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11/01/2018 Visão histórica

59:54

Texto da aula Aulas do curso

Revolução e Marxismo Cultural


Texto do episódio
Visão histórica
Em 1989, a queda do muro de Berlim parecia
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do "socialismo real", a vitória do capitalismo e dos valores do

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Comentários
Ocidente — representados pela aliança dos alunos
entre o então presidente dos
Estados Unidos, Ronald Reagan, e o Papa João Paulo II.

Acontece que, enquanto os EUA venciam a corrida armamentista da


Guerra Fria, os comunistas já se tinham dirigido, há muito tempo, para
outro campo de batalha.

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Em 1989, houve um acontecimento que mudou a história


recente da humanidade: a queda do muro de Berlim. O
que aconteceu, na prática, foi o suposto desaparecimento
do comunismo real diante daquilo que parecia uma
vitória do capitalismo ou uma vitória de dois homens
específicos: o então presidente dos EUA, Ronald Reagan,
anticomunista ferrenho, e o papa João Paulo II, vítima do
comunismo na Polônia.

Dois anos antes da queda do muro de Berlim, em 1987,


Ronald Reagan, diante do portão de Brandemburgo, em
Berlim, falando a respeito do secretário geral do partido
comunista Mikhail Gorbachev, pediu aquilo que todos os
homens de boa vontade do Ocidente desejavam: "Mr.
Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, tear down this
wall!"[1]

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Então, em 1989, diante da queda do muro, o capitalismo,


os valores do ocidente e o Papa João Paulo II pareciam ter
triunfado.

Porém, na ocasião da viagem de João Paulo II a Cuba, um


jornalista perguntou a Fidel Castro como o líder cubano
se sentia ao receber a visita do homem que havia
derrubado o comunismo. Fidel respondeu: “eu não
desprezaria assim Mikhail Gorbachev". Hoje, cada vez
mais, se percebe que tudo aconteceu de caso pensado.
Declarações do próprio Gorbachev e de alguns
comunistas já previam a necessidade de se promover
uma aparente morte do comunismo, para que o espírito e
o ideal do comunismo se alastrassem no Ocidente. Os
próprios comunistas compreendiam que havia uma
espécie de queda de braço na guerra fria e que estavam
perdendo a disputa. A guerra indicava uma vitória dos
EUA, que estavam muito melhor que os soviéticos.
Quando os EUA estavam vencendo a batalha militar, os
comunistas se dirigiram para outro campo de batalha. Já
há décadas haviam percebido que o caminho da vitória
sobre o capitalismo não era o militar, mas o cultural.

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Mas, como aconteceu o triunfo da linha marxista


cultural, que parecia originalmente heterodoxa? No
século XIX, Karl Marx defendia a ideia de que a sociedade
era injusta porque explorava o trabalhador. Era
necessário que através de um método revolucionário
(armado), a classe trabalhadora tomasse posse do
governo, implantando uma ditadura do proletariado,
controlando os meios de produção. E essa ditadura seria
uma ponte para uma sociedade que, ao final, seria justa,
sem classes, sem governo.

Em suma, o ideal de Marx era a implantação de um


paraíso terrestre, de uma sociedade justa, perfeita,
através do poder criativo do mal. Marx, porém, não é a
origem de tal pensamento, mas somente um porta-voz.
Afirmar a força criativa do mal, do negativo, que da
destruição faz surgir algo de bom é um princípio da
filosofia Hegeliana. De uma antítese forte, segundo Hegel,
surge uma síntese superior. Hegel identifica uma espécie
de injustiça com o mal, com o negativo, que foi
demonizado, exorcizado, criando imobilismo e falta de
vitalidade. Hegel traz para a filosofia algo que já era
enxergado e defendido pela arte, pelo romance[2].

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“Dê asas à maldade e acontecerá algo de bom". Foi o que


Hegel propôs com a sua dialética. Marx levou tal conceito
à prática. No caso de Marx e da revolução armada, a luta
seria suprassumida, levada para cima. Matar, destruir,
hostilizar a civilização, trazer abaixo a ordem foi o
caminho adotado (ou proposto) por ele para a produção
de uma ordem superior. E esse mesmo princípio é o que
governa a vida de muitos sacerdotes e muitos bispos,
dentro da própria Igreja hoje. Muitos fazem
automaticamente coisas que não sabem de onde vêm[3] .

É preciso que desde o início estas realidades fiquem


claras, para que se consiga distinguir claramente qual o
papel que cada personagem desempenha na Igreja. Uma
pessoa só pode ser julgada a partir das coisas que
combate. Se alguém diz que é a favor dos pobres, dizendo
que ama a justiça social, o único critério para verificar se
está dizendo a verdade ou não é analisar o que irá
combater: se combate tudo o que há de sagrado, como a
liturgia do Missal, a disciplina do Código de Direito
Canônico e a doutrina do Catecismo da Igreja Católica,
percebe-se, claramente, uma realidade diversa daquela
que é apresentada costumeiramente. Uma coisa é a

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propaganda que é feita de si mesmo, outra é o verdadeiro


intento de cada pessoa em seu agir cotidiano.

