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Renan A. F. Silva
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1. Introdução
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estrutura interna, o colégio situava-se numa área residencial muito bem conceituada,
e, a duas quadras da Universidade Estadual de Maringá. De início, duas
contradições se sobressaíram (acho que melhor seria uma): primeiro entre a
precária infraestrutura do EJA e a do local onde estava inserido; segundo, da
proximidade física e a distância efetiva (simbólica) entre o EJA e a universidade.
(procurar teóricos que falam da distancia entre universidade e eja, e espaço urbano
e universidade)
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interesses, com o voto, e com outras necessidades, como democratização
pós-abolição – como um caminho para o progresso da produção e,
consequentemente de desenvolvimento do país. Neste momento, o analfabetismo
era ligado como causa (e não consequência) do precário desenvolvimento nacional.
Em 1947, buscou-se a adaptação às linhas políticas mundiais da educação que
pediam atenção à educação de adultos (UNESCO). Somado a nova formação
estatal brasileira que estrategicamente necessitava ampliar seu contingente de
eleitores (obrigatoriamente letrados), o Brasil criou um curso para diminuir o número
de analfabetos do país, que não levou em conta a precariedade estrutural para se
ensinar jovens e adultos propondo a garantia de uma formação rápida, e ainda por
cima de qualidade (Cunha, in Porcaro).
Fazendo um paralelo com a atualidade a partir de impressões obtidas nas
visitas, é triste, porém, necessário identificar que a precariedade estrutural
relacionada com instituições para ensino de jovens e adultos se mantém. Não
somente a infraestrutura da sala de atendimento, mas um conjunto de precariedades
como a falta de biblioteca, falta de um ginásio de esportes, ocupação de prédios
governamentais que cairiam em desuso, uma rachadura no teto que chegou a
culminar num desabamento parcial do mesmo e as ameaças de fechamento do
Ceebeja de Maringá por parte do governo estadual, evidenciam esse descaso. A
garantia de uma formação rápida, que esteve diretamente ligada à intenção de criar
mão de obra minimamente capaz e burocraticamente legal (Rodrigues 2011), foi
substituída pela garantia de uma formação dinâmica, adaptada a rotina de uma mão
de obra já existente, porém pouco qualificada, ou de alguma forma desfavorecida
frente à educação. Mas, uma característica que continua a mesma durante anos, e
presentes em todos projetos seguintes, é a imaculada proposta de um ensino de
qualidade que é capaz de dar conta de toda e qualquer adversidade.
Uma evidente característica das propostas destes projetos é que eles
parecem não levar em conta problemas externos a educação, mas que influenciam
nela de maneira incisiva. Consideram seus projetos como “todo poderoso”; como se
as intenções fossem suficientes para superar adversidades; como se as intenções
fossem mais superestimadas que os resultados (D.Julia). Entretanto, uma intenção
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para com o EJA que não aparece em nenhuma proposta, mas constitui uma de suas
mais marcantes e sinceras características é um ensino voltado para formação, e/ou
qualificação, ligado a uma exploração de capital humano para trabalho.
A partir da vinculação entre certos recortes históricos da educação de jovens
e adultos e a continuidade de condições do passado nos dias de hoje, a análise das
observações em Maringá principia evidenciar um diagnóstico que tornam visíveis
algumas relações que o ensino de jovens e adultos mantém com um conjunto de
outras culturas em determinado espaço e tempo. Um dos primeiros critérios que a
própria secretaria da educação propõe (na Agenda Territorial de Desenvolvimento
Integrado de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos) para criar diagnósticos
que fortaleçam o ensino de jovens e adultos realça a necessidade de análises
geoespaciais. Através deste caminho surgiu a contradição entre a precariedade
estrutural do CEEBEJA (Maringá) comparada ao conceituado local inserido;
contradição esta que cria um meio de conexão entre as propostas feitas pelo Estado
e o reflexo real do descaso histórico do mesmo para com essa modalidade de
educação. Nesse sentido, os mecanismos para demonstrar esse reflexo na situação
particular de Maringá são os mesmos; buscar certos recortes históricos do EJA na
cidade que ilustre esse tratamento subalterno para com a educação de jovens e
adultos.
A proposta de formular diagnósticos que ajudem da implantação a
implementação da educação para jovens e adultos possibilitou que a percepção que
tivemos do local se tornasse parte efetiva da construção dessas analises, fazendo
com que, como diz tal autora: a própria percepção de quem esta em campo faz parte
da etnografia.
