Tendo proferido a advertência, o escritor volta ao seu argumento teológico.
O assunto é a humanidade e humilhação de Cristo, centralizadas na frase "Fizeste-o por um pouco, menor que anjos" (v. 7). 5. O mundo que há de vir. A terra habitada do futuro não será sujeito aos anjos, mas a Cristo em sua totalidade e também aos redimidos. Prevalecerá uma condição inteiramente nova quando Cristo, com os santos, governará em uma harmonia até agora desconhecida. 6-9. Uma citação do Sl. 8: 5-7 introduzida pela frase indefinida. Alguém em certo lugar. Esta citação é a prova da declaração referente ao "mundo futuro". A citação estabelece a humanidade do Filho, que foi feito por um pouco, menor do que os anjos para que provasse a morte por todo homem. Agora Ele está sendo exaltado e coroado com glória e com honra porque em Sua humanidade Ele sofreu a humilhação da morte (Fp. 2:5-8). 10. Através deste sofrimento Sua experiência humana se tomou completa. Ele provou o todo da vida humana, do nascimento à morte. Assim Cristo foi aperfeiçoado através do sofrimento e, portanto Ele pode identificar-se com as necessidades de todos os homens. Tendo sofrido, Ele agora está inteiramente qualificado para servir como Autor (V12:2) da salvação do homem. 11. Na qualidade de Filho de Deus enviado pelo Pai para a humanidade, Cristo não hesitou em identificar-se com os Seus. Nós somos Seus irmãos. Jesus Cristo, que santifica, e os crentes, que são santificados, são um só. 12,13. Uma ilustração mais perfeita da unidade do Salvador e os salvos. Isto está apresentado em passagens pertinentes do V.T tais como Sl. 22: 22; Is. 8:17, 18. Elas "provam" que o Senhor Jesus Cristo e os cristãos são irmãos. Ele não se envergonha de lhe chamar irmãos 14, 15. A derrota de Satanás e da morte testifica que a obra expiatória de Cristo foi eficaz. Mas não houve só derrota; também houve libertação. Embora o medo possa escravizar, e o medo de morrer a muito que persegue a humanidade, Cristo resolveu o problema com a Sua própria morte e ressurreição. I Coríntios 15: 54-57. Ele participou da carne e do sangue e assim morreu, mas pela Sua morte veio o livramento. Portanto, o poder de Satanás foi tornado inoperante e Cristo fez uma expiação pelo pecado inteiramente satisfatória diante de Deus (Is. 53: 11). Que grande vitória é a dEle! E que grande vitória todos os crentes têm nEle! Satanás e a morte estão derrotados e o temor da morte desapareceu! O homem que é livre em Cristo é na realidade o mais livre de todos os homens. 16-18. Aqui está a primeira menção do assunto que ocupa o lugar central no argumento da epístola – o ministério de Cristo como sumo sacerdote. Nesse ofício a humanidade de Jesus está novamente à vista, Ele ministra e socorre os homens tomando-os pela mão. Isto Ele pode fazer como o Irmão mais velho e como o capitão de sua salvação. Duas palavras indicam a qualidade auxiliadora da função do sumo sacerdócio. Elas são: misericórdia e fiel. Para com os homens Cristo é misericordioso, para com Deus Ele é fiel. Na verdade, a misericórdia e a verdade encontraram-se nEle. Sua fidelidade percebe-se em Sua firmeza na tentação, a qual foi parte do Seu sofrimento. Agora Ele é capaz de vir ajudar todos os que são tentados porque Ele passou pelos mesmos testes e emergiu vitorioso.