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C APÍTULO 5

Resolução de Problemas

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

33Levar o aluno a pensar produtivamente.

33Tornar as aulas de matemática mais interessantes e desafiadoras.


Tendências Atuais do Ensino e Aprendizagem
de Matemática e os PCNs

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Capítulo 5 Resolução de Problemas

Contextualização
A razão principal de se estudar Matemática é para aprender
como se resolvem problemas.

(LESTER JR. apud DANTE, 1994, p. 7)

Estamos iniciando mais um capítulo. Para tanto, convidamos você, caro(a)


pós-graduando(a), a continuar nossa caminhada com ânimo e dedicação, pois
a resolução de problemas pode ser, para muitos educadores em matemática,
o ponto de partida para suas aulas.

Acreditamos que os alunos, ao serem motivados e desafiados na busca de


uma solução e ao desenvolverem formas para resolver determinado problema,
perceberão o significado da produção do conhecimento.

Sabemos que um dos principais objetivos de nossas aulas é levar o


aluno a resolver situações complexas. Ao longo deste capítulo, abordaremos
esta tendência que muitos educadores adotam e acreditam ter resultados
em sala de aula.

Ensino de Matemática e a Resolução


de Problemas

Caro(a) pós-graduando(a), utilizar os conceitos matemáticos para a


resolução de situações-problema favorece o desenvolvimento de uma
atitude positiva do aluno em relação à matemática. Não é recomendado
fazer mecanicamente as operações. É preciso saber como e quando usá-las
convenientemente. Este é o verdadeiro papel do ensino de matemática.

Dante (1994, p. 13 -14, grifo do autor) argumenta que

Uma aula de matemática onde os alunos, incentivados


e orientados pelo professor, trabalhem de modo ativo -
individualmente ou em pequenos grupos – na aventura de
buscar a solução de um problema que os desafia é mais
dinâmica e motivadora do que a que segue o clássico
esquema de explicar e repetir. [...].

Precisamos superar o paradigma de que o educador é aquele que sabe, e


o aluno, aquele que não sabe, que apenas ouve e repete no dia da prova e que
somente recebe as informações, não tendo vínculo algum com a construção
do conhecimento. Esses aspectos não eram levados em consideração por

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de Matemática e os PCNs

matemáticos ou, mesmo, por professores. Os alunos tinham que copiar e


repetir tudo o que o educador informava.

Para Cury (2003, p. 131), “A arte da pergunta faz parte da educação dos
nossos sonhos. Ela transforma a sala de aula [...] num ambiente poético,
agradável, inteligente”. Na verdade, a educação, como um todo, sonha
com alunos pensantes, questionadores, fascinados. Com essas atitudes, o
educador levará seus alunos a serem questionadores e, aos poucos, todos na
sala tenderão a participar mais, pois verão as atitudes positivas do educador
frente aos alunos que desafiam, que participam do ensino da matemática.

Polya (apud SILVA, 2009, p. 1) argumenta que “Resolver um Problema


é descobrir um modo desconhecido, encontrar uma forma de contornar um
obstáculo, atingir um fim desejado que não é imediatamente atingível através
de meios apropriados.”

Hoje, a educação matemática abre este espaço e, conjuntamente, a


resolução de problemas busca seus caminhos na escola. O educador não é
somente aquele que repassa conteúdos, mas o que leva os alunos a formarem
seus próprios conceitos. Pensando assim, é necessário que diferenciemos
problema de exercício. Para Silveira (2009, p. 2, grifo do autor),

Tomemos como ‘resolvedor’ um aluno de final do primeiro


grau (é importante apontar a pessoa, pois o que pode ser um
problema para uma pessoa, pode não o ser para outra):

exercício: resolver a equação x 2 - 3x + 1 = 0 (supõe-se que


tal aluno conheça a fórmula de Bhaskara)

problema: provar a fórmula de Bhaskara (supõe-se


que tal aluno nunca tenha visto tal demonstração, mas
conheça a fórmula)

problema: (mais difícil) descobrir, provando, uma fórmula


para resolver toda e qualquer equação algébrica do
segundo grau (supõe-se que tal aluno não conheça a
fórmula de Bhaskara)

problema: (mais difícil) descobrir uma fórmula diferente da


de Bhaskara e capaz de resolver toda e qualquer equação
algébrica do segundo grau.

