da ad- riências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
ministração pública direta, sua autarquia ou fundação em técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas ati-
projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento vidades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
inclusive na gestão administrativa e financeira necessária objeto do contrato.
à execução desses projetos, ou em parcerias que envol- § 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
vam transferência de tecnologia de produtos estratégicos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respon-
dem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública
para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso
o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim
responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabí-
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que
veis.
o preço contratado seja compatível com o praticado no
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17
mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigi-
XXXV - para a construção, a ampliação, a refor-
bilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e
ma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, des-
o retardamento previsto no final do parágrafo único do art.
de que configurada situação de grave e iminente risco à
8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
segurança pública. (Incluído pela Lei nº 13.500, de 2017) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107,
compras, obras e serviços contratados por consórcios pú- de 2005)
blicos, sociedade de economia mista, empresa pública e Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibi-
por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será ins-
como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de truído, no que couber, com os seguintes elementos:
2012) I - caracterização da situação emergencial, calamitosa
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade ou de grave e iminente risco à segurança pública que jus-
que integre a administração pública estabelecido no inciso tifique a dispensa, quando for o caso; (Redação dada pela
VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou enti- Lei nº 13.500, de 2017)
dades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, confor- III - justificativa do preço.
me elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído IV - documento de aprovação dos projetos de pesqui-
pela Lei nº 12.715, de 2012) sa aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI 9.648, de 1998)
do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenha-
ria, seguirá procedimentos especiais instituídos em regula- Seção II
mentação específica. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) Da Habilitação
§ 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I
do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos
do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins Art. 32. Os documentos necessários à habilitação po-
de comprovação da capacitação técnico-profissional de derão ser apresentados em original, por qualquer processo
que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão partici- de cópia autenticada por cartório competente ou por servi-
par da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se dor da administração ou publicação em órgão da imprensa
a substituição por profissionais de experiência equivalente oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou superior, desde que aprovada pela administração. (In- § 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994) desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) casos de convite, concurso, fornecimento de bens para
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) pronta entrega e leilão.
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econô- § 2o O certificado de registro cadastral a que se refe-
mico-financeira limitar-se-á a: re o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do
nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas
último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma
em sistema informatizado de consulta direta indicado no
da lei, que comprovem a boa situação financeira da empre-
edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades
sa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços
provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação.
quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
apresentação da proposta; § 3o A documentação referida neste artigo poderá ser
II - certidão negativa de falência ou concordata expedi- substituída por registro cadastral emitido por órgão ou en-
da pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de exe- tidade pública, desde que previsto no edital e o registro
cução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física; tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios pre- § 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no
vistos no “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações inter-
(um por cento) do valor estimado do objeto da contrata- nacionais, às exigências dos parágrafos anteriores median-
ção. te documentos equivalentes, autenticados pelos respec-
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração tivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado,
da capacidade financeira do licitante com vistas aos com- devendo ter representação legal no Brasil com poderes
promissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o expressos para receber citação e responder administrativa
contrato, vedada a exigência de valores mínimos de fatu- ou judicialmente.
ramento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, sal-
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura
vo os referentes a fornecimento do edital, quando solicita-
e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no
do, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor
instrumento convocatório da licitação, a exigência de ca-
pital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação
as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como fornecida.
dado objetivo de comprovação da qualificação econômi- § 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e
co-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacionais
adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido feito com o produto de financiamento concedido por or-
a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder ganismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte,
a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos
devendo a comprovação ser feita relativamente à data de contratação com empresa estrangeira, para a compra
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a de equipamentos fabricados e entregues no exterior, des-
atualização para esta data através de índices oficiais. de que para este caso tenha havido prévia autorização do
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compro- Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de
missos assumidos pelo licitante que importem diminuição bens e serviços realizada por unidades administrativas com
da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade sede no exterior.
financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
atualizado e sua capacidade de rotação.
este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regula-
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da em-
mento, no todo ou em parte, para a contratação de produ-
presa será feita de forma objetiva, através do cálculo de
to para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pron-
índices contábeis previstos no edital e devidamente justi-
ficados no processo administrativo da licitação que tenha ta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
índices e valores não usualmente adotados para correta Art. 33. Quando permitida na licitação a participação
avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimen- de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes
to das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada normas:
pela Lei nº 8.883, de 1994) I - comprovação do compromisso público ou particular
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
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LEGISLAÇÃO
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspen-
que deverá atender às condições de liderança, obrigatoria- so ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satis-
mente fixadas no edital; fazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. para classificação cadastral.
28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admi-
tindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório Seção IV
dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de Do Procedimento e Julgamento
qualificação econômico-financeira, o somatório dos valo-
res de cada consorciado, na proporção de sua respectiva Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com
participação, podendo a Administração estabelecer, para o a abertura de processo administrativo, devidamente au-
consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos tuado, protocolado e numerado, contendo a autorização
valores exigidos para licitante individual, inexigível este respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalida- próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportu-
de, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei; namente:
IV - impedimento de participação de empresa consor- I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
ciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio o caso;
ou isoladamente; II - comprovante das publicações do edital resumido,
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação III - ato de designação da comissão de licitação, do
quanto na de execução do contrato. leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo
§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangei- convite;
ras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasi- IV - original das propostas e dos documentos que as
leira, observado o disposto no inciso II deste artigo. instruírem;
§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, an- V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julga-
tes da celebração do contrato, a constituição e o registro dora;
do consórcio, nos termos do compromisso referido no in- VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
ciso I deste artigo. licitação, dispensa ou inexigibilidade;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da
Seção III sua homologação;
Dos Registros Cadastrais
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos lici-
tantes e respectivas manifestações e decisões;
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da
IX - despacho de anulação ou de revogação da licita-
Administração Pública que realizem frequentemente licita-
ção, quando for o caso, fundamentado circunstanciada-
ções manterão registros cadastrais para efeito de habilita-
mente;
ção, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um
X - termo de contrato ou instrumento equivalente,
ano. (Regulamento)
conforme o caso;
§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divul-
gado e deverá estar permanentemente aberto aos interes- XI - outros comprovantes de publicações;
sados, obrigando-se a unidade por ele responsável a pro- XII - demais documentos relativos à licitação.
ceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e Parágrafo único. As minutas de editais de licitação,
de jornal diário, a chamamento público para a atualização bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes
dos registros existentes e para o ingresso de novos inte- devem ser previamente examinadas e aprovadas por asses-
ressados. soria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem- 8.883, de 1994)
se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma lici-
Administração Pública. tação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atuali- sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto
zação deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório
elementos necessários à satisfação das exigências do art. será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência públi-
27 desta Lei. ca concedida pela autoridade responsável com antecedên-
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, cia mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em gru- a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência
pos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mes-
pelos elementos constantes da documentação relacionada mos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual
nos arts. 30 e 31 desta Lei. terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável a se manifestar todos os interessados.
sempre que atualizarem o registro. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obri- se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e
gações assumidas será anotada no respectivo registro ca- com realização prevista para intervalos não superiores a
dastral. trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também
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LEGISLAÇÃO
com objetos similares, o edital subsequente tenha uma c) critério de atualização financeira dos valores a serem
data anterior a cento e vinte dias após o término do contra- pagos, desde a data final do período de adimplemento de
to resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação
Lei nº 8.883, de 1994) dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de d) compensações financeiras e penalizações, por even-
ordem em série anual, o nome da repartição interessada tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de
e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o pagamentos;
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, e) exigência de seguros, quando for o caso;
o local, dia e hora para recebimento da documentação e XV - instruções e normas para os recursos previstos
proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, nesta Lei;
e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; XVII - outras indicações específicas ou peculiares da
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou licitação.
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta § 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expe-
da licitação; dir, permanecendo no processo de licitação, e dele extrain-
III - sanções para o caso de inadimplemento; do-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o fornecimento aos interessados.
projeto básico; § 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
V - se há projeto executivo disponível na data da publi- integrante:
cação do edital de licitação e o local onde possa ser exami- I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
nado e adquirido; partes, desenhos, especificações e outros complementos;
VI - condições para participação na licitação, em con- II - orçamento estimado em planilhas de quantitati-
formidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apre- vos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
sentação das propostas; 1994)
VII - critério para julgamento, com disposições claras e III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Admi-
parâmetros objetivos; nistração e o licitante vencedor;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de IV - as especificações complementares e as normas de
comunicação à distância em que serão fornecidos elemen- execução pertinentes à licitação.
tos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às § 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
condições para atendimento das obrigações necessárias ao como adimplemento da obrigação contratual a prestação
cumprimento de seu objeto; do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de
IX - condições equivalentes de pagamento entre em- parcela destes, bem como qualquer outro evento contra-
presas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações in- tual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de docu-
ternacionais; mento de cobrança.
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e § 4o Nas compras para entrega imediata, assim enten-
global, conforme o caso, permitida a fixação de preços didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data
máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios prevista para apresentação da proposta, poderão ser dis-
estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de pensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela
art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Lei nº 8.883, de 1994)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação II - a atualização financeira a que se refere a alínea
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de ín- “c” do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período
dices específicos ou setoriais, desde a data prevista para compreendido entre as datas do adimplemento e a pre-
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa vista para o pagamento, desde que não superior a quinze
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5º A Administração Pública poderá, nos edi-
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) tais de licitação para a contratação de servi-
XIII - limites para pagamento de instalação e mobili- ços, exigir da contratada que um percentual míni-
zação para execução de obras ou serviços que serão obri- mo de sua mão de obra seja oriundo ou egresso do siste-
gatoriamente previstos em separado das demais parcelas, ma prisional, com afinalidade de ressocialização do reedu-
etapas ou tarefas; cando, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído
XIV - condições de pagamento, prevendo: pela Lei nº 13.500, de 2017)
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con- Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor-
tado a partir da data final do período de adimplemento de mas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) vinculada.
b) cronograma de desembolso máximo por período, § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
em conformidade com a disponibilidade de recursos finan- edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
ceiros; devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes
50
LEGISLAÇÃO
da data fixada para a abertura dos envelopes de habilita- Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob-
ção, devendo a Administração julgar e responder à impug- servância dos seguintes procedimentos:
nação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade I - abertura dos envelopes contendo a documentação
prevista no § 1o do art. 113. relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital II - devolução dos envelopes fechados aos concorren-
de licitação perante a administração o licitante que não o tes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde
fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos
envelopes com as propostas em convite, tomada de preços concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo
ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregu- sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência
laridades que viciariam esse edital, hipótese em que tal co- expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
municação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela IV - verificação da conformidade de cada proposta com
Lei nº 8.883, de 1994) os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante correntes no mercado ou fixados por órgão oficial compe-
não o impedirá de participar do processo licitatório até o tente, ou ainda com os constantes do sistema de registro
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. de preços, os quais deverão ser devidamente registrados
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação
seu direito de participar das fases subsequentes. das propostas desconformes ou incompatíveis;
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o V - julgamento e classificação das propostas de acordo
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária com os critérios de avaliação constantes do edital;
e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos VI - deliberação da autoridade competente quanto à
competentes. homologação e adjudicação do objeto da licitação.
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar § 1o A abertura dos envelopes contendo a documenta-
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o ção para habilitação e as propostas será realizada sempre
licitante brasileiro. em ato público previamente designado, do qual se lavrará
§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventual- ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
mente contratado em virtude da licitação de que trata o pela Comissão.
parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubrica-
taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior
dos pelos licitantes presentes e pela Comissão.
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
8.883, de 1994)
qualquer fase da licitação, a promoção de diligência desti-
§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro
nada a esclarecer ou a complementar a instrução do pro-
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estran-
cesso, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
geiro.
mação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propos-
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e,
tas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acresci-
no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços
das dos gravames consequentes dos mesmos tributos que
oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
operação final de venda. § 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorren-
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços tes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe
ou aquisição de bens com recursos provenientes de finan- desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação,
ciamento ou doação oriundos de agência oficial de coo- salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos
peração estrangeira ou organismo financeiro multilateral após o julgamento.
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na res- § 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de
pectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, pro- proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato super-
tocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados veniente e aceito pela Comissão.
pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi- Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão le-
mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de vará em consideração os critérios objetivos definidos no
seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas
qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de e princípios estabelecidos por esta Lei.
avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, cri-
financiamento ou da doação, e que também não conflitem tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que
com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igual-
despacho motivado do órgão executor do contrato, despa- dade entre os licitantes.
cho esse ratificado pela autoridade imediatamente supe- § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem
rior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamen-
§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para entre- tos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vanta-
ga no mesmo local de destino. gem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
51
LEGISLAÇÃO
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc-
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, nica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços
incompatíveis com os preços dos insumos e salários de de natureza predominantemente intelectual, em especial
mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervi-
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limi- são e gerenciamento e de engenharia consultiva em ge-
tes mínimos, exceto quando se referirem a materiais e ins- ral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos
talações de propriedade do próprio licitante, para os quais preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o
ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (Re- disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada pela Lei
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) nº 8.883, de 1994)
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam- § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será ado-
bém às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira tado o seguinte procedimento claramente explicitado no
ou importações de qualquer natureza. (Redação dada pela instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo
Lei nº 8.883, de 1994) que a Administração se propõe a pagar:
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- I - serão abertos os envelopes contendo as propostas
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convi- técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualifi-
te realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os cados e feita então a avaliação e classificação destas pro-
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e postas de acordo com os critérios pertinentes e adequados
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos instrumento convocatório e que considerem a capacitação
órgãos de controle. e a experiência do proponente, a qualidade técnica da pro-
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de posta, compreendendo metodologia, organização, tecno-
licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada logias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos,
pela Lei nº 8.883, de 1994) e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da para a sua execução;
proposta mais vantajosa para a Administração determinar II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de
que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar
instrumento convocatório e à negociação das condições
o menor preço;
propostas, com a proponente melhor classificada, com
II - a de melhor técnica;
base nos orçamentos detalhados apresentados e respec-
III - a de técnica e preço.
tivos preços unitários e tendo como referência o limite re-
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena-
presentado pela proposta de menor preço entre os licitan-
ção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído
tes que obtiveram a valorização mínima;
pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - no caso de impasse na negociação anterior, pro-
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, cedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato consecução de acordo para a contratação;
público, para o qual todos os licitantes serão convocados, IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
vedado qualquer outro processo. aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados
§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, en- ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida
tre os licitantes considerados qualificados a classificação para a proposta técnica.
se dará pela ordem crescente dos preços propostos, pre- § 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será ado-
valecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o
previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº seguinte procedimento claramente explicitado no instru-
8.883, de 1994) mento convocatório:
§ 4o Para contratação de bens e serviços de informáti- I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
ca, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei de preços, de acordo com critérios objetivos preestabeleci-
no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os dos no instrumento convocatório;
fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obri- II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
gatoriamento o tipo de licitação “técnica e preço”, permiti- com a média ponderada das valorizações das propostas
do o emprego de outro tipo de licitação nos casos indica- técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabele-
dos em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei cidos no instrumento convocatório.
nº 8.883, de 1994) § 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação neste artigo poderão ser adotados, por autorização expres-
não previstos neste artigo. sa e mediante justificativa circunstanciada da maior auto-
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão sele- ridade da Administração promotora constante do ato con-
cionadas tantas propostas quantas necessárias até que se vocatório, para fornecimento de bens e execução de obras
atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído pela ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamen-
Lei nº 9.648, de 1998) te dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e
52
LEGISLAÇÃO
de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo
reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pre- de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado
tendido admitir soluções alternativas e variações de execu- o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
ção, com repercussões significativas sobre sua qualidade, § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do
produtividade, rendimento e durabilidade concretamente contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha 59 desta Lei.
dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório,
fixados no ato convocatório. fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e servi- aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade
ços, quando for adotada a modalidade de execução de em- de licitação.
preitada por preço global, a Administração deverá fornecer Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contra-
obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos to com preterição da ordem de classificação das propostas
e informações necessários para que os licitantes possam ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
elaborar suas propostas de preços com total e completo
sob pena de nulidade.
conhecimento do objeto da licitação.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
Art. 48. Serão desclassificadas:
I - as propostas que não atendam às exigências do ato cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas
convocatório da licitação; serão processadas e julgadas por comissão permanente
II - propostas com valor global superior ao limite es- ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo
tabelecido ou com preços manifestamente inexequiveis, menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes
assim considerados aqueles que não venham a ter de- aos quadros permanentes dos órgãos da Administração
monstrada sua viabilidade através de documentação que responsáveis pela licitação.
comprove que os custos dos insumos são coerentes com § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, ex-
os de mercado e que os coeficientes de produtividade são cepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e
compatíveis com a execução do objeto do contrato, condi- em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser
ções estas necessariamente especificadas no ato convoca- substituída por servidor formalmente designado pela au-
tório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) toridade competente.
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste ar- § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de ins-
tigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso crição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamen-
de licitações de menor preço para obras e serviços de en- to, será integrada por profissionais legalmente habilitados
genharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
(setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluí-
§ 3o Os membros das Comissões de licitação respon-
do pela Lei nº 9.648, de 1998)
derão solidariamente por todos os atos praticados pela
a) média aritmética dos valores das propostas supe-
riores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver
administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei reunião em que tiver sido tomada a decisão.
nº 9.648, de 1998) § 4o A investidura dos membros das Comissões perma-
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução
anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oi- da totalidade de seus membros para a mesma comissão no
tenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas período subsequente.
“a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato, presta- § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por
ção de garantia adicional, dentre as modalidades previstas uma comissão especial integrada por pessoas de reputação
no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame,
do parágrafo anterior e o valor da correspondente propos- servidores públicos ou não.
ta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser
todas as propostas forem desclassificadas, a administração obtido pelos interessados no local indicado no edital.
poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a § 1o O regulamento deverá indicar:
apresentação de nova documentação ou de outras propos- I - a qualificação exigida dos participantes;
tas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada,
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
no caso de convite, a redução deste prazo para três dias
III - as condições de realização do concurso e os prê-
úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do mios a serem concedidos.
procedimento somente poderá revogar a licitação por ra- § 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au-
zões de interesse público decorrente de fato supervenien- torizar a Administração a executá-lo quando julgar conve-
te devidamente comprovado, pertinente e suficiente para niente.
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer es- a servidor designado pela Administração, procedendo-se
crito e devidamente fundamentado. na forma da legislação pertinente.
