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NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Notificante: Fulano de tal, brasileiro, solteiro, consorciado do Grupo XXXX, Cota


XXX, portador da identidade XXXXXX, CPF: XXXXXXX, residente e domiciliado à Rua
__________________________, XXX, Bairro XXXXXXXX, Cidade - UF.

Notificada 1: Via Porto Honda, pessoa jurídica de direito privado, sediada na


Avenida João Corrêa 1391, município de São Leopoldo - RS.

Notificada 2: Administradora de Consórcio Nacional Honda Ltda, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ: 45.441.789/0001-54, sediada na Avenida Senador Roberto
Simonsen, 304 - Santo Antonio - São Caetano do Sul/SP - CEP: 09530-401.

DOS FATOS:

Dia 01 de fevereiro de 2016, dirigi-me até a Via Porto Honda localizada na


Av. João Corrêa, 1391, cidade de São Leopoldo conhecer as condições de consórcio de
uma motocicleta Honda Biz 125 EX para utilizar em minha atividade profissional a qual
contempla vendas e entregas de produtos perecíveis.

Fato 1:

Após a atendente apresentar os grupos disponíveis, escolhi o plano de 36


meses e informei que queria adquirir a motocicleta o mais brevemente possível e perguntei
qual era o percentual mínimo de lance que eu teria que efetuar para ser contemplado. A
atendente disse que precisaria de no mínimo 27%, que segundo ela corresponderia a cerca
de R$ 2.700 (dois mil e setecentos reais) e eu pedi então para que ofertasse um lance
acima de R$ 3.000,00 pois eu precisava ter certeza que seria contemplado na próxima
assembleia a fim de adquirir a motocicleta e diminuir os gastos com combustível na ordem
de R$ 800,00 mensais que estava tendo em minha atividade laboral. Deste modo a
atendente realizou a oferta de R$ 3.016,00 de lance.
Na data da assembleia, 15 de fevereiro de 2016, para minha surpresa não fui
contemplado e ao verificar no sitio do Consórcio Nacional Honda, o lance constava como
apenas 25,03%. Concluí que a atendente realizou o cálculo equivocadamente ao calcular o
percentual sobre o valor da motocicleta quando deveria, na verdade, calcular sobre o
montante do valor do plano. Este fato eu desconhecia à época da proposta e deveria ter
sido informado pela empresa que me induziu à erro.
Além disso não fui informado que não poderia ter nenhum tipo de restrição
em meu nome e fui aceito sem nenhuma observação no grupo em andamento.

Fato 2

Após constatar o erro no lance anterior efetuado pela atendente da Via Porto
Honda, consegui ofertar o lance pelo sítio do Consórcio Nacional Honda em que ofertei
29.70% na próxima assembleia ocorrida dia 21 de março de 2016. Desta vez para minha
grata satisfação consegui ter êxito na contemplação e no dia seguinte realizei o pagamento
do boleto de R$ 3.579,19 (três mil quinhentos e setenta e nove reais e dezenove centavos)
e dirigi-me até a concessionária para levar meus documentos.
Para minha decepção, no dia seguinte, 23 de março de 2016, o Sr. Luiz
Carlos Júnior me informou que existia uma restrição em meu nome e não seria possível
liberar a motocicleta. Pedi para que solicitasse reavaliação da situação visto que já havia
pago o total de R$ 4.404,87, cerca de 50% do valor da motocicleta e as prestações
restantes seriam de apenas R$ 289,01 (duzentos e oitenta e nove reais e um centavo), não
justificando a recusa da liberação, pois estou cumprindo totalmente com minhas obrigações
perante o Consórcio Nacional Honda.

DO DIREITO:

Já é pacificado nos tribunais o entendimento que o contrato de consórcio é


de consumo e o consorciado está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor o qual
entre outros destaco o seguinte:

“Art. 51.São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais


relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem
o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
boa-fé ou a eqüidade;”

Ainda, o abuso por parte do fornecedor do produto ou serviço é passível de


causar Dano Moral, conforme jurisprudência dos tribunais, dentre os quais apresento:

APELAÇÃO CÍVEL. CONSÓRCIOS. AÇÃO ORDINÁRIA. DANO MORAL. 1.


