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LISTA DE EXERCÍCIOS – BARROCO- TURMA ITA

Prof. Sol
1. (UFRGS) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo 3. (UFRGS) Leia o soneto de Gregório de Matos Guerra.
sobre os dois grandes nomes do barroco brasileiro. "Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
a) a obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores Em tristes sombras morre a formosura,
transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões Em contínuas tristezas a alegria.
do seu tempo. Porém, se acaba o Sol, porque nascia?
b) os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
imagens dobradas em numerosos exemplos que visam a enfatizar Como a beleza assim se transfigura?
o conteúdo da pregação. Como o gosto da pena assim de fia?
c) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em Na formosura não se dê constância,
linguagem barroca. E na alegria sinta-se tristeza.
d) a produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Começa o mundo enfim pela ignorância,
Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil. E tem qualquer dos bens por natureza
e) o poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio A firmeza somente na inconstância."
operado pela retórica retumbante e vazia.
Considere as afirmações abaixo sobre esse soneto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para
baixo, é: I. É um soneto barroco, característico do século XVII, que se compõe
de um jogo de contrastes.
a) V-F-F-F-F II.O primeiro quarteto reúne movimentos cíclicos da natureza, efeitos
b) V-V-V-V-F da passagem do tempo e sentimentos humanos.
c) V-V-F-V-F III.O segundo quarteto expressa um inconformismo com a passagem
d) F-F-V-V-V do tempo, expresso nas indagações do poeta.
e) F-F-F-V-V
Está (ão) correta (s) apenas
2. (UFRGS) Leia o texto abaixo, À Cidade da Bahia, de Gregório de
Matos. a) I. b) II.
c) III. d) I e II.
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante e) I, II e III.
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado, 4. (UFSM) A respeito da poesia de Gregório de Matos, assinale a
Rica te vi eu já, tu a mim abundante. alternativa INCORRETA.

A ti trocou-te a máquina mercante. a) tematiza motivos de Minas Gerais, onde o poeta viveu.
Que em tua larga barra tem entrado, b) A lírica religiosa apresenta culpa pelo pecado cometido.
A mim foi-me trocando, e tem trocado, c) as composições satíricas atacam governantes da colônia.
Tanto negócio e tanto negociante. d) O lirismo amoroso é marcado por sensível carga erótica.
e) apresenta uma divisão entre prazeres terrenos e salvação eterna.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda (UNIFRA ) As questões 5 e 6 referem-se ao texto de Gregório de Matos
Simples aceitas do sagaz Brichote. Guerra.

Oh! Se quisera Deus, que de repente “Ó tu do meu amor fiel traslado


Um dia amanheceras tão sisuda Mariposa entre as chamas consumida,
Que fora de algodão o teu capote! Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.
Assinale a alternativa correta em relação a esse soneto:
Tu de amante o teu fim hás encontrado,
a) pela forma de soneto e pelo tom satírico, o poema À Cidade da Essa flama girando apetecida;
Bahia antecipa o parnasianismo na poesia brasileira. Eu girando uma penha endurecida,
b) Gregório optou, no seu poema, pelo tom satírico para melhor No fogo, que exalou, morro abrasado.
expressar sua crítica ao poder do clero.
c) A Bahia é representada através de sua tristeza e antiguidade, Ambos de firmes anelando chamas,
enquanto o estrangeiro colonizador é valorizado por suas Tu a vida deixas, eu a morte imploro
negociatas e seu vestuário. Nas constâncias iguais, iguais nas famas.
d) O poema não dá referências sobre os meios de produção da época,
limitando-se a expressar a tristeza do poeta pelo seu Mas ai! Que a diferença entre nós choro,
empobrecimento. Pois acabando tu ao fogo, que amas,
e) O poema constrói, através de imagens elaboradas, uma crítica à Eu morro, sem chegar à luz, que adoro. ”
exploração econômica que sofreu a Bahia no período colonial.

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5. com relação ao poema, assinale a alternativa correta. Considere as seguintes afirmações.
I. O poema está construído sob diversas antíteses, por meio dos
a) trata-se de um soneto, forma lírica que tem início no Modernismo, quais é evidenciada a ideia da instabilidade das coisas do mundo.
quando se afirma o racionalismo em meio às dores sentimentais do II. O eu lírico do poema expressa angústia frente à efemeridade da
sujeito fragmentado. vida, especialmente porque nunca saberá os mistérios que
b) no texto poético, predomina uma linguagem simples, ligada ao determinam as mudanças das coisas terrenas.
cotidiano, assim como é simplificada a estruturação dos versos, em III. À semelhança de alguns poemas de Luís Vaz de Camões, o
que não existe inversão na organização sintática. poema de Gregório de Matos é um exemplo de soneto metafísico,
c) o termo “chamas” é utilizado no sentido denotativo, pois as evidenciando a angústia do eu lírico devido à constatação de que
mariposas buscam a luz das velas; no entanto, quando o poeta fala nada se altera e que tudo retorna ao conhecimento do homem.
em fogo, emprega o sentido conotativo, pois se refere à sua paixão.
d) não existe a utilização de figuras de linguagem como a metonímia e Quais estão corretas?
a metáfora nos versos, tendo em vista tratar-se de uma expressão
lírica típica das formulações objetivas do romantismo a) apenas I.
expressionista. b) apenas II.
e) na contraposição da luz com a morte, estabelece-se uma síntese c) apenas I e II.
que anula o sentido paradoxal das emoções do eu-lírico. d) apenas II e III.
e) I, II e III.
6. com relação ao período literário no qual se insere o texto, pode-se
afirmar que: 8. (UPF) Leia o soneto abaixo, composto por Gregório de Matos:

a) Trata-se da estética modernista na qual imperavam as crises É a vaidade, Fábio, nesta vida
individuais do homem diante do progresso racionalista, Rosa, que de manhã lisonjeada,
representado pela ideia da luz do pensamento. Púrpuras mil, com ambição dourada,
b) O movimento da Contrarreforma foi um dos principais motivos de Airosa rompe, arrasta presumida.
seu desenvolvimento, quando ao racionalismo renascentista
sobrepôs-se a força do sentimento religioso, gerando a tensão dos É planta, que de abril favorecida,
paradoxos pelos quais passou a se expressar o artista do século Por mares de soberba desatada,
XVII. Florida galeota empavesada,
c) significou um momento de forte expressão da passividade individual Sulca ufana, navega destemida.
diante da luta pela preservação da vida, sentimento típico do
bucolismo árcade. É nau enfim, que em breve ligeireza,
d) revelou a maior contribuição do preciosismo vocabular, bem de Com presunção de Fênix generosa,
acordo com as prerrogativas artístico literárias do parnasianismo Galhardias apresta, alentos presa:
setecentista.
e) caracterizou-se pelo uso de símbolos numa época Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
de grande abstração do pensamento humano, como De que importa, se aguarda sem defesa
exemplifica a marcante recorrência do termo “mariposa” Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
(metamorfose).
Considere as seguintes afirmações.
7. (UPF) Leia o seguinte soneto de Gregório de Matos. I. É um soneto no qual o poeta explica o que é a vaidade. Nele
são desenvolvidos dois temas muito caros ao barroco: o caráter
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, passageiro da vida e a inevitabilidade da morte.
Depois da Luz se segue a noite escura, II Para esclarecer a sua idéia de vaidade, o poeta atribui
Em tristes sombras morre a formosura, significados para rosa, planta e nau e estabelece uma relação
Em contínuas tristezas a alegria. entre o significado de cada um desses termos e o vocábulo
“vaidade”. Na primeira estrofe, o poeta diz que a vaidade é
Porém se acaba o Sol, por que nascia? beleza aparente e, na segunda, que é esplendor e ornamentos.
Se formosa a Luz é, por que não dura? Na terceira, caracteriza o homem vaidoso, dizendo que este,
Como a beleza assim se transfigura? embora tenha a presunção de ser eterno, atribui maior valor ao
Como o gosto da pena assim se fia? que é exterior e breve.
III A última estrofe questiona se a vaidade vale a pena, uma vez
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, que a morte é inexorável.
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza. Quais estão corretas?
a) apenas I
Começa o mundo enfim pela ignorância, b) apenas II
E tem qualquer dos bens por natureza c) apenas I e II
A firmeza somente na inconstância. d) apenas II e III
e) I, II e III

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9. (UPF) Leia este poema de Gregório de Matos. Assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas,
referentes ao poema acima:
Discreta e formosíssima Maria, (__) Integra o conjunto de poesias religiosas e demonstra que o
Enquanto estamos vendo a qualquer hora, temperamento combativo característico de tantos outros
Em tuas faces a rosada Aurora, textos seus perde a rudeza, ganhando espaço uma ternura
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia: que sugere confiança e sinceridade.
(__) O eu lírico procura criar uma identificação com Cristo,
Enquanto com gentil descortesia, assumindo uma posição humilde diante da grandeza divina,
O Ar, que fresco Adônis te namora, reconhecendo-se como pecador.
Te espalha a rica trança brilhadora (__) Embora não fique evidente no poema o senso do pecado, o
Quando vem passear-te pela fria. eu lírico expressa com veemência o seu desejo de ser
perdoado.
Goza, goza da flor da mocidade, (__) A contradição própria do homem barroco, que vivia com o
Que o tempo trata, a toda a ligeireza espírito dilacerado devido ao significado da religião em sua
E imprime em toda flor sua pisada. existência e à vivência dos apelos mundanos, que o faziam
pecar, fica clara pelo jogo de antíteses presente na estrutura
Oh não aguardes que a madura idade do soneto. A presença dessa figura revela o refinamento da
Te converta essa flor, essa beleza, ideia predominante no poema.
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. (__) O eu lírico sente-se merecedor de estar intimamente unido a
Cristo. Esse sentimento faz com que ele não expresse
Leia as afirmações relativas ao poema acima. angústia e outros conflitos interiores ao se dirigir à divindade.

