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A lei permite que as partes optem por uma determinada forma jurídica, para
beneficiarem deste tratamento, mas isso não quer dizer que seja assim
substancialmente.
Nas SQ é necessário atender ao art. 200º que consagra que nestas sociedades
tem de constar a abreviatura ‘’Lda. ou limitada’’.
Nas SA é necessário atender ao art. 275º que consagra que nestas sociedades
deve constar a abreviatura SA.
A sede é onde a sociedade tem a sua direcção efectiva. É importante para efeitos
de comunicação, para efeitos fiscais, para saber qual a nacionalidade da pessoa
colectiva (art. 3º).
Pretendendo mudar a sede para outro país é necessário atender ao art. 3º/5.
Nos termos do art. 4º, uma sociedade estrangeira poderá, a qualquer tempo,
estabelecer em Portugal uma agência, mas se quiser exercer aqui actividade por
mais de um ano tem de instituir representação permanente sob pena de se
verificar a consequência prevista no nº2.
A lei não admite que a sociedade desenvolva uma actividade que não esteja
compreendida no seu objecto contratual: isto é um problema de capacidade. O
objecto serve para delimitar a capacidade da sociedade. Se o acto praticado não
se encontrar compreendido no objecto social, a sociedade está a agir para além
dos poderes que tem (mas há quem questione este entendimento e siga a teoria
do fim).
5. MODELO ORGÂNICO
Nas SQ existe uma gerência e uma assembleia geral (dentro desta um órgão de
fiscalização, sendo que este poderá ser facultativo). Quem faz a fiscalização da
sociedade é o ROC (realizada a revisão de contas), sendo diferente do TOC
(orgão contablistico).
A gerência, nas SQ, pode ter um só gerente ou vários, nos termos do art. 252º,
sendo estes ou designados no contrato social ou designados por deliberação dos
sócios. Os gerentes não têm de ser sócios. Se o contrato nada disser ou os sócios
nada deliberarem, nos termos do art. 253º, todos os sócios são gerentes. A razão
de ser de tal assenta no facto de as SQ serem sociedades fechadas (‘’as pessoas
contam’’) existindo um caracter pessoal, ao contrário do que sucede nas SA em
que o capital sobrepõe-se ao elemento pessoal.
Nos termos do art. 261º consagra-se a gerência plural nas SA: por exemplo,
existindo 5 gerentes, a sociedade só se vincula com a assinatura de 3.
i. MÉTODO CLÁSSICO
PRINCÍPIO DA NOVIDADE (art. 33º RNPC): a lei nãi quer que duas
firmas que se dediquem à mesma actividade num mesmo ambito
geográfico sejam confundidas. É preciso ver em concreto. Se o âmbito
geográfico for diferente, podem ter o mesmo nome, porque não existirá
confusão. Se o ambito geográfico for diferente mas entretanto começarem
a disputar o mesmo mercado (tendo nomes iguais) estamos face a um
acto de concorrência desleal.
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
Nas SQ já não existe capital social (leia-se valor nominal do valor das acções
subscritas por cada sócio) minimo obrigatório. Já só há capital social minimo
obrigatório nas SA (50 mil euros). Nos termos do art. 202º/4 consagram-se as
entradas de capital social.
Sim, se houver uma cláusula estatutária que preveja tal: a sociedade assume
todos os negócios que efectuar nesse período de tempo, são assumidos ipso
iure. Se não constar tal cláusula dos estatutos, só a Administração pode
assumir, um a um, cada negócio celebrado pela sociedade nesse período de
tempo. E, neste segundo caso, existe responsabilidade ilimitada daqueles que
agem em representação da sociedade – art. 19º RNPC. Só com o registo é que a
sociedade adquire personalidade jurídica (o registo é constitutivo!).
HIPÓTESE PRÁTICA I
No presente caso estamos face a uma SQ, uma vez que se fosse uma SA, nos
termos do art. 273º, seriam necessários pelo menos 5 sócios, salvo as excepções
previstas na lei (art. 273º/3 e art. 488º).
Nos termos do art. 201º consagra-se o capital social quanto às SQ: o capital
social, no que respeita às entradas terá de ser realizado ou no momento da
constituição ou até ao fim do primeiro exercício; quanto às quotas, nos termos
do art. 199º al. b) o valor mínimo será igual ao valor das quotas.
Porque é que actualmente as SQ podem ser constituídas por 1euro e antes existia a
obrigatoriedade do capital social ser 5 mil euros?
Nos termos do art. 271º o sócio limita a sua responsabilidade ao valor das
acções que subscreveu. Não se responsabiliza nem pelas dívidas sociais nem
pelas entradas dos outros sócios.
HIPÓTESE PRÁTICA II
Cláusula Primeira
O capital social é de €500.000
CAPITAL SOCIAL: nos termos do art. 9ª/1 al. f) o capital social constitui uma
menção obrigatória do contrato de sociedade, consistindo na cifra numérica de
valor constante, em dinheiro, expresso em euros, correspondente ao património
de constituição da sociedade, isto é, à soma de todas as participações sociais dos
sócios (art. 14º).
Nas SQ, o capital social forma-se exclusivamente com as entradas dos sócios
sendo representado unicamente por quotas nos termos do art. 197º/1. Nos
termos do art. 201º a lei estabelece relativamente às SQ um capital puramente
simbólico, de apenas 1 euro/sócio.
Nos termos do art. 270º - A e ss estamos face a uma sociedade unipessoal por
quotas, pelo que atendendo ao art. 270º - G remete para o regime das
sociedades por quotas, salvo as que pressupõem a pluralidade dos sócios, mais
concretamente para o art. 199º.
Cláusula Segunda
A entrada do sócio é constituída pelo montante de €100.000 em dinheiro e por
umprédio rústico descrito na Conservatória do Registo Predial de Portalegre
sob o nº 1234e inscrito na respectiva matriz predial sob o nº 5678.
Cláusula Terceira
O sócio declara, sob sua responsabilidade, ter depositado já o montante de
€50.000,00em conta aberta em nome da sociedade na Caixa de Crédito Agricola
de Portalegre,comprometendo-se a completar a sua entrada assim que a
sociedade necessitar.
Cláusula Quarta
O prédio rústico referido supra tem o valor de €400.000 e será transferido para
asociedade no prazo de 30 dias a contar da presente data.
Nos termos do art. 202º/4 e do art. 26º as entradas em espécie têm de ser
realizadas no momento da constituição da sociedade, não podendo ser
diferidas. Não pode sequer ser até ao fim do primeiro exercício social.
