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ATUALIDADES

01. VÍRUS ZIKA E O GRANDE SURTO DE MICROCEFALIA


O vírus Zika e o grande surto de microcefalia apresentam relação direta, sendo
fundamental, portanto, o controle do mosquito que transmite o vírus.

Uma doença recém-chegada no Brasil está deixando todos em alerta, em especial as


grávidas: a Febre por vírus Zika. Essa doença, causada pelo vírus Zika, apesar de, até
então, não estar relacionada com danos graves à saúde, foi relacionada recentemente com
um grave surto demicrocefalia no Brasil.

O vírus Zika é um arbovírus da famíliaFlaviviridae, que assim como a dengue e


achikungunya, é transmitido pelos mosquitos do gênero Aedes, como o Aedes
aegypti. Além dessa forma de contaminação, estudos indicam que a transmissão pode
ocorrer de forma perinatal, sexual e até mesmo transfusional.

O vírus foi descoberto em 1947 em um macaco que vivia na Floresta de Zika, em Uganda
(daí a origem do nome). No Brasil, o vírus foi introduzido em 2014, e as hipóteses mais
aceitas é que ele tenha chegado ao território brasileiro durante a Copa do Mundo desse
mesmo ano.

Após a introdução, o vírus espalhou-se rapidamente por grande parte do Brasil, e a


transmissão autóctone foi confirmada em abril de 2015. Segundo o Boletim Epidemiológico
nº36 de 2015, até a semana epidemiológica 45, autóctone Unidades da Federação já
haviam confirmado a doença com transmissão autóctone.

Ao se contaminar com o vírus Zika, o paciente pode apresentar febre, vômitos, tosse,
dores no corpo, de cabeça, musculares e nas articulações, mal-estar, irritação nos
olhos e manchas no corpo. A doença normalmente tem duração de três a sete dias e
pode ser assintomática em alguns casos.

De uma maneira geral, considera-se que a febre por vírus Zika não causa grandes
complicações, mas, recentemente, observou-se o comprometimento do sistema nervoso
central em alguns casos. Além disso, a infecção pelo vírus Zika foi associada ao
desenvolvimento de microcefalia, uma malformação em que recém-nascidos possuem
perímetro cefálico menor que o normal (menor que 33 cm). Essa malformação está
relacionada com retardo mental em 90% dos casos, além de desencadear
comprometimento da fala, audição e visão, baixo peso e episódios de convulsão.

Apesar de a microcefalia também ser causada por infecções, problemas genéticos, contato
com produtos radioativos e utilização de substâncias químicas, observou-se uma relação
direta entre o vírus Zika e o grande surto em 2015. A suspeita foi levantada após mães de
bebês com microcefalia relatarem que, durante a gestação, apresentaram sintomas da
contaminação por vírus Zika. Em razão do grande número de casos, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) emitiu um alerta em 1º de dezembro de 2015 para que todos os países
ficassem atentos aos casos de febre por vírus Zika em seu território.

Assim como a dengue, a febre por vírus Zika não possui tratamento específico, sendo
recomendado apenas o tratamento de sintomas. O uso de paracetamol ou dipirona pode
ajudar o paciente a diminuir a dor e, em casos de coceiras, pode ser recomendado o uso
de anti-histamínicos. Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico, uma vez que
aumenta os riscos de hemorragias.

Por não ter tratamento nem vacina, a melhor maneira de evitar complicações é
protegendo-se do mosquito que transmite o vírus. As medidas de prevenção da febre
por vírus Zika são as mesmas utilizadas na prevenção contra a dengue e a chikungunya,
isto é, voltam-se para a eliminação de criadouros do mosquito. Além do combate ao
mosquito, as pessoas podem desenvolver algumas proteções individuais, como usar
roupas de manga comprida, telas nas janelas e portas e mosquiteiros. O uso de repelente
também é indicado, mas grávidas podem utilizar apenas repelentes com DEET na
concentração de 10% a 30%.

→ Como esse tema pode ser cobrado em vestibulares e Enem?

Em razão do grande surto de microcefalia em 2015, muitas provas de vestibular e o Enem


devem abordar esse assunto. Esse ponto é bastante importante, pois mostra como a falta
de conhecimento a respeito de uma determinada doença pode causar danos consideráveis
em uma geração.

Diante da importância do tema abordado, é fundamental que o aluno que esteja se


preparando para a prova tenha noções básicas sobre esse grave problema de saúde
pública. É fundamental conhecer as formas de transmissão, compreender a relação entre
o Aedes e a microcefalia, bem como as formas de prevenção. Compreender os assuntos
em destaque em saúde pública pode ajudar bastante no momento da prova, uma vez que
a cada dia as questões apresentam-se mais contextualizadas.

PROPOSTA DE JANEIRO DE 2016


Por que o Brasil não consegue vencer o Aedes aegypti?
Os brasileiros convivem há algumas décadas com um terrível inimigo: o mosquito Aedes aegypti, que
transmite doenças graves: a dengue, a chikungunya e a febre do Zika (cujo vírus, por sua vez, também
tem provocado um grande número de casos de microcefalia). A epidemia parece aumentar ano a ano,
apesar das inúmeras campanhas de conscientização e mutirões de combate aos criadouros dos
mosquitos. Aliás, há ações que podem mesmo se mostrar contraproducentes: por exemplo, a técnica
conhecida como "fumacê", que acaba gerando insetos mais resistentes aos inseticidas e larvicidas. Na
coletânea de textos que informa esta proposta de redação, fica claro que o problema não se deve
exclusivamente ao mosquito. Leia os textos, reflita sobre eles, some a isso os conhecimentos que você
mesmo tem sobre o tema e escreva uma dissertação argumentativa, apresentando quais fatores, na sua
opinião, são os principais responsáveis pela proliferação do Aedes aegypti no Brasil. Diga também como
você acha que eles devem ser combatidos.
Leia as redações avaliadas
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

O mosquito Aedes aegypti pode ser reconhecido pelas manchas


brancas no corpo e nos membros
O Ministério da Saúde adverte
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, admitiu nesta segunda-feira
(30/11/15) que o Brasil não combateu o mosquito Aedes aegypti,
"para vencer" -o que teria levado o país enfrentar uma epidemia de
Zika, febre chikungunya e dengue em 2015, com mais de 1,5 milhão
de casos. Castro participou de uma reunião com prefeitos de
Pernambuco em Gravatá (a 80 km do Recife), Estado com maior
número de casos de microcefalia.
[…]
O ministro ainda deu um puxão de orelha nos gestores
pernambucanos por cobrarem mais recursos. "Não é só falta de
dinheiro, é também má gestão, desvio de recursos, gente
inescrupulosa fazendo miséria com dinheiro público. Nós temos que
ser o máximo eficiente possível para ter moral, para ir à opinião
pública de maneira enfática pedir mais recurso. Mas para isso a
sociedade precisa saber que o seu dinheiro será bem aplicado",
afirmou.
[UOL Ciência e Saúde]
Derrota por 7 X 1
Como podemos destacar o papel do poder público no combate
ao mosquito, já que essa epidemia não é uma coisa nova? Onde
está o erro?
O erro está no modelo de desenvolvimento econômico que o brasil
adotou a 500 anos. Não é um erro do gestor atual, mas deste
processo de desenvolvimento econômico, que privilegia o
crescimento urbano acelerado e desorganizado sem o devido suporte
dos instrumentos necessários para atender a população, como, por
exemplo, coleta regular de resíduos sólidos, fornecimento de água de
modo regular para consumo doméstico e a própria distribuição
geográfica de vários espaços.
No combate ao Aedes aegypti, a educação da população também
é um fator a ser explorado?
Sim, mas não a educação de ensino regular. Veja só, se você andar
pela rua, vai cansar de ver gente jogando latinha fora do lixo.
Enquanto persistir isso, não tem solução. A gente tem que se
conscientizar. O brasileiro tem isso de se apegar a ilusões, só que a
realidade nos confronta. Sabe o jogo do Brasil com a seleção alemã,
o 7 a 1? Então. Nós estamos brincando de controlar o Aedes
aegyptinesses trinta anos que tem dengue no Brasil. Tem todo esse
tempo e nós estamos perdendo de 7 a 1 na luta contra esse
mosquito. Nós estamos usando uma estratégia que não está dando
certo. É claro que uma coisa ou outra, prefeito A ou prefeito B, uma
greve na coleta do lixo, enfim, podem contribuir para a situação. Mas,
para além disso temos que refletir o que está no cerne da questão, se
é que queremos resolver o problema.
[Entrevista do Dr. Rivaldo V. Cunha, diretor da Fiocruz em MS]
Dificuldades do combate
O que é feito para eliminar o mosquito?
A maior parte dos criadouros são encontrados em residências. Por
isso, campanhas de conscientização da população costumam ser
feitas em períodos de chuva. Além disso, agentes sanitários visitam
imóveis para encontrar focos de larvas do inseto e exterminá-las com
larvicidas e inseticidas mais potentes do que os vendidos no
mercado. Entrar em imóveis particulares é um complicador, segundo
o infectologista Kleber Luz, professor do Instituto de Medicina
Tropical do Rio Grande do Norte. Muitos moradores não permitem a
entrada dos funcionários públicos com medo de serem falsos agentes
prontos para um assalto.
É possível erradicar o Aedes aegypti do país?
"Hoje consideramos impossível erradicar o Aedes aegypti. O
programa de erradicação se tornou inviável. A ideia agora é manter a
quantidade de mosquitos a níveis seguros para impedir a transmissão
de doenças", afirma Valle. A bióloga diz que a adoção de fumacês,
por exemplo, gera mosquitos mais resistentes. "Hoje, levamos de 20
a 30 anos para desenvolver um inseticida e, em dois anos, ele perde
sua eficácia por causa do uso abusivo."
O que pode ser feito para reduzir o número de mosquitos?
O país vem buscando usar as novas tecnologias para combater o
mosquito. A maior aposta é o uso de mosquitos Aedes
aegyptitransgênicos, ou seja, cujo genoma é modificado em
laboratório e "pode promover uma população de mosquitos estéreis",
ressalta Arruda, da Sociedade Brasileira de Infectologia.
[UOL Ciência e Saúde]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de janeiro de 2016.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de fevereiro de 2016.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Por que o Brasil não consegue vencer o Aedes aegypti?
02. DESASTRE AMBIENTAL EM MARIANA (MG)
O desastre ambiental em Mariana teve consequências catastróficas para vários
ecossistemas, que, provavelmente, demorarão décadas para se recuperar.

No dia 05 de novembro de 2015, o Brasil presenciou o maior acidente da História com


rejeitos de mineração. O material liberado, além de destruir completamente o distrito de
Bento Rodrigues, avançou por outras regiões do município de Mariana, Minas Gerais,
deixando por onde passava um rastro de prejuízos materiais e ambientais, sem contar as
perdas humanas.

→ O acidente

A barragem de Fundão da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton,
rompeu-se no dia 05 de novembro de 2015 e liberou cerca de 62 milhões de metros
cúbicos de rejeitos de mineração. Inicialmente, acreditava-se que duas barragens
haviam se rompido, entretanto, a mineradora desmentiu o fato dias após o acidente e
explicou que o rompimento de Fundão fez com que a barragem de Santarém
transbordasse.

A lama liberada, que, segundo a Samarco, é formada apenas por óxido de ferro, água e
areia, destruiu uma grande área, desabrigando centenas de pessoas, principalmente no
distrito de Bento Rodrigues. Os rejeitos, além dos danos materiais, provocaram um grande
desastre natural que pode afetar o meio ambiente por décadas.

→ Impactos ambientais

Apesar de, segundo a mineradora Samarco, a lama não ser tóxica, os efeitos dos rejeitos
no meio ambiente são extremamente graves, principalmente em razão da quantidade de
material liberada. De acordo com o Ibama, a quantidade de rejeitos seria capaz de encher
mais de 20 mil piscinas olímpicas.

O primeiro impacto causado pela lama foi observado nos municípios atingidos, que foram
parcialmente cobertos. Essa cobertura, quando secar, pavimentará o local, formando uma
espécie de capa de cimento, onde nada cresce. Além disso, o material possui pouca matéria
orgânica, o que dificultará o surgimento de uma nova vegetação. Nesse local, será
impossível, por exemplo, o desenvolvimento de agricultura. Podem ocorrer ainda
desestruturação química do solo e alteração do pH.

Vale frisar que a grande quantidade de lama demorará anos para secar completamente e,
enquanto isso, nada poderá ser construído ali. Sem resistência para a construção de
casas e sem formas de desenvolvimento de vida, a área tornou-se completamente
inabitável.

A lama também atingiu os rios da região, começando pelo Rio Gualaxo, atingindo o rio
Carmo, até chegar ao Rio Doce, responsável pelo abastecimento de vários municípios. Ao
atingir os rios, a lama tornou a água imprópria para o consumo humano e para a
sobrevivência de várias espécies.

Os rios atingidos tiveram grande perda em biodiversidade. Após o acidente, os peixes,


por exemplo, tiveram suas brânquias obstruídas pela lama, morrendo em consequência da
falta de oxigênio. Além de peixes, outras espécies morreram, tanto macroscópicas quanto
microscópicas, o que significa que, em alguns pontos dos rios atingidos, todo o ecossistema
aquático foi destruído.Segundo alguns biólogos, o rio Doce, por exemplo, precisará de
10 anos para se recuperar do dano causado pelo acidente.

É importante salientar que os rios foram afetados também de outras formas. Além da morte
trágica da vida aquática, a lama pode provocar assoreamento de rios, desvio de cursos
de água, diminuição da profundidade e soterramento de nascentes. A mata ciliar ao
redor dos rios também foi completamente destruída. Com a passagem dos resíduos,
muitas árvores foram arrancadas e algumas espécies vegetais foram completamente
soterradas pela lama.

Como toda a lama que está no rio Doce chegará ao mar, no Espírito Santo, os rejeitos
podem prejudicar também a vida marinha. Estima-se que os efeitos sejam sentidos em
pelo menos três áreas de conservação marinha, como os recifes de corais de Abrolhos,
que se destaca pela grande biodiversidade.

→ Como o acidente em Mariana pode ser cobrado em provas?

Estão cada vez mais comuns em provas de Enem e vestibulares questões sobre o meio
ambiente, sendo amplamente cobrados os impactos ambientais decorrentes do
desenvolvimento humano. Assim sendo, é importante entender os problemas gerados pela
falta de fiscalização de grandes obras, a falta de planejamento em caso de acidentes, os
efeitos negativos desses acidentes para o meio ambiente e quais medidas podem ser
tomadas para reverter, mesmo que parcialmente, a situação.

No caso de Mariana (MG), é importante entender como esse acidente afetou diferentes
ecossistemas e que todas as nossas ações causam impactos não somente locais. Entre os
pontos que merecem destaque, podem ser citados os efeitos dos rejeitos na cadeia
alimentar e os problemas desencadeados pelo assoreamento de rios e soterramento de
nascentes.

PROPOSTA DE DEZEMBRO DE 2015


Mariana: fatalidade ou negligência?
No dia 5 de novembro passado, o rompimento de uma barragem de rejeitos da
mineradora Samarco em Mariana (MG) provocou o que já pode ser considerado o maior
desastre ambiental da história do Brasil. Na verdade, as consequências catastróficas do
problema não se limitaram à região mineira onde o fato ocorreu, mas se estenderam por
centenas de quilômetros, atingindo até o oceano Atlântico, no litoral do Espírito Santo.
Contudo, até o momento pouco se sabe sobre as causas do acidente, que ainda não
foram esclarecidas. Na coletânea de textos que compõe essa proposta de redação, você
encontrará várias informações sobre a tragédia. Com base nesses textos, faça uma
reflexão sobre o assunto e redija uma dissertação argumentativa, dizendo se o
acontecimento pode ser considerado uma inexorável fatalidade ou ele poderia ter sido
evitado, caso não houvesse negligência por parte dos envolvidos na atividade
mineradora e na sua fiscalização. Justifique suas opiniões, defendendo seu ponto de
vista.

