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JUAZEIRO DO NORTE-CE
2015
MARCOS VINÍCIUS FURTADO GOMES
JUAZEIRO DO NORTE- CE
2015
G633d Gomes, Marcos Vinícius Furtado.
Desenvolvimento sustentável: uma
análise histórica conceitual de práticas
“sustentáveis” e suas interações dentro
do atual sistema econômico [manuscrito]
/ por Marcos Vinícius Furtado Gomes. –
2015.
107 f. : il. ; 29 cm.
CDD: 333.715
MARCOS VINÍCIUS FURTADO GOMES
Aprovada em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Prof°. Me. Francisco William Brito Bezerra II (Examinador externo)
Faculdade Leão Sampaio
Dedico à minha mãe Maria Odênia
Furtado, por todo apoio, sem você
não teria chegado aqui.
À minha companheira e meu amor Lyndyanne Dias que vem sempre me dando
apoio, incentivo e motivação para as minhas conquistas, te amo narceja;
Ao meu amigo Philipe Thayslon por todos esses anos de amizade, desejo
forças na sua recuperação meu amigo;
Ao meu amigo e orientado João Adolfo por ter aceitado em me orientar, pelo
seu apoio e por sua amizade verdadeira. Ao meu amigo Tarsizio Freitas pelas
correções e pelas conversas e ombro amigo que sempre nos conforta;
Aos meus amigos de longa data Anderson Carvalho, Claudener Souza, Junior,
Mikkael Duarte, Mario Machado, Neilson Bruno, Niel Ferreira, Renan Duarte,
Heli Malzoni que sempre foram fonte de força e inspiração e sempre estiveram
presentes nos momentos bons e difíceis;
Ao meu amigo Reginaldo Brito por toda amizade no decorrer do curso, por ser
responsável em apontar meus erros de forma que eu possa corrigi-los e por
todos os momentos que vivenciamos juntos ao longo desses cinco anos de
amizade.
(Manoel de Barros)
(Eduardo Galeano)
RESUMO
The environmental debate has been intensified in the last decades mainly with
regard to Sustainable Development. There are several slopes and debates
among different authors about the theme. So, the main objective of this paper is
to analyse the possibility of a global sustainability within the capitalist system.
For this analysis it was traced a historical and conceptual tour abou the theme
Sustainable Development. Then, it was observed how its main concept, slopes
and debates came up. This aspect seems importante to confront the ideas
approached in the text, based upon the bibliographical research of several
authors in order to make a critical question about the sustainable development
and the capitalist system. Along the text debates about the relation between the
mankind and the nature has arisen, reporting the predominant predatory
character of the society in relation to the natural resources. Practices held in the
means of production and consumption of the society, such as the programmed
obsolescence and the noticed one, are discussed and analysed in accordance
with the aim of the capitalista system, in a way that it is possible to demonstrate
the impacts caused by the search of profit. Besides these practices it is
considered about the current level of consumption and the needs imposed to
the society which are characterized as fundamental for quality of life. At last, it is
confronted 3 economical slopes, being them: Neoclassical Environmental
Economy. By this analysis, held in a multidisciplinar way, it was concluded that
there is no possibility of achieving a global sustainability in the current
economical model, believing that its practices are incompatible with the
socioenvironmental preservation and conservation, because they are able to
attribute monetary value in everything, even what is not for sale, the nature for
instance. Thus, the capitalist system is able to take the concept of sustainability
to obtain the sustainable profit. It is believed that to overcome such problems it
is necessary to overcome the socioenvironmental inequalities, as well as
overcoming the mankind character of alienation with regard to the nature and to
the mankind itself, taking the work as the mediating way able to modify the
nature and the society, having as main aspect a social function, not a marketing
one, as it is treated by the capitalist system. This evaluation and conclusion of
the impossibility of achieving a global sustainability in capitalista system do not
invalidate the current efforts that seek the sustainability and much less may
desmobilize, it can only make society aware of its actions and reflect about the
actions that we are taking.
