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d´Almeida Diogo
Engenheiro José Carlos
Sciammarella
MANUAL DE
PAVIMENTAÇÃO
URBANA
Drenagem:
Manual de Projetos
Volume II
Associação Brasileira
de Pavimentação
Rio de Janeiro
2008
AUTOR
Engenheiro Francisco José d’Almeida Diogo
Professor do IME e Engenheiro do CENTRAN
CO-AUTOR
Engenheiro José Carlos Sciammarella
Professor do CEFET / RJ e Consultor / Projetista de drenagem urbana, de rodovias e ferrovias
REVISORES
Engenheiro Jorge Henrique Ribeiro
Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho / Consultor e Perito Judicial / Sócio da ABPv
Professora Laura Maria Goretti da Motta
COPPE-UFRJ
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-88353-02-2
CDD 625.734
Diretoria da ABPv
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PAVIMENTAÇÃO
TRIÊNIO 2008/2010
PRESIDENTE
Engo Eduardo Alberto Ricci
VICE-PRESIDENTE
Cel Engo Paulo Roberto Dias Morales
DIRETOR ADMINISTRATIVO
Engo João Menescal Fabrício
DIRETORA TÉCNICA
Enga Laura Maria Goretti da Motta COMISSÃO DE PAVIMENTAÇÃO
DIRETOR FINANCEIRO
URBANA – CPU
Engo Atahualpa Schmitz da Silva Prego
DIRETORA DE DIVULGAÇÃO Coordenador: Engo Fernando Augusto Júnior
a
Arqt Georgina Libório Azevedo Engo Clodoaldo Pereira Andrade
Engo Francisco José d’Almeida Diogo
CONSELHO FISCAL Engo Heitor Roberto Giampaglia
Engo Henrique Apolinário Rody
SÓCIO COLETIVO
Engo Jorge Henrique Ribeiro
Fundação-DER/RJ
Engo José Carlos Sciammarella
Engo Marcos Balaguer Engo José Pedro dos Santos Vieira Costa
Concresolo – RJ
Enga Luciana Nogueira Dantas
Engo Marcio B. de Amorim
SÓCIO INDIVIDUAL
Enga Luciana Nogueira de Castro – RJ
Engo Salomão Pinto – RJ
Apresentação
Desse modo, este volume foi desenvolvido por sócios da ABPv, pro-
fissionais atuantes na área de drenagem urbana, que colabora-
ram voluntariamente com esse importante projeto de nossa asso-
ciação, com vistas à divulgação da boa técnica de engenharia apli-
cada na prática da pavimentação dos sistemas viários municipais.
Diretoria da ABPv
Sumário
Lista de figuras 8
Lista de tabelas 11
Lista de abreviaturas e símbolos 13
1 Introdução 16
3 Fases de projeto 26
3.1 Levantamentos 26
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
6
4.3 Chuva de projeto – intensidade 44
4.4 Delimitação da bacia e sub-bacias 46
4.5 Coeficiente de deflúvio ou escoamento superficial ou de run off 48
4.6 Cálculo da vazão de projeto 49
5. Canais 58
6. Sarjetas 70
7. Bocas-de-lobo 84
8. Galerias 98
9. Reservatórios 110
Anexos 141
Bibliografia 158
7
Lista de figuras
10
Lista de tabelas
Tabela 5.4 – Valores do coeficiente de Manning (n) para vários tipos de canais
Tabela 5.5 – Coeficiente de rugosidade de Manning para canais retilíneos sem árvores ou arbustos
Tabela 5.6 – Elementos de cálculo das profundidades normais de canais trapezoidais
Tabela 5.7 – Valores de “a” para cálculo da BL
Tabela 5.8 – Fatores intervenientes para o projeto de um canal
Tabela 5.9 – Critérios para projeto de canais gramados
Tabela 5.10 – Controle de erosão
11
Tabela 5.11 – Recomendações sobre parâmetros de projeto de canais naturais
Figura 5.12 – Inclinações recomendadas para taludes de canais escavados
Tabela 6.1 – Valores de referência adotados para dimensionar sarjetas
Tabela 6.2 – Valores da vazão específica (q), em l/s/m
Tabela 6.3 – Valores usuais para projetos de ruas e avenidas
Tabela 6.4 – Coeficiente de rugosidade “n” de Manning
Tabela 6.5 – Velocidades admissíveis para diferentes materiais
Tabela 6.6 – Tipos de sarjetas e situação de emprego
Tabela 6.7 – Vazão e velocidade nas sarjetas2 em função da inclinação longitudinal da via
Tabela 6.8 – Fatores de redução de escoamento das sarjetas
Tabela 6.9 – Comprimento útil ou comprimento máximo de utilização das sarjetas “A” – Lu (m)
Faixa de alagamento W0 = 1,67 m
Tabela 6.10 – Comprimento Útil ou Comprimento Máximo de Utilização das Sarjetas “B” e “C” – Lu (m)
Faixa de alagamento W0 = 1,67 m
Tabela 6.11– Comprimento Útil ou Comprimento Máximo de Utilização das Sarjetas – Lu (m)
Faixa de alagamento W0 = 2,17 m
12
Tabela 10.1 – Determinação do tipo de bacia pelo número de Froude
Tabela 10.2 – Expressões para cálculo de y’2
Lista de abreviaturas e símbolos
ABREVIATURAS
SÍMBOLOS
θ – ângulo em radianos
A – área
a – profundidade de lote lindeiro
AH – seção ou área molhada
b – base de canal
13
BL – boca-de-lobo
BL – borda livre
C – caimento
C – coeficiente de run-off
Cd – coeficiente de descarga
CE – cota de entrada
CF – cota do fundo do PV ou boca-de-lobo
CT – cota de topo de PV ou boca-de-lobo
CN – Curver Number, número de curva de infiltração do solo
d – duração da chuva
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
de – diâmetro dos furos do tubo
DN – diâmetro nominal (interno)
DU – duração de chuva unitária
E – energia específica
F – largura de faixa da via
F – número de Froude
F’F’ – ferro fundido cinzento
Fa – infiltração após início do escoamento superficial direto
FR – fator de redução
g – aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
H – altura do coletor celular, altura de parede
H – altura da abertura da boca-de-lobo
hc – profundidade crítica
HUT – Hidrograma Unitário Triangular
HW – headwater depth – carga hidráulica na entrada de um duto em relação
à geratriz inferior do mesmo.
i – declividade longitudinal, declividade de escoamento
I – intensidade de precipitação
Ia – infiltração inicial
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
K – coeficiente de permeabilidade
LBL – largura da boca-de-lobo
L – extensão do talvegue
LAG – tempo entre o centro de massa da chuva e o instante de pico
Lu – comprimento útil ou crítico
n – coeficiente de rugosidade
P – precipitação, altura de chuva
PH – perímetro molhado
Pa – pressão atmosférica
Pe – chuva excedente
PM – Prefeitura Municipal
14
PV – poço de visita
Q – vazão de contribuição, descarga de projeto
QP – descarga máxima, de pico
q – capacidade hidráulica
qi – vazão específica
RH – raio hidráulico
S – infiltração potencial máxima
T – largura da superfície d’água
TB – tempo de base
tc – tempo de concentração
ti – tempo de entrada
tp – tempo de percurso
tp – tempo de ponta ou de pico
TR – tempo de recorrência
V – velocidade
Vc – velocidade crítica
y – altura da lâmina d’água, profundidade do fluxo, profundidade do escoamento
z – inclinação de talude
∆H – desnível
15
1
Introdução
O crescimento populacional e a urbanização intensa dos últimos anos têm sofrido um impacto
muito grande na ocupação do solo urbano. A própria pavimentação das ruas diminui a possibilida-
de de infiltração das águas das chuvas no solo e, ao mesmo tempo, pode ser afetada pela presen-
ça da água acumulada. A ocupação das encostas de morros e rios por habitações precárias
produz erosão e assoreamento dos sistemas de drenagem naturais ou implantados. À medida que
a cidade se urbaniza, ocorre o aumento das vazões máximas devido à impermeabilização e canaliza-
ção bem como à produção de sedimentos. Portanto, a questão da drenagem urbana é um problema
significativo para a qualidade de vida dos cidadãos como também da pavimentação.
O projeto da drenagem das vias permite a utilização adequada dos dispositivos de drenagem em
projetos novos, construções já existentes ou em restaurações viárias. A implantação de um projeto
de drenagem evita o acúmulo e a retenção da água na via, protegendo os pedestres, os veículos e
o pavimento contra a ação prejudicial das águas que atingem as ruas, sob forma de chuva, infiltra-
ções, torrentes, ou armazenada sob a forma de lençóis freáticos ou artesianos.
Um dos problemas de drenagem usual está ligado à drenagem do pavimento para remover as
águas que se infiltraram nas camadas do pavimento ou nas suas interfaces e que podem ocasionar
prejuízo à estrutura.
No caso urbano, as retiradas das águas precipitadas sobre a via e áreas adjacentes é a principal
preocupação. Trata-se de um serviço público municipal, que envolve um elenco de soluções teóri-
cas consagradas na Hidráulica, além de práticas de engenharia adotadas ao longo dos anos no
cotidiano de diversas prefeituras municipais, com resultados positivos que garantem a eficiência das
soluções implantadas, contribuindo assim para a boa técnica a ser considerada. Tal tecnologia é
aqui apresentada com os critérios usuais adotados pelos projetistas de drenagem urbana, buscan-
do-se a correção e objetividade de procedimentos.
Consideram-se como partes integrantes deste manual as normas, especificações, métodos, pa-
dronizações, classificações, terminologias e simbologias estabelecidas pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) direta ou indiretamente relacionadas com a drenagem urbana.
Este manual é composto por 10 capítulos. Neste capítulo de introdução é apresentado o manual.
O capítulo 2 faz uma panorâmica da drenagem moderna. O capítulo 3 mostra o seqüenciamento
de um projeto, desde os levantamentos iniciais até o relatório final e o “as built”. O capítulo 4 trata
da fase hidrológica do projeto, que busca a vazão que requererá o dimensionamento de um
dispositivo de drenagem. O primeiro dispositivo de drenagem é apresentado no capítulo 5, que é
dedicado a canais. A razão é que o dimensionamento da esmagadora maioria dos dispositivos é
feita como conduto livre, ou seja: como um canal. Os capítulos 6, 7 e 8 tratam dos dispositivos da
microdrenagem: sarjeta, boca-de-lobo e galeria. O capítulo 9 apresenta comentários sobre reser-
vatórios, estruturas que vêm crescendo de importância nas grandes cidades. O Capítulo 10 trata
de descidas d’água e dissipadores de energia.
Além desses capítulos, o manual oferece um rico material complementar nos anexos: um glossá-
rio; medidas referenciais para ruas e lotes; a tabela completa dos parâmetros de cálculo de Otto
Pfafstetter; convenções para desenhos; marcos legais, tabelas úteis e bibliografia. Num anexo
deste manual são indicados os vínculos legais e normativos associados à drenagem, listadas
todas as normas específicas da ABNT e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transpor-
tes (DNIT), este último como subsídio complementar, em virtude de esse órgão dispor de um bem
estruturado acervo com facilidade de consulta e obtenção de todo ele no site: http://www.dnit.gov.br.
INTRODUÇÃO
17
2
Fundamentos
da Drenagem Urbana
Órgãos fiscalizadores e reguladores dos recursos hídricos e uso do solo, escolas de formação de
técnicos, as três esferas do poder, principalmente a municipal, devem estar atentos aos seguintes
princípios relacionados por Tucci e Genz (1995):
a) Não transferir impactos para jusante;
b) Não ampliar cheias naturais;
c) Propor medidas de controle para o conjunto da bacia;
d) Legislação e Planos de Drenagem para controle e orientação;
e) Constante atualização de planejamento por estudo de horizontes de expansão;
f) Controle permanente do uso do solo e áreas de risco;
g) Competência técnico-administrativa dos órgãos públicos gestores; e
h) Educação ambiental qualificada para o poder público, população e meio técnico.
18
1
Cesar Augusto Pompêo, Revista Brasileira de Recursos Hídricos. Porto Alegre, RS, 2000.
2.3 MEDIDAS DE CONTROLE DE INUNDAÇÃO
Antes de se pensar numa obra de drenagem na ocupação de uma área, nela já ocorre a macro-
drenagem, formada pelos canais naturais de águas pluviais; desde os filetes iniciais; aos córregos,
riachos e rios secundários de percurso; até o curso d’água principal ou lago receptor. Este conjun-
to se insere na unidade de análise da macrodrenagem, a bacia hidrográfica.
As funções primárias de um curso d’água e de sua várzea associada são a coleta, armazenamento
e veiculação das vazões de cheias. O não-entendimento dessa drenagem natural leva a população
a invadir várzeas e leitos naturais de rios para depois configurar um grave problema ambiental e
social, de segurança e de saúde pública, onde o homem declara que o rio “invadiu a sua casa”.
Para o controle de inundações existe uma série de medidas que, para melhor entendimento, podem
ser agrupadas em não-estruturais e estruturais, como a seguir são apresentadas.
2.3.1 Não-estruturais
São aquelas destinadas ao controle do uso e ocupação do solo (nas várzeas e nas bacias) ou à
diminuição da vulnerabilidade dos ocupantes das áreas de risco aos efeitos das inundações. São
medidas não-estruturais:
a) Preventivas (o poder público se antecipa ao problema)
i) correto zoneamento do município (regulamentando o uso do solo);
ii) escolha de locais para parques, áreas de recreação, lazer e contemplação junto a várzeas,
mananciais, cursos e reservatórios naturais d’água (para receber inundações periódicas);
iii) lei de parcelamento, ocupação e uso do solo (restrições às áreas inundadas – fixação de
cotas máximas de ocupação);
iv) políticas públicas de preservação de matas ciliares de cursos d’água e mananciais (favorecendo
o amortecimento de enchentes e a capacidade da calha de um rio);
v) compra de áreas inundáveis
2.3.2 Estruturais
São obras de engenharia que alteram o escoamento das águas. Estão direcionadas ou ao aumento
19
da condutividade hidráulica ou à retenção temporária das águas seguida de uma liberação lenta
para um sistema de canais ou galerias, da micro ou da macrodrenagem.
2.4 DRENAGEM URBANA E SANEAMENTO
20
2
Plano Nacional de Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável – 1995.
3
No Brasil, é adotado o sistema separador absoluto: águas pluviais e esgoto sanitário.
Tabela 2.1 – Informações necessárias para fazer um Plano Diretor de Drenagem (TUCCI, 2002)
TIPO INFORMAÇÃO
rede pluvial
Cadastros bacias hidrográficas
uso e tipo de solo das bacias
Plano de desenvolvimento urbano da cidade
Plano de saneamento ou esgotamento sanitário
Planos
Plano de controle dos resíduos sólidos
Plano viário
Legislação municipal relacionada com o Plano Diretor Urbano e meio ambiente
Aspectos Legislação estadual de recursos hídricos
institucionais Legislação federal
Gestão da drenagem do município
precipitação
Dados vazão
hidrológicos sedimentos
qualidade da água do sistema de drenagem
b) Desenvolvimento
Definida a direção, são propostas as obras e serviços e realizados anteprojetos. São apresentadas
propostas de legislação e de organização municipal voltada para a gestão da drenagem urbana. Os
custos financeiros de implantação e manutenção de obras e da gestão municipal são estimados.
É realizada a avaliação ambiental, econômica e social das medidas a serem adotadas para hori-
zontes de 10 a 20 anos.
c) Produtos
As propostas positivas são consubstanciadas em um plano cuja melhor expressão são mapas, por
bacia hidrográfica, assinalando os recursos hídricos, o uso do solo (atual e planejado), áreas de
preservação, áreas inundáveis (várzeas), áreas de risco à população, locação dos sistemas de
saneamento (atual e planejado), zonas especiais (com potencial de degradação ambiental, carên-
cia social etc.), obras previstas, pontes, estações de tratamento, áreas públicas, sistema viário, e
o que mais importar para o planejamento e a gestão municipal da drenagem.
São efetivadas leis municipais para dar suporte institucional às medidas contidas no Plano Diretor
de Drenagem. O município adota ou adapta manual de projetos, álbum de padrões-tipo de dispo-
sitivos de drenagem (desenhos) e especificações técnicas de materiais e serviços de órgão e
municípios que dispõem desses e que melhor atendam às características locais ou desenvolve os
seus próprios documentos. Com isso, passa a ter um padrão para a conformação dos logradouros
públicos, para realizar licitações, tendo referência clara para fiscalizar e aceitar obras e serviços.
d) Programas
Por fim, são estabelecidos programas de acompanhamento e aprimoramento do sistema implantado.
i) Os estacionamentos em terrenos deverão ter 30% (trinta por cento) de sua área com piso
drenante ou com área naturalmente permeável; e
ii) Lei das “piscininhas” (2002): obriga a execução de reservatório para as águas coletadas
por coberturas e pavimentos nos lotes, edificados ou não, que tenham área impermeabi-
lizada superior a 500m2. O volume de armazenamento do reservatório deve obedecer a
equação seguinte:
V = 0,15 x A x I x d (2.1)
Onde:
V = volume do reservatório (m3),
A = área impermeabilizada (m2),
22
I = índice pluviométrico igual a 0,06m/h ou 60mm/h,
d = tempo de duração da chuva igual a uma hora.
b) Rio Aricanduva
A Figura 2.2 mostra um exemplo de um mapa onde se indicam os reservatórios e elementos da
bacia de um rio em sua parte urbana.
Figura 2.2 – Exemplo de um mapa do plano diretor para a Bacia do Rio Aricanduva
Sob uma perspectiva simples e objetiva, o cálculo da drenagem urbana compreende, basicamente,
23
uma etapa hidrológica, para saber a quantidade de água a drenar – o deflúvio de projeto, e outra,
hidráulica, de arranjo e dimensionamento do sistema que conduzirá essa água. Neste trabalho
vai-se considerar desde a drenagem de cada rua e suas interconexões, que é a microdrenagem,
até a sua continuação natural, os receptores d’água – canais e reservatórios de uma bacia, onde
tudo isso se insere, que é a macrodrenagem. Basicamente, a primeira, em geral considerada para
um período de retorno de 10 anos, visa evitar a interferência entre as enxurradas e o tráfego de
pedestres e veículos, e a segunda, em geral considerada para um período de retorno de 25, 50 ou
até 100 anos, objetiva prevenir riscos de prejuízos materiais e de perdas de vidas humanas.
2.7 MACRODRENAGEM
Uma obra de macrodrenagem é verificada para as chuvas mais intensas (precipitação com período
de retorno da ordem de 25 a 50 anos), considerando-se os possíveis danos às propriedades e os
riscos de perdas humanas.
2.8 MICRODRENAGEM
Uma obra de microdrenagem faz-se necessária para criar condições razoáveis de circulação de
veículos e pedestres, por ocasião de ocorrência de chuvas freqüentes (precipitação com período
de retorno de 2 a 10 anos). A microdrenagem urbana, ou o sistema inicial de drenagem, é
constituída pelo sistema de condutos pluviais relacionados aos espaços dos loteamentos ou
rede primária urbana. Um exemplo dos elementos da microdrenagem está mostrado na Figura 2.3.
PV.15 PV.3
CT = 96m
PV.18 PV.6
PV.19 PV.8
CT = 95m
PV.21 PV.9
PV.12
PV.22 PV.10
PV.11
PV.23
Vai ao receptor
Na microdrenagem, o escoamento natural não é bem definido, sendo determinado pela ocupação
do solo. Inicia-se nos coletores prediais das edificações, prossegue no escoamento das sarjetas e
sarjetões e entra em pequenos canais, nos bueiros ou nos sistemas de galerias.
Um sistema de galerias, por sua vez, compreende a parte subterrânea da microdrenagem iniciada na
25
boca-de-lobo e contendo condutos de ligação; poços de visita; caixas de ligação; e ramais. Esses ele-
mentos passam a ser apresentados nos próximos capítulos com informações de como dimensioná-los.
3
Fases de projeto
A Figura 3.1 resume as várias etapas a serem consideradas em um projeto de drenagem urbana,
mostrando a seqüência dos passos a serem seguidos e as inter-relações entre as fases. Nos itens
seguintes serão comentadas as atividades previstas no fluxograma.
Fim Anteprojeto
Não
Execução e Audiência pública
“As Built” Aprovada? (representação local e de
município a jusante)
Licença prévia
Licença Instalação Sim
Licença Operação
Não
micro
Mais
Projeto Executivo detalhes? Projeto básico
Sim
macro
3.1 LEVANTAMENTOS
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Não se obtendo plantas ou mesmo para melhor instruir o estudo, dependendo da localização do
projeto, existe a possibilidade de se conseguir cartas topográficas ou fotografias aéreas de
outras fontes como as listadas na tabela 3.1.
