Recursos minerais são um bem suprimento finito e não-renovável, de
utilização crescente. A Aplicação mineral encontra-se nas mais diversas áreas: alimentação, moradia, agricultura, construção civil, entre outros.
A reserva mineral representa volumes rochosos com determinadas
características indicativas de seu aproveitamento econômico. O estudo detalhado de um recurso ou reserva mineral pode levar à viabilidade técnica- econômica de um depósito mineral (massa ou volume rochoso no qual substâncias minerais estão concentradas de modo anômalo, quando comparadas com sua distribuição na crosta terrestre, e em quantidade com um potencial mineral econômico).
Quanto maior for o teor, que é um grau de concentração das substâncias
em um depósito mineral, mais valioso ele será, pois somente a partir de um valor mínimo de teor é que suas substâncias úteis poderão ser extraídas com lucro. O valor do teor varia com o tempo, mercado e tecnologia
2 TEOR
2.1 Definição
O TEOR é uma relação entre a quantidade de mineral minério e minério,
ou seja, T = MM / M, onde MM= Mineral-Minério, M=Minério e T = Teor (se o teor é dado em percentagem multiplica-se o resultado por 100). As unidades de teor mais utilizadas em Pesquisa Mineral são: %, g/ton, ppm, ppb, Kg/ton.
2.2 Teor Econômico
Considera-se Teor de Equilíbrio Econômico (Te) aquele que torna
economicamente atrativo o aproveitamento de um determinado bloco de lavra. A comparação entre o teor real do bloco (ti), ou seja, o teor médio, e o teor de equilíbrio econômico, calculado a partir das demais características do bloco, permite decidir se o bloco deve ou não ser lavrado. Assim, se: ti > Te: o bloco deve ser lavrado, pois gerará um Benefício Líquido (BL), no mínimo, nulo; ti < Te: o bloco não deve ser lavrado, pois gerará um BL negativo, se computados os custos de extração (Ca). Teor de Equilíbrio Econômico serve principalmente para definir os limites da reserva lavrável, ou seja, da própria cava.
2.3 Teor Limite
Segundo Neto e Rocha, é o menor teor que se pode misturar
(BLENDAGEM) com o teor de uma camada que está sendo desmontada, de tal forma que, dessa mistura a média seja coincidente com o teor de corte.
Segundo Nery, é o teor que compensa economicamente realizar a lavra
subterrânea ou a céu aberto. Todo bloco com teor acima do teor limite, sempre será lavrado, pois gerará sempre um BL positivo.
2.4 Teor de Corte (Teor critico + lucro)
Segundo Neto e Rocha, o CUT-OFF ou TEOR DE CORTE é o teor mínimo
da substância útil que permite a sua extração econômica, varia em função do preço de mercado do bem mineral.
Segundo Yamamoto, o teor de corte é o menor teor ao qual compensa
lavrar economicamente um bloco de minério que tenha relação de mineração nula. Aplicando-se o teor de corte ao depósito em estudo, delimita-se a zona mineralizada, economicamente lavrada.
2.5 Teor Mínimo Operacional (Critico)
Segundo Neto e Rocha, é o teor em que a operação de lavra não dá lucro
e nem prejuízo. É uma espécie de limiar entre lucro versos prejuízo. Matematicamente calcula-se como sendo uma relação entre os custos para se produzir uma tonelada do concentrado e o preço de venda de 1 tonelada do concentrado.
Segundo Nery, é o extremo inferior da faixa que, comumente, se classifica
como minério, pois tem viabilidade econômica, ainda que a sua lavra seja paga pelo Te. É o teor que viabiliza o aproveitamento do conteúdo útil, com custos de lavra e relação de mineração nulos, tendo-se apenas as despesas com as operações subsequentes à extração/remoção. É possível exemplificar, citando um determinado bloco pouco mineralizado, localizado dentro da cava, que terá que ser removido na condição de estéril, para efeito dos custos de lavra, para liberar a face livre de outros blocos mais ricos, e que posteriormente poderá vir até ser enviado à usina.
Tabela 01: Teor critico - mina de ferro de Carajás
Projeto/Empressa Localização Minério Custo de Preço de Teor
Produção Venda Critico % Carajás/Vale Serra dos Fe U$$ 21,6/t U$$ 38/t 57 Carajás
2.6 Teor de Utilização
É o teor médio mínimo de alimentação da usina de beneficiamento. Deve
localizar-se numa faixa entre o teor de corte e o teor mínimo operacional. Na eventualidade de ter-se de reduzir a faixa de teor de minério que será enviado à planta de tratamento, tal teor não poderá atingir valores inferiores ao TMO ou poder-se-ia estar gerando um BL negativo e, conseqüentemente, obtendo prejuízo.
O propósito do teor de corte é limitar, portanto, a inclusão de material
considerado mineralizado no inventário dos recursos. Para uma dada tonelagem de material mineralizado, haverá um teor mínimo que irá ao encontro desse critério. Como, na prática, a maioria dos depósitos são heterogêneos, para se obter as possibilidades de determinação do teor de corte, torna-se necessário o conhecimento da curva tonelagem-teor do depósito em estudo. TABELA 02: Clarque, fator de enriquecimento e cut off graus de alguns elementos.
Met Cut off graus Fator de Teor Mínimo
Clarque (%) Clarque (ppm) al (%) enriquecimento Operacional (g/t) 0,00000035 0,0035 0,0003 900 Au 0,5 0,00000035 0,0035 ---------------- ------------------ 5,8 58000 30 5 Fe 46 5,6 56300 33,6 6 à 10 0,0063 63 0,3 50 Cu 0,4 à 2 0,01 100 0,4 40 0,002 20 -------------- ----------------- Nb 0,1 à 0,4 0,002 20 0,3 150 0,1 1000 -------------- ----------------- Mn 35 0,1 1000 25 250 0,0094 94 3 300 Zn 2à3 0,002 20 5 2500 0,0013 13 4 3100 Pb 0,5 à 1,5 ------------- ----------- -------------- -----------------
Legenda: Valores em vermelho - Neto e Rocha, 2010.
Valores em azul - Damasceno, 2006.
Valores em verde – Fonte desconhecida.
3 Glossário
BENEFÍCIO LÍQUIDO (BL): é a receita suficiente para cobrir os custos de
produção, o pagamento de royalties e remunerar o capital investido proporcionada por uma tonelada produzida de minério.
RELAÇÃO DE MINERAÇÃO NULA: O bloco tem teor que paga as operações de
produção, mais não paga a remoção de qualquer material estéril.