Quanto aos bens que podem ser dados como entradas em espécie, têm de ser
bens susceptíveis de penhora nos termos do art. 20º. Mas só estes? Se um sócio
quiser fazer de entrada um mero gozo de um prédio? Este é penhorável? Em
rigor, o art. 20º devia estipular bens avaliáveis em dinheiro. O gozo de um
prédio é avaliavel em dinheiro, mas a propriedade continua a ser do
proprietario do prédio. E se lhe vir a ser impedido o gozo do prédio (por
exemplo, atraves de uma acção de reinvindicação do bem intentada por
terceiro)? Nos termos do art. 25º/4 consagra-se a consequência de tal. Assim,
parece que pode haver uma entrada em espécie como esta do gozo de uma
coisa. O sócio irá repor o dinheiro, se a sociedade ficar privada deste, portanto,
isto não afecta a sociedade.
Cláusula Quinta
A cessão de quotas é livre.
Cláusula Sexta
A sociedade dissolve-se no prazo de dez anos a contar da presente data.
Nos termos do art. 141º al. a) e do art. 15º, a sociedade pode ser temporária, ou seja no
contrato de sociedade as partes podem indicar uma duração para a sociedade e, findo o
prazo, a sociedade dissolve-se.
No presente caso estamos face a uma sociedade unipessoal por quotas, nos
termos do art. 270º- B, podendo ser constituída, nos termos do art. 270º-A nº1
por um sócio único, podendo este ser uma pessoa singular ou colectiva, caso em
que estamos face a uma constituição originária, ou nos termos do nº2 quando
ocorra a concentração na titularidade de um único sócio das quotas de uma
sociedade por quotas, caso em que estamos face a uma constituição
superveniente.
A análise das cláusulas foi realizada anteriomente, pelo que se remete para lá.
No presente caso estamos face a uma SA, nos termos do art. 271º e ss, mais
concretamente do art. 275º/1. A atribuição das acções aos sócios é feita através
da subscrição de cada um.
Nos termos do art. 277º/1 consagra-se que - tal como sucede nas SQ (art.
202º/1) e ao contrário do que sucede nas SNC (art. 178º) – não são admitidas
contribuições de indústria, apenas se admitindo entradas em dinheiro ou em
esécie.
QUERELA: Cada sócio tem de realizar 30% da sua entrada ou é do global que
se pode diferir 70%? E se o sócio que diferiu não fizer, depois, a entrada? Nas
SA não há responsabilidade solidária..
Não existindo uma disposição legal igual ao art. 277º, é necessário saber se é
possível haver um diferimento de apenas uma entrada na sua totalidade e os
outros sócios realizam as suas entradas ou se quando se difere uma entrada
também têm de se diferir todas? O diferimento da entrada de um dos sócios não
pode ser imposta aos outros sócios, tem que ser uma solução acordada entre
eles.
O valor dos 70% calcula-se sobre o valor total do capital social ou calcula-se
sobre cada participação social subscritra por cada accionista? A lei não é clara:
os credores, em certa medida, estão salvaguardados, na medida em que a
sociedade tem ou dinheiro ou outro tipo de activos. O que a lei exige é que só
pode servir de entrada para a sociedade algo que seja penhorável, mas sendo
este diferimento um crédito da sociedade, os credores estão assegurados.
Aquilo que o legislador quis foi conferir alguma agilidade e liberdade aos
sócios, porque a lei apenas diz 70% do valor nominal das acções, mas fora isso
não há qualquer limitação.
PROF. FRANCISCO BARONA: acha que não faz sentido que um sócio não faça
nenhuma entrada. Se desse para o torto, ele não teria nenhum incentivo para
fazer a entrada. Acha que se deve entender que os 70% previstos no 277º devem
ser face a cada sócio.
A tutela dos credores é levada tão longe que no art. 20º admite-se que os
credores se possam subrogar à sociedade na exigência dos créditos ainda não
realizados.
Quanto ao tema da responsabilidade, para as SQ, há um regime especial no art.
198º (norma excepcional, portanto, não se pode fazer aplicação analógica) que
estabelece a possibilidade de, nas SQ, o património pessoal dos sócios poder
responder até um certo plafond pelas dívidas da sociedade. Nas SA não há um
art. igual ao 198º e, por isso, não é possível responder solidariamente pelas
dívidas da sociedade - –rt. 271º - e não podiam acordar o contrário. Pelas
dívidas sociais só responde o património social.
Uma SA constituída com o capital social mínimo (50 mil euros) pode ter as suas
entradas diferidas?
Nas SQ previa-se 5 mil euros como capital social minimo e dizia-se que se
permitia o diferimento de entradas, desde que estivesse cumprido o capital
social minimo obrigatório. Havia quem entendesse que devia aplicar-se
analogicamente o disposto para as SQ às SA. Mas isto desapareceu e, assim
sendo, já não há muito apoio na lei para continuar a defender isto.
Verdadeiramente só temos uma sociedade irregular nos casos do art. 172º, nos
outros casos temos uma sociedade preliminar (art. 36º) e no outro, uma
sociedade em formação (art. 40º).
A sociedade pode, voluntariamente, assumir um negócio que tivesse sido celebrado antes
do contrato de constituição?
Nos termos do art. 19º/2, o período antes do registo abrange tal. Mas isso seria
assumir negócios de quando a sociedade ainda nem administração tinha nem
tinha capital social. Era como antecipar a personalidade jurídica. Não faz muito
sentido. Isto, porque, este artigo confere efeito retroactivo ao registo. Neste
artigo o legislador não distinguir nem parece ter querido distinguir. Parece ter
deixado para que os sócios autorizassem, no momento da constituição ou que o
órgão de Administração decidisse. O legislador optou por um criterio pratico:
cabe aos sócios e à Administração ver o que é mais vantajoso para a sociedade.
Aplica-se o art. 36º/2 e o art. 40º, fazendo aqui sentido dizer que, tanto no art.
36º/2 como no art. 40º, os sócios têm o benefício de excussão prévia. Nesta
altura, as entradas já foram realizadas.
HIPÓTESE PRÁTICA IV
No presente caso estamos face a uma entrada em espécie, ou seja não se trata de
uma entrada em dinheiro, mas sim avaliável em dinheiro (≠ contribuição de
indústria).
Coloca-se a questão de saber como é que a sociedade renumera o sócio por esta
prestação. Independentemente dos lucros da sociedade, a prestação do sócio
tem de ser remunerada, mas existem limites.
Nas Sociedades por Quotas em cada momento sabe-se quem são os sócios da
sociedade, portante, sabe-se que tem de cumprir as obrigações acessórias. Nas
Sociedades Anónimas só se sabe quem são os sócios da sociedade no momento
da sua constituição, pelo que nestes casos nos termos do art. 299º/2 a lei obriga
a que as acções sejam nominadas quando: (1) o titular esteja obrigado a realizar
prestações acessórias à sociedade; (2) quando há restrições à transmissibilidade
das acções; e (3) quando as entradas são diferidas.
HIPÓTESE PRÁTICA V
No presente caso estamos face a uma Sociedade Anónima nos termos do art.
271º e ss, mais concretamente do art. 275º/1.