I Trata-se de um exemplo de poema amoroso de Gregório de Matos. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
II O poema sugere que o tempo converte a beleza e a juventude em para baixo, é:
morte, em fim, em nada. Portanto, e preciso aproveitar todo o
tempo em que é possível gozar a vida. Assim, por meio destes a) V-V-F-V-F b) V-F-F-F-V
versos, Gregório de Matos desenvolve um dos temas caros ao c) F-V-V-F-V d) V-F-F-V-V
Barroco, a passagem do tempo. e) F-F-V-F-F
III O poema possibilita refletir sobre a angústia do homem barroco ao
tomar consciência de que, embora lhe seja possível contar o tempo, 11. (UNIFRA) Leia, com atenção, o poema que segue:
não tem a capacidade de controlar a sua passagem.
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, Meu Deus, que hei delinquido,
Qual (s) esta (ao) correta (s)?
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
a) I, II e III
Maldade, que encaminha à vaidade,
b) apenas I e II
Vaidade, que todo me há vencido;
c) apenas I e III
Vencido quero ver-me, e arrependido,
d) apenas II e III
Arrependido a tanta enormidade.
e) apenas I
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
10. (UPF) Analise este poema de Gregório de Matos: Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz que claro me mostra a salvação,
A vós correndo vou, braços sagrados, A salvação pretendo em tais abraços,
Nessa cruz sacrossanta descobertos, Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados. Analise as afirmativas:
A vós, divinos olhos, eclipsados I Trata-se de ______, de Gregório de Matos, que revela traços da
De tanto sangue e lágrimas cobertos, escola barroca.
Pois, para perdoar-me, estais despertos, II Os dois primeiros quartetos apresentam a ideia de pecado e as
E, por não condenar-me, estais fechados. duas últimas estrofes, a ideia de ______.

A vós, pregados pés, por não deixar-me, Assinale a alternativa cujos termos completam corretamente as
A vós, sangue vertido, para ungir-me, afirmativas I e II.
A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.
a) I – um soneto II – arrependimento
A vós, lado patente, quero unir-me, b) I – uma elegia II – sarcasmo
A vós, cravos preciosos, quero atar-me, c) I – uma elegia II – revelação
Para ficar unido, atado e firme. d) I – uma ode II – iluminação
e) I – um soneto II – ironia

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12. (UFOP) Leia o poema abaixo: Esse estilo retorcido manifesta-se no uso abusivo de _________ em
todas as estrofes; no desequilíbrio e na tensão das antíteses
Aos principais da Bahia, chamados Caramurus presentes nas estrofes ________ e no preciosismo das metáforas
Há coisa como ver um Paiaiá como ocorre em "esfera gentil, mina excelente", referindo-se
Mui prezado de ser Caramuru, ___________, e em "a mais fina pedraria", significando __________.
Descendente do sangue de tatu
Cujo torpe idioma é Cobepá? Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.
A linha feminina é Carimá a) hipérboles - 1 e 2 - ao sol ardente - a fala de Maria
Muqueca, pititinga, caruru, b) hipérbatos - 2 e 4 - ao rosto de Maria - o sorriso de Maria
Mingau de puba, vinho de caju c) hipérboles - 1 e 3 - ao olhar de Maria - os diamantes da região
Pisado num pilão de Pirajá. d) hipérbatos - 1 e 4 - ao astro solar - os dentes de Maria
A masculina é uma Aricobé e) hipérboles - 3 e 4 - às minas da região - as joias de Maria
Cuja filha Cobé, c´um branco Paí
Dormiu no promontório de Passé. (UEL) Leia o poema a seguir e responda às questões 14 e 15.
O branco é um Marau que veio aqui:
Ela é uma índia de Maré; QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO, E
Cobepá, Aricobé, Cobé, Paí. QUERENDO EMENDÂLO O TEM POR EMPREZA DIFFICULTOSA.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos.
São Paulo: Cultrix, 1976. p.100) Carregado de mim ando no mundo,
Vocabulário: E o grande peso embarga-me as passadas,
paiaiá: pajé Que como ando por vias desusadas,
cobé: tupi Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
cobepá: dialeto da tribo cobé
pititinga: peixe pequeno O remédio será seguir o imundo
aricobé: tribo de índios Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
carimá: bolo de mandioca Que as bestas andam juntas mais ornadas,
caramuru: europeu Do que anda só o engenho mais profundo.
Leia os comentários abaixo sobre o poema e assinale a alternativa Não é fácil viver entre os insanos,
que enumera as afirmativas CORRETAS. Erra, quem presumir, que sabe tudo,
1 No poema de Gregório, a mescla de português com vocabulário Se o atalho não soube dos seus danos.
indígena é utilizada para produzir efeito cômico.
2 O poema é uma sátira aos descendentes de índios que ocupam O prudente varão há-de ser mudo,
posições de prestígio na administração da colônia. Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
3 O poema apresenta uma crítica aos desmandos e à corrupção Ser louco cos demais que ser sisudo.
do Brasil colônia, adotando o ponto de vista das minorias
oprimidas. 14. A partir da leitura do poema, assinale a alternativa correta.
4 O uso rigoroso da forma do soneto revela a familiaridade de
Gregório de Matos com a tradição letrada de sua época. a) de temática satírica, o soneto aborda o tema da insanidade,
buscando criticar a sociedade da época que não sabia lidar com a
a) 1, 2 e 4. b) 2, 3 e 4.
loucura, o que antecipa um tema que será abordado pelos poetas
c) 1, 2 e 3. d) 2, 3 e 4.
românticos.
e) 3 e 4
b) O eu-lírico expressa um sentimento de culpa diante da sua
impossibilidade de compreender o mundo, o que está em total
13. (UFSM) O estilo cultista também exige exercício mental para a consonância com o veio religioso da obra de Gregório de Matos.
compreensão do texto, como neste soneto de Gregório de Matos c) De inspiração filosófica, o poema trata dos desenganos do eu-
dedicado a sua futura esposa, Maria dos Povos: lírico frente a um mundo que não o entende e que o torna um
indivíduo solitário, muitas vezes obrigado a acompanhar a loucura
Discreta e formosíssima Maria, “dos demais”.
Enquanto estamos vendo claramente d) A temática religiosa aparece neste poema por meio da referência
Na vossa ardente vista o sol ardente, a Jesus Cristo, dada já na primeira estrofe, em que a metáfora da
E na rosada face a aurora fria: via-crúcis é apresentada pelo eu-lírico como retrato de seu
próprio sofrimento.
Enquanto pois produz, enquanto cria e) de temática amorosa, o poema traz os lamentos do eu-lírico, que,
Essa esfera gentil, mina excelente incapaz de conquistar o amor da mulher amada, usa o poema
No cabelo o metal mais reluzente, como fuga da realidade, procurando na loucura, assim, uma
E na boca a mais fina pedraria: redenção para a sua dor.
Gozai, gozai da flor da formosura,
Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido o que é verdura.

