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GEONOMOS 16(2): 79 - 90, 2008 79

GEOLOGIA DO COMPLEXO CAMPOS GERAIS AO SUL DE


ALPINÓPOLIS, SUDOESTE DE MINAS GERAIS

Caio Vinícius Gabrig Turbay1; Cláudio de Morisson Valeriano2; Apoena Rossi3; Victor
Gustavo Mund da Rocha e Silva4

RESUMO

O Complexo Campos Gerais é um fragmento da crosta siálica Arqueana, situado no extremo sudoeste
do Cráton do São Francisco. Com base em critérios de campo e petrografia, foi possível subdividir
seus componentes ortognaissicos em dois grupos. O Ortognaisse Campos Gerais possui como principal
característica sua estrutura migmatítica e composição tonalítica a monzogranítica. O Ortognaisse Serra
do Quilombo caracteriza-se pelo seu bandamento composicional irregular herdado da deformação de
uma suíte de rochas tonalíticas e graníticas. As paragêneses metamórficas observadas, com presença de
ortopiroxênio metamórfico reliquiar, indicam que o primeiro evento metamórfico da região atingiu a fácies
granulito, durante o Arqueano, sendo responsável pela sua migmatização. Os ortognaisses são intrudidos
por corpos circunscritos de metatonalitos e pelos leucogranitos Córrego do Sapateiro e Itapixé. Todas as
unidades litodêmicas sofreram metamorfismo em fácies xisto-verde durante o Neoproterozóico. Os elementos
metamórficos e estruturais presentes no conjunto sugerem que a região funcionou como antepaís durante a
orogenia paleoproterozóica, e foi afetada por zonas de cisalhamento sinistrógiras durante o Neoproterozóico,
relacionadas ao evento Brasiliano.

ABSTRACT

The Campos Gerais Complex is a fragment of typical Archean continental crust, located in the southwest
border of the São Francisco Craton. Based on field and petrographic criteria, the ortogneiss unit was separated
in two: the Campos Gerais Orthogneiss has migmatitic structure and compositional range from tonalite to
monzo-granite, with presence of relict orthopyroxene; and the Serra do Quilombo Orthogneiss, caracterized
by compositional banding, developed from the deformation of cross-cutting tonalitic to granitic rocks. The
presence of orthopyroxene indicates that the first metamorphic event ocurred in granulite facies during the
Neoarchean, and was responsible for the migmatization of the Campos Gerais orthogneisses. The migmatitic
orthogneisses were intruded by homogeneous metatonalitic bodies and by the Córrego do Sapateiro ad
Itapixé leucogranites. All rock units suffered Neoproterozoic upper greenschist facies metamorphism. The
metamorphic and structural features suggest that the region worked as the foreland zone to the Paleoproterozoic
orogeny, and was transected by sinistral Neoproterozoic mylonite zones related to the Brasiliano event.

Palavras-chave: Arqueano; TTG; Cráton do São Francisco.

INTRODUÇÃO A variabilidade litológica, faciológica e textural dos


ortognaisses e granitóides intrusivos presentes na área
O Complexo Campos Gerais localiza-se na porção de estudos confere ao conjunto uma trama complexa.
meridional do Cráton do São Francisco, representando Neste sentido, propõe-se neste trabalho que somente
o embasamento Arqueano-Paleoproterozóico do cráton, estas unidades componham o Complexo Campos
remobilizado durante a Orogenia Brasiliana (Zanardo Gerais, excluindo assim os terrenos do tipo greenstone
et al 2006). belt e as seqüências metassedimentares mais jovens.
Sua denominação inicial, dada por Cavalcante et al. Este trabalho tem por objetivo caracterizar as
(1979), englobava o conjunto de rochas posicionado unidades litológicas pertencentes ao Complexo Campos
entre as nappes de Passos e Varginha-Guaxupé, na Gerais aqui redefinido, a partir dos seus aspectos de
Faixa Brasília meridional (Valeriano et al., 2004). A campo e petrografia.
unidade é composta por rochas ortognaissicas, rochas A região estudada é delimitada a norte pela cidade
básicas, ultrabásicas e rochas metassedimentares de Alpinópolis, a sul por Nova Resende, a leste pelas
subordinadamente associadas. Crosta et al. (1986) cercanias do município de Itaú de Minas e a oeste por
subdividiram-no em dois domínios: um a norte Carmo do Rio Claro (figura1).
contendo ortognaisses e rochas básicas e ultrabásicas
pertencentes a terrenos do tipo greenstone belt; outro a O COMPLEXO CAMPOS GERAIS NO
sul, com paragnaisses, metapelitos e rochas metamáficas CONTEXTO EVOLUTIVO DO CRÁTON DO
da faixa Jacuí-Bom Jesus da Penha. Szabó et al. (1993) SÃO FRANCISCO
redefiniram a porção metassedimentar/metamáfica
presente na parte sul do complexo, denominando-a O Cráton do São Francisco (CSF) individualizou-se
Complexo Petúnia. durante o Neoproterozóico-Eocambriano, ao final da