Devemos ser capazes de levar o aluno a resolver exercícios por meio da


pesquisa em sala de aula e fora dela, além de argumentar, defender uma ideia
logicamente, desenvolvendo a matemática e, necessariamente, resolvendo
problemas matemáticos. O educador precisa ajudar o aluno a perceber que
a matemática é algo real, que está inserida em sua realidade e que, para
resolver situações no seu dia-a-dia, é necessário saber usá-la.

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Capítulo 5 Resolução de Problemas

Segundo Dante (2003, p. 20):

Situações-problema são problemas de aplicação que


retratam situações reais do dia-a-dia e que exigem o
uso da Matemática para serem resolvidos [...] Através de
conceitos, técnicas e procedimentos matemáticos, procura-
se matematizar uma situação real, organizando os dados
em tabelas, traçando gráficos, fazendo operações, etc. Em
geral, são problemas que exigem pesquisa e levantamento
de dados. Podem ser apresentados em forma de projetos a
serem desenvolvidos usando conhecimentos e princípios de
outras áreas que não a Matemática, desde que a resposta
se relacione a algo que desperte interesse.

Ao nos depararmos com os problemas, é de fundamental importância


conhecermos suas características. Vejamos as características levantadas por
Resnick e resumidas por Silveira (2009, p. 1, grifos do autor):

• sem algoritmização: o caminho da resolução é desconhecido,


ao menos em boa parte
• complexos: precisam de vários pontos de vista
• exigentes: a solução só é atingida após intenso trabalho
mental; embora o caminho possa ser curto, ele tende a
ser difícil
• exigem lucidez e paciência: para na aparente desordem,
vermos as regularidades, os padrões que permitirão a
construção do caminho até a solução
• nebulosos: pode ocorrer que nem todas as informações
necessárias estejam aparentes; por outro lado, pode
ocorrer que existam conflitos entre as condições
estabelecidas pelo problema
• não há resposta única: além de normalmente ocorrer de
existirem várias maneiras de se resolver um dado problema,
pode ocorrer de não existir uma melhor solução e até de não
existir solução; ao contrário do que a Escola ensina: resolver
um problema não é o mesmo que achar ‘a’ resposta.

Portanto, a resolução de problemas busca novos caminhos e não somente


utilizar as já conhecidas soluções. Para muitos educadores, esta é uma luta Resolução de
diária. É necessário que nossos alunos passem do papel de simples ouvintes, problemas busca
copiadores, para seres participantes, pensantes, responsáveis por solucionar novos caminhos e não
situações problemáticas. somente utilizar as já
conhecidas soluções.
Ao buscarmos o ensino da matemática pela resolução de problemas, faz-
se necessária a utilização de passos para atingirmos nossos objetivos. Numa
busca para a consecução do trabalho, Miranda (2009, p. 1) afirma que,

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Para facilitar a resolução dos problemas matemáticos, é


preciso seguir alguns importantes passos:

• Leitura geral – Em primeiro momento, devemos ler


atentamente o problema, somente a leitura.

• 2º leitura: resumir o enunciado – Nessa segunda leitura,


devemos ler com mais atenção, pois dela iremos retirar
os dados que julgarmos mais importantes e identificar a
pergunta que o problema propõe. Aqui entra a interpretação
de texto, pois o aluno deverá entender o problema pra
conseguir retirar dele os dados mais importantes.

• Identificar as operações - Depois que separamos os dados


e sabemos o que o problema está perguntando (sabemos
o que devemos calcular), devemos identificar como iremos
achar essa resposta, ou melhor, que operação utilizaremos
na resolução desse problema matemático. Poderá ser uma
ou mais operações. Quando for mais de uma operação,
podemos apresentá-las em forma de expressão numérica.

• Efetuar as operações – Depois de identificar as operações,


devemos resolvê-las, chegando assim ao resultado final.

• Prova real – Depois do resultado encontrado, devemos


verificar se ele é correto. Voltamos ao problema matemático
proposto e verificamos se a solução encontrada satisfaz a
situação problema.

Seguindo os passos propostos por Miranda (2009), teremos maior


facilidade na resolução do problema matemático. Isto porque, com objetividade,
teremos o entendimento pelas leituras e pela decodificação das operações
para, depois, efetuá-las e chegarmos à comprovação, realimentando todo o
processo e demonstrando toda a capacidade de raciocínio do aluno.

