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: Discuta, a partir das problematizações levantadas por Carol Gilligan à psicologia moral, o conceito de autonomia presente nos teóricos do desenvolvimento humano, e de que forma ele é excludente para as mulheres.
: Discuta, a partir das problematizações levantadas por Carol Gilligan à psicologia moral, o conceito de autonomia presente nos teóricos do desenvolvimento humano, e de que forma ele é excludente para as mulheres.
: Discuta, a partir das problematizações levantadas por Carol Gilligan à psicologia moral, o conceito de autonomia presente nos teóricos do desenvolvimento humano, e de que forma ele é excludente para as mulheres.
Questão 1: Discuta, a partir das problematizações levantadas por Carol Gilligan
à psicologia moral, o conceito de autonomia presente nos teóricos do desenvolvimento
humano, e de que forma ele é excludente para as mulheres.
No texto de Seyla Benhabib são feitas críticas as pesquisas de Carol Gilligan e
Kohlberg sobre o desenvolvimento moral e também é discutido sobre como as controvérsias dessas teorias promoveram a ideia de inferioridade das mulheres em relação aos homens. Na teoria de Gilligan, influenciadas por uma pesquisa de Kohlberg, a mulher possuiria um baixo nível de maturidade em relação aos homens, a partir da fase adulta, por causa de um retrocesso moral. Esse retrocesso aconteceria porque a mulher teria uma facilidade de coloca- se no lugar do outro e ainda demostra que seu julgamento moral está “imerso numa rede de relacionamentos com os outros” (p.88). A autora Benhabib aponta algumas controvérsias para esta ideia: A primeira que apesar de afirmar que para atingir o nível máximo de maturidade moral depende de um papel definido no mercado de trabalho e no governo, Gilligan não leva em consideração em seus estudos o fato da mulher ter sido excluída desses setores. A segunda é a visão de que a justiça e direito, e cuidado e responsabilidade são orientações morais distintas, as quais a segunda dupla relaciona com o âmbito familiar e com as relações interpessoais. A escolha de uma dessas orientações não seria algo relacionado ao sexo, mas sim uma escolha pessoal, de cada um, segundo Kolhberg. A autora Seyla exprime uma crítica Carol Gilligan e Kohlberg através de uma perspectiva feminista com dois preceitos básicos: O sistema gênero-sexo, isto é, a construção simbólica e das diferenças físicas do sexo, não natural e sim algo construído e organizado pela sociedade e o segundo princípio é esse símbolo de gênero-sexo contribuir para reprimir as mulheres. Assim, dentro da teoria do desenvolvimento moral hegemônico tudo é dado como algo contingente e a consideração moral da mulher é excluída, graças a ideia de autonomia do eu que surgiu na Modernidade. Na era Medieval a estrutura moral dominante é “como o homem deve ser” e a construção de regras que moldavam homem a essa estrutura. Esse sistema, segundo a autora, abrange a ideia de vida boa e do homem ter um locus no universo. Com o fim desse sistema medieval, a hierarquização social de acordo com a economia e com a ciência moderna, demostrando que os objetivos da natureza são desconhecidos, o homem se separa dela e surge uma autonomia do eu, a privatização do eu dentro da religião, da ciência e da Filosofia. E ainda, na Modernidade a ordem social, os deveres que cada um deve seguir passa a ser criada pelos burgueses, a vida boa passa a ser ditada por eles. Assim, a esfera da justiça também é tomada pelo ideal burguês e vista dentro da esfera política e moral, enquanto que o domínio das atividades humanas naturais, como alimentação e reprodução, é relegada a mulher. Para defender essa ideia, a autora diz que a ideia de estado natural é utilizada pelos burgueses para constatar seu poder e objetificação sobre a mulher e seus filhos. E ainda, também utilizam a ideia de que o homem veio e “venceu” o mundo sozinho sem ajuda de seus semelhantes, o que o faz alguém que não se põe no lugar e/ou que não depende do outro, mais uma vez demostrando seu caráter de autonomia. Assim, para mulher ficou o lugar de um ser que não é nada se não o oposto dos homens e ainda um ser que nasceu para ser dependente e para realizar as atividades naturais.
REFERÊNCIA:
BENHABIB, Seyla. "O outro generalizado e o outro concreto: A controvérsia Kohlberg-
Gilligan e a teoria feminista". In: S. Benhabib, D. Cornell (orgs.) Feminismo como crítica da modernidade, pp. 87-106. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1987. Questão 2: Como as diferentes infâncias são retratadas no filme Bebês? De que maneiras podemos relacionar o filme com a psicologia do desenvolvimento?
No filme “Bebês” é retratado história sobre quatro bebês nascidos em diferentes
países, entre eles Namíbia, Japão, Magnólia e Estados Unidos. Desta forma, o filme apresenta as mães e seus bebês desde da fase uterina até aproximadamente um ano e poucos meses, mostrando o cotidiano e o cuidado materno e paterno de cada família. Contudo, o desenvolvimento infantil é retratado no filme de forma a enfatizar as diferenças culturais, isto é, demostra como os costumes, os hábitos e cuidados de cada uma das culturas representadas são diferentes. Para tanto, o autor do filme buscou não apresentar a história de cada bebê separadamente, mas sim em conjunto. Assim, é apresentado cenas do mesmo estágio dos bebês um após o outro fazendo com que as diferenças fossem destacadas. Por outro lado, pensado na Psicologia do desenvolvimento, apesar de todas as diferenças, existe no filme um caráter de universalidade no desenvolvimento infantil. Assim, há estágios onde cada bebê passa e em cada um deles ele adquire/aprende uma nova capacidade. Um exemplo disso, é a cena onde depois de um ano todos os bebês começam a dar seus primeiros passos ou quando todos começam a comer alimentos, além do leite materno. Com isso, o filme apresenta uma ideia clara da Psicologia do desenvolvimento de estágios universais, independentes da cultura.
REFERÊNCIA:
BALMÈS, Thomas. Bebês. [Filme-vídeo]. Direção de Thomas Balmès. França, 2010. DVD, 79 min.