Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O vírus foi descoberto em 1947 em um macaco que vivia na Floresta de Zika, em Uganda
(daí a origem do nome). No Brasil, o vírus foi introduzido em 2014, e as hipóteses mais
aceitas é que ele tenha chegado ao território brasileiro durante a Copa do Mundo desse
mesmo ano.
Ao se contaminar com o vírus Zika, o paciente pode apresentar febre, vômitos, tosse,
dores no corpo, de cabeça, musculares e nas articulações, mal-estar, irritação nos
olhos e manchas no corpo. A doença normalmente tem duração de três a sete dias e
pode ser assintomática em alguns casos.
De uma maneira geral, considera-se que a febre por vírus Zika não causa grandes
complicações, mas, recentemente, observou-se o comprometimento do sistema nervoso
central em alguns casos. Além disso, a infecção pelo vírus Zika foi associada ao
desenvolvimento de microcefalia, uma malformação em que recém-nascidos possuem
perímetro cefálico menor que o normal (menor que 33 cm). Essa malformação está
relacionada com retardo mental em 90% dos casos, além de desencadear
comprometimento da fala, audição e visão, baixo peso e episódios de convulsão.
Apesar de a microcefalia também ser causada por infecções, problemas genéticos, contato
com produtos radioativos e utilização de substâncias químicas, observou-se uma relação
direta entre o vírus Zika e o grande surto em 2015. A suspeita foi levantada após mães de
bebês com microcefalia relatarem que, durante a gestação, apresentaram sintomas da
contaminação por vírus Zika. Em razão do grande número de casos, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) emitiu um alerta em 1º de dezembro de 2015 para que todos os países
ficassem atentos aos casos de febre por vírus Zika em seu território.
Assim como a dengue, a febre por vírus Zika não possui tratamento específico, sendo
recomendado apenas o tratamento de sintomas. O uso de paracetamol ou dipirona pode
ajudar o paciente a diminuir a dor e, em casos de coceiras, pode ser recomendado o uso
de anti-histamínicos. Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico, uma vez que
aumenta os riscos de hemorragias.
Por não ter tratamento nem vacina, a melhor maneira de evitar complicações é
protegendo-se do mosquito que transmite o vírus. As medidas de prevenção da febre
por vírus Zika são as mesmas utilizadas na prevenção contra a dengue e a chikungunya,
isto é, voltam-se para a eliminação de criadouros do mosquito. Além do combate ao
mosquito, as pessoas podem desenvolver algumas proteções individuais, como usar
roupas de manga comprida, telas nas janelas e portas e mosquiteiros. O uso de repelente
também é indicado, mas grávidas podem utilizar apenas repelentes com DEET na
concentração de 10% a 30%.
→ O acidente
A barragem de Fundão da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton,
rompeu-se no dia 05 de novembro de 2015 e liberou cerca de 62 milhões de metros
cúbicos de rejeitos de mineração. Inicialmente, acreditava-se que duas barragens
haviam se rompido, entretanto, a mineradora desmentiu o fato dias após o acidente e
explicou que o rompimento de Fundão fez com que a barragem de Santarém
transbordasse.
A lama liberada, que, segundo a Samarco, é formada apenas por óxido de ferro, água e
areia, destruiu uma grande área, desabrigando centenas de pessoas, principalmente no
distrito de Bento Rodrigues. Os rejeitos, além dos danos materiais, provocaram um grande
desastre natural que pode afetar o meio ambiente por décadas.
→ Impactos ambientais
Apesar de, segundo a mineradora Samarco, a lama não ser tóxica, os efeitos dos rejeitos
no meio ambiente são extremamente graves, principalmente em razão da quantidade de
material liberada. De acordo com o Ibama, a quantidade de rejeitos seria capaz de encher
mais de 20 mil piscinas olímpicas.
O primeiro impacto causado pela lama foi observado nos municípios atingidos, que foram
parcialmente cobertos. Essa cobertura, quando secar, pavimentará o local, formando uma
espécie de capa de cimento, onde nada cresce. Além disso, o material possui pouca matéria
orgânica, o que dificultará o surgimento de uma nova vegetação. Nesse local, será
impossível, por exemplo, o desenvolvimento de agricultura. Podem ocorrer ainda
desestruturação química do solo e alteração do pH.
Vale frisar que a grande quantidade de lama demorará anos para secar completamente e,
enquanto isso, nada poderá ser construído ali. Sem resistência para a construção de
casas e sem formas de desenvolvimento de vida, a área tornou-se completamente
inabitável.
A lama também atingiu os rios da região, começando pelo Rio Gualaxo, atingindo o rio
Carmo, até chegar ao Rio Doce, responsável pelo abastecimento de vários municípios. Ao
atingir os rios, a lama tornou a água imprópria para o consumo humano e para a
sobrevivência de várias espécies.
É importante salientar que os rios foram afetados também de outras formas. Além da morte
trágica da vida aquática, a lama pode provocar assoreamento de rios, desvio de cursos
de água, diminuição da profundidade e soterramento de nascentes. A mata ciliar ao
redor dos rios também foi completamente destruída. Com a passagem dos resíduos,
muitas árvores foram arrancadas e algumas espécies vegetais foram completamente
soterradas pela lama.
Como toda a lama que está no rio Doce chegará ao mar, no Espírito Santo, os rejeitos
podem prejudicar também a vida marinha. Estima-se que os efeitos sejam sentidos em
pelo menos três áreas de conservação marinha, como os recifes de corais de Abrolhos,
que se destaca pela grande biodiversidade.
Estão cada vez mais comuns em provas de Enem e vestibulares questões sobre o meio
ambiente, sendo amplamente cobrados os impactos ambientais decorrentes do
desenvolvimento humano. Assim sendo, é importante entender os problemas gerados pela
falta de fiscalização de grandes obras, a falta de planejamento em caso de acidentes, os
efeitos negativos desses acidentes para o meio ambiente e quais medidas podem ser
tomadas para reverter, mesmo que parcialmente, a situação.
No caso de Mariana (MG), é importante entender como esse acidente afetou diferentes
ecossistemas e que todas as nossas ações causam impactos não somente locais. Entre os
pontos que merecem destaque, podem ser citados os efeitos dos rejeitos na cadeia
alimentar e os problemas desencadeados pelo assoreamento de rios e soterramento de
nascentes.