Devlin (2004, p. 202) destaca que

[...] o pensar matemático, como é praticado hoje em


dia, faz uso das capacidades matemáticas que foram
desenvolvidas centenas de milhares e, em certos casos,
milhões de anos atrás. Lidar com a matemática não exige
novas capacidades mentais, mas sim um uso original de
certas capacidades já existentes.

Entendemos que seja um novo pensar matemático, uma nova dimensão da


matemática frente ao ensino, possibilitar ao aluno o sentimento de prazer por estar
em nossas aulas e levá-lo a superar, com seus colegas e com os professores, os
momentos de dificuldades. Além disto, quando todos os envolvidos no processo
de aprendizagem ouvirem a palavra “matemática” e perceberem as necessidades
e as facilidades que ela traz para o nosso dia-a–dia e a ação transformadora que

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Capítulo 5 Resolução de Problemas

oferece, terão uma visão diferenciada da matemática, desejando usá-la para


solucionar quaisquer problemas que sejam oferecidos.

Nesse contexto de transformação, está inserido o papel de cada


um dos integrantes da escola. Não somente o educador é responsável
por transformar esta realidade. É essencial o envolvimento de todos os
segmentos da escola. Há necessidade de uma corresponsabilidade,
todos colocando em prática um Projeto Político-Pedagógico estruturado,
norteador de atitudes e de valores. Isto ampliará o ensino de matemática e
oportunizará a utilização da resolução de problemas.

Resolução de Problemas a Partir de


Situações-Problema
Se, na seção anterior, nos referimos à resolução de problemas e iniciamos
a discussão sobre o tema, agora, ampliaremos nossa escrita no sentido de
que tenhamos presente a situação-problema. Entendemos que a resolução
de problemas seja o motivo principal e estrutural para uma aprendizagem em
matemática de forma significativa.

Para tanto, o ponto de partida envolvendo as atividades de matemática


é a inclusão de uma situação-problema, tendo em vista que nosso objetivo é
oferecer identificação da matemática trabalhada em sala de aula com a vivida
pelo aluno em sua comunidade.

O professor propõe aos alunos situações-problema que tenham como


características a investigação matemática para a exploração de novos
conceitos. Dessa forma, estimula a curiosidade e a criatividade do aluno e,
consequentemente, promove a construção do conhecimento matemático.

Entretanto, considerar resolução de situações-problema exercícios de


aplicação repetitivos e mecanizados não responde ao conceito atribuído à
educação matemática. A resolução de situações-problema deve ser vista como
um meio de desenvolver habilidades e atitudes no processo de formação de
conceitos pelo aluno.

Nos PCNs de 5ª a 8ª série (BRASIL, 1998, p. 42), encontramos que:

Resolver um problema não se resume em compreender o


que foi proposto e em dar respostas aplicando procedimentos
adequados. Aprender a dar uma resposta correta, que tenha
sentido, pode ser suficiente para que ela seja aceita e até
seja convincente, mas não é garantia de apropriação do
conhecimento envolvido.

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de Matemática e os PCNs

A importância da Além disso, é necessário desenvolver habilidade que


resposta correta cede permitam provar os resultados, testar seus efeitos, comparar
lugar à importância do diferentes caminhos para obter a solução. Nessa forma de
trabalho, a importância da resposta correta cede lugar à
processo de resolução. importância do processo de resolução.

Ao ter como prioridade a construção do conhecimento pelo pensar e fazer,


o papel da resolução de situações-problema é fundamental para auxiliar o
aluno na apreensão dos significados.

Acompanhe a história:

Na busca da cura de seu filho, o rei, ao dirigir-se ao oráculo de


Apolo, foi aconselhado, para agradar a esse deus, a duplicar
o volume do altar de Apolo, cuja forma era a de um cubo. Na
tentativa infrutífera de duplicar o volume do altar, os gregos
simplesmente dobraram a medida do comprimento das suas
arestas, o mesmo não ocorrendo com o seu volume. Segundo
a lenda, em função desse erro, agravou-se o estado de saúde
do filho do rei e esse veio a falecer. (BRASIL, 2008, p. 182).

Atividade de estudos:
Procure explicar por que ocorreu o erro na duplicação do altar de Apolo.