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Onda de lama invade o rio Doce na cidade de Resplendor (MG)


Comunicado n. 2 da Samarco
As barragens da Samarco são compostas por quatro estruturas: barragens de Germano,
Fundão, Santarém e Cava de Germano. Todas possuem Licenças de Operação concedidas
pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) – órgão que, nos
recorrentes processos de fiscalização, atesta o comportamento e a integridade das
estruturas. A última fiscalização ocorreu em julho de 2015 e indicou que as barragens
encontravam-se em totais condições de segurança. A Samarco também realiza inspeções
próprias, conforme Lei Federal de Segurança de Barragens, e conta com equipe de
operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação, de forma imediata, de
qualquer anormalidade.
[Samarco]
Perguntas sem respostas
Duas semanas após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério em Mariana
(MG) ainda sobram perguntas sobre os responsáveis pelo que já é considerado o maior
desastre ambiental do Brasil e a dimensão dos custos para lidar com suas consequências.
A Samarco, empresa que opera o complexo de barragens na região, e suas acionistas, a
brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, têm anunciado medidas de emergência
para atender as populações locais e tentar reparar os já inúmeros danos ao meio ambiente.
No entanto, faltam esclarecimentos sobre como avançam as investigações que vão
determinar as razões do desastre. Entre as 48 notas publicadas pela mineradora Samarco
em sua página oficial, apenas duas mencionam "investigações e estudos" sobre as causas
do rompimento da barragem de Fundão.
[BBC Brasil]
Degradação democratizada
O evento de Mariana serviu para mostrar a negligência e a inoperância dos órgãos
governamentais frente aos eventos desta natureza. Mesmo para quem não tem formação
técnica, um simples passeio pela região mineradora e siderúrgica de Minas Gerais mostra
a degradação ambiental em todas suas formas: uma forte contaminação atmosférica
associada a um passivo ambiental visível nos solos e águas, onde a fiscalização pelos
órgãos governamentais (DNPM e FEAM) fica muito aquém do esperado. Nestas regiões a
riqueza é para poucos, enquanto que a degradação ambiental é democratizada. Se as
Normas Reguladoras da Mineração estivessem sendo seguidas na sua totalidade pela
Samarco, este evento não deveria ter ocorrido. Quando o mar de lama desceu como uma
avalanche para atingir o rio Doce, levando tudo no seu caminho, o governo descobriu que
não sabia como agir, e começou o festival de barbaridades que não deve terminar tão cedo.
Ibama, Ministério Público Federal e Estadual, agências ambientais estaduais,
concessionárias de água, aventureiros, cada um falando sua linguagem própria. Afinal, qual
era mesmo o material contaminante?
[Instituto de Química da Unicamp, Wilson de Figueiredo Jardim]
A tragédia de Mariana
O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, garante que a empresa cumpriu todas
as exigências do programa de emergência aprovado pela prefeitura de Mariana e de outros
órgãos que fiscalizam a atividade mineradora. As investigações verificarão se isso é certo.
Mas desde já está claro que algumas questões intrigantes devem ser esclarecidas. A
primeira, que deixou atônitos os que escaparam da tragédia, foi a forma como a população
ameaçada foi alertada. Não por um sistema de sirene, mas por telefone, um instrumento
limitado para tal emergência. A segunda é a existência de um estudo, feito há dois anos a
pedido do Ministério Público Estadual, que alertava para o risco de rompimento das
barragens de Fundão e Santarém. Segundo o promotor de Meio Ambiente Carlos Eduardo
Ferreira Pinto, esse estudo foi entregue à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e à
Samarco e, por isso, ele quer saber de ambas se alguma medida preventiva foi tomada
com base nele. (...) Como mostra reportagem do Estado, 24 das 14.966 barragens
catalogadas pela Agência Nacional de águas (ANA) são consideradas de alto risco pelo
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). As probabilidades de novos
acidentes é, portanto, bastante elevada, principalmente se se levar em conta que as
barragens Fundão e Santarém eram consideradas de baixo risco.
[Jornal O Estado de S. Paulo]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de dezembro de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de janeiro de 2016.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma
dissertação sobre o tema Mariana: fatalidade ou negligência?
03. ATENTADOS DE 13 DE NOVEMBRO EM PARIS
Os Atentados de 13 de novembro em Paris foram efetuados por 8 membros do grupo
terrorista Estado Islâmico, e resultaram na morte de 129 pessoas.

a noite de 13 de novembro de 2015, a cidade deParis, capital da França, sofreu um dos


mais expressivos atentados terroristas da história da Europa, o qual deixou 129 mortos e
cerca de 350 feridos. Esse atentado caracterizou-se por ataques feitos em vários pontos da
capital francesa, perpetrados por pelo menos oito terroristas vinculados ao
grupo Estado Islâmico, que reivindicou a autoria do massacre por meio de uma carta que
analisaremos mais adiante.

O primeiro ataque ocorreu às 21h16min, nas imediações do Stade de France (o estádio de


futebol que foi palco da abertura e do fim da Copa do Mundo de 1998), quando um homem-
bomba acionou um cinto com explosivos. A explosão pôde ser ouvida no interior do estádio,
onde se encontrava, entre os espectadores, o presidente da França, François Holland,
que assistia ao jogo em que as seleções francesa e alemã disputavam. Em seguida, houve
o primeiro fuzilamento da noite, por volta de 21h20min, nas ruas Bichat eAlibert. Os
terroristas estavam munidos de metralhadoras e fuzis modelo AK-47. Os alvos foram
pessoas que estavam nas áreas externas do café Le Carillon e no interior do
restaurante Le Petit Cambodge. Os suspeitos fugiram em carro (segundo testemunha)
com placa da Bélgica, deixando dezenas de mortos e feridos nesses locais.

Por volta das 21h30min, houve uma segunda explosão perto do Stade de France – outro
homem-bomba se matara. Dessa vez, sabia-se que se tratava de um ataque terrorista. O
presidente da França foi retirado do estádio e, com o fim da partida, os milhares de
espectadores presentes foram para o centro do campo para resguardar-se e saber mais
informações a respeito do que estava ocorrendo na cidade. Mais ou menos nesse mesmo
horário outros fuzilamentos ocorreram nas ruas Fontaine-au-Roi e Charonne, atingindo
pessoas que estavam presentes nos restaurantes La Casa Nostra e La Belle Équipe, o
que atingiu mais dezenas de vítimas.

Por volta das 21h45min, a casa de espetáculos Bataclan, que recebia uma banda de rock
americana, foi invadida por quatro terroristas armados com fuzis, metralhadoras e bombas.
Os terroristas começaram a desferir tiros a esmo em quem se encontrava dento
da Bataclan. Muitos dos presentes conseguiram fugir, mas cerca de oitenta pessoas
continuaram como reféns dentro da casa de shows. Ao mesmo tempo, uma terceira
explosão ocorria perto do Stade de France. Das 22h do dia 13 até a primeira hora do dia
14 de novembro, o terror dos ataques tomou conta da cidade. A casa Bataclan, ao contrário
dos muitos cenários de diversão que já oferecera aos seus espectadores, tornou-se
naquela madrugada um cenário de carnificina. Quando se viram cercados pela polícia, os
terroristas acionaram as bombas que traziam em seu corpo e vitimaram mais de 80
pessoas. No total, 129 mortes foram confirmadas.

Esses ataques ocorreram dez meses após o massacre de 07 de janeiro, ocorrido na


redação do jornal satírico Charlie Hebdo, também situado em Paris. Esse ataque ao jornal
foi efetuado pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, que mataram 12 pessoas – entre elas os
principais membros da equipe do Charlie Hebdo. Os irmãos Kouachi estavam vinculados
ao ramo da Al-Qaeda do Iêmen e suas ações contra o jornal foram diretamente associadas
às sátiras que os cartunistas faziam com a figura do profeta Maomé. No mesmo dia (07 de
janeiro), Amedy Coulibaly, um francês muçulmano, matou um policial na região periférica
de Paris chamada Montrouge; depois seguiu para um supermercado onde matou mais
quatro pessoas. Em seguida, foi morto pela polícia. Alguns dias depois, descobriu-se que
Coulibaly era membro do Estado Islâmico, o mesmo grupo que elaborou e executou os
atentados do dia 13 de novembro.

É importante ressaltar que Coulibaly comprou as armas que usou em seu atentado em um
bairro de Bruxelas chamado de Molenbeek. Foi nesse bairro que viveram dois dos
terroristas envolvidos no atentado de 13 de novembro. A polícia suspeita que um oitavo
terrorista, chamado Salah Abdslam, irmão de dois dos envolvidos, tenha se refugiado
nesse mesmo lugar. Alguns especialistas em contraterrorismo acreditam que esse lugar da
capital belga seja um dos maiores redutos de conexões terroristas, sobretudo vinculadas
às bases da Síria e do Iraque, como o Estado Islâmico.

O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu o atentado de 13 de novembro

Outro ponto importante a se ressaltar é o teor antiocidental das declarações do Estado


Islâmico, que transparecem em documentos como a carta em que é assumida a autoria do
atentado em Paris. Há constantes referências aos europeus não apenas como “pagãos” e
“infiéis”, mas sobretudo como “cruzados”, isto é, uma referência ao símbolo da reconquista
europeia dos territórios que foram ocupados pelos muçulmanos nos séculos VII e VIII. Essa
reconquista foi empreendida pelas primeiras Cruzadas cristãs. Vejamos o trecho seguinte
da referida carta:

E assim oito irmãos equipados com cintos de explosivos e armas de


fogo atacaram precisamente os alvos escolhidos no centro da capital
da França. Esses alvos incluíram o Stade de France durante uma
partida de futebol — entre os times da Alemanha e França, ambas
nações cruzadas — na qual compareceu o imbecil da França
(François Hollande), o Bataclan, onde centenas de pagãos se
reuniram em uma festa idólatra e perversa. Ocorreram também
ataques simultâneos a outros alvos no 10º, 11º e 18º distritos. Paris
tremeu sob os pés de seus cruzados, e suas ruas tornaram-se
estreitas para eles. O resultado dos ataques é nada menos que 200
cruzados mortos e muitos feridos. Todo louvor e o mérito pertencem
a Alá.
A referência aos “cruzados” acentua o teor de ódio à religião que moldou a civilização
ocidental, o cristianismo, que tem como símbolo máximo a Cruz; símbolo esse que estava
estampado no peito dos cruzados medievais. Sabemos que o Estado Islâmico elimina
sistematicamente os cristãos que encontram pela frente nos territórios da Síria e do Iraque.
A “guerra santa” por eles promovida não é revestida de um discurso como o da Al-
Qaeda – do qual eles surgiram –, que condena o Ocidente pela intervenção no Oriente
Médio e por seu alto desenvolvimento econômico e tecnológico. O Estado Islâmico não tem
apenas ressentimento com relação à opulência de nações como os Estados Unidos, mas
deixa claro que estão combatendo um modelo de civilização pautado na tradição cristã e a
liberdade que tal modelo proporcionou ao Ocidente – liberdade essa que tem por
característica até permitir que se negue ou rejeite essa crença – como ocorreu a partir do
século XVIII iluminista.

Não é exagero dizer que, para eles, trata-se de uma guerra civilizacional. Para tanto, não
perdem a oportunidade de se valerem de trechos do Corão para validar seu ponto de vista
tortuoso e absurdo, como o trecho da quinquagésima sura, intitulada Al-Harsh, que serviu
como epígrafe para a carta a que nos referimos: Alá (ta'ala) disse: Eles pensaram que suas
fortalezas iriam defendê-los de Alá, mas Alá veio sobre eles de onde eles não esperavam,
e infundiu o terror em seus corações para que eles destruíssem suas casas através de suas
próprias mãos e pelas mãos dos fiéis. Então fiquem avisados, ó povo de visão. (Al-Hashr:
2).

Vestibular

Estes atentados certamente gerarão repercussões tremendas nos próximos anos e, com
grande probabilidade, poderão ser temas de vestibulares e do ENEM de 2016. A crise dos
refugiados na Europa, gerada a partir da recepção da massa de imigrantes muçulmanos
vindos da Síria, e de países do norte da África, se agravará ainda mais depois destes
atentados, o que pode torná-lo um tema adjacente a este, haja vista que há a suspeita de
que, entre estes imigrantes, possa haver mais células de terroristas – seja do Estado
Islâmico ou de qualquer outra organização. Isto faz com que as já volumosas posturas
xenófobas por parte de europeus se intensifiquem ainda mais e dê mais força partidários
da política anti-imigração, como a defendida, na França, pela Frente Nacional Francesa,
comandada por Marine Le Pen.
04. CRISE DA GRÉCIA NO VESTIBULAR E ENEM
Crise econômica da Grécia é assunto constante na editoria Internacional dos jornais em
2015

Situação da Grécia na União Europeia é delicada

Além da crise dos refugiados, alguns países da Europa enfrentam dificuldade financeira,
em destaque a Grécia. A crise econômica grega é assunto cotidiano nos noticiários do
mundo e, por isso, pode aparecer em questões de vestibular e Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) que envolvem temas atuais. Mas por que a crise na Grécia é tão noticiada?
O Brasil Escola te ajuda a esclarecer o tema e a se preparar para eventuais questões em
processos seletivos.

A crise econômica na Grécia tem sua origem no gasto público exacerbado, que se tornou
patente a partir de 2001, quando o país adotou o Euro como moeda. A situação piorou com
os gastos para as Olimpíadas de 2004, em Atenas. Segundo dados do Ministério de
Finanças da Grécia, quase 9 bilhões de euros foram gastos nas obras e grande parte desse
recurso foi financiado com empréstimos privados. A expectativa era recuperar o valor
investido com o turismo durante os jogos e com o legado olímpico, mas a Olimpíada
arrecadou bem menos do que esperado, algo em torno de 25% do investimento.

No entanto, desde a década de 1990 os gastos gregos com seguridade social, previdência,
entre outras áreas são vultosos, o que acabou por elevar o valor da dívida a 320 bilhões de
euros. Para cobrir o rombo, o governo grego passou a buscar crédito em organismos de
finanças internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Fato semelhante
aconteceu com o Brasil durante do Governo de Fernando Henrique Cardoso (FCH), quando
foram acordados três empréstimos com órgão.

União Europeia

A Grécia faz parte da União Europeia (U.E) desde 1981, mas somente em 2001 passou a
adotar o Euro como moeda oficial. A união monetária entre os países do bloco
econômico os torna economicamente integrados, ou seja, se a Grécia ou qualquer outro
país da U.E não quita sua dívida, os outros membros terão que arcar com as despesas, em
especial a Alemanha.

Segundo Cláudio Fernandes, mestre em História e professor do Brasil Escola, “o valor do


Euro se pauta basicamente no Marco (a moeda alemã), pois, dos países da zona do Euro,
a Alemanha é o mais próspero e o mais austero”. Os bancos alemães foram alguns dos
principais credores da economia grega, fazendo transações como empréstimos a
empresários do país.

Mas será que a Grécia pode sair da União Europeia? De acordo com Rodolfo Ferreira,
mestre em Geografia, é improvável que isso aconteça. “Uma saída da Grécia da União
Europeia seria, economicamente, ruim para os gregos e, politicamente, ruim para o bloco.
Primeiro, porque a Grécia teria que reorganizar toda a sua política monetária em torno de
uma nova moeda. Segundo, porque os demais países da União Europeia que possuem
altas dúvidas, como Portugal e Itália, poderiam seguir o caminho da Grécia, gerando um
efeito cascata”. Por outro lado, Rodolfo comenta que uma saída da Grécia poderia unir
ainda mais os países em torno do Euro, sendo prejudicial somente para o país
mediterrâneo, que representa apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da U.E.