Por volta das 21h30min, houve uma segunda explosão perto do Stade de France – outro
homem-bomba se matara. Dessa vez, sabia-se que se tratava de um ataque terrorista. O
presidente da França foi retirado do estádio e, com o fim da partida, os milhares de
espectadores presentes foram para o centro do campo para resguardar-se e saber mais
informações a respeito do que estava ocorrendo na cidade. Mais ou menos nesse mesmo
horário outros fuzilamentos ocorreram nas ruas Fontaine-au-Roi e Charonne, atingindo
pessoas que estavam presentes nos restaurantes La Casa Nostra e La Belle Équipe, o
que atingiu mais dezenas de vítimas.
Por volta das 21h45min, a casa de espetáculos Bataclan, que recebia uma banda de rock
americana, foi invadida por quatro terroristas armados com fuzis, metralhadoras e bombas.
Os terroristas começaram a desferir tiros a esmo em quem se encontrava dento
da Bataclan. Muitos dos presentes conseguiram fugir, mas cerca de oitenta pessoas
continuaram como reféns dentro da casa de shows. Ao mesmo tempo, uma terceira
explosão ocorria perto do Stade de France. Das 22h do dia 13 até a primeira hora do dia
14 de novembro, o terror dos ataques tomou conta da cidade. A casa Bataclan, ao contrário
dos muitos cenários de diversão que já oferecera aos seus espectadores, tornou-se
naquela madrugada um cenário de carnificina. Quando se viram cercados pela polícia, os
terroristas acionaram as bombas que traziam em seu corpo e vitimaram mais de 80
pessoas. No total, 129 mortes foram confirmadas.
É importante ressaltar que Coulibaly comprou as armas que usou em seu atentado em um
bairro de Bruxelas chamado de Molenbeek. Foi nesse bairro que viveram dois dos
terroristas envolvidos no atentado de 13 de novembro. A polícia suspeita que um oitavo
terrorista, chamado Salah Abdslam, irmão de dois dos envolvidos, tenha se refugiado
nesse mesmo lugar. Alguns especialistas em contraterrorismo acreditam que esse lugar da
capital belga seja um dos maiores redutos de conexões terroristas, sobretudo vinculadas
às bases da Síria e do Iraque, como o Estado Islâmico.
Não é exagero dizer que, para eles, trata-se de uma guerra civilizacional. Para tanto, não
perdem a oportunidade de se valerem de trechos do Corão para validar seu ponto de vista
tortuoso e absurdo, como o trecho da quinquagésima sura, intitulada Al-Harsh, que serviu
como epígrafe para a carta a que nos referimos: Alá (ta'ala) disse: Eles pensaram que suas
fortalezas iriam defendê-los de Alá, mas Alá veio sobre eles de onde eles não esperavam,
e infundiu o terror em seus corações para que eles destruíssem suas casas através de suas
próprias mãos e pelas mãos dos fiéis. Então fiquem avisados, ó povo de visão. (Al-Hashr:
2).
Vestibular
Estes atentados certamente gerarão repercussões tremendas nos próximos anos e, com
grande probabilidade, poderão ser temas de vestibulares e do ENEM de 2016. A crise dos
refugiados na Europa, gerada a partir da recepção da massa de imigrantes muçulmanos
vindos da Síria, e de países do norte da África, se agravará ainda mais depois destes
atentados, o que pode torná-lo um tema adjacente a este, haja vista que há a suspeita de
que, entre estes imigrantes, possa haver mais células de terroristas – seja do Estado
Islâmico ou de qualquer outra organização. Isto faz com que as já volumosas posturas
xenófobas por parte de europeus se intensifiquem ainda mais e dê mais força partidários
da política anti-imigração, como a defendida, na França, pela Frente Nacional Francesa,
comandada por Marine Le Pen.
04. CRISE DA GRÉCIA NO VESTIBULAR E ENEM
Crise econômica da Grécia é assunto constante na editoria Internacional dos jornais em
2015
Além da crise dos refugiados, alguns países da Europa enfrentam dificuldade financeira,
em destaque a Grécia. A crise econômica grega é assunto cotidiano nos noticiários do
mundo e, por isso, pode aparecer em questões de vestibular e Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) que envolvem temas atuais. Mas por que a crise na Grécia é tão noticiada?
O Brasil Escola te ajuda a esclarecer o tema e a se preparar para eventuais questões em
processos seletivos.
A crise econômica na Grécia tem sua origem no gasto público exacerbado, que se tornou
patente a partir de 2001, quando o país adotou o Euro como moeda. A situação piorou com
os gastos para as Olimpíadas de 2004, em Atenas. Segundo dados do Ministério de
Finanças da Grécia, quase 9 bilhões de euros foram gastos nas obras e grande parte desse
recurso foi financiado com empréstimos privados. A expectativa era recuperar o valor
investido com o turismo durante os jogos e com o legado olímpico, mas a Olimpíada
arrecadou bem menos do que esperado, algo em torno de 25% do investimento.
No entanto, desde a década de 1990 os gastos gregos com seguridade social, previdência,
entre outras áreas são vultosos, o que acabou por elevar o valor da dívida a 320 bilhões de
euros. Para cobrir o rombo, o governo grego passou a buscar crédito em organismos de
finanças internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Fato semelhante
aconteceu com o Brasil durante do Governo de Fernando Henrique Cardoso (FCH), quando
foram acordados três empréstimos com órgão.
União Europeia
A Grécia faz parte da União Europeia (U.E) desde 1981, mas somente em 2001 passou a
adotar o Euro como moeda oficial. A união monetária entre os países do bloco
econômico os torna economicamente integrados, ou seja, se a Grécia ou qualquer outro
país da U.E não quita sua dívida, os outros membros terão que arcar com as despesas, em
especial a Alemanha.
Mas será que a Grécia pode sair da União Europeia? De acordo com Rodolfo Ferreira,
mestre em Geografia, é improvável que isso aconteça. “Uma saída da Grécia da União
Europeia seria, economicamente, ruim para os gregos e, politicamente, ruim para o bloco.