Que passado o zênite* da mocidade,


Sem a noite encontrar da sepultura
É cada dia ocaso da beldade.
* zênite: o ponto mais alto a que chega o sol; auge,
Apogeu.
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15. A respeito do poema, considere as afirmativas a seguir. 17. (UFRGS) Leia o poema abaixo, de Gregório de Matos Guerra.

I. O eu-lírico se identifica com os intelectuais parnasianos, cujo Retrato / Dona Ângela


engenho lhe inspira admiração, em oposição aos insanos de quem
se distancia, associados a “bestas”, numa referência indireta à Anjo no nome, Angélica na cara,
liberdade artística do movimento romântico. Isso é ser flor e anjo juntamente,
II O caminho a que se refere o eu-lírico ao longo do poema é uma Ser Angélica flor, e Anjo florente
metáfora da vida do próprio poeta, que se vale de dados concretos Em quem, senão em vós, se uniformara?
e fatos autobiográficos a fim de conferir maior verossimilhança à Quem veria uma flor, que não a cortara
comparação entre vida e caminho. Do verde pé, da rama florescente?
III O soneto de Gregório de Matos demonstra nítida inspiração E quem um anjo vira tão luzente,
petrarquiana, de modo que o equilíbrio formal do poema é Que por seu deus não idolatrara?
alcançado pelo uso de versos decassílabos e de rimas interpoladas Se como Anjo sois dos meus altares
nos quartetos e intercaladas nos tercetos. Fôreis o meu custódio, e a minha guarda,
IV Característica da lírica de Camões, o desconcerto do mundo Livrara eu de diabólicos azares,
aparece no soneto de Gregório de Matos na voz do eu-lírico que Mas vejo que tão bela e tão galharda,
reconhece a insuficiência do intelecto diante da complexidade do Posto que os anjos nunca dão pesares,
universo. Sois Anjo que me tenta, e não me guarda.
Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
Assinale a alternativa correta.
a) somente as afirmativas I e II são corretas. I. O poeta explora o paralelo entre Anjo e Angélica e revela a
b) somente as afirmativas I e IV são corretas. condição perecível e doméstica da flor, permitindo que se
c) somente as afirmativas III e IV são corretas. perceba a uniformização pretendida pelo Barroco, a qual
d) somente as afirmativas I, II e III são corretas. estabelece regras poéticas rígidas.
e) somente as afirmativas II, III e IV são corretas. II. A mulher Anjo Luzente, no poema, encarna tanto o anjo protetor
que livra “de diabólicos azares”, quanto a criatura feminina
Triste Bahia! ó quão dessemelhante tentadora que provoca a imaginação e a sensualidade.
02 Estás e estou do nosso antigo estado! III. A associação e o contraste da flor, que seria cortada do verde pé,
03 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, com o Anjo luzente a ser idolatrado, indica o diálogo do poeta
04 Rica te vi eu já, tu a mi abundante. (vós) com o anjo enviado pelos céus para proteger os altares de
05 A ti trocou-te a máquina mercante, sua esposa.
06 que em tua larga barra tem entrado,
07 A mi foi-me trocando e tem trocado Quais estão corretas?
08 Tanto negócio e tanto negociante.
(A) apenas I.
09 Deste em dar tanto açúcar excelente
(B) apenas II.
10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda
(C) apenas I e II.
11 Simples aceitas do sagaz Brichote.
(D) apenas I e III.
12 Oh se quisera Deus que de repente
(E) I, II e III.
13 Um dia amanheceras tão sisuda
14 Que fora de algodão o teu capote!
18. (UFRGS) As duas colunas, abaixo, apresentam versos de alguns
16. (UFRGS) Com relação ao soneto de Gregório de Matos acima poemas de Gregório de Matos Guerra. Associe adequadamente a
coluna da direita à da esquerda, indicando os tercetos que pertencem
transcrito, assinale a afirmação incorreta.
a cada soneto, cujo quarteto inicial se encontra na coluna da
esquerda
(A) A expressão quão dessemelhante (verso 1) aponta um contraste
entre o passado e o presente, entre um antigo estado (verso 2) e 1 - Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa piedade
um estado atual. me despido, porque quanto mais tenho delinquido, vos tenho a
(B) à lamentação expressa no primeiro quarteto, segue-se, no perdoar mais empenhado.
segundo, a menção às forças motivadoras da transformação do 2 - Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue
estado anterior. a noite escura, em tristes sombras morre a formosura, em
(C) as transformações sofridas pela Bahia e pelo poeta aconteceram contínuas tristezas a alegria.
no passado e já se encerraram, conforme se pode constatar no 3 - Triste Bahia! Oh quão dessemelhante estás, e estou do nosso
segundo quarteto. antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado. Rica te vejo
(D) no primeiro terceto, o caráter lesivo das trocas mencionadas eu já, tu a mi abundante.
torna-se evidente pelo contraste entre a excelência do açúcar e a 4 - Um soneto começo em vosso gabo: Contemos esta regra por
inutilidade das drogas. primeira; Já lá vão duas, e esta é a terceira, -Já este quartetinho
(E) as duas últimas estrofes expressam o desejo do poeta de ver a está no cabo.
Bahia modificar-se: passar de abelhuda a sisuda.
( ) eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, cobrai-a; e não queirais,
pastor divino, perder na vossa ovelha a vossa glória.
( ) Começa o mundo enfim pela ignorância, e tem qualquer dos bens
por natureza. A firmeza somente na inconstância.
( ) Deste em dar tanto açúcar excelente Pelas drogas inúteis, que
abelhuda Simples aceitas do sagaz Brichote.
( ) N’esta vida um soneto já ditei;Se d’esta agora escapo, nunca
mais: Louvado seja Deus, que o acabei .