Podemos dizer que as medidas da aresta e do volume são diretamente


proporcionais?
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Nos livros didáticos de matemática, os problemas aparecem geralmente


agrupados, conforme Matos e Serrazina (1996, apud MARTINS; MENDES,
2009, p. 12, grifos do autor):

• o exercício – formulado explicitamente de forma descontextualizada, cujas


estratégias de resolução resumem-se à aplicação de regras e algoritmos
conhecidos que conduzem à solução. É o caso de uma equação do tipo
3x – 5 = 7;

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Capítulo 5 Resolução de Problemas

• os problemas palavras – se distinguem do exercício conforme a evidência


ou não de um contexto. Podemos exemplificar assim: “Comprei 6 kg de
carne bovina domingo. Na terça-feira, comprei mais 5 kg da mesma carne.
Quantos quilos comprei no total?”;

• os problemas para descobrir – caracterizam-se por apresentar


formulação e contextos explícitos levando ao uso de estratégias e regra
geral para a descoberta de um caminho para a solução. Este é o caso de
problemas do tipo: “Usando apenas 6 palitos de fósforo, forme 4 triângulos
equiláteros geometricamente iguais (congruentes)”;

• os problemas de provar uma conjectura – aqueles que apresentam


formulação explícita e cuja solução é uma regra geral única. Por exemplo:
“Usando casos de semelhança de triângulos, mostre que a altura relativa à
hipotenusa divide um triângulo retângulo em dois triângulos semelhantes”;

• os problemas da vida real – aqueles em que a formulação e o contexto


não são totalmente explícitos no enunciado, exigindo do resolvedor a
busca de outras informações complementares para interpretar e solucionar
o problema. Esse tipo de problema caracteriza-se por possibilitar o
desenvolvimento de pequenos estudos investigatórios na sala de aula,
na escola ou mesmo na comunidade em que os alunos estão inseridos.
Por exemplo: fazer uma feijoada para 50 pessoas em um almoço de
confraternização na escola;

• situações problemáticas – aquelas em que o contexto é parcialmente


explícito e as estratégias de resolução envolvem a exploração do contexto
e implicam a reformulação do problema e a exploração de outros que
possam surgir durante a busca de solução para o problema inicial. Por
exemplo: “O produto de três números inteiros consecutivos é sempre
um número par múltiplo de 3. Analise a situação, se a soma desses três
números fosse um par múltiplo de 3”.

Acreditamos que o texto de Matos e Serrazina (1996, apud MARTINS;


MENDES, 2009) nos leva a refletir sobre o que é exercício, o que é problema,
de que forma podemos propor ao nosso aluno os problemas e nos indica
o que é uma situação-problema. Alguns educadores podem considerar a
repetição, a mecanização de exercícios para fixar determinado conteúdo
como a forma mais eficaz de desenvolver a resolução de problemas
envolvendo as situações vivenciadas.

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de Matemática e os PCNs

Atividade de estudos:
Caro(a) pós-graduando(a), escolha uma das séries/anos em que você trabalha
e pesquise em, pelo menos, cinco livros didáticos diferentes e analise se os
autores propõem a resolução de problemas como metodologia de ensino no
desenvolvimento dos conteúdos em matemática.
Faça uma produção escrita a partir da sua análise.
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Se entendermos que as situações-problema levam em conta a


relevância do problema para a vida dos alunos e utilizarmos tais exemplos,
nos depararemos, igualmente, com a proposta de que os conteúdos devem
A resolução de ser vistos como ponto de partida. Desta forma, atingiremos os conteúdos
situações-problema curriculares propostos para o ano ou série e, ao mesmo tempo, utilizaremos as
leva o aluno a pensar situações que nossos alunos vivenciam.
e desenvolver o
raciocínio lógico. Assim, a matemática e, em especial, a resolução de situações-problema
tem por meta sete itens adaptados de Dante (1994, p. 11-15):

• levar o aluno a pensar;


• desenvolver o raciocínio lógico;
• ensinar a enfrentar situações novas;
• levar o aluno ao envolvimento com as aplicações da matemática;
• tornar as aulas mais interessantes e motivadoras;
• equipar com estratégias para resolver problemas;
• dar uma boa base matemática.