Tsípras

Afinal, quem é esse tal de Tsípras que se ouve tanto? Aléxis Tsípras, político de extrema
esquerda, é o atual primeiro-ministro da Grécia, reeleito em setembro desse ano após
renunciar em agosto. Como assim foi reeleito um mês depois? Tsípras é conhecido por
atitudes incomuns, como se negar a fazer um juramento religioso na sua cerimônia de
posse por se dizer ateu, e renunciou porque, segundo ele, tinha o dever moral de convocar
novas eleições após ser aprovado um novo pacote feito pelos credores europeus para
salvar a economia da Grécia.

Aléxis Tsípras é líder do partido de esquerda Syrisa. Seus discursos e suas ações acentuam
a perspectiva oposta à da política de austeridade alemã, ou seja, de racionalização dos
gastos públicos, corte de verbas para programas sociais e assistencialistas, etc. Além disso,
chamou a atenção a sua retórica pautada na ideia da "justiça histórica", quando disse
publicamente que a Alemanha devia à Grécia cerca de 278 bilhões de euros por conta da
ocupação nazista na década de 1940.

Esses discursos em nada agradam aos credores europeus, principalmente os alemães, o


que acaba gerando também uma crise política, além da econômica. No entanto, o Syrisa
anunciou recentemente que se unirá com outros partidos, até mesmo de direita, para formar
uma coalização para recuperação da economia. A Grécia deve aplicar o plano de reformas
acordado com os credores europeus para receber uma ajuda de 86 bilhões de euros.
Vestibular e Enem

O que será que pode cair no vestibular e Enem sobre a crise na Grécia? Segundo Cláudio
Fernandes, os alunos precisam se atentar para a história econômica recente da Europa,
sobretudo após a queda do muro de Berlim. “Procurar informações sobre a criação
do Euro e da União Europeia, estudar o fato citado por Tsipras sobre a invasão nazista
da Grécia em 1941 e os desdobramentos que isso teve para o país e tomar conhecimento
do 'modus operandi' dos credores da Grécia: FMI, Comissão Europeia e Banco Central
Europeu” - aconselha o professor de História do Brasil Escola.

Já o professor Rodolfo Ferreira acredita que, se a crise da Grécia aparecer no Enem, ela
estará relacionada com a própria crise financeira do capital que a gerou ou com alguma
característica socioespacial e política da Europa, como a formação da União Europeia, as
medidas de austeridade impostas pelo FMI ou a perspectiva da população que não aceita
tais medidas de arrocho financeiro.

O professor de Geografia lembra que o Enem costuma cobrar questões interdisciplinares


entre Geografia e História, como no caso da crise econômica iniciada em 2008 nos Estados
Unidos e agravada na Europa em 2011. “O Enem relacionou o episódio com a crise de
1929, que foi uma crise de superprodução, enquanto que a crise recente foi financeira.
Depois, o exame também abordou o assunto sob a perspectiva da falta de empregos na
Espanha” - relata Rodolfo.

Os vestibulares e Enem também podem cobrar as características de um bloco com União


Política e Monetária, como é o caso da União Europeia. O professor Rodolfo destaca
algumas: a) possibilidade de grandes acordos comerciais internacionais (vide o acordo
recente entre União Europeia e Estados Unidos); b) adoção do euro, que é uma moeda
valorizada, embora isso possa trazer impactos negativos em economias mais fragilizadas;
c) livre circulação entre os países e também entre mercadorias nas áreas dos países-
membros, o que promove uma integração comercial e social maior; d) aumento no número
de investimentos recebidos.
05. CRISE DOS REFUGIADOS NA EUROPA
A crise dos refugiados na Europa, no primeiro semestre de 2015, tem produzido muita
discussão e gerado muitos problemas de ordem política e humanitária

Tanto via continente quanto por meio do Mar Mediterrâneo, há medidas de contenção da
imigração de povos muçulmanos

Durante o primeiro semestre de 2015, houve uma grande leva de migrações de povos
muçulmanospara países europeus. Mais de 350.000 pessoas deslocaram-se de países
islâmicos, sobretudo da Síria e da Líbia, em direção à Europa. Os países que mais
receberam esses imigrantes foram a Grécia (com cerca de 235.000 indivíduos) e a Itália
(com cerca de 115.000 indivíduos). Mas o que tem provocado todo esse surto migratório?

Causas do surto migratório muçulmano para a Europa

Duas são as principais razões para esse fenômeno: 1) a instabilidade política provocada
pelas guerras civis, sobretudo pela guerra civil na Síria e pela atuação da facção
terrorista Estado Islâmico em boa parte do território sírio; 2) a recusa de outros países
muçulmanos, sobretudo os vizinhos da Síria (Líbano, Jordânia e Turquia) e os países do
Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, em receber os refugiados em seu território.

A guerra civil na Síria estende-se desde 2011, época em que ocorreu a


chamada Primavera Árabe. Desde essa época, muitas pessoas saíram da Síria em
direção aos países muçulmanos vizinhos, como a Turquia, que assimilou um enorme
contingente de refugiados. Há pouco tempo, entretanto, esses países vêm restringindo a
entrada desses refugiados, que agora partem em direção ao leste e ao sul da Europa.
Famílias inteiras estão deslocando-se à procura de abrigo

As indagações sobre as consequências da crise dos refugiados

O fato que é as decisões de cada país europeu em aceitar ou não os refugiados geram uma
crise de teor ético e político ao mesmo tempo. Muitas são as indagações levantadas por
especialistas que acompanham esse fluxo migratório. Uma delas diz respeito à capacidade
de países em plena crise econômica, como a Grécia, de acomodar, dar emprego e
assistência social a milhares de refugiados. Outra diz respeito à divergência cultural entre
muçulmanos e europeus, como o uso de regras de conduta específicas para mulheres, o
uso da língua árabe como língua sagrada, o estudo do alcorão e a prática das orações
públicas diárias etc. Há ainda a preocupação com as ligações possíveis que grupos
terroristas, como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, podem estabelecer com indivíduos
infiltrados entre os imigrantes.

De toda forma, a crise dos refugiados muçulmanos está apenas no começo e, como dito,
gera uma situação política e ética muito complexa, que permanecerá sendo discutida pelos
próximos anos.
06. IMINÊNCIA DE CRISE ECONÔMICA NA CHINA
A iminência de crise econômica na China é posta em questão desde a crise dos EUA, em
2008.

China pode desencadear uma crise econômica mundial a partir de 2015 com impacto tão
grande quanto a de 2008

A crise econômica que se fez patente a partir do ano de 2008, que ocasionou a quebra de
uma série de bancos internacionais e exigiu medidas de austeridade financeira para muitos
países dos cinco continentes do globo, teve seu epicentro nabolha imobiliária dos
Estados Unidos e na expansão de crédito que esse país promovia em torno do sistema
de hipotecas dos imóveis vendidos. A razão para isso ter desencadeado uma crise de
grandes proporções está no fato de que, quanto mais crédito (papel-moeda, títulos e crédito
financeiro em geral) é colocado em circulação, mais lastro real ele precisa ter.

Acontece que o lastro real é o que o país produz, sua receita, isto é, os valores reais
advindos do trabalho da população, das respectivas poupanças e da arrecadação feita pelo
Estado. Quando o nível de crédito é muito superior a esse lastro real, ocorrem as crises –
haja vista que não se consegue honrar as amplas dívidas contraídas. Países de
grandíssima influência financeira internacional, como os EUA e a China, quando
apresentam exorbitância no fornecimento de crédito, com o passar dos anos, podem
comprometer todo o sistema financeiro que está a eles atrelado.

Durante a crise de 2008, a China foi um dos poucos países que não demonstraram, à
época, sinais de instabilidade. Isso ocorreu por causa dos ajustes que eram feitos com
a expansão de crédito, expansão essa feita, sobretudo, para fomentar o setor da
construção civil. Desde a década de 1990, a China vem sofrendo um enorme processo
de êxodo rural e, ao mesmo tempo, vem apostando na ampliação dos cenários urbanos. O
problema é que o preço dos imóveis vem sofrendo progressivos picos inflacionários e as
medidas de expansão creditícia não estão mais dando conta de camuflar essa situação,
como afirmou o ex-congressista americano David Stockman:
“a China é uma nação que, em decorrência de uma monumental bolha de crédito, incorreu
em uma insana mania especulativa direcionada majoritariamente para a construção civil.
As implicações desse endividamento (todo crédito é um endividamento) e dessa
especulação imobiliária estão sendo resolutamente ignoradas por analistas que ainda estão
iludidos pela noção de que a China criou um modelo econômico singular chamado
'capitalismo vermelho.'” [1]

Ainda segundo Stockman, em um espaço de menos de 15 anos, a dívida pública da China


passou de US$1 trilhão para US$25 trilhões. Essa realidade começou a mostrar os seus
sintomas em 2015. A economia chinesa começou a desacelerar porque está na
iminência de uma recessão. Em agosto de 2015, a Bolsa de Xangai caiu mais de 8%,
refletindo em negócios do mundo inteiro. A China é a segunda economia do mundo, e uma
recessão poderia levar a uma crise em escala global tão ou mais grave que a de 2008.

O sistema de governo autoritário, centrado no Partido Comunista Chinês, com política


econômica centralizada no capitalismo de Estado, dificulta ainda mais a situação. Os
reflexos de uma recessão chinesa seriam sentidos principalmente nos países que mais
dependem do mercado de importações chinês, como é o caso do Brasil, que exporta
grande parte do que produz de soja e minério de ferro para os chineses.
07. REAPROXIMAÇÃO ENTRE CUBA E ESTADOS UNIDOS
A recente reaproximação entre Cuba e Estados Unidos pode render especulações sobre a
relação entre esses países no passado que podem ser exploradas em vestibulares e no
Enem

Mãos em sinal de solidariedade representando as bandeiras dos Estados Unidos e de Cuba

O dia 17 de dezembro de 2014, os Estados Unidos da América (EUA) e Cuba tornaram


públicas suas intenções de reaproximação diplomática. O anúncio desse começo de
abertura de relações políticas entre os dois países veio acompanhado de negociações para
libertação do americano Alan Gross, em Cuba, bem como a libertação de três cubanos na
Flórida (EUA), acusados de espionagem. Tanto o líder cubano,Raúl Castro, como o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discursaram sobre o fato da libertação
desses indivíduos e assinalaram a perspectiva de uma nova fase entre os dois países.

Esse acontecimento tem uma relevância notória (e, por isso mesmo, vem sendo
amplamente noticiado na imprensa internacional) exatamente por terem sido publicamente
declaradas as intenções de reaproximação. Contudo, a história da relação entre Cuba e
EUA, desde os anos 1960 até agora, é marcada por várias contradições, tanto de um lado
quanto de outro. As contradições começam logo com as investidas revolucionárias do grupo
liderado por Fidel Castro, na década de 1950, contra o governo de Fulgêncio Baptista.
Há já um longo debate historiográfico que esmiúça, nesse contexto, a participação dos EUA
tanto em apoio às forças de Baptista quanto em eventuais auxílios aos guerrilheiros.

Ademais, no contexto da Guerra Fria, a Revolução Cubana só representou, de fato, um


ícone do comunismo na América Latina quando começou a estreitar relações com a União
Soviética no início dos anos de 1960. Até 1959, quando os revolucionários ocuparam
Havana e empossaram Manuel Urrutia Lléo presidente — um advogado com tendências
ideológicas liberais —, os rumos de uma “Cuba comunista” e de uma “luta contra o
imperialismo Ianque” ainda não haviam sido plenamente traçados. Essa perspectiva só se
definiu quando os irmãos Castro assumiram de fato o controle da ilha, tanto político quanto
econômico e militarmente, optando pelo apoio ao bloco soviético.
Essa opção de Cuba implicava, naturalmente, rechaçar a estrutura econômica americana
que havia na ilha há décadas. As “plantations” e os demais investimentos americanos em
Cuba foram desapropriados ou expropriados pelo Estado comandado pelos Castro. A
institucionalização de uma burocracia gerenciadora do país, estatizante e profundamente
dependente da URSS, valendo-se da retórica revolucionária socialista, provocou a reação
do bloco ocidental, sobretudo dos EUA, que, a partir de 1961, romperam relações
diplomáticas com Cuba após o episódio da invasão da Baía dos Porcos. O momento mais
crítico e tenso da Guerra Fria no que se refere à relação EUA-Cuba foi o da Crise dos
Mísseis, que pode ser consultado neste link.

Com a queda do bloco soviético em 1989 e as reformas estruturais na Rússia e nos demais
países, as relações entre Estados Unidos e Cuba passaram a tomar outro rumo. Cuba foi
submetida à pressão de embargos econômicos na forma de duas leis principais: A Lei
Torricelli, de 1992, e a Lei Helms-Burton, de 1996. Essas leis dificultavam a articulação
econômica de empresas que tinham ou queriam estabelecer negócios em Cuba, já que
esse país não contava mais com o auxílio soviético. Além disso, há ainda a posição dos
emigrados cubanos que vivem nos EUA. Essa comunidade cubano-americana possui
opiniões bastantes diversas e contundentes com relação aos embargos. Enquanto uns
apoiam o seu fim, outros defendem a sua manutenção como forma de pressão para a ruína
do regime instalado pelos Castro.

A partir dos anos 2000, houve uma maior flexibilidade com relação às parcerias econômicas
entre Cuba e diversos outros países, incluindo o Brasil e os EUA. Recentemente, o
financiamento do Porto de Mariel em Cuba pelo governo brasileiro repercutiu
enormemente, sobretudo por conta de acusações em torno da obscuridade na prestação
de contas de tal empreendimento. Mas o fato é que Cuba tem buscado manter-se “de pé”
politicamente, segurando a moldura de um regime autoritário, ao mesmo tempo em que se
articula economicamente como pode e com quem pode. Arenúncia de Fidel Castro trouxe
mais uma reviravolta a esse cenário, e seu irmão, que sempre foi considerado mais radical
e mais ligado ao núcleo duro das Forças Armadas cubanas, vem demostrando,
contraditoriamente, essa perspectiva de abertura. Essa postura talvez seja influenciada por
uma articulação política que leva em conta a idade avançada tanto de Fidel quanto do
próprio Raúl Castro e dos demais membros da elite dirigente de Cuba. O regime precisará
ser reformado nos próximos anos; e ao que tudo indica, Raúl Castro deve estar preparando
uma nova elite para isso, como acentua o pesquisador Maurício Santoro, no trecho a seguir:

“Expectativas moderadas e uma clara noção dos limites do possível podem levar à melhoria
expressiva das relações entre Estados Unidos e Cuba, abrindo possibilidades positivas
para o futuro imprevisível após a morte dos irmãos Castro. A ausência de uma figura pública
com legitimidade comparável à dos líderes revolucionários pode criar um perigoso vácuo
político, com o risco de disputas violentas pelo poder. Nesse contexto, faz sentido que
Washington aposte na construção de vínculos de confiança com altos funcionários do
governo cubano, nas esferas diplomática, militar e econômica, que seriam de grande valia
num cenário turbulento como esse.” (SANTORO, Maurício.Cuba após a Guerra Fria:
mudanças econômicas, nova agenda diplomática e o limitado diálogo com os EUA. Rev.
bras. polít. int., Brasília, v. 53, n. 1, July, 2010. p. 138)

Ademais, é preciso ficar atento à situação atual de Cuba, às principais reivindicações da


população cubana, aos motivos de haver tanta evasão do país e ao interesse que a
comunidade econômica internacional, incluindo o Brasil, tem na ilha. Essas podem ser as
principais especulações que os vestibulares e o Enem poderão explorar no ano que vem.
08. ASPECTOS ATUAIS E RELEVANTES SOBRE A DENGUE
As epidemias de dengue são mais frequentes no verão, quando as condições climáticas
favorecem a reprodução do mosquito que transmite o vírus causador dessa doença.