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A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para 22. (FUVEST)
baixo, é: "Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há
(A) 4 – 2 – 1 – 3 outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que
(B) 3 – 2 – 1 – 4. vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são
(C) 1 – 2 – 3 – 4. os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão,
(D) 1 – 4 – 2 – 3. mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-
(E) 2 – 3 – 4 – 1. ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de
medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo!
19. (F.C. Chagas-BA) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com
ideias, pode ser considerado como representante da corrente mais passos..."
barroca. Essa passagem é representativa de uma das tendências estéticas
(a) Brando e meigo sorriso se deslizava em seus lábios; os negros típicas da prosa seiscentista, a saber:
caracóis de suas belas madeixas brincavam, mercê do Zéfiro, a)Sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de
sobre suas faces... e ela também suspirava." D.Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir.
(b) Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas b)a busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas
molhadas de pipilos nos arbustos dos squares. Mas a abóbada crônicas e narrativas de viagem.
de garoa desabava os quarteirões." c)a exaltação do heroico e do épico, por meio das metáforas
(c) Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre Antônio grandiloquentes da epopeia.
continuou a caminhar lentamente, pensando que cem vezes d)lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais
estivera a cair, cedendo à fatalidade da herança e à influência do e místicas.
meio que o arrastavam para o pecado." e)Conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos
(d) De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as brumosas noites da dialética.
pesadas de tanta agonia, de tanto pavor de morte, desfaziam-se,
desapareciam completamente como os tênues vapores de um 23. (UFBA) Assinale a proposição ou proposições em que o poeta
letargo..." Gregório de Matos, afastando-se da proposta estética do Barroco,
(e) "Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural assume uma postura crítico-satírica ante a realidade e, depois, some
irregularidade! A vossa bruteza é melhor que o meu alvedrio. Eu os valores.
falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras: eu lembro- (01) "Sol de justiça divino/ sois Amor onipotente, / porque estais
me, mas vós não ofendeis a Deus com a memória: eu discorro, continuamente/ no luzimento mais fino:/ porém, Senhor; se o
mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento: eu quero, contínuo/ resplandecer se vos deve, / fazendo um reparo breve/
mas vós não ofendeis a Deus com a vontade." desse sol no luzimento, / sois sol, mas no Sacramento/ Com
razão divina neve."
20. (FUVEST) (02) E que justiça a resguarda? .................... Bastarda
"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia. É grátis distribuída? ............................. Vendida
Depois da luz, se segue a noite escura, Que tem, que a todos assusta? ............. Injusta
Em tristes sombras morre a formosura, Valha-nos Deus, o que custa, / o que El-Rei nos dá de graça, /
Em contínuas tristezas a alegria." que anda a justiça na praça/ Bastarda, Vendida, Injusta."
(04) "Valha-me Deus, que será/ desta minha triste vida, / que assim
Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos Guerra, a mal logro perdida. / Onde, Senhor, parará? / Que conta se me
principal característica do Barroco é: fará/ lá no fim, onde se apura/ o mal, que sempre em mim dura,
a) culto da Natureza. / o bem, que nunca abracei, / os gozos, que desprezei, por uma
b) a utilização de rimas alternadas. eterna amargura."
c) a forte presença de antíteses. (08) "Entre os nascidos só vós/ por privilégio na vida/ fostes,
d) culto do amor cortês. Senhora, nascida/ isenta da culpa atroz:/ mas se Deus
e) uso de aliterações. (sabemos nós) / que pode tudo, o que quer, / e vos chegou a
eleger/ para Mãe sua tão alta, / impureza, mancha ou falta/
21. (PUCC) nunca em vós podia haver."
"Que falta nesta cidade? Verdade. (16) "O Mercador avarento, / quando a sua compra estende, / no
Que mais por sua desonra? Honra. que compra, e no que vende, / tira duzentos por cento:/ não é
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha. ele tão jumento, / que não sabia, que em Lisboa/ se lhe há de
O demo a viver se exponha, dar na gamboa,/ mas comido já o dinheiro/ diz, que a honra
Por mais que a fama a exalta, está primeiro,/ e que honrado a toda Lei:/ esta é a justiça, que
Numa cidade onde falta manda El-Rei."
Verdade, honra, vergonha." (32) "Senhor Antão de Souza de Meneses,/ Quem sobe a alto lugar,
que não merece,/ Homem sobe, asno vai, burro parece,/ Que o
Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório de Matos:
subir é desgraça muitas vezes./ A fortunilha autora de
a) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma
entremezes/ Transpõem em burro o Herói, que indigno cresce:/
crítica, em tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
Desanda a roda, e logo o homem desce,/ Que é discreta a
b) caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI,
fortuna em seus reveses."
sustentando piedosa lamentação pela falta de fé do gentio.
(64) "De um barro frágil, e vil,/ Senhor, o homem formastes,/ cuja
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o
obra exagerastes/ por engenhosa, e sutil:/ graças vos dou mil a
poeta se investe das funções de um autêntico moralizador.
mil,/ pois em conhecido aumento/; tem meu ser o fundamento/
d) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da
na razão, em que se estriba,/ se infundis alma viva,/ que muito,
expressão lírica do arrependimento do poeta pecador.
que vivo alento."
e) estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom
lírico as reflexões do poeta sobre o perfil moral da cidade da
Bahia.
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24. (FUVEST) A respeito do Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar: 27. (UFRS) Com relação ao Barroco brasileiro, assinale a
a) embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se alternativa incorreta.
ocupou de problemas locais. a) os Sermões, do Padre Antônio Vieira, elaborados numa
b) procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. linguagem conceptista, refletiram as preocupações do autor com
c) dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos problemas brasileiros da época, por exemplo, a escravidão.
mundanos. b) os conflitos éticos vividos pelo homem do Barroco
d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar corresponderam, na forma literária, ao uso exagerado de
todos os acontecimentos políticos e sociais. paradoxos e inversões sintáticas.
e) mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos. c) A poesia barroca foi a confirmação, no plano estético, dos
preceitos renascentistas de harmonia e equilíbrio, vigentes na
25. (FEBASP) Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no século XVII,
"Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e adaptados, então, à realidade nacional.
vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O d) Um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida,
roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com questão que foi tratada no dilema de viver o momento presente e,
pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida eterna.
ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não e) A escultura barroca teve no Brasil o nome de Antônio Francisco
só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros - ladrões de Lisboa, o Aleijadinho, que, no século XVIII, elaborou uma arte de
maior calibre e de mais alta esfera... Os outros ladrões roubam um tema religioso com traços nacionais e populares, numa mescla
homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo de representativa do Barroco.
seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são
enforcados, estes furtam e enforcam." (Sermão do bom ladrão, 28. (PUC)
Vieira) "Anjo no nome, Angélica na cara!
Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho pode-se Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
afirmar: Ser Angélica flor e Anjo florente,