Ao apresentarmos situações-problema que envolvam as experimentações


do aluno, o levamos a pensar de forma a criar processos mentais relacionados
com sua vivência, o desafiando a resolvê-las utilizando seu raciocínio lógico
matemático de forma a auxiliar no seu dia-a-dia.

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Capítulo 5 Resolução de Problemas

As situações vividas por nós e por nossos alunos nos impulsionam a


enfrentar conceitos e apresentar resoluções novas todos os dias. Isto nos leva
a novas maneiras de aplicar os conceitos matemáticos já desenvolvidos e, é
claro, à oportunidade de não só verificar, mas também de criar novas formas
de resolver os problemas.

Cabe enfatizar que, à medida que inserirmos o aluno nos itens


apresentados anteriormente, possibilitamos aulas em que a iniciativa, o
espírito empreendedor e explorador, a criatividade e, de forma especial, a
independência estarão presentes para encontrar as mais variadas soluções.

Os alunos terão estratégias – tão necessárias aos dias atuais –


desenvolvidas para solucionar quaisquer situações-problema, sejam quais
forem as circunstâncias, estabelecendo uma matemática que seja integrada
à vida e ao seu conhecimento. Formaremos cidadãos matematicamente
alfabetizados, aptos a resolverem situações de modo inteligente, seja do
comércio, da economia, da engenharia, da administração, da medicina ou de
outra circunstância de sua vida diária.

Polya (1994, p. XII – XIII) construiu um quadro que adaptamos. Nele


elencamos as necessidades para resolvermos um problema, iniciando pela
compreensão do problema e seguindo com a elaboração de um plano de ação
e, consequentemente, com a execução do plano para, posteriormente, efetuar
o retrospecto e finalizar mediante a emissão da resposta. Vejamos:

Fases da resolução de um problema:

1. Compreensão do problema
• Leitura e interpretação cuidadosa do problema.
• Quais são os dados e as condições do problema? Há dados a mais no
problema? Faltam dados?
• O que se pede, o que se pergunta no problema?
• É possível fazer uma figura, um diagrama ou uma tabela?
• É possível estimar uma resposta?

2. Elaboração de um plano de solução


• Qual é seu plano para resolver o problema?
• Que estratégias você tentará desenvolver?
• Você se lembra de um problema semelhante mais simples que possa
ajudá-lo a resolver este problema?
• Tente organizar os dados em tabelas, gráficos ou diagramas.
• Tente resolver o problema por partes.

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de Matemática e os PCNs

3. Execução do plano
• Execute o plano elaborado.
• Efetue todos os cálculos indicados no plano.
• Execute todas as estratégias pensadas, obtendo várias maneiras de
resolver o mesmo problema.

4.Verificação ou retrospectiva
• Você leu e interpretou corretamente o problema?
• Você elaborou um plano razoável e factível?
• xecutou com precisão o que foi planejado? Conferiu todos os cálculos?
• Há alguma maneira de “tirar a prova” para verificar se você acertou?
• A solução está correta?
• Existe outra maneira de resolver o problema?
• É possível usar a estratégia empregada para resolver problemas
semelhantes?

5. Emissão da resposta
• A resposta é compatível com a pergunta?
• Você escreveu a resposta por extenso, respondendo à pergunta do
problema?

A resolução de situações-problema trabalhada desta maneira, forma


o caminho, construindo os conceitos matemáticos ao avançar em cada
uma das etapas e das fases apresentadas. Ao seguir tais etapas, o aluno
compreenderá o processo de resolução e o significado do que está estudando.
Sendo assim, ao finalizar seus estudos resolvendo o problema, terá noção de
todas as interferências levantadas.

Apresentamos, a seguir, uma proposta para observarmos e analisarmos


as possibilidades de solução das situações-problema. De acordo com Lagarto
(2009, p. 1), “Este problema aparece no filme Die Hard (Duro de Matar), com
Bruce Willis [que] tem de resolvê-lo para não explodir uma bomba!”. Este
primeiro problema envolve uma progressão geométrica. Eis a sua versão,
numa rima inglesa infantil datada do século XVIII.

A caminho de St. Ives,


Encontrei um homem com sete esposas;
Cada esposa tinha sete sacos,
Cada saco tinha sete gatos,
Cada gato tinha sete gatinhos,
Gatinhos, gatos, sacos e esposas,
Quantos iam a caminho de St. Ives? (BRASIL, 2008, p. 31).