O Aedes aegypti é responsável pela transmissão do vírus causador da dengue

As epidemias de dengue não são novidades no nosso país. Desde o século XIX, todos os
anos, principalmente no verão, quando os fatores climáticos favorecem a reprodução do
mosquito, observa-se um crescente aumento no número de casos dessa doença. Em razão
da grande quantidade de afetados e de mortos, a dengue é considerada um problema
grave de saúde pública.

Até 07 de março de 2015, segundo o Boletim Epidemiológico 9, já haviam sido registrados


224.101 casos da doença, sendo a região Sudeste a mais afetada, com assustadores
145.020 casos. Para o mesmo período foram identificados 102 casos graves da doença e
a confirmação de 52 mortes. Apesar dos números alarmantes, verificou-se uma redução
de 32% nos casos de morte pela dengue em comparação com as ocorrências de 2014.

A dengue é uma doença viral transmitida, principalmente, pela picada do mosquito do


gênero Aedes. Nas Américas, o vetor é o Aedes aegypti; já na Ásia, esse papel é
atribuído também aoAedes albopictus. Vale destacar, no entanto, que essa última
espécie já foi introduzida nas Américas na década de 1980, mas ainda não é responsável
pela transmissão do vírus. Além da picada dos mosquitos, existem trabalhos que
comprovam que a doença pode ser transmitida por meio de transfusão de sangue e da mãe
para o bebê durante a gravidez.

O vírus causador da dengue é de RNA e pertence ao gênero Flavivírus e à família


Flaviviridae. Atualmente são conhecidos quatro sorotipos no Brasil (DENV 1, DENV 2,
DENV 3 e DENV 4), que circulam de forma simultânea ou alternada.

Após ter contraído o vírus, este pode ficar em média de 5 a 6 dias incubado. Após esse
período, a dengue pode apresentar-se de forma assintomática ou não. Quando apresenta
sintomas, estes podem ser brandos ou graves com evolução até mesmo para a morte.
Desde 2014 adota-se uma nova classificação para a dengue, em substituição aos termos
clássicos, como febre hemorrágica da dengue, síndrome do choque da dengue e dengue
com complicações. Atualmente, de acordo com os sintomas apresentados, podemos
classificar o quadro em: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.

As principais manifestações clínicas da dengue são febre superior a 39°C, com início súbito,
e dores na cabeça, nos músculos, nas articulações e na região atrás dos olhos (retro-
orbital). Além disso, vômitos, enjoo, anorexia, coceira e erupções cutâneas podem ocorrer.

Quando o paciente apresenta, além dos sintomas descritos, sangramento de mucosas,


vômitos persistentes, diminuição da temperatura do corpo, desconforto ao respirar, queda
acentuada das plaquetas, tontura, irritabilidade, hepatomegalia (aumento do fígado) e/ou
dores abdominais, considera-se um caso suspeito de dengue com sinais de alarme.
Quando se observa taquicardia, pulso rápido e fino, cianose (coloração azul da pele),
hipotensão arterial, sangramentos graves e/ou comprometimento de órgãos, suspeita-se
de caso grave da doença.

Para a confirmação do diagnóstico de dengue, é necessário realizar testes laboratoriais.


Entretanto, quando se lida com epidemias, a confirmação pode ser feita analisando-se os
sintomas de pacientes.Em caso de suspeita de dengue, o Ministério da Saúde
recomenda a procura imediata do serviço de saúde e que se evite tomar
medicamentos por conta própria.

Apesar de ser conhecida por vários anos, a dengue é uma doença sem tratamento
específico, e a terapia volta-se apenas para a redução dos sintomas. A principal
recomendação para garantir uma recuperação adequada é a ingestão de grande
quantidade de água e a hidratação venosa em casos mais graves.

Assim como não existe tratamento específico, maneiras totalmente eficazes de prevenção
são inexistentes. Em alguns lugares, é possível encontrar à venda uma “vacina contra
dengue”, entretanto, é fundamental informar que a vacina está em fase de estudos, logo
não está disponível para uso e comercialização.

Para diminuir os riscos de contaminação pelo vírus, recomenda-se que todos


colaborem para a redução dos criadouros do mosquito, evitando água parada, tampando
bem as caixas d'água, limpando calhas e lajes e sempre evitando que objetos que possam
acumular água fiquem expostos. Além disso, estudos estão sendo feitos para garantir que
mosquitos transgênicos sejam lançados no ambiente para realizar o controle biológico. Até
o momento, os testes estão apresentando resultado positivo.

Como esse tema é cobrado em vestibulares e Enem?


Por ser um grave problema de saúde pública, a dengue recorrentemente aparece em
provas de vestibulares e no Enem. Entre os assuntos ligados a essa doença que já
apareceram em provas, podemos destacar a criação dos Aedes aegypi transgênicos, as
formas de prevenção da doença e medidas que diminuam a reprodução do mosquito.

Assim sendo, é de fundamental importância compreender bem todos os aspectos


relacionados com a dengue, uma vez que as provas estão cada vez mais contextualizadas
e temas de grande relevância, como a saúde pública, sempre são destaque.
09. O AVANÇO DO ESTADO ISLÂMICO E A TENSÃO NO
ORIENTE MÉDIO
O avanço do Estado Islâmico em direção à fronteira com a Turquia tem gerado forte tensão
no Oriente Médio e grande polêmica em torno da posição dos turcos nesse processo.

O grupo Estado Islâmico tem avançado progressivamente em direção à fronteira com a


Turquia

O grupo jihadista (terrorismo associado à Jihad – guerra santa – islâmica) Estado


Islâmico (EI), atuante no Iraque e na Síria, declarou, em 29 de agosto de 2014, que seu
líder Abu Bakr al-Baghdadi havia se autoproclamado o novo califa do Oriente
Médio (mais informações sobre esse conceito podem ser obtidas neste link: Império
Islâmico). Desde o início de 2014 o Estado Islâmico vem expandindo os seus domínios
sobre regiões do Iraque e da Síria, chegando até bem próximo do limiar da fronteira desses
dois países com a Turquia. Esse progressivo avanço do Estado Islâmico tem provocado
uma enorme tensão na região do Oriente Médio, sobretudo no que tange à posição
da Turquia.

Desde o ano de 2011 os países muçulmanos, tanto do Oriente Médio quanto do norte da
África, vêm sofrendo levas de transformações políticas importantes. Com a
chamada Primavera Árabe, alguns líderes desses países sucumbiram, como os
presidentes da Líbia e do Egito. Grande parte dos rebeldes que atuaram durante os
levantes de 2011 também tinha apoio da Irmandade Muçulmana, organização jhadista
internacional que financia grupos terroristas e defende o emprego da Sharia, “Lei islâmica”.

A Síria, governada por Bashar Al-Assad, possui um longo histórico de guerras civis
desencadeadas contra rebeldes. Desde 2011 que sua situação interna piorou, sobretudo
em virtude da guerra travada contra rebeldes que tentam derrubar Assad do poder.
Rebeldes esses que, inclusive, receberam auxílio de países como os EUA (Para mais
informações sobre isso, consultar este link:Conflitos na Síria e intervenção dos EUA).
Paralelamente à situação da Síria, houve a sistemática retirada das tropas americanas da
região do Iraque, que lá estavam desde a guerra desencadeada em 2003. Foi nesse
contexto que o Estado Islâmico – antes conhecido como Estado Islâmico no Iraque e na
Síria – passou a ganhar espaço.

O Estado Islâmico nasceu como uma ramificação da Al-Qaeda (organização terrorista


jihadista fundada por Bin Laden e responsável pelos atentados de 11 de setembro de
2001) com o objetivo de ocupar espaços ao norte da Síria e do Iraque. Com o tempo, o
Estado Islâmico rompeu com a Al-Qaeda e passou a seguir suas próprias diretrizes. A
própria rede Al-Qaeda considera o Estado Islâmico excessivamente radical. Práticas como
decapitações, mutilações, fuzilamentos em massa, crucificação, estupro de mulheres e
crianças e outras atrocidades são comumente praticadas por esse grupo. As principais
cidades controladas pelo Estado Islâmico são Mossul, Tal Afar, Kikuk e Tkrit.

Milhares de refugiados curdos foram para a Turquia saídos da Síria.*

Além dos exércitos iraquiano e sírio, combatentes curdos também resistem contra o
avanço do Estado Islâmico. A cidade síria de Kabane, que fica na fronteira com a Turquia,
é o centro da resistência curda. A posição estratégica dessa cidade atrai os jihadistas. Em
2014, milhares de curdos que viviam em Kabane cruzaram a fronteira e refugiram-se em
solo turco. Desde então a situação dessa cidade vem ficando cada vez mais delicada, pois
os suprimentos e os armamentos da resistência curda estão se escasseando.

Além disso, a presença do Estado Islâmico em Kabane tem suscitado uma enorme
polêmica em torno da posição da Turquia em relação ao grupo jihadista. Desde que foi
anunciada a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a
Turquia faz parte, de auxiliar os EUA no combate ao Estado Islâmico, os turcos têm se
mantido reticentes e ambivalentes em vários pontos. Em setembro de 2014, o Estado
Islâmico libertou 49 reféns turcos (que haviam sido sequestrados em Mossul, Iraque),
trocando-os por 50 de seus membros, que haviam sido capturados. Entretanto, a Turquia
possui conflitos históricos com os curdos e com os sírios e teme que, se der apoio militar a
esses dois povos na luta contra o Estado Islâmico, poderá, posteriormente, ficar vulnerável
as esses inimigos históricos. Por outro lado, a Turquia também reclama da falta de
repercussão internacional que sua recepção aos refugidos curdos teve.

Os turcos temem sobretudo a ascensão do Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) e


o fortalecimento do Curdistão. Além disso, há acusações de que a Turquia teria dado apoio
aos grupos rebeldes radicas da Síria com o objetivo de derrubar Assad em 2011 –
possivelmente, parte desde apoio teria sido dado ao próprio Estado Islâmico. As tensões
nessa região tendem a agravar-se em 2015, principalmente se a resistência curda sucumbir
e a cidade de Kabane for tomada pelo Estado Islâmico. Os EUA e a Otan provavelmente
continuarão a pressionar a Turquia para que ela tome uma posição clara no conflito.
Enquanto isso, centenas de militantes jihadistas engrossam as filas de adesão ao Estado
Islâmico.
10. OS 50 ANOS DO GOLPE MILITAR NO BRASIL
Completou-se, em março de 2014, 50 anos do Golpe Militar no Brasil. Para entender as
discussões contemporâneas sobre este acontecimento é necessário compreender seu
contexto.

O general Humberto de Alencar Castelo Branco foi o primeiro presidente militar após o
Golpe de 1964*

No dia 31 de março de 2014 completaram-se 50 anos do Golpe Militar que o Brasil sofreu
em 1964. Este acontecimento foi relembrado por pessoas que o testemunharam e revisado
por historiadores e jornalistas com o intuito de reavaliar as versões sobre o Golpe, com
base em novas documentações. O Golpe de 1964, denominado por seus autores como
“Revolução”, tinha, inicialmente, uma proposta de reorganização das instituições políticas
e da economia brasileira. Mas o regime militar acabou permanecendo no poder por mais
tempo do que se planejou e se tornando progressivamente mais autoritário.

A justificativa para a intervenção militar se alicerçou na junção de vários fatores que se


convergiram naquele momento, desde o ano de 1961, no qual, após um governo
desastroso, Jânio Quadros renunciou à presidência do país, deixando o cargo para o seu
vice, João Goulart. Neste período, fatos como as greves, a rebelião na Marinha, as
propostas reformistas do presidente João Goulart, e sua demonstração de inabilidade
política, e o crescimento das Ligas Camponesas que tinham uma proposta revolucionária
guerrilheira, lideradas por Francisco Julião – que era muito próximo ao líder comunista
cubano Fidel Castro, contribuíram para a articulação militar. Sem contar a influência do
cenário da “Guerra Fria”, que refletia no Brasil a forte oposição ideológica entre comunistas
e liberais/conservadores. Boa parte da sociedade civil se mostrou favorável à intervenção
militar naquele contexto, sobretudo o setor conservador que organizou a “Marcha da
Família com Deus e pela Liberdade”.

O primeiro dos presidentes militares, o general Humberto de Alencar Castelo Branco, foi
eleito em 15 de abril de 1964 por meio de uma eleição indireta de membros do Congresso
Nacional, garantida pelo Ato Institucional Nº1 (AI-1). Castelo Branco e a chamada ala
“castelista” do Golpe Militar intencionavam garantir a volta à democracia até o ano de 1966
– ano em que terminaria, oficialmente, o mandato de Jânio Quadros (e do vice João
Goulart). Entretanto, já em 1964, a repressão, que os golpistas pretendiam que fosse
momentânea e “cirúrgica”, já se mostrava ostensiva. Três governadores de estado foram
depostos, Miguel Arraes (Pernambuco), Seixas Dória (Sergipe) e Mauro Borges (Goiás).
Leonel Brizola, cunhado do presidente João Goulart – que havia se exilado no Uruguai –,
que na época era governador do Rio Grande do Sul, tentou uma resistência militar ao Golpe,
mas não obteve sucesso e também saiu do país, rumo ao Uruguai.

Nos três anos que seguiram ao Golpe, Castelo Branco procurou, de fato, reorganizar o país
e prepará-lo para a volta dos civis ao poder, por meio de eleições diretas. Inclusive,
inicialmente obteve apoio de líderes civis como Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. No
entanto, em 1968, um segundo militar sucedeu Castelo na chefia do país, o general Costa
e Silva, partidário da “linha dura” do regime militar. Neste mesmo ano, em 13 de dezembro,
foi decretado o Ato Institucional nº5 (AI-5), que dissolvia o Congresso Nacional,
engrossava ainda mais a repressão e restringia completamente a liberdade individual.
Alguns historiadores denominam esta manobra do AI-5 como um “golpe dentro do Golpe”.
A partir de então, os militares exerceram o poder com viés arbitrário e autoritário até 1979.

Nestes onze anos (1968-1979), a “linha dura” dos militares caracterizou-se pela censura,
práticas de tortura, prisões arbitrárias e mortes de centenas de pessoas. Ao mesmo tempo,
neste mesmo período, os grupos revolucionários de orientação comunista organizaram a
luta armada, urbana e rural, de viés guerrilheiro e com programa de tomada do poder por
vias também golpistas e não democráticas. A luta armada, segundo historiadores como
Marco Antônio Villa, acirrou ainda mais a repressão militar no período referido.

No âmbito econômico, o Golpe militar permitiu que um quadro de tecnocratas, sobretudo


especialistas em economia, reajustassem a situação deficitária em que se encontrava a
economia brasileira, centralizando as medidas de ajuste. A busca pelo desenvolvimentismo
e reestruturação do capitalismo nacional fizeram com que os militares investissem em
estatais como a Petrobras. Entretanto, houve também um período de enormes gastos
públicos, sobretudo com construções contestáveis – tal como a rodovia transamazônica –
que evidenciavam um caráter megalomaníaco dos projetos econômicos do regime militar.

A Petrobras foi alvo de investimentos do regime militar, que teve uma concepção nacional-
desenvolvimentista da economia **

Só a partir de 1980 o Brasil começou a se reorganizar democraticamente outra vez.