a) autor recorre ao Cultismo da linguagem com o intuito de Em quem, senão em vós, se uniformara?"
convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de imagens.
b) Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, através de Na estrofe acima, o jogo de palavras:
fatos corriqueiros, cotidianos, procura converter o ouvinte.
c) Padre vieira emprega, principalmente, o Conceptismo, ou seja, o a) é recurso de que se serve o poeta para satirizar os desmandos
predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio. dos governantes de seu tempo;
d) pregador procura ensinar preceitos religiosos ao ouvinte, o que b) retrata o conflito vivido pelo homem barroco, dividido entre o
era prática comum entre os escritores gongóricos. senso do pecado e o desejo de perdão;
c) expressa a consciência de que o poeta tem do efêmero da
26. (FOSP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos existência e o horror pela morte;
do Barroco, assinale a única alternativa incorreta. d) revela a busca da unidade, por um espírito dividido entre o
a) o cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a idealismo e o apelo dos sentidos;
identificação dos seres por metáforas. O conceptismo valoriza a e) permite a manifestação do erotismo do homem, provocado pela
atitude intelectual, a argumentação. crença na efemeridade dos predicados físicos da natureza
b) cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que humana.
não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e até no
mesmo texto os dois elementos. 29. (VUNESP-SP)
c) cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo Ardor em firme coração nascido;
abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O Pranto por belos olhos derramado;
conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no Incêndio em mares de água disfarçado;
discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos. Rio de neve em fogo convertido:
d) cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido Tu, que em um peito abrasas escondido;
como Gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Tu, que em um rosto corres desatado;
Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da sexagésima, propõe a Quando fogo, em cristais aprisionado;
primazia da palavra sobre a ideia. Quando cristal em chamas derretido.
e) os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os O texto pertence a Gregório de Matos e apresenta todas as
de Gôngora e Marini, e o conceptismo de Quevedo foi o que características seguintes:
maiores influências deixou em Gregório de Matos. a) trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade
temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras
dispostas em ordem indireta.
b) sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo que o autor
buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses,
temática da fugacidade do tempo e da vida.
c) dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção
sintática por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das
metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.
d) temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta
predominando sobre a ordem inversa, imagens que prenunciam o
Romantismo.
e) versificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista
evidente no uso das sínquises, dos anacolutos e das alegorias,
construção assimétrica.
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30. (CEFET) Das alternativas abaixo, apenas uma não apresenta 35. (UFRS) Considere as afirmações abaixo.
características da obra do poeta barroco Gregório de Matos. I A obra de Gregório de Matos centrava-se em dois polos
Assinale-a: temáticos, a religião e a vida amorosa, que se concretizam, na
a) sentido vivo de pecado aliado à busca do perdão e da pureza sua poesia, no conflito entre o pecado e o prazer.
espiritual. II Para concretizar esses conflitos, Gregório de Matos fez uso
b) Poesia com força crítica poderosa, pessoal e social, chegando à frequente de figuras retóricas como antíteses e paradoxos.
irreverência e à obscenidade. III A crítica social que se pode encontrar nos poemas de Gregório
c) destaca a beleza física da amada e a sua transitoriedade. de Matos dirige-se principalmente aos homens públicos da Bahia
d) realça a beleza da flora, fauna e da paisagem brasileiras, em do século XVII.
manifestação nativista.
e) Tentativa de conciliar elementos contraditórios, busca da unidade Quais estão corretas?
sob a diversidade. a) apenas I
b) apenas II
31. (UFRN) A obra de Gregório de Matos – autor que se destaca na c) apenas I e II
literatura barroca brasileira – compreende: d) apenas I e III
a) poesia épico-amorosa e obras dramáticas. e) I, II e III.
b) poesia satírica e contos burlescos.
c) poesia lírica, de caráter religioso e amoroso, e poesia satírica. 36. (UFV) Leia o texto:
d) poesia confessional e autos religiosos. "Goza, goza da flor da mocidade,
e) poesia lírica e teatro de costumes. que o tempo trota a toda ligeireza,
e imprime em toda flor sua pisada.
32. (UFRS) Com relação ao Barroco brasileiro, assinale a Ó não aguardes que a madura idade
alternativa incorreta. te converta essa flor, essa beleza,
a) os Sermões, do Padre Antônio Vieira, elaborados numa em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada."
linguagem conceptista, refletiram as preocupações do autor com Gregório de Matos
problemas brasileiros da época, por exemplo, a escravidão. Os tercetos acima ilustram:
b) os conflitos éticos vividos pelo homem do Barroco a) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do séc. XVI,
corresponderam, na forma literária, ao uso exagerado de sustentando uma crítica à preocupação feminina com a beleza.
paradoxos e inversões sintáticas. b) jogo metafórico do Barroco, a respeito da fugacidade da vida,
c) a poesia barroca foi a confirmação, no plano estético, dos exaltando gozo do momento.
preceitos renascentistas de harmonia e equilíbrio, vigentes c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratificando as reflexões
na Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no do poeta sobre as mulheres maduras.
século XVII, adaptados, então, à realidade nacional. d) as características de um romântico, porque fala de flores, terra,
d) um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida, sombras.
questão que foi tratada no dilema de viver o momento presente e, e) uma poesia que fala de uma existência mais materialista do que
ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida eterna. espiritual, própria da visão de mundo nostálgico-cultista.
e) A escultura barroca teve no Brasil o nome de Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho, que, no século XVIII, elaborou uma arte de 37. (UFRS) considere as afirmações abaixo:
tema religioso com traços nacionais e populares, numa mescla I Barroco literário, no Brasil, correspondeu a um período em que o
representativa do Barroco. incremento da atividade mineradora proporcionou o
desenvolvimento urbano e o surgimento de uma incipiente classe
33. (E A.LAVRAS) A opção que não apresenta características do Barroco média formada por funcionários, comerciantes e profissionais
é: liberais.
a) sentimento trágico da existência, desengano, desespero; II Uma das feições da poesia barroca era o chamado conceptismo –
b) gosto pela grandiosidade, pela pompa, pela exuberância e pelo exploração de conceitos e ideias abstratas através de evoluções
luxo; engenhosas do pensamento.
c) gosto de cenas e descrições horripilantes, monstruosas, cruéis; III A ornamentação da linguagem, que caracterizou o Barroco
arte da morte e dos túmulos; brasileiro, pode ser identificada pelo uso repetido de jogos de
d) tentativa de conciliar polos opostos: o ideal cristão medieval e os palavras, pela construção frasal e pelo emprego da antítese.
valores pagãos do renascimento;
e) a natureza é a fonte perene de alegria, de beleza e de perfeição; Quais estão corretas?
retorno aos modelos greco-latinos. a) apenas I
b) apenas II
34. (CENTEC-BA) não é característica do Barroco a: c) apenas III
d) apenas II e III
a) preferência pelos aspectos científicos da vida.
e) I, II e III
b) Tentativa de reunir, num todo, realidades contraditórias.
c) angústia diante da transitoriedade da vida.
d) preferência pelos aspectos cruéis, dolorosos e sangrentos do
mundo, numa tentativa de mostrar ao homem a sua miséria.
e) intenção de exprimir intensamente o sentido da existência,
expressa no abuso da hipérbole.