MECANISMO 2: nos termos do art. 285º/2, sendo regra geral tanto para
as Sociedades Anónimas como para as Sociedades por Quotas (art. 204º),
o sócio só entra em mora quando a sociedade o interpela para o
cumprimento da obrigação. Esta interpelação tem de ser feita através de
um anúncio em que a sociedade fixa um prazo entre 30 a 60 dias para o
cumprimento, sendo que a partir do qual o sócio, se não tiver realizado a
sua prestação, entra em mora (é diferente de não ter realizado a sua
entrada em tempo devido), tendo consequências no seu estatuto na
sociedade: não poderá receber os lucros da sociedade nos termos do art.
27º/4, podendo existir compensação em relação aos lucros devidos de
um exercício, mas não quando o sócio tenha outro direito quanto aquela
sociedade nos termos do art. 27º/5. O sócio fica privado dos direitos aos
lucros (art. 21º/1 al. a)). Não tendo cumprido no prazo estipulado pela
sociedade, e consequentemente, estando o sócio em mora, coloca-se a
questão de saber o que poderá a sociedade fazer: nos termos do art.
285º/4 a sociedade concede ao sócio em mora um novo prazo para que
este efectue o pagamento da entrada acrescida dos juros, sob pena de
perder as suas acções para a sociedade (interpelação admonitória). Aqui,
passa a ser considerado um sócio remisso, ou seja, ou paga ou fica sujeito
a ser excluído. Note-se e relembrando os conhecimentos adquiridos em
Direito das Obrigações: remissão enquanto perdão de dívida e remição
enquanto resgatar. Passado o prazo sem cumprir a sociedade delibera a
sua exclusão, sendo precisos os três actos referidos para que venha a ser
excluido. Contudo, continuando a entrada por realizar o que é que a
sociedade poderá fazer para recuperar a parte do capital social que ainda
não foi realizada? Nos termos do art. 286º existe uma responsabilidade
solidária daqueles sócios que antecederam aquele na titularidade das
acções, pois não há responsabilidade solidária dos sócios nas Sociedades
Anónimas. Prevê-se, assim, as situações em que durante os 5 anos do
prazo do diferimento da entrada haja a transmissão das acções, pois não
pode ser a sociedade a ficar com o prejuízo. Se os antecessores não
tiverem património suficiente ou se não existirem antecessores procede-
se à venda das acções o que consubstancia um mecanismo extra judicial
(art. 286º/4). Atente-se ainda à hipótese consagrada no art. 286º/5
Nos termos do art. 251º al. c) e d) o sócio remisso não poderá votar na
deliberação assente na sua exclusão ou na perda total ou parcial da sua quota:
encontra-se impedido de votar, uma vez que existe um conflito de interesses.
Pode participar na Assembleia, mas não pode votar ou o seu voto não pode ser
compatiblizado.
HIPÓTESE PRÁTICA VI
Nos termos do art. 17º/2 não se pode estipular sobre o exercício de funções da
administração ou da fiscalização, uma vez que o legislador quis garantir que os
órgãos de administração e fiscalização (art. 28º) sejam independentes face aos
interesses particulares dos sócios (o legislador quis impedir que através de um
acordo parassocial não se cumprissem um dos deveres fundamentais da
sociedade: deve-se prosseguir o interesse da sociedade o que é o interesse
societário?). Não se bastou com a exigência de que prossigam o interesse social
(art. 64º) mas declara estas clásulas nulas. E seria nula uma cláusula que
estipulasse que os sócios se empenhariam (e não que garantiriam) em que os
administradores, por si nomeados iriam seguir uma determinada política por si
designada: isto não é uma obrigação de resultado (como seria se estivesse
estipulado que se obrigavam e, nesse caso, haveria incumprimento e o sócio
teria de indemnizar os outros), mas a ratio da previsão parece englobar estas
cláusulas: obrigação de meios também é proibida (exemplo: ‘’sócios
comprometem-se a desenvolver os seus melhores esforços para (…)’’ –
obrigação de meios que é proibida)
Nos termos do art. 17º/3 al. c) as vantagens especiais não podem ser concedidas
pela sociedade, mas podem ser concedidas por outros sócios.
Nos termos do art. 17º/3 al. a) e b) são nulos os acordos em que os sócios se
obrigam a votar de acordo com instruções da sociedade ou um dos seus órgãos
(exemplo: ‘’sócio A vincula-se a votar positivamente todas as propostas feitas
pela Administração ou pelo órgão de Fiscalização’’: cláusula nula). Mas se as
instruções forem de outro sócio não há problema. Caso contrário, haveria uma
inversão de distribuição de competência: a função das AG ficava esvaziada de
conteúdo – o legislador quer evitar que seja o órgão de administração a mandar
na sociedade e nos próprios sócios.
A execução específica, a ser possível, exige que o acto em causa não seja
infungivel, o voto é fungivel, mas para que o art. 830º CC possa ter lugar só
podemos pensar em deliberações que ainda não foram tomadas e não
produziram os seus efeitos, fora disso já estamos numa área de impugnação de
uma acto societárfio que o art. 17º/1 não permite.Quanto às declarações de não
cumprimento ou que ainda não produziram efeitos existe uma divergência
doutrinal:
Pode considerar-se que existe aqui uma alternativa? Ou seja, tanto a sociedade
como o sócio sozinha têm legitimidade para intentar a acção (sendo certo que o
nº3 do art. 257º funciona não só nos casos do direito especial à gerência)? A
questão coloca-se com alguma pertinência quando a sociedade tem 4 sócios e 3
deles nomeiam ‘’E’’ para gerente, mas depois 1 quer destitui-lo. Se for para AG,
os 3 votarão contra e só depois é que se propoe a acção (meio subsidiário), isto
se for o sócio que quer a destituição do agente – tem de passar primeiro pelo
crivo da sociedade ou pode passar directamente para o nº4 e intentar a acção? O
nº4 consagra um meio subsdiário ou alternativo? – QUERELA DOUTRINÁRIA
Através da letra do art. 257º/3 e 4 parecem ser alternativas. Mas é dificil que o
sócio consiga apurar se já justa causa – isto será feito pelo tribunal. Se a
resolução for tomada em AG, define-se logo e o sócio gerente ou impugna essa
resolução (porque também é sócio) ou discute-se em tribunal.
Nos termos do art. 250º/1, a regra geral do voto é a de que que conte um voto
por cada cêntimo do calor nominal da quota. Nos termos do art. 250º/2 a lei
consagra que pode ser concedido o voto duplo, ou seja, o voto vale o dobro. A
participação social para votar é una: segundo o PRINCÍPIO DA UNIDADE DE
VOTO é necessário votar com a participação toda.
Quando, nos termos do art. 250º/2, a lei fala em ‘’não correspondam a mais de 20%
do capital’’ como é que tal deve ser interpretado?