Um exemplo pode ser encontrado numa pessoa que


declara seu amor à verdadeira tradição da Igreja e não à
“tradição engessada" de Trento; que afirma amar os
santos, mas somente os que são “comprometidos"; que
diz amar a liturgia, mas a liturgia “inculturada", capaz de
“falar" ao povo. Na realidade, em todos os casos citados,
é necessário entender que existe um princípio de ação
marxista, que permeia todos os comportamentos: é o
princípio do negativo, do destruidor, que busca por
abaixo toda a estrutura vigente para que uma “melhor"
seja erigida[4].

O papa Bento XVI recentemente esteve na Alemanha, no


Congresso Nacional (Bundestag) e dirigiu uma palestra
aos parlamentares de seu país. Foi aplaudido
efusivamente de pé por quase todos os congressistas,
exceto por um pequeno número de pessoas, de um
determinado partido. Em suas palavras conclusivas o
papa disse:

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"A cultura da Europa nasceu do encontro entre


Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no
Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o
pensamento jurídico de Roma. Este tríplice encontro
forma a identidade íntima da Europa. Na
consciência da responsabilidade do homem diante
de Deus e no reconhecimento da dignidade
inviolável do homem, de cada homem, este
encontro fixou critérios do direito, cuja defesa é
nossa tarefa neste momento histórico"[5].

Segundo Bento XVI, é necessário defender a fé cristã, o


direito romano, a filosofia grega porque existe um
movimento revolucionário que está derrubando (ou já
derrubou) estas três colunas da civilização ocidental. O
papa professa publicamente que é necessário reerguê-las.
É preciso, porém, deixar claro quem quer e por que quer
destruir estas colunas.

Hegel e Marx, como já apresentando, colocam a realidade


do trabalho do negativo. Marx, por exemplo, quer,
através de um trabalho de destruição, trazer abaixo uma
ordem e um sistema que, segundo ele, oprimia o

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trabalhador. Marx profetizou uma sociedade justa, sem


classes, sem governo, dizendo que isso aconteceria por
uma revolução dos trabalhadores. Previa que os
trabalhadores iriam sofrer tanto debaixo da pressão dos
capitalistas que, mais cedo ou mais tarde, haveria tanto
conflito a ponto de estourar uma revolta [6].

Sua obra O manifesto do partido comunista termina com


um convite para a união dos proletários. Imaginava que
os trabalhadores dos diversos países da Europa iriam se
unir contra os capitalistas, impondo uma ditadura do
proletariado. Isso, porém, nunca aconteceu. Apesar de ter
acontecido uma guerra (I Guerra Mundial), os
trabalhadores não se uniram para lutar contra os
proletariados, mas para lutar contra outros trabalhadores.

Depois da I Guerra Mundial, o marxismo estava em plena


crise teórica: como foi possível a união dos trabalhadores
para matar outros trabalhadores, buscando defender os
interesses de seus patrões? Quem os alienou?

Marx, de certa forma, já havia encontrado a “solução" em


uma de suas frases mais conhecidas: a religião é o ópio
do povo [7]. Marx havia entendido que havia um fator

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cultural que alienava o povo. Porém, não conseguiu


elaborar tal pensamento de forma adequada.

Tal elaboração será feita por dois filósofos, de forma


independente, um húngaro, Georg Lukács e o outro
italiano, Antonio Gramsci (que teve seu método acolhido
pelos marxistas culturais). Quando terminou a I Guerra,
diante da grande crise teórica do marxismo, para Gramsci
e para os marxistas culturais, o grande adversário a ser
derrubado mostrou a sua face: a ética judaico-cristã, a
filosofia grega, o direito romano, eram como que uma
espécie de veneno que alienava as pessoas, impedindo os
trabalhadores de lutarem de forma revolucionária.

Gramsci esteve na URSS, durante a década de 20.


Presenciou a tentativa de Lênin de estabelecer as bases
do estado soviético. Viu também quando Stálin tomou as
rédeas do partido, matando vários dissidentes
comunistas (Trotsky, por exemplo). Viu que o
comportamento de Stálin era a aplicação prática da
filosofia de Hegel. Gramsci pôde compreender que era
necessário destruir, trazer abaixo a cultura ocidental, mas
que não haveria solução pelo caminho stalinista. Era
preciso implodir as três colunas do Ocidente, lentamente,

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anonimamente, gradualmente. Na técnica gramsciana,


nada pode ser ostensivo, tudo deve ser feito
disfarçadamente, com o veneno sendo ministrado ao
paciente como se fosse um remédio, como se fosse o
medicamento de sua salvação. Em outras palavras, é
necessário destruir a cultura ocidental em nome da
dignidade e da liberdade do homem. Em nome da
liberdade, cria-se a ditadura. Em nome dos Direitos
Humanos, cerceiam-se os direitos do homem.