1 - UFES, Curso de Geologia. turbay@cca.ufes.br ; 2 - Universidade do Estado do Rio de Janeiro- TEKTOS-Grupo de


Pesquisas em Geotectônica; 3 - Petrobrás; 4 - Programa de Pós-Graduação, Faculdade de Geologia- UERJ
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Orogenia Brasiliana. por zonas de cisalhamento dúctil de movimentação


Entre 2.9 a 2.7 Ga, o evento tectônico denominado predominantemente sinistral, relacionadas ao Cinturão
Rio das Velhas foi responsável pela aglutinação de de Cisalhamento Campo de Meio (Morales &
núcleos arqueanos, culminando com a formação do Hasui, 1992).
Cráton do Paramirim (Teixeira et al. 2000). Em termos metamórficos, a aproximação na Nappe
Entre 2.16 e 2.0 Ga, o Cráton do Paramirim de Varginha-Guaxupé a sul, implica em condições de
funcionou como antepaís para um orógeno hoje pico metamórfico compatíveis com a interface entre
exposto no sudoeste de Minas Gerais e nordeste da as fácies anfibolito e granulito (Del Lama et al. 1994).
Bahia (Alkmim, 2004). Em Minas Gerais esta faixa É notório, no entanto, que as zonas de cisalhamento
paleoproterozóica é conhecida como Cinturão Mineiro sinistrais foram responsáveis pelo retrometamorfismo
(Teixeira et al. 2000) e engloba o Quadrilátero Ferrífero na fácies epidoto-anfibolito e xisto-verde (Roig &
e porções a sul-sudoeste (Alkmim & Marshak, 1998). Schrank, 1992; Szabó et al, 1992; Carvalho et al.
Em termos gerais, o Cinturão Mineiro é composto 1993). O estudo das seqüências supracrustais do tipo
por granitóides e intrusões máficas colocadas em crosta greenstone determinou condições metamórficas na
do tipo granito-greenstone arqueana, remobilizada a 2.1 fácies anfibolito alto (Zanardo et al, 1990), embora
e 2.0 Ga (Noce et al, 1998; Quemeneur & Noce, 2000). Szabó (1989) tenha encontrado paragêneses que
O antepaís relacionado à orogenia paleoproterozóica é indicam a transição na fácies xisto-verde a anfibolito.
composto por terrenos ortognáissicos do tipo TTG e Para leste, nos domínios do Complexo Metamórfico
sequências vulcanossedimentares arqueanas (2.9 a 2.8 Campo Belo, as paregêneses minerais indicam que o
Ga), retrabalhados por eventos metamórficos entre 2.7 pico metamórfico foi atingido dentro dos limites da
e 2.6 Ga (Noce et al.1998; Campos et al. 2003). fácies granulito, com retrometamorfismo em fácies
No extremo sudoeste do Cráton do São Francisco, anfibolito e xisto-verde (Corrêa da Costa, 1999;
parte do embasamento Arqueano aflora como um Fernandes, 2001).
segmento de direção WNW-ESSE, atingido por Segundo Wernick (1981), o pico metamórfico no
tectônica neoproterozóica. Este seguimento é conhecido embasamento gnaissico foi atingido a 2.9 Ga, idade
como Complexo Campos Gerais (figura 1). compatível com isócronas Rb-Sr do núcleo de corpos
O mapeamento realizado por Szabó (1989) entre metatonalíticos intrusivos (Teixeira et al., 1989).
as cidades de Alpinópolis e Nova Resende distinguiu Determinações U-Pb obtidas por ablação a laser em
no complexo três domínios litoestratigráficos: rochas zircões indicaram idades de cristalização em torno de 2.9
ultramáficas intercaladas a bif’s compondo terrenos para os protólitos dos ortognaisses, com remobilizações
do tipo greenstone belt, ortognaisses tonalíticos e um em 2.6 Ga. Populações de zircões herdados sugeriram
aglomerado ortognaissico de aparência migmatítica. a presença de uma crosta primitiva com idade máxima
O conjunto litolestratigráfico apresenta-se afetado de 3.2 a 3.6 Ga (Valeriano et al., 2006).

Figura 1- Localização da área de estudo no contexto geotectônico regional. Modificada de Valeriano et al. 2004.
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CONTEXTO GEOLÓGICO LOCAL schlieren, granulometria média a grossa, possuindo