Não há falar em cerceamento de defesa, pois, para a solução da
controvérsia, desnecessária a produção de prova oral, especialmente
considerando a documentação acostada. 2. Não há falar em nulidade da
sentença, porquanto inexiste a alegada ausência de fundamentação, tendo o
julgador "a quo" atendido ao disposto nos artigos 93, inciso IX, da
Constituição Federal, e 458 do CPC. 3. Restou caracterizada a
irregularidade da conduta da demandada ao se recusar a emitir a carta
de crédito, devidamente contemplada, em virtude da ausência garantia
adicional não especificada no contrato, em flagrante violação do dever
de informação. Em consequência, impõe-se a condenação do requerido
ao pagamento de verba indenizatória em favor da parte adversa, a título
de reparação de danos morais. 4. A verba indenizatória deve proporcionar
justa satisfação à vítima e, em contrapartida, impor ao infrator impacto
financeiro, a fim de dissuadi-lo da prática de novo ilícito, porém de modo que
não signifique enriquecimento sem causa dos ofendidos. No caso concreto, a
indenização vai fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com correção
monetária pelo IGPM a partir da data do presente julgamento e juros
moratórios de 1% ao mês a contar da citação. 5. Ônus sucumbenciais
redistribuídos e redimensionados. PRELIMINARES AFASTADAS.
APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70066350695, Décima Quarta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça... do RS, Relator: Mário Crespo Brum,
Julgado em 26/11/2015).
OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS – CONTRATO DE CONSÓRCIO – Autor contemplado –
Comunicação de liberação da carta de crédito – Não recebimento -
Alegação de que o consorciado não possuía capacidade de pagamento
– Ausência de comprovação – Liberação após o ajuizamento da ação –
Danos morais configurados – Hipótese em que o autor viu frustrada a
pretensão de adquirir o imóvel, em virtude da demora da ré em fornecer a
carta de crédito – Indenização devida – Sentença mantida – Recurso não
provido. (TJ-RS - AC: 70066350695 RS, Relator: Mário Crespo Brum, Data
de Julgamento: 26/11/2015, Décima Quarta Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 01/12/2015)

SESSÃO DATA: 07/07/2015 RECURSO nº: 0022823-64.2014.8.19.0036


RECORRENTE: ESDRAS DO NASCIMENTO BARRETO RECORRIDOS:
ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIO NACIONAL HONDA LTDA e BANCO
HONDA RELATORA: MARCIA CORREIA HOLLANDA VOTO Trata-se de
Recurso Inominado interposto pelo autor contra a sentença que julgou
improcedentes os pedidos. Em suas razões, pretende a condenação das rés
à concessão da carta de crédito, em contrato de consórcio, e danos morais
consistentes na recusa de liberação após sua contemplação, em razão de
restrição creditícia. Subsidiariamente, pela restituição do valor de
R$3.501,25. É o relatório. O caso dos autos retrata nítida relação de
consumo, em virtude da perfeita adequação aos conceitos de consumidor
(art. 2º), fornecedor (art. 3º, caput) e serviço (art. 3º, § 2º), contidos na Lei
8.078/90. Restou incontroverso que a parte autora encontrava-se adimplente
com as prestações do contrato firmado com o réu. Conforme se verifica as
fls. 38, o contrato foi pactuado em 17/06/2013, quando o autor já possuía as
mesmas inscrições junto aos cadastros restritivos de crédito ora arguidos,
incluídos respectivamente em 07/11/2011 e 12/01/2012. Na hipótese, não
poderia o réu adotar conduta contraditória, aceitando as condições cadastrais
do autor no momento da contratação e do pagamento das prestações, mas
rejeitando essas mesmas condições quando da liberação da carta de crédito.
Além do recorrido não ter demonstrado a assinatura do reclamante no
contrato anexado as fls. 55, também deixou de observar que desde antes da
celebração do contrato, o pactuante já se encontrava negativado. Todavia,
optou por receber 18 parcelas, bem como o lance no valor de R$ 3.501,25. A
relação baseia-se na confiança depositada, e traduz-se como um dos
deveres anexos à boa-fé objetiva. Ao lado disto, conforme consta do
Enunciado nº 362 da IV Jornada de Direito Civil: "A vedação do
comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na
proteção da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil".
No que tange ao pleito de danos morais, tem-se como mero aborrecimento a
situação fática ocorrida no curso ou em razão da prestação de serviço de
consumo, a qual o fornecedor soluciona a reclamação em tempo razoável e
sem maiores consequências para o consumidor, sem precisar que este
contrate advogado ou sirva-se da assistência judiciária para demandar, o que
não se verificou no caso em tela. O dano moral advém da postura abusiva
e desrespeitosa da empresa, impondo o arbitramento de valor
indenizatório justo e adequado ao caso. Ante o exposto, conheço e dou
parcial provimento ao recurso para reformar a sentença e condenar os
réus a, solidariamente, conceder a carta de crédito do contrato de
consórcio objeto da lide, no prazo de 10 dias, sob pena de multa a ser
cominada em sede de execução, bem como ao pagamento da quantia
de R$ 7.000,00 a título de danos morais, atualizados a partir desta data e
acrescidos de juros de mora de 1% ao mês desde a citação. Sem
honorários em razão do êxito. É como voto. MARCIA CORREIA HOLLANDA
Juíza Relatora PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CONSELHO RECURSAL IV TURMA RECURSAL CÍVEL (TJ-SP - APL:
00074770220138260590 SP 0007477-02.2013.8.26.0590, Relator: Mario de
Oliveira, Data de Julgamento: 28/09/2015, 19ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 02/10/2015)

CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSÓRCIO DE BEM IMÓVEL.


CONTEMPLAÇÃO DO AUTOR. NEGATIVA DE LIBERAÇÃO DA CARTA DE
CRÉDITO EM RAZÃO DA EXISTÊNCIA DE TÍTULO PROTESTADO.
CONDIÇÃO NÃO PREVISTA NO REGULAMENTO. VIOLAÇÃO DO
DIREITO À INFORMAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PERIGO PARA A
ADMINISTRADORA DO CONSÓRCIO. RECUSA INJUSTIFICADA.
CONSEQÜÊNCIA. DANO MORAL. Restou comprovado pelos depoimentos
colhidos que o autor apresentou os documentos necessários à liberação do
crédito, e que a carta de crédito somente não foi liberada por existir restrições
ao nome do apelado. O contrato de consórcio é de adesão, e por
consequência, as suas cláusulas devem ser fartamente esclarecedoras na
forma do inciso III do art. 6º do Código de Defesa do Consumidor. Inaceitável
que a entidade bancária celebre o contrato com o consorciado, receba em
dia as prestações contratadas e, no momento de cumprir a sua obrigação,
tenha negado a concessão da carta de crédito ao argumento de que o
apelado possui títulos protestados em seu nome. Exigência que em nenhum
momento foi empecilho para celebração do negócio. O aborrecimento
experimentado pelo apelado não pode ser caracterizado como mero dissabor
comum da vida em sociedade, isto porque, o autor, apesar de contribuir em
dia com o pagamento do consórcio, teve negada a obtenção da carta de
crédito para compra de seu imóvel. Constata-se nos autos, que o negócio
jurídico para compra do bem restou frustrado em razão da injusta negativa do
Banco, tendo o autor perdido a oportunidade de realizar a compra de sua
casa própria naquele momento. Recurso ao qual se nega provimento. (TJ-RJ
- RI: 00228236420148190036 RJ 0022823-64.2014.8.19.0036, Relator:
MARCIA CORREIA HOLLANDA, Quarta Turma Recursal, Data de
Publicação: 14/07/2015 00:00)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ADIMPLEMENTO CONTRATUAL C/C


INDENIZAÇÃO POR DANO PATRIMONIAL E MORAL. CONSORCIADO
CONTEMPLADO. DESISTÊNCIA DO CONSORCIADO CONTEMPLADO,
POR NEGATIVA DA ENTREGA DA CARTA DE CRÉDITO, EM FACE DE
EXIGÊNCIAS QUE NÃO ESTAVAM PREVISTAS NO CONTRATO.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. ILÍCITO QUE
EXTRAPOLA O MERO DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. DANO MORAL
CONFIGURADO. Autor que paga em dia as parcelas mensais, porém,
quando contemplado, a administradora do consórcio lhe nega a liberação da
carta de crédito, sob a justificativa de falta de aprovação do cadastro, e…
(TJ-RJ - APL: 00110747620088190063 RJ 0011074-76.2008.8.19.0063,
Relator: DES. LINDOLPHO MORAIS MARINHO, Data de Julgamento:
08/10/2013, DÉCIMA SEXTA CAMARA CIVEL, Data de Publicação:
11/04/2014 00:00)

Apelação Cível. Indenizatória. Relação de consumo. Consórcio de veículos.