Entidade
Produto Site
Sigla Nome
Instituto Brasileiro de Geografia cartas, da escala
IBGE http://www.ibge.gov.br
e Estatística 1:25.000 em diante
Diretoria do Serviço Geográfico cartas, da escala
DSG http://www.dsg.eb.mil.br/
do Exército Brasileiro 1:25.000 em diante
Empresa Paulista de
Emplasa cartas topográficas http://www.emplasa.sp.gov.br
Planejamento Metropolitano S.A.
Instituto Geográfico cartas, da escala
IGC http://www.igc.sp.gov.br
e Cartográfico 1:2.000 em diante
FASES DO PROJETO
27
3.1.2 Levantamento bibliográfico de dados hidrológicos
Para levantamentos hidrológicos deve-se proceder consultas aos documentos e elementos citados a seguir:
1) Atlas climatológico;
2) Atlas e mapas pedológicos (tipos de solos locais);
3) Sistema de Classificação Climática de Wladimir Peter Köppen;
4) Dados pluviométricos da Agência Nacional de Águas (ANA); e
5) Identificar a existência de equação da chuva padrão local e das relações intensidade-
duração-freqüência e de hietogramas típicos de distribuição temporal, para as precipitações
históricas da região.
28
De posse dos levantamentos, as informações são transferidas para as cartas topográficas e
registradas textualmente, para consolidar os seguintes dados:
1) Vias
a) o sistema viário com indicação do tipo de cada via (expressa, principal, secundária
ou local);
b) seção transversal das vias (pista e passeio); e
c) tipos de pavimentos das vias;
2) Topográficos
a) definição ou adequação do alinhamento horizontal das vias;
b) greide das vias; e
c) identificação das cotas de todos os pontos de cruzamento, de mudança de greide e
de direção dos logradouros existentes na área, da cota máxima dos receptores, assim
como de todos os pontos notáveis.
3) Prospecção geotécnica
a) identificação dos tipos de solos locais;
b) localização e disposição dos diferentes horizontes do subsolo;
c) identificação do uso e ocupação do solo previsto para a área; e
d) identificação do nível do lençol freático em diferentes épocas do ano.
4) Dispositivos de drenagem: projetos padrões com suas características (forma geométrica,
materiais, dimensões etc.).
5) Hidrológicos – estudo e avaliação das informações pluviométricas, fluviométricas e de
marés na região do projeto.
a) escolha do posto meteorológico de referência;
b) definição das características pluviométricas do posto na região de projeto (equação de
chuvas do posto, curva de precipitação x duração x tempo de recorrência, intensidade
x duração x tempo de recorrência etc.);
c) identificação da grande bacia natural em que se insere a área a ser drenada;
d) determinação das características das bacias de contribuição (área da bacia,
comprimento e desnível do talvegue), com a apresentação de planta das bacias em
escala adequada;
e) análise e uso, caso necessário, dos elementos fluviométricos (cotas dos níveis d’água,
vazões e curva-chave);
f) análise e uso, caso necessário, dos dados de maré, buscando estabelecer a cota da
FASES DO PROJETO
maré de sizígia;
g) definição da metodologia de cálculo das vazões de projeto; e
h) determinação das vazões das bacias de contribuição para o projeto (descrição dos
critérios utilizados e planilha de cálculo das vazões).
Seq. Atividade
1 Na carta topográfica ou restituições aerofotogramétricas ou fotografias aéreas, delimitar as bacias
a serem drenadas.
2 Indicar o sentido de escoamento das águas pluviais ao longo de cada lado das vias.
3 Delimitar (linhas finas interpontilhadas) as áreas tributárias a cada ponto de captação.
4 Levantar as áreas de contribuição para cada ponto de captação.
5 Definir ou calcular os coeficientes de deflúvio (ou de escoamento superficial) em função das
características de ocupação de cada área a ser drenada.
6 Calcular as vazões de projeto (deflúvios a escoar) que serão captadas pelas obras de drenagem. O
procedimento deve ser realizado de montante para jusante.
7 Representar as bocas-de-lobo/caixas de ralo por pequenos retângulos, definir as posições das
obras de montante para jusante, nos cruzamentos e onde a água possa empossar.
8 Representar ramais de ligação entre dispositivos de captação e poços de visita, de preferência
dentro da caixa da via. Usar linha cheia para projeto e tracejada para dispositivos existentes.
9 Representar os poços de visita por pequenos círculos, locá-los em função dos dispositivos de
captação das águas e da disposição do arruamento.
10 Identificar as cotas do terreno e greide em cada poço de visita, bem como em pontos críticos do greide.
11 Numerar os poços de visita no sentido crescente das vazões, de montante para jusante, de forma
que cada um receba contribuição proveniente de outro de número menor.
12 Medir entre os centros dos poços de visita a extensão de cada trecho das galerias.
13 Realizar os cálculos de dimensionamento de cada trecho da galeria, determinando diâmetro,
declividade, velocidade, cotas, etc.
FASES DO PROJETO
O Projeto Básico é o documento técnico mais importante para a licitação de obras públicas. Pode ser
conceituado como o conjunto de elementos que definem a obra, permitindo a quantificação dos materiais,
equipamentos e serviços a serem utilizados e possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de execução.
O Projeto Básico deverá incluir (Lei 8.666/93, art. 6o, IX):
1) Especificação técnica de materiais e serviços a serem utilizados;
31
2) Orçamento detalhado, inclusive com BDI; e
3) Licenciamento ambiental, caso exigido.
Nos Quadros 3.1 e 3.2 a seguir são mostrados alguns comentários relevantes extraídos das
legislações vigentes que ressaltam preocupações legais nos projetos de drenagem urbana.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
A Resolução Conama no 237/1997 lista os empreendimentos que necessitam de licenciamento
ambiental. Para obras civis, dentre outras cita:
– barragens, diques, canais para drenagem e retificação de curso d’água; e
– abertura de barras, embocaduras e canais.
Independentemente da Resolução no 237/1997, deverão ser licenciados empreendimentos que:
– possuam potencial poluidor ou grau de utilização de recursos naturais muito elevados;
– localizem-se em ou interfiram com unidade de conservação ou zona de amortecimento; e
– sejam incompatíveis com zoneamento ecológico-econômico aprovado.
ESTUDOS AMBIENTAIS
Paralelamente ao licenciamento ambiental, podem ser exigidos, pelo órgão governamental, a
apresentação de estudos ambientais, como condição para concessão de licença.
Estão sujeitos a estudo ambiental, EIA e respectivo RIMA, em princípio, empreendimentos
com significativo impacto ambiental. Eles estão listados na Resolução Conama no 1/ 1986,
art. 2o, dentre outros, o item VII :
– VII – Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para
fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para
navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques.
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
A materialização do Projeto Básico ocorre no documento denominado Relatório Final. Sua forma de
apresentação consiste em volumes encadernados, um para cada tópico do projeto, à medida que os
mesmos são desenvolvidos. Normalmente, esses tópicos são em número de cinco, estando os
mesmos apresentados a seguir. Procurou-se expor uma estrutura completa que pudesse contemplar
grandes empreendimentos e, a partir daí, possibilitar uma adequação à dimensão e especificidade
de cada obra.
6) Dados básicos:
a) planta da bacia hidrográfica (sub-bacia);
b) desenhos cadastrais da faixa de influência das obras;
c) drenagem lateral;
d) interferências principais e utilidades públicas;
e) condições previstas de desenvolvimento futuro;
FASES DO PROJETO
33
7) Estudos hidrológicos:
a) critérios de projeto;
b) chuvas de projeto:
i) tempo de recorrência;
ii) duração da chuva de projeto (tempo de concentração); e
iii) intensidade.
c) subdivisão da bacia em áreas hidrologicamente homogêneas;
d) parâmetros morfológicos característicos das sub-bacias;
e) cálculo de vazões máximas e/ou hidrogramas de cheias; e
f) estudo de reservatórios de detenção ou de retenção.
8) Concepção de alternativas:
a) traçado em planta;
b) escolha dos condutos e seções transversais; e
c) opções de arranjo em perfil longitudinal.
9) Projeto hidráulico:
a) critérios de projeto;
b) dimensionamento das obras de drenagem;
c) dimensionamento de seções transversais das obras de canalização;
d) estabelecimento do perfil longitudinal final das obras;
e) características preliminares das singularidades e obras especiais;
f) cálculo de linhas d’água;
g) análise hidráulica e estabelecimento da configuração final das singularidades e obras
especiais; e
h) projeto hidráulico dos reservatórios de detenção ou retenção.
1) Dos Estudos:
a) topográfico:
i) citar referências metodológicas adotadas;
ii) material, equipamento e tipos usados na materialização e implantação da rede de
marcos topográficos;
iii) aplicativos de informática utilizados;
iv) sistemas de coordenadas adotados;
v) levantamentos plano – altimétricos cadastrais de obras existentes, redes de serviços
públicos, acessos secundários e interferências; e
vi) coordenadas topográficas dos pontos notáveis.
b) hidrológico:
FASES DO PROJETO
d) geotécnico:
i) avaliar estrutura do pavimento (camadas) do pavimento existente;
ii) avaliar nível do lençol freático;
iii) realizar ensaios de caracterização dos materiais onde será implantada a drenagem
(limite de liquidez e de plasticidade, granulometria por peneiramento);
iv) realizar ensaios na areia a ser empregada na obra: granulometria por peneiramento,
equivalente de areia e teor de matéria orgânica;
v) realizar ensaios nos agregados graúdos a empregar na obra: Abrasão “Los Angeles”,
Índice de Forma e Durabilidade; e
vi) avaliar materiais alternativos, caso seja possível seu uso.
e) de proteção ambiental:
i) breve histórico da área de projeto;
ii) objetivos e justificativas das melhorias implantadas;
iii) citar se as obras a executar estão de acordo com o Quadro de Quantidades;
iv) áreas de influência direta:
– localização dos impactos causados pelas obras e atividades de operação e
conservação do sistema (perdas devido ao assoreamento, erosões, áreas de
empréstimo e bota-fora e travessias de corpos d’água); e
– indicar áreas protegidas legalmente, fontes de água usadas para abastecimento
humano, desapropriações e segregação urbana.
2) Dos projetos:
a) de drenagem:
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
4) Mobilização e desmobilização:
• critérios: ponto de origem (município), equipamentos de grande porte e de pequeno porte,
veículos leves e caminhões comuns.
1) Apresentação:
• Empresa ou departamento responsável pelo projeto, nome do município, órgão responsável,
nome da obra, localização, extensão, nome do relatório final e sua estrutura.
2) Planta de situação;
3) Objetivos do Projeto de Recuperação Ambiental;
4) Características, situação e localização da obra;
5) Diagnóstico ambiental:
a) meio físico;
b) meio biótico; e
FASES DO PROJETO
c) meio socioeconômico.
6) Passivos ambientais;
7) Impactos ambientais:
a) identificação dos impactos ambientais;
b) impactos ambientais nas etapas da obra; e
c) avaliação dos impactos ambientais.
8) Medidas mitigadoras (meios físico, biótico e socioeconômico);
9) Cronograma físico;
37
10) Quantitativos; e
11) Especificações técnicas.
3.4.5 Orçamento e plano de execução;
O relatório referente ao orçamento e plano de execução deve conter os seguintes itens:
a) resumo do orçamento;
b) planilha e orçamento, com quadro de quantidades de serviços e preços unitários e totais;
c) composições de custos unitários de serviços;
d) quadro resumo de consumo de materiais;
e) plano de execução (clima e pluviometria, características técnicas da obra, apoio logístico,
prazos, pessoal técnico e equipamento mínimo); e
e) cronograma físico-financeiro.
Após a confecção do Relatório Final do projeto, contendo os itens de 3.4.1. a 3.4.5, solicitar ao
Poder Público a Licença de Instalação (LI) e de Operação (LO).
O Projeto Executivo consiste no detalhamento do Projeto Básico acrescidos dos projetos específicos
e dos elementos que não foram desenvolvidos na fase anterior.
Durante a construção de uma obra, podem ocorrer mudanças de materiais ou geométricas, entre
outras, que diferem da concepção original do projeto por motivos diversos. Essas alterações devem
ser analisadas e validadas pelo profissional que realizou o projeto.
A importância de se registrar as modificações num “As Built” ou relatório de “como construído” é
fornecer uma memória do que realmente foi executado. Preferencialmente, deve ser elaborado
durante a obra ou no máximo após a conclusão.
Uma obra, durante sua vida útil, recebe várias intervenções, como manutenção, reforma e ampliação,
portanto, de posse desse documento é possível avaliar as mudanças a realizar, reduzindo a necessidade
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
38
4
Cálculo da vazão
de projeto
Ao se projetar canais, galeria ou bueiros, quando o nível d’água a jusante da obra é controlado por
mar, lago ou curso d’água, é importante realizar um levantamento estatístico dos níveis altos
ocorrendo junto com as descargas máximas de deflúvio, sendo também necessário calcular o
remanso, que pode se estender por vários quilômetros. Entretanto, essa situação é rara, dispen-
sando esses levantamentos na maioria dos casos. Caso haja um posto fluviométrico marcando os
níveis máximos, o cálculo do remanso se torna desnecessário.
Portanto, se a obra de drenagem a ser executada encontra-se na calha de um curso d’água que é
monitorado sistematicamente e possui um histórico de medições das cotas do fluxo d’água e des-
cargas, pode-se dispor de dados como a curva-chave e de fluviogramas que irão facilitar o di-
mensionamento de uma estrutura sobre seu curso. Na Figura 4.1 a seguir, apresenta-se exem-
plo de curva-chave de um curso d’água obtida a partir de série de dados fluviométricos do mesmo.
40
Não havendo essa possibilidade, e de forma mais comum, usa-se levantar dados de chuva e da
bacia hidrográfica e lança-se mão das fórmulas empíricas para obtenção da vazão de projeto. Esse
procedimento é detalhado segundo o fluxograma mostrado na Figura 4.2.
Início
Definir Calcular
Curva chave tempo de duração da
recorrência chuva
Calcular
Nível
chuva de
projeto
Calcular Levantar
Delimitar coeficiente
bacia descarga
de deflúvio
Vazão
Fim
Figura 4.1 – Curva-chave de um rio
Deve ser considerado também o fato de já existirem obras de drenagem passíveis de aproveitamento.
Como exemplo pode-se citar que a Prefeitura de Belo Horizonte adotava em outubro de 2004, para
CÁLCULO DA VAZÃO DE PROJETO
Para a determinação da chuva de projeto há que se dispor de sua duração, do tempo de recorrência
e de métodos de cálculos que melhor representem essa chuva.
Quando se utiliza o Método Racional, para determinar a vazão de projeto, pode-se adotar a duração
da chuva como igual ao tempo de concentração. A seguir apresenta-se metodologia para determina-
ção do tempo de concentração.
O tempo de concentração (tc) consiste no tempo que decorre desde o início da chuva até que toda
a bacia passe a contribuir para a seção de um determinado ponto em que se deseja calcular a
descarga de projeto.
Quer seja para áreas com características naturais (sem lotes) ou para loteamentos com sistema
viário definido, o tempo de concentração pode ser obtido como se segue:
a) para área a montante não urbanizada
— Fórmula de KIRPICH para áreas até 5km2:
tc = 57 ( L3 / ∆H ) 0,385 (4.1)
Onde:
tc = tempo de concentração (min)
L = extensão do talvegue (km)
∆H = máximo desnível na bacia medido ao longo de L (m)
tc = ti + tp (4.3 )
Onde:
ti = tempo de escoamento superficial ou tempo de entrada. É o mesmo que tempo de con-
centração referido à primeira boca-de-lobo a montante
tp = tempo de percurso. É o tempo de escoamento dentro da galeria, desde da boca-de-lobo
ou caixa de ralo até a seção do coletor que se considera
No caso do dimensionamento das galerias, caso não haja um talvegue definido, o tempo de
entrada deverá ter um valor adotado para o primeiro ponto de coleta (caixa de ralo ou boca-de-
lobo). Normalmente, esse tempo varia de 5 a 12 minutos. Como ilustração, as prefeituras de
42
Belo Horizonte e Rio de Janeiro adotam, respectivamente, 10 e 12 minutos. Caso haja um talvegue
definido, o tempo de concentração deverá ser calculado por uma das fórmulas citadas acima.
Já o tempo de percurso entre dois PV é calculado dividindo-se o comprimento do trecho entre os
dois PV pela velocidade V de escoamento (m/s) e por 60 como segue:
tp = L / V x 60 (4.4)
Sendo:
tp = tempo de percurso (min)
L = distância entre dois PVs (m)
v = velocidade de escoamento (m/s)
Se a área a montante estiver urbanizada (ou com previsão de urbanização), estando o divisor de
águas a uma distância máxima de 60m, os tempos de entrada (ti) recomendados são os apresen-
tados na Tabela 4.2 a seguir.
No caso de canais revestidos, o tempo de concentração é calculado pelo método cinemático (como
no tempo de percurso das galerias). Esse método se baseia no escoamento superficial permanen-
te e uniforme, e aplica-se a fórmula de Manning para obter a velocidade média, supondo-se a área
molhada à meia seção, como segue: CÁLCULO DA VAZÃO DE PROJETO
⎛L⎞
t c = 16,67 × ∑ ⎜ ⎟ (4.5)
⎝V⎠
Onde:
tc = tempo de concentração (minuto)
L = comprimento do escoamento (km)
V = velocidade média no trecho (m/s)
2 1
(RH) /3 × i /2 (4.6)
V= n
Sendo:
V = velocidade média (m/s)
RH = raio hidráulico (m)
43
i = declividade média de escoamento (m/m)
n = coeficiente de rugosidade
Nas bacias em que o deflúvio superficial escoa na maior parte do tempo através de canais, pode-
se utilizar um traçador para levantar o tempo de concentração.
De forma geral, em projetos que envolvam microdrenagem, adota-se tc = 10 (dez) minutos para
o cálculo da vazão de projeto das sarjetas/meios-fios e do primeiro ponto do sistema de galerias.
Para a chuva de projeto, deve-se verificar a existência na prefeitura local de manual, instruções,
diretrizes, registro ou indicação para a expressão da precipitação pluviométrica mais adequada ao
local ou, até mesmo, o valor já adotado com este fim.
I = a / ( d + b ),
I = c / dm,
I = a .TnR / ( d + b )r,
Onde:
I – intensidade média em milímetros por minutos ou milímetros por hora
d – tempo de duração da chuva em minutos
TR – tempo de recorrência em anos
a, b, c, m, n e r – parâmetros definidos a partir das observações básicas para elaboração
da equação
( α + β / TR0,25 )
P = KP1 K = TR P1 = adc + b log (1+cdc) (4.7)
Onde:
P – precipitação máxima (mm)
TR = tempo de recorrência (anos)
44
d = duração da precipitação (horas)
α, β = valores dependem da duração da precipitação (adimensional)
Tabela 4.3 – Exemplos de equações da chuva (Wilken, 1978)
Sendo:
5 min ≤ dc ≤ 6 dias
0,2 ano ≤ TR ≤ 100 anos
CÁLCULO DA VAZÃO DE PROJETO
Como já comentado, a intensidade de precipitação (I) é a relação entre a precipitação (P) e sua
duração (d), isto é:
Duração (D)
minutos hora dias
d 5 15 30 1 2 4 8 14 24 48 3 4 6 45
α 0,108 0,122 0,138 0,156 0,166 0,174 0,176 0,174 0,170 0,166 0,160 0,156 0,152
Tabela 4.5 - Valores de β, a, b, c (PFAFSTETTER, 1982)
Valores de β
POSTOS a b c
5min 15min 30 min 1h – 6 dias
ARACAJU - SE 0,6 24 20 0,00 0,04 0,08 0,02
BELÉM - PA 0,4 31 20 -0,04 0,00 0,00 0,04
B. HORIZONTE - MG 0,6 26 20 0,12 0,12 0,12 0,04
CUIABÁ - MT 0,1 30 20 0,08 0,08 0,08 0,04
CURITIBA - PR 0,2 25 20 0,16 0,16 0,16 0,08
FLORIANÓPOLIS - SC 0,3 33 10 -0,04 0,12 0,20 0,20
FORTALEZA - CE 0,2 36 20 0,04 0,04 0,08 0,08
GOIÂNIA - GO 0,2 30 20 0,08 0,08 0,08 0,12
RIO DE JANEIRO - RJ 0,0 35 10 -0,04 0,12 0,12 0,20
JOÃO PESSOA - PB 0,6 33 10 0,00 0,00 0,04 0,08
MACEIÓ - AL 0,5 29 10 0,00 0,04 0,08 0,20
MANAUS - AM 0,1 33 20 0,04 0,00 0,00 0,04
NATAL - RN 0,7 23 20 -0,08 0,00 0,08 0,12
PORTO ALEGRE - RS 0,4 22 20 0,00 0,08 0,08 0,08
PORTO VELHO - RO 0,3 35 20 0,00 0,00 0,00 0,04
RIO BRANCO - AC 0,3 31 20 -0,08 0,00 0,04 0,08
SALVADOR - BA 0,6 33 10 -0,04 0,08 0,08 0,12
SÃO LUIZ - MA 0,4 42 10 -0,08 0,00 0,00 0,08
SÃO PAULO - SP 0,6 16 60 -0,04 0,04 0,04 0,04
TERESINA - PI 0,2 33 20 0,12 0,12 0,12 0,12
VITÓRIA - ES 0,3 34 10 0,12 0,12 0,12 0,12
Obs: para outras cidades, consultar o Anexo C ao fim do manual
Para microdrenagem, na maior parte dos casos, as estimativas de vazões são realizadas em cru-
zamentos de ruas e nos poços de visita, considerados como pontos de análise da rede de drena-
gem. Faz-se a delimitação da área de contribuição a montante de cada um desses pontos. Consi-
dera-se que cada trecho de sarjeta recebe as águas pluviais da quadra adjacente. A área, objeto
de estudo, pode ser delimitada pelo método do diagrama de telhado quando as áreas contíguas
46
forem parceladas. Será delimitada segundo a geomorfologia (espigões) dos terrenos contíguos quan-
do estes não forem parcelados. O primeiro caso pode ser observado nas Figuras 4.3 e 4.4 a seguir.