1. Introdução ............................................................................................................... 13
3. Histórico .................................................................................................................. 26
Referências .................................................................................................................... 97
1. Introdução
13
especificamente em pássaros, além de câncer em seres humanos. O livro foi
um dos principais motivos para o banimento do DDT (dicloro-difenil-
tricloroetano) nos Estados Unidos e é considerado por muitos como um dos
estopins do movimento ambientalista. A partir daí a temática ambiental cresce
exponencialmente e é hoje um dos assuntos mais discutidos. Apesar de todos
os debates pouco enfoque é dado numa das principais causas da crise
ambiental, o consumismo e o atual modelo desenvolvimentista.
Em 1972 o Clube de Roma lança seu clássico livro “Limites do
Crescimento” no qual o crescimento da população, do consumo e da utilização
dos recursos naturais cresce de forma exponencial, porém finito se tratando
dos recursos naturais. O livro relata prognósticos pessimistas, como
esgotamento das principais reservas de minérios, explosão demográfica nas
próximas décadas e destruição de ecossistemas naturais. Porém, as propostas
do Clube de Roma tinham caráter neomalthusiano2 como o controle do
crescimento populacional, principalmente em países subdesenvolvidos. O
relatório ainda alertava contra o otimismo em que as soluções para a crise
ambiental (civilizatória) estaria na tecnologia moderna.
A partir destas discussões, debates e conferências, surge o termo
“sustentabilidade” que eclodiu no debate mundial a partir do conceito de
desenvolvimento sustentável publicado em 1987 no Relatório de Brundtland
(Nosso Futuro Comum) pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações Unidades (ONU) no
qual definiu desenvolvimento sustentável como aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras a atenderem
as suas próprias necessidades.
Surge então um novo conceito de desenvolvimento como forma de
salvação para as questões ambientais, econômicas e sociais. Porém, esta
alternativa foi desenvolvida de forma simplória e tendenciosa, discutida e
elaborada em um curto intervalo de tempo e com pouca ou quase nenhuma
participação da sociedade. Com o passar do tempo, a sustentabilidade é cada
2 Teoria desenvolvida por Thomas Malthus no qual afirmava que os recursos naturais para
subsistência humana (alimentos) crescia na forma de progressão aritmética (PA) enquanto a
população crescia em progressão geométrica (PG).
14
vez mais pautada e discutida até se começar a colocar em prática ações e
políticas públicas consideradas sustentáveis. Estas alternativas “sustentáveis”
aparecem de forma a sempre prevalecer às questões econômicas e se utilizam
de práticas “sustentáveis” como opção extremamente mercadológica visando o
lucro desmedido e o crescimento econômico contradizendo ao que propõe o
conceito de desenvolvimento sustentável.
Assim, o desenvolvimento sustentável, em seu uso retórico, demonstra-
se apenas como uma forma travestida do antigo conceito desenvolvimentista
industrial do sistema capitalista, tendo como proposta dar à sociedade uma
forma alternativa de desenvolvimento, dita sustentável, que perpassa uma
sensação de proteção ambiental, porém quase sempre visando lucro e
deixando as questões econômicas acima das questões socioambientais.
Entre conceituações, ambiguidades e questionamentos do
desenvolvimento sustentável este trabalho objetiva realizar uma análise crítica,
através de uma revisão bibliográfica extensiva (levantamentos realizados em
livros, periódicos, artigos, trabalhos de conclusão de cursos, jornais e
produções videográficas de assuntos relativos ao tema) da (im)possibilidade de
se praticar uma sustentabilidade global nestes moldes dentro do sistema
capitalista, analisando os tipos de desenvolvimentos e discutindo quais são as
verdadeiras necessidades humanas contrapondo ao conceito atual de
desenvolvimento sustentável, bem como analisar de forma multidisciplinar as
interações de extração de recursos naturais, sociedade, produção, consumo,
descarte de bens de consumo, políticas ambientais e entendimento da
economia ambiental com base nas práticas da obsolescência programa e
perceptiva bem como a discussão e entendimento do funcionamento e
ideologias de mais dois modelos econômicos, sendo eles a economia ecológica
e a economia marxista ou ecomarxismo.