Recusa de liberação da carta de crédito, depois de contemplado o
consorciado, com fundamento em restrição creditícia. Abusividade.
Multa cominatória fixada em patamar razoável e proporcional às
circunstâncias dos autos. Dano moral. Majoração. Parcial reforma da
sentença. 1. O caso dos autos retrata nítida relação de consumo, em virtude
da perfeita adequação aos conceitos de consumidor (art. 2º), fornecedor (art.
3º, caput) e serviço (art. 3º, § 2º), contidos na Lei 8.078/90. 2. In casu, restou
incontroverso que a parte autora encontrava-se adimplente com as
prestações do contrato firmado com o réu. Como salientou o juiz
sentenciante, não pode o réu adotar conduta contraditória, aceitando as
condições cadastrais do autor no momento da contratação e do pagamento
das prestações, mas rejeitando essas mesmas condições quando da
liberação da carta de crédito. 3. A relação com o respeito à confiança
depositada, um dos deveres anexos à boa-fé objetiva, é muito clara,
conforme consta do Enunciado nº 362 da IV Jornada de Direito Civil: "A
vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium)
funda-se na proteção da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do
Código Civil". 4. Não pode ser considerado como um mero aborrecimento a
situação fática ocorrida no curso ou em razão da prestação de serviço de
consumo, a qual o fornecedor não soluciona a reclamação, levando o
consumidor a contratar advogado ou servir-se da assistência judiciária do
Estado para demandar pela solução judicial de algo que administrativamente
facilmente seria solucionado quando pelo crivo Juiz ou Tribunal se reconhece
a falha do fornecedor. 5. Tal conduta estimula o crescimento desnecessário
do número de demandas, onerando a sociedade e o Tribunal. Ao contrário, o
mero aborrecimento é aquele resultante de situação em que o fornecedor
soluciona o problema em tempo razoável e sem maiores consequências para
o consumidor. 6. O dano moral advém da postura abusiva e desrespeitosa da
empresa, impondo o arbitramento de valor indenizatório justo e adequado ao
caso, arcando a ré ainda com os ônus da sucumbência. 7. Nesta parte,
considerando os critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência e em
observância aos princípios da razoabilidade e da vedação ao enriquecimento
sem causa, entendo que o valor de R$ 2.000,00 revela-se insuficiente para
estimular a ré a promover a melhoria de seus serviços, devendo, portanto,
ser majorado para R$ 7.000,00. 8. Negativa de seguimento ao recurso
principal. Parcial provimento ao recurso adesivo. (TJ-RS - AC: 70045221108
RS, Relator: Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, Data de Julgamento:
15/12/2011, Décima Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 18/01/2012)

(Processo nº 001.05.030713-5/ RN - Jacileide Rodrigues Cruz x Consórcio


Nacional Ford) “[...]Na análise meritória, verifico que a autora pleiteou uma
indenização por danos morais, uma vez que fora contemplada, por sorteio,
no consórcio ao qual aderiu junto ao Consórcio Nacional FORD Ltda para
aquisição de um veículo FORD KA 1.0 e não o recebeu, mesmo estando em
dia com as parcelas, sob o argumento de haveria a necessidade de uma
garantia suplementar consubstanciada em um avalista, considerando tal
garantia suplementar como abusiva […]