Primeiro, porque a Grécia teria que reorganizar toda a sua política monetária em torno de
uma nova moeda. Segundo, porque os demais países da União Europeia que possuem
altas dúvidas, como Portugal e Itália, poderiam seguir o caminho da Grécia, gerando um
efeito cascata”. Por outro lado, Rodolfo comenta que uma saída da Grécia poderia unir
ainda mais os países em torno do Euro, sendo prejudicial somente para o país
mediterrâneo, que representa apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da U.E.
Tsípras
Afinal, quem é esse tal de Tsípras que se ouve tanto? Aléxis Tsípras, político de extrema
esquerda, é o atual primeiro-ministro da Grécia, reeleito em setembro desse ano após
renunciar em agosto. Como assim foi reeleito um mês depois? Tsípras é conhecido por
atitudes incomuns, como se negar a fazer um juramento religioso na sua cerimônia de
posse por se dizer ateu, e renunciou porque, segundo ele, tinha o dever moral de convocar
novas eleições após ser aprovado um novo pacote feito pelos credores europeus para
salvar a economia da Grécia.
Aléxis Tsípras é líder do partido de esquerda Syrisa. Seus discursos e suas ações acentuam
a perspectiva oposta à da política de austeridade alemã, ou seja, de racionalização dos
gastos públicos, corte de verbas para programas sociais e assistencialistas, etc. Além disso,
chamou a atenção a sua retórica pautada na ideia da "justiça histórica", quando disse
publicamente que a Alemanha devia à Grécia cerca de 278 bilhões de euros por conta da
ocupação nazista na década de 1940.
O que será que pode cair no vestibular e Enem sobre a crise na Grécia? Segundo Cláudio
Fernandes, os alunos precisam se atentar para a história econômica recente da Europa,
sobretudo após a queda do muro de Berlim. “Procurar informações sobre a criação
do Euro e da União Europeia, estudar o fato citado por Tsipras sobre a invasão nazista
da Grécia em 1941 e os desdobramentos que isso teve para o país e tomar conhecimento
do 'modus operandi' dos credores da Grécia: FMI, Comissão Europeia e Banco Central
Europeu” - aconselha o professor de História do Brasil Escola.
Já o professor Rodolfo Ferreira acredita que, se a crise da Grécia aparecer no Enem, ela
estará relacionada com a própria crise financeira do capital que a gerou ou com alguma
característica socioespacial e política da Europa, como a formação da União Europeia, as
medidas de austeridade impostas pelo FMI ou a perspectiva da população que não aceita
tais medidas de arrocho financeiro.
Tanto via continente quanto por meio do Mar Mediterrâneo, há medidas de contenção da
imigração de povos muçulmanos
Durante o primeiro semestre de 2015, houve uma grande leva de migrações de povos
muçulmanospara países europeus. Mais de 350.000 pessoas deslocaram-se de países
islâmicos, sobretudo da Síria e da Líbia, em direção à Europa. Os países que mais
receberam esses imigrantes foram a Grécia (com cerca de 235.000 indivíduos) e a Itália
(com cerca de 115.000 indivíduos). Mas o que tem provocado todo esse surto migratório?
Duas são as principais razões para esse fenômeno: 1) a instabilidade política provocada
pelas guerras civis, sobretudo pela guerra civil na Síria e pela atuação da facção
terrorista Estado Islâmico em boa parte do território sírio; 2) a recusa de outros países
muçulmanos, sobretudo os vizinhos da Síria (Líbano, Jordânia e Turquia) e os países do
Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, em receber os refugiados em seu território.
O fato que é as decisões de cada país europeu em aceitar ou não os refugiados geram uma
crise de teor ético e político ao mesmo tempo. Muitas são as indagações levantadas por
especialistas que acompanham esse fluxo migratório. Uma delas diz respeito à capacidade
de países em plena crise econômica, como a Grécia, de acomodar, dar emprego e
assistência social a milhares de refugiados. Outra diz respeito à divergência cultural entre
muçulmanos e europeus, como o uso de regras de conduta específicas para mulheres, o
uso da língua árabe como língua sagrada, o estudo do alcorão e a prática das orações
públicas diárias etc. Há ainda a preocupação com as ligações possíveis que grupos
terroristas, como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, podem estabelecer com indivíduos
infiltrados entre os imigrantes.
De toda forma, a crise dos refugiados muçulmanos está apenas no começo e, como dito,
gera uma situação política e ética muito complexa, que permanecerá sendo discutida pelos
próximos anos.
06. IMINÊNCIA DE CRISE ECONÔMICA NA CHINA
A iminência de crise econômica na China é posta em questão desde a crise dos EUA, em
2008.
China pode desencadear uma crise econômica mundial a partir de 2015 com impacto tão
grande quanto a de 2008
A crise econômica que se fez patente a partir do ano de 2008, que ocasionou a quebra de
uma série de bancos internacionais e exigiu medidas de austeridade financeira para muitos
países dos cinco continentes do globo, teve seu epicentro nabolha imobiliária dos
Estados Unidos e na expansão de crédito que esse país promovia em torno do sistema
de hipotecas dos imóveis vendidos. A razão para isso ter desencadeado uma crise de
grandes proporções está no fato de que, quanto mais crédito (papel-moeda, títulos e crédito
financeiro em geral) é colocado em circulação, mais lastro real ele precisa ter.
Acontece que o lastro real é o que o país produz, sua receita, isto é, os valores reais
advindos do trabalho da população, das respectivas poupanças e da arrecadação feita pelo
Estado. Quando o nível de crédito é muito superior a esse lastro real, ocorrem as crises –
haja vista que não se consegue honrar as amplas dívidas contraídas. Países de
grandíssima influência financeira internacional, como os EUA e a China, quando
apresentam exorbitância no fornecimento de crédito, com o passar dos anos, podem
comprometer todo o sistema financeiro que está a eles atrelado.
Durante a crise de 2008, a China foi um dos poucos países que não demonstraram, à
época, sinais de instabilidade. Isso ocorreu por causa dos ajustes que eram feitos com
a expansão de crédito, expansão essa feita, sobretudo, para fomentar o setor da
construção civil. Desde a década de 1990, a China vem sofrendo um enorme processo
de êxodo rural e, ao mesmo tempo, vem apostando na ampliação dos cenários urbanos. O
problema é que o preço dos imóveis vem sofrendo progressivos picos inflacionários e as
medidas de expansão creditícia não estão mais dando conta de camuflar essa situação,
como afirmou o ex-congressista americano David Stockman:
“a China é uma nação que, em decorrência de uma monumental bolha de crédito, incorreu
em uma insana mania especulativa direcionada majoritariamente para a construção civil.