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Capítulo 5 Resolução de Problemas

Figura 9 - St. Ives é uma pequena cidade inglesa perto de Cambridge


Fonte: Disponível em: <http://www.malhatlantica.pt/mathis/
problemas/Ives/ives1.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2009.

O segundo e próximo problema poderá ser desenvolvido usando desenhos


como estratégia para uma possível solução. Tente resolver! Você consegue!
O problema aparece no tratado chinês Manual Aritmético do Mestre Sol, do
século III e também foi retirado de Lagarto (2009, p. 1):

Vemos 9 aterros;
Cada aterro tem 9 árvores,
Cada árvore tem 9 ramos,
Cada ramo tem 9 ninhos,
Cada ninho tem 9 pássaros,
Cada pássaro tem 9 filhotes,
Cada filhote tem 9 penas,
Cada pena tem 9 cores.
Quantos há de cada?

Você poderá desenvolver atividades como estas com seus alunos,


procurando refletir sobre os caminhos a serem seguidos na busca da resposta
correta. Estes são exemplos de problemas que, certamente, motivarão os
alunos para elaborar estratégias na busca de soluções.

Algumas Considerações
Compreendemos que, para tornarmos nosso aluno autônomo, é importante
que ele perceba que a resolução de problemas contribui para sua formação
como cidadão, consciente de suas ações diante das situações vivenciadas.

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de Matemática e os PCNs

O aluno, ao conseguir organizar seus pensamentos e escolher o melhor


caminho a ser seguido para a resolução de problemas, avança em várias
situações de sua vida dentro e fora da sala de aula, o que pensamos ser de
extrema relevância para que dê seus próprios passos rumo ao desenvolvimento
de suas habilidades e, portanto, de suas competências, enquanto ser envolvido
em um contexto sociocultural.

No próximo capítulo, estudaremos a Aprendizagem de Matemática e


os Parâmetros Curriculares Nacionais que buscam contemplar todas as
tendências vistas neste e nos capítulos anteriores. Procuraremos interagir com
você, caro(a) pós-graduando(a), de forma a deixar claro o envolvimento dos
PCNs em todas as tendências aqui estudadas.

Atividade de estudos:
Elabore uma situação-problema levando em consideração os aspectos, as
características de sua turma e da comunidade às quais os alunos pertencem e
liste estratégias para a solução.
Organize uma sequência de conceitos possíveis de serem utilizados no
decorrer da resolução.
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares
Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução
aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria da Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998.

______. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar - Gestar II. Matemática:


Caderno de Teoria e Prática 5 - TP5: diversidade cultural e meio ambiente: de
estratégias de contagem às propriedades geométricas. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

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CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de


Janeiro: Sextante, 2003.

DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática:


1ª a 5ª séries, para estudantes do curso de magistério e professores do 1º
grau. 4. ed. São Paulo: Ática, 1994.

______. Didática da resolução de problemas de matemática: 1ª a 5ª


séries, para estudantes do curso de magistério e professores do 1º grau. 12ª
ed. São Paulo: Ática, 2003.

DEVLIN, Keith. O gene da matemática: o talento para lidar com números e a


evolução do pensamento matemático. Tradução de Sergio Moraes Rego. Rio
de Janeiro: Record, 2004.

LAGARTO, Maria João. História da matemática, história dos problemas.


Disponível em: <http://www.malhatlantica.pt/mathis/problemas/Ives/Ives.htm>.
Acesso em: 10 jun. 2009.

MARTINS, André Ferrer Pinto; MENDES, Iran Abreu. Tendências em


educação matemática. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/4421088/
Didatica-Aula-10-463>. Acesso em: 10 jun. 2009.

MIRANDA, Danielle de. Problemas matemáticos. Disponível em: <ttp://www.


brasilescola.com/matematica/problemas-matematicos.htm>. Acesso em: 10
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POLYA, G. A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método


matemático. Tradução e adaptação Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro:
Interciência, 1994.

SILVA, Ricardo. Resolução de problemas de matemáticos. Disponível em:


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SILVEIRA, J. F. Porto da. Resolução de problemas: o que é um problema


matemático? Disponível em: <http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/resu1.html>.
Acesso em: 10 jun. 2009.

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