Figura 4.3 – Levantamento
de fluxo nas ruas
o
Ri
Figura 4.4 – Divisão de áreas de
contribuição para as ruas
o
Ri
tc = 10 min
A1.2= 1,28 ha A1.1 = 1,23 ha
C=0,4 C=0,4
36m 75 m 60 m 60 m
669,70 1.2 1.1
CANAL 674,60 675,50
673,70
671,60
Alinhamento
C Med = ( ∑ Ai Ci ) / A (4.8)
Nas tabelas 4.6 a 4.8, são apresentados exemplos de coeficientes de escoamento superficial
considerando os diferentes usos do solo e da sua ocupação.
49
Tabela 4.7 – Valores de C para áreas restritas com
uso e ocupação específicos
C
Características da Área
mínimo máximo
Pátios e estacionamentos 0,90 0,95
Áreas cobertas 0,75 0,95
Lotes urbanos grandes 0,30 0,45
Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85
Relvado arenoso plano 0,05 0,10
Fonte: Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais Hidrosistemas – Copasa,1993
C
TIPO DE SUPERFÍCIE
Faixa Esperado
Pavimento:
Asfalto 0,70 a 0,95 0,83
Concreto 0,80 a 0,95 0,88
Calçadas 0,75 a 0,85 0,80
Telhados 0,75 a 0,95 0,85
Tijolos 0,70 a 0,85 0,78
Gramados - solos arenosos:
Plano, 2% 0,05 a 0,10 0,08
Médio, 2 a 7% 0,10 a 0,15 0,13
Ingreme, 7% 0,15 a 0,20 0,18
Gramados - solo compacto:
Plano, 2% 0,13 a 0,17 0,15
Médio, 2 a 7% 0,18 a 0,22 0,20
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Para uso prático, na Tabela 4.9 estão apresentados critérios para escolha da metodologia de
cálculo das descargas de projeto.
Q = C I A / 3,6 (4.9)
Onde:
Q – vazão de pico em m3/s
A – área drenada da bacia (km2)
I – intensidade de chuva (mm/h), sendo igual a P/d (precipitação sobre a duração)
C – coeficiente de escoamento superficial (adimensional)
n = A-0,15 (4.10)
Onde:
n – coeficiente de distribuição adimensional
A – área da bacia em ha (1 ha = 1 hm2)
Precipitação
Fa / S = Pe / (P - Ia) (a)
e que:
P = Pe + Ia + F a (b)
P - Ia = Pe . (P - Ia + S) / (P - Ia) (d)
Pe = (P - Ia)2 / (P - Ia + S) (e)
Ia = 0,2 . S (f)
Substituindo na equação (e), tem-se a seguinte relação entre chuva e deflúvio, conhecida como a
expressão de Mockus:
Pe = (P - 0,2 . S)2 / (P + 0,8 S) , P > 0,2 S (se P < 0,2 S => P = 0) (4.11)
Observar que P é a altura acumulada de precipitação, a contar do início da chuva, em mm (Figura 4.8).
Com o objetivo de parametrizar, o SCS criou um número adimensional denominado CN (Curve
Number), número de curva de infiltração do solo, que possui as seguintes propriedades:
a) 0 < CN ≤ 100;
52
b) para áreas impermeáveis CN = 100; e
c) para outras superfícies CN < 100.
300
250
200
100
Figura 4.8 – Curva Pefetiva em função
50 de P para diversas bacias
0
0 50 100 150 200 250 300
P (mm)
Grupo Descrição
Potencialidade mínima para formação de deflúvio superficial. Inclui areias em camadas espessas
A
com muito pouco silte e argila e também loess profundo muito permeável.
Principalmente solos arenosos menos espessos que no Grupo A e loess menos profundo ou menos agregado
B
que no Grupo A, porém apresentam infiltração acima da média, após intenso umedecimento prévio.
Compreende solos pouco profundos e solos contendo bastante argila e colóides, no entanto, menos
C
que no grupo D. O grupo apresenta infiltração abaixo da média, após pré-saturação.
Potencial máximo para formação do deflúvio superficial. O grupo inclui em sua maioria argilas de alto valor de
expansão, incluindo também alguns solos pouco profundos, com sub-horizontes quase impermeáveis, próxi-
D
mos da superfície. Qualquer tipo de solo em terreno plano, com fraca rede de drenagem, acaba enquadrando- 53
se nesse grupo, após um período prolongado de chuvas que eleva o nível do lençol freático para a superfície.
Fonte: Manual de Hidrologia Básica do DNIT, 2006
Tabela 4.11 – Número de curva CN para diferentes condições do complexo hidrológico
2
Até 500m 65 77 85 90 92
2
1.000m 38 61 75 83 87
1.500m2 30 57 72 81 86
Estacionamentos pavimentado e telhados 98 98 98 98
Ruas e estradas:
pavimentadas com guias e drenagem 98 98 98 98
com cascalho 76 85 89 91
de terra 72 82 87 89
Áreas comerciais (85% de impermeabilização) 89 92 94 95
Distritos industriais (72% de impermeabilização) 81 88 91 93
Espaços abertos, parques, jardins:
54 boas condições, cobertura de grama > 75% 39 61 74 80
condições médias, cobertura de grama > 50% 49 69 79 84
Os valores constantes nas tabelas de CN referem-se às condições médias – II. Para converter o
valor de CN para as condições I e III, usar as seguintes expressões:
I1
I2
Figura 4.9 – Constância
I3
do tempo de base
Q1
Deflúvio
Q2
Q3
Tempo
Tempo de base
constante
CÁLCULO DA VAZÃO DE PROJETO
P2
V2
y2 55
y1
V1 Tempo
3o Princípio – Aditividade:
O tempo do escoamento do deflúvio direto de uma determinada chuva independe do
deflúvio provocado por uma chuva anterior (Figura 4.11).
t1 t2 Tempo
Chuva excedente
I2
I1
Figura 4.11 – Aditividade
das descargas
Deflúvio
Q1 Q1 + Q2
Q2
A área do triângulo indicada na Figura 4.12 representa o volume escoado da bacia para um
deflúvio de 1 mm.
Excesso
de chuva Pico
1,0
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
0,9
“LAG” tP = Tempo de ponta (pico)
0,8
0,6 t c DU = Duração Unitária da chuva
0,5
DU ~ (1/5) tC
0,4 DU tP = DU/2 + 0,6 tC
0,3 QP (m /s/mm) = A (km ) / (0,03.tB(min))
3 2
0,2
HUT
0,1
0
0 1 2 3 4 5
tP t/t P
56 t B = 8/3 t P
0
10 Rio Iconha, em Iconha / RJ
Chuva (mm)
Descarga m3/s
35 mi 70
60 60
Calculado
50 Observado 50
Descarga m3/s
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
DU 70 105 140 175 210 245 280 315 350 385 420 455 490 525 560 595 630 665 700
35
t (minutos)
57
Canais
5
5.1 CONCEITOS BÁSICOS
Canal ou conduto livre é uma seção, aberta ou fechada, sujeita à pressão atmosférica (Pa) em pelo
menos um ponto da sua seção de escoamento. Na Figura 5.1, estão indicados vários tipos de
canal que podem ser usados em drenagem urbana.
Pa Pa Pa P > Pa
Figura 5.1 – Canal ou conduto livre
em (a, b e c) e forçado em (d)
(a) (b) (c) (d)
Nos cálculos de drenagem, considera-se que o escoamento é permanente, isto é, numa dada seção
a vazão permanece constante. No entanto conforme indicado na Figura 5.2, o regime poderá se
alternar de uniforme (quando as forças de resistência e de gravidade se equilibram e as declividades
da superfície livre e do fundo são iguais) a variado em decorrência de mudança de declividade,
variação de seção e presença de obstáculos.
Escoamento
crítico Ressalto
hidráulico
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Remanso
Mov.
Movimento Movimento gradualmente brusca- Movimento
uniforme variado (acelerado) mente gradualmente
variado variado (retardado)
São elementos importantes de um canal a seção molhada, o perímetro molhado e o raio hidráulico
de um conduto, elementos que serão definidos a seguir.
Seção Molhada, perímetro molhado e raio hidráulico de um conduto
Na figura 5.3, é mostrada a representação dos elementos básicos de um canal, definidos como segue:
Regime de escoamento
Se a profundidade do fluxo (tirante) for superior à crítica, o escoamento ocorre no regime subcrítico
(tranqüilo ou fluvial), se inferior, no supercrítico (turbulento ou torrencial).
Na Tabela 5.1, são mostradas seções transversais típicas utilizadas em canais e a expressão
correspondente de cálculo da profundidade crítica de cada uma delas.
Seção Perímetro
Seção Tipo Profundidade crítica
molhada molhado
B
2
⎛ Q ⎞
y b.y B+2.y 0 , 467 3 ⎜ ⎟
⎝ b ⎠
b
B
4 z E - 3 B + 16 z2 E 2 + 16 z E B + 9 B2
y 1 2
(b+z.y)y b + 2⋅ y 1 + z 10 z
b
z E = y + v2
2g
CANAIS
2
2 0,5 ⎛ Q ⎞
y
1 z.y2 2.y(1+z ) 0 , 728 5 ⎜ ⎟
z
⎝ z ⎠
NA D.(θ-senθ) /[8.sen(θ/2)]
D2(θ-senθ) D.θ/2 59
D
θ
Tabela 5.2 – Caracterização do regime de escoamento pelo número de Froude
60
Fórmula de Chézy: V = C ( RH × i ) ½ (5.1)
1/6
Coeficiente de Manning: C = ( RH )/n (5.2)
A conjugação das equações 5.1 e 5.2 resulta na seguinte fórmula:
V = ( RH 2/3 × i ½ ) / n (5.3)
Sendo:
V = velocidade média do fluxo (m/s)
RH = raio hidráulico (m)
i = declividade do fundo do canal (m/m)
n = coeficiente de rugosidade (adimensional)
Na Tabela 5.4, está apresentado o coeficiente de rugosidade, a ser aplicado na equação de Manning,
em função do tipo de material e superfície dos canais. Na Tabela 5.5, estão apresentados valores
do coeficiente de rugosidade de Manning, para canais gramados, que podem ser utilizados no
dimensionamento deste tipo de obra.
Tabela 5.4 – Valores do coeficiente de Manning (n) para vários tipos de canais
GRAMA
5 0,035 0,030
10 a 15 0,040 0,030
CAPIM
30 0,060 a 0,070 0,035 61
60 0,070 a 0,100 0,035
5.2.2 Cálculo da capacidade de vazão ou capacidade hidráulica
A denominada Equação da Continuidade (para um canal ou duto, no mesmo intervalo de tempo,
a quantidade de água que entra numa seção a montante é a mesma que sai em outra, a jusante)
é a mais utilizada para este fim expressa pela seguinte equação:
Q=V×A (5.4)
Onde:
Q = capacidade de vazão (m3/s)
A = seção do canal (m2)
V = velocidade média (m/s)
Sempre que a declividade do canal for inferior à crítica, o dimensionamento (seção e velocidade do
fluxo) será obtido por intermédio das equações gerais do fluxo.
A fórmula mais utilizada resulta da combinação das duas anteriores (5.3 e 5.4), obtendo-se a
seguinte expressão:
Q = ( A × RH 2/3 × i ½ ) / n (5.5)
Num canal de seção transversal definida, dada a sua rugosidade, capacidade de vazão e declividade
longitudinal, existe uma única profundidade correspondente ao escoamento uniforme, a qual é
chamada de profundidade normal. Isso leva a uma única capacidade de vazão correspondente ao
regime uniforme.
A título prático, pode-se afirmar que a seção com forma trapezoidal passa a retangular para inclina-
ção do talude (horizontal p/ vertical) nula (z=0).
Sendo genérica para as duas formas, a seção trapezoidal é usada para os cálculos desses tipos de
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
5/3
⎡⎛ y⎞ y⎤
⎢⎜ 1 + z . b ⎟ . b ⎥
Q .n ⎣⎝ ⎠ ⎦ (5.6)
1/ 2 8/ 3
=
.b
( )
2/3
i ⎡ y 1/ 2 ⎤
⎢1 + 2. b 1 + z
2
⎥
⎣ ⎦
Dessa forma, conhecidos: a largura da base (b), a declividade longitudinal (i), o coeficiente de
rugosidade (n) e a capacidade de vazão (Q); é possível simular, em planilha eletrônica, diferentes
inclinações de talude (z) e obter a profundidade normal “y” ou a mudança da profundidade, alte-
rando-se o revestimento do canal e, por conseguinte, a adequação do coeficiente de rugosidade (n).
62
Com a Equação 5.6, foi criada a Tabela 5.6, resultado de planilha eletrônica (parcial), para auxiliar
no cálculo das profundidades normais dos canais trapezoidais com o uso da fórmula de Manning.
Tabela 5.6 – Elementos de cálculo das profundidades normais de canais trapezoidais
Q .n
Valores de 1/ 2
i .b 8/ 3
y z
b 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 2,00 2,50 3,00 4,00
0,02 0,0014 0,0014 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015
0,03 0,0028 0,0028 0,0028 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0030 0,0030 0,0030
0,04 0,0044 0,0045 0,0046 0,0046 0,0047 0,0047 0,0047 0,0048 0,0048 0,0049 0,0050
0,05 0,0064 0,0065 0,0066 0,0067 0,0067 0,0068 0,0069 0,0070 0,0070 0,0071 0,0073
0,06 0,0085 0,0087 0,0089 0,0090 0,0091 0,0092 0,0093 0,0095 0,0096 0,0098 0,0101
0,07 0,0109 0,0112 0,0114 0,0116 0,0118 0,0119 0,0121 0,0123 0,0126 0,0128 0,0132
0,08 0,0135 0,0139 0,0142 0,0145 0,0147 0,0150 0,0152 0,0155 0,0159 0,0162 0,0168
0,09 0,0162 0,0167 0,0172 0,0176 0,0179 0,0182 0,0185 0,0190 0,0195 0,0199 0,0208
0,10 0,0191 0,0198 0,0204 0,0209 0,0214 0,0218 0,0221 0,0228 0,0234 0,0241 0,0253
0,11 0,0221 0,0231 0,0238 0,0245 0,0251 0,0256 0,0261 0,0269 0,0278 0,0286 0,0302
0,12 0,0253 0,0265 0,0275 0,0283 0,0290 0,0297 0,0303 0,0314 0,0324 0,0334 0,0355
0,13 0,0286 0,0300 0,0313 0,0323 0,0332 0,0340 0,0347 0,0361 0,0374 0,0387 0,0412
0,14 0,0320 0,0338 0,0352 0,0365 0,0376 0,0386 0,0395 0,0412 0,0428 0,0444 0,0475
0,15 0,0356 0,0376 0,0394 0,0409 0,0422 0,0434 0,0445 0,0466 0,0485 0,0504 0,0542
0,16 0,0392 0,0416 0,0437 0,0455 0,0471 0,0485 0,0498 0,0523 0,0546 0,0569 0,0614
0,17 0,0429 0,0458 0,0482 0,0503 0,0522 0,0538 0,0554 0,0583 0,0610 0,0637 0,0691
0,18 0,0467 0,0500 0,0529 0,0553 0,0575 0,0594 0,0612 0,0646 0,0678 0,0710 0,0772
0,19 0,0507 0,0544 0,0577 0,0605 0,0630 0,0653 0,0674 0,0713 0,0750 0,0787 0,0859
0,20 0,0547 0,0589 0,0627 0,0659 0,0687 0,0713 0,0737 0,0783 0,0826 0,0868 0,0952
0,21 0,0587 0,0636 0,0678 0,0715 0,0747 0,0777 0,0804 0,0856 0,0905 0,0954 0,1049
0,22 0,0629 0,0683 0,0731 0,0772 0,0809 0,0842 0,0874 0,0932 0,0989 0,1043 0,1152
0,23 0,0671 0,0732 0,0785 0,0832 0,0873 0,0911 0,0946 0,1012 0,1076 0,1138 0,1260
0,24 0,0714 0,0781 0,0841 0,0893 0,0939 0,0981 0,1021 0,1096 0,1167 0,1237 0,1374
0,25 0,0757 0,0832 0,0898 0,0956 0,1007 0,1055 0,1099 0,1182 0,1262 0,1340 0,1494
0,26 0,0801 0,0884 0,0957 0,1021 0,1078 0,1131 0,1180 0,1273 0,1361 0,1448 0,1619
0,27 0,0846 0,0936 0,1017 0,1087 0,1151 0,1209 0,1264 0,1366 0,1465 0,1561 0,1751
0,28 0,0891 0,0990 0,1078 0,1156 0,1226 0,1290 0,1350 0,1464 0,1572 0,1678 0,1888
0,29 0,0937 0,1045 0,1141 0,1226 0,1303 0,1373 0,1439 0,1564 0,1684 0,1801 0,2032
Quando se está no regime crítico, a altura cinética (V2/2g) é igual à metade da profundidade d’água
(crítica) no canal (yc /2), isto é:
Vc2 / 2g = yc / 2 (5.7)
3 /2
= ⎛⎜ 1 + z . c ⎞⎟ × ⎛⎜ c ⎞⎟
Fs y y
b 5 /2
⎝ b ⎠ ⎝ b ⎠ (5.9)
Onde:
Fs = fator de seção
b = largura da base do canal (m)
yc = profundidade crítica (m)
z = inclinação do talude
Como se observa, as funções no regime subcrítico ou crítico são expressas em função de y/b, o
que propicia a montagem de tabelas (como a 5.6) com essa razão.
BL = (a × y)0,5 (5.10)
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Onde:
BL = valor da borda livre (m)
a = adimensional (tab. 5.7)
y = profundidade de escoamento (m)
Na Tabela 5.7, apresentam-se os valores de “a” da equação 5.10 para diferentes situações.
Onde:
BL = valor da borda livre (m)
V = velocidade média na seção (m/s)
y = profundidade de escoamento para a vazão de projeto (m)
Este manual indica a adoção de um valor mínimo para a borda livre de 0,3 m.
Em relação ao valor obtido para a borda livre, devem-se acrescer as ondulações de superfície
e, nas mudanças de direção, a sobre–elevação devido ao efeito das curvas horizontais do canal.
Em seções fechadas, a borda livre merece especial atenção, pois o afogamento do conduto produz
uma brusca redução da condutividade hidráulica. Nos casos convencionais de projeto, com vazão
de dimensionamento com período de retorno de 25 anos, deve-se verificar o comportamento hi-
dráulico para o período de retorno de 100 anos. Nesse caso a altura d’água deve ficar abaixo dos
níveis dos terrenos laterais.
No tocante ao revestimento, um canal pode ter a proteção de materiais artificial (concreto, gabião,
etc.) ou vegetal, bem como manter suas características naturais. No projeto deve-se estar atento
aos aspectos estéticos, de assoreamento, erosão e hidráulicos.