sempre restitos com biotita e hornblenda associados
A conjunto litológico local é constituído (figura 3B). Comumente exibem núcleos anfibolíticos,
principalmente por ortognaisses granitóides, onde semelhantes a enclaves, podendo se tratar de diques
estão inseridas quilhas tectônicas supracrustais do dilacerados.
tipo greenstone belt, correlacionadas ao greenstone Duas gerações de veios pegmatóides e aplíticos
do Morro do Ferro, em Fortaleza de Minas (Teixeira podem ser vistas. A primeira geração relaciona-se
et al., 1987; Carvalho et al, 1993). Este substrato ao leucossoma do rocha, com disposição paralela
é intrudido por metatonalitos e granitos, além de ou subparalela à foliação. A segunda geração possui
diques máficos e metamáficos diversos. Klippen e granulometria muito grossa com disposição discordante
lascas tectônicas de seqüências metassedimentares da foliação, cortando inclusive a geração anterior.
neoproterozóicas correlacionadas ao Grupo Araxá e Ortognaisse Serra do Quilombo
Andrelândia são observadas na porção sul. Ao norte Sua área tipo localiza-se na Serra do Quilombo,
o substrato ortognaissico faz contato abrupto com sudeste de Alpinópolis, sendo constituída por uma
cobertura cratônica neoproterozóica do Grupo Bambuí frente de pedreira abandonada nas imediações da
e com a Nappe de Passos (figura 2). Estas unidades Fazenda Cachoeirinha.
tectonostratigráficas não serão aqui descritas em detalhe Possui bandamento composicional decimétrico
por fugirem do escopo deste trabalho. a centimétrico, possivelmente resultante da intensa
A faixa aflorante dos ortognaisses é atravessada por deformação de um complexo de rochas melanocráticas
zonas de cisalhamento sinuosas e anastomosadas, de a leucocráticas, com protólitos de composição tonalítica
caráter dúctil a dúctil-rúptil e movimentação oblíqua a monzogranítica (figura 3C).
sinistral (Morales & Hasui, 1993). Estas zonas são Seus contatos com o Ortognaisse Campos Gerais não
responsáveis por embutir as quilhas e lascas das foram observados em campo. Em escala de afloramento
seqüências supracrustais arqueanas e neoproterozóicas é possível identificar vênulas do Ortognaisse Serra do
entre o embasamento ortognáissico, induzindo às Quilombo no interior do Ortognaisse Campos Gerais,
rochas graus variados de milonitização e cataclase. além de bandas do mesossoma do segundo no primeiro
Elas estendem-se por dezenas de quilômetros na direção (figura 3D).
NW-SE e possuem larguras de até dois quilômetros Da mesma forma que no Ortognaisse Campos
(figura 2). Gerais, a unidade Serra do Quilombo é cortada por
famílias distintas de veios e diques pegmatóides. Veios
Ortognaisses granitóides aplíticos de granulometria fina, com cristais de quartzo
estirados, contribuem para o bandamento da rocha.
Dividem-se em ortognaisse migmatítico, aqui Veios concordantes e diques de granulometria grossa
referido como Ortognaisse Campos Gerais e ortognaisse sem deformação visível compõem um evento intrusivo
com bandamento composicional, denominado posterior.
Ortognaisse Serra do Quilombo.
Associação
Ortognaisse Campos Gerais metavulcanossedimentar do tipo
Engloba um conjunto de tipos faciológicos greenstone-belt
com mesossoma composto por rocha foliada, de
coloração cinza esverdeada, granulometria fina e Esta associação litológica foi anteriormente mapeada
composição predominantemente tonalítica, com e descrita por Szabó (1989) e Szabó & Candia (1998).
variações composicionais de termos granodioríticos a Corresponde a sucessões supracrustais arqueanas, com
monzograníticos, que transicionam para o leucossoma. idade aproximada de 2.86 Ga para komatiito de sua
Normalmente o melanossoma caracteriza-se como um unidade basal (Pimentel & Ferreira Filho, 2002).
material refratário, composto por concentrações de Afloram predominantemente na porção norte da
biotita e eventualmente hornblenda, formando bandas área, apresentando-se fortemente intemperizados,
composicionais ou schlieren. O leucossoma apresenta gerando solo de coloração arroxeada, com núcleos de
granulometria média a grossa, composição monzo a rochas máficas e ultramáficas preservadas.
sienogranítica, apresentando biotita disseminada em O conjunto litológico Inclui komatiitos, basaltos
pequenas quantidades. komatiíticos, talco-tremolita xistos, tremolita xistos,
A estrutura migmatítica caracteriza-se por termos serpentinitos, metapelitos carbonosos, metachert e
nebulíticos, estromáticos e schlieren (figura 3A). formações ferríferas bandadas.
Ocasionalmente encontram-se porções isotrópicas,
granulares, sem vestígio algum de foliação ou Rochas intrusivas
bandamento. metatonalitos
Porções diatexíticas afloram principalmente a Formam corpos ovalados a arredondadas com
nordeste e a noroeste do vilarejo de Mandembo. dezenas a centenas de metros de diâmetro, representados
Apresenta freqüentemente aspecto nebulítico e (ou) por aglomerados de blocos e matacões in situ ou
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parcialmente deslocados, dispersos na superfície do microfaneríticos preservados a granonematoblástica.


