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10/01/2018 A atual recuperação da economia só beneficia uma minoria — CartaCapital

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Política
Artigo

A atual recuperação da economia só beneficia uma


minoria
por Murilo Ferreira* — publicado 09/01/2018 00h21, última modificação 09/01/2018 12h52

O Brasil continua distante do minimamente aceitável para reduzir as desigualdades e iniciar um ciclo de
desenvolvimento sustentável e duradouro
Aloisio Mauricio/Fotoarena

A pobreza aumentou de forma acentuada a partir de 2014

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10/01/2018 A atual recuperação da economia só beneficia uma minoria — CartaCapital

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A economia mundial voltou do purgatório e deverá estar normal em 2018, segundo o Fundo Monetário Internacional, crescendo ao redor de
3,7% e, melhor ainda, indo da América do Norte para a Ásia, da Europa Ocidental à Oriental, e assim por diante. Enfim, o desastre de 2007-
2009 foi embora e haverá um crescimento disseminado.

Para uma minoria dos brasileiros, a recuperação da economia em 2018 terá um bom impulso a partir de dados disponíveis e
consubstanciados na produção agrícola, na recuperação dos preços dos recursos minerais baseada em um crescimento do “novo normal
chinês” assentado em expulsar agentes poluidores do seu território, assim como do preço do petróleo internacional sustentado pela disputa
interna na Arábia Saudita. E, internamente, uma melhora no consumo dos brasileiros.

Mas, para a maioria dos cidadãos no Brasil, a verdadeira recuperação precisaria vir atrelada à taxa de investimento. E, nesse aspecto,
estamos bem distantes do minimamente aceitável para um país que necessita urgentemente reduzir as desigualdades, que aumentaram
acentuadamente desde o fim de 2014.

O total de investimento precisaria ser igual à poupança total, ou seja, a soma das poupanças interna e externa. O setor privado tem poupado
mais, enquanto o setor publico está pior do que nunca. Precisamos também levar em conta que a carga tributária brasileira é uma das mais
altas do mundo. Ou seja, não há milagre a se fazer.

Leia também:
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O Brasil no fundo do poço

O Estado não consegue realizar mais investimentos. A sociedade brasileira novamente fracassou na redução de suas despesas, seja no
âmbito do Judiciário, seja no do Legislativo, ou do Executivo.

Prefiro dizer “a sociedade” porque não vejo qualquer sinal dos líderes mais representativos de cada poder exigindo que as coisas mudem.
Acreditam que o problema está com o outro. Ou melhor, o único sinal é uma repulsa generalizada ao aumento de impostos.

E, mesmo nesse aspecto, temos situações intoleráveis, como a proposta de criação dos
royalties “do vento” em 10%, que trará um ônus à energia eólica que não polui e salva o
Nordeste do racionamento, que neste momento seria inevitável, caso não tivesse sido
amplamente implantada na região. No caso da mineração, houve o aumento de mais de
100%, que trará ao País o título de “campeão do mundo” em impostos, taxas e contribuições
no setor mineral.

Até a famigerada reforma da Previdência promovida pelo Executivo tenta camuflar a


realidade, ou seja, a necessidade de se resolver a aposentadoria do setor público. O déficit
per capita no regime da União é de quase 80 mil reais e o do INSS, 5 mil. Portanto, sabe-se
A pequena melhora no consumo das onde está o tumor.
famílias não sustenta o otimismo com a
"retomada" (Nelson Prefere-se, no entanto, o caminho perverso de ameaças de calote das aposentadorias,
Almeida/AFP) especialmente àqueles que recebem montantes menores. Até a campanha do PMDB
esquece do promotor-presidente que se aposentou aos 55 anos para discutir privilégios dos
outros. Assim está o Brasil no novo MDB. Coitado do Dr. Ulysses.

E o crédito? Os defensores de um BNDES anão deveriam vir a público explicar o fracasso continuado das novas missões por meio do
mercado de capitais em época de tempo bom. Imagine quando houver chuvas e trovoadas.

São analistas distantes da realidade do Brasil que trabalha e cresce, como no Mapito, no Triângulo Mineiro e em Santa Catarina, para citar
apenas alguns.

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10/01/2018 A atual recuperação da economia só beneficia uma minoria — CartaCapital

Aliado a isso vemos sem horizonte razoável de melhora o caos da segurança e dos serviços públicos. Ilustrando esse deboche com os menos
favorecidos, vimos a decisão recente de eliminar a linha do BRT no Rio de Janeiro, construído para ser um legado dos Jogos Olímpicos,
deixando ao abandono milhares de cariocas que precisam desse transporte.

E até mesmo os investidores sofrem, pois, como vimos, mesmo os contratos não valem tanto
quanto se poderia imaginar em um país tão carente de infraestrutura. O consórcio vencedor
da licitação do Aeroporto de Confins acaba de ser surpreendido com a permissão de pousos
e decolagens no Aeroporto da Pampulha. A justificativa seria obter votos de uma bancada a
favor do presidente da República, não a favor do Brasil.