O problema mais delicado está em saber se esse limite dos 20% diz respeito à
quota ou aos votos. No limite, não se pode votar com mais de 20% do capital
social.
Se se disser que os 20% é um limite à quota, significa que se ele tem 20% pode
ser-lhe atribuido um voto duplo e votava com 40. Mas se se referirem aos votos
não se pode dar voto duplo, porque senão estaba a dar-se-lhe muito mais.
HIPÓTESE PRÁTICA IX
TIPOS DE RESERVAS
i. PREJUÍZOS
ii. RESERVAS
iii. DISTRIBUIR AOS SÓCIOS (art. 31º a 33º)
Para serem distribuidos os lucros tem de existir uma deliberação dos sócios (em
AG – anual), mas não é logo aqui que se faz a distribuição. Todos os sócios têm
direito aos lucros nos termos do art. 21º/1 al. a) e 22º. Não se pode estabelecer
que só participem nos lucros ou que só participem nas perdas porque tal
consubstancia o pacto leonino, proibido nos termos do art. 22º/3. Contudo,
pode-se graduar em que percentagem é que cada sócio participa nos lucros e
nas perdas.
Quando a sociedade se constitui a sua cifra é 0 (activo- passivo =0). Mas quando
começa a desenvolver a sua actividade, o valor do seu património pode ir
variando, podendo acontecer existirem perdas. Estas perdas transitam para o
ano seguinte e são reflectidas nas contas do ano seguinte. O lucro do exercício
só respeita aquele ano, mas este não será distribuível porque existem
perdas/prejuízos do ano anterior que transitaram e que vão ser cobertos pelo
lucros de exercício deste ano. Deste modo, se ainda sobrar alguma coisa é que
há lucro distribuível.
EXEMPLO PRÁTICO
No primeiro ano existem prejuízos de 3 mil euros, pelo que não há lucros
distribuíveis. A situação liquida é inferior ao momento do capital social: art.
33º/1.
Basicamente é assim..
Como são calculados os 5%?
A reserva legal, que tem um limite de 20%, tendo de ser integrada anualmente
com 5% do resultado do exercício (até atingir os 20%).
Em que circunstancia é que esta regra dos 50% dos lucros distribuiveis pode ser
afastada? Ninguem discute que metade dos lucros distribuiveis são
distribuidos. Para o PROF. PAULO OLAVO DA CUNHA, tendo por base o art.
21º/1 al. a), o art. 217º e o art. 294º, 50% é um imperativo minimo e os sócios,
quer atraves de uma clausula estatutaria, quer atraves de deliberaçao de
maioria de ¾, não podem estabelecer um montante inferior.
Se existir uma deliberação que diz que não sao distribuiveis no ano X os lucros?
Por exemplo, atraves de uma maioria de ¾ é deliberado distribuir lucros abaixo
de ¾, nao existindo clausula nos estatutos em contrario. Quid iuris?
Se se pedisse a anulação da deliberação não se resolveria nada, porque o sócio
maioritário voltaria a votar da mesma maneira. A execução específica tambem
não resolve, porque não se pode obrigar a receber quem não quer e, como há
sócios que não querem a distribuição dos lucros, não se lhes pode impor um
beneficio que não querem. Por outro lado, tambem não se pode impedir aquele
sque querem receber os dividendos de os receberem – a regra supletiva
permite-o.
Esta sentença é constituiva, porque os sócios têm o direito ao lucro, mas têm-no
em abstracto. Enquanto direito abstracto, este só se concretiza mediante uma
deliberação societária e, só aí, se forma na esfera jurídica individual do sócio um
direito de crédito ao dividendo perante a sociedade.
Esta é a única forma de resolver o problema: não pode ser a execução específica
na sua globalidade.
2010 = 50. 000 EUROS; 10% (quanto à reserva legal: a lei estabelece 5% mas os
sócios podem estabelecer mais) = 5. 000 EUROS
A situação liquida no inicio do ano era de 300. 000 euros e no final do ano
passou a ser de 350. 000 euros, logo, o lucro de exercício é de 50. 000 e o lucro de
balanço é de 45. 000 e só este é distribuivel, sendo que a sociedade esta obrigada
a distribuir metade desse valor, ou seja. 22. 500 euros.
A cláusula é válida? A cláusula é inovadora, nos termos em que preve 10% para
a reserva legal, mas no que diz respeito à segunda parte não diz nada, porque a
maioria deliberativa limita-se a dizer aquilo que já resulta do art. 217º. Assim
sendo, será valida se estiver cumprida a maioria deliberativa de ¾ do capital
social.
iii. os sócios podem não distribuir lucros desde que seja tomado por
deliberação com maioria simples:
Nos termos do art. 22º/3 consagra-se a proibição do pacto leonino; mas a lei
admite que possa ser alterada a regra da proporcionalidade nos termos do art.
22º/1 (no contrato de sociedade podem-se consagrar regras diferentes da
proporcionalidade quanto aos lucros e às perdas).
Quando no art. 217º e 294º se fala em ‘’salvo cláusula em contrário’’ uma vez
que não se está a referir às convenções para regular a proporção dos lucros (tal
resulta do art. 22º) está a referir-se a que? Admitindo que o art. 217º e 294º são
regras imperativas, os sócios terão de distribuir 50% sendo que quanto aos
restantes 50% poderá tomar uma deliberação quanto à sua distribuição ou não
por maioria simples. Os 50% são um mínimo obrigatório ou não? PROF.
PAULO OLAVO DA CUNHA: 50% são um mínimo imperativo, não sendo
possível por cláusula estatutária consagrar-se um valor inferior a este sob pena
de nulidade.
E pode-se alterar a maioria necessária para não distribuir? Isto é, tendo como
mínimo obrigatório uma deliberação tomada por ¾ pode-se consagrar que a
sociedade poderá não distribuir os lucros por maioria simples (diminuição do
número de votos necessários para aprovação de uma deliberação de não
distribuição)? A maioria de ¾ prevista no art. 217º e 294º é uma maioria mais
exigente do que aquela que é necessária para alterar os estatutos!! Em Portugal,
a maior parte das sociedades nos seus estatutos tem uma cláusula que afirma
‘’O destino a dar aos lucros será através de uma deliberação tomada por maioria
simples’’.
Quer a regra dos 50% quer a regra dos ¾, para quem vê o art. 217º e 294º como
normas de protecção dos sócios, são regras imperativas.
Aqueles que querem que seja distribuído parte do lucro distribuível vão pedir a
anulação parcial da deliberação na medida necessária para que o seu direito seja
satisfeito. Mas mesmo assim o problema não esta resolvido: anulando
parcialmente a deliberação, a única coisa que se vai conseguir é a destruição
retroactiva daquela deliberação, continuando a faltar o pressuposto da
deliberação de distribuição. É através da execução especifica que o tribunal se
vai substituir as partes e aprovar a deliberação de distribuição. Tratava-se de
um direito que não esteva a ser cumprido devido as maiorias que a lei exige. De
outra forma, os sócios ficariam numa situação de impasse e o desígnio da lei
ficava sem efeito pratico útil.