terreno. Rochas microfaneríticas geralmente estão
São rochas relativamente homogêneas, isotrópicas, representadas por metagabros, onde é possível a
com evidências tênues de deformação, desenvolvendo identificação das palhetas de plagioclásio e a presença
foliação incipiente formada pelo estiramento de quartzo de textura subofítica. São holocristalinas, equigranulares
e orientação de biotita (figura 3E), além de porções de granulometria fina, com grãos poiquilíticos de augita
com texturas magmáticas preservadas. Correspondem e pigeonita englobando total ou parcialmente palhetas
aos ortognaisses tonalíticos e tonalitos tipo “Serra do de plagioclásio.
Dondó” e “Fazenda das Almas” de Szabó (1989). Texturas granonematoblásticas relacionam-se
Na porção noroeste exibem textura hipoabissal, a anfibolitos, geralmente encontradas como corpos
porfirítica, denotada por fenocristais euédricos a individualizados no interior dos migmatitos ou como
subédricos de plagioclásio, dispersos de forma aleatória blocos orientados em superfície.
em uma matriz microfanerítica a afanítica (figura Estes diques possuem idades e composições
3F). Na parte sudoeste mostram textura magmática variadas, constituindo enxames que marcam importantes
holocristalina, subédrica, equigranular, com agregados eventos tectônicos extensionais, com idades que vão
máficos contendo hornblenda e biotita. do Arqueano ao Mesozóico (Chaves & Neves, 2005;
Apesar da natureza intrusiva destes corpos no Carneiro & Oliveiro, 2005).
substrato ortognaissico não ser evidente em campo,
esta relação pode ser percebida em função das suas Seqüências metassedimentares
características estruturais e texturais. Geralmente neoproterozóicas
os metatonalitos mostram texturas isotrópicas em
comparação com a anisotropia observada nos gnaisses. Grupo Andrelândia
Além disso, a delimitação em mapa da área alcançada É representado por biotita-granada gnaisses de
pelos blocos e matacões, define corpos circunscritos no bandamento milimétrico, intercalados a porções
interior dos ortognaisses. lenticulares de quartzo-muscovita xistos e quartzitos
micáceos. Estes paragnaisses afloram no extremo
Granito Córrego do Sapateiro sudoeste da área e evidenciam um elevado grau
O Granito Córrego do Sapateiro aflora na porção de intemperismo, com feldspatos e muscovita
centro norte da área, formando colinas e morros com completamente caulinizados.
superfície rugosa, com blocos e matacões dispersos. Seu posicionamento tectônico está relacionado às
É um leucogranito inequigranular, de granulometria escamas mais basais do Sistema de Cavalgamentos
média a grossa, coloração levemente rosada dada Varginha-Guaxupé e ao Cinturão de Cisalhamento
pela microclina e uma tênue foliação denotada pela Campo do Meio (Morales & Hasui,1993), apresentando
orientação de biotita. com freqüência foliação S-C bem marcada no xisto,
Ao se decompor forma solo de coloração alaranjada indicando movimento de topo para leste.
clara, com vegetação rala e pobre, permitindo delimitar
sua área de abrangência. Sua ocorrência na região não Grupo Araxá
havia sido mapeada até então. As rochas desta unidade grupo formam a klippe
da Serra da Pararaca e outra menor a oeste, ambas
Granito Itapixé encaixadas ao longo de uma mesma zona milonítica. O
Aflora na extremidade nordeste da área, conforme conjunto de rochas é composto por quartzito finamente
visto na Figura 2, próximo ao alto curso do Ribeirão do foliado, biotita-xisto e muscovita-xisto, além de
Itapixé, a noroeste do vilarejo do Mandembe. xisto metavulcânico porfirítico. Estas rochas foram
Este granito ocorre sob a forma de diques com correlacionadas ao Grupo Araxá com base na grande
espessura aparente de até oito metros, direção geral semelhança da litologia e do seu empilhamento, idêntico
NW-SE, evidenciados frequentemente pela disposição ao observado na base da Nappe de Passos a norte.
de lajes e blocos orientados sobre o terreno. Encaixa-se
ao longo de fraturas sub-paralelas ao trend observado PETROGRAFIA DOS ORTOGNAISSES E
para os diques máficos, mantendo contato abrupto com GRANITÓIDES INTRUSIVOS ASSOCIADOS
a encaixante. Trata-se de um leucogranito homogêneo,
predominantemente equigranular de coloração Ortognaisse Campos Gerais
acinzentada. Nas porções mais homogêneas, o Ortognaisse
Campos Gerais é uma rocha mesocrática, de
Diques máficos granulometria fina a média. O gnaisse tipicamente
Afloram segundo trend de direção NW-SE, apresenta textura granolepidoblástica a granoblástica,
comumente como blocos alinhados ou isolados na inequigranular. A textura granoblástica é dada pela
superfície do terreno. Exibem esfoliação esferoidal com disposição de cristais anédricos de quartzo e subédricos
intenso intemperismo superficial. de feldspatos (figura 4A) e textura lepidoblástica
As texturas observadas variam de tipos magmáticos oriunda da orientação da biotita. Localmente observa-
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Figura 2- Mapa geológico da área de estudo. Os limites de alguns dos greenstone belts e metatonalitos
foram compilados do mapa de Szabó, 1989. Os contatos com o Grupo Bambuí e Nappe de Passos
foram extraídos de Valeriano et al, 2007.

