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ESCOLA E.B.

2/ 3 DE BEIRIZ
FICHA DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS
9º Ano - Novembro 2017

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GRUPO I
Texto A
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

CARONTE Filho imortal de Érebo e da Noite, este ancião mal vestido, de figura
sombria e sinistra, tem por função passar as almas dos mortos nos rios que os
separam do mundo dos Infernos. Duro e inflexível, o barqueiro infernal não permite
a nenhum vivente subir para a sua barca e realizar a menor travessia. Avaro acima
de tudo, ele exige aos passageiros um óbulo. É por isso que sempre se coloca
5 uma pequena moeda na boca do morto, antes de o entregar à pira 1. Mas, para os
que, defuntos, permanecem sobre a terra sem sepultura, Caronte mostra-se
impiedoso. Afastadas brutalmente, as suas almas são obrigadas a errar, durante
cem anos, até que se decida sobre o seu destino. Segundo Homero e Hesíodo 2,
as almas atraves-sam, elas mesmas, os rios lamacentos e pantanosos dos
Infernos, guiadas por Her-mes. Mas é essencialmente a especulação3 romana
que, inspirando-se no espírito alado4, condutor dos mortos na religião etrusca,
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forjou a personagem Caronte, um pouco incerta na mitologia grega. Eneias, por
exemplo, conseguiu convencê-lo, ao apresentar-lhe um ramo de ouro, que lhe
oferecera previamente a Sibila de Cumas, ramo consagrado a Proserpina. Pôde,
sem dificuldade, atravessar o primeiro rio infernal. Quanto a Héracles, que descera
aos Infernos ainda vivo, encheu Caronte de socos e forçou-o a aceitá-lo na sua
barca. O velho devia ser punido por esta infração à lei dos Infernos: foi, durante
15 um ano, banido da morada dos mortos.

Joël Schmidt, Dicionário de Mitologia Grega e Romana, Edições 70, 1994

1. pira: fogueira onde se queimavam os cadáveres. 2. Homero e Hesíodo: escritores gregos, autores,
respetivamente, de A Odisseia e Teogonia. 3. especulação: suposição, conjetura. 4. alado: com asas.

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto. Escreve a


sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto.
Começa a sequência pela letra (E).
(A) Estratégia utilizada por Eneias para ultrapassar o primeiro rio infernal.
(B) Outra versão do que sucederia às almas, de acordo com dois famosos escritores.
(C) Castigo de Caronte ao permitir a entrada de um vivente nos Infernos.
(D) Indicação do que sucedia aos mortos que não eram sepultados.
(E) Caracterização de Caronte.
(F) Motivo por que o barqueiro consentiu a entrada de Héracles na sua barca.
(G) Requisito exigido aos que pretendiam efetuar a passagem.

2. Seleciona, em cada item (8.1. a 8.4.), a opção correta relativamente ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1. Caronte só permite a passagem às almas se
(A) não tiverem cometido nenhum pecado.
(B) não tiverem sido enterradas.
(C) lhe derem uma compensação.
(D) estas tiverem sido cremadas numa pira.
2.2. A palavra “errar” (linha 8) pode ser substituída por
(A) vaguear.
(B) enganar-se.
(C) pecar.
(D) perder-se.
2.3. Para os escritores gregos referidos, a travessia das almas
(A) fazia-se em duas barcas: a do Inferno e a da Glória.
(B) era guiada por Hermes.
(C) era orientada por Caronte.
(D) só dependia delas mesmas.
2.4. Os dois heróis referidos no texto (Eneias e Héracles) convenceram Caronte a deixá-los
passar o primeiro rio infernal,
(A) oferecendo-lhe presentes: um ramo de ouro e um par de socos.
(B) dando-lhe uma prenda ou através da força física.
(C) seguindo os conselhos da Sibila de Cumas.
(D) adorando Proserpina.
3. Seleciona a única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
(A) “os” (linha 2) substitui “mortos”.
(B) “ele” (linha 5) substitui “o barqueiro infernal”.
(C) “o” (linha 6) substitui “óbulo”.
(D) “lhe” em “que lhe oferecera” (linha 14) substitui “Eneias”.