Democracia esta “aberta” pelos próprios militares, num processo de transição que durou
cinco anos, para ter de novo um presidente civil, e oito anos, para ter uma nova constituição
e a programação para eleições diretas.
11. PROTESTOS NA VENEZUELA E REVOLUÇÃO
BOLIVARIANA
Os protestos no início de 2014 têm trazido à tona os debates e a possível continuidade da
Revolução Bolivariana na Venezuela.

A Revolução Bolivariana e o petróleo na Venezuela tornam os conflitos no país alvo do


interesse internacional

A Venezuela verificou no mês de fevereiro de 2014 uma série de protestos que tomou as
ruas de várias cidades do país, contando com milhares de pessoas, de oposição e de apoio
ao governo do presidente Nicolás Maduro. Houve ainda a construção de barricadas em
diversas localidades, que impediam o deslocamento de pessoas e veículos, além de haver
ataques a prédios públicos.

Choques entre manifestantes de ambos os lados, como também choques com as forças
policiais, apresentaram números de mortos que variam de acordo com a origem das fontes.

Motivos dos protestos

Os protestos iniciaram-se no começo de fevereiro de 2014 por estudantes da cidade andina


de San Cristóbal e alastraram-se pelo país. Os motivos iniciais seriam os problemas
decorrentes dos altos índices de criminalidade e também da possível repressão das forças
policiais contra os protestos.

Porém, com o passar dos dias, as manifestações voltaram-se contra a situação econômica
do país, marcada pela falta de bens de consumo individuais e por uma inflação que
alcançou o patamar de 56% em 2013. As manifestações passaram então a se direcionar
também contra o presidente Nicolás Maduro, sendo que setores da oposição levantaram a
bandeira “La salida” (a saída do presidente), principalmente através do líder oposicionista
Leopoldo López, que acabou sendo preso no dia 18 de fevereiro.

Eventos tão recentes na história não são tão utilizados como temas para os vestibulares.
Entretanto, o que ocorre na Venezuela em 2014 é resultado das mudanças implementadas
no país desde a eleição de Hugo Chávez (1954-2013) para a presidência da República,
em 1998.

Revolução Bolivariana

Ao assumir o cargo no ano seguinte, Chávez iniciou o que ele próprio denominou de
Revolução Bolivariana, pretendendo construir com essa revolução o chamado socialismo
do século XXI. Nicolás Maduro assumiu o poder em 2013, após ser indicado como sucessor
pelo próprio Chavéz e ser eleito em abril do mesmo ano.

Como não é difícil perceber, tal processo intensificou as tensões sociais no país,
principalmente pelo fato de Chávez declarar o interesse em acabar com os privilégios das
classes dominantes da Venezuela, buscando governar para os mais pobres.

Hugo Chávez, ex-militar do exército venezuelano, já havia tentado chegar ao poder em


1992, através de um golpe militar de Estado contra o então presidente Carlos Andrés Pérez.
Ficou preso por dois anos depois do fracasso do golpe.

Ao sair da prisão, organizou o Movimento Quinta República, composto por organizações


partidárias, sindicais e populares que o elegeram em 1998. Durante seu governo, Hugo
Chavéz reformou a Constituição venezuelana, criando uma estrutura de maior participação
popular nas decisões. Era uma inclinação de uma democracia participativa sobre as antigas
instituições da democracia representativa. Nessa nova configuração, enfrentou quinze
eleições, vencendo a maioria delas, sendo que todas foram aprovadas por organismos
internacionais.

O ex-presidente Hugo Chávez, que faleceu em 2013*

Hugo Chávez tinha como programa de governo o combate à pobreza, a nacionalização do


petróleo, a reforma agrária, a união latino-americana e o enfrentamento ao imperialismo.
Seus defensores apontam uma série de medidas sociais que beneficiou as camadas mais
pobres da população, como a erradicação do analfabetismo, o aumento substancial do
salário mínimo, a diminuição da desigualdade social, melhorias na saúde pública, a criação
de organizações comunitárias de participação popular e várias outras medidas.

O enfrentamento ao chamado imperialismo, principalmente o dos EUA, é apontado como


um dos problemas enfrentados pelo chamado chavismo na Venezuela. Seu alinhamento
com Cuba e outros países desafetos dos EUA causou uma oposição dos governos
estadunidenses contra seu governo, possivelmente por ser um dos principais países
produtores de petróleo.

Golpe de Estado de 2002

Essa postura dos governos dos EUA teria levado o país a aliar-se aos opositores da
Revolução Bolivariana na Venezuela, principalmente os grandes empresários, partidos
políticos de direita, os grandes grupos de comunicações e setores do exército. Essa aliança
teria resultado em 2002 em um golpe de Estado que depôs por algumas horas Hugo
Chavéz. Em seu lugar, Pedro Carmona, presidente da FEDECÁMARAS (principal
conglomerado empresarial do país), pronunciou-se como presidente do país,
com apoio dos EUA.

Entretanto, a manifestação popular nas ruas do país levou Chavéz novamente ao poder.
Dois anos depois, um reverendo confirmou seu mandato presidencial. Em 2006, Chavéz foi
reeleito presidente da República. A oposição que se coloca contra Nicoláz Maduro em 2014
esteve envolvida com o golpe de Estado de 2002, inclusive Leopoldo López.

Situação Atual

É por esses motivos que os defensores do presidente Nicoláz Maduro apontam que o
crescimento das manifestações em 2014 está relacionado com uma tentativa de novo
golpe, já que os opositores do presidente estariam esperando que as dificuldades
econômicas e sociais pelas quais passa o país criassem as condições propícias para pôr
fim à Revolução Bolivariana. As denúncias de limitação à atividade da imprensa, do
aumento da criminalidade e dos problemas de abastecimento seriam decorrentes das
políticas adotadas nos 15 anos de chavismo. A aproximação com Cuba levou os opositores
de Maduro a afirmarem que há uma ditadura nos moldes cubanos no país.

Entretanto, defensores do regime apontam o grande número de eleições e referendos


populares para afirmar o caráter democrático do regime. A imensa maioria dos grupos de
comunicação é de propriedade privada e contrária ao regime. A crise de abastecimento
seria também decorrente de um boicote internacional e também dos grandes comerciantes
do país, segundo os chavistas.

A imprensa internacional, principalmente a dos EUA, estaria também criando uma imagem
de instabilidade política e social no país para assim legitimar uma intervenção internacional
caso a situação se torne ainda mais caótica.

Porém, há possibilidades de resolução eleitoral em 2016, quando haverá eleições


legislativas e será possível convocar um referendo para avaliar o governo de Maduro, bem
como sua continuidade ou não.
12. MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL
Em razão dos atos de rua ocorridos no Brasil em 2013, as manifestações populares da
História do Brasil podem ser utilizadas como tema dos vestibulares.

Como em 1992, parte da juventude brasileira pintou o rosto com as cores da bandeira para
fazer suas reivindicações.

No primeiro semestre de 2013, uma série demanifestações populares ocorreu nas ruas
de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a
redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um
número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial
aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos
de livre manifestação.

Em virtude da grande repercussão que essas manifestações alcançaram nas ruas e nos
meios de comunicação de massa, é possível que elas sejam utilizadas como ponto de
partida para avaliar o vestibulando, possivelmente testando seus conhecimentos em
relação a outras grandes manifestações que ocorreram na história do Brasil. E isso pode
ocorrer tanto nas provas de história quanto nas redações dos vestibulares e do Enem.

Fazendo uma retrospectiva histórica, podemos perceber na história brasileira que algumas
manifestações conseguiram alcançar seus objetivos após reunirem milhares de pessoas.

Em 1992, grandes manifestações ocorreram nas ruas do Brasil pedindo


o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Frente aos fortes indícios
de corrupção em seu governo, a juventude conhecida pedia a saída do presidente, que
havia sido o primeiro eleito por voto direto após o fim da ditadura civil-militar. Esses jovens
ficaram conhecidos como “Caras Pintadas”, pelo fato de pintarem em seus rostos
pequenas faixas com as cores da bandeira do Brasil. Após forte pressão popular, Collor
pediu a renúncia do cargo, assumindo em seu lugar o vice-presidente Itamar Franco.
Quando não alcançaram os objetivos pretendidos, as manifestações proporcionaram um
debate sobre a situação política do país e estimularam a participação política de um número
maior de pessoas. Foi o caso da campanha pelas “Diretas Já!”, iniciada a partir de 1983.
O objetivo do movimento era a provação de uma lei que possibilitasse a eleição direta para
Presidente da República. O país ainda vivia os últimos anos da ditadura civil-militar, o que
não impediu que milhares de pessoas saíssem às ruas para participar de comícios e exigir
a abertura democrática, depois de anos de controle político por parte das Forças Armadas.
Apesar da pressão, a lei não foi aprovada e o presidente posterior foi ainda eleito de forma
indireta pelo Colégio Eleitoral. Apesar dessa derrota, um novo cenário político abriu-se ao
país, com uma maior liberdade de participação política.

Na década de 1960, o conturbado contexto político também gerou manifestações nas ruas.
Durante o governo de João Goulart, havia uma intensa polarização política no Brasil entre
os que apoiavam seu mandato de presidente e os que lutavam por sua saída. O estopim
para o fim de seu governo ocorreu no mês de março de 1964. Após a realização de um
comício na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, onde aproximadamente 150 mil
pessoas escutavam o presidente e seus apoiadores a defender as Reformas de Base, as
forças políticas ligadas aos setores conservadores da sociedade iniciaram uma série de
manifestações contra o presidente.

Essas manifestações eram denominadas como “Marcha da Família, com Deus, pela
Liberdade” e levaram às ruas centenas de milhares de pessoas que se opunham ao
pretenso comunismo de João Goulart. Na verdade, elas opunham-se às reformas que
poderiam ter subtraído parte do poder econômico das classes dominantes do país. Essas
marchas foram o argumento necessário aos militares para derrubarem o presidente,
afirmando ter apoio popular para isso. Esse é um exemplo de uma manifestação que
contribuiu para que a participação política fosse restrita, abrindo caminho para uma ditadura
militar.

Outras manifestações de rua ocorreram na história do Brasil em diversos momentos. Cabe


ao vestibulando, caso seja um tema presente nas provas, conhecer o contexto e os motivos
que levaram as pessoas às ruas, principalmente suas reivindicações, bem como os
desdobramentos dessas ações na história do Brasil. Essas observações têm por objetivo
auxiliar o vestibulando na interpretação dos textos que podem ser expostos nas questões
e redações, mas cabe ao candidato um estudo do contexto histórico que motivou essas
manifestações políticas e sociais.
17. YOANI SÁNCHEZ NO BRASIL E A LIBERDADE DE
EXPRESSÃO
No Brasil, Yoani Sánchez foi centro de debates sobre o regime cubano e a liberdade de
expressão.

A visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil, em fevereiro de 2013, para a


divulgação de um documentário com sua participação causou uma série de manifestações
e debates nos locais pelos quais ela passou. Criadora do blogGeneración Y, Yoani causa
polêmica com seus posicionamentos críticos à falta de liberdade de expressão e em defesa
dos direitos humanos emCuba.

Cuba atravessa um período de transição de regime político em que oposicionistas como


Yoani Sánchez começam a despontar

No Brasil, os grupos políticos simpáticos ao regime instaurado em 1959, com a Revolução


Cubana, veem Yoani Sánchez como uma peça de marketing político, financiada por grupos
capitalistas que têm interesse no fim do regime dos irmãos Castro na ilha caribenha. Já os
grupos defensores da blogueira viram em sua visita um meio de criticar o dito socialista
regime cubano, defendendo a implantação de um regime liberal e a abertura à economia
de mercado em Cuba.

O que interessa salientar neste texto é a atenção que o vestibulando deve ter sobre essa
visita, já que o espaço que ela conseguiu nos meios de comunicação pode servir como
estímulo à sua adoção como tema nos vestibulares.

O estudante deve ficar atento à possibilidade do tema ser tratado tanto nas provas de
história e geografia (como já acontece) quanto nas provas de redação. Neste último
aspecto, é possível que as redações de alguns vestibulares utilizem a notícia da visita de
Yoani Sánchez ao Brasil como ponto de partida para se debater a liberdade de expressão
e as restrições a esta liberdade, além do momento histórico pelo qual passa Cuba, marcado
por um lento processo de mudanças do regime iniciado com a Revolução de 1959.
Liberdade de expressão em um contexto histórico de mudança política e econômica de um
país pequeno, mas importante no cenário geopolítico das Américas, é um tema interessante
para se refletir.
Por outro lado, a própria história de Cuba pode ser um conteúdo pedido nas provas, talvez
para comparar o desenvolvimento histórico da ilha com as mudanças atuais. Nesse sentido,
é necessário ao vestibulando estudar, em linhas gerais, quatro períodos da história do
país.

O primeiro é o período colonial, cuja metrópole espanhola explorava a ilha com o objetivo
de produzir principalmente açúcar e tabaco, em grandes latifúndios monocultores utilizando
mão de obra de africanos escravizados.

O segundo período é o da independência e da aproximação com o extenso vizinho do


Norte, os EUA. O processo de independência cubano foi tardio, foi apenas em 1898 que
conseguiram se tornar livres da Espanha. Essa independência só foi possível com o apoio
militar e financeiro dos EUA. O resultado foi a dominação estadunidense na ilha até o fim
da década de 1950. O primeiro momento da dominação se deu com a assinatura
da Emenda Platt, em 1901, um dispositivo legislativo que garantiria a intervenção política
e militar dos EUA em Cuba até 1933. O resultado prático foi a transformação da ilha em um
protetorado estadunidense, onde os capitalistas dos EUA puderam investir na produção
agrícola através de grandes propriedades e transformar Cuba em área de atração turística
e de lazer, ligada a jogos e prostituição.

Esses seriam os motivos pelos quais lutaram os guerrilheiros comandados por Fidel Castro
a partir de meados da década de 1950. Neste momento, temos o terceiro período da
história, inaugurado com a Revolução Cubana de 1959. Inicialmente, o regime tinha um
caráter nacionalista e efetuou nacionalizações de empresas, além de realizar uma reforma
agrária que desagradou os investidores dos EUA. A animosidade dos EUA com a Cuba
revolucionária ocorreria a partir da tentativa de invasão na Baía dos Porcos em 1961, que
resultou na ruptura diplomática entre os dois países. Ao mesmo tempo, Fidel Castro
negociou uma aproximação com a URSS, acirrando os ânimos durante a Guerra Fria. Em
1962, o envio de mísseis soviéticos a Cuba (distante 150 km da costa da Flórida) gerou
a Crise dos Mísseis, que quase ocasionou um conflito nuclear. A partir daí, Cuba foi
expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), distanciou-se dos demais países
americanos e conheceu um embargo econômico dos EUA que se faz sentir até os dias
atuais.

Mas a proximidade com a URSS lhe garantiu uma grande fonte de riqueza, através da
venda aos países soviéticos de seus produtos agrícolas. Com esse dinheiro foi possível
investir em saúde e educação, principalmente, erradicando o analfabetismo e criando um
dos melhores sistemas de saúde do mundo. Mas no âmbito político, o regime manteve a
dominação de um partido único, o Partido Comunista Cubano, que impedia a participação
de opositores.
O quarto período se iniciou com o fim da URSS e, consequentemente, com o fim dos
recursos financeiros que vinham daquele país. O resultado foi uma crise econômica na
década de 1990, que só seria lentamente recuperada através da aproximação com a
Venezuela comandada por Hugo Chávez, a partir de 1998. Com isso, Cuba conseguiu ter
acesso a produtos essenciais à sobrevivência de sua população, como o petróleo. Outra
saída foi a abertura ao investimento estrangeiro no turismo da bela ilha, o que garantiu outra
fonte de recursos.