53
LEGISLAÇÃO
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que
pela Administração para fixação do preço mínimo de arre- a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do lici-
matação. tante vencedor;
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no XII - a legislação aplicável à execução do contrato e
percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco especialmente aos casos omissos;
por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no XIII - a obrigação do contratado de manter, durante
local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, toda a execução do contrato, em compatibilidade com as
o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo es- obrigações por ele assumidas, todas as condições de habi-
tipulado no edital de convocação, sob pena de perder em litação e qualificação exigidas na licitação.
favor da Administração o valor já recolhido. § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pú-
à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Reda- blica com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas do-
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) miciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, cláusula que declare competente o foro da sede da Admi-
principalmente no município em que se realizará. (Incluído nistração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o
pela Lei nº 8.883, de 1994) disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de
Capítulo III contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da ar-
DOS CONTRATOS recadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou
Seção I Município, as características e os valores pagos, segundo o
Disposições Preliminares disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta caso, e desde que prevista no instrumento convocatório,
Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações
direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os prin- de obras, serviços e compras.
cípios da teoria geral dos contratos e as disposições de di-
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
reito privado.
modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e
de 1994)
precisão as condições para sua execução, expressas em
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida públi-
cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsa-
ca, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
bilidades das partes, em conformidade com os termos da
mediante registro em sistema centralizado de liquidação
licitação e da proposta a que se vinculam.
e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de ine-
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme defini-
xigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato
que os autorizou e da respectiva proposta. do pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as 11.079, de 2004)
que estabeleçam: II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
I - o objeto e seus elementos característicos; de 1994)
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, de 8.6.94)
data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não
critérios de atualização monetária entre a data do adimple- excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu
mento das obrigações e a do efetivo pagamento; valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalva-
IV - os prazos de início de etapas de execução, de con- do o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada
clusão, de entrega, de observação e de recebimento defini- pela Lei nº 8.883, de 1994)
tivo, conforme o caso; § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indica- vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos finan-
ção da classificação funcional programática e da categoria ceiros consideráveis, demonstrados através de parecer tec-
econômica; nicamente aprovado pela autoridade competente, o limite
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser ele-
execução, quando exigidas; vado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
penalidades cabíveis e os valores das multas; § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada
VIII - os casos de rescisão; ou restituída após a execução do contrato e, quando em
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, dinheiro, atualizada monetariamente.
em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta § 5o Nos casos de contratos que importem na entrega
Lei; de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
X - as condições de importação, a data e a taxa de depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o va-
câmbio para conversão, quando for o caso; lor desses bens.
54
LEGISLAÇÃO
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamen- instituído por esta Lei confere à Administração, em relação
tários, exceto quanto aos relativos: a eles, a prerrogativa de:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequa-
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais po- ção às finalidades de interesse público, respeitados os di-
derão ser prorrogados se houver interesse da Administra- reitos do contratado;
ção e desde que isso tenha sido previsto no ato convoca- II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especifica-
tório; dos no inciso I do art. 79 desta Lei;
II - à prestação de serviços a serem executados de for- III - fiscalizar-lhes a execução;
ma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de parcial do ajuste;
preços e condições mais vantajosas para a administração, V - nos casos de serviços essenciais, ocupar proviso-
limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, riamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vincu-
de 1998) lados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro- pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
gramas de informática, podendo a duração estender-se contrato administrativo.
pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início § 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias
da vigência do contrato. dos contratos administrativos não poderão ser alteradas
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e sem prévia concordância do contratado.
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusu-
até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da admi- las econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
nistração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) para que se mantenha o equilíbrio contratual.
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de Art. 59. A declaração de nulidade do contrato admi-
conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as nistrativo opera retroativamente impedindo os efeitos ju-
demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção rídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra desconstituir os já produzidos.
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em Parágrafo único. A nulidade não exonera a Adminis-
processo: tração do dever de indenizar o contratado pelo que este
I - alteração do projeto ou especificações, pela Admi- houver executado até a data em que ela for declarada e por
nistração; outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade
estranho à vontade das partes, que altere fundamental- de quem lhe deu causa.
mente as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminui- Seção II
ção do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Ad- Da Formalização dos Contratos
ministração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
no contrato, nos limites permitidos por esta Lei; nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo
V - impedimento de execução do contrato por fato ou cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do
ato de terceiro reconhecido pela Administração em docu- seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis,
mento contemporâneo à sua ocorrência; que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Ad- notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu
ministração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de origem.
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras
aplicáveis aos responsáveis. de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido
por escrito e previamente autorizada pela autoridade com- no art. 23, inciso II, alínea «a» desta Lei, feitas em regime
petente para celebrar o contrato. de adiantamento.
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência inde-
terminado. Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que
mediante autorização da autoridade superior, o prazo de autorizou a sua lavratura, o número do processo da licita-
que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser pror- ção, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos con-
rogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de tratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
1998)
55
LEGISLAÇÃO
56
LEGISLAÇÃO
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito
se o contratado já houver adquirido os materiais e posto pela Administração, no local da obra ou serviço, para repre-
no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Ad- sentá-lo na execução do contrato.
ministração pelos custos de aquisição regularmente com- Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, re-
provados e monetariamente corrigidos, podendo caber in- mover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total
denização por outros danos eventualmente decorrentes da ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem
supressão, desde que regularmente comprovados. vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, al- de materiais empregados.
terados ou extintos, bem como a superveniência de dispo- Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causa-
sições legais, quando ocorridas após a data da apresenta- dos diretamente à Administração ou a terceiros, decorren-
ção da proposta, de comprovada repercussão nos preços tes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não ex-
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para cluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
menos, conforme o caso. ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos tra-
aumente os encargos do contratado, a Administração de- balhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes
da execução do contrato.
verá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos
financeiro inicial.
encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à
§ 7o (VETADO)
Administração Pública a responsabilidade por seu paga-
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao
mento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restrin-
reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atuali- gir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive
zações, compensações ou penalizações financeiras decor- perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº
rentes das condições de pagamento nele previstas, bem 9.032, de 1995)
como o empenho de dotações orçamentárias suplemen- § 2o A Administração Pública responde solidariamente
tares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam com o contratado pelos encargos previdenciários resultan-
alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples tes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei
apostila, dispensando a celebração de aditamento. nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei
nº 9.032, de 1995)
Seção IV § 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Da Execução dos Contratos Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem
prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pe- subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o
las partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as nor- limite admitido, em cada caso, pela Administração.
mas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será rece-
de sua inexecução total ou parcial. bido:
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § I - em se tratando de obras e serviços:
2o e no inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompa-
durante todo o período de execução do contrato, a reserva nhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado,
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comuni-
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras cação escrita do contratado;
de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei b) definitivamente, por servidor ou comissão designa-
nº 13.146, de 2015) (Vigência) da pela autoridade competente, mediante termo circuns-
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cum- tanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo
de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
primento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no
nos ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
art. 69 desta Lei;
2015)
II - em se tratando de compras ou de locação de equi-
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompa-
pamentos:
nhada e fiscalizada por um representante da Administra- a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação
ção especialmente designado, permitida a contratação de da conformidade do material com a especificação;
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações perti- b) definitivamente, após a verificação da qualidade e
nentes a essa atribuição. quantidade do material e consequente aceitação.
§ 1o O representante da Administração anotará em § 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de gran-
registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a de vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circuns-
execução do contrato, determinando o que for necessário tanciado e, nos demais, mediante recibo.
à regularização das faltas ou defeitos observados. § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou
competência do representante deverão ser solicitadas a do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução
seus superiores em tempo hábil para a adoção das medi- do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou
das convenientes. pelo contrato.
57
LEGISLAÇÃO
§ 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do con-
deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, tratado;
salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e XI - a alteração social ou a modificação da finalidade
previstos no edital. ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a ve- contrato;
rificação a que se refere este artigo não serem, respecti- XII - razões de interesse público, de alta relevância e
vamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela má-
reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à xima autoridade da esfera administrativa a que está subor-
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dinado o contratante e exaradas no processo administrati-
dos mesmos. vo a que se refere o contrato;
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisó- XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras,
rio nos seguintes casos: serviços ou compras, acarretando modificação do valor ini-
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; cial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65
II - serviços profissionais; desta Lei;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita
inciso II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se compo- da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vin-
nham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à te) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave per-
verificação de funcionamento e produtividade. turbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repe-
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento tidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, indepen-
será feito mediante recibo. dentemente do pagamento obrigatório de indenizações
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobi-
edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e lizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão
boa execução do objeto do contrato correm por conta do do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
contratado. normalizada a situação;
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em par- XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga-
te, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo
mentos devidos pela Administração decorrentes de obras,
com o contrato.
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos
ou executados, salvo em caso de calamidade pública, gra-
Seção V
ve perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-
primento de suas obrigações até que seja normalizada a
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato en-
situação;
seja a sua rescisão, com as consequências contratuais e as
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de
previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou for-
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especi- necimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes
ficações, projetos ou prazos; de materiais naturais especificadas no projeto;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior,
especificações, projetos e prazos; regularmente comprovada, impeditiva da execução do
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Admi- contrato.
nistração a comprovar a impossibilidade da conclusão da XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art.
obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipu- 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela
lados; Lei nº 9.854, de 1999)
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
fornecimento; formalmente motivados nos autos do processo, assegura-
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimen- do o contraditório e a ampla defesa.
to, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a I - determinada por ato unilateral e escrito da Adminis-
associação do contratado com outrem, a cessão ou trans- tração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do
ferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incor- artigo anterior;
poração, não admitidas no edital e no contrato; II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a ter-
VII - o desatendimento das determinações regulares da mo no processo da licitação, desde que haja conveniência
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua para a Administração;
execução, assim como as de seus superiores; III - judicial, nos termos da legislação;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execu- IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ção, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; § 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser
IX - a decretação de falência ou a instauração de insol- precedida de autorização escrita e fundamentada da auto-
vência civil; ridade competente.
58
LEGISLAÇÃO
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos
a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frus-
será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprova- trar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previs-
dos que houver sofrido, tendo ainda direito a: tas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das
I - devolução de garantia; responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que sim-
a data da rescisão; plesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando
III - pagamento do custo da desmobilização. servidores públicos, além das sanções penais, à perda do
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins des-
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação ta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou
do contrato, o cronograma de execução será prorrogado sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
automaticamente por igual tempo. § 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo ante- Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
rior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das paraestatal, assim consideradas, além das fundações, em-
sanções previstas nesta Lei: presas públicas e sociedades de economia mista, as demais
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Públi-
e local em que se encontrar, por ato próprio da Adminis- co.
tração; § 2o A pena imposta será acrescida da terça parte,
II - ocupação e utilização do local, instalações, equi- quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem
pamentos, material e pessoal empregados na execução do ocupantes de cargo em comissão ou de função de confian-
contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inci- ça em órgão da Administração direta, autarquia, empresa
so V do art. 58 desta Lei; pública, sociedade de economia mista, fundação pública,
III - execução da garantia contratual, para ressarcimen- ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo
to da Administração, e dos valores das multas e indeniza- Poder Público.
ções a ela devidos; Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei perti-
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até nem às licitações e aos contratos celebrados pela União,
o limite dos prejuízos causados à Administração. Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autar-
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e
quias, empresas públicas, sociedades de economia mista,
II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá
fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu
dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta
controle direto ou indireto.
ou indireta.
§ 2o É permitido à Administração, no caso de concor-
Seção II
data do contratado, manter o contrato, podendo assumir o
Das Sanções Administrativas
controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deve-
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato
rá ser precedido de autorização expressa do Ministro de
Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista
conforme o caso. no instrumento convocatório ou no contrato.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo ante- § 1o A multa a que alude este artigo não impede que a
rior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medi- Administração rescinda unilateralmente o contrato e apli-
da prevista no inciso I deste artigo. que as outras sanções previstas nesta Lei.
§ 2o A multa, aplicada após regular processo adminis-
Capítulo IV trativo, será descontada da garantia do respectivo contra-
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDI- tado.
CIAL § 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garan-
Seção I tia prestada, além da perda desta, responderá o contratado
Disposições Gerais pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamen-
tos eventualmente devidos pela Administração ou ainda,
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assi- quando for o caso, cobrada judicialmente.
nar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a
dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracte- Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
riza o descumprimento total da obrigação assumida, sujei- contratado as seguintes sanções:
tando-o às penalidades legalmente estabelecidas. I - advertência;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica II - multa, na forma prevista no instrumento convoca-
aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta tório ou no contrato;
Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condi- III - suspensão temporária de participação em licitação
ções propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quan- e impedimento de contratar com a Administração, por pra-
to ao prazo e preço. zo não superior a 2 (dois) anos;
59
LEGISLAÇÃO
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
com a Administração Pública enquanto perdurarem os mo- modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contra-
tivos determinantes da punição ou até que seja promovida tual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a contratos celebrados com o Poder Público, sem autoriza-
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ção em lei, no ato convocatório da licitação ou nos res-
ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após pectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade,
anterior. observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garan- pela Lei nº 8.883, de 1994)
tia prestada, além da perda desta, responderá o contratado Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Reda-
pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada ju- Parágrafo único. Incide na mesma pena o contrata-
dicialmente. do que, tendo comprovadamente concorrido para a con-
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste sumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se
artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações
II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo contratuais.
processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é qualquer ato de procedimento licitatório:
de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secre- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
tário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a multa.
defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o en-
ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art sejo de devassá-lo:
109 inciso III) Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do ar- Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de
tigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vanta-
ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos gem de qualquer tipo:
por esta Lei: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
I - tenham sofrido condenação definitiva por pratica- além da pena correspondente à violência.
rem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abs-
quaisquer tributos; tém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licita-
objetivos da licitação; ção instaurada para aquisição ou venda de bens ou merca-
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar dorias, ou contrato dela decorrente:
com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados. I - elevando arbitrariamente os preços;
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
Seção III falsificada ou deteriorada;
Dos Crimes e das Penas III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóte- mercadoria fornecida;
ses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: onerosa a proposta ou a execução do contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
tendo comprovadamente concorrido para a consumação Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilida- empresa ou profissional declarado inidôneo:
de ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina- multa.
ção ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que,
do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a
ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do Administração.
objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais
privado perante a Administração, dando causa à instaura- ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou
ção de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalida- cancelamento de registro do inscrito:
ção vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
multa.
60
LEGISLAÇÃO
61
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re- Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na normas relativas aos procedimentos operacionais a serem
entidade. observados na execução das licitações, no âmbito de sua
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, competência, observadas as disposições desta Lei.
premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializa- Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo,
do desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele após aprovação da autoridade competente, deverão ser
relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com publicadas na imprensa oficial.
o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
sua elaboração. couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instru-
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra mentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, Administração.
a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os § 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
dados, documentos e elementos de informação pertinen- órgãos ou entidades da Administração Pública depende de
tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação prévia aprovação de competente plano de trabalho pro-
em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra. posto pela organização interessada, o qual deverá conter,
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a no mínimo, as seguintes informações:
mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratan- I - identificação do objeto a ser executado;
te, perante a entidade interessada, responder pela sua boa II - metas a serem atingidas;
execução, fiscalização e pagamento. III - etapas ou fases de execução;
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
da qual, nos termos do edital, decorram contratos admi- V - cronograma de desembolso;
nistrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes VI - previsão de início e fim da execução do objeto,
da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas;
2005) VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de en-
§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanha- genharia, comprovação de que os recursos próprios para
mento da licitação e da execução do contrato. (Incluído complementar a execução do objeto estão devidamente
pela Lei nº 11.107, de 2005)
assegurados, salvo se o custo total do empreendimento re-
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
cair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas-
pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legisla-
sador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à
ção pertinente, ficando os órgãos interessados da Admi-
Câmara Municipal respectiva.
nistração responsáveis pela demonstração da legalidade e
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita
regularidade da despesa e execução, nos termos da Cons-
conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto
tituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela
nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o
previsto.
saneamento das impropriedades ocorrentes:
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos I - quando não tiver havido comprovação da boa e
órgãos integrantes do sistema de controle interno contra regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na
irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do dis- forma da legislação aplicável, inclusive mediante proce-
posto neste artigo. dimentos de fiscalização local, realizados periodicamente
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou
sistema de controle interno poderão solicitar para exame, pelo órgão competente do sistema de controle interno da
até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimen- Administração Pública;
to das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, II - quando verificado desvio de finalidade na aplica-
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração in- ção dos recursos, atrasos não justificados no cumprimen-
teressada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, to das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias
em função desse exame, lhes forem determinadas. (Reda- aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) contratações e demais atos praticados na execução do
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser pro- outras cláusulas conveniais básicas;
cedida sempre que o objeto da licitação recomende análise III - quando o executor deixar de adotar as medidas
mais detida da qualificação técnica dos interessados. saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recur-
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação sos ou por integrantes do respectivo sistema de controle
será feita mediante proposta da autoridade competente, interno.
aprovada pela imediatamente superior. § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados,
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigên- serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de pou-
cias desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos in- pança de instituição financeira oficial se a previsão de seu
teressados, ao procedimento e à analise da documentação. uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de apli-
62
LEGISLAÇÃO
cação financeira de curto prazo ou operação de mercado Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-
aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a uti- se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido
lização dos mesmos verificar-se em prazos menores que no Código Brasileiro de Aeronáutica.
um mês. Art. 123. Em suas licitações e contratações adminis-
§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do pará- trativas, as repartições sediadas no exterior observarão as
grafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédi- peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na
to do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de forma de regulamentação específica.
sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específi- Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
co que integrará as prestações de contas do ajuste. permissão ou concessão de serviços públicos os dispositi-
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex- vos desta Lei que não conflitem com a legislação específica
tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas ob- Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a
tidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvi- IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para
dos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo concessão de serviços com execução prévia de obras em
improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da que não foram previstos desembolso por parte da Admi-
imediata instauração de tomada de contas especial do res- nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883,
ponsável, providenciada pela autoridade competente do de 1994)
órgão ou entidade titular dos recursos. Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações rea- cação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei
lizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e nº 8.883, de 1994)
do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, es-
que couber, nas três esferas administrativas. pecialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de se-
e as entidades da administração indireta deverão adaptar tembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991,
suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.
Lei. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas 8.883, de 1994)
e fundações públicas e demais entidades controladas dire- Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e
ta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas 105o da República.
no artigo anterior editarão regulamentos próprios devida- ITAMAR FRANCO
mente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei. Rubens Ricupero
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este Romildo Canhim
artigo, no âmbito da Administração Pública, após apro-
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
vados pela autoridade de nível superior a que estiverem
22.6.1993 e republicado em 6.7.1994 e retificado em de
vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
6.7.1994
deverão ser publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os
fará publicar no Diário Oficial da União, observando como 3. LEI Nº 9.784 DE 29 DE JANEIRO DE 1999 –
limite superior a variação geral dos preços do mercado, no PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL.
período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licita-
ções instauradas e aos contratos assinados anteriormente à
sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágra- LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
fos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim
o disposto no «caput» do art. 5o, com relação ao pagamen- Regula o processo administrativo no âmbito da Admi-
to das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser nistração Pública Federal.
observada, no prazo de noventa dias contados da vigência
desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994) CAPÍTULO I
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposi-
ções do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o pro-
com suas alterações, e os relativos a operações de crédito cesso administrativo no âmbito da Administração Federal
interno ou externo celebrados pela União ou a concessão direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi-
de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins
legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber. da Administração.
63
LEGISLAÇÃO
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos ór- II - ter ciência da tramitação dos processos adminis-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando trativos em que tenha a condição de interessado, ter vista
no desempenho de função administrativa. dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: conhecer as decisões proferidas;
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutu- III - formular alegações e apresentar documentos an-
ra da Administração direta e da estrutura da Administração tes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo
indireta; órgão competente;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de perso- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
nalidade jurídica; salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado
de poder de decisão. CAPÍTULO III
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre ou- DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
tros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla de- Art. 4o São deveres do administrado perante a Adminis-
fesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
eficiência. I - expor os fatos conforme a verdade;
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
observados, entre outros, os critérios de:
III - não agir de modo temerário;
I - atuação conforme a lei e o Direito;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re-
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, CAPÍTULO IV
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; DO INÍCIO DO PROCESSO
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de-
coro e boa-fé; Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofí-
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal- cio ou a pedido de interessado.