TEXTO B
Vem um Onzeneiro, e pergunta ao Arrais do Inferno, dizendo:

ONZENEIRO Pera onde caminhais? 40 ONZENEIRO Juro a Deus que vai vazio!
DIABO Oh! que má-hora venhais, ANJO Não já no teu coração.
onzeneiro, meu parente! ONZENEIRO Lá me fica, de rondão,
Como tardastes vós tanto? minha fazenda e alhea.
5 ONZENEIRO Mais quisera eu lá tardar... ANJO Ó onzena5, como és fea
Na safra1 do apanhar 2 45 e filha de maldição!
me deu Saturno quebranto3.
DIABO Ora mui muito m'espanto Torna o Onzeneiro à barca do Inferno e diz:
nom vos livrar o dinheiro!...
10 ONZENEIRO Solamente para o barqueiro ONZENEIRO Houlá! Hou! Demo barqueiro!
nom me leixaram nem tanto4... 50 Sabês vós no que me fundo?
DIABO Ora entrai, entrai aqui! Quero lá tornar ao mundo
ONZENEIRO Não hei eu i d'embarcar! e trazer o meu dinheiro.
DIABO Oh! que gentil recear, que aqueloutro marinheiro,
15 e que cousas pera mi!... porque me vê vir sem nada,
ONZENEIRO Ainda agora faleci, 55 dá-me tanta borregada
leixa-me buscar batel! como arrais lá do Barreiro.

1 Colheita/azáfama
2 Amealhar dinheiro
3 morte
4 Nem sequer me deixaram uma moeda para pagar ao barqueiro
5 Juro de 11%
DIABO Pesar de Jam Pimentel!
Porque não irás aqui?... DIABO Entra, entra, e remarás!
20 ONZENEIRO E pera onde é a viagem? Nom percamos mais maré!
DIABO Pera onde tu hás-de ir. 60 ONZENEIRO Todavia...
ONZENEIRO Havemos logo de partir? DIABO Per força é!
DIABO ão cures de mais linguagem. Que te pês, cá entrarás!
ONZENEIRO Mas pera onde é a Irás servir Satanás,
25 passagem? pois que sempre te ajudou.
DIABO Pera a infernal comarca. 65 ONZENEIRO Oh! Triste, quem me cegou?
ONZENEIRO Dix! Nom vou eu tal barca. DIABO Cal'te, que cá chorarás.
Estoutra tem avantagem.
Vai-se à barca do Anjo, e diz: Entrando o Onzeneiro no batel, onde achou o
30 Hou da barca! Houlá! Hou! Fidalgo embarcado, diz tirando o barrete:
Haveis logo de partir? 70 ONZENEIRO Santa Joana de Valdês!
ANJO E onde queres tu ir? Cá é vossa senhoria?
ONZENEIRO Eu pera o Paraíso vou. FIDALGO Dá ò demo a cortesia!
ANJO Pois cant'eu mui fora estou DIABO Ouvis? Falai vós cortês!
35 de te levar para lá. Vós, fidalgo, cuidareis
Essoutra te levará; que estais na vossa pousada?
vai pera quem te enganou! Dar-vos-ei tanta pancada
ONZENEIRO Porquê? com um remo que renegueis!
ANJO Porque esse bolsão
Extrato de Auto da Barca do Inferno – Gil Vicente
tomará todo o navio.

Responde, agora, às questões que se seguem, de forma correta e completa:

Nesta cena, chega ao cais o Onzeneiro, o segundo passageiro a ser julgado.