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38. (UFRS) GABARITO
"Três dúzias de casebres remendados, 1.C 2.E 3.E 4.A
Seis becos, de mentrastos entupidos, 5.C 6.B 7.C 8.E
Quinze soldados, rotos e despidos, 9.D 10.A 11.A 12.A
Doze porcos na praça bem criados. 13.D 14.C 15.C 16.C
Dois conventos, seis frades, três letrados, 17.B 18.C 19.E 20.C
Um juiz, com bigodes, sem ouvidos, 21.A 22.E 23.2+16+32=50 24.B
Três presos de piolhos carcomidos, 25.C 26.D 27.C 28.D
Por comer dois meirinhos esfaimados. 29.C 30.D 31.C 32.C
33.E 34.A 35.E 36.B
Sobre esses versos de Gregório de Matos Guerra são feitas as 37.D 38.A 39.C
seguintes afirmações:
I poema retrata criticamente a sociedade brasileira do século XVII,
permitindo identificar um dos ramos da poesia desse poeta.
II conteúdo satírico e a linguagem grosseira dos versos associam o
poema à lírica amorosa e falando em primeira pessoa, em tom
confessional,
III o autor desses versos manifesta uma visão preconceituosa e
unilateral da sociedade brasileira colonial.

Quais estão corretas?