As implicações desse endividamento (todo crédito é um endividamento) e dessa
especulação imobiliária estão sendo resolutamente ignoradas por analistas que ainda estão
iludidos pela noção de que a China criou um modelo econômico singular chamado
'capitalismo vermelho.'” [1]
Esse acontecimento tem uma relevância notória (e, por isso mesmo, vem sendo
amplamente noticiado na imprensa internacional) exatamente por terem sido publicamente
declaradas as intenções de reaproximação. Contudo, a história da relação entre Cuba e
EUA, desde os anos 1960 até agora, é marcada por várias contradições, tanto de um lado
quanto de outro. As contradições começam logo com as investidas revolucionárias do grupo
liderado por Fidel Castro, na década de 1950, contra o governo de Fulgêncio Baptista.
Há já um longo debate historiográfico que esmiúça, nesse contexto, a participação dos EUA
tanto em apoio às forças de Baptista quanto em eventuais auxílios aos guerrilheiros.
Com a queda do bloco soviético em 1989 e as reformas estruturais na Rússia e nos demais
países, as relações entre Estados Unidos e Cuba passaram a tomar outro rumo. Cuba foi
submetida à pressão de embargos econômicos na forma de duas leis principais: A Lei
Torricelli, de 1992, e a Lei Helms-Burton, de 1996. Essas leis dificultavam a articulação
econômica de empresas que tinham ou queriam estabelecer negócios em Cuba, já que
esse país não contava mais com o auxílio soviético. Além disso, há ainda a posição dos
emigrados cubanos que vivem nos EUA. Essa comunidade cubano-americana possui
opiniões bastantes diversas e contundentes com relação aos embargos. Enquanto uns
apoiam o seu fim, outros defendem a sua manutenção como forma de pressão para a ruína
do regime instalado pelos Castro.
A partir dos anos 2000, houve uma maior flexibilidade com relação às parcerias econômicas
entre Cuba e diversos outros países, incluindo o Brasil e os EUA. Recentemente, o
financiamento do Porto de Mariel em Cuba pelo governo brasileiro repercutiu
enormemente, sobretudo por conta de acusações em torno da obscuridade na prestação
de contas de tal empreendimento. Mas o fato é que Cuba tem buscado manter-se “de pé”
politicamente, segurando a moldura de um regime autoritário, ao mesmo tempo em que se
articula economicamente como pode e com quem pode. Arenúncia de Fidel Castro trouxe
mais uma reviravolta a esse cenário, e seu irmão, que sempre foi considerado mais radical
e mais ligado ao núcleo duro das Forças Armadas cubanas, vem demostrando,
contraditoriamente, essa perspectiva de abertura. Essa postura talvez seja influenciada por
uma articulação política que leva em conta a idade avançada tanto de Fidel quanto do
próprio Raúl Castro e dos demais membros da elite dirigente de Cuba. O regime precisará
ser reformado nos próximos anos; e ao que tudo indica, Raúl Castro deve estar preparando
uma nova elite para isso, como acentua o pesquisador Maurício Santoro, no trecho a seguir:
“Expectativas moderadas e uma clara noção dos limites do possível podem levar à melhoria
expressiva das relações entre Estados Unidos e Cuba, abrindo possibilidades positivas
para o futuro imprevisível após a morte dos irmãos Castro. A ausência de uma figura pública
com legitimidade comparável à dos líderes revolucionários pode criar um perigoso vácuo
político, com o risco de disputas violentas pelo poder. Nesse contexto, faz sentido que
Washington aposte na construção de vínculos de confiança com altos funcionários do
governo cubano, nas esferas diplomática, militar e econômica, que seriam de grande valia
num cenário turbulento como esse.” (SANTORO, Maurício.Cuba após a Guerra Fria:
mudanças econômicas, nova agenda diplomática e o limitado diálogo com os EUA. Rev.
bras. polít. int., Brasília, v. 53, n. 1, July, 2010. p. 138)
As epidemias de dengue não são novidades no nosso país. Desde o século XIX, todos os
anos, principalmente no verão, quando os fatores climáticos favorecem a reprodução do
mosquito, observa-se um crescente aumento no número de casos dessa doença. Em razão
da grande quantidade de afetados e de mortos, a dengue é considerada um problema
grave de saúde pública.
Após ter contraído o vírus, este pode ficar em média de 5 a 6 dias incubado. Após esse
período, a dengue pode apresentar-se de forma assintomática ou não. Quando apresenta
sintomas, estes podem ser brandos ou graves com evolução até mesmo para a morte.
Desde 2014 adota-se uma nova classificação para a dengue, em substituição aos termos
clássicos, como febre hemorrágica da dengue, síndrome do choque da dengue e dengue
com complicações. Atualmente, de acordo com os sintomas apresentados, podemos
classificar o quadro em: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
As principais manifestações clínicas da dengue são febre superior a 39°C, com início súbito,
e dores na cabeça, nos músculos, nas articulações e na região atrás dos olhos (retro-
orbital). Além disso, vômitos, enjoo, anorexia, coceira e erupções cutâneas podem ocorrer.
Apesar de ser conhecida por vários anos, a dengue é uma doença sem tratamento
específico, e a terapia volta-se apenas para a redução dos sintomas. A principal
recomendação para garantir uma recuperação adequada é a ingestão de grande
quantidade de água e a hidratação venosa em casos mais graves.
Assim como não existe tratamento específico, maneiras totalmente eficazes de prevenção
são inexistentes. Em alguns lugares, é possível encontrar à venda uma “vacina contra
dengue”, entretanto, é fundamental informar que a vacina está em fase de estudos, logo
não está disponível para uso e comercialização.
Desde o ano de 2011 os países muçulmanos, tanto do Oriente Médio quanto do norte da
África, vêm sofrendo levas de transformações políticas importantes. Com a
chamada Primavera Árabe, alguns líderes desses países sucumbiram, como os
presidentes da Líbia e do Egito. Grande parte dos rebeldes que atuaram durante os
levantes de 2011 também tinha apoio da Irmandade Muçulmana, organização jhadista
internacional que financia grupos terroristas e defende o emprego da Sharia, “Lei islâmica”.