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dos alunos. Nessa perspectiva, pautados no intento de facilitar o acesso aos
estudantes, de 1987 a 97, o CEEBEJA muda sua localidade por seis vezes.
Exercicío de identificar como os apontamentos gerais de precarização se
refletem na micro esfera em busca de desenvolver habiluidades para identifica-los e
probelmatiza-lo.O primeiro material que me veio à mão foram planos políticos
pedagógicos do CEEBEJA. Neles foram encotradas contradições entre as propostas
e o reflexo real. Falar das salas, do ginásio, da composição estrutural, e das
exigências docente.
DOCENTE
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ser observado no atendimento individual quando, sem realizar um processo um
dialogo reflexivo, grande parte da aprovação do aluno e da fundamentação teórica,
se resume em simples presenças (hora-atividade), e atividades que em muito se
parecem com atividades que servem mais a fixação do que a reflexão.
Ilesi aponta que os resquícios desta composição curricular da época acabaram por
precarizar a formação docente, já que a fundamentação teórica estava em segundo
plano. Na observação do atendimento identifiquei um dos pontos que caracteriza
essa precarização segundo Ilesi. Mas não foi na formação docente, mas na
aplicação técnica que o Estado propõe para o desenvolvimento de atividades no
EJA. No caso especifico do atendimento individual, como disse anteriormente, o
papel do professor se fixa mais em correção das atividades, exemplificando que: “A
formação de professores nesta perspectiva pode ser aligeirada, simplificada, porque
os professores devem dominar apenas as técnicas de reprodução dos módulos e os
exercícios previamente determinados.”(Ilesi, 195).
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processo que explicite que o interesse e olhar carregado do observador pode estar
manipulando de acordo com nossos interesses e visões. Mas, tentei
independentemente da intenção, se inserir primeiro no ambiente escolar, e com tal
inserção, os primeiros contatos, busariam se preocupar com visões mais particulares
e menos massificantes; buscariam ser utilizada como uma técnica investigativa que
fugisse dos males que poderiam surgir da quantificação (Fonseca, 1998 p. 58). Falar
sobre escolha de uma lente teorica
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tradicional prova. O aluno que tivesse eliminado um determinado número de tópicos,
e tivesse totalizado trinta e duas horas aula, poderiam fazer a prova referente aos
temas finalizados, e assim iam eliminando parte a parte o curso de sociologia. Neste
atendimento o papel da professora era o de fiscalização, e suporte, e não o papel
comum de dar uma aula expositiva sobre os temas.
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educativos que abrangem do particular ao geral, e que consigam no geral abordar
satisfatoriamente as particularidades.
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A educação tem uma dimensão política que no Eja esteve intrinsecamente
ligado às relações econômicas, sobrepondo a ultima sob a primeira. O nascimento
da Escola para jovens e adolescentes esteve ligado, a instituições ainda mais
antigas datadas de 1947 (CEAA) que buscavam suprir à necessidade de preparar
mão de obra para o mercado industrial que surgia; erradicar o analfabetismo era
para construir uma mão de obra minimamente capaz, e burocraticamente legal;
instruir o homem do campo buscava facilitar a inserção deles como mão de obra
urbana. (Rodrigues, 2011) Comprovando, portanto, a ligação entre trabalho e
educação, especialmente neste caso é extremamente intima. Como mostra Daryell:
“Nesse sentido, o mundo do trabalho aparece como uma
mediação efetiva e simbólica na experimentação da condição
juvenil, podendo-se afirmar que “o trabalho também faz a
juventude”, mesmo considerando a diversidade existente de
situações e posturas por parte dos jovens em relação ao
trabalho” ( Daryell, 2007, p. 1109)
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E essa inserção ajudou a lidar com uma dupla necessidade: A primeira é a
necessidade de levar em consideração a diversidade que compõe o quadro escolar,
e segundo, expandir formas de contato com esta diversidade ajuda na necessidade
de observar diferentes praticas docentes que ajudem a lidar com múltiplas situações
que podem surgir.
Referencias bibliográficas:
Tanto com relação ao seu corpo de alunos quanto em relação a tratar os conteúdos
que cada um se encontra no atendimento individual, percebi que nesse caso o
docente necessitava lidar com heterogeneidades diversas
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