a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III

39. (UFRS) Leia o texto e assinale a alternativa incorreta a seu propósito


.
"A morte tem duas portas. Uma porta de vidro, por onde se sai da
vida; outra porta de diamante, por onde se entra à eternidade. Entre
estas duas portas se acha subitamente um homem no instante da
morte, sem poder tornar atrás, nem parar, nem fugir, nem dilatar,
senão entrar para onde nã o sabe, e para sempre. Oh que transe tão
apertado! oh que passo tão estreito! oh que momento tão terrível!
Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é
a morte. Disse bem; mas não entendeu o que disse. Não é terrível a
morte pela vida que acaba, senão pela eternidade que começa. Não
é terrível a porta por onde se sai; a terrível é a porta por onde se
entra. Se olhais para cima: uma escada que chega ao céu; se olhais
para baixo: um precipício que vai parar no inferno. E isto incerto".

a) Passagem famosa do Sermão da Quarta-feira de Cinza,


celebrado em Roma, em 1670. O tema canônico desse sermão
encontra-se no livro bíblico do Gênese, 3, 13, nas palavras de
Deus a Adão: "Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem
reverteris" ("Lembra-te, homem, de que és pó e ao pó voltarás"),
que constitui seu conceito predicável.
b) As metáforas das portas estabelecem uma relação antitética: a
imagem do vidro desperta a noção de efemeridade das coisas da
vida, que regressa ao pó de onde veio, uma vez que o vidro é
feito de areia; a imagem do diamante se associa a noção de
perenidade, significando o início da vida eterna.
c) A doutrina expressa por Vieira nessa passagem, por ser
fundamentada em Aristóteles, contrariava a visão canônica da
igreja católica contrarreformista, especialmente por dizer que a
existência do inferno era incerta.
d) Nota-se bem a influência da doutrina contrarreformista, na visão
ameaçadora e terrível que o texto apresenta a propósito da vida
eterna. A autoridade da filosofia grega é invocada, embora
declarando sua inferioridade perante o pensamento cristão.
e) A imaginação serve de apoio à demonstração de ideias,
dispostas racionalmente e valorizadas por um estilo que sabe
valer-se das figuras de construção, como a anáfora, de
pensamento, como a antítese, e tropos, como a metáfora, para,
com eloquência, melhor persuadir. Essas marcas permitem
enquadrar o fragmento acima no estilo conceptista Barroco.
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