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ACÓRDÃO
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
VOTO
Aduziram que sofreram esbulho por parte dos agravados, e que sem a
indispensável aquiescência dos agravantes realizaram um corte na cerca de
propriedade deles, fazendo com que várias rezes de propriedade dos agravados
adentrassem na área pertencente aos agravantes.
Alegaram que a posse, no caso, é pro diviso, vez que cada qual dos herdeiros
possui área certa e delimitada, mesmo ausente a partilha judicial, pois já teria
havido divisão cômoda pelos herdeiros.
É o relatório.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
PRELIMINAR
MÉRITO
Constou da decisão:
Pela análise dos autos entendo que o direito não ampara a pretensão do
requerente.
Com efeito, aduz o autor na inicial que conjuntamente com o requerido, seu
irmão, herdou uma gleba de terra de seu falecido genitor. No total seriam oito
herdeiros, sendo que o autor adquiriu dos, mediante termo de cessão
hereditária as cotas dos demais herdeiros, menos a parte que tocou para o
requerido, o qual estaria utilizando partes do imóvel que teria ficado para o
autor, por força de uma divisão "cômoda" realizada pelos herdeiros.
Ora, o requerido não concordou com a divisão feita pelos demais herdeiros
segundo informou na audiência de justificação. Então, há de se perguntar: Para
quem foi cômoda a divisão realizada? Talvez tenha sido para os sete herdeiros,
mas não para o requerido, pois, caso contrário, já haveriam, inclusive, realizada
a partilha de forma amigável.
Sendo assim, nos precisos termos do artigo 1791 e seu parágrafo único do CC,
e mais artigos 1.793 parágrafo 2º, tem se que os herdeiros possuem apenas
parte ideal da herança até a realização da partilha judicial, ou, da amigável
homologada pelo Juiz, mas não em partes individualizadas conforme informa o
autor na inicial. Todos os herdeiros possuem o direito sobre o espólio como um
todo, situação que somente terá fim com a partilha, conforme acima dito. Sendo
assim, o requerido não poderia estar usurpando ou esbulhando a própria posse.
I - a sua posse;
Não houve divisão oficial do terreno, quer de forma escrita amigável, quer por
divisão judicial.
Veja-se que os agravantes também não fizeram prova suficiente da posse fática
deles na área em questão.
Incumbia, pois, aos agravantes provar sua posse, a perda da posse, e o esbulho
praticado pelos agravados.
Dessa forma, entendo que para a hipótese dos autos, não cabe a liminar pedida,
pois, não estará configurado o esbulho enquanto não resolvida amigavelmente
ou judicialmente a divisão da propriedade, sendo que, até o momento, em
princípio e aparentemente, justa se afigura a ocupação dos agravados.
DISPOSITIVO
AGRAVO Nº 1.0019.07.015436-4/001