Se os sócios deliberarem não distribuírem o que irá suceder a esses lucros? Ficavam
retidos na sociedade e integravam as reservas livres.
PRÉMIO DE EMISSÃO AGIO: Quantia que a sociedade vai receber sem ter
de dar nada em contrapartida, sendo que o ágio dá origem às reservas especiais.
Note-se que o art. 31º, 32º e 33º não se referem apenas aos dividendos, mas sim
de distribuição de quaisquer meios aos sócios. Nada impede que a sociedade
delibere distribuir bens que pertenciam à sociedade aos sócios. Havendo
reservas livres na sociedade estas podem ser distribuídas aos sócios desde que
se respeite o Princípio da Intangibilidade.
Se os sócios nada fizerem, não existe uma verdadeira sanção no cso deles não
deliberarem nenhuma das soluções. O art. 35º só surtiria efeito se os sócios
fossem obrigados a votar uma destas soluções (antigamente, uma das
consequências era a dissolução da sociedade). Não é isso que sucede, porque os
sócios são livres de tomar ou não tomas as soluções apontadas na convocatória.
Por exemplo, aumentar o capital social para cobrir prejuizos é uma solução que,
normalmente, os sócios não querem. O art. 35º nao é um artigo facil de
implementar quanto à solução que aponta, porque o legislador teve consciencia
da situaçao actual: quase todas as sociedades estão assim (isto significa que há
pouca garantia para os credores).
Note-se que o art. 35º/3 al. c) não consubstancia um aumento de capital, uma
vez que estes envolvem a alteração do contrato de sociedade e existem a
realização de várias entradas. Em contrapartida, é aumentada a sua quota ou o
numero de acções (aumento da participação social). Não é isto que está em
causa na al. c): nesta, os sócios fazem contribuições para a sociedade, para
cobrir prjeuizos, sem que eles tenham como contrapartida o aumento da sua
participação social. É uma contribuição gratuita e definitiva (não pode, mais
tarde, ser reembolsados). Ou seja, no caso não estamos face a um aumento de
capital porque os sócios não vao receber um aumento da sua participação social
nem se aumenta a cifra de tal. Mas também não são participações acessórias ou
suplementares porque não são reembolsáveis. São uma figura hibrica porque se
os sócios as realizarem é quase como que fundo peridido porque não recebem
nada,
HIPÓTESE PRÁTICA X
A sociedade tinha lucro distribuivel e, por deliberação votada por 60%, decide
afectar à reserva legal e livre e por isso não distribui os dividendos. O bernardo
votou contra a afectação à reserva livre e 10 dias depois a alienou a quota
Carlos.
O art. 217º diz que ele tem direito a metade do lucro, mas tem direito quanto?
No caso nao houve deliberação de distribuição e a questão que se coloca é se
este art. 217º atribui este direito a todos os cósios, uma vez aprovadas as contas
ou não? Os sócios têm direito ao lucro do balanço que se apura com a
aprovação das contas. Radica-se ou não na esfera jurídica dos sócios o direito à
distribuição de lucros. A exigência de deliberaçao encontra-se no art. 31º/1
CSC. Nos casos em que não há deliberação, o sócio tem de colocar o assunto em
discussão e tem que haver uma deliberação a dizer que não vão deliberar sobre
isso, o que equivale a uma decisão de não distribuição de lucros: ou seja, gtem
de haver uma deliberação de distribuição ou não distribuição de lucros.
O dividendo faz parte dos direitos sociais extra corporativos. Uma vez
radicados na esfera juridica individual dos sócios, estes direitos tornam-se
inatacáveis por parte da sociedadem, o que significa que se a sociedade no dia X
fizesse uma distribuição de dividendos e 5 dias depois fizesse outra deliberação
que viesse revogar a distribuição de dividendos, os dividendos distribuidos já
não seriam afectados.
Nada impede que Bernado ceda este direito ao Carlos perante a sociedade, mas
se eles nada tiverem dito, temos de ir pelas regras gerais e então: o sujeito que
teria direito ao dividendo seria o Bernardo, porque era ele o sócio na altura em
que foi deliberada a não distribuição dos dividendos. Bernardo podia impugnar
a deliberação. Nos termos do art. 159º/2, Beranrdo teria o prazo de 30 dias a
partir da data da deliberação para a impugnar. Se Bernado tivesse proposto a
acção, com a venda, transmitia-se a sua titularidade a Carlos – isto, claro, se
tivesse vendido cum dividendo. Se, ao contrário, Bernardo tivesse vendido ex
dividendo, Carlos já não teria legitimidade, nem interesse, para estar na acção.
O sócio, apesar de não ter cumprido a sua entrada, só entra em mora depois de
ser interpelado para cumprir e não o fazer. Só estando em mora é que podia
ver-lhe recusada a distribuição de lucros, nos termos do art. 27º/4. Podia haver
compensação. Não pagando e sendo interpelado tornava-se sócio remisso.
HIPÓTESE PRÁTICA XI
Há uma remissão do art. 431º/3 para o art. 406º/1 (modelo clássico): o aumento
de capital envolve sempre uma alteração do contrato de sociedade, por isso é
que o art. 87º vem previsto a proposito das alterações ao contrato. Estão, só
podia ser deliberado o aumento se estivesse prevista uma clausula estaturária
atributiva de competência ao conselho de administração executivo.
Nos termos do art. 410º/1, o conselho de administração reúne sempre que for
convocado pelo presidente ou por outros dois administrados, devendo reunir,
salvo estipulação contratual em diverso, uma vez por ano.
De cada reunião resultam actas – saber se esteve presente ou não. Mas como é
que se sabe porque é que faltou? Quando se falta como se sabe se tal é
justificada?
Os estatutos devem fixar o número de faltas que se pode dar, mas dentro
destas podem existir faltas justificadas ou injustificadas, sendo o órgão de
administração (e não aos sócios) a quem incumbe declarar qual a qualificação
de tal falta – art. 393º/1.
Se as faltas são justificadas não existe justa causa. Os estatutos consagram qual
o número de faltas justificadas que se pode dar por exercício.
O ponto da ordem de trabalhos pode servir para fazer uma apreciação global
do órgão de administração ou de fiscalização, mas se a esta apreciação realizada
anualmente não for atribuída um voto de louvor tal significa que poderá ser
destituída.
Não existindo suplentes nas listas o que se faz de seguida? Pode ser cooptado
um determinado terceiro para exercer funções no conselho de administração. O
acto de cooptação só se consolida se existir uma deliberação por parte da
administração nesse sentido de a tornar definitiva. Se não existirem suplentes
nem se tiver praticado qualquer acto de cooptação terá de existir uma
nomeação ad hoc. Só em última ratio é que se irá recorrer à nomeação judicial.
ii. certificado pelo ROC (que demonstre que aquela data há lucros de
exercício distribuíveis)
Quem disse isto é o órgão de administração, uma vez que é este quem faz a
avaliação do ano, e além disso porque se de acordo com a logica de distribuição
de competência nas SA entre aquilo que pode ser conhecida pelos sócios e as
matérias que são da exclusiva competência da administração, as matérias da
gestão competem a esta última.
QUORUM NAS SA
O art. 294º constitui uma excepção, sendo as regras gerais as constantes no art.
383º e 386º.
Artigo Décimo
I - SA
Nos termos do art. 379º/1 ‘’Têm direito de estar presentes na AG (…)os accionistas
que (…) tiverem direito a, pelo menos, um voto’’. Uma coisa é participar na
discussão dos pontos na ordem de trabalho e outra coisa é votar.
Atendendo ao art. 384º/2 al. a) não se pode dizer que só tem um voto quem
reunir 15 mil euros do capital social, uma vez que o limite máximo é mil euros.
Na al. b) do nº2 do art. 284º o sentido é a dispersão do capital social.
Por exemplo: 1 sócio = 100; 2 sócio = 200; 3 sócio = 300 podem participar!
Mas podem juntar-se. Assim têm 600 acções, o que lhes dá direito a 1 voto. As
100 acções a mais não contam para nada.
Se um sócio tiver 500 acções e três sócios tiverem no total 300 acções podem
juntar-se? Sim, podem agrupar-se quer para fazer o valor do voto minimo, quer
para ter uma maioria.
II – SQ
Nos termos do art. 248º/5 nunca se pode impedir a participação dos sócios. Há
algum caso em que um sócio de uma SQ não tenha direito de voto? Só se estiver
impedido, nos termos do art. 251º.
CASO
Neste caso, atendendo ao art. 380º, nas SA quando um sócio não pode estar
presente pode ser designado um representante (através de uma carta
mandadeira) para estar presente na AG. REQUISITOS
ii. o sócio terá de escrever a carta mandadeira que irá conter a sua
assinatura e no instrumento de representante o sócio que nomeia o seu
representante poderá fazer uma de duas coisas (1) carta branca; (2)
vinculação de voto (ex: para o ponto 1 votará a favor; no ponto 2 votará
contra, etc.).
No caso diz-se que se trata de uma sociedade cotada. Ora, sociedade cotada ou
sociedade em mercado regulamentado levanta a questão de saber o que é uma
bolsa. A lei não diz bolsa cotada, diz em mercado regulamentado. Há a bolsa de
Lisboa, a Bolsa de derivados do Porto. Tudo começou com as bolsas agricolas.
Como funcionam estes mercados? Estas bolsas? De quem são? A Bolsa de
Lisboa chama-se Euronext. Têm uma base privada, mas o Estado estipulou
requisitos que se devem dar para garantir a respeitabilidade e a seriedade.
Foram criados mecanismos e organismos de fiscalização. Para participar nestes
mercados podsso faze-lo como produtor ou consumidor. Para aceder a estes
mercados é preciso pagar joias.
Nas SA o mercado primário é o das emissões. É aqui que vêm as sociedades que
querem aumentar o capital social atraves da subscrição. E o mercado
secundário assenta nas subscrições dos valores mobiliários, é neste que se
transaccionam. Aqui geram-se cotações feitas pela entidade gestora do mercado
regulado. Há que atendem ao CVM e aos regulamentos da propria Euronext.
Há varios mercados regulamentados e é por isso que a lei usa esta terminologia.
A vantagem, para uma sociedade, é atrair mais capital. Isto porque em regra o
valor de mercado tende a reproduzir o valor real.
O PSI 20 é o indice comporto pelas cotações das vinte maiores sociedades que
estão a actuar em mercado regulamentado.
Quanto aos prazos, para a publicação é de 1 mes, sendo que se for por correio
electronico ou carta registada será de 21 dias. Se for uma sociedade aberta é
necessário atender ao art. 21º-B CVM e o prazo será de 21 dias.
Só os sócios detentores de, pelo menos, 5% do capital social podem fazer isso
nos termos do art. 378º/1 que remete para o art. 375º/2. Nas Sociedades
Anónimas Abertas, atedendo ao CVM, será a partir de 2% do capital social: faz
sentido, porque as acções estão muito mais distribuidas. Estes limites visam
impedir que qualquer sócio possa usar este mecanismo só para atrasar.
HIPÓTESE PRÁTICA XV
Artigo Quarto
Artigo Sexto
Artigo Oitavo
Artigo Décimo
Quanto ao quorum constitutivo tal teria de ser de 1/3 do capital social; quanto
ao quorum deliberativo teria de ser de 2/3 do capital social.
Nos termos do art. 24º os direitos especiais só podem ser eliminados com o
consentimento dos sócios afectados. O consentimento é dado em assembleia
geral (art. 389º/2) nos termos do art. 24º/6.
3. João vende as suas acções a novo accionista (Felisberto) sem dar preferência
a Pedro. Quid iuris?
Artigo Sexto
Art. 329º/3 - A lei estabelece como prazo maximo 60 dias, mas podem
estipular prazo inferior. O silencio vale como consentimento
Artigo Décimo
Interpretação da expressão ‘’factos’’ no art. 347º/3: o que a lei quer é que sejam
factos que escapem à vontade da sociedade. A lei quer que figura no contrato
de sociedade as situações concretas que podem conduzir à amortização, não
pode por simples e livre vontade da sociedade. Tem de ser factos exteriores à
vontade da sociedade. Se o contrato de sociedade não previr tal situação a
sociedade não pode proceder à amortização compulsiva.
No caso, fazia todo o sentido consagrar o artigo decimo com fim a evitar que
com a morte do sócio, os seus herdeiros legitimários assumissem a posição
deste. Com tal previsto no contrato de sociedade, a sociedade poderá proceder
à amortização compulsiva.
Mas pode-se em vida estabelecer um acordo sobre os destinos dos bens após a
morte? Não, tal consubstancia um pacto sucessório, sendo que estes só são
admitidos nas convenções antenupciais.
No caso na verdade não existe um pacto sucessório, uma vez que o que eles
estão a estipular é que após a morte de alguns dos sócios a sociedade pode
amortizar, ou seja com a morte do sócio as acções transmitem-se para os
herdeiros. Os herdeiros ou legatários sucedem nos bens, sendo que o problema
da amortização só surge posteriormente.
dos sócios minoritarios sem mais. Nos termos do art. 347º/3 o contrato
deve fixar os factos em concreto para que a amortização seja possível,
uma vezque a lei quer impedir que algum órgão da sociedade pudesse,
em concreto, decidir que seria naquele caso que se poderia amortizar.