Entretanto, em meados de 2000, a situação mudou novamente. Fidel Castro, já idoso e


doente,renunciou ao posto de chefe de Estado, passando a função a seu irmão, Raúl
Castro. A função de Raúl Castro seria comandar o processo de transição econômica e
política de Cuba, com o intuito de romper o embargo econômico e abrir as instituições
políticas à população que não se insere no Partido Comunista Cubano. O objetivo é
encontrar caminho para a resolução das contradições sociais do país. As medidas de
abertura se deram no sentido de garantir uma ação econômica que não tenha
necessariamente a intermediação do Estado, liberando a venda de veículos e a formação
de pequenas empresas comerciais, além de acesso a meios de comunicação, como a
internet e celulares.

Outra medida adotada foi a liberação de viagens ao exterior a partir de 14 de janeiro de


2013, o que permitiu a saída de Yoani de Cuba para visitar cerca de 20 países. Entretanto,
vemos no discurso de Yoani e nos dirigentes cubanos um ponto em comum: o pedido do
fim do embargo econômico. O que os diferem nesse ponto são as expectativas com essa
liberação econômica: uma aproximação aos EUA ou um novo fortalecimento do regime
castrista.

Foi esse dilema que permeou os protestos e manifestações a favor e contra a presença da
blogueira cubana ao Brasil.

ROPOSTA DE FEVEREIRO DE 2015


Há limites para a liberdade de expressão?
No dia 7 de janeiro deste ano, terroristas islâmicos mataram a tiros de fuzil 12 pessoas e feriram 11 na
Redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, a pretexto de vingar o profeta Maomé, alvo
frequente das charges da publicação. Apesar das muitas manifestações de repúdio ao ato terrorista, o
atentado também acabou provocando uma polêmica sobre a liberdade de expressão. Para alguns, ela
deve ser geral e irrestrita, pois, se houver limites, não existirá liberdade de fato. Outros, consideram que
há temas como a religião, que devem ser preservados, pois o direito de se expressar livremente não
inclui a possibilidade de ofender. Há ainda quem defenda que a liberdade tem de coexistir com a
responsabilidade e se submeter a uma ética. Como você se coloca diante desse debate? Exponha seu
ponto de vista e o defenda com argumentos numa dissertação que discuta a liberdade de expressão,
com ou sem limites.
Leia as redações avaliadas
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Capas do jornal satírico "Charlie Hebdo": humor provocativo, que


entrou na mira de grupos terroristas
"Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei
até morrer o teu direito de dizê-lo."
[Frase atribuída a Voltaire, filósofo iluminista francês]
Expressão e democracia
A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões
públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos
democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos
escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas
vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias.
[site da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil]
O papa se pronuncia
Um dia depois da publicação da nova edição do jornal satírico francês
"Charlie Hebdo", o papa Francisco afirmou que a liberdade de
expressão tem limite e não se pode "provocar" nem "insultar" a fé das
pessoas. (...) "Temos a obrigação de falar abertamente [sobre
religião], temos esta liberdade. Mas sem ofender. Não se pode
provocar, não se pode insultar a fé dos outros, não se pode tirar sarro
dela", disse.
[Folha de S. Paulo]
Liberdade de insultar
O primeiro-ministro islamita-conservador turco, Ahmet Davutoglu,
denunciou nesta quinta-feira (15/01/15) a publicação de uma nova
charge do profeta Maomé na capa da revista satírica “Charlie Hebdo”,
ao considerar que a liberdade de expressão não é "a liberdade de
insultar"."A publicação da charge é uma grande provocação (...)
liberdade de imprensa não significa liberdade de insultar", declarou
Davutoglu à imprensa em Ancara antes de viajar a Bruxelas. "Não
podemos aceitar os insultos ao profeta Maomé”, insistiu.
[Correio Braziliense]
Liberdade com responsabilidade
Podemos pôr em risco a segurança e a vida de outras pessoas em
nome da liberdade de expressão e do livre pensar? A liberdade de
opinião e o direito de expressá-la são uma conquista social, não
apenas um direito individual para servir aos interesses e ao
narcisismo de pessoas ou de grupos. Portanto o livre exercício do
direito de opinar, criticar, caricaturar e denunciar exige reflexão,
responsabilidade e ética. (...) Não podemos transformar a liberdade
de expressão em um dogma, pois os dogmas são antidemocráticos e
geram autoritarismo e posições extremistas.
[Luiz Carlos Barreto, Folha de S. Paulo]
Sem mas...
O problema da liberdade da expressão é o "mas...", assim, com
reticências. "Sou a favor da liberdade de expressão, mas..." E cada
um tem o seu mas e as suas reticências. Se os mas e as reticências
de todo mundo forem levados em conta, a liberdade de expressão
simplesmente deixará de existir.
[Carlos Lana, colaborador da Página 3 Pedagogia &
Comunicação]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de fevereiro de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de março de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Há limites para a liberdade de expressão?
18. OS PROCESSOS DE NACIONALIZAÇÃO DOS
HIDROCARBONETOS E DE EMPRESAS NA AMÉRICA LATINA

A nacionalização ou estatização se tornou uma característica comum dos Governos tidos


como Populistas na América Latina. As nacionalizações recentes tiveram início com as
políticas estatizantes na Venezuela de Hugo Chávez, em 1998. Em seguida se expandiram
nos governos e de Evo Morales (Bolívia), e de Nestor e Cristina Kirchner (Argentina). O
processo de nacionalização é tornar público, ou estatal, empresas privadas, caracterizando
assim uma maior participação do Estado na economia. Além disso, podemos caracterizar
a nacionalização como uma transferência forçada de uma entidade privada para a
propriedade estatal.

As principais justificativas dadas pelos governos estatizantes, que levam o estado a


nacionalizar empresas, possuem motivações ligadas à utilidade pública para beneficiar a
comunidade; assegurar maior arrecadação de recursos para o Estado, evitar crises
econômicas e melhorar o atendimento ao público de serviços básicos, como energia elétrica
e abastecimento de água.

Na América Latina, os setores que são mais atingidos por esse processo são os setores
básicos da economia; siderurgia, mineração e de hidrocarbonetos; e também os serviços
básicos que atendem a população, como: transportes, educação, saúde, comunicação e
bancos.

A Nacionalização na Venezuela

A Venezuela é o único membro da OPEP entre os países latinos – americanos. Para


favorecer a arrecadação de impostos, o Governo Chávez aumentou as taxas de 16% de
royalties sobre hidrocarbonetos e 50% de imposto sobre os lucros obtidos. A petrolífera
PDVSA (Petróleos de Venezuela) se tornou a estatal que comanda as empresas e hoje
deve possuir cerca de 51% das empresas de capital misto.

Hugo Chávez

Nacionalizações na Bolívia

O Presidente Evo Morales, logo após assumir a presidência em 2006, iniciou o processo
de nacionalização dos hidrocarbonetos. A Bolívia, um dos países mais pobres da América
Latina, possui a segunda maior reserva de gás natural da América. Em 1º de Maio de 2012,
Evo Morales, iniciou o processo de nacionalização e a YPFB (estatal boliviana de gás e
petróleo) e passou a controlar parte das empresas estrangeiras que realizavam as
extrações no país. O principal alvo do governo foi a estatal brasileira, a Petrobrás, que
responde por cerca de 25% de arrecadação de impostos, produz 100% da gasolina
consumida no país e é a maior empresa da Bolívia. Além da Petrobrás, o governo
nacionalizou a Repsol YPF (Espanha e Argentina) e British Gas e British Petroleum (Reino
Unido).

Tema no Vestibular

O tema nacionalização pode ser recorrente nas provas de Geografia e Atualidades,


relacionando os diferentes governos populistas com as propostas estatizantes. Além disso,
pode ser tema de redação, pois as propostas sempre apresentam um apoio teórico de
referência e diretrizes de recorte. O vestibulando, então, deve se basear nestes pontos
propostos e escrever apenas o que foi sugerido. Os argumentos devem ser bem
fundamentados nos textos de apoio e nos conhecimentos adquiridos ao longo do processo
educacional. Dificilmente a proposta de redação solicitará um posicionamento ambíguo, ou
seja, pedindo ao vestibulando para defender diferentes posicionamentos. Certamente se
exigirá a exposição de uma posição fortemente sustentada por argumentos consistentes,
já que é um tema atual e recorrente na imprensa internacional.

Por Flávio Henrique D. Gazzio - geógrafo e professor do curso e colégio Oficina do


Estudante
19. A CONSTRUÇÃO DA USINA DE BELO MONTE

Localização da Usina de Belo Monte

Um assunto que certamente continuará sendo cobrado nos vestibulares é a construção


da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será a terceira maior usina hidrelétrica do
mundo, atrás de Três Gargantas, na China, e de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Sua localização é o Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no norte do Pará.
Quando ficar pronta, em 2015, a Usina de Belo Monte deve gerar 41,6 milhões de
megawatts por ano, o suficiente para atender ao consumo de 20 milhões de pessoas
durante um ano.

As cidades de Altamira e Vitória do Xingu terão grandes áreas inundadas, o que pode
prejudicar os agricultores locais e a população ribeirinha. Por outro lado, a construção da
usina pode ajudar no desenvolvimento econômico da região, com a criação de empregos.
As terras indígenas de Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu serão afetadas
pela diminuição da vazão do rio, causando prejuízos para uma população que depende do
rio para pesca, plantação e transporte. A questão das terras indígenas e o impacto
ambiental são as principais polêmicas que envolvem a construção da usina.

De acordo com Flávio Henrique D. Gazzio, geógrafo e professor do curso e


colégio Oficina do Estudante, de Campinas, os vestibulares podem cobrar questões que
envolvem a geografia física da região, os benefícios econômicos vinculados à construção
da usina, assuntos relacionados aos grandes projetos de integração do território nacional –
já que a energia que será produzida no Norte do Brasil pode beneficiar outras regiões – e
perguntas relacionadas às questões socioambientais. “Os vestibulandos precisam saber,
por exemplo, quais seriam os prejuízos ambientais gerados pela construção da usina, e
como as populações amazônicas tradicionais (ribeirinhos e indígenas) seriam atingidas por
essa construção” – completa Flávio Henrique Gazzio.
O professor do Oficina do Estudante destaca também que o tema pode ser cobrado de
forma interdisciplinar e até mesmo de forma específica em questões de outras disciplinas
que não geografia. Na biologia, por exemplo, a construção da usina pode ser relacionada
à preocupação com a flora e a fauna local, à mudança do comportamento da vida aquática
devido ao represamento e a questões ligadas à reprodução de peixes. Nas provas de física
podem aparecer questões de energia potencial, pressão, transformação de energia
mecânica em energia elétrica. “Até mesmo a matemática pode ter relação com a construção
da usina, trazendo problemas de área, volume e vazão”.

O tema também pode ser cobrado nas provas de redação, o que exige do candidato
bastante informação sobre o contexto da construção da usina. Flávio Henrique Gazzio
afirma que “dificilmente a proposta de redação pedirá para o vestibulando defender
diferentes posicionamentos. Certamente se exigirá a exposição de uma posição fortemente
sustentada por argumentos consistentes”.
PROPOSTA DE MARÇO DE 2015
Água: aprenderemos com a atual crise hídrica?
Há cerca de duas décadas, os ambientalistas têm alertado para o fato de a água doce ser um recurso
escasso em nosso planeta. Neste começo de 2015, o Sudeste do Brasil tem uma clara percepção dessa
realidade, em função da seca que o assola. Outras regiões ou Estados do Brasil, como o Nordeste, já
vivenciam o problema há muito tempo, e até o Amazonas e o Pantanal têm sofrido, esporadicamente,
com a estiagem. Além da questão climática, os especialistas apontam outros culpados para o problema
da falta de água: os governos e os cidadãos de um modo geral. Por isso, muita gente tem dito que um
dos pontos positivos da seca atual é aprendermos com ela e começarmos a tratar com mais cuidado a
água de que dispomos e nossos recursos hídricos. Considerando seus conhecimentos sobre essa
questão e outras análogas, você acha que a sociedade brasileira aprenderá alguma coisa com a atual
crise hídrica? Ou para tanto será necessário que cheguemos a uma situação ainda mais extrema?
Exponha sua opinião numa dissertação argumentativa.

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

O Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, foi


duramente afetado pela seca e chegou a ficar com cerca de 5% de
sua capacidade

Problemas de gestão
Para entender como alcançamos esse grau de fragilidade hídrica,
não basta olhar para a seca. Como sempre, há um conjunto de
medidas que se somaram para construir o cenário: a gestão da água
feita como se os recursos fossem inesgotáveis, ou seja, como se
sempre fosse possível expandir a captação, a perigosa aproximação
entre oferta e demanda e uma gestão de crise que revelou
fragilidades quando a escassez ficou mais acentuada.

Pesaram, também, o pouco espaço de participação da sociedade, a


fragilidade dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos, além da
não adoção pelo governo estadual de medidas mais severas de
redução de consumo ou uso abusivo de água. É importante lembrar,
ainda, a degradação ambiental das áreas de mananciais, resultado
da poluição das fontes de água e desmatamento no entorno das
represas.

A crise atual exige união e compartilhamento de responsabilidades


com respostas sistêmicas com metas e ações de curto, médio e
longo prazos. Assim, é correto que o governo exerça papel
protagonista para fomentar e implementar soluções múltiplas com
escala e impacto que atinjam diversos setores de uma só vez. Mas
também cabe aos consumidores de água, empresas e organizações
da sociedade civil desempenhar seu papel de corresponsabilidade.

[Ocas – Organização Civil de Ação Social]


Esvaziamento dos reservatórios
Tanto no caso da água como da eletricidade, dispomos de
"cadernetas de poupança" hídrica, que são imensos reservatórios.
Isto significa que a verdadeira causa da crise atual não é o fato de
janeiro e fevereiro de 2015 terem sido os meses mais secos da
história, e sim o fato dos reservatórios terem esvaziado
progressivamente desde janeiro de 2012 até dezembro de 2014,
quando chegaram ao pior nível da história

Portanto, a verdadeira questão é: por que os reservatórios


esvaziaram tanto nos últimos três anos?

À primeira vista, a resposta é óbvia: porque o volume de água que


chegou aos mesmos neste triênio foi o pior, ou um dos piores, da
história. No entanto, esta resposta não é verdadeira no caso do setor
elétrico. Se compararmos as vazões que chegaram às hidrelétricas
no triênio 2012-2014 com as dos 81 triênios do passado (1931-1933;
1932-1934; e assim por diante, até os tempos atuais) verificaremos
que em 15 destes triênios ocorreram secas piores do que a atual.

(...)

Dado que a hidrologia não foi malvada e a demanda foi medíocre, a


única explicação que sobra - a verdadeira - é que a capacidade de
geração real é menor do que se pensava, devido a falhas no
planejamento de construção das usinas e das linhas de transmissão.

Todos nós cidadãos sabemos que às vezes as coisas saem muito


errado por causas externas – como nas crises cambiais, por razões
institucionais e políticas, como na hiperinflação, ou por falhas de
planejamento, como no racionamento de 2001.

A reação magnífica da população em todas estas crises torna


imperdoável que não se aprenda com os erros cometidos. Na
situação atual, mesmo que as crises de água e energia sejam
aliviadas "aos 48 minutos do segundo tempo" pela combinação de
medidas heroicas e de boas chuvas, é fundamental que a má
experiência contribua para o fortalecimento da cidadania.