A escolha de áreas ribeirinhas para terrenos públicos (no mínimo o leito maior) possibilita a
manutenção de áreas verdes.
No tocante às outras características, o ideal é que um canal tenha escoamento lento, seja largo
e pouco profundo.
A erosão é função da velocidade, da profundidade e da duração do escoamento. Como os picos
de enchentes em região urbana costumam ser curtos, a velocidade e a profundidade são os
mais determinantes.
65
Na Tabela 5.8, são apresentados fatores que devem ser levados em conta no projeto de um canal,
permitindo, com isso, evitar o surgimento de problemas quando de sua implantação.
Tabela 5.8 – Fatores intervenientes para o projeto de um canal
1) Hidráulicos 2) Ambientais
a) declividade longitudinal a) características da vizinhança
b) faixa disponível para implantação b) necessidades estéticas da vizinhança
c) vazão de projeto c) necessidades de novas áreas verdes
d) transporte de sedimentos d) formas das ruas e tráfego
e) topografia e) planos municipais
f) capacidade de drenar terrenos adjacentes
3) Construtivos 4) Sociais
a) disponibilidade de materiais a) padrões sociais da vizinhança
b) áreas de bota-fora b) população infantil da vizinhança
c) custos c) tráfego de pedestres
d) necessidades recreativas
Alguns comentários:
1) Resultados obtidos ao se revestir canais:
a) diminuição das perdas por infiltração;
b) proteção das deformações nas bordas do canal;
c) diminuição da freqüência da manutenção;
d) aumento da velocidade da água;
e) impede o crescimento de vegetação; e
f) redução da necessidade de dragagens/limpeza.
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
66
CRITÉRIOS DE PROJETO
PARÂMETROS
Descarga máxima Descarga inicial
Velocidade < 2,3 m/s > 0,6 m/s
Bordo livre Método de Denver ou do USBR Não se aplica
Coeficiente de rugosidade* 0,030 a 0,035 0,035 a 0,100
Profundidade < 1,2 m (para maior segurança: 1,0m) > 0,30 m
> 6 vezes que a profundidade.
CANAIS
Largura do leito
Normalmente, é de 20 a 30 vezes a profundidade.
Declividade de talude < 1:3 (Mínimo de 1:4)
Declividade longitudinal 0,2 a 0,6 % (com degrau se preciso)
Curvatura Raio da margem interna: duas vezes a maior largura (mínimo 30m)
Capacidade de canaleta De 0,5 a 1% da vazão de projeto 67
* Esses valores poderão ser aumentados, se for previsto o crescimento de vegetação arbustiva no leito do canal.
• A escolha da grama
O tipo de grama a ser recomendada deve ser característica da região, para reduzir custo,
resistente, e com com raiz densa. Deve ser aplicada imediatamente em canais cuja implan-
tação seja recente.
• Forma do canal
Adequada ao local, preferencialmente com espaços disponível à prática recreativa.
> 6.y
y
Leito inclinado de 1% a 2%
Canal para
microdrenagem Área para bicicleta ou passeio
PARÂMETROS RECOMENDAÇÕES
Período de retorno 100 anos (depende da situação)
Velocidade < 3,0 m/s e < velocidade crítica (regime subcrítico)
Níveis d’água Levantados para identificar e, se possível, cercar áreas inundáveis.
Coeficiente de rugosidade Usar valores de canal sem manutenção.
Declividade longitudinal Suavizá-la usando escalonamento em degraus.
69
6
Sarjetas e meios-fios
Para se obter a descarga específica, é necessário o cálculo da vazão afluente às sarjetas e meios-
fios. Para tanto, usa-se o método racional, tendo em vista que as áreas de contribuição apre-
sentam valores adequados à sua aplicação. A fórmula do referido método pode ser expressa por:
Onde:
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Sendo:
A = Limplúvio × Lu (6.2)
Onde:
Limplúvio = largura do implúvio (m)
Lu = comprimento crítico da sarjeta (m)
70
O comprimento crítico irá definir o espaçamento máximo entre bocas coletoras, normalmente
constituídas de caixas de ralo ou bocas-de-lobo.
1) Tabelas práticas
Para dar praticidade aos cálculos e produzir tabelas, é necessário estabelecer padrões para os
parâmetros da fórmula racional (6.1) como os relacionados na Tabela 6.1 a seguir. Para obter tabelas
adequadas a qualquer município, adotou-se uma intensidade de chuva-de-cálculo de 100mm/h e
se obtém o comprimento útil ou crítico multiplicando o valor tabelado por 100 (duas casas decimais
à direita) e dividindo o resultado pela intensidade (mm/h) da chuva de projeto local.
q = q 1 + q2 (6.3)
C 0,70
Onde: I 100 mm/h
A a x 1 m (m2)
SARJETAS E MEIOS-FIOS
Logo: q1 = 0,01946 × a
C 0,90
Onde: I 100 mm/h
A F/2 x 1 m (m2)
Logo: q2 = 0,01251 × F 71
Para o cálculo da capacidade de vazão de uma sarjeta e meio-fio, é necessário levar em conside-
ração as características geométricas, dimensões, inclinação longitudinal e tipo de revestimento
deste dispositivo. Tendo em vista que alguns destes elementos dependem da geometria da via, a
integração entre o responsável pelo projeto geométrico da via e o encarregado do projeto de
drenagem é fundamental para uma solução técnica-econômica condizente com a região e a via a ser
projetada. Na Tabela 6.3 são apresentados parâmetros usuais utilizados no projeto de ruas e avenidas.
No caso da via ter uma declividade longitudinal (greide) menor que a mínima para a sarjeta, deve
ser verificada a possibilidade de uso de inclinação da sarjeta, diferente do greide da via. Esta
solução deve ser analisada de forma criteriosa para evitar o surgimento de desníveis inadequa-
dos entre a sarjeta e o pavimento.
A capacidade de vazão de dispositivos de drenagem superficial, que atuam como canal (sarje-
tas, meios-fios e valetas), pode ser determinada pela conjugação da equação da continuidade
com a fórmula de Manning. A seguir descrevem-se os procedimentos usuais para tal cálculo.
Coeficiente
Dispositivo e material da superfície
de rugosidade (n)
Concreto 0,014
Tubo
PVC helicoidal 0,010
textura lisa 0,013
Revestimento asfáltico
textura áspera 0,016
com desempenadeira 0,014
Argamassa de Cimento (acabamento) manual liso 0,016
Sarjeta manual áspero 0,020
Paralelepípedo argamassado 0,020
Com declividade longitudinal pequena (até 2%),
+ 0,002 a 0,005
sujeita a assoreamento, acrescentar a n
Concreto acabamento com colher, bem acabado 0,012
acabamento com colher, bem acabado 0,013
acabamento com desempenadeira 0,015
sem acabamento 0,017
Canal Concreto
projetado, alisado com colher, bem acabado 0,018
projetado, alisado com colher, mal acabado 0,020
projetado, sem acabamento 0,022
SARJETAS E MEIOS-FIOS
Os valores de “n” a serem adotados nos estudos e projetos de drenagem urbana podem ser os
indicados na Tabela 6.4, e na Tabela 6.5 estão as velocidades máximas e mínimas recomenda-
das para dispositivos de drenagem urbana.
O ideal é que a velocidade do fluxo d’água no dispositivo situe-se entre:
– Valor máximo, que pretende limitar o efeito de abrasão às superfícies;
– Valor mínimo, que visa garantir a auto–limpeza dos dispositivos.
73
Tabela 6.5 – Velocidades admissíveis para os vários dispositivos de
drenagem segundo o material de construção usado
velocidade (m/s)
Material
máxima mínima
Revestimento asfáltico 3,0
Sarjeta
Galeria Concreto
5,0
Tubo 0,75
Fundo e talude em concreto
Canal Fundo em terra e talude em concreto 2,5
Fundo e talude em terra 1,8
Contrapiso Inclinação
Piso de calçada máxima Meio fio
2% Tubulação de
água pluvial Largura do alagamento - W0
3%
Rua
Solo compactado Sarjeta
50 cm
ambos os lados da via e o seu greide obrigam os projetistas a utilizarem de forma intensa seus
conhecimentos para tornar o projeto de melhoramentos adequado técnica e economicamente.
Nesses casos, para tornar possível a implantação dos melhoramentos, recomenda-se estudar
criteriosamente, entre outros elementos: a redução da largura de calçadas, uso apenas do
meio-fio (sem previsão de sarjeta em concreto) e pavimentação de baixo custo. Tais propostas,
certamente, evitarão impactos sociais e econômicos decorrentes de desapropriações, aumen-
to do volume de materiais, desníveis inadequados entre a via, a calçada e as edificações etc.
No caso do uso apenas de meio-fio, a configuração recomendada é a ilustrada na Figura 6.3.
Base de concreto
mentos geométricos, que servirão para fornecer parâmetros a serem utilizados no cálculo da
capacidade de vazão do dispositivo de drenagem.
A capacidade de escoamento (ou de vazão) nas sarjetas é determinada pela fórmula de Izzard, que
é uma aplicação da fórmula de Manning e da equação da continuidade a este tipo de dispositivo.
W0 = y0 tgq0
q0 1
y0 z = tgq0
q0
75
Onde:
Q0 = capacidade de escoamento na sarjeta (m3 /s)
y0 = altura de lâmina d’água junto ao meio-fio (m)
i = inclinação longitudinal da sarjeta (m/m)
z = tg θ0 = recíproca da declividade transversal da sarjeta = inverso da inclinação trans-
versal da sarjeta (m/m)
n = coeficiente de rugosidade de Manning (adimensional/tabelado)
Q0 = Q1 – Q2 + Q3 (6.7)
w
Q0
q1 1
y0 q0 z1 = tgq1
1
z0 = tgq0
Q1
Para o caso de sarjetões (Figura 6.6), o valor de z deve ser calculado por:
T
Z= = tgθ1 + tgθ 2 (6.8)
Y0
(
T = Y0 × tgθ1 + tgθ 2 ) (6.9)
Em todos os casos, tendo-se a capacidade de vazão Q0, a velocidade média é determinada pelo
uso da equação da continuidade. A velocidade, calculada pela expressão 6.10, é importante na
76
determinação do tipo de revestimento a ser empregado e por permitir calcular o tempo de per-
curso na sarjeta pela expressão 6.11 mostrada a seguir.
Τ
1 θ2 1
Yo θ1
Z1 = tgθ1 Z2 = tgθ2
Q0
V0 = (6.10)
A
L
tp = (6.11)
60 × V 0
Onde:
Vo – velocidade média (m/s)
Q0 – capacidade de vazão (m3/s)
A – área (m2)
L – comprimento do trecho (m)
tp – tempo de percurso (minuto)
Tipo A
12
Passeio
13
5
35
10 3%
SARJETAS E MEIOS-FIOS
17 50 117
Tipo B
12
Passeio
3,5
7
11 10 3%
35
15%
17 50 117 77
3,5
2
3%
16
10
35
25%
17 50 117
Após terem sido demonstradas as fórmulas e procedimentos para cálculo da descarga específica,
velocidade de escoamento e capacidade de vazão, a indeterminação no dimensionamento passa a
ser então o Comprimento Crítico ou Útil – Lu, que definirá o espaçamento entre as bocas coletoras
(boca-de-lobo ou caixas de ralo), e que corresponde ao ponto a partir do qual uma sarjeta não é
capaz de conter o escoamento sem transbordar ou ultrapassar um limite previamente admitido
de alagamento.
Considerando a sarjeta triangular tipo A (Figura 6.7) e o pavimento da via com uma inclinação
transversal de 0,03 m/m (z=100/3), para uma lâmina d'água da sarjeta junto ao meio fio yo = 5,0cm,
tem-se como resultado uma faixa molhada de largura Wo = 1,67m, que é um valor limite usado
para a largura de alagamento nas sarjetas.
A medida 1,67m é muito conveniente, pois a largura dos veículos1 varia pouco dentro das catego-
rias, num veículo de passeio ela é aproximadamente de 1,65m (os utilitários, 1,80m). Consideran-
do a chuva de projeto, a largura de 1,67m permite, para uma via secundária, que se tenha pelo
menos uma faixa da largura do veículo sem lâmina d’água e a altura da mesma tolerável à segu-
rança e ao conforto do pedestre.
No entanto, para trechos iniciais – entre o divisor de águas e a primeira boca coletora de vias
locais (até 15m de largura), admite-se yo = 6,5cm, o que resulta em uma largura de alagamento
Wo = 2,17m.
Na Tabela 6.6, apresentam-se as alturas das lâminas d'água, para cada um dos três projetos-tipo ado-
tados, levando-se em conta a largura de alagamento para cada faixa de inclinação longitudinal da via.
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
78 1
Fonte: Instrução técnica CEPD 001 – Estimativa do quantitativo de indivíduos
em multidões, 1a edição 2006, Prefeitura do Rio de Janeiro, RJ.
2
SUDECAP – 2004.
Com o uso das equações 6.5 e 6.6 e dos parâmetros da Tabela 6.6, além de considerar-se o
coeficiente de rugosidade (n) igual a 0,015, determinaram-se as expressões da vazão teórica e
da velocidade do fluxo d’água em função da inclinação longitudinal (i), em m/m. Tais funções
estão apresentados na Tabela 6.7 a seguir.
Com o objetivo de considerar a possibilidade de obstrução, por material sedimentar, nas sarjetas de
baixa declividade, oferecer conforto e segurança, reduzir o risco a pedestres nas velocidades ele-
vadas, é considerado um fator de redução na capacidade das sarjetas com a seguinte formulação:
0,8
5,0 0,50
0,7
6,0 0,40
Fator de redução, F
0,6
8,0 0,27
i = 0,4 %
10,0 0,20 0,5
0,4
0,3
C .I .[Lu.(a + F / 2)]
Qcontribuição = (6.13)
3,6
8/3 ⎛ z ⎞
Qadm = FR .0.375 y0 ⎜ ⎟ i (6.14)
⎝ n⎠
Onde:
Qcontribuição – vazão de contribuição (m3/s)
I – intensidade de chuva (mm/h) = P/tc
Qadm – capacidade de vazão (m3/s)
FR, C e n – coeficientes tabelados: redução, run off e rugosidade
y0 – (m)
i e z – (m/m)
a – profundidade de lote lindeiro (m)
F – largura da via (m)
De forma prática, para obter-se o comprimento útil Lu são apresentadas as Tabelas 6.9 (sarjeta A)
e 6.10 (Sarjeta B e C), para a faixa de alagamento de 1,67m, e a Tabela 6.11 (sarjeta A e B) para
a faixa de alagamento de 2,17m, já considerando o Fator de Redução e as diferentes condições
de geometria e declividades apresentadas pelas vias urbanas.
Essas tabelas foram preparadas para uma intensidade de precipitação de 100mm/h. Com isto,
dada uma intensidade de precipitação para qualquer projeto, basta multiplicar o valor tabelado
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
por 100 e dividir pelo valor dessa intensidade, obtendo-se com isso o comprimento útil Lu ou, de
outra forma, desconsidera-se a vírgula e dividi-se o valor tabelado pela intensidade de precipita-
ção e se obtém o comprimento útil Lu.
Caso se deseje desconsiderar o Fator de Redução, basta dividir o valor anteriormente obtido pelo
referido fator, relacionado na segunda coluna, e se obtém o comprimento útil Lu sem redução.