A Síria, governada por Bashar Al-Assad, possui um longo histórico de guerras civis
desencadeadas contra rebeldes. Desde 2011 que sua situação interna piorou, sobretudo
em virtude da guerra travada contra rebeldes que tentam derrubar Assad do poder.
Rebeldes esses que, inclusive, receberam auxílio de países como os EUA (Para mais
informações sobre isso, consultar este link:Conflitos na Síria e intervenção dos EUA).
Paralelamente à situação da Síria, houve a sistemática retirada das tropas americanas da
região do Iraque, que lá estavam desde a guerra desencadeada em 2003. Foi nesse
contexto que o Estado Islâmico – antes conhecido como Estado Islâmico no Iraque e na
Síria – passou a ganhar espaço.
Além dos exércitos iraquiano e sírio, combatentes curdos também resistem contra o
avanço do Estado Islâmico. A cidade síria de Kabane, que fica na fronteira com a Turquia,
é o centro da resistência curda. A posição estratégica dessa cidade atrai os jihadistas. Em
2014, milhares de curdos que viviam em Kabane cruzaram a fronteira e refugiram-se em
solo turco. Desde então a situação dessa cidade vem ficando cada vez mais delicada, pois
os suprimentos e os armamentos da resistência curda estão se escasseando.
Além disso, a presença do Estado Islâmico em Kabane tem suscitado uma enorme
polêmica em torno da posição da Turquia em relação ao grupo jihadista. Desde que foi
anunciada a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a
Turquia faz parte, de auxiliar os EUA no combate ao Estado Islâmico, os turcos têm se
mantido reticentes e ambivalentes em vários pontos. Em setembro de 2014, o Estado
Islâmico libertou 49 reféns turcos (que haviam sido sequestrados em Mossul, Iraque),
trocando-os por 50 de seus membros, que haviam sido capturados. Entretanto, a Turquia
possui conflitos históricos com os curdos e com os sírios e teme que, se der apoio militar a
esses dois povos na luta contra o Estado Islâmico, poderá, posteriormente, ficar vulnerável
as esses inimigos históricos. Por outro lado, a Turquia também reclama da falta de
repercussão internacional que sua recepção aos refugidos curdos teve.
O general Humberto de Alencar Castelo Branco foi o primeiro presidente militar após o
Golpe de 1964*
No dia 31 de março de 2014 completaram-se 50 anos do Golpe Militar que o Brasil sofreu
em 1964. Este acontecimento foi relembrado por pessoas que o testemunharam e revisado
por historiadores e jornalistas com o intuito de reavaliar as versões sobre o Golpe, com
base em novas documentações. O Golpe de 1964, denominado por seus autores como
“Revolução”, tinha, inicialmente, uma proposta de reorganização das instituições políticas
e da economia brasileira. Mas o regime militar acabou permanecendo no poder por mais
tempo do que se planejou e se tornando progressivamente mais autoritário.
O primeiro dos presidentes militares, o general Humberto de Alencar Castelo Branco, foi
eleito em 15 de abril de 1964 por meio de uma eleição indireta de membros do Congresso
Nacional, garantida pelo Ato Institucional Nº1 (AI-1). Castelo Branco e a chamada ala
“castelista” do Golpe Militar intencionavam garantir a volta à democracia até o ano de 1966
– ano em que terminaria, oficialmente, o mandato de Jânio Quadros (e do vice João
Goulart). Entretanto, já em 1964, a repressão, que os golpistas pretendiam que fosse
momentânea e “cirúrgica”, já se mostrava ostensiva. Três governadores de estado foram
depostos, Miguel Arraes (Pernambuco), Seixas Dória (Sergipe) e Mauro Borges (Goiás).
Leonel Brizola, cunhado do presidente João Goulart – que havia se exilado no Uruguai –,
que na época era governador do Rio Grande do Sul, tentou uma resistência militar ao Golpe,
mas não obteve sucesso e também saiu do país, rumo ao Uruguai.
Nos três anos que seguiram ao Golpe, Castelo Branco procurou, de fato, reorganizar o país
e prepará-lo para a volta dos civis ao poder, por meio de eleições diretas. Inclusive,
inicialmente obteve apoio de líderes civis como Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. No
entanto, em 1968, um segundo militar sucedeu Castelo na chefia do país, o general Costa
e Silva, partidário da “linha dura” do regime militar. Neste mesmo ano, em 13 de dezembro,
foi decretado o Ato Institucional nº5 (AI-5), que dissolvia o Congresso Nacional,
engrossava ainda mais a repressão e restringia completamente a liberdade individual.
Alguns historiadores denominam esta manobra do AI-5 como um “golpe dentro do Golpe”.
A partir de então, os militares exerceram o poder com viés arbitrário e autoritário até 1979.
Nestes onze anos (1968-1979), a “linha dura” dos militares caracterizou-se pela censura,
práticas de tortura, prisões arbitrárias e mortes de centenas de pessoas. Ao mesmo tempo,
neste mesmo período, os grupos revolucionários de orientação comunista organizaram a
luta armada, urbana e rural, de viés guerrilheiro e com programa de tomada do poder por
vias também golpistas e não democráticas. A luta armada, segundo historiadores como
Marco Antônio Villa, acirrou ainda mais a repressão militar no período referido.
A Petrobras foi alvo de investimentos do regime militar, que teve uma concepção nacional-
desenvolvimentista da economia **
A Venezuela verificou no mês de fevereiro de 2014 uma série de protestos que tomou as
ruas de várias cidades do país, contando com milhares de pessoas, de oposição e de apoio
ao governo do presidente Nicolás Maduro. Houve ainda a construção de barricadas em
diversas localidades, que impediam o deslocamento de pessoas e veículos, além de haver
ataques a prédios públicos.
Choques entre manifestantes de ambos os lados, como também choques com as forças
policiais, apresentaram números de mortos que variam de acordo com a origem das fontes.