[UOL Notícias – Opinião]


Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de março de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de abril de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Água: aprenderemos com a atual crise hídrica?
PROPOSTA DE MAIO DE 2015
O conceito de família pode ou não pode mudar?
A Câmara dos Deputados está promovendo em seu site uma enquete sobre o Estatuto da Família. A
iniciativa, bem sucedida, contava, em 28 de abril passado, com a participação de mais de 6 milhões de
votantes. A pesquisa questiona quem está a favor ou contra a definição de família estabelecida no
Estatuto, que é a seguinte: "define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união
entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade
formada por qualquer dos pais e seus descendentes". Há quem não veja nenhum problema nessa
formulação, que é o conceito tradicional de família. Há também quem acredita que não pode haver
definição diferente, pois qualquer variação (como a união entre dois homens ou entre duas mulheres)
não constitui uma família. Por outro lado, há quem diga que isso é uma visão equivocada, conservadora
e que não acompanha a evolução social, que, cada vez mais, reconhece os direitos de minorias com
diferentes opções sexuais. O que você pensa a esse respeito? Você é a favor do conceito tradicional?
Ou acredita que outros tipos de união também constituem uma família?

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Logo no primeiro capítulo da novela Babilônia, Fernanda Montenegro


e Nathália Timberg se beijaram, em cena que provocou polêmica. As
duas representam na trama um casal de lésbicas, que vive numa
união que dura há muitos anos.

Opinião popular
A enquete sobre o projeto de lei que trata do Estatuto da Família (PL
6583/13) obteve, desde o dia 11 de fevereiro - quando foi incluída no
portal da Câmara dos Deputados - até quinta-feira passada (22), um
milhão de votos. A enquete questiona se o votante concorda com a
definição de família como o núcleo formado a partir da união entre
homem e mulher, prevista no projeto. Por enquanto, 62,83% dos
participantes votaram a favor; 36,8%, contra; e 0,37% disseram não
ter opinião formada.

Observação: o texto acima focaliza a situação no final de fevereiro.


Você pode acompanhar o andamento da pesquisa clicando aqui.
[Câmara dos deputados]
Utilidade social
Frases como a do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF) causam
perplexidade aos estudiosos do Direito “faz-se necessário diferenciar
família das relações de mero afeto, convívio e mútua assistência;
sejam essas últimas relações entre pessoas de mesmo sexo ou de
sexos diferentes, havendo ou não prática sexual entre essas
pessoas. É importante asseverar que apenas da família, união de um
homem com uma mulher, há a presunção do exercício desse
relevante papel social que a faz ser base da sociedade”. Há no
discurso uma clara visão utilitarista: a família de pessoas do mesmo
sexo não cumpre sua função última, “ser base da sociedade”. Haveria
duas famílias: as úteis e as inúteis para a base da sociedade. É
argumento que já legitimou atrocidades em passado não tão remoto.
[José Fernando Simão, site Consultor Jurídico]
Ingerência estatal
Eis que o Estado brasileiro decidiu arvorar-se no direito de decidir
quais arranjos familiares são dignos e quais são indignos para a
criação de indivíduos psicologicamente saudáveis. A ingerência
estatal em domínio eminentemente privado, uma vez que a felicidade
não pode ser construída baixo decreto presidencial, é flagrante na
discussão do chamado Estatuto da Família, projeto de lei proposto
pelo deputado federal Anderson Ferreira, do Partido Republicano.
Pode-se dizer, até, que o projeto não começa de todo mal, em seu
artigo 1º esclarecendo que o Estatuto dispõe “sobre os direitos da
família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para a
valorização e apoiamento da entidade familiar”, sendo obrigação do
Estado, da sociedade e do Poder Público, de acordo com o artigo 3º,
“assegurar à entidade familiar a efetivação do direito à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,
à cidadania e à convivência comunitária”. O banho de água fria vem,
entretanto, no artigo 2º, em que a “entidade familiar” é definida como
o “núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma
mulher (grifo do projeto de lei), por meio do casamento ou união
estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e
seus descendentes”.
[Marcelo Gruman, site Carta Maior]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de maio de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de junho de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema O conceito de família pode ou não pode mudar?
PROPOSTA DE JUNHO DE 2015
Organismos transgênicos: fonte de problemas ou de soluções?
A discussão não chega a ser recente, mas nem por isso deixa de ter grande importância. Com a
evolução da ciência e da tecnologia, o ser humano passou a criar organismos transgênicos, com
finalidades variadas. Eles podem ser usados na agricultura, produzindo espécies de plantas capazes de
enfrentar as mudanças climáticas; na criação de animais, com frangos resistentes à gripe aviária; na
indústria farmacêutica, com pesquisas sobre algas cujas moléculas são capazes de inibir a replicação do
HIV - o vírus da Aids. No entanto, há outros aspectos dos transgênicos que devem ser considerados.
Muitos críticos do uso dessa tecnologia, particularmente na produção de alimentos, alertam para os seus
riscos, tanto os presumíveis quanto os imponderáveis, para a saúde do ser humano e do meio ambiente.
Leia os textos da coletânea, informe-se sobre a questão dos transgênicos e redija um texto dissertativo-
argumentativo, expondo sua opinião sobre o problema: para você, os transgênicos geram problemas ou
soluções?

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Plantação no RS: a soja geneticamente modificada ocupou cerca de


92% da área plantada com essa oleaginosa entre 2013 e 2014.

Você sabia?
De acordo com um relatório do Serviço Internacional para Aquisição
de Aplicações em Agrobiotecnologia (cuja sigla em inglês é ISAAA), o
Brasil ocupa o segundo lugar no mundo entre os países que mais
cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras.
Perdemos apenas para os Estados Unidos. Atualmente, quase 90%
do milho e da soja plantados no Brasil são transgênicos.
[ISAAA]
Produtos de alto risco
Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são
produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza,
como, por exemplo, arroz com bactéria.Por meio de um ramo de
pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de
agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios
agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas.
As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço alto:
riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos. Diante da crise
climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona
como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de
produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos
das mudanças climáticas sobre a agricultura. Nesse cenário, os
transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem
resistentes a agrotóxicos, ou possuírem propriedades inseticidas, o
uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas
daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a
dose de agrotóxicos ano a ano.
[Greenpeace]
Resistência às mudanças climáticas
O presidente da Monsanto no Brasil aposta que as empresas de
biotecnologia se dedicarão nos próximos anos a criar plantas menos
sensíveis às variações do clima, fazendo com que o aquecimento
global não impeça o aumento da produção de comida. Numa
entrevista à Folha de S. Paulo, ele declarou:“Acho que a importância
da biotecnologia perante as mudanças climáticas vai ficar cada vez
mais clara. Podemos desenvolver plantas com maior tolerância à
seca, maior tolerância a variações de temperatura, germinação
mesmo em condições não ideais. A outra tendência é agregar valor
para o consumidor final. O arroz dourado é um dos maiores exemplos
[geneticamente modificado para ser enriquecido com vitamina A].
[Folha de S. Paulo]
Um outro aspecto da questão
O brasileiro José Graziano, presidente da FAO, o órgão da ONU que
trata de alimentação e agricultura, declarou em entrevista concedida
a uma revista especializada em avicutura industrial: “Os transgênicos
são um avanço científico muito importante para a humanidade
exatamente porque não é tão somente um tema de alimentos. Tende-
se a confundir os transgênicos com as sementes de soja. Este, no
entanto, não é um tema de monopólio das sementes. Há as mais
diversas aplicações para os transgênicos. Estou vindo agora de
Barão Geraldo [distrito do município de Campinas-SP], onde há uma
infestação de dengue. Uma das soluções encontradas para
solucionar o problema é soltar um macho geneticamente modificado
do mosquito Aedes aegypti [vetor da doença] que não procria.”
[Avicultura Industrial]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de junho de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de julho de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Organismos transgênicos: fonte de problemas ou de soluções?
PROPOSTA DE JULHO DE 2015
Intolerância religiosa: regra ou exceção no Brasil?
No mês de junho de 2015, no Rio de Janeiro, uma menina de 11 anos, praticante de Candomblé, foi
apedrejada na cabeça e insultada por dois homens que portavam Bíblias na mão e que supostamente
pertencem a seitas cristãs evangélicas ou neopentecostais. O fato despertou a atenção do público para a
intolerância religiosa na sociedade brasileira. Que o problema existe, é inegável. Mas o Brasil não tem
um histórico de conflitos armados motivados pela religião, como ocorrem no Oriente Médio ou na Índia,
por exemplo, ou como ocorreram historicamente entre católicos e protestantes na Europa. Diante disso,
é o caso de perguntar: que dimensões assume a intolerância religiosa no Brasil? É grande ou pequena?
É explícita ou camuflada? É regra ou exceção? Por quê? Escreva um texto dissertativo-argumentativo
expondo sua visão sobre o tema. Considere na sua argumentação as informações apresentadas na
coletânea.

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

O direito de criticar dogmas é assegurado como liberdade de


expressão. Atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a
alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes sem
fiança. Lembre-se que crítica não é o mesmo que intolerância.
(Página do Ministério da Justiça no Facebook)
Alguns fatos
1) No domingo passado, Kayllane Campos, de 11 anos, e outras sete
pessoas voltavam de um evento religioso caminhando pela avenida
Meriti, na Vila da Penha, quando dois homens que estavam em um
ponto de ônibus do outro lado da rua começaram a insultar o grupo.
Com Bíblias sob os braços, os agressores gritavam "Sai demônio,
vão queimar no inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra contra o
grupo, segundo Kátia Marinho. A pedra bateu em um poste antes de
atingir Kayllane, que chegou a desmaiar. Os dois agressores fugiram
de ônibus.
2) Católicos, evangélicos, adeptos do candomblé, da umbanda e de
outras religiões se reuniram em um ato contra a intolerância religiosa
na manhã deste domingo (21 de junho), no largo do Bicão, na Vila da
Penha, zona norte do Rio. A manifestação ocorre uma semana
depois de a estudante Kayllane ter levado uma pedrada na cabeça
quando voltava de uma festividade do candomblé. Cerca de 400
pessoas participam do ato neste domingo.
[UOL Notícias/Agência Estado]
3) Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação
religiosa no país. Mais de um quarto (26,17%) ocorreu no estado do
Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número total caiu em
relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias, mas,
mesmo assim, mostra que a questão não foi superada no país. As
principais vítimas são as religiões de matriz africana, como o
candomblé e a umbanda.
[Carta Capital]
Conceitos
Alguém já conceituou com propriedade: "A intolerância religiosa é um
conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas
religiosas ou mesmo a quem não segue uma religião. É um crime de
ódio que fere a liberdade e a dignidade humana."
Diante deste conceito amplo, poderemos, portanto, resumir como
liberdade religiosa: 1) O direito de ter uma religião e crer num ser
divino; 2) O direito de não ter uma religião e não crer em um ser
divino; 3) O direito à neutralidade religiosa em espaços de uso
comum (públicos).
[Michael Pereira de Lira, site JusBrasil]
Uma explicação
“O neopentecostalismo, em conseqüência da crença de que é preciso
eliminar a presença e a ação do demônio no mundo, tem como
característica classificar as outras denominações religiosas como
pouco engajadas nessa batalha, ou até mesmo como espaços
privilegiados da ação dos demônios, os quais se "disfarçariam" em
divindades cultuadas nesses sistemas. É o caso, sobretudo, das
religiões afro-brasileiras, cujos deuses, principalmente os exus e as
pombagiras, são vistos como manifestações dos demônios.”
[Vagner Gonçalves da Silva, professor de Antropologia, USP]
Um ateu
Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos. (...)
Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras
que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas
contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne
intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não
os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os
anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas
convicções que apregoam.
[Drauzio Varella, Folha de S. Paulo]
Um debate
Para o pastor Sezar Cavalcante, reitor da Faculdade Teológica
Betesda, de Campinas (SP), os evangélicos têm o direito de pregar
contra as religiões de matriz afrobrasileiras, como a umbanda e o
candomblé, desde que não usem de força –como invadir terreiros.
Preceitos desses credos, como o culto politeísta aos orixás, seriam
pecado, diz, se entendermos que pecado "é o que errou o alvo" de
Deus, diz. Rodney William, doutorando em antropologia em PUC e
babalorixá do terreiro de candomblé Ilê Obá Ketu Axé Omi Nlá (zona
norte de São Paulo), argumentou que cada religião tem sua própria
régua para determinar o que é pecado.
[TV Folha]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de julho de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de agosto de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Intolerância religiosa: regra ou exceção no Brasil?
PROPOSTA DE AGOSTO DE 2015
Forma física, corpo perfeito e consumismo
Vale tudo para obter um corpo perfeito? Os fatos indicam que não, como se pode ver por relatos
publicados na imprensa. Não bastasse isso, os especialistas da área médica alertam constantemente
para os perigos de cirurgias desnecessárias, de usar produtos químicos inadvertidamente, de apelar
para profissionais (nem sempre da área médica) que fazem o serviço a preços módicos. Mesmo assim, é
crescente o número de pessoas que se dispõem a realizar os mais variados procedimentos, em busca
do corpo dos seus sonhos - ou daquele que a moda e os meios de comunicação apresentam como
perfeito. Só para dar um exemplo, uma pesquisa da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
mostrou que as cirurgias estéticas em adolescentes aumentaram 141% em quatro anos. Diante desse
quadro, é o caso de se perguntar: teria o corpo perfeito se transformado também num objeto de
consumo? O consumismo, afinal, chegou à forma física e à anatomia, assim como tem invadido vários
outros aspectos da vida contemporânea?