Por exemplo, não poderia deduzir que se podia se houvesse uma maioria
de ¾. Exemplo de casos em que se poderia: se morrer um sócio; se o
sócio for declarado insolvente; se houver penhora das acções. Tem de ser
um facto objectivo e relacionado com a participação social. Apesar os
factos estarem presentes nos estatutos, podem estar enquanto obrigação
da sociedade ou enquanto faculdade.
reserva especial em montante equivalente ao valor pago pelas acções (art. 324/1
al. b)). Tal visa atenuar o problema dos credores (se a sociedade quiser adquirir
acções no valor de 100 mil euros tem de ter disponível 200 mil euros: 100 mil
euros para pagar acções e mais 100 mil euros para a reserva). Mas de qualquer
forma
CASO: não podia chegar aos 230% e a competência não era do Conselho de
Administração mas sim da AG.
5ª
A sociedade tem de adquirir pelo menos preço que ela iria ser adquirida por
terceiro (se for onerosa) ou tem de oferecer o valor real da quota (se for
gratuita):
Entre as partes a cessão é valida. Ao contrato do que tem sido sustenado, não se
vislumbra qualquer razão para se considerar que o consentimento da sociedade
constitui requisito previo da execução especifica de um contrato – promessa de
cessão de quotas. O consentimento pode ser anterior ou posterior à cessão.
Nos termos do art. 231º/3 a sociedade so tem de fazer isto se o socio estiver ha
mais de tres anos na sociedade. Se assim não for, basta recusar o consentimento.
Ao contrário do que sucede nas SA, nas SA existe o caracter pessoal: para quem
defende que não se aplica o limite de 10% das SA tal deve-se ao facto de existir
o limite legal de número de sócios: limiar a partir do qual a sociedade poderia
ser dissolvida seria 2 sócios: sem limite quantitativo. E defende ainda que o
regime das SA é excepcional. Não existe o risco especulativo nas SQ que existe
nas SA.
CASO
Se a sociedade adquirir esta quota o que sucede a esta quota? A quota em causa
vale sete mil e quinhentos euros, sendo o capital social da quota vinte mil euros.
Deste modo, se 20 000 está para 100%, 7 500 está para 37,5%. Uma sociedade
pode ter quotas próprias que representem mais de 33% do capital social?
Ou se aplica por analogia o art. 317º que consagra o limite dos 10% sustentado
que nas SQ apesar de não existir um elemento quantitativo deve ser o mesmo
que existe para as SA (sendo que mesmo para as SA consagram-se casos de
aquisição licita de acções próprias superiores a 10%). Ou, não aplicando o limite
dos 10% existentes para as SQ, a sociedade poderia adquirir participações acima
dos 10% mas com um único limite, ou seja o limite da pessoalidade inerente às
SQ, ou seja, as SQ, ao contrário do que acontece nas SA, as quotas têm uma
natureza mista (elemento patrimonial e pessoal) o que leva a que uma parte da
doutrina diga que embora possa não existir um elemento quantitativo à
aquisição das quotas próprias, devido ao elemento pessoal é sempre necessário
HIPÓTESE PRÁTICA XX
Admita que no contrato de sociedade veio a ser introduzida uma cláusula que
determinava a possibilidade de amortização de quotas em caso de insolvência
de umsócio, em que a contrapartida a pagar – em 5 prestações semestrais –
seria o valor daquota apurado nos termos do último balanço anual aprovado.
Sabendo que o sócio minoritário Bertolino tem colocado vários obstáculos ao
regularfuncionamento da sociedade, nomeadamente interrogando os gerentes
sobre osnegócios da sociedade e requerendo consulta de livros e documentos,
e foi declaradoinsolvente, a sociedade deliberou a amortização da sua quota
nos termos do contrato,mas os seus credores pessoais não estão de acordo com
a decisão. Quidjuris?
Caso de amortização da quota, regulado nos termos do art. 232º e ss.
Amortização compulsiva em que não é necessário consentimento do sócio – art.
233º/1.
O art. 235º/1 consagra um regime supletivo que pode ser afastado por
estipulação contrária do contrato de sociedade ou acordo das partes. Nas al. a) e
b) do art. 235º/1 a lei impõe que se atenda, de acordo com o art. 1021º CC, ao
Ou seja, a deliberação tem de obedecer as regras do art. 235º/2 que remete para
o nº1 al. a) e b). O valor da contrapartida a ser paga ao sócio não podia ser
calculada contablisticamente: o valor tinha de ser pago em duas prestações uma
ao fim de 6 meses e outra ao fim de 1ano. Mas o inicio da contagem do prazo
poderá ser ultrapassado, sem nisso incorrer a sociedade em qualquer
responsabilidade, no caso de o consentimento do sócio, quando necessário for
tardiamente prestado.
NATUREZA
Nas obrigações acessórias pode ter na sua base uma compra e venda; quanto o
negócio que está na base da obrigação acessória consiste num empréstimo à
sociedade então nesse caso segue-se o regime dos suprimentos.
Uma parte da doutrina entende que os suprimentos voluntários nas SA não são
admitidos em todos os casos: uma coisa é tratar de uma sociedade mais fechada
ou de cariz mais familiar e outra coisa é tratar de uma sociedade com o capital
mais disperso.
PROF. PAULO OLAVO DA CUNHA antes negava esta figura nas SA,
mas actualmente defende tal.
Ou seja: Se não existir uma clausula estatutária não é possível por maioria vir
exigir-se prestações suplementares aos sócios, mas se esta não existir se os
sócios em AG de forma unanime deliberarem a obrigação de prestações
suplementares tal é possível?
Note-se que eles poderiam sempre alterar os estatutos uma vez que estavam
todos de acordo nos termos do art. 86º/2.
Note-se que eles poderiam sempre alterar os estatutos uma vez que estavam
todos de acordo nos termos do art. 86º/2.
Toda a gente defende que se estão todos de acordo não faria sentido tal
deliberação não seguir o regime das prestações suplementares. Agora a questão
assenta quanto ao regime. Não faz sentido aplicar a estas prestações o regime
sancionatório para a falta de prestações suplementares. Esta deliberação tem em
certa medida uma natureza quase parassocial. A doutrina de um modo geral
aceita uma versão de que estas prestações suplementares efectuadas numa base
voluntaria são admissíveis, com excepção do regime sancionatório do art. 204º e
205º. Estas prestações suplementares ficam a meio caminho entre a obrigação de
entrada e os suprimentos: só são reembolsados em certa medida, pelo que
participam de um regime de quase capital social da sociedade (reforça os
capitais sociais próprios da sociedade). Estas prestações suplementares, na
medida que são quase capital, podem levar à exclusão do sócio mas apenas
quanto tal se encontra previsto nos estatutos. Neste caso não faz sentido aplicar
as prestações suplementares voluntarias o regime sancionatório, uma vez que
este esta pensado apenas as prestações suplementares estatutárias. Se estas
prestações não fossem consideradas como suplementares seriam qualificadas
como suprimentos que é algo que a sociedade não quer.