80
Tabela 6.9 – Comprimento Útil ou Comprimento Máximo de Utilização das Sarjetas – Lu (m)
Faixa de alagamento W0 = 1,67 m e lotes de 20m n = 0,015
SARJETA “A” (Yo = 5 cm)
Inclinação Fator de
longitudinal redução Veloci- Vazão Largura da via ( m )
dade Teórica 10 12 13 14 15 18 20 25 27 30 40
Contribuição específica (l/s/m)
i(m/m) FR V (m/s) (l / s)
0,51 0,54 0,55 0,56 0,58 0,61 0,83 0,90 0,92 0,96 1,08
0,005 0,65 0,5 19,99 25,29 24,12 23,57 23,05 22,55 21,17 15,59 14,51 14,11 13,56 12,00
0,006 0,80 0,5 21,90 34,10 32,51 31,78 31,07 30,40 28,54 21,03 19,56 19,03 18,28 16,17
0,008 0,80 0,6 25,29 39,37 37,54 36,69 35,88 35,10 32,96 24,28 22,58 21,97 21,11 18,68
0,010 0,80 0,7 28,28 44,02 41,98 41,02 40,11 39,24 36,85 27,14 25,25 24,56 23,60 20,88
0,015 0,80 0,8 34,63 53,91 51,41 50,24 49,13 48,06 45,13 33,24 30,93 30,09 28,91 25,57
0,020 0,80 1,0 39,99 62,25 59,36 58,02 56,73 55,50 52,11 38,39 35,71 34,74 33,38 29,53
0,025 0,75 1,1 44,71 65,03 62,01 60,61 59,26 57,98 54,44 40,10 37,30 36,29 34,87 30,85
0,030 0,69 1,2 48,97 65,80 62,74 61,32 59,96 58,66 55,08 40,57 37,74 36,72 35,28 31,21
0,035 0,64 1,3 52,90 65,49 62,45 61,04 59,68 58,39 54,82 40,39 37,57 36,55 35,12 31,07
0,040 0,58 1,4 56,55 64,37 61,38 59,99 58,66 57,39 53,88 39,69 36,92 35,92 34,52 30,53
0,050 0,49 1,5 63,23 60,40 57,60 56,29 55,04 53,85 50,56 37,25 34,65 33,71 32,39 28,65
0,060 0,41 1,7 69,26 55,05 52,50 51,31 50,17 49,08 46,08 33,95 31,58 30,72 29,52 26,11
0,070 0,34 1,8 74,81 49,13 46,85 45,79 44,77 43,80 41,13 30,30 28,18 27,42 26,35 23,31
0,080 0,28 1,9 79,97 43,27 41,26 40,33 39,43 38,58 36,22 26,68 24,82 24,15 23,20 20,53
0,090 0,23 2,0 84,83 37,98 36,22 35,40 34,62 33,87 31,80 23,42 21,79 21,20 20,37 18,02
0,100 0,19 2,1 89,41 33,70 32,14 31,41 30,71 30,05 28,21 20,78 19,33 18,81 18,07 15,99
0,110 0,17 2,3 93,78 30,53 29,11 28,45 27,82 27,22 25,56 18,83 17,51 17,04 16,37 14,48
0,120 0,16 2,4 97,95 30,80 29,37 28,71 28,07 27,46 25,78 18,99 17,67 17,19 16,52 14,61
0,130 0,16 2,4 101,95 30,93 29,49 28,82 28,19 27,57 25,89 19,07 17,74 17,26 16,58 14,67
0,140 0,15 2,5 105,80 30,92 29,49 28,82 28,18 27,57 25,89 19,07 17,74 17,26 16,58 14,67
0,150 0,14 2,6 109,51 30,79 29,36 28,70 28,06 27,45 25,78 18,99 17,66 17,18 16,51 14,61
0,160 0,14 2,7 113,10 30,55 29,13 28,47 27,84 27,24 25,57 18,84 17,52 17,05 16,38 14,49
0,170 0,13 2,8 116,58 30,20 28,79 28,14 27,52 26,92 25,28 18,62 17,32 16,85 16,19 14,32
0,180 0,13 2,9 119,96 29,74 28,36 27,72 27,10 26,52 24,90 18,34 17,06 16,60 15,95 14,11
0,190 0,12 3,0 123,25 29,19 27,83 27,20 26,60 26,02 24,43 18,00 16,74 16,29 15,65 13,85
0,200 0,12 3,0 126,45 28,54 27,22 26,60 26,01 25,45 23,89 17,60 16,37 15,93 15,31 13,54
0,220 0,10 3,2 132,62 26,99 25,74 25,16 24,60 24,07 22,60 16,65 15,49 15,06 14,48 12,81
0,240 0,09 3,3 138,52 25,12 23,96 23,41 22,89 22,40 21,03 15,49 14,41 14,02 13,47 11,92
0,260 0,08 3,5 144,18 22,95 21,88 21,39 20,91 20,46 19,21 14,15 13,16 12,81 12,31 10,89
0,280 0,07 3,6 149,62 20,50 19,55 19,10 18,68 18,27 17,16 12,64 11,76 11,44 10,99 9,72
0,300 0,06 3,7 154,87 17,78 16,96 16,57 16,20 15,85 14,88 10,96 10,20 9,92 9,53 8,43
0,320 0,05 3,8 159,95 14,82 14,13 13,81 13,50 13,21 12,40 9,14 8,50 8,27 7,94 7,03
SARJETAS E MEIOS-FIOS
81
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
82
Tabela 6.10 – Comprimento Útil ou Comprimento Máximo de Utilização das Sarjetas – Lu (m)
Faixa de alagamento W0 = 1,67m e lotes de 20m
SARJETA “B” (Yo = 11 cm) SARJETA “C” (Yo = 16 cm)
Inclinação Fator de
Veloci- Vazão Largura da via ( m ) Veloci- Vazão Largura da via ( m )
longitudinal redução
dade Teórica 10 12 13 14 15 18 20 25 27 30 40 dade Teórica 10 12 13 14 15 18 20 25 27 30 40
Contribuição específica ( l/s/m ) Contribuição específica ( l/s/m )
i (m/m) FR V (m/s) (l/s) V (m/s) (l/s)
0,51 0,54 0,55 0,56 0,58 0,61 0,83 0,90 0,92 0,96 1,08 0,51 0,54 0,55 0,56 0,58 0,61 0,83 0,90 0,92 0,96 1,08
0,005 0,65 0,7 38,92 49,22 46,94 45,88 44,86 43,89 41,21 30,35 28,24 27,47 26,40 23,35 0,9 60,15 76,08 72,55 70,90 69,33 67,83 63,69 46,91 43,64 42,46 40,80 36,09
0,006 0,80 0,8 42,63 66,37 63,29 61,85 60,48 59,17 55,56 40,93 38,07 37,04 35,59 31,48 1,0 65,89 102,57 97,81 95,60 93,48 91,45 85,86 63,25 58,84 57,24 55,00 48,66
0,008 0,80 0,9 49,23 76,63 73,08 71,42 69,84 68,32 64,15 47,26 43,96 42,77 41,09 36,35 1,1 76,08 118,44 112,94 110,38 107,94 105,60 99,15 73,04 67,94 66,10 63,51 56,18
0,010 0,80 1,0 55,04 85,68 81,70 79,85 78,08 76,39 71,72 52,83 49,15 47,81 45,94 40,64 1,2 85,06 132,42 126,28 123,41 120,68 118,06 110,85 81,66 75,96 73,90 71,01 62,81
0,015 0,80 1,2 67,41 104,93 100,07 97,80 95,63 93,56 87,84 64,71 60,19 58,56 56,27 49,78 1,5 104,18 162,18 154,66 151,15 147,80 144,59 135,76 100,01 93,03 90,51 86,97 76,93
0,020 0,80 1,4 77,83 121,17 115,55 112,93 110,42 108,03 101,43 74,72 69,51 67,62 64,97 57,48 1,7 120,29 187,27 178,58 174,53 170,66 166,96 156,76 115,48 107,43 104,51 100,42 88,83
0,025 0,75 1,5 87,02 126,58 120,70 117,97 115,35 112,85 105,96 78,05 72,61 70,64 67,87 60,04 1,9 134,49 195,63 186,55 182,32 178,28 174,42 163,76 120,64 112,22 109,17 104,90 92,80
0,030 0,69 1,7 95,33 128,07 122,13 119,36 116,71 114,18 107,21 78,98 73,47 71,47 68,68 60,75 2,1 147,33 197,94 188,76 184,48 180,39 176,48 165,70 122,06 113,55 110,46 106,14 93,89
0,035 0,64 1,8 102,96 127,47 121,56 118,80 116,17 113,65 106,71 78,61 73,12 71,14 68,36 60,47 2,3 159,13 197,02 187,88 183,62 179,55 175,65 164,92 121,49 113,02 109,95 105,65 93,46
0,040 0,58 1,9 110,07 125,29 119,47 116,76 114,18 111,70 104,88 77,26 71,87 69,92 67,18 59,43 2,5 170,12 193,63 184,65 180,47 176,46 172,64 162,09 119,41 111,08 108,06 103,83 91,85
0,050 0,49 2,2 123,06 117,57 112,11 109,57 107,14 104,82 98,41 72,50 67,44 65,61 63,04 55,77 2,7 190,20 181,70 173,27 169,35 165,59 162,00 152,10 112,05 104,23 101,40 97,43 86,19
0,060 0,41 2,4 134,81 107,15 102,18 99,86 97,65 95,53 89,70 66,08 61,47 59,80 57,46 50,83 3,0 208,36 165,61 157,92 154,34 150,92 147,65 138,63 102,12 95,00 92,42 88,80 78,56
0,070 0,34 2,6 145,61 95,63 91,19 89,13 87,15 85,26 80,05 58,97 54,86 53,37 51,28 45,36 3,3 225,05 147,80 140,94 137,75 134,69 131,77 123,72 91,14 84,78 82,48 79,26 70,11
0,080 0,28 2,7 155,67 84,23 80,32 78,50 76,76 75,09 70,51 51,94 48,32 47,00 45,16 39,95 3,5 240,59 130,17 124,14 121,32 118,63 116,06 108,97 80,27 74,67 72,65 69,80 61,75
0,090 0,23 2,9 165,11 73,93 70,50 68,91 67,38 65,92 61,89 45,59 42,41 41,26 39,65 35,07 3,7 255,18 114,27 108,97 106,50 104,14 101,88 95,66 70,47 65,55 63,77 61,28 54,20
0,100 0,19 3,1 174,04 65,60 62,56 61,14 59,78 58,49 54,91 40,45 37,63 36,61 35,18 31,12 3,9 268,99 101,39 96,69 94,49 92,40 90,40 84,87 62,52 58,16 56,58 54,37 48,09
0,110 0,17 3,2 182,53 59,43 56,67 55,38 54,16 52,98 49,75 36,65 34,09 33,16 31,87 28,19
0,120 0,16 3,4 190,65 59,95 57,17 55,88 54,64 53,45 50,19 36,97 34,39 33,46 32,15 28,44
0,130 0,16 3,5 198,44 60,20 57,41 56,11 54,86 53,67 50,39 37,12 34,53 33,60 32,28 28,56 n = 0,015
0,140 0,15 3,6 205,93 60,19 57,40 56,10 54,85 53,66 50,38 37,12 34,53 33,59 32,28 28,55
0,150 0,14 3,8 213,15 59,94 57,16 55,86 54,62 53,44 50,17 36,96 34,38 33,45 32,14 28,43
0,160 0,14 3,9 220,15 59,46 56,70 55,42 54,19 53,01 49,77 36,67 34,11 33,18 31,88 28,21
Tabela 6.11 – Comprimento Útil ou Comprimento Máximo de Utilização das Sarjetas – Lu (m)
Faixa de alagamento W0 = 2,17 m e lotes de 20m
Inclinação Fator SARJETA “A” ( Yo = 6,5 cm) SARJETA “B” ( Y o = 12,5 cm)
longitudinal de Largura da via ( m ) Largura da via ( m )
da via redução Velocidade Vazão Q (l/s) 10 12 13 14 15 Velocidade Vazão Q (l/s) 10 12 13 14 15
(sarjeta) Contribuição específica ( l/s/m ) Contribuição específica ( l/s/m )
i (m/m) FR v (m/s) Teórica Admissi. 0,51 0,54 0,55 0,56 0,58 v (m/s) Teórica Admiss, 0,51 0,54 0,55 0,56 0,58
0,005 0,65 0,6 40,25 26,16 50,91 48,55 47,45 46,39 45,39 0,7 62,03 40,32 78,46 74,82 73,12 71,50 69,95
0,006 0,80 0,6 44,09 35,27 68,64 65,45 63,97 62,55 61,19 0,8 67,95 54,36 105,78 100,88 98,59 96,40 94,31
0,008 0,80 0,7 50,91 40,73 79,25 75,58 73,86 72,23 70,66 0,9 78,46 62,77 122,15 116,48 113,84 111,32 108,90
0,010 0,80 0,8 56,92 45,53 88,61 84,50 82,58 80,75 79,00 1,0 87,72 70,18 136,57 130,23 127,28 124,46 121,76
0,015 0,80 1,0 69,71 55,77 108,52 103,49 101,14 98,90 96,76 1,3 107,44 85,95 167,26 159,50 155,88 152,43 149,12
0,020 0,80 1,1 80,50 64,40 125,31 119,50 116,79 114,20 111,72 1,5 124,06 99,25 193,13 184,17 180,00 176,01 172,19
0,025 0,75 1,3 90,00 67,27 130,90 124,83 122,00 119,30 116,71 1,6 138,70 103,68 201,75 192,39 188,03 183,86 179,88
0,030 0,69 1,4 98,59 68,07 132,45 126,31 123,44 120,71 118,09 1,8 151,94 104,90 204,14 194,67 190,25 186,04 182,00
0,035 0,64 1,5 106,48 67,75 131,83 125,72 122,87 120,14 117,54 1,9 164,12 104,42 203,19 193,76 189,37 185,17 181,15
0,040 0,58 1,6 113,84 66,58 129,57 123,56 120,76 118,08 115,52 2,1 175,45 102,62 199,70 190,43 186,12 181,99 178,04
0,050 0,49 1,8 127,27 62,48 121,59 115,95 113,32 110,81 108,40 2,3 196,16 96,30 187,39 178,70 174,65 170,78 167,07
0,060 0,41 2,0 139,42 56,95 110,82 105,67 103,28 100,99 98,80 2,5 214,88 87,77 170,79 162,87 159,18 155,65 152,27
0,070 0,34 2,1 150,59 50,82 98,90 94,31 92,17 90,13 88,18 2,7 232,10 78,33 152,43 145,36 142,06 138,91 135,90
0,080 0,28 2,3 160,99 44,76 87,11 83,07 81,18 79,38 77,66 2,9 248,12 68,99 134,25 128,02 125,12 122,35 119,69
0,090 0,23 2,4 170,76 39,29 76,46 72,92 71,26 69,68 68,17 3,1 263,17 60,56 117,85 112,38 109,83 107,40 105,07
0,100 0,19 2,6 179,99 34,86 67,84 64,70 63,23 61,83 60,49 3,2 277,41 53,73 104,56 99,71 97,45 95,29 93,23
0,110 0,17 2,7 188,78 31,58 61,46 58,61 57,28 56,01 54,79 3,4 290,95 48,68 94,72 90,33 88,28 86,32 84,45
0,120 0,16 2,8 197,17 31,86 62,00 59,13 57,79 56,51 55,28 3,6 303,89 49,11 95,56 91,13 89,06 87,09 85,20
0,130 0,16 2,9 205,22 31,99 62,26 59,37 58,02 56,74 55,51 3,7 316,29 49,31 95,96 91,50 89,43 87,45 85,55
0,140 0,15 3,0 212,97 31,99 62,25 59,36 58,01 56,73 55,50 3,8 328,23 49,30 95,94 91,49 89,41 87,43 85,53
0,150 0,14 3,1 220,44 31,85 61,99 59,11 57,77 56,49 55,27 4,0 339,75 49,09 95,54 91,10 89,04 87,06 85,18
0,160 0,14 3,2 227,67 31,60 61,49 58,64 57,31 56,04 54,83
0,170 0,13 3,3 234,68 31,24 60,78 57,96 56,65 55,39 54,19
0,180 0,13 3,4 241,49 30,77 59,87 57,09 55,80 54,56 53,38
0,190 0,12 3,5 248,10 30,19 58,76 56,03 54,76 53,55 52,38 n =0,015
0,200 0,12 3,6 254,55 29,53 57,46 54,79 53,55 52,36 51,23
0,220 0,10 3,8 266,97 27,93 54,34 51,82 50,65 49,52 48,45
0,240 0,09 4,0 278,84 25,99 50,57 48,23 47,13 46,09 45,09
SARJETAS E MEIOS-FIOS
83
7
Boca-de-lobo (BL)
1) Caixa de alvenaria: situada sob a calçada (com entrada d’água através de cantoneira) ou
sob a rua (grelha). É conveniente que seja adotado um projeto padrão;
2) Grelha: peça com barras longitudinais e transversais espaçadas entre si, para permitir a
captação de água, segurança a transeuntes e impedir a entrada de materiais prejudici-
ais aos coletores. Caso esta peça seja executada em ferro fundido, é conveniente que a
mesma seja presa, através de articulação, junto à borda da calçada. Esta recomenda-
ção permite que a grelha seja aberta com segurança e evita atos de vandalismo, princi-
palmente roubo. Em situações em que seja previsto o uso do concreto para confecção
da grelha, deve ser analisada a necessidade de uso de armadura para sua execução e
ser considerado o tipo de veículo e a carga por eixo dos veículos que circularão nas vias.
3) Quadro ou caixilho: dispositivo destinado a receber a grelha;
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Nas Figuras 7.1 e 7.2, estão apresentados detalhes característicos, em planta e seções, de bocas-
de-lobo usuais em projetos de drenagem urbana.
Na Figura 7.3, apresentada a seguir, estão mostradas situações de posicionamento de bocas-de-
lobo e rede coletora em uma via pública.
Os principais tipos de boca-de-lobo são apresentados na Figura 7.4, permitindo que o projetista
possa avaliar o tipo que melhor se adapte à via urbana em estudo.
84
Cantoneira F’ F’ PM
B Ano
6 11
A A
5 42,5 5 42,5 5
C C
Grelha F’ F’
Rebaixo em
concreto Passeio Rebaixo em Nível do meio-fio
fck > 18 Mpa concreto
fck > 18 Mpa
Pista Grelha F’F’
Concreto
fck > 18 Mpa
Corte BB Corte AA
Figura 7.2 – Cortes de boca-de-lobo simples
BL BL
BL BL
sentido de
escoamento
BL
BL
BOCA-DE-LOBO
BLJ
BLJ BL – Boca-de-lobo
BLM BLM – Boca-de-lobo de montante
BLJ – Boca-de-lobo de jusante
Situação usual 85
Figura 7.3 – Posição da rede coletora na via
Boca-de-lobo simples
Boca-de-lobo combinada
Na definição do projeto das bocas-de-lobo, devem ser levados em conta os seguintes aspectos:
Boca-de-lobo
Bocas-de-lobo
no greide
contínuo
Rua secundária com rua secundária Rua secundária com rua principal
Crista
Crista
Boca-de-lobo
para eliminar o
Bocas-de-lobo escoamento Bocas-de-lobo
no greide contínuo para jusante, no greide contínuo
somente se a se necessário sem descarga
localizada na curva para jusante Crista
for insuficiente
Rua principal com rua principal Rua principal com rua principal
(as cristas devem ser mantidas) (uma crista contínua)
Uma boca-de-lobo é dimensionada segundo a convergência dos seus fluxos laterais encaminhados
pela sarjeta. Segundo esse critério, elas se classificam em:
A boca-de-lobo situada em ponto baixo ocorre nas curvas de concordância verticais côncavas; é a
última possibilidade para esgotamento d’água e merece atenção redobrada, com o uso de um
coeficiente de segurança conservador e de dispositivos combinados. Além do aspecto relativo ao
posicionamento, a boca-de-lobo pode ser simples, com grelha e combinada. Então, para cada
posicionamento e tipo de boca-de-lobo, há uma formulação empírica de dimensionamento.
Guia
h y
Onde:
Q = capacidade de engolimento (l/s)
y = carga hidráulica (m)
L = comprimento da abertura da cantoneira (m)
Adotar nestes casos o nomograma da Figura 7.7, correspondente ao da página 283 do livro Drenagem
Urbana – Manual de Projeto, 3a Edição, 1986, DAEE / CETESB, São Paulo.
Onde:
Q = vazão de engolimento (l/s)
y = carga hidráulica sobre a grelha (cm)
88
b) boca-de-lobo dupla com grelha:
Q = 2 × 2,383 × y1,5 (7.4)
30
5
1.000
900 4
800
700
3
25 600
500
2
400
300
20
1,5
200
50
0,70
40
0,60
h = Abertura da guia cm
30
20 0,50
10
9 0,40
10
9
8
8
7
6
0,30
5
7
4
0,25
3
6
2 0,20
5
1 0,15
L
BOCA-DE-LOBO
0,10
yo
y h
a = 5 cm
CAPACIDADE (l / s)
Alagamento de 1,67m Alagamento de 2,17m
GRELHA GRELHA
y (cm) simples dupla y (cm) simples dupla
5 27 53 6,5 39 79
10 75 151 11,5 93 186
11 87 174 12,5 105 211
16 153 305
CANTONEIRA CANTONEIRA
5 16 32 6,5 24 48
10 46 91 11,5 56 113
11 53 105 12,5 64 128
16 65 130
COMBINADA COMBINADA
5 43 85 6,5 63 127
10 121 242 11,5 149 299
11 140 279 12,5 169 339
16 218 435
Q / L = (K + C) × y × (g × y)½ (7.5)
Limite do escoamento
na sarjeta Limite do revestimento
da rua
A B
Planta
L1
yo
Vo
h
α a
y
z b
V
α
tg α = i
Elevação
T
it Área A o W it Área A
yo h
y/it θo y θo
θ a
Seção AA Seção BB
0,45
C= 2
1,12X . F
Onde: X = L / a × tg θ
F2 = 2[(E / y) – 1]
Sendo: E = [Qo2 /(2 . g . A2)] + y
BOCA-DE-LOBO
X = L / a 1 × tg θ
Onde: a1 = (b – i . L 2) / (1 – 4 × i)
C=0
y = yo
tg θ = tg θo
tg θo K
12 0,23
24 0,20
48 0,20
A equação de Q / L fica:
Q / L = K × y o × ( g × y o) ½ (7.7)
Para o estudo de grelhas instaladas em greide contínuo, adota-se o método de denominado The
Design of Storm Water Inlets, que consolida os estudos feitos pela Universidade Johns Hopkins
(U.S.A.) e que é descrito no livro Drenagem Urbana – Manual de Projeto, 3a Edição, 1986, DAEE /
CETESB, São Paulo, página 305. Como a descrição referenciada é longa, segue um exemplo,
com figura e gráfico, para o caso do esgotamento da boca-de-lobo combinada e em greide contínuo.
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Na figura 7.9, está mostrada a configuração básica de sarjeta, guia e boca-de-lobo combinadas
que foi considerada para gerar o gráfico da figura 7.10, para a declividade transversal de 1%. O
coeficiente de rugosidade de Manning usado foi 0,016. Os valores do gráfico foram calculados
pelo método da Universidade Johns Hopkins. Acima da linha tracejada, o gráfico fornece resultado
parcial porque parte da água não é interceptada e passa sobre a grelha.
Visando facilitar o trabalho de projetistas para obter a capacidade de boca-de-lobo nas aplicações
práticas de estudos e projetos de microdrenagem, pode-se adotar os valores apresentados na Tabela
7.3, para faixa de alagamento de 1,67m, e na Tabela 7.4, para faixa de alagamento de 2,17m, para
bocas-de-lobo em greide contínuo, os quais são adotados em Belo Horizonte /MG (SUDECAP – 2004).
As bocas-de-lobo estabelecidas em greide contínuo (intermediárias) serão locadas com auxílio das
92
tabelas para determinação dos comprimentos úteis (Lu). O ideal, se possível, é que os espaçamen-
tos sejam igualados a partir da primeira BL, de maneira a uniformizar as vazões dos escoamentos.
Planta
0.60m 0.90m 0.60m
A A
0.60m
Q0
B
Guia
Sarjeta sem depressão
5cm it
5
5
Grelha
0.60m
Corte A - A Corte B - B
Figura 7.9 – Boca-de-lobo combinada correspondente ao gráfico da figura 7.10
400
300
200
Q = vazão esgotada (l/s)
0
0,1
i=
100
5
0,0
i=
60 1
0,0
i=
50
Boca-de-lobo combinada
40 ,004 0.60m
i =0
θ
30 5cm
W = 60cm
L = 90cm
a = 5cm
20 tg θ =12
BOCA-DE-LOBO
i = 0.01
Nota
Acima da linha tracejada L > 90cm
deve-se considerar o valor de a.