se textura magmática holocristalina, hipidiomórfica, rocha e desenvolve estruturas do tipo mica fish ao
granular preservada. Possui composição modal longo de planos de cisalhamento. Podem ocorrer
predominantemente tonalítica a monzogranítica inclusas nos feldspatos e no quartzo e mostrar sinais
(figura 5). de desenvolvimento a partir de hornblenda e (ou)
Sua mineralogia principal é constituída por ortopiroxênio.
plagioclásio, álcali-feldspato, quartzo e biotita (tabela A hornblenda geralmente ocorre em pequena
1). Duas gerações de plagioclásio são observadas. A quantidade, inferior a 0,5%, principalmente nos
primeira geração geralmente é anédrica, e pode estar gnaisses com composição modal tonalítica. Associa-se
inclusa na segunda, que apresenta hábitos subédricos à biotita e algumas vezes ao ortopiroxênio.
exibindo ou não maclas visíveis, e maior grau de O ortopiroxênio é raramente observado, geralmente
alteração para saussurita. exibindo cristais reliquiares corroídos ou seu
Os álcali-feldspatos ocorrem na forma de microclina pseudomorfo, alterado para biotita e hornblenda
e ortoclásio pertítico. Seus cristais são anédricos a (figura 4B).
subédricos em locais com textura magmática preservada. Entre os acessórios observam-se pequenas inclusões
A microclina normalmente possui granulometria mais de zircão, apatita, titanita e opacos. Os minerais opacos
fina que a do ortoclásio pertítico, formatos ovalados, são subédricos a anédricos e corroídos. O concentrado
raramente com textura micropertítica. Os cristais de de minerais pesados obtidos por moagem e separação
ortoclásio pertítico podem desenvolver em suas bordas por densidade mostrou que a assembléia de opacos é
a sericita ou no seu interior a saussurita, em função da composta principalmente por ilmenita e magnetita.
alteração da exsolução de plagioclásio. Entre os minerais secundários observam-se
O quartzo é anédrico, intersticial, com extinção saussurita, sericita, epidoto, e clorita formada a partir
ondulante, podendo mostrar recristalização dinâmica da biotita.
nas bordas ou até formar fitas. Em locais menos
deformados, apresentam contornos irregulares em Ortognaisse Serra do Quilombo
embayment. Engloba um conjunto de gnaisses inequigranulares,
A biotita é anédrica a subédrica, intersticial, de granulometria média e grossa e composição
associada a clorita. Marca a foliação principal na tonalítica a monzogranítica (figura 5). Sua textura
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Figura 3- A) Estrutura migmatítica estromática no Ortognaisse Campos Gerais. Observar o aspecto cinza
escuro e foliado do mesossoma em contraste com o leucossoma; B) Ortognaisse Campos Gerais em sua fácies
diatexítica, exibindo mistura de termos nebulíticos e schlieren; C) Aspecto bandado do Ortognaisse Serra do
Quilombo; D) Vênulas e bandas do Ortognaisse Serra do Quilombo, penetrando concordantemente à foliação
do mesossoma do Ortognaisse Campos Gerais ; E) Metatonalito exibindo foliação tênue; F) Aspecto porfirítico
do metatonalito, denotado pela presença de fenocristais de plagioclásio em matriz microfanerítica.

é predominantemente granoblástica e raramente A microclina é subédrica a anédrica, bem


granolepidoblástica (figura 4C). preservada, sem sinais de alteração, eventualmente
Sua mineralogia principal é composta por quartzo, micropertítica.
plagioclásio e microclina (tabela 1). O quartzo é Como minerais acessórios observa-se muscovita,
anédrico, interticial, mostrando extinção ondulante ou biotita, clorita, opacos, apatita, zircão, epidoto e
formando subgrãos nas porções mais deformadas. granada. Muscovita aparece em quantidades variáveis,
O Plagioclásio é anédrico a subédrico, freqüentemente como cristais subédricos, de granulometria fina a
saussuritizado, com maclas deformadas nas porções média, geralmente associada à biotita e clorita. Biotita
protomiloníticas. normalmente é ausente ou ocorre em quantidades
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ínfimas menores que 1%, apresentando cor marrom biotita e opacos.