Porém, com o passar dos dias, as manifestações voltaram-se contra a situação econômica
do país, marcada pela falta de bens de consumo individuais e por uma inflação que
alcançou o patamar de 56% em 2013. As manifestações passaram então a se direcionar
também contra o presidente Nicolás Maduro, sendo que setores da oposição levantaram a
bandeira “La salida” (a saída do presidente), principalmente através do líder oposicionista
Leopoldo López, que acabou sendo preso no dia 18 de fevereiro.
Eventos tão recentes na história não são tão utilizados como temas para os vestibulares.
Entretanto, o que ocorre na Venezuela em 2014 é resultado das mudanças implementadas
no país desde a eleição de Hugo Chávez (1954-2013) para a presidência da República,
em 1998.
Revolução Bolivariana
Ao assumir o cargo no ano seguinte, Chávez iniciou o que ele próprio denominou de
Revolução Bolivariana, pretendendo construir com essa revolução o chamado socialismo
do século XXI. Nicolás Maduro assumiu o poder em 2013, após ser indicado como sucessor
pelo próprio Chavéz e ser eleito em abril do mesmo ano.
Como não é difícil perceber, tal processo intensificou as tensões sociais no país,
principalmente pelo fato de Chávez declarar o interesse em acabar com os privilégios das
classes dominantes da Venezuela, buscando governar para os mais pobres.
Essa postura dos governos dos EUA teria levado o país a aliar-se aos opositores da
Revolução Bolivariana na Venezuela, principalmente os grandes empresários, partidos
políticos de direita, os grandes grupos de comunicações e setores do exército. Essa aliança
teria resultado em 2002 em um golpe de Estado que depôs por algumas horas Hugo
Chavéz. Em seu lugar, Pedro Carmona, presidente da FEDECÁMARAS (principal
conglomerado empresarial do país), pronunciou-se como presidente do país,
com apoio dos EUA.
Entretanto, a manifestação popular nas ruas do país levou Chavéz novamente ao poder.
Dois anos depois, um reverendo confirmou seu mandato presidencial. Em 2006, Chavéz foi
reeleito presidente da República. A oposição que se coloca contra Nicoláz Maduro em 2014
esteve envolvida com o golpe de Estado de 2002, inclusive Leopoldo López.
Situação Atual
É por esses motivos que os defensores do presidente Nicoláz Maduro apontam que o
crescimento das manifestações em 2014 está relacionado com uma tentativa de novo
golpe, já que os opositores do presidente estariam esperando que as dificuldades
econômicas e sociais pelas quais passa o país criassem as condições propícias para pôr
fim à Revolução Bolivariana. As denúncias de limitação à atividade da imprensa, do
aumento da criminalidade e dos problemas de abastecimento seriam decorrentes das
políticas adotadas nos 15 anos de chavismo. A aproximação com Cuba levou os opositores
de Maduro a afirmarem que há uma ditadura nos moldes cubanos no país.
A imprensa internacional, principalmente a dos EUA, estaria também criando uma imagem
de instabilidade política e social no país para assim legitimar uma intervenção internacional
caso a situação se torne ainda mais caótica.
Como em 1992, parte da juventude brasileira pintou o rosto com as cores da bandeira para
fazer suas reivindicações.
No primeiro semestre de 2013, uma série demanifestações populares ocorreu nas ruas
de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a
redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um
número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial
aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos
de livre manifestação.
Em virtude da grande repercussão que essas manifestações alcançaram nas ruas e nos
meios de comunicação de massa, é possível que elas sejam utilizadas como ponto de
partida para avaliar o vestibulando, possivelmente testando seus conhecimentos em
relação a outras grandes manifestações que ocorreram na história do Brasil. E isso pode
ocorrer tanto nas provas de história quanto nas redações dos vestibulares e do Enem.
Fazendo uma retrospectiva histórica, podemos perceber na história brasileira que algumas
manifestações conseguiram alcançar seus objetivos após reunirem milhares de pessoas.
Na década de 1960, o conturbado contexto político também gerou manifestações nas ruas.
Durante o governo de João Goulart, havia uma intensa polarização política no Brasil entre
os que apoiavam seu mandato de presidente e os que lutavam por sua saída. O estopim
para o fim de seu governo ocorreu no mês de março de 1964. Após a realização de um
comício na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde aproximadamente 150 mil
pessoas escutavam o presidente e seus apoiadores a defender as Reformas de Base, as
forças políticas ligadas aos setores conservadores da sociedade iniciaram uma série de
manifestações contra o presidente.
Essas manifestações eram denominadas como “Marcha da Família, com Deus, pela
Liberdade” e levaram às ruas centenas de milhares de pessoas que se opunham ao
pretenso comunismo de João Goulart. Na verdade, elas opunham-se às reformas que
poderiam ter subtraído parte do poder econômico das classes dominantes do país. Essas
marchas foram o argumento necessário aos militares para derrubarem o presidente,
afirmando ter apoio popular para isso. Esse é um exemplo de uma manifestação que
contribuiu para que a participação política fosse restrita, abrindo caminho para uma ditadura
militar.
O que interessa salientar neste texto é a atenção que o vestibulando deve ter sobre essa
visita, já que o espaço que ela conseguiu nos meios de comunicação pode servir como
estímulo à sua adoção como tema nos vestibulares.
O estudante deve ficar atento à possibilidade do tema ser tratado tanto nas provas de
história e geografia (como já acontece) quanto nas provas de redação. Neste último
aspecto, é possível que as redações de alguns vestibulares utilizem a notícia da visita de
Yoani Sánchez ao Brasil como ponto de partida para se debater a liberdade de expressão
e as restrições a esta liberdade, além do momento histórico pelo qual passa Cuba, marcado
por um lento processo de mudanças do regime iniciado com a Revolução de 1959.
Liberdade de expressão em um contexto histórico de mudança política e econômica de um
país pequeno, mas importante no cenário geopolítico das Américas, é um tema interessante
para se refletir.
Por outro lado, a própria história de Cuba pode ser um conteúdo pedido nas provas, talvez
para comparar o desenvolvimento histórico da ilha com as mudanças atuais. Nesse sentido,
é necessário ao vestibulando estudar, em linhas gerais, quatro períodos da história do
país.
O primeiro é o período colonial, cuja metrópole espanhola explorava a ilha com o objetivo
de produzir principalmente açúcar e tabaco, em grandes latifúndios monocultores utilizando
mão de obra de africanos escravizados.