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo ca-
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição sos em que for admitida solicitação oral, deve ser formula-
de obrigações, restrições e sanções em medida superior do por escrito e conter os seguintes dados:
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte- I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
resse público; II - identificação do interessado ou de quem o repre-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito sente;
que determinarem a decisão; III - domicílio do requerente ou local para recebimento
VIII – observância das formalidades essenciais à garan- de comunicações;
tia dos direitos dos administrados; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e
IX - adoção de formas simples, suficientes para propi- de seus fundamentos;
ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos V - data e assinatura do requerente ou de seu repre-
direitos dos administrados; sentante.
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresenta- Parágrafo único. É vedada à Administração a recu-
ção de alegações finais, à produção de provas e à interpo- sa imotivada de recebimento de documentos, devendo o
sição de recursos, nos processos de que possam resultar servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
sanções e nas situações de litígio; eventuais falhas.
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão
ressalvadas as previstas em lei;
elaborar modelos ou formulários padronizados para assun-
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,
tos que importem pretensões equivalentes.
sem prejuízo da atuação dos interessados;
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de in-
XIII - interpretação da norma administrativa da forma
teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. poderão ser formulados em um único requerimento, salvo
preceito legal em contrário.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos peran-
te a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam Art. 9o São legitimados como interessados no processo
assegurados: administrativo:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi- I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como ti-
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o tulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício
cumprimento de suas obrigações; do direito de representação;
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LEGISLAÇÃO
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di- CAPÍTULO VII
reitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no Art. 18. É impedido de atuar em processo administrati-
tocante a direitos e interesses coletivos; vo o servidor ou autoridade que:
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituí- I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
das quanto a direitos ou interesses difusos. II - tenha participado ou venha a participar como peri-
Art. 10. São capazes, para fins de processo administra- to, testemunha ou representante, ou se tais situações ocor-
tivo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão espe- rem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins
cial em ato normativo próprio. até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente
CAPÍTULO VI com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
DA COMPETÊNCIA Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em im-
pedimento deve comunicar o fato à autoridade competen-
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos te, abstendo-se de atuar.
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admi- impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplina-
tidos. res.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode- Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou
rão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes com algum dos interessados ou com os respectivos côn-
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for juges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição po-
social, econômica, jurídica ou territorial. derá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo apli-
ca-se à delegação de competência dos órgãos colegiados CAPÍTULO VIII
aos respectivos presidentes. DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCES-
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: SO
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos; Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen-
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou dem de forma determinada senão quando a lei expressa-
autoridade. mente a exigir.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por es-
ser publicados no meio oficial. crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e po- e a assinatura da autoridade responsável.
deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma
duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, somente será exigido quando houver dúvida de autentici-
podendo conter ressalva de exercício da atribuição dele- dade.
gada. § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo poderá ser feita pelo órgão administrativo.
pela autoridade delegante. § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se-
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem men- quencialmente e rubricadas.
cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias
editadas pelo delegado. úteis, no horário normal de funcionamento da repartição
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por na qual tramitar o processo.
motivos relevantes devidamente justificados, a avocação Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário
temporária de competência atribuída a órgão hierarquica- normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o
mente inferior. curso regular do procedimento ou cause dano ao interes-
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulga- sado ou à Administração.
rão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do
conveniente, a unidade fundacional competente em maté- órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos ad-
ria de interesse especial. ministrados que dele participem devem ser praticados no
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro- prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autori- Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
dade de menor grau hierárquico para decidir. dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se prefe-
rencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interes-
sado se outro for o local de realização.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-
diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias cesso licitatório;
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. V - decidam recursos administrativos;
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um VI - decorram de reexame de ofício;
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou compro- questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
vada necessidade de maior prazo. relatórios oficiais;
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá segui- convalidação de ato administrativo.
mento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruen-
quem der causa ao atraso. te, podendo consistir em declaração de concordância com
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar fundamentos de anteriores pareceres, informações, deci-
de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter pros- sões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante
seguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo
do ato.
da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo de-
vam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda-
administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou
assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá soli- garantia dos interessados.
citar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
e capacidade técnica equivalentes. comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o di- ou de termo escrito.
reito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo
se outro prazo for legalmente fixado. CAPÍTULO XIII
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pú- DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO
blica poderá motivadamente adotar providências acautela- PROCESSO
doras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação
e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado
documentos que o integram, ressalvados os dados e docu- ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
mentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou re-
privacidade, à honra e à imagem. núncia atinge somente quem a tenha formulado.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competen-
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, confor-
te para emitir a decisão final elaborará relatório indicando
me o caso, não prejudica o prosseguimento do processo,
o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, se a Administração considerar que o interesse público as-
encaminhando o processo à autoridade competente. sim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto
CAPÍTULO XI o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da
DO DEVER DE DECIDIR decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
emitir decisão nos processos administrativos e sobre soli- CAPÍTULO XIV
citações ou reclamações, em matéria de sua competência. DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-
tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
decidir, salvo prorrogação por igual período expressamen- quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
te motivada. por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos.
CAPÍTULO XII Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
DA MOTIVAÇÃO administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motiva-
que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
dos, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pa-
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san- gamento.
ções; § 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-
III - decidam processos administrativos de concurso ou quer medida de autoridade administrativa que importe im-
seleção pública; pugnação à validade do ato.
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LEGISLAÇÃO
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarre- Art. 63. O recurso não será conhecido quando inter-
tarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, posto:
os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser I - fora do prazo;
convalidados pela própria Administração. II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
CAPÍTULO XV IV - após exaurida a esfera administrativa.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorren-
te a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em para recurso.
face de razões de legalidade e de mérito. § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Ad-
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu ministração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco ocorrida preclusão administrativa.
dias, o encaminhará à autoridade superior. Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso ad- poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
ministrativo independe de caução. parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa competência.
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autori- Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar-
dade prolatora da decisão impugnada, se não a reconside- tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este
rar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade deverá ser cientificado para que formule suas alegações
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da antes da decisão.
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enuncia-
de 2006). Vigência do da súmula vinculante, o órgão competente para decidir
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inapli-
por três instâncias administrativas, salvo disposição legal cabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela
diversa. Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi- Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a
nistrativo: reclamação fundada em violação de enunciado da súmu-
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte la vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao
no processo; órgão competente para o julgamento do recurso, que de-
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta- verão adequar as futuras decisões administrativas em casos
mente afetados pela decisão recorrida; semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas
III - as organizações e associações representativas, no esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº
tocante a direitos e interesses coletivos; 11.417, de 2006). Vigência
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou Art. 65. Os processos administrativos de que resultem
interesses difusos. sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstân-
o prazo para interposição de recurso administrativo, con- cias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
tado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão sanção aplicada.
recorrida. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso resultar agravamento da sanção.
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão CAPÍTULO XVI
competente. DOS PRAZOS
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá
ser prorrogado por igual período, ante justificativa explí- Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data
cita. da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimen- começo e incluindo-se o do vencimento.
to no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro
pedido de reexame, podendo juntar os documentos que dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não
julgar convenientes. houver expediente ou este for encerrado antes da hora
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso normal.
não tem efeito suspensivo. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de contínuo.
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au- § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para o último dia do mês.
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com-
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. provado, os prazos processuais não se suspendem.
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ANOTAÇÕES
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LÍNGUA PORTUGUESA
1. Gestão Organizacional: Funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e controlar; Hierarquia administrativa;
Departamentalização; Estratégia organizacional; ....................................................................................................................................... 01
Processos organizacionais: fluxograma, manuais, formulários e planilhas. ...................................................................................... 08
2. Gestão Pública: Administração direta e indireta; Tipologias da administração pública; Centralização e descentraliza-
ção; Delegação de autoridade; .......................................................................................................................................................................... 10
Princípios da administração Pública. ............................................................................................................................................................... 19
3. Gestão de Pessoas: Os processos de gestão de pessoas; Liderança e tipos de poder; .......................................................... 21
Recrutamento e seleção de pessoas; Avaliação de desempenho; ....................................................................................................... 24
Treinamento e desenvolvimento; ...................................................................................................................................................................... 28
Motivação. .................................................................................................................................................................................................................. 29
4. Gestão Logística: Princípios e missão logística; Tipos de valor em logística; Estocagem; Almoxarifado e movimentação
de materiais; Transportes: classificação e intermodalidade. ................................................................................................................... 33
5. Gestão financeira: Noções de orçamento público.................................................................................................................................. 41
LÍNGUA PORTUGUESA
1
LÍNGUA PORTUGUESA
Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a tégia exige toda uma implementação dos meios necessários
comunicação é, sim, instrumento essencial da mudança, mas se para a sua execução. Como esses meios envolvem a empresa
esquecem de que o que transforma e qualifica é o diálogo, a como um todo, trata-se aqui de atribuir incumbências a todos
experiência vivida e praticada, e não a simples transmissão uni- os níveis (ou subsistemas) da empresa: o nível institucional, o
lateral de conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas tão pró- nível intermediário e o nível operacional. E a implementação
prias da chamada educação bancária descrita por Paulo Freire. exige planejamento. Isto é, a estratégia empresarial precisa de
E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser um plano básico - o planejamento estratégico- para a empresa
uma política de comunicação e de RH. A construção e a viabi- poder lidar com todas estas forças em conjunto. E o planeja-
lização dessa política é, desde já, um desafio aos estrategistas mento estratégico precisa apoiar-se em uma multiplicidade de
de RH e de comunicação, como forma de criar o tal ambiente planos situados carreira abaixo dentro da estrutura da orga-
criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a construção nização. Para levar adiante o planejamento estratégico requer
da organização qualificante, capaz de enfrentar os desafios planos táticos e cada um deles requer planos operacionais,
constantes de um mundo em mutação, incerto e inseguro. combinando esforços para obter efeitos sinergísticos.
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações so-
ciais, de interações recorrentes entre pessoas. Também pode Administração é o ato de administrar ou gerenciar
ser definido como uma coleção de várias pessoas que com- negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar
partilham certas características, interajam uns com os outros, metas definidas.
aceitem direitos e obrigações como sócios do grupo e com- A gestão de uma empresa ou organização se faz de for-
partilhem uma identidade comum — para haver um grupo ma que as atividades sejam administradas com planejamen-
social, é preciso que os indivíduos se percebam de alguma to, organização, direção, e controle. Segundo alguns autores
forma afiliados ao grupo. (Montana e Charnov) o ato de administrar é trabalhar com e
Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela necessidade por intermédio de outras pessoas na busca de realizar obje-
de o homem viver em contato com os outros homens. Nesta tivos da organização bem como de seus membros.
relação homem-homem, vários fenômenos estão presentes; A administração tem uma série de características entre
comunicação, percepção, afeição liderança, integração, nor- elas: um circuito de atividades interligadas tais como busca
mas e outros. À medida que nós nos observamos na relação de obtenção de resultados, proporcionar a utilização dos re-
eu-outro surge uma amplitude de caminhos para nosso co- cursos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades de
nhecimento e orientação. planejamento, organização, direção e controle.Administrar,
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá independente do nível organizacional, requer algumas habi-
retorno ao outro, através do feedback. lidades, que podem ser classificadas em três grupos:
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade • Habilidades Técnicas – requer conhecimento es-
em aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo que pecializado e procedimentos específicos e pode ser obtida
queremos e quando queremos. através de instrução.
Nas relações humanas, nada é mais importante do que • Habilidades Humanas – capacidade de relaciona-
nossa motivação em estar com outro, participar na coordena- mento interpessoal, envolvem também aptidão, pois intera-
ção de caminhos ou metas a alcançar. ge com as pessoas e suas atitudes, exige compreensão para
Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem liderar eficazmente.
necessita viver com outros homens, pela sua própria natureza • Habilidades Conceituais – trata-se de uma visão
social, mas ainda não se harmonizou nessa relação. panorâmica das organizações, o gestor precisa conhecer
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre cada setor, como ele trabalha e para que ele existe.
o qual o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento O conceito de administração representa uma governa-
para satisfação das necessidades físicas, econômicas, políticas, bilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma
sociais, etc.·. que as atividades sejam administradas com planejamento,
organização, direção, e controle.
As empresas não funcionam na base da pura improvisa-
ção. A estratégia empresarial é basicamente uma atividade PLANEJAMENTO
racional que envolve a identificação das oportunidades e das É a função administrativa em que se estima os meios
ameaças do ambiente onde opera a empresa, bem como a que possibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de po-
avaliação das forças e fraquezas da empresa, sua capacidade der tomar decisões acertadas, com antecipação, de modo
atual ou potencial em se antecipar às necessidades e deman- que sejam evitados entraves ou interrupções nos processos
das do mercado ou em competir sob condições de risco com organizacionais.
os concorrentes. Assim, a estratégia deve ser capaz de com- É também uma forma de se evitar a improvisação.
binar as oportunidades ambientais com a capacidade empre- Nesta função, o gerente especifica e seleciona os objeti-
sarial em um nível de equilíbrio ótimo entre o que a empresa vos a serem alcançados e como fazer para alcançá-los.
quer e o que ela realmente pode fazer. Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos ne-
A estratégia constitui uma abordagem integrada, relacio- cessários (materiais, humanos, etc.), em face dos objetivos e
nando as vantagens da empresa com os desafios do ambien- metas a serem atingidos; a montagem de um plano de ação
te, no sentido de assegurar o alcance dos objetivos básicos para recuperação de uma área avariada.
da empresa. Todavia, a estratégia se preocupa com o “o que
fazer” e não com “como fazer”. Em outros termos, a estra-
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Planejamento: funciona como a primeira função administradora, pois serve de base para as demais.
• É uma reflexão que antecede a ação;
• É um processo permanente e contínuo;
• É sempre voltado para o futuro;
• É uma relação entre as coisas a serem feitas e o tempo disponível para tanto;
• É mais uma questão de comportamento e atitude da administração do que propriamente um elenco de planos e
programas de ação;
• É a busca da racionalidade nas tomada de decisões;
• É um curso de ação escolhido entre várias alternativas de caminhos potenciais;
• É interativo, pois pressupõem avanços e recuos, alterações e modificações em função de eventos novos ocorridos no
ambiente externo e interno da empresa.
• O planejamento é um processo essencialmente participativo, e todos os funcionários que são objetos do processo
devem participar.
• Para realizar o planejamento, a empresa deve saber onde está agora (presente) e onde pretende chegar (futuro).
Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequenciais, como veremos abaixo.
Etapas do planejamento
Visão
É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as as-
pirações da empresa e suas crenças.
Fórmula base para definição da visão:
Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até quando.
Missão
A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.
Fórmula base para definição da Missão:
Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.
2. Analisar o ambiente externo Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigentes devem conhecer as
partes do ambiente que precisam monitorar para atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambientais (demo-
gráficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais) e os atores microambientais (consumidores, concor-
rentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua habilidade de obter lucro.
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Oportunidades
Um importante propósito da análise ambiental é identificar novas oportunidades de marketing e mercado.
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou lucro.
3. Analisar o ambiente interno
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos
fortes/forças e fracos/fraquezas do seu negócio.
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empresa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com
responsáveis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos.
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Departamentalização Por Projeto: Aqui as pessoas Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ativi-
recebem atribuições temporárias, uma vez que o projeto dades diferentes devem ficar em departamentos separa-
tem data de inicio e término. Terminado o projeto as pes- dos. A diferenciação ocorre quando:
soas são deslocadas para outras atividades. Por exemplo: • O fator humano é diferente,
uma firma contábil poderia designar um sócio (como admi- • A tecnologia e a natureza das atividades são dife-
nistrador de projeto), um contador sênior, e três contadores rentes,
juniores para uma auditoria que está sendo feita para um • Os ambientes externos são diferentes,
cliente. Uma empresa manufatureira, um especialista em • Os objetivos e as estratégias são diferentes.
produção, um engenheiro mecânico e um químico pode-
riam ser indicados para, sob a chefia de um administrador Integração – Quanto mais atividades trabalham inte-
de projeto, completar o projeto de controle de poluição. gradas, maior razão para ficarem no mesmo departamento.
Em cada um destes casos, o administrador de projeto se-
ria designado para chefiar a equipe, com plena autoridade CENTRALIZAÇÃO
sobre seus membros para a atividade específica do projeto. Uma empresa é centralizada, quando a maioria das
decisões são tomadas pelas chefias posicionadas nos seus
Departamentalização De Matriz: A Departamentali- níveis hierárquicos superiores, ocorrendo uma redução dos
zação de matriz é semelhante à de projeto, com uma exce- centros decisórios.
ção principal. No caso da Departamentalização de matriz, o A centralização ocorre normalmente nas seguintes si-
administrador de projeto não tem autoridade de linha so- tuações básicas:
bre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização • Manter maior nível de integração da empresa;
do administrador de projeto é sobreposta aos vários de- • Manter uniformidade de decisões e ações;
partamentos funcionais, dando a impressão de uma matriz. • Melhor administrar as urgências;
A organização de matriz proporciona uma hierarquia • Quando o empresário não quer um segundo ho-
que responde rapidamente às mudanças em tecnologia. mem que lhe faça sombra;
Por isso, é tipicamente encontrada em organização de • Quando a estrutura organizacional da empresa
orientação técnica, também é usada por empresas com não possibilita a descentralização.
projetos de construção complexos • Aumentar o nível de controle das atividades da
empresa.
Vantagens: Existem decisões que são centralizadas na grande
• Permitem comunicação aberta e coordenação de maioria das empresas, destacando-se:
atividades entre os especialistas funcionais relevantes. • Decisões sobre diretrizes que a empresa traçará
• Capacita a organização a responder rapidamente para atingir suas metas, gerando uma política de uniformi-
à mudança. dade de ação para toda instituição.
• São abordagens orientadas para a tecnologia. • Decisões que envolvam custos muito altos, não só
em termos financeiros, como também em termos de con-
Desvantagens: ceito da empresa, seu posicionamento no mercado etc.
• Pode haver choques resultantes das prioridades.
• Principais vantagens da centralização:
Departamentalização Mista - É o tipo mais frequen- • Menor número de níveis hierárquicos
te, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se • Melhor uso dos recursos humanos, materiais,
adapte à sua realidade organizacional. equipamentos e financeiros
• Melhor possibilidade de interação no processo de
A melhor forma de departamentalizar planejamento, controle e avaliação
Para evitar problemas na hora de decidir como depar- • Maior uniformidade em termos de processos téc-
tamentalizar, pode-se seguir certos princípios: nicos e administrativos
• Princípio do maior uso – o departamento que faz • Decisões estratégicas mais rápidas
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição. • Maior segurança nas informações
• Principio do maior interesse – o departamento que É bom lembrar que organizações que têm sistemas de
tem maior interesse pela atividade deve supervisiona-la. comunicações excelentes e rápidos tendem a favorecer a
• Principio da separação e do controle – As ativi- centralização da autoridade. Em situações nas quais não há
dades do controle devem estar separadas das atividades disponibilidade de pessoal adequado, a organização tende
controladas. para a autoridade centralizada.
• Principio da supressão da concorrência – Eliminar
a concorrência entre departamentos, agrupando atividades DESCENTRALIZAÇÃO
correlatas no mesmo departamento. A descentralização administrativa existe quando a
Outro critério básico para departamentalização está maioria das decisões processa-se nos níveis hierárquicos
baseado na diferenciação e na integração, os princípios inferiores, ou seja, a descentralização coloca os centros de-
são: cisórios o mais próximo possível dos órgãos de execução.