a verde oliva, freqüentemente associada a clorita. Os Dois tipos de plagioclásio aparecem nesta rocha:
opacos são euédricos a anédricos, ocasionalmente um apresenta-se subédrico e bastante saussuritizado e
preenchendo fraturas. No concentrado de minerais outro subédrico a anédrico bem preservado. O quartzo
pesados obtidos por moagem e separação por densidade é anédrico e interticial. A biotita pode ser subédrica
observou-se que a sua assembléia é composta por a anédrica ou se desenvolver a partir do anfibólio. A
pirita limonitizada, ilmenita, magnetita e xenotimio. O hornblenda apresenta textura relíquiar, com superfícies
Epidoto ocorre disseminado pela rocha ou preenchendo corroídas, retrogradando a biotita e clorita.
fraturas, quando então se associa com sericita e Como minerais acessórios observam-se apatita,
carbonatos secundários. Raras granadas euédricas, titanita, zircão e opacos anédricos.
corroídas e com hábito esquelético foram observadas.
Granito Córrego do Sapateiro
Metatonalitos É uma rocha leucocrática, de granulometria fina
Dentro deste domínio foram reconhecidas três a grossa, inequigranular holocristalina, localmente
fácies, subdivididas em função da quantidade de exibindo texturas poiquilítica e mirmequítica
hornblenda e texturas presentes. (figura 4E).
A primeira fácies possui textura granoblástica, Sua mineralogia principal é dada por microclina,
inequigranular com granulometria fina a média ou quartzo, plagioclásio e biotita (tabela 1).
granolepidoblástica, equigranular, de granulometria fina. O quartzo é anédrico, intersticial, com extinção
Localmente ocorre textura magmática holocristalina, ondulante ou formando subgrãos nas bordas.
granular preservada, denotada por grãos euédricos a A microclina é subédrica a anédrica, micropertítica.
subédricos de plagioclásio. São observadas duas gerações de plagioclásios:
Sua mineralogia principal é constituída por a primeira subédrica, com grau de saussuritização
plagioclásio, quartzo e hornblenda. O plagioclásio acentuado, ocasionalmente geminado. A segunda
é anédrico a subédrico, com geminação obliterada geração é mais preservada, podendo sobrecrescer no
pela formação de saussurita. Locais com texturas entorno da primeira. Desenvolvem textura mirmerquítica
porfiríticas são comuns, com cristais de 0,5 até 4 cm, nos contatos com o álcali-feldspato.
imersos em matriz fina e muito alterada, contendo A biotita é subédrica, em quantidades inferiores
clorita, saussurita e epidoto. O quartzo possui extinção a 1%. Desenvolvem clorita a partir de suas bordas e
ondulante ocorrendo em quantidades inferiores a clivagem.
20%. A hornblenda exibe uma coloração parda e Observam-se dois tipos de clorita, uma de coloração
comportamento poiquilítico, englobando apatitas, verde-oliva, mais férrica, e outra de coloração parda,
freqüentemente desenvolvendo biotita em suas bordas menos abundante, denotando uma composição mais
ou a partir de sua clivagem. Como acessórios podem magnesiana.
ser observados zircão, titanita, apatita e opacos Como minerais acessórios observam-se zircão,
xenoblásticos. Como minerais secundários observa-se apatita e epidoto associado a biotita e clorita.
a saussurita, sericita e o epidoto. Sericita e saussurita são os minerais secundários
A segunda fácies possui textura granoblástica a mais comuns, desenvolvendo-se a partir de planos de
granonematoblástica, inequigranular, com granulometria clivagem ou fraturas na biotita e plagioclásio.
fina a grossa. O teor hornblenda é igual ou superior a
2%, maior que nas outras fácies. Granito Itapixé
Sua mineralogia principal é dada por plagioclásio, É uma rocha holocristalina, leucocrática,
quartzo e hornblenda. O plagioclásio mostra geminação equigranular, de granulometria fina, com tênue
eventualmente obscurecida pela saussurita. Seu hábito é deformação e foliação de fluxo dada pela orientação
anédrico, possuindo gotículas de k-feldspato e pequenos da biotita e pela disposição subparalela de cristais
cristais euédricos de epidoto e mica branca associados. subédricos de feldspatos (Figura 4F).
O quartzo é anédrico e interticial. A hornblenda Sua mineralogia principal é constituída por
apresenta-se parcialmente alterada, com cristais de microclina pertítica, plagioclásio, quartzo e biotita
coloração verde oliva que retrogradam para actinolita e (tabela 1). A microclina é anédrica, algumas vezes
clorita, ocasionalmente formando pseudomorfos (figura com geminação pouco visível, micropertítica. Em
4D). Como acessórios são observados a apatita, o zircão geral apresenta-se bem preservada, raramente sofrendo
e opacos anédricos associados aos anfibólios. alteração para sericita.
Esta fácies apresenta porções intensamente O Plagioclásio é subédrico, apresentando sempre
epidotizadas, principalmente em áreas afetadas por algum grau de saussuritização e com geminação
fraturas e microfalhas. parcialmente apagada.
Tonalitos com textura magmática bem preservada O quartzo é anédrico, intersticial, ocasionalmente
formam a terceira fácies. Possuem textura equigranular, estirado, podendo exibir extinção ondulante.
holocristalina, hipidiomórfica, de granulometria grossa Como minerais acessórios observa-se titanita,
e inúmeros agregados máficos formados por anfibólio, apatita, minerais opacos e zircão. Epidoto ocorre
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freqüentemente associado a carbonato secundário. METAMORFISMO