1. O Onzeneiro traz consigo um adereço que o caracteriza.


1.1. Identifica-o.
1.2. Qual é o seu valor simbólico?

2. O diálogo travado entre o Diabo e o Onzeneiro é, de certa forma, familiar “Onzeneiro meu
parente”.
2.1. Explica esta forma de tratamento?
2.2. Identifica o recurso expressivo utilizado.
3. Atenta nos versos “Mais quisera eu lá tardar... / Na safra 6 do apanhar 7 /me deu
Saturno quebranto8”. O onzeneiro não se mostra satisfeito ao entrar em cena.
3.1. Refere quais são as queixas que apresenta.
3.2. Faz a caraterização da personagem.
3.3. Dos recursos apresentados, seleciona o presente na citação sublinhada acima
transcrita: Metáfora, ironia, apóstrofe, eufemismo.
4. A personagem pratica uma atividade ilícita.
4.1. Indica-a. Transcreve uma expressão que comprove a tua resposta.
4.2. Que crítica pretende fazer Gil Vicente com esta personagem?
5. O Onzeneiro pensa que o dinheiro pode comprar a sua passagem para o Céu.
5.1. Refere dois argumentos que o Anjo apresenta para recusar a entrada da
personagem.
5.2. O Onzeneiro não tem consciência dos seus erros. Transcreve o verso que ilustra
a defesa do Onzeneiro.

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5.3. Retira das réplicas do Anjo uma passagem que ilustre o facto de a sua barca ser a
dos humildes.
6. Nesta fala do onzeneiro está presente um tipo de cómico.
6.1 Associa ao excerto (coluna A) o respetivo tipo de cómico (coluna B)
Coluna A Coluna B
a) “ONZ. Aqueloutro marinheiro … 1. Cómico de linguagem
dá-me tanta borregada, 2. Cómico de caráter
Como arrais lá do Barreiro.” 3. Cómico de situação

7. O anjo e o Diabo são personagens alegóricas. Explica o seu simbolismo.

8. O Onzeneiro é uma personagem-tipo.


Comenta a afirmação, tendo por base a personagem apresentada.

GRUPO II

1. Indica a função sintática dos elementos sublinhados nas frases seguintes.


a. Na peça, o Fidalgo, personagem vicentina, entra na barca do Inferno.
b. Esta personagem é o representante da nobreza.
c. Obviamente, o Fidalgo foi insultado pelo Diabo.

2. Transcreve e classifica a oração subordinada que integra a frase complexa que se segue.
“Geralmente, os alunos acham graça ao Parvo, visto que ele diz palavrões”.

3. Transforma as frases na voz passiva:


a. Os alunos representarão a peça, no final do período.
b. A crítica social vicentina atingiu o objetivo.

4. Completa os espaços com os verbos nos tempos indicados:

a) Se o Onzeneiro ________(viver- Pret. Imperf. do Conjuntivo - Simples) honradamente,


________(ser - modo Condicional - Simples) agora recompensado.
b) Os pecadores _________ (pagar- Futuro do Indicativo - Simples) pelos seus erros.
c) A sociedade renascentista ___________(dividir-se - Pret. Imperfeito do Indicativo - Simples)
em classes, clero, nobreza e povo.
d) O Onzeneiro __________ (roubar – Pretérito Mais que perfeito do Indicativo – Composto)
muita gente humilde.

5. Lê os versos que se seguem: “ Porque esse bolsão / tomará todo o navio. ”

5.1. Associa os elementos da coluna A aos da coluna B.

Coluna A Coluna B
1. porque a) Nome
2. esse b) Adjetivo
3. bolsão c) Determinante possessivo
4. tomará d) Verbo
5. todo e) Determinante artigo definido
6. o f) Quantificador
7. navio g) Determinante demonstrativo
h) Conjunção
6. Identifica os fenómenos fonéticos que ocorreram nos vocábulos que se seguem
(Escolhe a opção correta):
6.1. Creo>creio a) Apócope
6.2. Amore>amor b) Prótese
6.3. Stare>estar c) Epêntese

GRUPO III
Héracles recorreu à violência física para persuadir Caronte a deixá-lo transpor o rio dos
Infernos.
Escreve um texto de opinião, que pudesse ser publicado num jornal escolar, no qual condenes
o recurso à violência, tentando convencer outros jovens da importância de respeitar os outros.
O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras.

A professora: Ana Sá

Redige um texto, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, em que denuncies
um problema da sociedade atual, apontando um caminho alternativo com vista ao seu fim. O teu
texto deve incluir:
 Uma parte introdutória, com a identificação do problema;
 Uma parte de desenvolvimento, em que apresentes um exemplo concreto do problema
sugerindo uma medida para o ultrapassar;
 E uma parte de conclusão, onde faças um apelo à importância dos valores para a
sociedade.

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