Vivemos o pior dos mundos. Não temos serviços decentes nem oportunidades aos menos
favorecidos. Temos pouco tempo para corrigir, mas sem esquecer as lições que a cada dia o
papa Francisco nos oferece e que ele conhece muito bem, como o infortúnio dos argentinos
neste século XXI e dos italianos nos últimos dez anos. E agora querem os investimentos limpos
em energia eólica. Faz sentido?
Em um vídeo que circulou freneticamente na internet nas últimas semanas, ouvimos um
mendigo polonês que mora em Roma dizer: “O papa ama os pobres”. Desde que assumiu
como bispo de Roma, ele faz um grande trabalho na assistência direta aos desabrigados, seja com comida, seja com banho descente e
barbeiro ou com roupa lavada. Ou ainda apenas com algo suficiente para restaurar a dignidade humana. Que as reformas brasileiras
comunguem desse espírito.

A correção da economia a que me referi, amparada no amor de um Francisco, precisaria ser feita por meio de uma nova Constituição
exclusivamente dedicada a isso e não por meio de “um toma lá, dá cá” tão amoral como usar sarcasticamente São Francisco nos comentários
políticos.

Todos sabemos que a nossa Constituição foi atropelada ainda em sua infância por uma mudança radical no mundo, tanto pelos
acontecimentos do Leste Europeu no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990 quanto pela inovação e tecnologia que ganharam uma
velocidade inimaginável.

A China caminha a passos largos para consolidar sua liderança global

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10/01/2018 A atual recuperação da economia só beneficia uma minoria — CartaCapital

O desemprego brasileiro mudou de nome. Saiu o formal, entrou o informal. Mas isso é apenas o prenúncio, pois se percebe que as tarefas
desempenhadas pelo trabalhador serão substituídas por robôs. A China produz três vezes mais desses equipamentos do que os Estados
Unidos, 2,5 vezes do que o Japão e mais de 80 vezes do que o Brasil.

E a inteligência artificial será mais devastadora ainda. Péssimo para o emprego e a inflação, ótimo para a produtividade. E o mercado
financeiro será substituído no papel de vilão que desempenha há décadas. Operações financeiras serão mais bem conduzidas por não
humanos. Aliás, vi o prenúncio disso no MIT, de onde saíam 50% dos alunos para o dito mercado, em 2008, para modestos 8%, em 2016.

Não podemos visualizar nada de bom em um país que terá eleições provavelmente polarizadas pelo ódio e a desarmonia. Nossa comunidade
política vive em um mundo particular, que permite ter um presidente com recorde mundial de impopularidade com maioria precária no
Congresso. Precária, mas maioria.

O resultado das eleições não pode significar a vitória daqueles que se alimentam da discórdia e do rancor. Se isso acontecer, podemos ver a
corda arrebentar. Por outro lado, a vitória de uma tese que confronte a realidade do mundo será tão ruim ou pior do que a nossa falta de
sintonia com o mundo surgido da queda do Muro de Berlim.

Assim como as grandes questões do quase finado 2017 eram o processo político na China, o primeiro ano do governo Donald Trump e os
passos políticos em uma Europa incerta a respeito das eleições francesas e alemãs, que resultaram de fato, sob a ótica econômica no ano,
em um total desalinhamento das correlações usuais de moedas, ações, renda fixa e petróleo.

Em 2018, teremos o resultado mais visível do que pode significar a enorme mudança tributária nos EUA, tendo sido aprovada na Câmara
Baixa e seguido para o Senado, onde deverá ser modificada. Como os projetos devem ser aprovados com divergência entre as Casas, um
consenso poderá ser obtido no primeiro semestre de 2018.

Leia também:
Os governos do PT reduziram ou não a desigualdade?

Ainda para o ano-novo, veremos um governo chinês muito comprometido com a austeridade e com medidas duras contra a poluição, com
resultados positivos e negativos sobre a economia. Os efeitos de cortes de produção em diversos setores serão sentidos especialmente sobre
siderurgia, alumínio e cimento.

O corte na produção de aço poderá atingir até 50 milhões de toneladas adicionais, consolidando um total de 200 milhões de toneladas nos
últimos três anos. Com isso, a eficiência da indústria chinesa terá aumentado ainda mais.

Serão claros os sinais geopolíticos dos passos previstos para uma liderança mundial chinesa
até 2049, quando se completam os cem anos da Nova China. Ao mesmo tempo, viveremos
uma grande incerteza gerada pela recusa de entendimento entre países que formam os
territórios existentes e aqueles que estão sendo construídos a partir do nada no Sul da China.

Teremos também a definição do Brexit em um momento de estresse para a economia do


Reino Unido, que, segundo o FMI, terá um desempenho apenas melhor do que a Itália em
2018, com o previsto 1,5%.

Um fenômeno mundial que se aprofunda é de quem tem entre 20 e 40 anos e ganha cada
vez menos em termos reais. Como poderão ter acesso aos recursos para formar, por
exemplo, uma família? Ou a desigualdade que tem aumentado muito, inclusive nos Estados
Unidos?

Dados informados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
Os discursos e, principalmente, as
mostram que os rendimentos do 1% mais rico do mundo são compatíveis com os de 57% da
atitudes do papa Francisco estão aí para
população mais pobre.
ser copiados
No Brasil, é preciso investir nos indivíduos, para que tenham condições de competir em
igualdade de condições. Isso deverá levar algumas gerações. Mas a peça-mãe do País, seu Orçamento, não nos diz isso. Portanto, não
estamos no caminho certo.

*Administrador de empresas e ex-presidente da Vale

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