Apesar de possuir uma leve deformação, evidenciada
pelo estiramento e extinção ondulante de alguns grãos A presença de ortopiroxênio reliquiar no Ortognaisse
de quartzo e contatos tríplices entre grãos, a disposição Campos Gerais indica que o pico metamórfico da região
dos cristais de feldspatos e biotita, paralela às bordas da atingiu o campo da fácies granulito, condição também
intrusão, sugere que esta foliação tem origem no fluxo encontrada nos ortognaisses do Complexo Metamórfico
do magma no interior do conduto. Campo Belo, a leste (Corrêa da Costa, 1999; Fernandes,

Figura 4- A) Aspecto geral do Ortognaisse Campos Gerais exibindo textura granoblástica protomilonítica
(polarizadores cruzados); B) Ortopiroxênio reliquiar alterados para hornblenda e biotita (polarizadores
paralelos); C) Ortognaisse Serra do Quilombo com textura granoblástica. Observar a ausência de biotita.
(polarizadores cruzados); D) Aspecto geral do metatonalito com cristais de hornblenda passando para
actinolita. (polarizadores cruzados); E) Granito Córrego do Sapateiro com textura mirmequítica próxima a
borda da microclina (polarizadores cruzados); F) Leucogranito Itapixé com tênue deformação denotada por
contatos tríplice entre grãos. A orientação dos cristais de biotita e feldspatos é oriunda de fluxo magmático
(polarizadores cruzados). Legenda: Plagioclásio (Plg); Microclina (Mcl); Quartzo (Qz); Biotita (Bt);
Ortopiroxênio (Opx); Hornblenda (Hbl); Actinolita ( Act).
87

Figura 5- Diagrama QAP (Streckeisen, 1976), com a classificação dos principais litotipos da área de estudo.
1- Tonalito; 2- Granodiorito; 3- Monzogranito; 4- Sienogranito. As linhas contínuas mostram séries
calci-alcalinas das seguintes localidades: a- Peru; b- Chile; c- Córsega-Sardenha;
d- suíte TTG da Finlândia (Lameyre e Bowden, 1982)

2001). Paragêneses com presença de biotita ± GEOLOGIA ESTRUTURAL


hornblenda ± epidoto e (ou) biotita ± muscovita/sericita
± clorita ± epidoto, observadas principalmente nas Dois domínios estruturais podem ser descritos,
proximidades das zonas de cisalhamento, indicam em função da intensidade da deformação. O primeiro
retrometamorfismo para fácies xisto-verde superior a domínio abrange a porção nordeste, onde as rochas se
epidoto-anfibolito. apresentam não foliadas ou com foliação incipiente.
Não foi observada a presença de ortopiroxênio no Para sul e sudoeste, o embasamento ortognáissico e
Ortognaisse Serra do Quilombo, o que pode indicar que as rochas supracrustais neoproterozóicas são afetadas
sua cristalização magmática sucedeu o metamorfismo e pelas zonas de cisalhamento sinistrais. Nesta porção
migmatização do Ortognaisse Campos Gerais. a deformação é heterogênea, com zonas levemente
Todas as unidades apresentam paragêneses deformadas, eventualmente protomiloníticas e zonas
na fácies xisto-verde, possivelmente de natureza miloníticas a ultramiloníticas (figura 6A), com larguras
retrometamórfica. Nos ortognaisses Campos Gerais de até 2 km.
e Serra do Quilombo é observada a paragênese No embasamento ortognaissico, pelo menos quatro
biotita ± muscovita/sericita ± clorita ± epidoto. Nos fases deformacionais foram observadas. A primeira
metatonalitos, o processo é indicado pela transformação fase é responsável pela geração de foliação S1 no
de hornblenda para actinolita ± biotita ± clorita e pela mesossoma do Ortognaisse Campos Gerais. As zonas
presença de epidoto. Para os granitos Córrego do de cisalhamento são responsáveis pela formação de
Sapateiro e Itapixé, a presença de clorita e epidoto uma foliação milonítica S2, que apresenta mergulhos
corroboram com a atuação do metamorfismo em fácies predominantes de 550 a 750 para SW com eventuais
xisto-verde. superfícies do tipo S-C conjugadas (figura 6B).
Associada a S2 milonítica, corre lineação de estiramento
88

Figura 6- Texturas de deformação no Ortognaisse Campos Gerais. A) Aspecto macroscópico da foliação


milonítica; B) Foliação milonitica conjugada a superfícies do tipo SC;
C) Textura ultramilonítica; D) Fitas de quartzo.

