Universidade Federal do Ceará

Curso de Arquitetura e Urbanismo

EU 2016 | ENCONTROS UNIVERSITÁRIOS 2016

III ENCONTRO DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
O PLANO POPULAR DE URBANIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA POLÍTICA:
UM ESTUDO PARA A ZEIS DO GRANDE BOM JARDIM.
IDENTIFICAÇÃO - 1.09.06.026 - GC.10

INTRODUÇÃO
Os eixos temáticos definidos são: condições físico-ambientais, infraestrutura urbana, espaços
livres e uso e ocupação do solo. O diagnóstico busca, sobretudo, fomentar a produção de
As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), definidas pelo Estatuto da Cidade (Lei
conhecimento sobre desenvolvimento urbano por meio da participação direta das comunidades.
10257/01) em 2001, constituem importante instrumento na efetivação do direito à moradia para
Em seguida, serão aplicados questionários em uma amostra aleatória de moradores de cada
as populações de baixa renda. A não-efetivação das políticas de zoneamento especial na cidade
comunidade a fim de recolher informações sobre o perfil dos moradores e dos assentamentos.
de Fortaleza e a carência de mecanismos eficazes de participação popular apontam para a
importância de se investigar formas de planejamento em que as relações entre os agentes e eixo 1 condições físicas e ambientais
pontos de alagamento, tipos de solo
arborização.
atores envolvidos sejam mais simétricas. Segundo Vainer (2013, p.17), "o planejamento conflitual equipamentos urbanos,
aposta na capacidade dos processos conflituosos de constituírem sujeitos coletivos aptos eixo 2 infraestrutura urbana saneamento básico, abastecimento de
água e luz, coleta de lixo.
ocuparem, de forma autônoma, a cena pública".
eixo 3 espaços livres áreas de praça, espaços de lazer, vias.
Nesse sentido, o PET do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo atendeu à demanda
apresentada pelos moradores das comunidades do Grande Bom Jardim de suporte ao processo eixo 4 uso e ocupação do solo
uso das edificações, presença de
áreas permeáveis.
de regulamentação da ZEIS local. Propõe-se, portanto, a elaboração de um Plano Popular de
Imagem 02: Esquema com os eixos desenvolvidos para a etapa de diagnósticos nas
Urbanização, realizado em conjunto com os moradores, composto por um primeiro eixo de comunidades. Elaborado pela autora e co-autores.
diagnóstico, denominado “A cidade que temos”, e seguido por um segundo eixo de diretrizes e
proposições, “A cidade queremos”. Os dados obtidos serão processados pelos bolsistas do PET e sintetizados em um documento
de diagnóstico, que será, então, apresentado aos planejadores locais para fundamentar a etapa
seguinte de proposições. A partir do conhecimento e da hierarquização dos problemas
encontrados, serão definidas diretrizes visando à formulação de soluções adequadas a esses
problemas. As soluções discutidas com os moradores, as propostas de intervenção e os
resultados da etapa de diagnóstico serão incorporados ao documento do plano, que será, ao fim
do processo, apresentado nas comunidades.

RESULTADOS

A atividade de extensão teve início em meados de 2016, porém o desenvolvimento esperado