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Os ideais de beleza física, para a mulher ou para o homem, são


cultuados desde a Antiguidade. Na mitologia grega, Afrodite (Vênus,
para os romanos) era um símbolo de beleza. A imagem representa
essa personagem, em versão renascentista italiana. É o quadro “O
nascimento de Vênus”, pintado por Sandro Botticelli, por volta de
1485.
Alergia, rejeição, infecção, necrose...
Um jovem de 18 anos morreu na noite deste sábado (25) em Ribeirão
Preto (a 313 km de São Paulo) após injetar hidrogel no pênis,
segundo a polícia. O caso suscita muitos questionamentos. O
primeiro deles são os potenciais graves riscos do uso inadvertido
desse produto, como já ficou demonstrado no episódio envolvendo a
modelo Andressa Urach e da morte de uma mulher em Goiânia (GO).
O hidrogel é formado 98% por água e absorvido pelo corpo após
cerca de dois anos. Em tese, quando usado por médicos e em doses
recomendadas, é seguro, mas frequentemente temos visto várias
complicações associadas ao seu uso. Entre elas, alergia, rejeição,
infecção e necrose dos tecidos.
[Cláudia Colucci - Folha de S. Paulo]
Riscos X Vontade
Ser capaz de enfrentar qualquer sacrifício em favor da boa forma
parece estar mais perto da realidade brasileira nos últimos tempos.
As academias se proliferam pelas ruas das cidades, assim como
salões de beleza com fórmulas mágicas de redução de medidas do
corpo prometendo à mulher – e por que não ao homem também? -
entrar naquele jeans tamanho 38, para ela. E vale também arriscar
uma lipoaspiração e muitas pessoas estão recorrendo, embora a
princípio a indicação deva ser exclusivamente para a boa saúde, à
cirurgia bariátrica, a de redução de estômago, para ter aquele corpo
que talvez nunca nem tivesse sonhado em ter. As próteses vêm
sendo procuradas por uma camada cada vez mais jovem de
pacientes. E de diferentes classes sociais. São alertados de todos os
riscos, mas minimizados em favor da vontade.
[Tribuna do Norte]
Uma questão de bom senso
A busca pelo corpo perfeito leva muitas mulheres às clínicas
especializadas em busca da remoção de gordura localizada, flacidez,
celulite e rugas. Estes procedimentos, no entanto, estão se tornando
cada vez mais invasivos. Por isso, especialistas recomendam bom
senso. “Por influência das celebridades da TV, as pessoas estão
banalizando a procura por esses tratamentos, exibindo corpos
moldados por meio de cirurgias ou aplicações hormonais realizadas
em momento inadequado", explica a dermatologista Camila
Ciarleglio. "Muitas vezes, essas sessões são realizadas ilegalmente
por supostos médicos, que oferecem resultados milagrosos a baixo
preço utilizando produtos de péssima qualidade”, completa.
[Veja SP]
Ditadura da beleza
A “ditadura do corpo perfeito”, pregada a ferro e fogo pela sociedade,
tem se transformado em armadilha para aqueles que acreditam que a
felicidade está em músculos grandes, em corpos magros e sem
gordura. Em busca da beleza escultural, homens e mulheres ingerem
e injetam substâncias capazes de fazer milagres. Por um lado,
deixam o corpo bonito, forte e aparentemente saudável em pouco
tempo. Em contrapartida, os produtos cobram um preço alto por isso:
funcionam como um tsunami interno no organismo, causando
doenças graves e, em alguns casos, até a morte. Preocupados com o
cenário que já se tornou uma obsessão global, muitos especialistas
dizem tentar convencer as pessoas sobre os riscos que correm, mas
o esforço, segundo contam, tem sido em vão, principalmente entre os
jovens que buscam essa fórmula da beleza a qualquer custo.
[Site LerSaúde]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de agosto de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de setembro de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Forma física, corpo perfeito e consumismo
PROPOSTA DE SETEMBRO DE 2015
Disciplina, ordem e autoridade favorecem a educação?
Os colégios militares de vários Estados do Brasil se tornaram destaque nos meios de comunicação pelos
bons resultados que seus alunos obtiveram no Enem no ano passado. Para muitos pais e educadores,
estabelecimentos de ensino regidos pela disciplina militar proporcionam aos alunos aquilo que se espera
de uma escola: formar alunos competentes para enfrentar os desafios da educação, entre os quais o
Enem e, depois, a vida universitária. Naturalmente, há quem não concorde com isso e por motivos tão
razoáveis quanto aqueles dos que pensam diferente. Há quem diga que a rigidez da ordem militar não
colabora com a formação de mentes abertas, críticas e criativas. Veja opiniões a favor e contra essas
escolas na coletânea de textos que integra esta proposta de redação. Depois disso, redija um texto
dissertativo-argumentativo, dizendo se você estuda ou estudaria num colégio militar, e quais são os
motivos que o levam a tomar sua posição. Conclua seu texto refletindo se a disciplina, a ordem, o
respeito à autoridade são ou não são úteis no processo educacional de um jovem.

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Os colégios militares obtiveram um bom desempenho no Enem, o


que se deve, segundo seus administradores, a uma disciplina rígida
Respirando disciplina
No Colégio Militar Tiradentes, em Maceió (Alagoas), os alunos vivem
uma rotina militar. Lá se respira a palavra disciplina. Localizado no
Trapiche da Barra, zona sul da cidade, há cinco anos se destaca no
Enem por Escola com base em uma "didática" baseada no rigor. O
estabelecimento tem a maior nota de uma escola da rede estadual no
Estado, com média 521,17 entre as provas objetivas.

Para estudar no Tiradentes, o visual do aluno também tem que estar


alinhado: ele tem de estar com cabelos cortados e arrumados no
padrão militar, uniforme limpo e passado a ferro com vinco e, ainda,
bater continência para professores, coordenadores e direção.

Segundo o professor de português e literatura, Paulo César dos


Santos, a disciplina e o treino são fatores de sucesso dos alunos nos
exames como o Enem. "O aluno escreve e nós corrigimos até o texto
sair perfeito para entendimento de todos", disse.

[UOL Educação]
Cidadania, curiosidade e criatividade
Especialistas discordam da aplicação da militarização em sala de
aula para obter resultados satisfatórios. A professora de história,
especialista em gestão de sistemas educacionais, Pilar Lacerda, diz
que o modelo abre mão da pedagogia ao apelar para a rigidez e a
disciplina militar. "A escola de educação básica é o lugar da formação
de valores, de conhecer e respeitar o outro. Do diálogo e da
construção de normas comuns. Que cidadão está sendo formado
neste modelo militar? A não ser que o jovem queira seguir carreira
militar", argumenta Lacerda.

Ela explica que para estudantes se manterem focados nos estudos, a


escola deve tornar a sala de aula mais atrativa e menos burocrática.
"Que pense no projeto pedagógico que seja construído para o
estudante entender o mundo e entender-se no mundo. Atiçar a
curiosidade e incentivar a criatividade. Nada feito a força funciona",
explica a professora.

[UOL Educação]
Nível melhor ou método autoritário?
Considerado um retrocesso por alguns educadores, o sistema que
mantém policiais na direção das escolas está em expansão em
Goiás. Segundo a polícia, o modelo melhora o desempenho dos
alunos (em nove Estados os colégios ficaram em 1o entre as
estaduais no Enem). O Brasil possui atualmente 93 instituições de
ensino da PM. Neste ano, Minas criou mais duas, chegando a 22 –
elas atendem mais de 20 mil alunos. A Bahia, com 13, deve abrir
mais quatro.

Em Goiás, o comerciário Ricardo Cardoso, 41, que tem duas filhas


em escolas da PM, quer colocar a terceira na instituição em 2016. A
maioria das vagas é preenchida por sorteios. "O nível dessas escolas
é muito melhor." Sua filha Júlia, 17, diz gostar do colégio Hugo
Ramos, mas reclama da rigidez. "Um ou outro PM é rude. Mas a
maioria é aberta." Para o pai, os alunos têm "voz ativa". "Sempre que
minha filha reclamou, deram resposta. Adolescentes reclamam de
tudo."
Diretor de ensino de um colégio de Anápolis (GO), o sociólogo e
capitão da PM Sirismar Silva diz que a polícia nas escolas não é
ideal. "Mas é bom ouvir dos pais que seus filhos tiveram a vida
mudada para melhor." Para Maria Augusta Mundim, da Faculdade de
Educação da federal de Goiás, o método é autoritário. "Cai por terra a
busca por autonomia e de construção de identidade."

[Folha de S. Paulo]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de setembro de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de outubro de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Disciplina, ordem e autoridade favorecem a educação?
PROPOSTA DE OUTUBRO DE 2015
O sucesso vem da escola ou do esforço
individual?
De modo geral, não é segredo para ninguém que a realidade da
educação brasileira enfrenta há muito tempo uma situação
complicada. Não faltam exemplos que evidenciam a baixa
qualidade do ensino no país. No Enem do ano passado, por
exemplo, enquanto 8,5% dos alunos tiraram zero na prova de
redação, a nota máxima foi obtida por apenas 0,004%. Agora, uma
pesquisa acaba de revelar que ao menos um de cada cinco
estudantes do 3º ano do ensino fundamental da escola pública não
atinge níveis mínimos de alfabetização em leitura, escrita e
matemática. No entanto, mesmo diante desse panorama, não é
difícil encontrar casos de sucesso e superação entre os estudantes
brasileiros, como mostram três reportagens publicadas pelo UOL
Educação em setembro, integrantes da coletânea de textos que
informa esta proposta de redação. Levando em conta esses
diferentes fatos, é o caso de se perguntar: o sucesso nos estudos
depende mais do esforço individual do que de escola eficientes,
capacitadas para produzir os resultados que dela se esperam?
Desenvolva uma dissertação argumentativa sobre o tema, expondo
e defendendo o seu ponto de vista sobre essa questão.
Leia as redações avaliadas
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Filho de pedreiro e catadora se forma em direito e homenageia pais


no PI
Pátria educadora
Ao menos um a cada cinco estudantes no 3º ano do ensino
fundamental da escola pública não atinge níveis mínimos de
alfabetização em leitura, escrita e matemática. Esse número foi
obtido com base nos dados da ANA (Avaliação Nacional de
Alfabetização), divulgados nesta quinta (17) pelo MEC (Ministério da
Educação). A ANA é uma avaliação diagnóstica para o
Pnaic (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa). O MEC
apresentou os resultados da ANA em percentuais por nível de
proficiência (o quanto os alunos sabem): em leitura, 22,21% estão no
nível 1 -- o que significa que 1 a cada 5 alunos não está no padrão
mínimo. Na área de escrita, 34,46% deles estão nos níveis 1, 2 e 3
de escrita -- ou seja, 1 a cada 3 estudantes não atende o padrão
mínimo. Já em matemática, o resultado é mais dramático: 57,07%
estão nos níveis 1 e 2.
[UOL Educação]
Apoio dos pais
Filho de pedreiro e de catadora de castanhas, o estudante de direito
Ismael do Nascimento Silva, 25, emocionou quem estava presente na
colação de grau dele ocorrida em Teresina (PI), na noite da última
sexta-feira (11). O jovem subiu no tablado da área de entrega do
diploma carregando um banner destacando a origem humilde da
família. "O filho do pedreiro com a catadora de castanhas também
venceu", dizia a faixa com a hastag #MeusPaisMeusHeróis. A história
de superação de Silva ganhou as redes sociais no fim de semana
com a divulgação das fotos da formatura pela empresa que registrou
as imagens. (...)"Meus pais me deram oportunidade para que eu
conseguisse me formar em direito. Apesar de não terem condições,
me deram assistência financeira para me manter no curso. Os dois
entraram na colação de grau comigo porque são meus maiores
exemplos de humildade, honestidade, dedicação e amor", afirmou o
novo advogado.
[UOL Educação]
Estudando atrás das grades
Sob aplausos de aproximadamente cem pessoas, Venilton Leonardo
Vinci, 55, tornou-se, na quinta-feira (3), o primeiro detento do Estado
de São Paulo a conseguir formação de nível superior exclusivamente
em regime fechado. Formado em pedagogia, Vinci terminou o ensino
médio atrás das grades e, graças a uma parceria com uma
universidade que oferece a modalidade de ensino à distância,
conseguiu o diploma. O próximo passo, segundo ele, é iniciar a pós-
graduação. A cerimônia de colação de grau ocorreu na Penitenciária
1 de Serra Azul, presídio de segurança máxima no qual Vince é
interno. "Só me resta agradecer. Primeiramente, a Deus. Depois, à
direção desta unidade, que acreditou na educação e, principalmente,
ao ser humano. Quero ser o espelho de uma nova realidade, pois
hoje me torno um pedagogo", disse ele, logo após receber o diploma
e ser ovacionado por parentes, colegas de presídio e professores.
[UOL Educação]
Campeã em evento mundial
A brasileira Alice Cunha da Silva, de 25 anos, foi a vencedora da
Nuclear Olympiad (Olimpíada Nuclear, em tradução livre), evento
mundial voltado a estudantes que estejam interessados no
desenvolvimento global de técnicas nucleares. A jovem cursa o
quinto e último ano da faculdade de engenharia nuclear, na UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), e foi classificada com mais
quatro pessoas para a fase final da olimpíada, realizada nesta quinta-
feira em Viena, na Áustria. O primeiro desafio da estudante foi
produzir um vídeo de até um minuto sobre algum assunto relacionado
à área. Para cumprir a tarefa, Alice se inspirou em um drama familiar.
"Minha avó tem câncer e passou por tratamentos nucleares para se
curar. Esse tema estava extremamente perto de mim e da minha
família. Não tinha como eu fazer um vídeo sobre outra coisa",
explicou em entrevista realizada em julho deste ano. Até o
fechamento do texto, o vídeo da estudante havia sido visualizado
32.032 vezes. O vídeo foi avaliado e Alice passou para a última
etapa, onde precisou fazer uma dissertação sobre a produção de
radioisótopos e apresentar para os juízes da competição.
[UOL Educação]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de outubro de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de novembro de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os
inscritos fizeram uma dissertação sobre o tema O sucesso vem da
escola ou do esforço individual?
ocê pensa disso? Concorda ou não com essa frase? Por quê? Redija uma dissertação apresentando
argumentos para justificar o seu ponto de vista.

Leia as redações avaliadas


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Cena do filme "Tropa de Elite", que foi um dos maiores sucessos do


cinema brasileiro contemporâneo, e põe em foco a violência em
nossa sociedade
A pesquisa
Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, ONG que reúne especialistas em violência
urbana do país, metade da população das grandes cidades
brasileiras acredita que "bandido bom é bandido morto". As
informações são do jornal Folha de S.Paulo. O instituto ouviu 1.307
pessoas em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes. Para a
pergunta se bandido bom é bandido morto, 50% disseram concordar,
45% discordaram e o restante não soube responder ou não concorda
nem discorda. Como a margem de erro é de três pontos percentuais,
para mais ou para menos, há empate técnico, e a pesquisa indica a
sociedade dividida.
[BOL Notícias/Datafolha]
Violência contra violência
A alta letalidade policial no Brasil ainda é pequena na opinião do
deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Em vídeo postado pelo seu
filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), o
parlamentar fluminense afirmou que “violência se combate com
violência”, e não com bandeiras de direitos humanos, como as
defendidas pela Anistia Internacional. Questionado sobre um
levantamento da organização que mostrou que a polícia brasileira é a
que mais mata no mundo, Bolsonaro se irritou e disse que ainda é
pouco diante da criminalidade que impera no país. “Eu acho que essa
Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais. Quase metade
dessas mortes são em combate, em missão. Então, a Anistia
Internacional está na contramão do que realmente precisa a
segurança pública do nosso país”, afirmou o parlamentar do PP.
[Revista Exame]
Tolerância da sociedade
"A tolerância da sociedade a uma polícia violenta contribui para a
criação de um terreno fértil para o surgimento de grupos de
extermínio (integrados por policiais)", afirmou a pesquisadora Camila
Nunes Dias, da Universidade Federal do ABC e associada ao Núcleo
de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
Segundo ela, um dos reflexos dessa posição da sociedade é que
jurados em tribunais civis tendem a absolver muito mais policiais
acusados de homicídio do que a própria Justiça Militar. Outro fator
que mostra essa tendência é o fato de que cada vez mais políticos
vêm sendo eleitos com discursos baseados em ações robustas da
polícia para o combate à violência.
[BBC Brasil]
Sem ordem nem lei
A ausência de respeito ao modelo de “ordem sob a lei” tem se
perpetuado dentro da estrutura policial brasileira por razões diversas
– como a falência dos modelos policiais, o descrédito nas instituições
do sistema de justiça e segurança, a impunidade – mas
principalmente por uma certa tolerância da própria sociedade com
esse tipo de prática. Analisando o problema do ponto de vista
sociopolítico veremos que a violência policial tem raízes culturais
muito antigas (desde a implantação do regime colonial e da ordem
escravocrata), e que estas têm uma relação diretamente proporcional
à ineficiência do Estado de punir, na maioria dos casos, as práticas
criminosas dos agentes de segurança.
É difícil admitir, mas existe uma demanda dentro da sociedade para a
prática da violência policial. É esta violência que serve à sociedade
dentro de diversos aspectos e circunstâncias, mas especialmente no
tocante à solução dos crimes contra o patrimônio e na repressão às
classes perigosas. Por isso mesmo, a dificuldade do Estado no
âmbito da segurança pública, no final do século XX, continua sendo o
controle da violência legítima, do qual decorreria consequentemente
a extinção do uso ilegítimo da força por parte dos organismos
policiais.
[dh.net.org.br]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
Envie seu texto até 25 de novembro de 2015.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de dezembro de 2015.
Elaboração da proposta
Página 3 Pedagogia & Comunicação
Tendo como base as ideias apresentadas nos textos acima, os inscritos fizeram uma dissertação sobre o
tema Bandido bom é bandido morto?

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