PRESTAÇÕES SUPLEMENTARES
aplica-se o regime do socio em mora – art. 212º remete para o art. 204º e 205º -
podendo o sócio vir a ser excluido.
“Artigo Quinto
Três. O capital social poderá ser elevado até dois milhões de euros, por uma
ou mais vezes, por deliberação do Conselho de Administração que fixará, nos
termos legais, as condições de subscrição, nomeadamente a supressão do
direito legal de preferência dos accionistas.”
Nos termos do art. 85º com o art. 456º, a AG tem competência para deliberar o
aumento do capital social. O conselho de administração pode ser autorizado
pelos estatutos. Nestes, terá de constar o máximo permitido.
O art. 460º é uma norma imperativa. E isso resulta logo do seu nº1 (se está
estipulado que seja o conselho de administração de liberar o aumento, mas para
suprimir ou limitar o direito de preferencia, a AG tem de concordar – nº5). O
nº1 trata de uma regra geral: tem de ser os proprios socios a deliberar a
supressão ou limitação do direito de preferencia, sendo que esta competencia
nao pode, simplesmente, ser atribuida ao conselho de administraçao, nem
fixada nos estatutos.
O que a lei exige é que perante cada direito de aumento de capital, os socios (em
AG) deliberem se é ou nao de admitir. Nos termos do art. 460º/4 exige-se que a
deliberaçao seja tomada em separada (primeiro toma-se a do aumento de
capital e depois a da limitaçao ou supressao do direito de preferencia, para que
o socio nao esteja numa situaçao de tudo ou nada. Nao se pode fazer uma
clausula em branco que preveja acabar com o direito de preferencia para
sempre. Nao pode haver renunciar em branco dos socios. Se o direito de
preferencia for suprimido num aumento de capital, no proximo, o direito volta
a renascer e delibera-se outra vez se há-de ser suprido/limitado ou não.
Assim sendo a clausula dos estatutos é invalida – art. 460º - na medida em que
atribui ao conselho de administraçao a competencia para deliberar a repressão
ou limitaçao do direito de preferencia. A competencia da ag esta verificada para
esta deliberaçao.
Quanto ao quorum constitutivo seria necessário atender ao art. 383º e este seria
de 1/3; quando ao quorum deliberativo atendendo ao art. 386º seria de 2/3 dos
votos emitidos. Deste modo, atendendo ao art. 385º/4 consideram-se todos os
votos emitidos como nulos.
HIPÓTESE PRÁTICA XV
A redução do capital social pode ser efectuada atraves de (1) baixar o valor
nominal das acções;(2) extinguir acções ou (3) reagrupar acções. Tem como
finalidade a cobertura de prejuizos e a libertaçao no excesso de capital (neste
caso há tutela de terceiros?).
O grande tema aqui é a tutela dos credores. A lei protege-os atraves do art. 96º,
sendo que no nº2 o credor tem de ter interpelado a sociedade e esta não ter
pago (só estes tem legitimidade). Nao é uma questao de retroactividade. Nao é
qualquer credor que pode requerer essa proibiçao ou limitação – só aqueles
cujos creditos ja sejam exigiveis. No prazo de um mes a sociedade nao podera
prosseguir – para tutela dos credores (este mecanismo é mais eficaz e, ao
contrario do que acontecia antes da Reforma de 2007, já não é necessário
autorização judicial).
Note-se que nas SA não podiam reduzir o capital social abaixo do minimo legal
que é 50 mil euros. Portanto só assim pode ser durante uns dias e depois o
capital social tem de superar os 50 mil euros – art. 205º/2.
A parte variavel pode ser fixada em funçao da factuaraçao e nao do lucro? Sim,
pode. Mas o problema é se os administradores podem participar nos lucros ou
não, porque isto entra em conflito com os oscios. De resto, esta possibilidade
encontra-se na livre disposição da sociedade e da AG, aquando da decisão
sobre a remuneração. Sendo por qualquer destas alternativas, isto leva a que
haja um incentivo para que a sociedade tenha mais lucros, para que os
administradores tambem recebam mais. É preciso é controlar, e para isso
servem os orgaos de fiscalização, para que os administradores não alterem os
valores para virem a receber mais.
“ Artigo Décimo
Por fim, note-se que atendendo ao ‘’artigo décimo quarto’’ o número tem de se
encontrar sempre previsto/fixado no contrato e têm sempre de ser superior ao
número do conselho de administração. Neste caso teria de ser 7. Quanto ao
número de independentes, atendendo ao art. 434º que remete para o art. 414º/4
que remete para o art. 413º/1 al. a) tem de existir pelo menos um. Só nas
sociedades cotadas é que têm de ter a maioria como independentes.
“8ª
10ª
13ª
A matéria para a qual a gerencia pode praticar actos tem de estar munidos de
dleiberaçao da AG – quando não se integra no artigo em analise.
Deste modo, quando assim seja, os actos praticados de acordo com uma
gerência plural, vinculam a sociedade para com terceiros. Isto ainda que haja
deliberação dos sócios em sentido contrário. Ou seka, estas posições resultantes,
quer da clausula estatutaria, quer do contrato, não impedem que a sociedade
fique vinculada.
Se o gerente praticar actos fora dos poderes de gerencia, ainda que haja clausula
estatutaria ou deliberação dos socios o terceiro não pode vir dizer que ignorava
a lei. Todos se submetem à lei.
Basta que seja só um gerente a praticar o acto? Sim. Mas este gerente vai sofrer
sanções internas, nomeadamente justa causa para despedimento e
responsabilidade civil para com a sociedade. Isto, no caso de ser um acto
compreendido no objecto da sociedade. Sendo um acto praticado que não se
encontra compreendido no objecto da sociedade, mas ainda dentro da sua
capacidade de gozo, nos termos do art. 460º/2, a sociedade pode ipor o objecto
da sociedade se fizer prova do que dispoe esta norma. Se assim for, o negocio é
ineficaz para a sociedade porque o gerente agiu sem poderes.
TRIBUNAL: É possivel uma clausula arbitral nos estatutos, uma vez que
estamos face a matéria disponivel, ou seja refere-se a litigios internos. Se uma
das partes submeter a acção num tribunal judicial estamos face a uma excepção
(dilatória) arbitral que conduz à absolvição da instância. Mas sendo um terceiro
a intentar a acção num tribunal judicial teria de ser nos tribunais civeis. Os
tribunais de comercio são competentes quando esta em causa um direito social,
em todos os outros casos são competentes os tribunais civeis.
pelo menos, tem de lhe aparecer dois administradores à frente (PROF. PAULO
OLAVO DA CUNHA).
DIVERGÊNCIA DOUTRINAL