Esses seriam os motivos pelos quais lutaram os guerrilheiros comandados por Fidel Castro
a partir de meados da década de 1950. Neste momento, temos o terceiro período da
história, inaugurado com a Revolução Cubana de 1959. Inicialmente, o regime tinha um
caráter nacionalista e efetuou nacionalizações de empresas, além de realizar uma reforma
agrária que desagradou os investidores dos EUA. A animosidade dos EUA com a Cuba
revolucionária ocorreria a partir da tentativa de invasão na Baía dos Porcos em 1961, que
resultou na ruptura diplomática entre os dois países. Ao mesmo tempo, Fidel Castro
negociou uma aproximação com a URSS, acirrando os ânimos durante a Guerra Fria. Em
1962, o envio de mísseis soviéticos a Cuba (distante 150 km da costa da Flórida) gerou
a Crise dos Mísseis, que quase ocasionou um conflito nuclear. A partir daí, Cuba foi
expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), distanciou-se dos demais países
americanos e conheceu um embargo econômico dos EUA que se faz sentir até os dias
atuais.
Mas a proximidade com a URSS lhe garantiu uma grande fonte de riqueza, através da
venda aos países soviéticos de seus produtos agrícolas. Com esse dinheiro foi possível
investir em saúde e educação, principalmente, erradicando o analfabetismo e criando um
dos melhores sistemas de saúde do mundo. Mas no âmbito político, o regime manteve a
dominação de um partido único, o Partido Comunista Cubano, que impedia a participação
de opositores.
O quarto período se iniciou com o fim da URSS e, consequentemente, com o fim dos
recursos financeiros que vinham daquele país. O resultado foi uma crise econômica na
década de 1990, que só seria lentamente recuperada através da aproximação com a
Venezuela comandada por Hugo Chávez, a partir de 1998. Com isso, Cuba conseguiu ter
acesso a produtos essenciais à sobrevivência de sua população, como o petróleo. Outra
saída foi a abertura ao investimento estrangeiro no turismo da bela ilha, o que garantiu outra
fonte de recursos.
Foi esse dilema que permeou os protestos e manifestações a favor e contra a presença da
blogueira cubana ao Brasil.
Na América Latina, os setores que são mais atingidos por esse processo são os setores
básicos da economia; siderurgia, mineração e de hidrocarbonetos; e também os serviços
básicos que atendem a população, como: transportes, educação, saúde, comunicação e
bancos.
A Nacionalização na Venezuela
Hugo Chávez
Nacionalizações na Bolívia
O Presidente Evo Morales, logo após assumir a presidência em 2006, iniciou o processo
de nacionalização dos hidrocarbonetos. A Bolívia, um dos países mais pobres da América
Latina, possui a segunda maior reserva de gás natural da América. Em 1º de Maio de 2012,
Evo Morales, iniciou o processo de nacionalização e a YPFB (estatal boliviana de gás e
petróleo) e passou a controlar parte das empresas estrangeiras que realizavam as
extrações no país. O principal alvo do governo foi a estatal brasileira, a Petrobrás, que
responde por cerca de 25% de arrecadação de impostos, produz 100% da gasolina
consumida no país e é a maior empresa da Bolívia. Além da Petrobrás, o governo
nacionalizou a Repsol YPF (Espanha e Argentina) e British Gas e British Petroleum (Reino
Unido).
Tema no Vestibular
As cidades de Altamira e Vitória do Xingu terão grandes áreas inundadas, o que pode
prejudicar os agricultores locais e a população ribeirinha. Por outro lado, a construção da
usina pode ajudar no desenvolvimento econômico da região, com a criação de empregos.
As terras indígenas de Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu serão afetadas
pela diminuição da vazão do rio, causando prejuízos para uma população que depende do
rio para pesca, plantação e transporte. A questão das terras indígenas e o impacto
ambiental são as principais polêmicas que envolvem a construção da usina.
O tema também pode ser cobrado nas provas de redação, o que exige do candidato
bastante informação sobre o contexto da construção da usina. Flávio Henrique Gazzio
afirma que “dificilmente a proposta de redação pedirá para o vestibulando defender
diferentes posicionamentos. Certamente se exigirá a exposição de uma posição fortemente
sustentada por argumentos consistentes”.
PROPOSTA DE MARÇO DE 2015
Água: aprenderemos com a atual crise hídrica?
Há cerca de duas décadas, os ambientalistas têm alertado para o fato de a água doce ser um recurso
escasso em nosso planeta. Neste começo de 2015, o Sudeste do Brasil tem uma clara percepção dessa
realidade, em função da seca que o assola. Outras regiões ou Estados do Brasil, como o Nordeste, já
vivenciam o problema há muito tempo, e até o Amazonas e o Pantanal têm sofrido, esporadicamente,
com a estiagem. Além da questão climática, os especialistas apontam outros culpados para o problema
da falta de água: os governos e os cidadãos de um modo geral. Por isso, muita gente tem dito que um
dos pontos positivos da seca atual é aprendermos com ela e começarmos a tratar com mais cuidado a
água de que dispomos e nossos recursos hídricos. Considerando seus conhecimentos sobre essa
questão e outras análogas, você acha que a sociedade brasileira aprenderá alguma coisa com a atual
crise hídrica? Ou para tanto será necessário que cheguemos a uma situação ainda mais extrema?
Exponha sua opinião numa dissertação argumentativa.
Problemas de gestão
Para entender como alcançamos esse grau de fragilidade hídrica,
não basta olhar para a seca. Como sempre, há um conjunto de
medidas que se somaram para construir o cenário: a gestão da água
feita como se os recursos fossem inesgotáveis, ou seja, como se
sempre fosse possível expandir a captação, a perigosa aproximação
entre oferta e demanda e uma gestão de crise que revelou
fragilidades quando a escassez ficou mais acentuada.
(...)
Opinião popular
A enquete sobre o projeto de lei que trata do Estatuto da Família (PL
6583/13) obteve, desde o dia 11 de fevereiro - quando foi incluída no
portal da Câmara dos Deputados - até quinta-feira passada (22), um
milhão de votos. A enquete questiona se o votante concorda com a
definição de família como o núcleo formado a partir da união entre
homem e mulher, prevista no projeto. Por enquanto, 62,83% dos
participantes votaram a favor; 36,8%, contra; e 0,37% disseram não
ter opinião formada.