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Há um detalhe muito importante. Executante é uma coi- Informativo - apresenta um máximo de informações de
sa, responsável é outra. Pode acontecer que o executante seja diversas naturezas relacionadas com cada unidade organiza-
a mesma pessoa responsável, mas nem sempre isso acontece. cional da empresa.
7. Se existir algum fluxograma relativo a essa tarefa, Dial de Wyllie - na forma de um disco separado por círculos
como um todo, ele pode ser agregado nessa etapa. concêntricos conforme o grau hierárquico e, dentro de tais ses-
8. Informar o local de guarda do documento ; aonde ele sões, órgãos representados por círculos menores, cuja posição
vai ficar guardado e o responsável pela guarda e atualização. relativa aos órgãos representados em sessões mais próximas ao
9. Informar freqüência de atualização (Digamos, de 12 centro indicam sua subordinação hierárquica.[2] O organogra-
em 12 meses ) ma Dial de Wyllie tem por objetivo representar organizações de
10. Informar em quais meios ele será guardado (Eletrôni- hierarquia dinâmica, com vinculações variando conforme o de-
co ou computador ou em papel) senvolvimento de novos projetos interdepartamentais.
11. Gestor do POP (Quem o elaborou)
12. Responsável por ele. Cargo, tarefa ou função
O conceito de cargo é abrangente, baseando-se em di-
ORGANOGRAMA ferentes noções fundamentais, tais como tarefa, atribuição,
função e cargo. A noção de tarefa consiste nas atividades in-
Organograma é um gráfico que representa a estrutura dividuais executadas pelo titular do cargo e é atribuída, nor-
formal de uma organização. malmente, a cargos bastante simples. A noção de atribuição
Os organogramas mostram como estão dispostas uni- caracteriza-se por ser uma atividade individual, executada
dades funcionais, a hierarquia e as relações de comunicação pelo titular respectivo, referindo-se a cargos que envolvem
existentes entre estes. atividades mais diferenciadas. A função já é um conceito de
Os órgãos são unidades administrativas com funções maior abrangência, porquanto se refere ao conjunto de tare-
bem definidas. Exemplos de órgãos: Tesouraria, Departamento fas que são executadas, de uma forma sistemática, pelo ocu-
de Compras, Portaria, Biblioteca, Setor de Produção, Gerên- pante do cargo. Por último, a definição de cargo, integra um
cia Administrativa, Diretoria Técnica, Secretaria, etc. Os órgãos conjunto de funções com uma posição definida na estrutura
possuem um responsável, cujo cargo pode ser chefe, supervi- organizativa, isto é, no organograma da empresa.
sor, gerente, coordenador, diretor, secretário, governador, pre-
sidente, etc. Normalmente tem colaboradores (funcionários) e
espaço físico definido. Num organograma, os órgãos são dis-
postos em níveis que representam a hierarquia existente entre
eles. Em um organograma vertical, quanto mais alto estiver o
órgão, maior a autoridade e a abrangência da atividade.
Tipos de organogramas
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A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade e a Quanto se faz desconcentração da autoridade central –
ela transfere, através de previsão em lei, determinado servi- chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com diver-
ço público e é conferida, em regra, por prazo indeterminado. sos níveis de órgãos, que podem ser classificados em simples ou
Isso é o que acontece quanto às entidades da Administração complexos (simples se possuem apenas uma estrutura adminis-
Indireta prestadoras de serviços públicos. Neste sentido, o Es- trativa, complexos se possuem uma rede de estruturas adminis-
tado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os trativas) e em unitários ou colegiados (unitário se o poder de
a outras entidades criadas para prestá-los, as quais podem decisão se concentra em uma pessoa, colegiado se as decisões
tomar a forma de autarquias, empresas públicas, sociedades são tomadas em conjunto e prevalece a vontade da maioria):
de economia mista e fundações públicas. a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou estrutura
A delegação ocorre quando o Estado transfere, por con- do Estado, gozando de independência para agir e não se subme-
trato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, para que tendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as políticas que serão
o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e implementadas. É o caso da Presidência da República, órgão com-
por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. A delegação plexo composto pelo gabinete, pela Advocacia-Geral da União,
é geralmente efetivada por prazo determinado. Ela se dá, por pelo Conselho da República, pelo Conselho de Defesa, e unitário
exemplo, nos contratos de concessão ou nos atos de permis- (pois o Presidente da República é o único que toma as decisões).
são, pelos quais o Estado transfere aos concessionários e aos b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do poder,
permissionários apenas a execução temporária de determina- com autonomia funcional, porém subordinados politicamente
do serviço. aos independentes. É o caso de todos os ministérios de Estado.
Centralizar envolve manter na estrutura da Administra- c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia
ção direta o desempenho de funções administrativas de inte- ou independência, sendo plenamente vinculados aos órgãos
resses não essenciais do Estado, que poderiam ser atribuídos autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada ao
a entes de fora da Administração por outorga ou delegação. Ministério do Trabalho e Emprego; Departamento da Polícia
Federal, vinculado ao Ministério da Justiça.
Administração Pública Direta d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima
Administração Pública direta é aquela formada pelos en- deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos que
tes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. Os executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais do MTE.
entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas e
Municípios. À exceção da União, que é dotada de soberania, as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, sen-
todos os demais são dotados de autonomia. do órgãos independentes constitucionais. Em verdade, para
Dispõe o Decreto nº 200/1967: Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos não per-
tencem nem mesmo aos três poderes.
Art. 4° A Administração Federal compreende: Conforme Carvalho Filho
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços , “a noção de Estado, como visto, não pode abstrair-se da
integrados na estrutura administrativa da Presidência da Repú- de pessoa jurídica. O Estado, na verdade, é considerado um ente
blica e dos Ministérios. personalizado, seja no âmbito internacional, seja internamente.
Quando se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo,
A administração direta é formada por um conjunto de porque além da pessoa jurídica central existem outras internas
núcleos de competências administrativas, os quais já foram que compõem o sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, o
tidos como representantes do poder central (teoria da repre- Estado manifesta sua vontade através de seus agentes, ou seja,
sentação) e como mandatários do poder central (teoria do as pessoas físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa
mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, jurídica em si e os agentes, compõe o Estado um grande nú-
segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrativos mero de repartições internas, necessárias à sua organização, tão
criados e extintos exclusivamente por lei, mas que podem ser grande é a extensão que alcança e tamanha as atividades a seu
organizados por decretos autônomos do Executivo (art. 84, cargo. Tais repartições é que constituem os órgãos públicos”.
VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica própria. “Várias teorias surgiram para explicar as relações do Esta-
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem do, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do manda-
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome to, o agente público é mandatário da pessoa jurídica; a teoria
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser au- foi criticada por não explicar como o Estado, que não tem von-
tor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de mandado tade própria, pode outorgar o mandato”
de segurança – tanto como impetrante como quanto impe- . A origem desta teoria está no direito privado, não tendo
trado). Já que não possuem personalidade, atuam apenas no como prosperar porque o Estado não pode outorgar mandato
cumprimento da lei, não atuando por vontade própria. Logo, a alguém, afinal, não tem vontade própria.
órgãos e agentes públicos são impessoais quando agem no Num momento seguinte, adotou-se a teoria da represen-
estrito cumprimento de seus deveres, não respondendo dire- tação: “Posteriormente houve a substituição dessa concepção
tamente por seus atos e danos. pela teoria da representação, pela qual a vontade dos agen-
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a respon- tes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do Estado, como
sabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que estejam ocorre na tutela ou na curatela, figuras jurídicas que apontam
exercendo atribuições da Administração direta é denominada para representantes dos incapazes. Ocorre que essa teoria, além
teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, que institui o de equiparar o Estado, pessoa jurídica, ao incapaz (sendo que
princípio da impessoalidade. o Estado é pessoa jurídica dotada de capacidade plena), não
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LÍNGUA PORTUGUESA
foi suficiente para alicerçar um regime de responsabilização da Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que
pessoa jurídica perante terceiros prejudicados nas circunstâncias prestam serviços públicos por delegação, embora não inte-
em que o agente ultrapassasse os poderes da representação” grem os quadros da Administração, quais sejam, os permis-
. Criticou-se a teoria porque o Estado estaria sendo visto sionários, os concessionários e os autorizados.
como um sujeito incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem Essas quatro pessoas integrantes da Administração indi-
condições plenas de manifestar, de falar, de resolver pendên- reta serão criadas para a prestação de serviços públicos ou,
cias; bem como porque se o representante estatal exorbitasse ainda, para a exploração de atividades econômicas, como no
seus poderes, o Estado não poderia ser responsabilizado. caso das empresas públicas e sociedades de economia mista,
Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke, e atuam com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrativos e eficiência da prestação do serviço público ou, quando ex-
criados e extintos exclusivamente por lei, mas que podem ser ploradoras de atividades econômicas, visando atender a rele-
organizados por decretos autônomos do Executivo (art. 84, VI, vante interesse coletivo e imperativos da segurança nacional.
CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica própria. Com Com efeito, de acordo com as regras constantes do ar-
efeito, o Estado brasileiro responde pelos atos que seus agen- tigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só poderá
tes praticam, mesmo se estes atos extrapolam das atribuições explorar atividade econômica a título de exceção, em duas
estatais conferidas, sendo-lhe assegurado o intocável e assus- situações, conforme se colhe do caput do referido artigo, a
tador direito de regresso. seguir reproduzido:
Apresenta-se a classificação dos órgãos: Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, distritais ção, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado
e municipais. só será permitida quando necessária aos imperativos de se-
b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são aque- gurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
les que detêm condição de comando e de direção, e os subordi- definidos em lei.
nados, incumbidos das funções rotineiras de execução. Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras consti-
c) Quanto à composição: singulares, quando integrados tucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao Poder
em um só agente, e os coletivos, quando compostos por vários Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta deferida ao
agentes. setor privado. Assim, apenas explora atividades econômicas
d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atribui- nas situações indicadas no artigo 173 do Texto Constitucio-
ções em todo o território nacional, estadual, distrital e municipal, nal. Quando atuar na economia, concorre em grau de igual-
e os locais, que atuam em parte do território. dade com os particulares, e sob o regime do artigo 170 da
e) Quanto à posição estatal: são os que representam os po- Constituição, inclusive quanto à livre concorrência, subme-
deres do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. tendo-se ainda a todas as obrigações constantes do regime
f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compostos. Os jurídico de direito privado, inclusive no tocante às obrigações
órgãos compostos são constituídos por vários outros órgãos. civis, comerciais, trabalhistas e tributárias.
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Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive Sociedades de economia mista
para aquelas que não integram a Administração indireta (não- Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
governamentais). No caso das fundações que integram a Ad-
ministração indireta (governamentais), quando forem dotadas III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de
de personalidade de direito público, serão regidas integral- personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a
mente por regras de direito público. Quando forem dotadas exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
de personalidade de direito privado, serão regidas por regras anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
de direito público e direito privado. maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
Quando as fundações são criadas pelo Estado são co- As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
nhecidas como fundações públicas, ou autarquias fundacio- de Direito Privado criadas para a prestação de serviços públi-
nais ou fundações autárquicas. O estatuto da fundação, no cos ou para a exploração de atividade econômica, contando
caso, terá a forma de lei, cujo escopo será criar e organizar a com capital misto e constituídas somente sob a forma em-
fundação. As fundações públicas são regulamentadas por lei presarial de S/A.
complementar. Sendo fundações públicas que adotam regi- Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Estado
me jurídico de direito público, se equiparam às autarquias e que participa dela, existem acionistas a ela vinculados. Entre-
se sujeitam às mesmas regras que elas. tanto, o Estado deve ser o acionista controlador do direito a
Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma fundação voto, mesmo que não seja o acionista majoritário (se o Esta-
pública que adote regime jurídico de direito privado, ou então um do for sócio, mas não for controlador, trata-se de empresa
regime misto, caso em que seus servidores poderão se sujeitar à comum, não sociedade de economia mista).
CLT, seu patrimônio não será exclusivamente oriundo de verbas Alguns exemplos de sociedade mista:
estatais. A lei autorizadora deve ser expressa neste sentido. - Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil
e Banespa.
Empresas públicas - Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Me-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: trô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
Urbano).
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade Estas sociedades de economia mista se caracterizam e se
jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital ex- diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins lucra-
clusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade tivos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), adotam
econômica que o Governo seja levado a exercer por força de o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social é formado
contingência ou de conveniência administrativa podendo re- por recursos públicos e privados, os sócios são privados e
vestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. públicos (Estado).
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Priva-
do, criadas para a prestação de serviços públicos ou para a Empresas públicas e sociedades de economia mista:
exploração de atividades econômicas, que contam com ca- semelhanças
pital exclusivamente público, e são constituídas por qualquer Embora a Constituição Federal reserve a atividade eco-
modalidade empresarial, após autorização legislativa do ente nômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os papéis
federativo criador. de integração (integrar o Brasil na economia global), regu-
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços pú- lação (definindo regras e limites na exploração da atividade
blicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda que econômica por particulares) e intervenção (fixação de regras
constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Privado. e normas para combater o abuso do poder econômico) (con-
Se a empresa pública é exploradora de atividade econômica, forme artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-se excepcio-
estará submetida a regime jurídico denominado pela doutri- nalmente que o Estado explore diretamente atividades
na como semipúblico, ante a necessidade de observância, ao econômicas se houver um relevante interesse em matérias
menos em suas relações com os administrados, das regras ati- (serviços públicos em geral) ou atividades de soberania.
nentes ao regime da Administração, a exemplo dos princípios Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
expressos no “caput” do artigo 37 da Constituição Federal. meio de sociedades de economia mista e empresas públi-
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empresas cas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de direito
públicas, nas mais variadas esferas de governo, como o Banco privado, o que evita que o próprio Estado possa abusar do
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); poder econômico. Logo, o Estado não pode dar às suas pró-
a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (EMURB); prias empresas benefícios previdenciários, tributários e tra-
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT); a Caixa balhistas. Além disso, em termos processuais, não gozam das
Econômica Federal (CEF). prerrogativas que as autarquias gozam.
Estas empresas públicas se caracterizam e se diferenciam ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente se
das sociedades de economia mista por: não possuírem fins aplica quando o Estado está explorando atividade econômica
lucrativos (o capital excedente não se transforma em lucro, propriamente dita, não quando está ofertando serviços pú-
é reinvestido na própria empresa), podem adotar perfis em- blicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado pode
presariais diversos (LTDA, comandita, nome coletivo, S/A), o sobre ele exercer monopólio, o que afasta a necessidade
capital social é formado por recursos públicos e só admite de regras que impeçam o abuso do poder econômico. Por
sócios públicos (pode ter apenas um sócio – unipessoalidade exemplo, os Correios são uma empresa pública e possuem
originária ou inicial). isenção fiscal e impenhorabilidade de bens.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de econo- Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato
mia mista são criadas por lei e a existência delas deve ser fundada cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo
em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam, ainda, ao regime de intenções.
jurídico de direito privado. Inclusive, seus bens são, a princípio, pe-
nhoráveis (exceto se for prestadora de serviço público e não ex- Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções
ploradora de atividade econômica). No entanto, não se sujeitam as que estabeleçam:
à falência ou à recuperação judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005). I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mí- sede do consórcio;
nimo: licitar (exceto no que tange à prestação da atividade- II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da CLT, são III – a indicação da área de atuação do consórcio;
celetistas e não estatutários, mas são contratados mediante IV – a previsão de que o consórcio público é associação pú-
concurso público de provas ou provas e títulos), prestar con- blica ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;
tas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de remuneração V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, au-
(exceto no caso de sociedade de economia mista que subsista torizar o consórcio público a representar os entes da Federação
sem qualquer auxílio do governo, apenas com seus lucros). consorciados perante outras esferas de governo;
VI – as normas de convocação e funcionamento da assem-
LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005. bléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e modifica-
ção dos estatutos do consórcio público;
Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima
públicos e dá outras providências. do consórcio público e o número de votos para as suas deliberações;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congres- VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do repre-
so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: sentante legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá
ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os IX – o número, as formas de provimento e a remuneração
Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consór-
dos empregados públicos, bem como os casos de contratação
cios públicos para a realização de objetivos de interesse comum
por tempo determinado para atender a necessidade temporá-
e dá outras providências.
ria de excepcional interesse público;
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública
X – as condições para que o consórcio público celebre con-
ou pessoa jurídica de direito privado.
trato de gestão ou termo de parceria;
§ 2º A União somente participará de consórcios públicos
em que também façam parte todos os Estados em cujos terri- XI – a autorização para a gestão associada de serviços pú-
tórios estejam situados os Municípios consorciados. blicos, explicitando:
§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão a) as competências cujo exercício se transferiu ao consór-
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o cio público;
Sistema Único de Saúde – SUS. b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área
em que serão prestados;
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão determi- c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per-
nados pelos entes da Federação que se consorciarem, observa- missão ou autorização da prestação dos serviços;
dos os limites constitucionais. d) as condições a que deve obedecer o contrato de progra-
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio ma, no caso de a gestão associada envolver também a pres-
público poderá: tação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na- Federação consorciados;
tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de
econômicas de outras entidades e órgãos do governo; outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão; e
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando adim-
promover desapropriações e instituir servidões nos termos de plente com suas obrigações, de exigir o pleno cumprimento das
declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse cláusulas do contrato de consórcio público.
social, realizada pelo Poder Público; e § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, con-
III – ser contratado pela administração direta ou indireta sidera-se como área de atuação do consórcio público, inde-
dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. pendentemente de figurar a União como consorciada, a que
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos de corresponde à soma dos territórios:
cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros I – dos Municípios, quando o consórcio público for consti-
preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou ou- tuído somente por Municípios ou por um Estado e Municípios
torga de uso de bens públicos por eles administrados ou, median- com territórios nele contidos;
te autorização específica, pelo ente da Federação consorciado. II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, o consórcio público for, respectivamente, constituído por mais de
permissão ou autorização de obras ou serviços públicos me- 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito Federal;
diante autorização prevista no contrato de consórcio público, III – (VETADO)
que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consór-
permissão ou autorização e as condições a que deverá aten- cio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
der, observada a legislação de normas gerais em vigor. V – (VETADO)
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LÍNGUA PORTUGUESA
§ 2º O protocolo de intenções deve definir o número de vo- § 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem
tos que cada ente da Federação consorciado possui na assem- como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
bleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado. cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que pre- § 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dis-
veja determinadas contribuições financeiras ou econômicas positivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000,
de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação, o consórcio público deve fornecer as informações necessárias
destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as para que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorcia-
transferências ou cessões de direitos operadas por força de dos, todas as despesas realizadas com os recursos entregues em
gestão associada de serviços públicos. virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser conta-
§ 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com eles bilizadas nas contas de cada ente da Federação na conformi-
conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e con- dade dos elementos econômicos e das atividades ou projetos
dições da legislação de cada um. atendidos.
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na § 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após pré-
imprensa oficial. via suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua
lei orçamentária ou em créditos adicionais, as dotações su-
Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com ficientes para suportar as despesas assumidas por meio de
a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções. contrato de rateio.
§ 1º O contrato de consórcio público, caso assim preveja
cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos Art. 9º A execução das receitas e despesas do consórcio pú-
entes da Federação que subscreveram o protocolo de intenções. blico deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis
§ 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que, às entidades públicas.
aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorcia- Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fisca-
mento parcial ou condicional. lização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de
§ 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscri- Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder
ção do protocolo de intenções dependerá de homologação da Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à
assembleia geral do consórcio público. legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos,
§ 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle exter-
artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o pro- no a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
tocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no
consórcio público. Art. 10. (VETADO)
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da ges-
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: tão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obriga-
I – de direito público, no caso de constituir associação pú- ções contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos
blica, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo atos praticados em desconformidade com a lei ou com as dis-
de intenções; posições dos respectivos estatutos.
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requi-
sitos da legislação civil. Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio públi-
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de co dependerá de ato formal de seu representante na assembleia
direito público integra a administração indireta de todos os geral, na forma previamente disciplinada por lei.
entes da Federação consorciados. § 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo con-
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de di- sorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedi-
reito privado, o consórcio público observará as normas de direi- dos no caso de expressa previsão no contrato de consórcio
to público no que concerne à realização de licitação, celebração público ou no instrumento de transferência ou de alienação.
de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que § 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os contra-
tos de programa, cuja extinção dependerá do prévio paga-
Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o funcio- mento das indenizações eventualmente devidas.
namento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio público.
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio
Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos público dependerá de instrumento aprovado pela assembleia
ao consórcio público mediante contrato de rateio. geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício § 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren-
financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das do- tes da gestão associada de serviços públicos custeados por
tações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham tarifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos aos
por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e titulares dos respectivos serviços.
ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de § 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis
serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos. por cada obrigação, os entes consorciados responderão so-
§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por lidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o
meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos
genéricas, inclusive transferências ou operações de crédito. que deram causa à obrigação.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por contrato Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e
de programa, como condição de sua validade, as obrigações funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados pela
que um ente da Federação constituir para com outro ente da legislação que rege as associações civis.
Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão
associada em que haja a prestação de serviços públicos ou a Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 de
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a seguinte
de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos. redação:
§ 1º O contrato de programa deverá:
I – atender à legislação de concessões e permissões de ser- “Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações pú-
viços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de blicas; [...]” (NR)
tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços
a serem prestados; e Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21 de
II – prever procedimentos que garantam a transparência junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
da gestão econômica e financeira de cada serviço em relação a
cada um de seus titulares. “Art. 23. [...]
§ 2º No caso de a gestão associada originar a transferên- § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do-
cia total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens es- bro dos valores mencionados no caput deste artigo quando
senciais à continuidade dos serviços transferidos, o contrato formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas formado por maior número.”
que estabeleçam:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiá- “Art. 24. [...]
ria da entidade que os transferiu; XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação da Federação ou com entidade de sua administração indireta,
aos encargos transferidos; para a prestação de serviços públicos de forma associada nos
III – o momento de transferência dos serviços e os deveres termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
convênio de cooperação.
relativos a sua continuidade;
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passivos
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para com-
do pessoal transferido;
pras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, so-
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua gestão
ciedade de economia mista, empresa pública e por autarquia
e administração transferidas e o preço dos que sejam efetiva-
ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Exe-
mente alienados ao contratado;
cutivas.” (NR)
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e ava-
liação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados me- “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17
diante receitas de tarifas ou outras emergentes da prestação e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigi-
dos serviços. bilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que atri- retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o
buir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento, desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados. autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa
§ 4º O contrato de programa continuará vigente mesmo oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficá-
quando extinto o consórcio público ou o convênio de coope- cia dos atos” (NR).
ração que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
§ 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi- “Art. 112. [...]
co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
poderá ser celebrado por entidades de direito público ou pri- qual, nos termos do edital, decorram contratos administrati-
vado que integrem a administração indireta de qualquer dos vos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fede-
entes da Federação consorciados ou conveniados. ração consorciados.
§ 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o deste § 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamen-
artigo será automaticamente extinto no caso de o contratado to da licitação e da execução do contrato.” (NR)
não mais integrar a administração indireta do ente da Federa-
ção que autorizou a gestão associada de serviços públicos por Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
meio de consórcio público ou de convênio de cooperação. passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos:
§ 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as obri- “Art. 10. [...]
gações cujo descumprimento não acarrete qualquer ônus, in- XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
clusive financeiro, a ente da Federação ou a consórcio público. por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão
associada sem observar as formalidades previstas na lei;
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con- XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali- suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as
zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade- formalidades previstas na lei.” (NR)
quadas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios de c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no
cooperação, contratos de programa para gestão associada de artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie
serviços públicos ou instrumentos congêneres, que tenham sido de moralidade administrativa, intimamente relacionada ao po-
celebrados anteriormente a sua vigência. der público. A administração pública não atua como um parti-
cular, de modo que enquanto o descumprimento dos preceitos
Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o dis- morais por parte deste particular não é punido pelo Direito (a
posto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabilidade pú- priori), o ordenamento jurídico adota tratamento rigoroso do
blica que serão observadas pelos consórcios públicos para que comportamento imoral por parte dos representantes do Esta-
sua gestão financeira e orçamentária se realize na conformida- do. O princípio da moralidade deve se fazer presente não só
de dos pressupostos da responsabilidade fiscal. para com os administrados, mas também no âmbito interno.
Está indissociavelmente ligado à noção de bom administrador,
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. que não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO ATO
Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e 117º IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS IMPES-
da República. SOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios anteriores.
d) Princípio da publicidade: A administração pública é
obrigada a manter transparência em relação a todos seus atos
e a todas informações armazenadas nos seus bancos de dados.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a afixação de porta-
rias. Por exemplo, a própria expressão concurso público (art. 37, II,
CF) remonta ao ideário de que todos devem tomar conhecimen-
to do processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso,
Princípios constitucionais expressos
como será visto, se negar indevidamente a fornecer informações
São princípios da administração pública, nesta ordem:
ao administrado caracteriza ato de improbidade administrativa.
Legalidade
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
Impessoalidade princípio da publicidade seja deturpado em propaganda po-
Moralidade lítico-eleitoral:
Publicidade Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
Eficiência obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter ca-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam ráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Ad- não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracte-
ministração Pública. É de fundamental importância um olhar rizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
atento ao significado de cada um destes princípios, posto Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a lega-
que eles estruturam todas as regras éticas prescritas no Códi- lidade e a eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos
go de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, tomando para proteção são o direito de petição e as certidões (art. 5°,
como base os ensinamentos de Carvalho Filho e Spitzcovsky XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente - do mandado
: de segurança. Neste viés, ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade
significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de partici-
Contudo, como a administração pública representa os inte- pação do usuário na administração pública direta e indi-
resses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de subor- reta, regulando especialmente:
dinação, pela qual só poderá fazer o que a lei expressamen- I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públi-
te determina (assim, na esfera estatal, é preciso lei anterior cos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
editando a matéria para que seja preservado o princípio da mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
legalidade). A origem deste princípio está na criação do Es- qualidade dos serviços;
tado de Direito, no sentido de que o próprio Estado deve II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a in-
respeitar as leis que dita. formações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- 5º, X e XXXIII;
ses que representa, a administração pública está proibida de III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar al- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
guém de forma diferente dos demais, privilegiando ou pre-
judicando. Segundo este princípio, a administração pública e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
deve tratar igualmente todos aqueles que se encontrem na manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle
mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou igualda- de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o con-
de). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalidade no que curso público seleciona os mais qualificados ao exercício do
tange à contratação de serviços. O princípio da impessoali- cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível
dade correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo qual o exonerar um servidor público por ineficiência) e ao controlar
alvo a ser alcançado pela administração pública é somente gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O nú-
o interesse público. Com efeito, o interesse particular não cleo deste princípio é a procura por produtividade e economi-
pode influenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se cidade. Alcança os serviços públicos e os serviços administrati-
buscar somente a preservação do interesse coletivo. vos internos, se referindo diretamente à conduta dos agentes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Outros princípios administrativos Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
Além destes cinco princípios administrativo-constitucio- cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
nais diretamente selecionados pelo constituinte, podem ser empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
apontados como princípios de natureza ética relacionados à eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
função pública a probidade e a motivação: Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
a) Princípio da probidade: um princípio constitucional parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
incluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o de- jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causa-
ver de todo o administrador público, o dever de honestidade dos, na forma prevista neste código.
e fidelidade com o Estado, com a população, no desempenho
de suas funções. Possui contornos mais definidos do que a mo- d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Administra-
ralidade. Diógenes Gasparini alerta que alguns autores tratam ção Pública: a Administração possui a faculdade de rever os seus
veem como distintos os princípios da moralidade e da probi- atos, de forma a possibilitar a adequação destes à realidade fática
dade administrativa, mas não há características que permitam em que atua, e declarar nulos os efeitos dos atos eivados de vícios
tratar os mesmos como procedimentos distintos, sendo no quanto à legalidade. O sistema de controle dos atos da Adminis-
máximo possível afirmar que a probidade administrativa é um tração adotado no Brasil é o jurisdicional. Esse sistema possibilita,
aspecto particular da moralidade administrativa. de forma inexorável, ao Judiciário, a revisão das decisões tomadas
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao no âmbito da Administração, no tocante à sua legalidade. É, por-
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou tanto, denominado controle finalístico, ou de legalidade.
de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princípios, À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anulação
um dos mais importantes, uma vez que sem a motivação não dos atos ilegais como a revogação de atos válidos e eficazes,
há o devido processo legal, uma vez que a fundamentação sur- quando considerados inconvenientes ou inoportunos aos fins
ge como meio interpretativo da decisão que levou à prática buscados pela Administração. Essa forma de controle endóge-
do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de viabilização do no da Administração denomina-se princípio da autotutela. Ao
controle da legalidade dos atos da Administração. Poder Judiciário cabe somente a anulação de atos reputados
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso
ilegais. O embasamento de tais condutas é pautado nas Sú-
concreto e relacionar os fatos que concretamente levaram à aplica-
mulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal.
ção daquele dispositivo legal. Todos os atos administrativos devem
ser motivados para que o Judiciário possa controlar o mérito do ato
Súmula 346. A administração pública pode declarar a nuli-
administrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle,
dade dos seus próprios atos.
devem ser observados os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi-
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único Súmula 473. A administração pode anular seus próprios
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou mais deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de con- veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
veniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na determi- ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
nação da obrigatoriedade de motivação com relação aos atos Os atos administrativos podem ser extintos por revogação
administrativos vinculados; todavia, diverge quanto à referida ou anulação. A Administração tem o poder de rever seus pró-
necessidade quanto aos atos discricionários. prios atos, não apenas pela via da anulação, mas também pela
Meirelles entende que o ato discricionário, editado sob os li- da revogação. Aliás, não é possível revogar atos vinculados,
mites da Lei, confere ao administrador uma margem de liberdade mas apenas discricionários. A revogação se aplica nas situa-
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo ções de conveniência e oportunidade, quanto que a anulação
necessária a motivação. No entanto, se houver tal fundamenta- serve para as situações de vício de legalidade.
ção, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da necessidade
de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendi- e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: Ra-
mento majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato zoabilidade e proporcionalidade são fundamentos de caráter
discricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual o instrumental na solução de conflitos que se estabeleçam entre
caminho adotado pelo administrador. Gasparini, com respaldo direitos, notadamente quando não há legislação infraconstitu-
no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais cional específica abordando a temática objeto de conflito. Nes-
discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação te sentido, quando o poder público toma determinada decisão
para todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, administrativa deve se utilizar destes vetores para determinar se
tanto os atos discricionários quanto os vinculados. o ato é correto ou não, se está atingindo indevidamente uma
c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: O esfera de direitos ou se é regular. Tanto a razoabilidade quanto a
Estado assumiu a prestação de determinados serviços, por con- proporcionalidade servem para evitar interpretações esdrúxulas
siderar que estes são fundamentais à coletividade. Apesar de os manifestamente contrárias às finalidades do texto declaratório.
prestar de forma descentralizada ou mesmo delegada, deve a Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a
Administração, até por uma questão de coerência, oferecê-los mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos. His-
de forma contínua e ininterrupta. Pelo princípio da continui- toricamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito anglo-
dade dos serviços públicos, o Estado é obrigado a não inter- saxônico, ao passo que a proporcionalidade se origina do di-
romper a prestação dos serviços que disponibiliza. A respeito, reito germânico (muito mais metódico, objetivo e organizado),
tem-se o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor: muito embora uma tenha buscado inspiração na outra certas
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LÍNGUA PORTUGUESA
vezes. Por conta de sua origem, a proporcionalidade tem pa- no nível institucional, intermediário e operacional das organi-
râmetros mais claros nos quais pode ser trabalhada, enquanto zações. Todas as organizações precisam de líderes em todos os
a razoabilidade permite um processo interpretativo mais livre. seus níveis e em todas as suas áreas de atuação.
Evidencia-se o maior sentido jurídico e o evidente caráter deli- A liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre
mitado da proporcionalidade pela adoção em doutrina de sua exclusivamente em grupos sociais e nas organizações. Pode-
divisão clássica em 3 sentidos: mos definir liderança como uma influência interpessoal exer-
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que o cida numa dada situação e dirigida através do processo de
meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo pretendido; comunicação humana para a consecução de um ou mais ob-
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida restri- jetivos específicos. Os elementos que caracterizam a liderança
tiva de um direito humano ou fundamental somente é legítima são, portanto, quatro: a influência, a situação, o processo de
se indispensável na situação em concreto e se não for possível comunicação e os objetivos a alcançar.
outra solução menos gravosa; A liderança envolve o uso da influência e todas as relações
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido de interpessoais podem envolver liderança. Todas as relações den-
máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado com re- tro de uma organização envolvem líderes e liderados: as comis-
lação a cada ato jurídico que recaia sobre um direito humano sões, os grupos de trabalho, as relações entre linha e assessoria,
ou fundamental, notadamente verificando se há uma propor- supervisores e subordinados etc. Outro elemento importante
ção adequada entre os meios utilizados e os fins desejados. no conceito de liderança é a comunicação. A clareza e a exa-
tidão da comunicação afetam o comportamento e o desem-
f) Supremacia do interesse público sobre o privado: Na penho dos liderados. A dificuldade de comunicar é uma defi-
maioria das vezes, a Administração, para buscar de maneira efi- ciência que prejudica a liderança. O terceiro elemento é a con-
caz tais interesses, necessita ainda de se colocar em um patamar secução de metas. O líder eficaz terá de lidar com indivíduos,
de superioridade em relação aos particulares, numa relação de grupos e metas. A eficácia do líder é geralmente considerada
verticalidade, e para isto se utiliza do princípio da supremacia, em termos de grau de realização de uma meta ou combinação
conjugado ao princípio da indisponibilidade, pois, tecnicamen- de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar
te, tal prerrogativa é irrenunciável, por não haver faculdade de o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação decor-
atuação ou não do Poder Público, mas sim “dever” de atuação. rente da experiência total do trabalho. De fato, a aceitação das
Sempre que houver conflito entre um interesse individual diretrizes e comandos de um líder apoia-se muito nas expecta-
e um interesse público coletivo, deve prevalecer o interesse pú- tivas dos liderados de que suas respostas favoráveis os levarão
blico. São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, a bons resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como um
porque esta atua por conta de tal interesse. Com efeito, o exa- instrumento para ajudar a alcançar objetivos.
me do princípio é predominantemente feito no caso concreto,
analisando a situação de conflito entre o particular e o interesse Teorias sobre Liderança
público e mensurando qual deve prevalecer. Teorias de Traços de Personalidade
As mais antigas teorias sobre liderança se preocupa-
vam em identificar os traços de personalidade capazes de
3. GESTÃO DE PESSOAS: OS PROCESSOS DE caracterizar os líderes. O pressuposto era que se poderia
GESTÃO DE PESSOAS; LIDERANÇA encontrar um número finito de características pessoais, in-
telectuais, emocionais e físicas que identificassem os líde-
E TIPOS DE PODER;
res de sucesso, como:
• Habilidade de interpretar objetivos e missões;
• Habilidade de estabelecer prioridades;
Uma característica essencial das organizações é que elas • Habilidade de planejar e programar atividades da
são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o con- equipe;
ceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo • Facilidade em solucionar problemas e conflitos;
geral de como as organizações se relacionam com as pessoas. • Facilidade em supervisionar e orientar pessoas;
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há • Habilidade de delegar responsabilidades para os
na organização também o subsistema técnico. A interação da outros.
gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o As críticas à teoria de traços de personalidade residem
técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais e individuais. em dois aspectos principais. O primeiro é que as caracterís-
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido ticas de personalidade são geralmente medidas de maneira
mudanças e transformações nos últimos anos. pouco precisa. O segundo é que essa teoria não considera
Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influên- a situação dentro da qual atua a liderança, ou seja, os ele-
cia sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas organiza- mentos do ambiente que são importantes para determinar
ções. É uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das quem será um líder eficaz. Alguns traços de personalidade
relações entre os indivíduos. Por isso, é muito importante essa são importantes em certas situações, mas não em outras.
atenção dada aos fundamentos da psicologia. Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa.
A liderança não deve ser confundida com direção nem Muitas vezes é a situação que define um líder. Quando a
com gerência. Um bom administrador deve ser necessariamen- situação se modifica, a liderança passa para outras mãos.
te um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um
administrador. Na verdade, os líderes devem estar presentes
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LÍNGUA PORTUGUESA
Teoria Sobre Estilos de Liderança gulamentos vigentes. Porém, na medida em que se adota um
Um dos mais populares expoentes da teoria comporta- modelo adaptativo, a teoria Y torna-se imprescindível para
mental, Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em o sucesso organizacional. Contudo, independentemente do
que procura mostrar com simplicidade que cada adminis- modelo organizacional, o mundo moderno está abandonan-
trador possui uma concepção própria a respeito da natureza do a teoria X e trocando-a definitivamente pela teoria Y.
das pessoas que tende a moldar o seu comportamento em
relação aos subordinados. Ele chegou à conclusão de que há Comportamentos de Liderança
duas maneiras diferentes e antagônicas de encarar a nature- A abordagem comportamental tenta identificar o que
za humana. Uma delas é antiga e negativa, baseada na des- fazem os líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer
confiança nas pessoas. A outra é moderna e positiva, baseada com que as tarefas sejam cumpridas ou em manter seus se-
na confiança nas pessoas. McGregor denominou-as, respec- guidores felizes? Na abordagem comportamental, as carac-
tivamente, Teoria X e Teoria Y. terísticas pessoais são consideradas menos importantes que
o real comportamento exibido pelos líderes.
Teoria X Três categorias gerais do comportamento de liderança
O administrador que pensa e age de acordo com a Teo- receberam atenção particular: comportamentos relacionados
ria X tende a dirigir e controlar os subordinados de maneira ao desempenho de tarefas, à manutenção do grupo e à parti-
rígida e intensiva, fiscalizando seu trabalho, pois considera cipação do empregado nas tomadas de decisão.
que as pessoas são passivas, indolentes, relutantes e sem
qualquer iniciativa pessoal. Nesse estilo de liderança, o ad- Desempenho de Tarefas
ministrador pensa que não se deve confiar nas pessoas, por- A liderança exige fazer com que as tarefas sejam desem-
que elas não têm ambição e evitam a responsabilidade. Ele penhadas. Os comportamentos de desempenho de tarefas
não lhes delega responsabilidades porque acredita que elas são os esforços do líder para garantir que a unidade de tra-
são dependentes e preferem ser dirigidas. Com todas essas balho ou a organização atinjam suas metas. Essa dimensão é
restrições, o administrador cria um ambiente autocrático de às vezes mencionada como preocupação com produção, lide-
trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância e controle rança diretiva, estrutura iniciadora ou proximidade de super-
coercitivo que não estimula ninguém a trabalhar. Pessoas tra- visão. Inclui o enfoque na velocidade, qualidade e precisão do
tadas dessa maneira tendem naturalmente a responder com trabalho, quantidade de produção e na obediência às regras.
falta de interesse e de estímulo, alienação, desencorajamen-
to, pouco esforço pessoal e baixa produtividade, situação Manutenção do Grupo
que vai reforçar o ponto de vista do administrador, fazendo-o Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo,
aumentar ainda mais a pressão, a vigilância e a fiscalização. A os líderes agem para garantir a satisfação dos membros do
ação constrangedora do administrador provoca reação aco- grupo, para desenvolver e manter relações harmoniosas de
modada das pessoas. Quanto mais ele obriga, tanto mais elas trabalho e preservar a estabilidade social do grupo. Essa di-
tendem a se alienar em relação ao trabalho. mensão é algumas vezes chamada de preocupação com as
pessoas, liderança de apoio ou consideração. Inclui enfoque
Teoria Y nos sentimentos e no bem-estar das pessoas, apreciação por
Já o administrador que pensa e age de acordo com a elas e redução do estresse.
teoria Y, tende a dirigir as pessoas com maior participação,
liberdade e responsabilidade no trabalho, pois considera Líderes positivos e negativos
que elas são aplicadas, gostam de trabalhar e têm iniciativa Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líderes
própria. Ele tende a delegar e a ouvir opiniões, pois acredi- focalizam a motivação das pessoas. Se o enfoque enfatiza
ta que as pessoas sejam criativas e habilidosas. Compartilha recompensas – econômicas ou outras – o líder usa a lideran-
com elas os desafios do trabalho, porque pensa que elas são ça positiva. Quanto melhor for a educação do empregado,
capazes de assumir responsabilidades, com autocontrole e maior é a sua solicitação de independência, e outros fatores
autodireção no seu comportamento. Esse estilo de adminis- trabalham a favor da motivação, mais dependente da lide-
trar tende a criar um ambiente democrático de trabalho e rança positiva. Se a ênfase é colocada em penalidades, o líder
oportunidades para que as pessoas possam satisfazer suas está se utilizando da liderança negativa. Este enfoque pode
necessidades pessoais mais elevadas através do alcance conseguir um desempenho aceitável em suas situações, mas
dos objetivos organizacionais. Pessoas que trabalham com tem custos humanos altos. Líderes de estilo negativo agem
respeito, confiança e participação tendem a responder com de forma a dominarem e serem superiores às pessoas. Para
iniciativa, prazer em trabalhar, dedicação, envolvimento pes- conseguirem que um trabalho seja feito, eles submetem o
soal, entusiasmo e elevada produtividade em seu trabalho. seu pessoal a personalidades tais como perda do emprego,
A situação impulsionadora do administrador provoca uma reprimendas frente a outros e descontos de dias trabalhados.
reação empreendedora das pessoas. Quanto mais ele impul- Exibem sua autoridade a partir da falsa crença que podem
siona, tanto mais elas tendem a tomar iniciativa e responsa- amedrontar todos para que atinjam a produtividade. Eles são
bilidade no trabalho. mais chefes do que líderes. Existe um contínuo de estilo de li-
Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar? Essa derança que classifica desde o fortemente positivo até o for-
questão é simples. Em um modelo burocrático, provavelmen- temente negativo. Quase todos os gerentes usam ambos os
te a teoria X seria a mais indicada como estilo de liderança estilos indicados em algum lugar do contínuo todos os dias,
para submeter rigidamente todas as pessoas às regras e re- mas o estilo dominante deve afirmar-se com o grupo. O esti-
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LÍNGUA PORTUGUESA
lo está relacionado com o modelo de comportamento orga- Na liderança democrática ou participativa, o líder traba-
nizacional da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir lha e toma decisões em conjunto com os subordinados, ou-
o estilo chamado de negativo, o modelo protetor é de algu- vindo, orientando e impulsionando os membros.
ma forma positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem
claramente positivos. A liderança positiva geralmente atinge amigavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às tare-
níveis mais altos de satisfação no trabalho e desempenho. fas. As relações com o chefe são mais espontâneas e livres. O
trabalho progredia de maneira suave e espontânea, mesmo
Líderes autocráticos quando o chefe está ausente. Sob frustrações, originadas na
O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. situação de trabalho, responde o grupo através de ataques
Os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O organizados às dificuldades.
líder autocrático é dominador, emite ordens e espera obe-
diência plena e cega dos subordinados. Os grupos subme- Líderes liberais
tidos à liderança autocrática apresentaram o maior volume Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a
de trabalho produzido, com evidentes sinais de tensão, frus- responsabilidade. Eles dependem muito do grupo, quanto
tração e agressividade. O líder é temido pelo grupo, que só ao estabelecimento dos seus próprios objetivos e resolução
trabalha quando ele está presente. A liderança autocrática dos seus próprios problemas. São os membros do grupo
enfatiza somente o líder. O líder autocrático é tipicamente que treinam a si mesmos e promovem suas próprias motiva-
negativo, baseia suas ações em ameaças e punições: mas ções. O líder tem apenas um papel secundário. Na lideran-
também podem ser positivos, como foi demonstrado no ça do tipo rédeas soltas a contribuição do líder é ignorada
caso de um autocrata benevolente que faz escolhas para dar aproximadamente da mesma forma que na liderança do tipo
algumas recompensas a seus subordinados. autocrática o líder ignora o grupo. Essa forma de lideran-
Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática ça tende a permitir que diferentes unidades da organização
é que ele geralmente satisfaz como líder, favorece decisões elaborem objetivos cruzados, e que pode degenerar num
rápidas, utiliza favoravelmente os subordinados menos com- caos. Por essa razão normalmente não é usada como um
petentes, oferecendo segurança e base estruturais para os estilo dominante, mas mostra-se útil naquelas situações nas
empregados. A maior desvantagem é que a maioria dos su- quais o líder pode deixar as escolhas inteiramente por conta
bordinados não gosta desse estilo, especialmente se for usa- do grupo.
do de maneira extrema a ponto de criar medo e frustração. O líder permite total liberdade para a tomada de de-
Na liderança autocrática, o líder centraliza o poder e cisões individuais ou grupais, participando delas apenas
mantém o controle de tudo e de todos em suas mãos. quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder
Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressivo é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à liderança
e briguento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia a liberal não se saíram bem, nem quanto à quantidade nem
ser dirigida aos outros membros do grupo e não ao líder. quanto à qualidade do trabalho, com fortes sinais de indivi-
Alguns indivíduos passaram a depender completamente do dualismo, desagregação do grupo, insatisfação, agressivida-
líder e só trabalhavam quando ele estava presente. Quando
de e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo grupo.
o líder se afastava do grupo, o trabalho não progredia com a
A liderança liberal enfatiza somente o grupo.
mesma intensidade. Nas frustrações, esses grupos tendem a
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação
se dissolver, através de recriminações e acusações pessoais.
fluir à vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos aconte-
cimentos.
Líderes democráticos
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia de-
Os líderes participativos ou democráticos descentralizam
a autoridade. As decisões participativas não são unilaterais, sordenadamente e pouco. Embora houvesse considerável
como no caso do estilo autocrata, pois elas saem da consulta atividade, a maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se um
aos subordinados, bem como de sua participação. O líder e tempo considerável em discussões e conversas sobre assun-
seus subordinados atuam como uma unidade social. Os em- tos meramente pessoais entre os componentes do grupo.
pregados são informados sobre as condições que afetam seu Um líder usa todos três tipos de estilos durante um pe-
trabalho e encorajados a expressar suas ideias, bem como a ríodo de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Os
fazer sugestões. A tendência geral é no sentido de ampliar pesquisadores notaram diferença na atmosfera de trabalho,
o uso das práticas participativas, pois elas são consistentes no comportamento dos elementos do grupo e nas realiza-
com os modelos de apoio colegiado do comportamento or- ções no desempenho dos três grupos.
ganizacional.
O líder é extremamente comunicativo, encoraja a partici- Como um Líder Deve Agir
pação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho A gestão situacional é a habilidade de mudar a situação,
e com o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar quando for necessário. E para realizar essa mudança, deve o
o grupo, ajudando-o na definição dos problemas e nas so- líder ter uma variedade de comportamentos para adaptar-se
luções, coordenando atividades e sugerindo ideias. Os gru- à situação. Esse fato chama-se residência de estilo, que é a
pos submetidos à liderança democrática apresentaram boa capacidade de manter um estilo adequado a cada situação.
quantidade de trabalho e qualidade surpreendentemente Já o repertório de estilos consiste na habilidade do ge-
melhor, acompanhadas de um clima de satisfação, integração rente (ou líder) em variar seu próprio estilo básico de com-
grupal, responsabilidade e comprometimento das pessoas. portamento.
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10. Contatos com outras empresas que atuam no mesmo Independente da estratégia ou tipo de recrutamento e se-
mercado, em termos de cooperação mútua: estes contatos in- leção utilizados é necessário estar atento aos erros de avaliação
terempresas chegam a formar cooperativas de recrutamento; que frequentemente são observados, tais como:
11. Agências de recrutamento: estas agências estão a pro-
liferar, no sentido de prestar serviços de recrutamento e se- Efeito Halo - Ato de beneficiar o candidato (gostou do candidato)
leção a pequenas, médias e grandes empresas. Estão aptas a Efeito Horn - Ato de prejudicar o candidato (não gostou dele)
recrutar e selecionar candidatos independentemente das suas Recenticidade - O que importa são os últimos fatos
qualificações. Ou seja, ao contrário de outras técnicas, esta per- Avaliação Congelada - A primeira impressão é a que fica
mite recrutar candidatos não só de baixo nível, mas também Tendencia Central - Intermediário, todos são bons.
altamente qualificados. Torna-se, então uma das técnicas mais Identificação - Espelho, o candidato é parecido comigo.
caras, embora seja compensada pelos fatores tempo e rendi-
mento. Na maior parte das vezes, as técnicas de recrutamento Desenvolvimento e Treinamento de pessoal: levanta-
são utilizadas conjuntamente, pois o processo de recrutamento mento de necessidades, programação, execução e avaliação.
tem que ter em conta a relação custo/rapidez. Assim, o custo Recrutar é atrair pessoas. É uma forma preliminar, inicial, de
de recrutamento aumenta à medida que se exige maior rapidez agregar pessoas à organização. É uma comunicação, emitida pela
no recrutamento e seleção dos candidatos. organização, para as pessoas, a respeito das vagas em aberto na
organização. Seleção, por sua vez, é uma etapa posterior. A sele-
Vantagens do recrutamento externo ção é uma espécie de filtro: é a etapa em que a organização utiliza
1. Traz sangue novo e experiências novas à organização: a instrumentos concretos para avaliar e classificar os candidatos.
entrada de recursos novos na organização impulsiona novas Os processos de recrutamento e seleção podem ser in-
ideias, novas estratégias, diferentes abordagens dos problemas ternos, quando são voltados para as pessoas que já trabalham
internos da organização; para a organização; ou externos, quando buscam atrair para
2. Permite munir a empresa com quadros técnicos com for- a organização pessoas que ainda não são colaboradoras dela.
mação no exterior: isto não significa que, a partir da admissão, O processo decisório, na contratação de pessoas, não é
feito apenas pela área de gestão de pessoas. O processo é con-
não tenha que investir em formação com esse candidato, mas
duzido em parceria, tanto pela área que quer preencher a vaga
o que é certo é que vai usufruir de imediato do retorno dos
quanto pela unidade de gestão de pessoas. A decisão final a
investimentos efetuados pelos outros;
respeito da contratação cabe à área que quer preencher a vaga.
3. Renova e enriquece os recursos humanos da organiza-
Existem diversas técnicas de seleção, tais como entrevistas,
ção;
provas de conhecimento, testes psicológicos, técnicas viven-
4. Evita conflitos entre pessoas que fazem parte da mesma
ciais e análise de currículo. No caso de concursos públicos, a di-
organização: no caso de, por exemplo, duas pessoas estarem
vulgação do edital corresponde ao recrutamento, enquanto as
aptas a ocupar o mesmo cargo e a organização escolher uma provas de conhecimento e de títulos correspondem à seleção.
delas, pode desencadear na rejeitada um sentimento de injus- Treinamento é voltado para as competências relaciona-
tiça e provocar um conflito grave. das a tarefas e atividades do trabalho atual. São ações bastante
específicas, voltadas para o curto ou médio prazo. Programas
Desvantagens do recrutamento externo de treinamento são desenhados em função das necessidades
1. É um processo mais demorado do que o recrutamen- atuais da organização.
to interno: porque temos de considerar o tempo despendido Desenvolvimento é um conceito mais geral. Ele refere-se
com a escolha das técnicas mais adequadas, com as fontes de a competências mais gerais, não necessariamente relacionadas
recrutamento, com a atração dos candidatos, com a seleção, os ao trabalho atual. Tem forte vínculo com a carreira do indivíduo,
exames médicos, com possíveis compromissos do candidato a com o crescimento do indivíduo, ou seja, ele pode desenvolver
outra organização e com o processo de admissão. competências que hoje ainda não utiliza. São ações educacio-
2. Desmotiva as pessoas que trabalham na organização: nais voltadas para o futuro do indivíduo.
os funcionários podem, em determinados casos, ver o recru- Educação tem um horizonte temporal maior, de médio e
tamento externo como uma política de deslealdade para com longo prazo. É um conceito abrangente, que, na nossa vida,
eles; pode se referir a qualquer processo de aprendizado, mas que,
3. Cria distorções ao nível salarial: porque quem vem de no contexto profissional, refere-se a competências futuras. Edu-
novo, normalmente vem ganhar mais do que aquele que já cação tem a ver com a necessidade de aprendizado contínuo.
está há mais tempo na organização e a desempenhar a mesma
função, o que pode levar ao aumento dos salários em geral, Levantamento de necessidades, programação, exe-
para evitar grandes disparidades; cução e avaliação.
4. É mais caro: exige despesas imediatas com anúncios, jor- As organizações organizam as ações de Treinamento,
nais, agências de recrutamento; Desenvolvimento e Educação (TD&E) em um ciclo compos-
5. É menos seguro do que o recrutamento interno: dado to de quatro etapas.
que os candidatos são desconhecidos: apesar das técnicas de A primeira etapa é o levantamento de necessidades de
seleção, muitas vezes a empresa não tem condições de confir- treinamento. Consiste em avaliar as lacunas (diferenças)
mar as qualificações do candidato; daí submeter o candidato a entre as competências atualmente existentes e as compe-
um período experimental, precisamente pela insegurança da tências necessárias, obtíveis por treinamento. O gap ou di-
empresa relativamente ao processo de recrutamento e seleção. ferença seriam justamente as necessidades.
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Esses benefícios possuem características conforme o Atualmente, torna-se de suma importância a necessi-
tipo, temos por exemplo, aqueles benefícios que são insti- dade de descentralização, a participação de todos os ges-
tuídos pela própria lei (benefícios legais ou financeiros), por tores de áreas no sentido de valorizar e contribuir com os
exemplo, salário, férias, aposentadoria, horas extras, 13º objetivos dos treinamentos, só assim, estes serão alcança-
terceiro salário, adicionais de periculosidade e insalubrida- dos de forma mais eficaz.
de, etc. Temos ainda aqueles valores agregados no aspecto Também devemos considerar que a aprendizagem de
financeiro que são de escolha da organização, como as co- adultos é diferente, pois deve levar em consideração os co-
missões por exemplo. Se falando ainda nos tipos de benefí- nhecimentos já adquiridos e o fato de que o adulto tem
cios, não podemos nos esquecer daqueles oferecidos pelas uma tendência a atualização, no sentido de estar sempre
organizações por livre vontade, como gratificações, refei- buscando a concretização de suas potencialidades, o enri-
ção, transporte, auxílios e assistências. O que observamos quecimento amplo de sua vida, no campo do saber, do po-
é que esses benefícios buscam trazer uma condição de tra- der, do fazer, do ter, do sentir-se gratificado por suas con-
balho tanto dentro da empresa, como na sociedade onde quistas. Nessa busca, o adulto orienta seus esforços para
ela está inserida, proporcionando a todos os envolvidos um atingir objetivos específicos, plenos de significado para si.
processo de melhoria na qualidade de vida, no clima orga- Sabendo dessas características, que vão interagir e
nizacional, no comprometimento, na produtividade, enfim, interferir em todas suas atividades, inclusive no aprendi-
no processo como um todo. zado, o adulto aprendiz requer uma filosofia educacional
específica, realizada através de técnicas que utilizem estas
peculiaridades para potencializar seu aprendizado. A An-
dragogia é a resposta para esta necessidade educacional.
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO;
A palavra Andragogia deriva das palavras gregas andros
(homem) + agein (conduzir) + logos (tratado, ciência), re-
ferindo-se à ciência da educação de adultos.
A importância do treinamento e desenvolvimento de A andragogia propõe uma educação baseada na liber-
pessoas nas organizações dade, nos moldes concebidos por Carl Rogers, na educação
por toda a vida, no aproveitamento das experiências viven-
A algum tempo atrás, o treinamento estava voltado so- ciais dos adultos, tão valorizadas hoje nos treinamentos.
mente para a preparação de atividades, visando o conheci- O facilitador deve estar atento a tais tendências, afim
mento técnico sobre a realização destas, mas atualmente, de que possa realizar treinamentos ricos de participação,
percebe-se sua importância não mais somente para a pre- atrativos e condizentes ao público alvo. Desta forma, com
paração técnica, mas também para o desenvolvimento de certeza terá uma chance maior de sucesso em seu progra-
competências comportamentais que auxiliem as pessoas a ma de treinamento.
desenvolverem suas atividades da forma mais eficaz pos- Feito isso, ambos, colaboradores e organização sairão
sível, trazendo com isso, um crescimento para a pessoa, ganhando, os primeiros em crescimento pessoal e profis-
que adquire novos conhecimentos e desenvolve suas habi- sional, o segundo com uma força de trabalho qualificada e
lidades e para a empresa, que alcança o sucesso com uma preparada para enfrentar o mercado, cada vez mais com-
força de trabalho bem mais preparada, podendo desenvol- petitivo e segmentado.
ver-se de forma mais competitiva e destacada no mercado.
Cabe ao profissional de RH, estar atento as novas ten-
Percebe-se a importância do treinamento como uma dências da área, para que possa realizar um trabalho efi-
função de apoio aos setores da organização, na medida caz e de qualidade. É preciso manter-se atualizado sobre
em que o RH deve adotar uma postura de assessoria frente as ferramentas de treinamento, com o intuito de tornar o
aos outros setores da empresa. Desta forma, no momento RH como uma assessoria aos diversos setores. Devemos
em que há uma necessidade de treinamento, não só o RH sair “das mesas” e mostrar nosso trabalho em campo, na
pode auxiliar neste diagnóstico, mas os próprios setores prática. O T&D deve ser atual, dinâmico. Desta forma, as
podem e devem sinalizar tal necessidade. organizações tendem a ver nosso papel como imprescindí-
O treinamento deve ser precedido de uma análise cri- vel ao desenvolvimento e bom andamento da organização.
teriosa, onde seja levado em consideração o ambiente so-
cioeconômico onde a empresa se insere, as pessoas que Fonte: http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/a-im-
fazem parte da organização e os papéis que estas desem- portncia-do-treinamento-e-desenvolvimento-de-pessoas-
penham na empresa. Feito isso, parte-se para o levanta- nas-organizaes/
mento das necessidades, a programação dos treinamentos
e por fim a análise dos resultados alcançados.
Percebe-se neste contexto, a importância das chefias
no sucesso dos programas de treinamento, visto que sem
o apoio da gestão, pouco poderá ser feito por parte do
responsável pela área de treinamento e desenvolvimento.
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Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:
Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção de igual-
dade e justiça existente no ambiente profissional.
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Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresen-
tava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam
de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto:
diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente
para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.
Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.
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Quanto às implicações dessas teorias: O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma
Implicações aos Administradores: necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo,
As implicações para os administradores estão relacio- causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e
nadas quanto à forma como motivar os subordinados: desequilíbrio. Esse estado de tensão leva o indivíduo a um
Devem determinar recompensas que são valoriza- comportamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou
das por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o comporta-
ser adequadas aos indivíduos observando suas reações em mento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a satisfação da ne-
diferentes situações e perguntando que tipos de recom- cessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por
pensas desejam; ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de
Determinar o desempenho que você deseja - de- equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente.
terminar qual o nível de desempenho que os subordinados As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo con-
têm que ter para serem recompensados; trario, são forças dinâmicas e persistentes que provocam
Fazer com que o nível de desempenho seja alcan- comportamentos. Com a aprendizagem e a repetição (refor-
çável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados ço positivo), os comportamentos tornam-se gradativamente
acharem que o que foi determinado é difícil ou impossível; mais eficazes na satisfação, de certas necessidades. E quando
Ligar as recompensas ao desempenho; uma necessidade é satisfeita ela não é mais motivadora de
Certificar se a recompensa e adequada - recom- comportamento já que não causa tensão ou desconforto.
pensas pequenas significam motivações fracas. O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução
Implicações para a Organização: da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustrada (quando
A expectativa da motivação também traz várias impli- a satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satis-
cações para a organização: fação é transferida para objeto). Muitas vezes a tensão provocada
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou obstá-
recompensa e não o que desejam - o sistema de recom- culo para a sua liberação. Não encontrando a saída normal, a ten-
pensas devem ser projetados para motivar os comporta- são represada no organismo procura um meio indireto de saída,
seja por via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão
mentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção.
emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fisiológica (tensão
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente re-
nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). Outras
compensador - se forem projetados para atender as ne-
vezes, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas é trans-
cessidades mais elevadas dos empregados, como ex.: in-
ferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfação de outra
dependência, criatividade, o trabalho pode ser motivador
necessidade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade
por si mesmo.
que não pode ser satisfeita. A satisfação de alguma necessidade
Portanto, a tarefa mais importante para os administra-
é temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica
dores e organizações é garantir que os subordinados te- e orientada pelas diferentes necessidades. O comportamento é
nham os recursos necessários para dar o melhor de si em quase um processo de resolução de problemas, de satisfação
prol do planejamento da organização. de necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
Ainda sobre motivação, precisamos entender o proces- ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os se-
so que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um res humanos estão continuamente engajados no ajustamento
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional. a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas
necessidades e manter um equilíbrio emocional. Isto pode
O Ciclo Motivacional ser definido com um estado de ajustamento. Tal ajustamento
não se refere somente à satisfação das necessidades de per-
tencer a um grupo social de estima e de auto realização. É a
frustração dessas necessidades que causa muitos dos proble-
mas de ajustamento. Como a satisfação dessas necessidades
superiores depende muito de outras pessoas, particularmen-
te daquelas que estão em posições de autoridade, torna-se
importante para a administração compreender a natureza do
ajustamento e do desajustamento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um
continuum e pode ser definido em vários graus, mas do que
em tipos. Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma
das maneiras de se definir saúde mental é descrever as ca-
racterísticas de pessoas mentalmente sadias. As características
básicas de saúde mental são:
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da vida.
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Logística de saída (distribuição física do bem/prestação do Para a organização pública não está sendo diferen-
serviço) te. Hoje se tem, por exemplo, serviços como segurança,
É o conjunto de operações associadas à transferência do manutenção e limpeza realizados por terceiros e que até
resultado objeto de uma transação desde o local de origem pouco tempo eram realizados pela organização com um
até o local designado no destino e no fluxo de informação as- quadro próprio de servidores. Como a prática administra-
sociado, devendo garantir que chegue ao destino nas condi- tiva na organização pública precisa de uma base jurídica, a
ções desejadas, oportunamente e com uso maximizado dos Instrução Normativa Nº 02 de 30 de Abril de 2008 dispõe
recursos disponíveis. A missão da organização constante no sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços,
dispositivo de sua criação e as atribuições funcionais ineren- continuados ou não, definindo, em seu
tes ao cargo desempenhado orientam os gestores públicos na Art. 6º, que os serviços continuados que podem ser
execução dessas operações. contratos por terceiros são aqueles que apoiam a realiza-
ção de atividades essenciais ao cumprimento da missão
Logística Reversa: institucional do órgão ou entidade. Essas atividades mate-
Para o autor PIRES, duas premissas básicas impõem a ne- riais acessórias, instrumentais ou complementares aos as-
cessidade de gestão da logística reversa: a agregação de valor suntos que constituem área de competência legal do órgão
e a responsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial. A agre- ou entidade poderão ser objeto de execução indireta ( Art.
gação de valor, considerando o aumento do comércio global, 1º do Decreto 2.271/97).
está relacionada à importância na gestão dos recipientes (pal- É interessante observar os seguintes conceitos relativos
lets, containers, etc.) e das embalagens, envolvendo processos à logística:
logísticos complexos e estando sujeitos a restrições legais e - Função logística é a reunião, sob uma única designa-
sanitárias, dentre outras. A responsabilidade pela sucata e/ou ção, de um conjunto de atividades logísticas afins, correla-
lixo industrial diz respeito à gestão dos materiais após o tér- tas ou de mesma natureza.
mino de suas vidas úteis, passando a vigorar cada vez mais - Atividade logística é um conjunto de tarefas afins,
a regra de que “quem produz é o responsável pelo produto reunidas segundo critérios de relacionamento, interdepen-
após a sua vida útil”.
dência ou de similaridade.
Para a organização pública, essa preocupação e/ou exigên-
- Tarefa logística é um trabalho específico e limitado
cia sócio ambiental pode ser observada na INSTRUÇÃO NOR-
no tempo, que agrupa passos, atos ou movimentos inter-
MATIVA Nº 205, DE 08 DE ABRIL DE 1988 expressa no item 1.
ligados segundo uma determinada sequência e visando à
Material que: “a designação genérica de equipamentos, com-
obtenção de um resultado definido.
ponentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, maté-
rias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego
nas atividades das organizações públicas federais, independen- As funções logísticas primárias (o ciclo crítico)
te de qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição O conceito de logística identifica aquelas funções ou
ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e atividades que são de importância primária para atingir os
resíduos economicamente aproveitáveis (grifo meu)”, dando objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas ati-
importância à logística reversa nas organizações públicas com vidades-chave são: Transporte, Manutenção de Estoques,
o objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso de Processamento de Pedidos. Constituem o “ciclo crítico de
material através de técnicas modernas que atualizam e enrique- atividades logísticas”.
cem essa gestão com as desejáveis condições de operacionali- O resultado final é prover o cidadão (cliente final)
dade, no emprego do material nas diversas atividades. quando e onde necessitar, com a melhor alocação de re-
cursos (menor custo).
As funções logísticas a. A função logística primária de transportes
As atividades administrativas a serem geridas, em qual- Para a maioria das organizações, o transporte é a ati-
quer organização, podem incluir todo ou parte do seguinte: vidade logística mais importante simplesmente porque ela
transportes, manutenção de estoques, processamento de pe- absorve, em média, de um a dois terços dos custos logís-
didos, compras (obtenção), armazenagem, manuseio de ma- ticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma instituição
teriais, embalagem, padrões de serviços e programação do pode operar sem providenciar a movimentação de seu pro-
processo de produtivo. duto (bem/serviço) de alguma forma. Implica na utilização
Devido à característica sistêmica da logística, as ativida- dos modais de transporte para se movimentar bens. Este
des administrativas organizacionais passam a ser abordadas movimento é realizado pelos modais de transporte: aero-
de forma diferente da tradicional distinção em atividades fim viário, dutoviário, ferroviário, hidroviário; rodoviário, inter-
e atividades meio. modalidade e multimodalidade. Os transportes adicionam
Essa nova abordagem vem sendo provocada pela neces- valor de “lugar” ao produto.
sidade das organizações em direcionar seus esforços para o b. A função logística primária de manutenção de es-
foco do seu negócio, terceirizando aquelas atividades que são toques
economicamente melhor desempenhadas por outras orga- Para se atingir um grau razoável de disponibilidade
nizações que as tem como produto do seu trabalho e que, de bens, é necessário manter estoques, que agem como
consequentemente, passam a serem parceiros no negócio da “amortecedores” entre a disponibilidade e a necessidade
empresa. Um exemplo clássico é o da indústria automotiva, (oferta e demanda). O estoque agrega valor de “tempo”.
formando uma cadeia produtiva.
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orçamento no ano anterior, e a consequente liberação or- No item ARMAZENAGEM expressa que essa atividade
çamentária no ano vigente para a decisão dos gestores em compreende a guarda, localização, segurança e preserva-
relação ao “quando comprar”, com os ajustes, se for o caso, ção do material adquirido, a fim de suprir adequadamente
na definição do “quanto comprar”. Esse esclarecimento é as necessidades operacionais das unidades integrantes da
importante pois visa valorizar o planejamento na institui- estrutura do órgão ou entidade.
ção. b. A função logística de apoio de manuseio de mate-
É importante destacar que a descrição do material para riais
o Pedido de Compra deverá ser elaborada através do méto- Diz respeito à movimentação do bem no local de es-
do Descritivo, que identifica com clareza o item através da tocagem. São atividades: de seleção do equipamento de
enumeração de suas características físicas, mecânicas, de movimentação e balanceamento da carga de trabalho.
acabamento e de desempenho, possibilitando sua perfeita No setor público, pode-se inferir que essa função logís-
caracterização para a boa orientação do processo licitatório tica está caracterizada na Instrução Normativa Nr. 205/88,
e deverá ser utilizada com absoluta prioridade, sempre que no item ARMAZENAGEM, onde se verifica: “os materiais
possível. E pelo método Referencial, que identifica indireta- devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil ins-
mente o item, através do nome do material, aliado ao seu peção e um rápido inventário”; “os materiais que possuem
símbolo ou número de referência estabelecido pelo fabri- grande movimentação devem ser estocados em lugar de
cante, não representando necessariamente preferência de fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material
marca (IN 205/88). que possui pequena movimentação deve ser estocado na
As necessidades de uma organização pública são aten- parte mais afastada das áreas de expedição”; “os materiais
didas por BENS contratados por meio de atividades de jamais devem ser estocados em contato direto com o piso.
COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua É preciso utilizar corretamente os acessórios de estocagem
PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua para os proteger”; “a arrumação dos materiais não deve
EXECUÇÃO. prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores
Esses contratos são oriundos de um procedimento ad- de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para
ministrativo formal chamado de LICITAÇÃO, em que o ór- combater a incêndio (Corpo de Bombeiros)”; “os materiais
gão público convoca, por meio de condições estabelecidas da mesma classe devem ser concentrados em locais adja-
em ato próprio (edital/convite) as empresas interessadas. centes, a fim de facilitar a movimentação e inventário”; “os
Tem por objetivos a observância do princípio constitucional materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados
da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA MAIS VANTAJOSA nas partes inferiores das estantes e porta-estrados, elimi-
para a administração pública. nando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a
As funções logísticas de apoio movimentação”; e “quando o material tiver que ser empi-
Apoiam as atividades primárias: Armazenagem, Ma- lhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas,
nuseio de Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão
Programação de Produtos e Manutenção de Informação. decorrente, o arejamento (distância de 70 cm aproximada-
a. A função logística de apoio de armazenagem mente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes)”.
Uma questão básica do gerenciamento logístico nas c. A função logística de apoio de embalagem de pro-
organizações públicas é como estruturar sistemas de dis- teção
tribuição/prestação capazes de atender, otimizando a Destina-se a movimentar bens sem danificá-los. No go-
aplicação de recursos, o cidadão-cliente geograficamente verno, a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do “com-
disperso das fontes de distribuição/prestação de um bem/ prasnet”, apresenta, no item ARMAZENAGEM, as atividades
serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos a serem realizadas pelo gestor público nesta função logís-
em termos de disponibilidade de estoque e tempo de aten- tica: “os materiais devem ser conservados nas embalagens
dimento. originais e somente abertos quando houver necessidade
A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização”;
trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO de “a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a man-
materiais para as entidades públicas. Expressa que o re- ter voltada para o lado de acesso ao local de armazenagem
cebimento é o ato pelo qual o material encomendado é a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação
entregue ao órgão público no local previamente desig- do item, permitindo a fácil e rápida leitura de identificação
nado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a e das demais informações registradas”.
responsabilidade pela guarda e conservação do material, d. A função logística de apoio de obtenção
do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxa- A função obtenção é também tratada como suprimen-
rifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali tos e aquisição. Independente do termo usado é basica-
ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará mente uma função de compras. O termo “compras”, para
nos locais designados. Qualquer que seja o local de rece- o órgão ou entidade pública, deve ser entendido como
bimento, o registro de entrada do material será sempre no toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento
almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos de uma só vez ou parceladamente ( Art. 6º da Lei 8.666/93).
sistêmicos, decorrerá de: compra, cessão, doação, permuta,
transferência, produção interna.
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Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere-se e. A função logística de apoio de programação do pro-
àquelas atividades que ocorrem entre a organização e os duto
seus fornecedores e, geralmente, dá a impressão de tratar- Não diz respeito à programação detalhada da produ-
se de “compras”. Para o autor existem três variáveis-chave ção, executada diariamente pelos programadores de pro-
no processo de fornecimento para a organização: o preço, a dução. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação de
qualidade e a disponibilidade ou entrega do produto. É a ati- serviço. Trata do fluxo de saída.
vidade que deixa o BEM disponível para o sistema produtivo Nas organizações públicas, a missão institucional esta-
organizacional. Devem-se considerar as seguintes decisões: belece o produto organizacional e o seu regimento interno
quantidades a serem obtidas; programação de compras; lo- regula as atividades administrativas a serem desenvolvidas
calização de fornecedores e a forma física das mercadorias: para a consecução de metas e objetivos estabelecidos para
As quantidades a serem obtidas envolvem decisões so- atender as necessidades do público-alvo organizacional,
bre “o que deve ser comprado” de fontes externas e sobre caracterizando essa função logística.
“o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez, as f. A função logística de apoio de manutenção de infor-
quantidades a serem compradas devem ser abordadas pelo mação
total a ser comprado e pelo tamanho do lote individual de Segundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial
entrega e/ou de compra. para o desempenho das funções logísticas em qualquer or-
A programação de compras envolve os aspectos de vo- ganização porque disponibiliza fatos e dados para o gestor
lume e da frequência das compras. A determinação do “tem- agrupá-los e analisá-los a fim de tomar decisões adminis-
po certo” é uma questão-chave. trativas organizacionais.
A localização de fornecedores envolve a “variável dis- Como toda organização integra uma ou várias cadeias
tância” que implica no tempo para a entrega do suprimen- de suprimentos a informação se torna ainda mais impor-
to. Fontes próximas têm vantagens, pois a entrega pode ser tante porque permite que a gerência tome decisões sobre
mais rápida e há menor risco de interrupções no transporte. um amplo escopo que abrange interação de funções e
A forma física das mercadorias influencia o fluxo de interação com outras instituições, sendo influenciada por
fatores do ambiente externo à organização, tais como: eco-
materiais entre o fornecedor e o comprador, sendo essen-
nômico, político-legal, sociocultural, tecnológico, fisiográ-
cial para a eficiência da movimentação no que se refere ao
fico e ecológico.
uso de equipamentos adequados para a movimentação, à
Para realizar a integração das funções logísticas, o
conversão de um para outro tipo de acondicionamento da
gestor público deve se valer de informações, além daque-
mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal de
las sobre os objetivos da análise dos fatores ambientais,
transporte mais apropriado.
as relativas ao fornecedor, às funções logísticas críticas
Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é
(transporte, manutenção de estoque e processamento de
vista como uma extensão da programação do processo pro-
pedidos) e as funções logísticas de apoio (armazenagem,
dutivo organizacional, pois é onde são geradas as informa- manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção,
ções de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu). programação de produto) cujo resultado será o estabele-
Para a organização pública, podemos observar a neces- cimento do nível de serviço desejado, possível e adequado
sidade dessas informações na IN 205/88 em seu item RE- às características do público-alvo organizacional. A neces-
NOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o acompanha- sidade de informação sobre essas áreas agrega valor às
mento dos níveis de estoque e as decisões de QUANDO e atividades administrativas organizacionais, permitindo me-
QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer em função lhor coordenação entre os envolvidos no negócio público,
da aplicação de fórmulas constantes na referida Instrução configurando uma engrenagem logística.
Normativa. Enfim, para a organização pública, a importância da Lo-
Ainda na IN 205/88, pode ser encontrado no item DA gística está no fato de que ela permite administrar o fluxo
REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa de ma- dos bens/serviços de onde eles são transformados para o
terial (ou nota de transferência), além de outros dados in- local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo
formativos julgados necessários, deverá conter: descrição e com o emprego adequado dos recursos públicos dispo-
padronizada do material; quantidade; unidade de medida; níveis, proporcionando o nível de serviço desejado pela so-
preços (unitário e total); número de volumes; peso; acondi- ciedade. Um sistema logístico eficiente permite uma região
cionamento e embalagem; e grau de fragilidade ou pereci- geográfica explorar suas vantagens inerentes pela especia-
bilidade do material”. lização de seus esforços produtivos naqueles produtos que
No setor público, pode-se considerar a aplicação do ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às
conceito de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no outras regiões.
item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a técnica
material, para reposição de estoques e/ou para atender logística nas atividades administrativas de uma organiza-
necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em ção pública é estabelecer uma relação entre os dispositivos
princípio, ser efetuadas através do Departamento de Admi- legais e normativos vigentes para o setor público com os
nistração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou conceitos e procedimentos logísticos aplicáveis às ativida-
ainda, pelas correspondentes repartições que, no território des funcionais do gestor público e aos processos adminis-
nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou seccionais. trativos de sua instituição com vistas: a uma convergência
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estoques, que provocam diferença no custo das mercado- Geralmente as empresas que não possuem uma boa
rias vendidas interferindo assim na obtenção do lucro bruto política de estocagem e vivem um dilema: quanto a empre-
na Demonstração de Resultado do Exercício. Isso quer dizer sa deve estocar para que seus interesses e os dos seus clien-
que os resultados obtidos são diferentes, em consequência tes sejam atendidos de forma satisfatória? A esse respeito,
dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora to- o Planejamento é um dos principais instrumentos para o
dos tenham como base o mesmo custo de aquisição. estabelecimento de uma política de estocagem eficiente.
Pois, o departamento de vendas deseja um estoque elevado
Alguns critérios de avaliação de estoques: para atender melhor o cliente e a área de produção prefere
- Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), também trabalhar com uma maior margem de segurança
do inglês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros ar- de estoque.
tigos a entrarem no estoque, serão aqueles que sairão em Em contrapartida, o departamento financeiro quer es-
primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve toques reduzidos para diminuir o capital investido e melho-
ser considerado pelo valor de compra desses primeiros ar- rar seu fluxo de caixa. Segundo Erasmo (2006), planejar esta
tigos. O estoque apresenta uma relação forte com o custo atividade é fundamental, porque de um bom planejamento
de reposição, pois esse estoque representa os preços pa- virão, por exemplo, uma menor necessidade de capital de
gos recentemente, adotar este método, faz com que haja giro e uma margem de lucro maior”. Por esse motivo, os
oscilação dos preços sobre os resultados, pois as saídas empresários devem estar atentos aos objetivos da empre-
são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta sa para definir as quantidades corretas de cada mercadoria
uma das principais razões pelas quais alguns se mostram que deve estar no estoque em um determinado período de
contrários a este método. As vantagens o desse método tempo, para que a empresa não sofra nenhum prejuízo.
consistem no controle preciso dos materiais, pois são orde- E, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar
nados em uma base contínua de acordo com sua entrada, grandes quantias em estoque e que manter uma empresa
o que é importante, quando se trata de produtos sujeitos a com uma boa variedade de produtos exige uma imobiliza-
mudança de qualidade, decomposição, deterioração etc.; o ção elevada de capital de giro, ele deve saber exatamente
resultado obtido revela o custo real dos artigos específicos o equilíbrio entre a quantidade de compras suficiente para
utilizados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do um determinado período de vendas e a variedade de ar-
estoque e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira tigos para que os clientes tenham opção de escolha. Para
sistemática e lógica. que isso aconteça, é importante que o empresário levante
- Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do in- periodicamente a média mensal de compras para compará
glês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar estoque -las com as vendas e, com isso, saber se o investimento em
bastante discutido. O custo do estoque é obtido como se mercadorias está tendo o retorno desejado.
as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas O ato de comprar deve ser sempre precedido de um
a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas). bom planejamento. A compra de mercadorias envolve a
Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final consiste colocação do pedido, o recebimento e a inspeção das mer-
nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mes- cadorias encomendadas e o registro da compra. Rigorosa-
mas. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o cus- mente, o comprador de uma mercadoria somente deveria
to dos artigos vendidos (saídas) tende a refletir no custo registrar a compra quando a propriedade legal da merca-
dos artigos comprados mais recentemente (comprados ou doria adquirida passasse do vendedor para o comprador.
produzidos). Também permite reduzir os lucros líquidos ex- Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades
postos. As vantagens de utilização deste método consistem legais associadas ao contrato entre as duas partes. E para
na apuração correta de seus custos correntes; o estoque é que isso aconteça, é de grande importância a elaboração
avaliado em termos do nível de preço da época em que o de uma previsão de compras. Nas empresas comerciais,
UEPS foi introduzido; é uma forma de se custear os artigos essa previsão é complicada, pois o numero de mercado-
consumidos de uma maneira realista e sistemática; em pe- rias comercializadas é muito grande. As empresas preferem
ríodos de alta de preços, os preços maiores das compras vender tanto quanto possível, com um numero mínimo de
mais recentes, são ajustados mais rapidamente às produ- capital empatado em estoque. Por isso, a previsão deve ser
ções, reduzindo o lucro. No entanto, não é aceito pela le- elaborada pelos diversos setores funcionais da empresa,
gislação brasileira. observando-se as características e peculiaridades do mer-
- Custo Médio é o método utilizado nas empresas bra- cado fornecedor e do comportamento das vendas (STICK-
sileiras para atendimento à legislação fiscal. Empresas mul- NEY, 2001).
tinacionais com operações no Brasil frequentemente têm É aconselhável que sejam feitas previsões individuais
de avaliar o estoque segundo o método da matriz, e tam- para cada setor ou departamento e reuni-las posterior-
bém segundo o custo médio para atendimento à legislação mente em uma só, facilitando o planejamento das compras.
brasileira. Esse método permite que as empresas realizem Depois de preparada a previsão de compras, esta deve ser
um controle permanente de seus estoques, e que a cada ajustada ás condições financeiras da empresa. Isso deve
aquisição, o seu preço médio dos produtos seja atualizado, ser feito em reunião com os encarregados de compras, os
pelo método do custo médio ponderado. encarregados de vendas e os encarregados pelo controle
financeiro para que se encontre um equilíbrio entre os se-
tores.
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A empresa que não faz a previsão de compras encontra É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos
dificuldades para manter seus estoques de forma equilibrada. diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo
Acabam comprando mercadorias de acordo com as necessi- ano de um mandato do Poder Executivo até o final do pri-
dades surgidas correndo o risco de não ter produtos em épo- meiro ano do mandato seguinte.
cas que o volume de vendas cresce. Perdendo dessa forma, Nele se prevê a atuação do Governo, durante o perío-
oportunidade de aumentar suas vendas, perdendo clientes e, do mencionado, em programas de duração continuada já
consequentemente, diminuído o lucro da empresa. E não ten- instituídos ou a instituir no médio prazo, buscando o cum-
do a previsão correta de compras, ele pode comprar um volu- primento do princípio da continuidade da prestação do
me inadequado de mercadorias aumentando o custo de ma- serviço público, em prol do interesse público.
nutenção dos estoques. Para Stickney (2001, p.362): “Manter Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório
estoques – ou como também se diz, carregar estoques - gera o Governo planejar todas as suas ações e também seu or-
custos”. Isso ocorre, porque quanto maior a quantidade de çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas,
mercadorias estocadas, maior será o espaço físico necessário somente devendo efetuar investimentos em programas
para guardá-las, maior o número de funcionários necessários estratégicos previstos na redação do PPA para o período
e maiores os gastos para controle do estoque. Além disso, o vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa
mesmo autor destaca que pelo menos uma pequena quan- privada volte suas ações de desenvolvimento para as áreas
tidade de mercadorias precisa ser mantida em estoque para abordadas pelo plano vigente.
satisfazer às necessidades dos clientes à medida que elas apa- O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano
reçam. deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável
pela execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de con-
clusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que
5. GESTÃO FINANCEIRA: NOÇÕES represente a situação que o plano visa alterar, (vi) a ne-
DE ORÇAMENTO PÚBLICO. cessidade de bens e serviços para a correta efetivação do
previsto, (vii) a regionalização do plano, etc.
Cada um desses planos (ou programas) será designa-
do a uma unidade responsável competente, mesmo que
O orçamento público brasileiro compreende a elaboração
durante a execução dos trabalhos várias unidades da esfe-
e a execução de três leis básicas: (i) o Plano Plurianual (“PPA”),
ra pública sejam envolvidas. Também será designado um
(ii) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) e a Lei de Orça-
gerente específico para cada ação prevista no Plano Plu-
mento Anual (“LOA”), que em conjunto materializam o pla-
rianual, por determinação direta da Administração Pública.
nejamento e a execução das políticas públicas de cada ente
da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o
Nesse capítulo, analisaremos cada uma das leis, buscando de- PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das vá-
monstrar a sua função no sistema orçamentário brasileiro, e de rias esferas do poder público (federal, estadual e munici-
que forma respeitam os orçamentários pátrios. pal), e também destas com o setor privado.
A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do pro-
PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. cesso de andamento das medidas a serem desenvolvidas
durante o período quadrienal – não só apresentando a si-
O Plano plurianual está previsto na constituição no artigo tuação atual dos programas, mas também sugerindo for-
a seguir: mas de evitar o desperdício de dinheiro público em ações
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: não significativas. Com base nesta avaliação é que serão
I - o plano plurianual; traçadas as bases para a elaboração do orçamento anual.
II - as diretrizes orçamentárias; A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos
III - os orçamentos anuais. para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de pública, quando viáveis.
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da admi- Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam
nistração pública federal para as despesas de capital e outras importantes e necessários para o desenvolvimento socioe-
delas decorrentes e para as relativas aos programas de dura- conômico do ente, dentro do mesmo devem ser estabe-
ção continuada. lecidos projetos que detêm de maior prioridade na sua
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e seto- realização.
riais previstos nesta Constituição serão elaborados em conso-
nância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO
Nacional. FEDERAL.
A Lei das Diretrizes Orçamentárias está prevista na
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no artigo 165 constituição no artigo a seguir:
da Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelo Decre- Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
to nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compatibilidade com o lecerão:
princípio do orçamento investimento, estabelece as medidas, I - o plano plurianual;
gastos e objetivos a serem seguidos pela Administração ao II - as diretrizes orçamentárias;
longo de um período (exercício) de quatro anos. III - os orçamentos anuais.
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§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá estão em andamento; (vi) estabelecer critérios de progra-
as metas e prioridades da administração pública federal, mação financeira mensal; (vii) estabelecer o percentual da
incluindo as despesas de capital para o exercício financei- receita corrente líquida a ser retido na peça orçamentária,
ro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária como Reserva de Contingência.
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e Além do estabelecimento e definição dos itens acima,
estabelecerá a política de aplicação das agências financei- a LDO deverá ser acompanhada dos chamados Anexos
ras oficiais de fomento. de Metas Fiscais. Esses Anexos deverão conter: (i) metas
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após anuais para receitas, despesas, resultados nominal e pri-
o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da mário e montante da dívida para o exercício a que se re-
execução orçamentária. ferirem e para os dois exercícios seguintes; (ii) a avaliação
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; (iii) o
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pre-
Congresso Nacional. tendidos, comparando-as com as fixadas nos três últimos
exercícios, evidenciando a consistência delas com as pre-
A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS missas e os objetivos da política vigente; (iv) o demons-
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) tem a fina- trativo da evolução do patrimônio líquido nos últimos três
lidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos
fiscal e da seguridade social e de investimento das empre- obtidos com a alienação de ativos; (v) a avaliação financei-
sas estatais. Busca sincronizar a Lei Orçamentária Anual ra e atuarial de todos os fundos e programas de natureza
(“LOA”) com as diretrizes, objetivos e metas da administra- atuarial; (vi) o demonstrativo da estimativa e compensa-
ção pública, estabelecidas no PPA, em estrita observância ção da renúncia de receita e da margem de expansão das
aos princípios do orçamento investimento e da unidade despesas obrigatórias de caráter continuado; (vii) a ava-
orçamentária. liação dos passivos contingentes e outros riscos capazes
De acordo com o parágrafo 2º, do art. 165, da Consti-
de afetar as contas, informando as providências, caso se
tuição Federal de 1988, a LDO (i) deverá trazer as metas e
concretizem, como por exemplo, é importante verificar os
prioridades da administração pública, incluindo as despe-
processos judiciais de devolução de tributos questionáveis,
sas de capital para o exercício financeiro subsequente, (ii)
ou demanda de reivindicações salariais não concedidas.
orientará a elaboração da LOA, (iii) disporá sobre as alte-
Enfim, o Anexo de Metas Fiscais compreenderá: (i) a
rações na legislação tributária e (iv) estabelecerá a política
previsão trienal da receita, da despesa, estimando, assim,
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Em observância do princípio da anualidade orçamentá- os resultados nominal e primário; (ii) a previsão trienal do
ria, a LDO será elaborada, anualmente, pela Administração estoque da dívida pública, considerando os passivos fi-
e aprovada pelo Poder Legislativo que, após aprovação, nanceiro e permanente; (iii) a avaliação do cumprimento
devolverá ao Executivo para sanção. É importante destacar das metas do ano anterior; (iv) a evolução do patrimônio
que a Constituição de 1988 não prevê a possibilidade de líquido ou passivo real descoberto (resultado patrimonial
rejeição do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, uma negativo); (v) a avaliação financeira e atuarial dos fundos
vez que prescreve, em seu art. 57, §2º, que a sessão legis- de previdência dos servidores públicos; (vi) a Estimativa de
lativa não será interrompida sem a aprovação do projeto, compensação da renúncia de receitas (anistias, remissões,
logo, o projeto após entregue pelo Executivo deverá ser isenções, subsídios etc.) e da margem de expansão das
analisado e encaminhado para aprovação. despesas obrigatórias de caráter continuado.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº
101, de 04.05.2000) ampliou a importância da LDO, deter- A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
minando a previsão de várias outras situações, além das A Lei Orçamentária Anual (“LOA”) ou orçamento anual
previstas na Constituição. São elas (i) estabelecer os crité- visa concretizar os objetivos e metas propostas no PPA, se-
rios para o congelamento de dotações, quando as recei- gundo as diretrizes estabelecidas pela LDO, em conformi-
tas não evoluírem de acordo com a estimativa orçamen- dade com o princípio da unidade do orçamento público. É
tária; (ii) estabelecer controles operacionais e suas regras uma lei, em sentido formal, elaborada pelo Poder Executivo
de atuação para avaliação das ações desenvolvidas ou em e aprovada pelo Poder Legislativo, que estabelece as des-
desenvolvimento; (iii) estabelecer as condições de ajudar pesas e as receitas que serão realizadas em determinado
ou subvencionar financeiramente instituições privadas, ano (princípio da anualidade do orçamento). A Constitui-
fornecendo o nome da instituição, valor a ser concedido, ção determina que o Orçamento deve ser votado e aprova-
objetivo etc., sendo importante ressaltar que serão nulas do até o final de cada Legislatura, sendo competência do
as subvenções não previstas na LDO, excluindo casos de Chefe do Poder Executivo de cada ente público enviar ao
emergência; (iv) estabelecer condições para autorizar os órgão legislativo a proposta do orçamento.
entes a auxiliar o custeio de despesas próprias de outros A proposta da LOA compreende os três tipos distin-
entes, como por exemplo, gastos de quartel da Polícia Mi- tos de orçamentos, a saber: (i) o Orçamento Fiscal, que
litar, de Cartório Eleitoral, Recrutamento Militar, de ativi- compreende os poderes da União, dos Estados, do Distrito
dades da Justiça etc.; (v) estabelecer critérios para o início Federal e dos Municípios, os Fundos, Órgãos, Autarquias,
de novos projetos, após o adequado atendimento dos que inclusive as especiais, e Fundações instituídas e mantidas
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pelo ente público; abrange, também, as empresas públicas esses estágios, já que, após o recebimento do crédito orça-
e sociedades de economia mista em que o Poder Público, mentário e antes do seu comprometimento para a realização
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social da despesa, existe uma fase geralmente demorada de lici-
com direito a voto e que recebam desta quaisquer recur- tação obrigatória junto a fornecedores de bens e serviços
sos que não sejam provenientes de participação acioná- que impõe a necessidade de se assegurar o crédito até o
ria, pagamentos de serviços prestados, transferências para término do processo licitatório.
aplicação em programas de financiamento atendendo ao Todo esse processo ocorre observando, estritamente,
disposto na alínea “c” do inciso I do art. 159 da CF e refi- os princípios constitucionais orçamentários, bem como
nanciamento da dívida externa; (ii) o Orçamento de Seguri- aqueles que regem a Administração Pública, dentre eles a
dade Social, que compreende todos os órgãos e entidades moralidade, a publicidade e a eficiência, de modo que o
a quem compete executar ações nas áreas de saúde, pre- interesse público seja sempre garantido.
vidência e assistência social, quer sejam da Administração
Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações insti- ESTRUTURA PROGRAMÁTICA.
tuídas e mantidas pelo Poder Público; compreende, ainda,
os demais subprojetos ou subatividades, não integrantes Identificação dos produtos finais de uma organização,
do Programa de Trabalho dos Órgãos e Entidades mencio- representados pelos seus programas e subprogramas, fixa-
nados, mas que se relacionem com as referidas ações, ten- dos a partir dos objetivos constantes dos planos de gover-
do em vista o disposto no art. 194 da CF; e (iii) o Orçamento no, além da determinação dos recursos reais e financeiros
de Investimento das Empresas Estatais: previsto no inciso II, exigidos e das medidas de coordenação e compatibilização
parágrafo 5º do art. 165 da CF, que abrange as empresas requeridas.
públicas e sociedades de economia mista em que o Estado, De grande importância para a compreensão do orça-
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social mento são os critérios de classificação das contas públicas.
com direito a voto. As classificações são utilizadas para facilitar e padronizar
as informações que se deseja obter. Pela classificação é
Execução Orçamentária possível visualizar o orçamento por Poder, por Instituição,
A execução orçamentária ocorre concomitantemente por Função de Governo, por Subfunção, por Programa, por
com a financeira. Esta afirmativa tem como sustentação o Projeto, Atividade e/ou Operação Especial, ou, ainda, por
fato de que a execução tanto orçamentária como finan-
categoria econômica.
ceira estão atreladas uma a outra. Havendo orçamento e
não existindo o financeiro, não poderá ocorrer a despe-
Várias são as razões pelas quais deve existir um bom
sa. Por outro lado, havendo recurso financeiro, mas não se
sistema de classificação no orçamento. Podemos citar al-
podendo gastá-lo, não há que se falar em disponibilidade
gumas:
orçamentária.
1) facilitar a formulação de programas;
Em consequência, pode-se definir execução orçamen-
tária como sendo a utilização dos créditos na LOA. Já a 2) proporcionar uma contribuição efetiva para o acom-
execução financeira, por sua vez, representa a utilização de panhamento da execução do orçamento;
recursos financeiros, visando atender à realização dos pro- 3) determinar a fixação de responsabilidades e
jetos e/ou atividades atribuídas às Unidades Orçamentárias 4) possibilitar a análise dos efeitos econômicos das
pelo Orçamento. ações governamentais.
Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer
a distinção entre as palavras crédito e recursos. O primeiro Dependendo do critério de classificação, alguns aspec-
termo designa o lado orçamentário e o segundo, o lado fi- tos das contas poderão ser evidenciados. A Lei estabelece
nanceiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma a obrigatoriedade de classificação segundo vários critérios,
moeda. O crédito é a dotação ou autorização de gasto ou encontrados na Classificação por Categoria Econômica.
sua descentralização, e o recurso é o dinheiro ou saldo de
disponibilidade bancária. Classificação por Categoria Econômica
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de A classificação por categoria econômica é importante
execução orçamentária e de programação financeira para para o conhecimento do impacto das ações de governo
o exercício, e lançadas as informações orçamentárias, cria- na conjuntura econômica do país. Ela possibilita que o or-
se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da çamento constitua um instrumento de importância para a
execução orçamentária propriamente dita. análise e ação de política econômica, de maneira a ser uti-
Executar o orçamento é, portanto, realizar as despesas lizado no fomento ao desenvolvimento nacional, no con-
públicas nele previstas, ressaltando que para que qualquer trole do déficit público, etc. Por esse critério, o orçamento
utilização de recursos públicos seja efetuada, a primeira se divide em dois grandes grupos: as Contas Correntes e
condição é que esse gasto tenha sido legal e oficialmente Contas de Capital.
previsto e autorizado pelo Poder Legislativo e que sejam
seguidos à risca os três estágios da execução das despe-
sas previstos na Lei nº 4.320/64, isto é, (i) o empenho, (ii)
a liquidação e (iii) o pagamento – atualmente se encontra
em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo
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___________________________________________________
GABARITO ___________________________________________________
1. A ___________________________________________________
2. D
3. D ___________________________________________________
4. D ___________________________________________________
5. C
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