10
10 20 30 40 50 100 200 300 400 500 1000
Q = vazão na sarjeta (l/s)
93
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
94
Tabela 7.3 – Capacidade das BL para greide contínuo – Faixa de alagamento de 1,67m
SARJETA A SARJETA B SARJETA C
Declividade
BLS BLD BLS BLD BLS BLD
(m/m) Qo (l/s) Vo (m/s) Qo (l/s) Vo (m/s) Qo (l/s) Vo (m/s)
Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s)
0,002 12,7 0,30 12,7 12,7 24,8 0,44 24,5 24,8 38,3 0,55 36,6 38,3
0,004 18,0 0,43 17,8 18,0 35,0 0,62 32,6 35,0 54,1 0,78 49,7 54,1
0,005 20,1 0,48 19,3 20,1 39,2 0,69 35,8 39,2 60,5 0,87 54,9 60,1
0,006 22,0 0,53 20,7 22,0 42,9 0,76 38,8 42,9 66,3 0,96 59,7 64,8
0,008 25,4 0,61 23,1 25,4 49,5 0,87 44,0 49,1 76,6 1,11 68,1 73,3
0,010 28,4 0,68 25,2 28,4 55,4 0,98 48,5 53,7 85,6 1,24 75,6 80,7
0,015 34,8 0,83 29,7 34,8 67,8 1,20 58,3 63,4 104,8 1,51 91,4 96,5
0,020 40,2 0,96 33,5 38,7 78,3 1,38 66,5 71,7 121,0 1,75 104,8 109,9
0,025 45,0 1,08 36,9 42,0 87,6 1,54 73,8 78,9 135,3 1,95 116,5 121,6
0,030 49,3 1,18 39,9 45,1 95,9 1,69 80,3 85,5 148,3 2,14 127,1 132,3
0,035 53,2 1,27 42,7 47,9 103,6 1,83 86,4 91,5 160,1 2,31 136,9 142,1
0,040 56,9 1,36 45,3 50,4 110,8 1,95 92,0 97,1 171,2 2,47 *120,0 151,2
0,050 63,6 1,52 50,1 55,2 123,8 2,18 102,2 107,3 191,4 2,76 *75,1 167,8
0,060 69,7 1,67 54,4 59,5 135,6 2,39 111,5 116,6 209,7 3,03 *47,0 182,8
0,070 75,3 1,80 58,3 63,4 146,5 2,58 120,0 125,1 226,5 3,27 *27,7 196,6
0,080 80,4 1,93 62,0 67,1 156,6 2,76 127,9 133,1 242,1 3,50 *13,6 209,5
0,090 85,3 2,04 65,4 70,5 166,1 2,93 *120,7 140,5 256,8 3,71 *2,7 221,6
0,100 89,9 2,15 68,7 73,8 175,1 3,09 *96,6 147,6 270,7 3,91 0,0 233,0
0,110 94,3 2,26 71,8 76,9 183,7 3,24 *77,6 154,3
0,120 98,5 2,36 74,7 79,9 191,8 3,38 *62,1 160,7
0,130 102,6 2,46 77,6 82,7 199,7 3,52 0,0 166,8
0,140 106,4 2,55 80,3 85,5 207,2 3,65 0,0 172,7
0,150 110,2 2,64 83,0 88,1 214,5 3,78 0,0 178,4
0,160 113,8 2,73 85,5 90,6 221,5 3,90 0,0 183,9
0,170 117,3 2,81 88,0 93,1
0,180 120,7 2,89 90,4 95,5
0,190 124,0 2,97 92,7 97,9
0,200 127,2 3,05 95,0 100,1
0,210 130,3 3,12 97,2 102,4
0,220 133,4 3,20 99,4 104,5
0,230 136,4 3,27 101,5 106,6
*Adotar boca-de-lobo dupla
0,240 139,3 3,34 103,6 108,7
0,250 142,2 3,41 105,6 110,7
0,260 145,0 3,47 107,6 112,7
0,270 147,8 3,54 109,6 114,7
0,280 150,5 3,61 111,5 116,6
0,290 153,2 3,67 113,4 118,5
0,300 155,8 3,73 115,2 120,3
Tabela 7.4 – Capacidade das BL para greide contínuo – Faixa de alagamento de 2,17m
SARJETA A SARJETA B SARJETA C
Declividade
BLS BLD BLS BLD BLS BLD
(m/m) Qo (l/s) Vo (m/s) Qo (l/s) Vo (m/s) Qo (l/s) Vo (m/s)
Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s) Q (l/s)
0,002 25,4 0,36 25,2 25,4 39,4 0,46 36,7 39,4 54,0 0,55 49,0 54,0
0,004 36,0 0,51 34,8 36,0 55,8 0,65 48,2 55,8 76,3 0,78 65,6 74,4
0,005 40,2 0,57 38,4 40,2 62,4 0,73 52,9 61,6 85,3 0,87 72,3 81,1
0,006 44,0 0,62 41,5 44,0 68,3 0,80 57,1 65,8 93,5 0,95 78,4 87,1
0,008 50,9 0,72 47,2 50,9 78,9 0,92 64,6 73,3 108,0 1,10 89,2 97,9
0,010 56,9 0,81 52,1 56,9 88,2 1,03 71,1 79,9 120,7 1,23 98,7 107,4
0,015 69,6 0,99 62,7 67,8 108,0 1,26 85,2 93,9 147,8 1,51 118,9 127,6
0,020 80,4 1,14 71,6 76,7 124,7 1,46 97,0 105,7 170,7 1,74 135,9 144,7
0,025 89,9 1,27 79,4 84,6 139,5 1,63 107,4 116,1 190,8 1,95 150,9 159,7
0,030 98,5 1,40 86,5 91,6 152,8 1,79 116,8 125,6 209,0 2,13 164,5 173,2
0,035 106,4 1,51 93,0 98,2 165,0 1,93 125,5 134,2 225,8 2,30 *163,4 185,7
0,040 113,7 1,61 99,1 104,2 176,4 2,07 133,5 142,3 241,4 2,46 *120,9 197,3
0,050 127,2 1,80 110,2 115,3 197,2 2,31 148,2 157,0 269,9 2,75 *64,2 218,5
0,060 139,3 1,98 120,2 125,4 216,0 2,53 161,6 170,3 295,6 3,02 *27,9 237,7
0,070 150,5 2,13 129,4 134,6 233,4 2,73 *158,0 182,6 319,3 3,26 *2,3 255,4
0,080 160,8 2,28 138,0 143,2 249,5 2,92 *113,8 194,0 341,4 3,48 0,0 271,8
0,090 170,6 2,42 146,1 151,2 264,6 3,10 *80,6 204,7 362,1 3,69 0,0 287,2
0,100 179,8 2,55 153,7 158,8 278,9 3,27 *54,5 214,8 381,7 3,89 0,0 301,8
0,110 188,6 2,67 161,0 166,1 292,5 3,42 *33,6 224,4
0,120 197,0 2,79 167,9 173,0 305,5 3,58 *16,3 233,6
0,130 205,0 2,91 174,5 179,7 318,0 3,72 *1,6 242,4
0,140 212,8 3,02 180,9 186,1 330,0 3,86 0,0 250,9
0,150 220,2 3,12 187,1 192,2 341,6 4,00 0,0 259,1
0,160 227,5 3,23 193,1 198,2
0,170 234,5 3,32 198,9 204,0
0,180 241,3 3,42 204,5 209,6
0,190 247,9 3,51 209,9 215,1
0,200 254,3 3,61 215,3 220,4
0,210 260,6 3,69 220,5 225,6
*Adotar boca-de-lobo dupla
0,220 266,7 3,78 225,5 230,7
0,230 272,7 3,87 230,5 235,6
0,240 278,6 3,95 235,3 240,5
BOCA-DE-LOBO
95
7.4 LOCAÇÃO DA PRIMEIRA BOCA-DE-LOBO
A primeira boca-de-lobo é locada a partir do divisor de águas até a seção da sarjeta onde o
alagamento atinge o limite (2,17m). Para o cálculo do comprimento da sarjeta, chamado de compri-
mento útil (Lu), aplica-se a seguinte fórmula:
Q
Lu = qs (7.8)
Onde:
Lu = comprimento útil (m)
Qs = capacidade de escoamento na sarjeta (l/s)
q = vazão específica da via (l/s/m)
A capacidade das bocas-de-lobo pode vir a ser menor que a calculada em virtude de:
– obstrução por detritos carreados pelas águas;
– irregularidades nos pavimentos das ruas, junto às sarjetas e bocas-de-lobo;
– metodologia de cálculo que nem sempre corresponde exatamente à realidade.
Levando em conta essas possibilidades, é conveniente aplicar um coeficiente de redução aos
valores teóricos obtidos, podendo-se adotar os que são mostrados na tabela 7.5.
cantoneira 80
Ponto Baixo com grelha 50
combinada 65
cantoneira 80
Greide Contínuo com grelha longitudinal 60
combinada 66
96
8
Galerias
As galerias constituem-se nos elementos de drenagem que permitem o escoamento das águas
captadas pelas bocas-de-lobo e caixas de ralo, sendo constituídas por estruturas fechadas (tubulares
ou celulares) que permitem a condução do fluxo d’água até um deságüe adequado.
Na Figura 8.1, está apresentada a configuração básica de um sistema de drenagem urbana, onde
está mostrado o uso de sarjeta, boca-de-lobo, poço de vista, caixa de ligação e finalmente a galeria
pluvial, elemento utilizado para dar destino final às águas captadas e escoadas pelo referido sistema.
e
c c Legenda
a a a – frente dos lotes
b c b – guia e sarjeta
d c – boca-de-lobo
e e
g d – conduto de ligação
d f e – galeria pluvial
c c f – poço de visita
a a g – caixa de ligação
sentido de escoamento
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Na Figura 8.2, está mostrada uma seção transversal onde é apresentada a forma adequada de
captação e escoamento de águas de uma via urbana.
N.A.
Sarjeta
Conduto Galeria
98 de ligação
(conexão)
Para que o sistema de galerias, a ser projetado, funcione de forma a não provocar transtornos à
população que utiliza as vias, deve-se observar os seguintes critérios:
1) O escoamento é calculado como conduto livre considerado como permanente e uniforme em
cada trecho da galeria;
2) As dimensões da galeria não devem decrescer na direção de jusante;
3) A rede tubular deve, preferencialmente, ser locada no eixo da pista. Para avenidas que disponham
ou venham a ser projetadas com canteiro central, deve-se locar esse sistema nessa região da via; e
4) Valores limites.
a) Medidas internas
No caso de seção circular, os condutos devem manter seu diâmetro. Se retangulares, podem variar
com abertura de janelas para equilíbrio das alturas de lâmina d’água, com espaçamento máximo de
50 metros. As aberturas são desaconselháveis em áreas urbanas. Na Tabela 8.1, estão apresenta-
das as dimensões recomendadas para galerias em vias urbanas, levando-se em conta aspectos
construtivos e também as necessidades de conservação para que o sistema funcione a contento ao
longo de sua vida útil.
b) Velocidade admissível
A velocidade é um elemento fundamental na definição da galeria a ser projetada ou verificada hidrau-
licamente. Se, em função de inclinações longitudinais ou dimensões, a galeria apresentar valores de
velocidade baixa, poderá ocorrer o assoreamento ao longo de sua extensão, implicando muitas vezes
no entupimento da mesma. Para evitar esse problema, há de se ampliar o número de inspeções e
trabalhos de conservação para mantê-la em pleno funcionamento. Em contrapartida, se a velocidade
ultrapassa o limite máximo recomendado para os materiais previstos para confecção da galeria, é
GALERIAS
adequado que sejam revistos os valores da inclinação longitudinal ou dimensões de forma a evitar que
seja ultrapassado o limite fixado. Esse procedimento evitará o surgimento de fenômenos erosivos no
interior da galeria pluvial, mantendo o tempo de vida útil do dispositivo e evitando ações freqüentes
de manutenção que, normalmente, são de difícil execução e onerosas. Cabe citar que, no caso de
dimensões inferiores a 120cm o reparo, dependendo da extensão, é praticamente impossível.
99
Na Tabela 8.2, são apresentados valores limites de velocidade (máximos e mínimos) que servem como
norteadores quando da elaboração e verificações hidráulicas de galerias existentes ou projetadas.
Tabela 8.2 – Velocidades limites de galerias
Velocidade (m / s)
Material
Máxima Mínima
celulares
Galerias de concreto 5,0
tubulares
0,75
Galerias de PVC φ < 1,2m (*) 6,0
helicoidal tubular φ ≥ 1,2m (*) 4,5
(*) Conforme recomendação de fabricantes
c) Declividade
A definição da declividade da galeria muitas vezes depende do projetista da drenagem e do res-
ponsável pelo projeto geométrico da via. Diante disto, é fundamental que haja um trabalho de
equipe que leve à solução técnica e economicamente adequada para o projeto como um todo. A
partir dos levantamentos topográficos e do projeto de urbanização, serão definidas as declividades
do arruamento.
A princípio, a inclinação longitudinal da galeria deve seguir a prevista para o arruamento, isto é,
obedecer a inclinação do greide. Porém, em função, principalmente, de cotas de deságüe e velo-
cidade, por vezes, esses valores precisam ser alterados e adequados, fazendo com isto, que a
galeria tenha inclinação própria.
Para determinar a declividade de um coletor, deve-se considerar a diferença de cotas entre o
ponto de entrada da água e ponto onde deságua: nível d’água no rio, canal ou um PV. Em
seguida mede-se o comprimento “L”. O coletor de lançamento deve ter sua geratriz inferior
acima do nível da água a jusante. Cabe citar que nem sempre isso permite garantir a declividade
necessária (Figura 8.3).
A declividade é determinada por i = ∆H/L, sendo ∆H o desnível conforme mostrado na Figura 8.3.
Cota do terreno
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
D
Nível d’água
Coletor Desnível H
L
Rec. – recobrimento
D – diâmetro interno
Por vezes, é conveniente usar galeria de menor dimensão empregando declividade maior que
aquela do terreno ou greide da via, pelo fato de que a redução das dimensões do tubo pode
ser mais econômica a despeito de um possível aumento da escavação. Na Tabela 8.3, são
100
apresentadas declividades recomendadas para o projeto de galerias. Lembrar que as mesmas
podem ser alteradas ou adequadas em função da velocidade do fluxo e da cota de deságüe.
Tabela 8.3 – Declividades recomendadas para galerias
d) Lâmina d’água
O limite de ocupação da galeria pelo fluxo a escoar permite ter a certeza que o dispositivo funciona-
rá dentro do que foi projetado. Com o objetivo de orientar os projetistas, na Tabela 8.4 são apresen-
tados os limites de lâmina d’água para os condutos.
e) Recobrimento
Com objetivo de proteger a galeria, evitando que a mesma seja submetida a esforços não recomenda-
dos para a sua estrutura, deve-se ter acima da mesma uma camada de proteção, chamada de
recobrimento. Recobrimento de uma galeria é a distância vertical entre o greide da via e a geratriz
superior do coletor, desprezando-se a espessura da galeria no cálculo do recobrimento (Figura 8.4).
Ct
Figura 8.4 – Exemplo de
recobrimento de uma galeria
Enchimento
Na Tabela 8.5 são apresentados valores mínimos de recobrimento para diferentes materiais e
dimensões das galerias.
GALERIAS
g) Número de conexões
No tocante às conexões os poços de visita e caixas de passagem não devem receber mais que 4
(quatro) condutos de ligação.
Queda
CE CF
(Cota de entrada do PV)
(Cota de saída do PV
ou cota de fundo)
102
1
A adoção desses valores levou em conta conhecimentos teóricos e informações práticas, sendo estas decorrentes do contato
com equipes de projeto/conservação em prefeituras e empresas que atuam em serviços de conservação de sistemas de galerias.
alteração de declividade. É recomendado que as cotas das geratrizes superiores dos coletores
sejam as mesmas.
Recobrimento
6) Cota do Fundo do PV
Na Figura 8.7, está mostrada esquematicamente a forma de determinar-se a cota de fundo do
primeiro poço de visita do sistema de galeria pluvial que é calculada pela expressão seguinte.
Ct
Rec
• Demais poços
A determinação da cota de fundo dos demais poços de visita está apresentada na Figura 8.8,
onde se mostra a obtenção do desnível e da distância entre dois PVs.
PV PV montante
ΔH C
∆H = L . i (8.3)
7) Nível d’água na galeria
A cota do nível d’água no interior da galeria, quer seja a montante ou jusante, se obtém somando-
se à cota de fundo o valor do tirante “y”. Esta cota é determinada na entrada e saída da galeria no PV.
8) Os remansos não devem ser admitidos no interior das galerias. A seguir, na Figura 8.9, são
apresentadas algumas soluções para prevenir a possibilidade dessa ocorrência.
(a) Q
h1 h2
PROBLEMA
I = Cte
(a) O remanso pode ocasionar V1 < 0,75 m/s ou
encher o tubo h/D > 0,85, passando o escoamento
(b) Q
de conduto livre para conduto forçado.
h1 h2 POSSÍVEIS SOLUÇÕES
I = Cte (b) mesmo nível de energia (esta é a melhor solução
para evitar remanso, ressalto e turbilhonamento,
h1
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
8.2 DIMENSIONAMENTO
Tendo em vista que uma galeria é dimensionada como conduto livre (canal) e em regime per-
manente e uniforme, são empregadas a equação da continuidade e a fórmula de chezy com o
coeficiente de Manning, tal como no dimensionamento de canais.
NA
y
q
O ângulo “θ” será sempre expresso em radianos (rad) nas fórmulas utilizadas e mostradas a seguir.
Área molhada:
Cos (θ / 2) = 1 - (2 y / D) (8.5)
Área molhada:
Perímetro molhado:
PH = (θ / 2) D (8.7)
Raio hidráulico:
RH = D (θ - sen θ) / 4θ (8.8)
T = D sen (θ / 2) (8.9)
Profundidade hidráulica:
NA
H
AH
y
B da seção retangular
Área molhada:
AH = B.y (8.11)
PH = B + 2.y (8.12)
Raio hidráulico:
T=B (8.14)
Profundidade hidráulica:
y=A/T (8.15)
Para uma dada seção hidráulica, se o tirante d’água (y) for menor que o crítico (yc) ou a declividade
maior que a crítica, o fluxo está ocorrendo no regime supercrítico (turbulento, torrencial ou rápido)
caso contrário, estará no subcrítico.
D
y
2
montante + 2 x g x ∆H
Vjusante = (V ) 0,5 (8.16)
Onde:
Vjusante = velocidade d’água no deságüe a jusante
Vmontante = velocidade d’água no PV de montante
∆H = desnível da galeria entre os dois pontos
g = aceleração da gravidade (g=9,81m/s2)
Para dimensionamento das seções tubulares, arbitra-se que a altura que representa a energia
especificada do fluxo crítico seja a altura da galeria sem carga hidráulica a montante.
106
Assim:
EC = D (8.17)
Como:
3
EC = y (8.18)
2 C
e
yc = D (θ - sen θ) / (8 sen θ / 2) (8.19)
Chega-se a:
θC = 4,0335 rd (8.20)
e a um tirante crítico:
yc = 0,716 D (8.21)
No caso de seção celular, considera-se que a altura representativa da energia específica do fluxo
crítico seja igual à altura da célula:
Ec = H (8.25)
Como
3 3
EC = y ⇒ H= y (8.26)
2 C 2 C
Sendo
2
yc = H (8.27)
3
Chega-se às seguintes expressões:
107
Velocidade: V = [ (θ - senθ) /4θ] 2/3 D2/3 i 1/2/n em (m/s) (8.31)
Vazão: Q = (1/16) [(θ - senθ)5 / 2θ2] 1/3 D8/3 i 1/2/n em (m3/s) (8.32)
Como se pode observar, V e Q são expressos em função do ângulo θ que por sua vez está ligado
ao tirante y e ao diâmetro D pela equação:
Cos θ = 1 - 2y (8.33)
2 D
ou
θ = 2 arc cos [1- (2 y / D)] (8.34)
Nos dutos celulares há três grandezas a considerar: a largura B, o tirante y e a altura H. Para se
obter uma solução, costuma-se fixar B para se determinar y. H é uma conseqüência de y devido à
folga, altura livre, entre a lâmina d'água e a laje superior da galeria:
H = y / 0,9 (8.37)
Seqüência:
a) admite-se y / D = 0,9;
b) com o valor de y / D, calcula-se Q e V ou se consultam as tabelas previamente elaboradas.
c) comparam-se:
– O diâmetro calculado com os comercialmente disponíveis, adotando-se o de menor
perímetro molhado que atenda à vazão requerida.
108
– A velocidade de escoamento com os valores mínimo e máximo aceitáveis, função
da sedimentação das partículas em suspensão e da erosão das paredes dos dutos.
Tabela 8.7 – Um modelo de tabela para cálculo de coletores de águas pluviais
(ha) r (ha) Cd (min) (mm/h) Ce (l/s) (l/s) (m/m) (m) (m) (m) (m/s) (m) (min)
1 A 17,03 16,08
0,5 0,4 0,5 1 12 90 0,3 37,1 37,1 0,01 0,3 0,138 0,147 1,18 50 0,71
15,68
2 A 16,63
15,62
0,4 0,4 0,9 1 12,7 87 0,3 29 66,1 0,01 0,3 0,198 1,35 50 0,62
15,22
3 A 16,23
15,17
0,4 0,4 1,3 0,96 13,3 85 0,3 27,4 93,5 0,01 0,4 0,221 1,48 63 0,71
14,67
4 A 15,73
CE – Cota de entrada
– Cota de saída (fundo)
CF
e) Na Tabela 8.7 está mostrado um exemplo de cálculo de coletores de drenagem.
nova tentativa com outra relação y / D, alterando o diâmetro do coletor e procurando-se
d) Se os valores acima são aceitáveis o dimensionamento está concluído senão faz-se
GALERIAS
109
9
Reservatórios
Este capítulo trata de diversas formas de reduzir ou retardar o deflúvio direto. Ele apresenta objeti-
vos, características, elementos de projeto e de dimensionamento hidráulico de inúmeros tipos de
reservatórios, naturais e artificiais. Tais dispositivos são indicados como drenagem compensatória
aos efeitos danosos causados pela crescente impermeabilização das bacias hidrográficas, pela ca-
nalização de córregos e rios e pelo aumento de obras de microdrenagem, que têm tido como objetivo
principal esgotar as vazões das chuvas mais freqüentes, fazendo com que as águas alcancem de
forma mais rápida a macrodrenagem interferindo de forma inadequada com esta. O armazena-
mento temporário das águas pluviais amortece as cheias, concilia as efluências com a capacidade
da macrodrenagem e da microdrenagem a jusante e reduz o custo global das obras de drenagem.
Algumas formas de reduzir o deflúvio superficial direto e uma classificação dos tipos de reserva-
tórios estão descritos na Tabela 9.1. Ela é uma adaptação de trabalho do “Soil Conservation Service
(SCS)” dos Estados Unidos gerada a partir de tabelas de “Gert Aron da Universidade de Pennsylvania”.
Na figura 9.1, está mostrada uma solução de redução de enchente que vem sendo adotada nas
grandes cidades que utilizam grandes reservatórios artificiais, os chamados “piscinões”.
Uma outra classificação de reservatório, em relação à participação da calha do rio, é denominada:
110
• in stream: reservatório se dá no rio (barragens)
• off stream: ocorre fora do rio (“piscinão”)
Figura 9.1 – Piscinão TM-7 / Canarinho – São Paulo (DAEE /SP)
Na Tabela 9.2, são apresentadas formas de redução do deflúvio direto, bem como se mostra o
resultado de sua implantação.
1.1 Telhado de superfície rugosa e com baixa declividade. a) Aumentar o tempo de concentração.
b) Estética
Prediais
1.3 Armazenamento em reservatório de lote, d) Uso da água para: consumo, descarga de banheiro, lavagens
tanque ou chafariz. (veículos, pisos), irrigação, proteção contra fogo e refrigeração.
e) Recarga lenta do lençol freático.
2.1 Pavimento permeável: grama, concreto poroso,
f) Redução de custo do pavimento.
cascalho ou com furos.
Pátios
Lençol freático
Figura 9.2 – Tipos de reservatório: (a) infiltração; (b) detenção e (c) retenção
No reservatório de retenção, o eflúvio não ocorre durante a acumulação. Esse tipo de reservatório
permanece sempre com água e por isso é chamado de “molhado”. Essa água pode ser aproveitada
para irrigação, manutenção de vazão mínima no rio ou retornar naturalmente ao lençol freático e ao
ar atmosférico.
Nas Figuras 9.3, 9.4 e 9.5, estão apresentados esquematicamente exemplos de reservatórios
sugeridos para conter as vazões afluentes minimizando seus possíveis efeitos de cheias.
Planta
Platô inferior
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Pequeno canal
Dispositivo longo de
controle da detenção
Entrada
Extravasador de
Corte emergência
Nível 10 anos Tela
Nível 2 anos
Colar
antivazamento
Torre
Riprap
proteção
Material granular
Retorno
Vertedor
Reservatório
Canal
Seção transversal
Vista
frontal do
vertedor
h2 h h1
dQ = Cd × L × dh × (2.g.h)1/2
onde: Cd = coeficiente de descarga
Na Figura 9.7, está apresentada a situação de fluxo livre e de fluxo com carga a montante para
um reservatório e sua forma de controle de saída.
h
Controle
de saída
a
Q
Onde:
Q = vazão (m3/s)
Cd= coeficiente de descarga ( adimensional)
S = área útil do orifício ou seção de escoamento (m2)
g = aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
h = profundidade da água junto à saída (m)
a = metade da altura do orifício (m)
A Figura 9.8, apresenta as características de diferentes orifícos com seus respectivos coeficientes
de descarga.
h2
1 AR
t =- .
C d.S. 2.g h ∫ h
.dh (9.4)
1
RESERVATÓRIOS
Sendo o reservatório um volume prismático ou de seção horizontal com área constante, resulta em:
t=
2.A R
C d.S. 2.g
. (h 2 − h1 ) (9.5)
Onde:
AR = área do reservatório – superfície (m2)
115
S = área frontal do orifício (m2)
t = tempo necessário para o esvaziamento (s)
2) Uso dos nomogramas de cálculo
Quando h < 4a, utilizam-se os nomogramas das Figuras 9.9 e 9.10 em lugar
das fórmulas apresentadas no subitem anterior.
4,00
70
3,50 Exemplo
60
Célula 2m x 2m Q = 20m3/s
50 3
Q/b = 10m /s/m
(1) (2) (3)
8 9 10
3,00 40 Escala H
HW
H 8
7
(1) 1,75 3,5 6 7 8
30
(2) 1,90 3,8 6 7
5 6
2,50 (3) 2,06 4,1 5
20 4 5
4
8
2
6 2
1,00 2
5
Altura da célula “H” em metros
Ângulo de 1,50
4 1,5
alargamento
0,90 da ala 1,5
3
Escala Alargamento
0,80 2 HW/H da ala
(1) 30° a 75° 1
(2) 90° a 16°
(3) 0° 0,9 1 1
0,70
1
0,8
0,80
0,60 0,60 0,7
0,50
0,40 0,7 0,7
0,6
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
0,50 0,30
0,6 0,6
0,20 0,5
0,5 0,5
Para usar a escala
0,40 (2) ou (3), deslocar 0,4
horizontalmente 0,10
até a escala (1) e 0,08
após, atravessar 0,4 0,4
pelas escalas de “H” 0,06
e “Q/b” ou seguir 0,05
0,30 o caminho inverso 0,3 0,35 0,35
0,04
116
4,50 300
(1) (2) (3)
4,00 200 Exemplo 6
Tubo D = 2m 6
Q = 16,5 m3/s 5 5
3,50 HW
6
100 Escala D HW 4
5 4
80 (1) 2,5 5,0
20 2
2,00 2
Diâmetro do tubo (D) em metros
2
10
1,5 1,5
8
6 1,5
Vazão (Q)m3/s
1,50 5
4
3
2
1 1
1,00 1
Escala
1 HW/H Tipo de entrada 0,9 0,9
0,90 0,8 0,9
(1) Quadrada com muro testa
0,80 0,6 (2) Ranhurada com muro testa
0,5 (3) Ranhurada e saliente 0,8 0,8
0,4 0,8
0,70
0,3 Para usar a escala 0,7
(2) ou (3), deslocar 0,7
0,60 0,2 horizontalmente
0,7
até a escala (1) e
após, atravessar
0,50 pelas escalas de “D” 0,6
0,1 0,6
e “Q” ou seguir 0,6
0,08 o caminho inverso
0,06
0,40 0,05
0,04
0,5 0,5
0,03 0,5
0,02
0,30
117
Tabela 9.3 – Equações da curva de descarga de diferentes vertedores
Vertedor Fórmula
Soleira livre Q = Cd × L × h23/2 (9.6)
Com comporta Q = 2/3 × (2g × Cd × L) × [h2 3/2 3/2
– h1 ] (9.7)
Tulipa Q = C o . ( 2 . π . R S) h 3/2
(9.8)
1/2
Bueiro Q = Cd . W. D ( 2 . g . h) (9.9)
Onde:
Q = vazão de descarga (m3/s);
Cd = coeficiente de descarga (adimensional) ;
L = largura da crista do vertedor (m);
h2 = carga total referente à crista do vertedor (m);
h1 = carga total referente ao topo da abertura (m);
C0 = coeficiente que relaciona h2 e RS (adimensional)
Rs = raio de abertura do vertedor (m);
D = altura da abertura (m);
W = largura da embocadura (m).
g = 9,81 m/s2
v1 V (9.11)
Q e1 + Q e2 + − Q S1 − Q S 2 = 2
Δt /2 Δt / 2
Na Tabela 9.4, apresenta-se o algoritmo de cálculo para reservatórios, segundo a metodologia citada.
1) Obter o lote padrão a ser utilizado no estudo (área do lote da zona estudada);
2) Obter a taxa de ocupação da região estudada;
3) Determinar os intervalos de declividade;
4) Estudo e correção dos coeficientes de deflúvio;
5) Determinar as intensidades de precipitação;
6) Calcular as vazões de entrada e saída;
119
1
PUBLICAÇÃO UEPG – Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Engenharia, 6 (1): 47-68, 2000.
7) Traçar os hidrogramas;
8) Calcular os volumes de armazenamento; e
9) Dimensionar os condutos de saída.
2,5
1,5
1
100 % imp.
90 % imp.
0,5 80 % imp.
75 % imp.
50 % imp.
0,0
200 300 400 500 600
Área do lote (m2)
10
5
Corte B – B
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
variável
5
variável
A A
Planta
B
5
10
5
variável
Corte A – A
Figura 9.12 – Exemplo de um reservatório subterrâneo
120 retangular (CRUZ et al, 1998)
Planta
B
variável
15
A A
70
15
B
5
10
variável
Corte A – A Corte B – B
coletor do
telhado
extravasador
bloco de tampo do
dispersão duto de
observação
30 cm até
duto de o dreno
entrada
no dreno
filtro de manta
sintética (geotêxtil)
cego
30cm
duto de observação
perfurado e ancorado
brita nos 3 e 4
fundação
da edificação distância mínima
de 3m
infiltração
Extravasador
de emergência
Coletor
Vertedor
Coletor de água
Figura 9.15 - Bacia subterrânea (STU, 1993).
Segundo Tucci (2002), nas inundações, os principais impactos sobre a população são:
1) Prejuízos de perdas materiais e humanas;
2) Interrupção da atividade econômica das áreas inundadas;
3) Contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera etc; e
4) Contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico, de estações de
tratamentos dentre outros.
Para controle dessa poluição, podem ser construídas bacias com características específicas a
determinados tipos de poluição, como segue:
Entrada
Saída
Canal central
r
do
Ve r t e
Zona litorânea
Entrada
Saída
r
Ve r t e d o
3) Alagadiços
A solução com o uso dos alagadiços é excelente para reter sedimentos e poluentes do escoamento
superficial e permite formar “habitats” para aves e outros animais.
O solo deve ser pouco permeável para permitir o represamento e possuir uma declividade média
baixa, próxima do zero, objetivando manter o fluxo d’água superficial, escoando e circulando pelas
plantas. A título ilustrativo é apresentada na Figura 9.18 em planta e em corte longitudinal, um
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
Entrada Saída
Vertedor
124
Figura 9.18 – Esquema de alagadiços usados no controle de drenagem pluvial urbana.
(Fonte: Urban Drainage and Flood District, 1992)
esquema da solução descrita. Esta opção de solução é eficiente para remover compostos de
fósforo e nitrogênio, bem como aqueles orgânicos. Para seu funcionamento eficiente, deve-se
manter uma profundidade média da lâmina d’água de aproximadamente 15cm.
Para este tipo de solução várias, formas de armazenamento se apresentam para a água pluvial.
São eles os seguintes:
Selo: Camada (normalmente constituída de argila) que é uma barreira à passagem d’água. Serve
como um vedante hidráulico para um dispositivo. Pode, por exemplo, ser aplicado no fundo
de um reservatório natural para reduzir a perda d’água por infiltração.
Tubo drenante: um tubo furado, poroso ou cego, que capta a água e a conduz ao local de deságüe.
Para que os furos e o interior do tubo não sejam obstruídos, protege-se com uma manta
sintética ou material granular que atenda à seguinte condição de K. Terzaghi:
d 85% P ≥ de
Onde:
de = diâmetro dos furos do tubo
d85% P = diâmetro correspondente à porcentagem de 85% passando de material de proteção
do tubo
d15%Grosso ≥ 5 × d15%Fino
Onde:
d15% Grosso = diâmetro (tamanho de peneira) correspondente à porcentagem de 15% passando
do material grosso.
D85% Fino = diâmetro (tamanho da peneira) correspondente à porcentagem de 85% passando
do material fino.
126
5
O filtro possui também a função, de extrema importância, que é de não permitir piping – erosão interna do solo.
Na Figura 9.20, está mostrado um dreno com a posição das camadas dos materiais necessários
ao seu funcionamento adequado:
Grosso = Material granular de dimensões maiores que Fino, para onde se encaminha o fluxo.
Fino = Material granular de dimensões menores que Grosso, de onde vem o fluxo.
Relatividade
Fino
Grosso Fino
Q=K×A×I (9.12)
Onde:
Q = capacidade de vazão do dreno, deve ser igual à descarga de projeto (m3/s)
K = coeficiente de permeabilidade do material drenante (m/dia ou cm/s)
A = área da seção transversal do dreno (m2)
i = gradiente hidráulico do dreno (∆h /L) , simplificando, igual à declividade (m/m)
Na Figura 9.21, é apresentado o esquema dos parâmetros geométricos para a aplicação da Lei de
Darcy. Na prática, pode-se deparar com diferentes alternativas para o projeto e construção de drenos.
RESERVATÓRIOS
A
h1
h2
z1
z2
Q Figura 9.21 – Esquema de um dreno
com os elementos da Lei de Darcy
L
127
Na Tabela 9.5, estão apresentadas as condicionantes disponíveis e a resposta necessária ao
dimensionamento desses dispositivos.
Tabela 9.5 – Situações locais impostas e solução pela Lei de Darcy
Condicionantes Solução
Q (vazão de projeto) K (material) e A (área)
Q (vazão de projeto) e A (área) K (material)
Q (vazão de projeto) e K (material) A (área)
Para o caso de drenos, Terzaghi estabeleceu uma terceira recomendação para os filtros e material
drenante. A esta condição ele denominou de uniformidade:
Onde:
d10% = diâmetro (tamanho da peneira) correspondente à porcentagem de 10% passando
do material.
d60% = diâmetro (tamanho da peneira) correspondente à porcentagem de 60% passando
do material.
A experiência tem recomendado algumas curvas para composição de agregados para drenos
6
Fonte: Associação Brasileira de Águas Subterrâneas.
RETIDO %
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
4”
2”
11/2” k = 42cm/s
Grosso 1”
Pedregulho
3/4”
k = 12.6cm/s
1/2”
3/8”
k=7
k = 4.9cm/s .0cm
/s
4
k = 2.1cm
Fino
/s
109 k=
k= 3.
5
1 x1
k = .8 x 1 02
16 7x 0 cm
Grossa
2
k= 1 c m /s
3.6 0 2cm /s
20 k= x1 / s
7x 0 2c
10 2 m /s
cm
30 /s
40
Areia
50
60
Fina
90
100
200
90 80 70 60 50 40 30 20 10
PASSANDO %
Brita
2 2,0 a 2,5 25
1 1,0 a 2,0 15
0 0,5 a 1,0 5
Grossa 0,2 a 0,5 10-1
Areia
Fina 0,005 a 0,04 10-3
Silte 0,0005 a 0,005 10-5
Argila menor que 0,0005 10-8
129
7
Alguns, para esta aplicação, preferem a fórmula de Hazen-Willians e outros a de Scobey.
9.3.4 Tipos de dispositivos de infiltração
Filtro
Filtro
Figura 9.23 – Exemplos
Base
drenante
de pavimentos permeáveis
(adaptado de
Filtro
Solo
Urbonas e Stahre, 1993)
(BALADES et al., 1998). Existe uma variante, denominada trincheira de retenção, que é adaptada
para solos pouco permeáveis, na qual a saída de água é direcionada para um exutório. Nas Figuras
9.24 e 9.25, são apresentados esquemas ilustrativos sobre este tipo de solução.
Solo Solo
Frente
Para o
exutório
Figura 9.24 – Trincheira
Pouco permeável ou impermeável
de infiltração e de retenção
(AZZOUT et al, 1994)
Trincheira de infiltração Trincheira de retenção
130
8
Recomendação do engenheiro calculista Prof. Eduardo Thomaz (IME-2007)
9
Fonte: André Luiz Lopes da Silveira (UFRGS-2002)
Faixa de vegetação (grama)
Cap
Poço de observação
Vertedouro
de emergência
Camada de proteção
geotêxtil
Filtro de proteção
Trincheira preenchida geotêxtil para prevenir
com material contra contaminação
granular limpo
Filtro de areia ou
geotêxtil equivalente
Tais dispositivos não são recomendados em áreas industriais ou comerciais pelo perigo de conta-
minação com substâncias químicas, pesticidas e derivados de petróleo. Também não devem ser
posicionados próximos a captações de água de poços de abastecimento.
Nos países em desenvolvimento, há uma tendência a limitar o seu uso a estacionamentos ex-
ternos de edifícios residenciais e de empreendimentos comerciais como supermercados e cen-
tros comerciais.
São mostrados na Figura 9.26, de forma esquemática, detalhes referentes ao uso desta solução
nas áreas citadas acima.
RESERVATÓRIOS
Grelha Tubo de
distribuição
Caixa
da grelha Material
Depósito granular
9.28, está ilustrado o caso de um poço de infiltração preenchido, onde nota-se o isolamento da
brita por um geotêxtil para evitar migração de finos para dentro ou para fora do poço. Quando
o lençol freático está raso, ele é chamado de poço de injeção, pois penetra nesta camada aqüífera.
seixos
Material poroso
132
Figura 9.28 – Poço de infiltração (AZZOUT et al., 1994)
O poço de infiltração (ou de injeção) reduz o escoamento superficial proveniente de alguns mi-
lhares de m2. Por serem pontuais, os poços de infiltração ou injeção são excelentes para um
controle distribuído dos excessos pluviais, permitindo uma economia na construção de redes
pluviais convencionais. Também flexibilizam soluções urbanísticas, por ocupar pouco espaço e
podendo passar despercebidos.
133
Tabela 9.8 – Tipos de obras de controle na fonte10
Telhado Telhado com função Armazenamento temporário da chuva Retardo do escoamento pluvial
reservatório reservatório no telhado da edificação da própria edificação
Amortecimento de cheias
Faixas Faixas de terreno
Áreas de escape para enchentes e infiltração de
gramadas marginais a corpos d’água
contribuições laterais
10
UFRGS – 2002
134
10
Outros dispositivos
de drenagem
As chamadas “descidas d’água” são dispositivos de drenagem superficial, que servem para
conduzir a água captada, por outros dispositivos nos taludes de corte e aterro até um ponto de
saída. São dispositivos que conduzem as águas de cotas mais elevadas para cotas mais baixas,
de forma segura, em um ponto localizado da via, como, por exemplo, quando as valetas de corte
ou sarjetas de aterro atingem seu comprimento crítico ou nos pontos baixos das curvas verticais
côncavas. O deságüe deve ocorrer de forma segura no terreno natural ou em caixas coletoras.
A Figura 10.1 apresenta as características de uma descida d’água.
Descida
Bueiro Pista
de greide
10.1.1 Configurações
Quanto a configuração são dois os tipos de dispositivos de descida d’água: rápido e em degraus.
Seus elementos característicos estão ilustrados por imagens na Figura 10.2.
Onde:
Q = Descarga de projeto a ser conduzida pela descida d’água (m3/s)
L = Largura da descida d’água (m)
H = Altura das paredes laterais da descida (m)
V = (2 × g × h)1/2 (10.2)
Onde:
V = velocidade no pé da descida (m/s)
g = aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
h = diferença entre a cota de topo e a cota de deságüe da descida d’água (em m)
50 cm
35 cm
7,5 cm 7,5 cm
Brita no 5
10 cm
7,5 cm
Concreto fck > 9.0 Mpa
137
1
Grande parte do conteúdo do item referente aos dissipadores de energia, inclusive as figuras, foi adaptado do Manual
de Drenagem de Rodovias (DNIT – 2006).
A equação 10.3 apresenta a forma de calcular o número de Froude para este dispositivo:
Onde:
F1 = número de Froude (adimensional)
V1 = velocidade do fluxo afluente à bacia (em m/s)
g = aceleração da gravidade (9,81 m/s2)
y1 = altura do fluxo afluente à bacia (m)
Para determinar a altura do fluxo (tirante) na saída da bacia de amortecimento, após o fenômeno
do ressalto, utiliza-se a expressão 10.4 mostrada a seguir:
y2
Figura 10.5– Esquema para cálculo
V1 da bacia de amortecimento
V1
1,7 < F < 2,5
0,2 y1
H
C Rip-Rap
0,375 y1
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
y1
y1 0,75. y1
1
Dente 2
Cunha 0,8. y2
Soleira
H = y’2 + Z (10.5)
Onde:
As expressões que permitem o cálculo de y’2 constam na Tabela 10.2 inserida a seguir.
Tabela 10.2 – Expressões para cálculo de y’2
O cálculo do comprimento da bacia (L) e da altura da soleira (C) deve ocorrer se F < 17 utilizando
as expressões seguintes:
L = 11,842 y2 / F (10.7)
C = 0,07 y2 (10.8)
Uma outra forma de se obter o comprimento da bacia, com o uso do número de Froude e do valor
de y2, é através do gráfico do BPR, apresentado na Figura 10.7, onde se pode obter a longitude do
ressalto e, conseqüentemente, o comprimento da bacia de amortecimento.
L
5
y2
3
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Rip-rap é o termo empregado nesta circunstância para indicar uma camada de empedramento
constituída de pedras não lavradas que se constrói em pontos específicos para evitar erosão do
solo, em geral em locais onde haja variação de nível d’água ou fluxo de água com velocidade capaz
de deslocar as partículas de solo.
Deve-se usar rip-rap na saída das bacias de amortecimento, saída de bueiros e de outros dis-
positivos quando a velocidade de jusante estiver próxima do limite de erosão do terreno natural.
Para uma determinada inclinação longitudinal a jusante e velocidade de saída do fluxo d’ água
139
no dispositivo, tem-se a pedra de diâmetro mínimo que não é carregada pelo fluxo.
O diâmetro esférico das pedras, com massa específica de 2,64 g/cm3, a utilizar no rip-rap é
determinado no gráfico da Figura 10.8 apresentado a seguir. Caso a pedra empregada seja
diferente, calcula-se o novo diâmetro (ou diâmetro equivalente) pela massa específica da pedra
disponível, com a aplicação da seguinte expressão:
Onde:
Kw = diâmetro da pedra a ser usada, em cm
k = diâmetro da pedra, obtido no gráfico, em cm
w = peso específico da pedra de diâmetro Kw, em g/cm3
7,5 12:1
4:1
7,0 3:1
6,5 2:1
11/2:1
6,0
5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
Para pedra pesada
2,64 g/cm3
2,0
1,5
1,0
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
0,5
0,0
0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20
Diâmetro esférico equivalente da pedra, em metros
140
Anexos
ANEXO A
Valores referenciais para projetos de
logradouros e loteamentos
Comprimento
máximo da
quadra (m)
Testada (m) Vias
Categoria
Área
mínima Locais
(m2) padrão esquina Arteriais Coletoras
Principal Secund. Quadra
a
1 50.000 100 --- sim sim sim não não ---
2a 10.000 50 --- sim sim sim não não ---
3a 1.200 20 25 sim sim sim sim não 400
4a 600 15 20 sim sim sim sim não 300
5a 450 14 15 sim sim sim sim não 250
6a 360 12 13 sim sim sim sim sim 200
7a 300 10 12 não sim sim sim sim 200
8a 225 9 11 não não não sim sim 200
9a 125 8 10 não não não sim sim 180
Circulação
Veículos Veículos e pedestres
Medidas limites
Expressa Arterial Principal Local Pedestres
1 e 2a Categorias
a a
1 Cat. a
2 Cat. (coletora)
Via1 Projeto 37 30 20 12 8
( metros )
Mínimo
15 ou
Declividade Máx. 6 8 8 10 15
escadaria
longitudinal (%)
Mín. 0,50
Fonte: Manual de Desdobro – PM São Paulo – Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano
1
Via: superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, inclui a pista, a calçada, canteiro central, acostamento e ilha (Código de 141
Trânsito Brasileiro).
2
Pista (faixa carroçável ou pista de rolamento): parte da pista usada para a circulação de veículos e animais. (Código de Trânsito Brasileiro).
Tabela A.3 – Declividades transversais máximas para pavimentos
Tais valores levam em conta aspectos de segurança para os veículos, conforto para os usuários
e drenagem da via.
As declividades consideradas na Tabela A.4, são sugestões que podem ser adotadas ou não em
projetos geométricos. Recomenda-se cautela na definição do greide final de terraplenagem da
via urbana, devido à possibilidade de comprometer a viabilidade técnica e econômica da obra.
As declividades acentuadas do relevo (ou topografia) original do município acarretam soluções
de engenharia, que podem afetar as finanças do município. A adoção de declividades (ou greide)
de projeto como padrão, para municípios, por exemplo, com relevos acidentados (elevados) pode
gerar obras mais caras, em função da complexidade do projeto e da sua execução.
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
ANEXO B
Elaboração dos desenhos
(Extrato do padrão SUDECAP – 2004 com adaptações
pelos autores e CPU/ ABPv)
PV no (numeração)
T – cota da tampa
F – cota da saída do fundo
143
3.3.4 Símbolos
Apresentam-se abaixo quadros com convenções adotados em projetos básico e executivo de
sistema viário.
Areia 0,2
Corte
0,1
Pedra 0,1
Erosão 0,1
Edificação 0,1
Estrada de (ASF. = asfalto 0,4
0,3
rodagem (TER. = Terra)
Ruína ou alicerce 0,2
Estrada de ferro 0,2
Caminho 0,3
Túnel 0,2
Cerca de arame x x x x x x x 0,1
Ponte 0,2
Linha de energia ou 0,1
0,1
Via sobre represa 0,2
0,3 Torre de rádio ou 0,1
Brejo 0,2
Monumento 0,1
Muro 0,1
Lacrimal 0,2
Boca- de-lobo simples
0,2
Pinguela 0,2 existente
Boca- de-lobo dupla
0,2
existente
Sentido de fluxo 0,2
Boca- de-lobo simples
projetada 0,2
Mato M 0,2 Boca- de-lobo dupla
projetada 0,2
Bosque Bos. 0,2 Boca de galeria 0,2
existente
Cultura CL 0,2 Boca de galeria
projetada 0,2
144
ÍTENS CONVENÇÃO TRAÇO ÍTENS CONVENÇÃO TRAÇO
Caixa de passagem
projetada no perfil 0,2 Lançamento CP 0,2
Galeria ou canal
existente 0,2 A = Água
AP = Água pluvial AP
Redes
existentes ES = Esgoto
ES 0,4
Galeria projetada 0,4 TL = Telecomun. TL
CE
CE = Eletricidade
Asfalto existente 0,2
A = Água
AP = Água pluvial
Poliedro existente 0,2 PV ES = Esgoto A
existente 0,2
TL = Telecomun.
Ligação entre PV 0,2 CE = Eletricidade
e boca-de-lobo
A = Água
Sarjeta existente 0,2 AP = Água pluvial
PV A
ES = Esgoto 0,2
projetado TL = Telecomun.
Sarjeta projetada 0,2 CE = Eletricidade
ANEXOS
145
ANEXO C
Parâmetros para cálculo de precipitação,
segundo Otto Pfafstetter
Valores de β
No POSTO UF a b c
5 min 15 min 30 min 1h a 6d
1 ALEGRETE RS 0,3 33 20 0,16 0,12 0,12 0,08
2 ALTO ITATIAIA RJ 0,7 26 20 0,08 0,08 0,08 0,08
3 ALTO TAPAJÓS PA 0,4 35 20 0,08 0,04 0,04 0,04
4 ALTO TEREZÓPOLIS RJ 0,8 41 10 0,00 0,08 0,08 0,08
5 ARACAJU SE 0,6 24 20 0,00 0,04 0,08 0,20
6 AVARÉ SP 0,3 25 20 0,00 0,04 0,08 0,08
7 BAGÉ RS 0,5 23 20 0,08 0,08 0,08 0,08
8 BANGU (Rio de Janeiro/RJ) RJ 0,1 30 20 0,00 0,12 0,12 0,12
9 BARBACENA MG 0,5 18 60 0,12 0,12 0,08 0,04
10 BARRA DO CORDA MA 0,1 28 20 -0,08 0,04 0,08 0,12
11 BAURU SP 0,5 24 20 -0,04 0,08 0,08 0,08
12 BELÉM PA 0,4 31 20 -0,04 0,00 0,00 0,04
13 BELO HORIZONTE MG 0,6 26 20 0,12 0,12 0,12 0,04
14 BLUMENAU SC 0,2 24 20 -0,08 0,08 0,08 0,08
15 BONSUCESSO MG 0,8 18 60 0,04 0,04 0,04 0,04
16 CABO FRIO RJ 0,2 20 20 0,16 0,20 0,20 0,12
17 CAMPOS RJ 0,2 27 20 0,12 0,12 0,12 0,08
18 CAMPOS DO JORDÃO SP 0,2 32 20 -0,04 0,08 0,12 0,12
19 CATALÃO GO 0,5 27 20 0,04 0,04 0,04 0,04
20 CAXAMBU MG 0,5 23 20 0,08 0,08 0,08 0,08
21 CAXIAS DO SUL RS 0,5 23 20 0,00 0,08 0,08 0,08
22 CONGONHAS (São Paulo/SP) SP 0,6 16 60 -0,04 0,04 0,04 0,04
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
148
ANEXO D
Glossário
tos tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental
preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada
e análise preliminar de risco.
Freático: é aquele aqüífero cuja superfície superior da zona saturada encontra-se a pressão
atmosférica.
Galeria: é o conduto fechado destinado ao transporte da água pluvial captada nos poços de visita
ou caixas de ligação até o ponto de lançamento. Pode ter seção circular, retangular, oval ou de
outra forma.
Gradiente hidráulico: é a razão entre as variações de carga hidráulica e comprimento percorrido,
na direção do fluxo. Fisicamente, mede a inclinação da superfície da água subterrânea.
Greide: é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da via.
150
Guia ou Meio-fio: é a peça de pedra ou de concreto configurando a faixa longitudinal que separa a
calçada da via e com sua face superior no mesmo nível do passeio.
Hidráulica: é o ramo da Hidromecânica que trata das aplicações dos conceitos físicos da mecânica
e hidráulica às atividades humanas.
Hidrograma: é a variação da vazão na seção de saída da bacia hidrográfica, como resposta da
mesma, ao longo do tempo devido a precipitação que ocorre sobre ela.
Hidrologia: é o ramo da Geofísica que trata dos fenômenos naturais das águas da Terra, estudan-
do-lhes a ocorrência e a circulação em: oceanos, continentes, e atmosfera.
Inundações: são cheias excepcionais, fazendo com que os cursos d’ água extravasem, ocupando
áreas maiores, as várzeas, formando os chamados leitos maiores.
Licença de Instalação (LI): documento que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade
de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem
motivo determinante.
Licença de Operação (LO): documentação que autoriza a operação da atividade ou empreendi-
mento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com
as medidas de controle ambiental e determinados condicionantes para a operação.
Licença Prévia (LP): documento que deve ser concedido na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilida-
de ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implantação. Deve ser requerida na fase do estudo de viabilidade,
previamente à elaboração do projeto básico.
Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades
que interfiram com os recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras
ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando
as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
Macrodrenagem: inclui além da microdrenagem as galerias de grande porte (D > 1,5m) e os
corpos receptores tais como canais, córregos e rios canalizados.
Mata ciliar: cobertura vegetal que se desenvolve ao longo de cursos de água em regiões inundáveis,
e que tem altura média entre 9 e 15m.
Microdrenagem ou Sistema Inicial de Drenagem: consiste na coleta, na condução e no lançamen-
to final dos deflúvios superficiais. Inicia-se nas edificações, seus coletores pluviais, prosse-
gue no escoamento de sarjetas ou guias, continua nos bueiros e galerias e termina num
receptor natural ou artificial, da macrodrenagem. É o sistema de condutos pluviais em nível
de loteamento ou de rede primária urbana.
ANEXOS
Orifício: perfuração, geralmente de forma geométrica, feita abaixo da superfície livre do liquido, em
paredes de reservatórios, tanques, canais ou canalizações.
Outorga: é o ato pelo qual um órgão governamental se manifesta sobre a implantação de empreen-
dimento, obras e serviços que interfiram com o recurso hídrico superficial, obras de extração
de águas subterrâneas e a derivação ou lançamento com o uso de recursos hídricos.
151
Percolação: fluído passando através de um meio poroso.
Período de retorno ou Tempo de recorrência: corresponde ao número médio de anos em que uma
dada precipitação será igualada ou excedida. É definido em função da importância e das
condições locais do projeto.
Permeabilidade: é a facilidade com que o meio permite a percolação do fluido sob um gradiente de
potencial; fisicamente, expressa a área (dos poros) disponível ao fluxo.
Piscinão: reservatórios urbanos para amortecimento de cheias.
Poços de visita ou de inspeção: é uma caixa de alvenaria ou pré-moldado de concreto que une
dois trechos consecutivos de uma galeria e pode receber os condutos de conexão das
caixas de ligação. Devem permitir a inspeção e limpeza dos condutos subterrâneos. É con-
veniente a sua localização nos pontos de reunião dos condutos (cruzamento de ruas),
mudanças de seção, de declividade e de direção. Recomenda-se no máximo 4 (quatro)
ligações por poço de visita.
Polder ou pôlder: uma entidade hidrológica artificial. Trata-se de uma porção de terreno abaixo do
nível do mar ou de corpo hídrico próximo, ocupada e mantida pelo homem por meio de diques,
sistema de bombeamento e canais.
Projeto Básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequa-
do, para caracterizar o complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base
nas indicações dos estudos técnicos preliminares. Deve assegurar a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, bem como que possibilitar a
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.
Projeto Executivo: o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da
obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Quarteirão ou quadra: Porção de terreno delimitada por três ou mais logradouros públicos adjacentes.
Recursos ambientais: recursos naturais constituídos da atmosfera, as águas interiores, superficiais
e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.
Recursos hídricos: qualquer coleção d’água superficial ou subterrânea.
Relatório de impacto ambiental (RIMA): documento gerencial que contém informação acerca das
vantagens e desvantagens do projeto e suas conseqüências ambientais de sua implementação.
Sarjeta: é um canal longitudinal, em geral triangular, situado entre a guia e a pista de rolamento,
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
153
ANEXO E
Marcos Legais
A legislação de interesse da drenagem urbana e inundação ribeirinha trata dos seguintes temas:
1. Recursos hídricos.
2. Uso do solo.
3. Meio ambiente.
1) RECURSOS HÍDRICOS
a) Constituição Federal
1. Define o domínio dos rios.
2. Define a legislação de recursos hídricos a nível federal.
3. Estabelece os princípios básicos da gestão hídrica através de bacias hidrográficas, que
pode ser estadual ou federal.
2) USO DO SOLO
b) Legislações Estaduais
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
3) MEIO AMBIENTE
A legislação ambiental estabelece normas e padrões de qualidade da água dos rios (classes).
O escoamento pluvial, resultante das cidades, deve ser objeto de outorga ou de controle a ser
previsto nos planos de bacias.
a) Licenciamento ambiental
A Resolução CONAMA no 237/1997 lista os empreendimentos que necessitam de licenciamento
ambiental. Para obras civis, dentre outros, cita:
154
1. – barragens, diques, canais para drenagem e retificação de curso d’água; e
2. – abertura de barras, embocaduras e canais.
b) Estudos ambientais
Paralelamente ao licenciamento ambiental, podem ser exigidos pelo órgão governamental a apre-
sentação de estudos ambientais, como condição para concessão de licença. Estão sujeitos a
estudo ambiental, EIA e respectivo RIMA, em princípio, empreendimentos com significativo impac-
to ambiental. Eles estão listados na Resolução CONAMA no 1/ 1986, art. 2o, dentre outros itens, o VII:
“VII – Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins
hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navega-
ção, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras,
transposição de bacias, diques.”
Norma Título
NBR 12266/85 Projeto e execução de valas para assentamento de tubulação de água,
esgoto ou drenagem urbana
NBR 8216/85 Irrigação e drenagem
NBR 14145/85 Drenagem agrícola – terminologia e simbologia
NBR 10844/89 Instalações prediais de águas pluviais
MANUAIS
Manual de drenagem de rodovias – 2006
Manual de hidrologia básica para estruturas de drenagem – 2005
ÁLBUM
Álbum de projetos-tipo de dispositivos de drenagem, 2006
IS-239
Construção de Rodovias Vicinais
Projeto de Drenagem para Projeto Executivo de Engenharia para
IS-242
Construção de Rodovias Vicinais
156
ANEXO F
Tabelas úteis
157
Bibliografia
1. AZEVEDO NETTO, José Martiniano; ALVAREZ, Guillermo Acosta. Manual de hidráulica. São Paulo: Edgard
Blücher, 1986.
2. AZZOUT, Y.; BARRAUD, S.; CRES, F.N.; ALFAKIH, E. Techniques Alternatives en Assainissement Pluvial: Choix,
Conception, Réalisation et Entretien. Paris: Lavoisier Technique et Documentation, 1994.
3. BELO HORIZONTE / Prefeitura Municipal. Lei no 7.166, de 27 de agosto de 1996. Do parcelamento,
ocupação e uso do solo. Belo Horizonte, 1996. Disponível em <http//: pbh.gov.br/>. Acesso em 12
mar. 2007.
4. BELO HORIZONTE / Prefeitura Municipal. Sistema de microdrenagem SUDECAP. Belo Horizonte, 2004.
5. BIDONE, F. R., TUCCI, C.E.M. Microdrenagem. In : Tucci, C.E.M., Porto, R.L., Barros, M.T. (Org.). Drenagem
Urbana. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1995. p. 77-105.
6. BRASIL. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Instituto de Pesquisas Rodoviá-
rias. Álbum de projetos-tipo de dispositivos de drenagem. Rio de Janeiro: DNIT, 2006.
7. BRASIL. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Instituto de Pesquisas Rodoviárias.
Manual de drenagem de rodovias. Rio de Janeiro: DNIT, 2006.
8. CRUZ, M. S.; TUCCI, C. E. M.; SILVEIRA, A. L. L. Controle do escoamento com detenção em lotes urbanos.
Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v. 3, n. 4, out./dez., p. 19-31. 1998.
9. DAEE/CETESB. Drenagem urbana: manual de projeto. 3. ed. São Paulo: CETESB, 1986. 477
10. FADIGA JÚNIOR, Francisco Martins. Projeto de canais e reservatórios de retenção para drenagem
urbana. São Paulo: [s.n.], 2001.
11. FERNANDES, C. Microdrenagem: um estudo inicial. Campina Grande: UFPB, 2002. 196 p.
12. FUGITA, O. (Coord.). Drenagem urbana: manual de projeto. São Paulo: Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental, 1980.
13. POMPÊO, C. Augusto. Evolução histórica do conceito de drenagem. Santa Catarina: UFSC, [2007].
Disponível em: < www.labdren.ufsc.br/drenagem/ aulas/>. Acesso em: 12 mar. 2007.
14. PRONK, J. & HAQ, M. Suistainable development from concept to action. Switzerland: CNUMAD, 1992. 32 p.
15. PUPPI, I.C. Vias de Comunicação. In: _____ Estruturação Sanitária das Cidades. São Paulo: Compa-
nhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, 1981..
16. SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Ambiente das
MANUAL DE DRENAGEM URBANA
águas no estado do Rio de Janeiro. In: WEBER, W. (Ed.). Projeto PLANÁGUA-SEMADS/GTZ. [S.l.]:
Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, 2001. p. 230.
17. SCHUELER, T. R. Controlling urban runoff: a practical manual for planning and designing urban
BMPs. Washington D.C.: Department of Environmental Programs, Metropolitan Washington Council
of Governments. 1987.
18. SILVEIRA, André Luiz Lopes da. Drenagem urbana: aspectos de gestão. Porto Alegre: Instituto de
Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.
19. TUCCI, C. E. M. Gerenciamento da drenagem urbana. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto
Alegre, v. 7, n.1, jan./mar., p. 5-27. 2002.
20. URBAN DRAINAGE AND FLOOD CONTROL DISTRICT. Urban storm drainage criteria manual: best
management practices. Denver, 1992. v.3.
21. URBONAS, B.; STAHRE, P. Stormwater best management practices and detention. New Jersey: Prentice
158
Hall, 1993. 450 p.
22. WILKEN, P. S. Engenharia de drenagem superficial. São Paulo: CETESB, 1978. 477 p.