começou apenas em 2017, e deve ser concluída até o fim do semestre letivo. O projeto está na
fase de diagnóstico, em que serão apresentados os seminários temáticos no Centro de Cidadania
e Valorização Humana (CCVH), localizado na Comunidade Nova Canudos. Em seguida, os
Legenda
Bairros de Fortaleza
seminários acontecerão nas demais comunidades contempladas pelo plano na seguinte ordem:
ZEIS de Ocupação
ZEIS de Conjunto
Ocupação da Paz, Marrocos e Pantanal. Os encontros estão definidos para acontecer aos
ZEIS de Vazios sábados no período da manhã. Paralelamente à realização dos seminários, serão aplicados os
esc: 1/110000 questionários nos participantes. Após a conclusão da etapa de diagnóstico, terá início a última
etapa, que trata das proposições.
Mapa 01: Zoneamento Especial de Interesse Social da cidade de Fortaleza, baseado no Plano Diretor Participativo de Fortaleza.
Elaborado pela autora e co-autores.
CONCLUSÃO
OBJETIVOS
Conclui-se que as atividades de extensão são fundamentais para que se cumpra a função
social da Universidade, que pode atuar como mediadora de conflitos no âmbito urbano. O
Este projeto de extensão tem como objetivo geral criar um documento que funcione como atendimento às demandas dos moradores de assentamentos precários possibilita aos bolsistas
instrumento de estratégia política de negociação com as instâncias municipais, devido à conhecerem as dinâmicas diretamente envolvidas no processo de planejamento das cidade, em
recorrente negligência do Poder Público quanto à participação popular no planejamento urbano. que o conhecimento técnico ou acadêmico devem se somar às experiências dos agentes
Entre os objetivos específicos estão: envolvidos.
Devolver o conhecimento técnico à sociedade, sobretudo a respeito da legislação urbana.
Fortalecer o vínculo entre Universidade e sociedade civil, por meio da realização da atividade
dentro da comunidade, de modo que se estabeleça relação direta entre o conhecimento
acadêmico e o conhecimento empírico de quem vive nas comunidades.

METODOLOGIA

A metodologia de elaboração do Plano Popular de Urbanização é composta por três etapas

gerais: mobilização, diagnóstico e proposição. Na primeira etapa, foram realizadas reuniões
Imagem 03: Reunião de mobilização realizada na comunidade Imagem 04: Reunião de mobilização realizada na Ocupação da
visando a mobilizar os moradores de quatro comunidades que integram a ZEIS do Grande Bom Marrocos, em 01/12/16. Paz, em 08/12/16.
Jardim (Nova Canudos, Ocupação da Paz, Marrocos e Pantanal). As reuniões trataram da
metodologia do trabalho e da importância do envolvimento da população local em todo o
processo de planejamento.
Na etapa de diagnóstico, realizam-se seminários cuja finalidade é capacitar os participantes
para recolher dados acerca dos seus assentamentos de acordo com os temas apresentados.

Granja Lisboa

Imagem 05: Reunião de mobilização realizada na comunidade Imagem 06: Encontro da etapa de diagnóstico realizada na
Pantanal, em 15/12/16. comunidade Nova Canudos, em 11/03/17.

Bom Jardim fase 1 mobilização: apresentação do plano

BIBLIOGRAFIA
fase 2 diagnóstico: seminários e coleta de dados

fase 3 proposição: diretrizes e soluções

DAVIS, Mike. Planeta Favela. Boitempo Editorial, 2° edição, São Paulo, 2006.
Legenda
Bairros de Fortaleza
Canindezinho
Imagem 01: Esquema com a divisão das fases do tra- FREITAS, Clarissa Figueiredo Sampaio. Fighting for Planning for the First Time, in Fortaleza, Brazil. Progressive
Comunidades: balho. Elaborado pela autora e co-autores.
Favela do Pantanal
Siqueira
Planning, v. 204, p. 11-14, 2015.
Marrocos
Ocupação da Paz
Nova Canudos PEQUENO, Luís Renato Bezerra; FREITAS, Clarissa Figueiredo Sampaio . Desafios para Implementação de
esc: 1/110000
Zonas Especiais de Interesse Social em Fortaleza. Cadernos Metrópole (PUCSP), v. 14, p. 485-505, 2012.
Mapa 02: Comunidades participantes do Plano Popular
localizadas dentro da ZEIS do Bom Jardim. Elaborado pela PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA. Plano Diretor Participativo (PDPFor). Fortaleza, 2009.
autora e co-autores. Dados do zoneamento do PDPFor (2009)
VAINER, C. B. Quando a cidade vai às ruas. In: Cidades Rebeldes. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013. p. 35-40.

Pesquisa: Autores e co-autores: Orientadores:

O Plano Popular de Urbanização como Michaela Farias Alves Prof. Clarissa Figueiredo Sampaio de Freitas
Estratégia Política: Um Estudo para a Francisco Lucas Costa Silva Prof. Daniel Ribeiro Cardoso
Zeis do Grande Bom Jardim. Germana Nunes de Oliveira Melo
Ingrid Bezerra Soares
José Wesley Silva dos Anjos