No caso, foi imposto pela ré a existência de um avalista para entrega do bem,


além da garantia da alienação fiduciária do veículo em favor da
Administradora até a quitação do contrato. Essa conduta, ao meu ver, coloca
o consumidor, já que estamos tratando de um relação consumerista, em
extrema desvantagem, uma vez que já há uma garantia posta a viabilizar o
adimplemento, qual seja, a alienação fiduciária do bem. Exigir a ré que a
autora também apresente um avalista, pode tornar-se impraticável para a
mesma, frustrando seu desejo de possuir um veículo automotor tão esperado
há alguns anos, uma vez que além de ser uma conduta excessiva, esse tipo
de garantia nem sempre é fácil de se conseguir. Preceitua o art. 51, e inciso
iv, do cdc, que "são nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa- fé ou a
equidade". A imposição a autora/consumidora de mais de uma garantia de
pagamento das prestações vincendas do consórcio, infringiu a norma
estatuída no dispositivo supra transcrito (art 51, IV, CDC), haja vista a
extrema dificuldade imposta a aquisição do bem, colocando-a em extrema
desvantagem diante do fornecedor e consequentemente, desestabilizando a
relação contratual entre as partes. Principalmente, em se tratando de
contrato de adesão, como é o caso dos autos, no qual o consumidor não tem
a possibilidade de alterá-lo, só podendo discutir a abusividade de sua
cláusulas, mediante a interferência do Judiciário. Portanto, merece ser
acolhido o pleito da autora, haja vista que nos autos se evidenciam a
existência do dano moral, consubstanciado na expectativa frustrada da
autora, diante das parcelas em dia e ter o próprio veículo como garantidor do
pagamento das parcelas vincendas do consórcio, não trazendo os réus
qualquer argumento modificador do direito perseguido na exordial, no que
tange ao pleito indenizatório por danos morais. A angústia, a aflição, o
sofrimento íntimo experimentado pela autora, diferentemente da forma
colocada pelos réus, ao meu sentir, não atingiu apenas a esfera do
aborrecimento, foi muito mais além. De repente, todas as economias da
autora foram colocadas em prol da conquista de um sonho, que era a
aquisição de um veículo automotor e os réus obstacularam tal conquista,
mediante a imposição de medidas abusivas que afrontam o consagrado
Código de Defesa do Consumidor.[...] - (TJ-RJ - APL:
00156460820138190061 RJ 0015646-08.2013.8.19.0061, Relator: DES.
MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES, Data de Julgamento:
22/04/2015, VIGÉSIMA SÉTIMA CAMARA CIVEL/ CONSUMIDOR, Data de
Publicação: 27/04/2015 00:00)

DOS PEDIDOS:

Reforço que a aquisição da motocicleta destina-se à atividades profissionais,


pois, conforme mencionado acima o Notificante gasta cerca de R$ 800,00 mensais apenas
com combustível. O veículo em uso consome em média 10l/km, o valor do combustível em
São Leopoldo, conforme tabela da ANP em anexo está 3,78, o que resulta em cerca de
2110 km rodados mensalmente e 78 km diários. Conforme diversos testes realizados a
Honda Biz 125 EX tem consumo de, em média, 40km/l, o que resultaria em um consumo
total de combustível mensal de 52,75 litros e R$ 199,39 em valores atuais.
Vajam só, são mais de R$ 600,00 de diferença e por isso o Notificante optou
estrategicamente em enviar um lance na motocicleta e pagar mensalmente o valor de R$
289,01 pois conseguiria pagar as parcelas com facilidade e ainda amortizaria o investimento
inicial com os ganhos laborais.
Pois bem, foi criado grande expectativa nesta aquisição e planejamento
financeiro para tal. A previsão era de receber a motocicleta no início de março, por ocasião
do primeiro lance. Deste modo o notificante poderia usufruir desta diferença no valor do
combustível desde o início de março, o que não ocorreu por falha da atendente da Via
Porto, ora Notificada.
Ainda, o notificante tinha totais condições financeiras de adquirir a
motocicleta à vista (conforme extrato bancário em anexo), e só não o fez pois foi aceito no
grupo de consórcio e preferiu utilizar a própria economia que teria ao deixar de utilizar o
veículo para trabalhar e passar a utilizar a motocicleta, economizando assim em
combustível e convertendo a economia no pagamento das parcelas seguintes.

Pelo acima exposto requeiro:

1. A liberação amigável da motocicleta no prazo de 10 (dez) dias corridos a


contar da data do recebimento desta notificação. Solicitação esta que se atendida
amigavelmente o notificante renuncia ao direito de, futuramente, ajuizar ação por danos
morais e lucros cessantes devidos por ocasião da injustiça ora cometida.

2. Após decorrido o prazo esta peça garantirá a ciência das reclamadas e será
ajuizada ação em busca dos direitos garantidos pela legislação brasileira a fim de reparar os
danos acima expostos.

ANEXOS:
I. 1 (uma) cópia do extrato bancário de fevereiro;
II. 1 (uma) cópia do extrato bancário de março;
III. 1 (um) extrato do sítio da Agência Nacional do Petróleo contendo o valor da
Gasolina.

Cidade - UF, __ de _________ de 2016.

____________________________
FULANO DE TAL
Notificante
IDT: XXXXXXXX
CPF: XXXXXXXX

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