(L2) de baixo acaimento para WNW. Feições sigmóides DISCUSSÃO E CONCLUSÕES


em porfiroclastos feldspáticos confirmam a cinemática
sinistrógira. Rochas com texturas protomiloníticas a Propõe-se aqui restringir a denominação Complexo
ultramiloníticas (Figura 6C) comumente exibem fitas Campos Gerais para o conjunto ortognaissico e os
de quartzo com extinção ondulante (Figura 6D). Feições granitóides intrusivos associados, excluindo assim da
rúpteis, como book shelf em plagiocásio, indicam unidade as quilhas de rochas supracrustais da associação
a continuidade do cisalhamento em níveis crustais greenstone-belt, os diques máficos e metamáficos e as
médios a rasos. rochas metassedimentares neoproterozóicas embutidas
No domínio das rochas supracrustais nas zonas de cisalhamento brasilianas.
neoproterozóicas, as zonas de cisalhamento Com base em critérios observados em campo e na
desenvolveram em muscovita-xisto do Grupo petrografia, o conjunto ortognaissico pôde ser dividido
Andrelândia foliação bem marcada do tipo S-C. em duas unidades distintas: o Ortognaisse Campos
O acamamento sedimentar observado, formado Gerais e o Ortognaisse Serra do Quilombo.
pela alternância de quartzito fino e muscovita- A abundância do mesossoma do Ortognaisse Campos
xisto, apresenta-se subparalelo à foliação Gerais, a presença deste mesossoma constituindo
milonítica dos ortognaisses e à xistosidade principal bandas no Ortognaisse Serra do Quilombo e algumas
dos metassedimentos. vênulas do segundo no primeiro, sugerem que os a
Megadobras abertas da fase D3 são observadas nos relação intrusiva para os protólitos do gnaisse Serra
ortognaisses dobrando a foliação S1, com eixos de baixo do Quilombo. A figura 8 exemplifica as relações
ângulo caimento para WNW e NW. Na parte norte da estratigráficas e estruturais dos ortognaisses do
área, a foliação milonítica dos ortognaisses apresenta Complexo Campos Gerais com as demais unidades
mergulhos de 450 a 750 para NNE, caracterizando nesta litodêmicas e eventos deformacionais.
fase uma grande dobra regional aberta. Pelo menos dois eventos metamórficos foram
A quarta e última fase de deformação caracteriza-se atuantes na região. O primeiro atingiu a fácies granulito,
por dobras suaves com eixos que mergulham para NNW evidenciado pela presença de ortopiroxênio reliquiar
e inflexionam a lineação L2 e eixos D3. no Ortognaisse Serra do Quilombo. O segundo evento
Estereogramas exibindo pólos de foliações e é relacionado às zonas de cisalhamento brasilianas,
lineação de estiramento mineral estão representados na que causaram metamorfismo retrógrado para fácies
figura 7. xisto-verde alto a epidoto-anfibolito. A ausência
89

Figura 7- Estereogramas exibindo polos de foliações S1 e S2 (A) e lineações de estiramento mineral (B).

de ortopiroxênio reliquiar e migmatização nos Em relação à orogenia paleoproterozóica, ao menos


metatonalitos intrusivos Neoarqueanos (Teixeira et em termos deformacionais e metamórficos a região
al., 1989) deixa claro que o pico metamórfico regional funcionou como antepaís para o Cinturão Mineiro,
aconteceu em idade anterior a 2.9 Ga. resistindo ao evento termo-tectônico. Durante a
A ausência deste mineral no Ortognaisse Serra orogenia Brasiliana, aparentemente sua porção sul-
do Quilombo pode ser um forte indício de que a sudoeste cedeu à deformação e ao metamorfismo,
formação de seus protólitos sucedeu o metamorfismo enquanto que a porção nordeste registrou apenas o
e migmatização da crosta siálica regional e precedeu segundo.
a intrusão dos corpos tonalíticos. Esta condição não
foi observada nas demais unidades, evidenciando AGRADECIMENTOS
que o pico metamórfico foi anterior à cristalização do
Ortognaisse Serra do Quilombo e da colocação dos Recursos financeiros para trabalhos de campo
demais corpos intrusivos. foram providos pelo contrato UERJ-CPRM – Serviço
A relação do metamorfismo com a deformação indica Geológico do Brasil, Programa Geologia do Brasil,
que pelo menos uma fase deformacional foi anterior à para o levantamento das Folhas Alpinópolis e Guapé,
migmatização do Ortognaisse Serra do Quilombo no escala 1:100.000 .
Arqueano, sendo responsável pela formação da foliação À professora Beatriz Paschoal Duarte pelas
do seu mesossoma. As fases posteriores possuem discussões sobre a petrografia, metamorfismo e geologia

Figura 8- Desenho esquemático mostrando as relações estratigráficas e estruturais dos litotipos do Complexo
Campos Gerais com as demais unidades litodêmicas e eventos deformacionais.

idade Neoproterozóica, uma vez que a segunda fase local e ao professor José Renato Nogueira pelo apoio
deformacional já apresentou registros de atuação nos dado nas atividades de campo iniciais. Aos técnicos
metassedimentos neoproterozóicos. Rosalva Coelho e Jorge Barbosa pela preparação
90

das lâminas delgadas no Laboratório Geológico de 32(1):147-148.


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