Você sabia?
De acordo com um relatório do Serviço Internacional para Aquisição
de Aplicações em Agrobiotecnologia (cuja sigla em inglês é ISAAA), o
Brasil ocupa o segundo lugar no mundo entre os países que mais
cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras.
Perdemos apenas para os Estados Unidos. Atualmente, quase 90%
do milho e da soja plantados no Brasil são transgênicos.
[ISAAA]
Produtos de alto risco
Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são
produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza,
como, por exemplo, arroz com bactéria.Por meio de um ramo de
pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de
agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios
agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas.
As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço alto:
riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos. Diante da crise
climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona
como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de
produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos
das mudanças climáticas sobre a agricultura. Nesse cenário, os
transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem
resistentes a agrotóxicos, ou possuírem propriedades inseticidas, o
uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas
daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a
dose de agrotóxicos ano a ano.
[Greenpeace]
Resistência às mudanças climáticas
O presidente da Monsanto no Brasil aposta que as empresas de
biotecnologia se dedicarão nos próximos anos a criar plantas menos
sensíveis às variações do clima, fazendo com que o aquecimento
global não impeça o aumento da produção de comida. Numa
entrevista à Folha de S. Paulo, ele declarou:“Acho que a importância
da biotecnologia perante as mudanças climáticas vai ficar cada vez
mais clara. Podemos desenvolver plantas com maior tolerância à
seca, maior tolerância a variações de temperatura, germinação
mesmo em condições não ideais. A outra tendência é agregar valor
para o consumidor final. O arroz dourado é um dos maiores exemplos
[geneticamente modificado para ser enriquecido com vitamina A].
[Folha de S. Paulo]
Um outro aspecto da questão
O brasileiro José Graziano, presidente da FAO, o órgão da ONU que
trata de alimentação e agricultura, declarou em entrevista concedida
a uma revista especializada em avicutura industrial: “Os transgênicos
são um avanço científico muito importante para a humanidade
exatamente porque não é tão somente um tema de alimentos. Tende-
se a confundir os transgênicos com as sementes de soja. Este, no
entanto, não é um tema de monopólio das sementes. Há as mais
diversas aplicações para os transgênicos. Estou vindo agora de
Barão Geraldo [distrito do município de Campinas-SP], onde há uma
infestação de dengue. Uma das soluções encontradas para
solucionar o problema é soltar um macho geneticamente modificado
do mosquito Aedes aegypti [vetor da doença] que não procria.”
[Avicultura Industrial]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de junho de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de julho de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Organismos transgênicos: fonte de problemas ou de soluções?
PROPOSTA DE JULHO DE 2015
Intolerância religiosa: regra ou exceção no Brasil?
No mês de junho de 2015, no Rio de Janeiro, uma menina de 11 anos, praticante de Candomblé, foi
apedrejada na cabeça e insultada por dois homens que portavam Bíblias na mão e que supostamente
pertencem a seitas cristãs evangélicas ou neopentecostais. O fato despertou a atenção do público para a
intolerância religiosa na sociedade brasileira. Que o problema existe, é inegável. Mas o Brasil não tem
um histórico de conflitos armados motivados pela religião, como ocorrem no Oriente Médio ou na Índia,
por exemplo, ou como ocorreram historicamente entre católicos e protestantes na Europa. Diante disso,
é o caso de perguntar: que dimensões assume a intolerância religiosa no Brasil? É grande ou pequena?
É explícita ou camuflada? É regra ou exceção? Por quê? Escreva um texto dissertativo-argumentativo
expondo sua visão sobre o tema. Considere na sua argumentação as informações apresentadas na
coletânea.
[UOL Educação]
Cidadania, curiosidade e criatividade
Especialistas discordam da aplicação da militarização em sala de
aula para obter resultados satisfatórios. A professora de história,
especialista em gestão de sistemas educacionais, Pilar Lacerda, diz
que o modelo abre mão da pedagogia ao apelar para a rigidez e a
disciplina militar. "A escola de educação básica é o lugar da formação
de valores, de conhecer e respeitar o outro. Do diálogo e da
construção de normas comuns. Que cidadão está sendo formado
neste modelo militar? A não ser que o jovem queira seguir carreira
militar", argumenta Lacerda.
[UOL Educação]
Nível melhor ou método autoritário?
Considerado um retrocesso por alguns educadores, o sistema que
mantém policiais na direção das escolas está em expansão em
Goiás. Segundo a polícia, o modelo melhora o desempenho dos
alunos (em nove Estados os colégios ficaram em 1o entre as
estaduais no Enem). O Brasil possui atualmente 93 instituições de
ensino da PM. Neste ano, Minas criou mais duas, chegando a 22 –
elas atendem mais de 20 mil alunos. A Bahia, com 13, deve abrir
mais quatro.
[Folha de S. Paulo]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de setembro de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de outubro de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Disciplina, ordem e autoridade favorecem a educação?
PROPOSTA DE OUTUBRO DE 2015
O sucesso vem da escola ou do esforço
individual?
De modo geral, não é segredo para ninguém que a realidade da
educação brasileira enfrenta há muito tempo uma situação
complicada. Não faltam exemplos que evidenciam a baixa
qualidade do ensino no país. No Enem do ano passado, por
exemplo, enquanto 8,5% dos alunos tiraram zero na prova de
redação, a nota máxima foi obtida por apenas 0,004%. Agora, uma
pesquisa acaba de revelar que ao menos um de cada cinco
estudantes do 3º ano do ensino fundamental da escola pública não
atinge níveis mínimos de alfabetização em leitura, escrita e
matemática. No entanto, mesmo diante desse panorama, não é
difícil encontrar casos de sucesso e superação entre os estudantes
brasileiros, como mostram três reportagens publicadas pelo UOL
Educação em setembro, integrantes da coletânea de textos que
informa esta proposta de redação. Levando em conta esses
diferentes fatos, é o caso de se perguntar: o sucesso nos estudos
depende mais do esforço individual do que de escola eficientes,
capacitadas para produzir os resultados que dela se esperam?
Desenvolva uma dissertação argumentativa sobre o tema, expondo
e defendendo o seu ponto de vista sobre essa questão.
Leia as redações avaliadas
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR: