A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano em que ocorrem muitas

mudanças, e é marcada por conflitos e transformações físicas e emocionais.

Com ela surgem os questionamentos, a curiosidade, e uma necessidade de ser capaz

de tomar as próprias decisões; É o momento em que o adolescente tem a sede de
pertencer a algum lugar, e as experiências novas não necessariamente trarão
problemas permanentes.

Contudo, muitos desses adolescentes começam a ter problemas com essa necessidade
desenfreada de novidades, em contra partida eles pensam assim: “comigo isso não
acontece” ou “eu tenho total controle, quando eu quiser posso parar!” eu já ouvi isso
de um usuário de drogas “pelo menos eu não tô roubando!”

Essa é uma fase marcada pelas grandes mudanças comportamentais, junto com elas
vem a insegurança e um aumento da impulsividade;

Mas afinal de contas, porque alguém se torna um depende químico? Como algo que
começa como um “lazer” pode vir a se tornar um dependente químico?

Os fatores que influenciam a dependência química são chamados de Biopsicossocial,

isso significa que depende da junção dos fatores biológicos, psicológicos e sociais,
abrangendo o ser humano como um todo.

Um adolescente ou adulto, pode ter tido todas as oportunidades para não entrar no
mundo das drogas, família com boas condições financeiras, as melhores escolas, a
melhor educação, o melhor ambiente, e é um usuário de drogas. Ou aquele que é filho
de traficante, a mãe morta quando era um bebe pelo próprio pai, frequentou a vida
toda escola publica e morou a vida inteira na favela, e não se torna um usuário de
drogas.

E o que tem a ver a adolescência? Essa fase também é chamada de desenvolvimento

biopsicossocial do indivíduo, por isso é necessário se ter um olhar mais cuidadoso.

É uma fase turbulenta, mas essencial à formação de um indivíduo, e são necessárias

medidas preventivas, com intuito de impedir que as drogas afetem esta fase da vida...

Por isso: Não basta amar, é preciso cuidar!

A família é considerada um forte fator de prevenção ou risco. Filhos de dependentes

de alguma substância química, seja ela lícita ou ilícita, apresentam um risco quatro
vezes maior de também se tornarem dependentes. Mas o desenvolvimento dessa
dependência irá depender dos fatores biopsicossociais, como eu disse anteriormente.

É comprovado que, crianças que crescem em um ambiente com limites e regras claras,
geralmente são mais seguras e sabem o que podem e o que não podem fazer, e
quando se deparam com um limite, sabem lidar melhor com a frustração.
Diferente de crianças que não possuem regras claras, e buscam testar os limites dentro
de casa, com comportamentos desafiadores, por exemplo. Essas crianças, quando
entram na fase da adolescência, repetem o mesmo comportamento desafiador, não
sendo acostumados a regras e limites, e não aceitam quando algum desses são
impostos.

Mas afinal, e qual é o papel dos pais?! A palavrinha chave: diálogo!

Alguns pais quando descobrem que o filho adolescente está fazendo o uso de drogas,
tendem a se culpar, se perguntando onde foi que eles erraram, já que nunca deixaram
de faltar nada em casa, outros internam os seus filhos buscando uma solução
imediata, e alguns acusam o meio social em que o filho pertence, e a tentativa de
ajudar o filho e se redimir da culpa acaba se tornando um grande problema, pois a
situação passa de algo passageiro e de possível solução, para uma tragédia que afeta
violentamente a vida da família e principalmente do jovem!

É comprovado, através de estudos, que pais que adotam um estilo de criação centrado
na autoridade, que incorporam o respeito, a amizade, o afeto, o amor e a sinceridade,
e não deixam de lado a vigilância, constroem uma relação familiar caracterizada pelo
clima emocional favorável ao diálogo, à troca e à confiança mútua, onde o estilo de
criação inicia o indivíduo em um sistema de reciprocidade, que correlaciona uma série
de atitudes e comportamentos do jovem, incluindo o desempenho e o engajamento
escolar, e contribui de forma significativa na prevenção do uso e abuso de drogas.

Mas o que os pais podem fazer quando o adolescente já está inserido no mundo das
drogas?!

O primeiro fator a ser levado em consideração quando se quer identificar se um

adolescente está usando drogas, é observar as mudanças do comportamento desse
jovem, principalmente a mudança dos amigos do filho, porque nessa fase, ou ele muda
as amizades, ou os amigos também começam a apresentar comportamentos
diferentes.

O rendimento escolar começa a declinar, e o adolescente começa a apresentar sinais

de irritação muito fáceis, troca o dia pela noite e conversa menos dentro de casa.

O primeiro passo é observar esse comportamento e abrir um diálogo com o filho, não
demonstrando que está furioso, mesmo que esteja, mas sim preocupado, mas neste
momento os pais precisam ser: compreensivos, firmes, amigo e ativo. Após conseguir a
confiança do seu filho, procure ajuda profissional.