Uma coisa é aquilo que o marxismo cultural alardeia,


outra coisa é o que ele verdadeiramente busca fazer. Em
nosso país, um exemplo disso é a aprovação do
“casamento" homossexual. Tudo foi feito em nome da
dignidade humana, pois os homossexuais não podem ser
oprimidos, têm direitos, não podem ser vítimas de um
olhar preconceituoso.

O objetivo, na realidade, é a destruição da família, pois


para o pensamento marxista a família é um valor
burguês, uma desgraça que precisa ser extinta, já que está
baseada em elementos que impedem a revolução: a
propriedade privada (bens passados para herdeiros,
perpetuação da propriedade privada), a opressão

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patriarcal (o homem é maior do que a mulher, não há


igualdade) e a ética sexual burguesa. Só como exemplo,
numa relação homossexual existe uma clara afronta à
ética sexual cristã, uma violação ao patriarcalismo
ocidental, não há herdeiros. A propaganda é a defesa dos
direitos dos homossexuais, mas o interesse verdadeiro é
a destruição da família. Como o povo está alienado, com
um pensamento cristão muito arraigado, é necessário
entrar em sua consciência e arrancar à força os valores
“burgueses" que impedem a revolução. Mais uma vez, o
caminho é olhar para o que é combatido, não para aquilo
que pretensamente é defendido.

Esta introdução buscou colocar uma visão panorâmica do


que é marxismo cultural. Marx quis implantar uma
sociedade nova aqui na terra. Gramsci mostrou que os
meios para tal empreendimento são os culturais, já que
os métodos armados não deram certo. O que Gramsci
propõe é a mudança do interior das pessoas, pois
somente assim acontecerá verdadeiramente o início da
nova sociedade. É necessário aculturar as pessoas, acabar
com a cultura de cada uma delas.

Referências

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1. “Senhor Gorbachev, abra este portão! Senhor Gorbachev, derrube


este muro!". Discurso proferido diante do portão de Brandemburgo
no dia 12 de junho de 1987. O vídeo pode ser conferido em:
http://www.youtube.com/watch?v=5MDFX-dNtsM.

2. Isso pode ser conferido no romance Fausto, de Goethe, no


momento em que Me stófeles, o demônio, apresenta-se ao
protagonista: “Fausto: Pois então, quem és tu? Me stófeles: Eu sou
uma parte dessa força que deseja sempre o mal e sempre cria o
bem". (GOETHE. Fausto. Quadro IV, Cena II. Segundo o original:
Fausto: Nun gut, wer bist du denn? Mephistopheles: “Ich bin ein Teil
von jener Kraft, die stets das Böse will und stets das Gute scha t".)

3. Nesta série de palestras, será necessário tomar uma decisão: ser


um teólogo da Libertação competente, buscando fazer um trabalho
de destruição dentro da própria Igreja; ser alguém el à Igreja, à
Tradição e ao papa. Este material pode ser utilizado para o bem,
sabendo o que se deve fazer para evitar o mal; ou então, ser
utilizado para o mal, conscientemente usado para destruir a Igreja.

4. Infelizmente, o princípio da destruição parece estar presente dentro


da Igreja. Muitas pessoas creem que quanto mais forem devassas,
quanto mais destruírem a moral tradicional, mais promoverão o
amor; quanto mais caluniarem, quanto mais destruírem a vida dos
outros, tanto mais implantarão o reino de Deus; creem que quanto
mais criarem desordem e profanarem o sagrado, tanto mais
servirão à causa de Deus. Vivem, portanto, de acordo com o
princípio da destruição.

5. Bento XVI, Discurso na visita ao Parlamento Federal no Palácio do


Reichstag de Berlim, proferido no dia 22 de setembro de 2011. O
discurso está disponível em http://www.vatican.va/holy_father...

6. Para dar maior fundamento às suas teorias, Marx consultou dados


relativos aos trabalhadores nos “Blue books" ingleses, forjando,
porém, os dados coletados.

7. Numa época em que havia grandes di culdades para se amenizar


uma dor lancinante, o ópio era uma possibilidade alucinógena para
fugir da dor.

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Marcos Paulo • 3 meses atrás


Muito interessante e verdadeiro. O comunismo é, literalmente, um "lobo em pele
de cordeiro". Não podemos deixar que essa ideologia satânica tome conta de
nossas famílias. É necessário "combater um bom combate", a luz de Jesus
Cristo negar essas ideologias e pregar com força e fé a vitória de nosso Senhor
Jesus na cruz. Se preciso for é hora de morrermos por isso. Se morrer por Cristo
for necessário, estarei pronto.
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Paulo C. Ormonde • 3 dias atrás


Um curso fundamental e de extrema importância para o momento atual.
Parabéns pela coragem intelectual Pe. Paulo Ricardo.
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