O presente trabalho é considerado inovador por haver poucas
discussões relativas ao tema, desta forma, abrir novas visões relativas à
sustentabilidade, tanto na tentativa de demonstrar suas falhas quanto na de
atingir uma verdadeira sustentabilidade fora de seu discurso retórico, se
demonstra de suma importância.
15
Discordando das propostas simplificadas de sustentabilidade, pretende-
se explorar mais a fundo o verdadeiro problema da “crise ambiental” tomando-a
como uma crise civilizatória, analisando as relações sociais que firmam o
significado de “desenvolvimento” dentro de uma sociedade que trata a natureza
exclusivamente como recursos naturais e as pessoas como força de trabalho.
16
2. Referencial Teórico
17
permita uma garantia que as gerações humanas futuras possam desfrutar
destes recursos e a ideia de infinidade dos recursos naturais.
Posterior a esses esboços indiretos de sustentabilidade que não são
muito conhecidas, o termo desenvolvimento sustentável, como conhecemos
atualmente, surge como alternativa para resolver os problemas inerentes às
questões ambientais, mas que dificilmente apontam o centro do problema. Isto
porque a estratégia utilizada é discutir a “questão ambiental” como percalço do
Capitalismo, onde a criação de técnicas e dispositivos, que não atacam as
reais causas do exacerbado consumo da Natureza, seriam declarados como
soluções (OLIVEIRA, 2005).
De acordo com Diegues (1992), o desenvolvimento sustentável é um
termo utilizado ed nauseam sobretudo nos discursos governamentais e nos
preâmbulos de projetos a serem financiados por instituições financeiras bi e
multilaterais e que o assunto ainda estava crescente no debate mundial e
principalmente brasileiro. No decorrer do tempo a sustentabilidade se tornou
um debate central, abrangendo um pouco mais seu conceito com base em um
tripé que envolve as vertentes econômicas, ambientais e sociais e que
nenhuma destas premissas devem se sobressair a outra de forma a manter um
“equilíbrio”, fato que em suma maioria não ocorre na prática.
Este conceito de desenvolvimento sustentável na ótica do Relatório De
Brundtland3 busca correlacionar a justiça social com responsabilidade
ambiental e eficiência econômica para que possa garantir as necessidades
humanas, porém, não fica claro no relatório quais são estas necessidades.
Tudo indica que o conceito apresentado no relatório Brundtland tenha um
enfoque mais restrito, relacionado à defesa dos mínimos sociais, ou então à
possibilidade de sobrevivência humana (SCHEEFFER, 2012).
3 No ano de 1983 a ONU aprova uma comissão de especialistas liderados pela então primeira
ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland para elaborar um novo conceito de
desenvolvimento, surge assim o Relatório de Brundtland ou “O Nosso Futuro Comum” “que
utiliza pela primeira vez o termo “desenvolvimento sustentável” para estabelecer uma forma de
crescimento econômico que seja compatível com a preservação ambiental e a conservação
dos potenciais econômicos do meio ambiente para as gerações futuras” (SANTOS, Ronaldo,
2015).
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No cenário nacional, o desenvolvimento sustentável se transformou
numa fórmula mágica para a solução de todo os problemas inveterados que
assolam a sociedade. No entanto, como todo conceito fundamentalmente
político, cada grupo de interesse ou classe social o define segundo suas
próprias perspectivas (DIEGUES, 2003). Ainda segundo Diegues (2003),
grande parte dos empresários e financistas se utilizam e pensam do
desenvolvimento sustentável como forma de se obter “lucros sustentáveis”,
governos rotulam projetos e políticas públicas como sustentáveis com
finalidade de se obter financiamento internacional.
Neste contexto do desenvolvimento sustentável, algumas políticas e
práticas são difundidas como formas de amenizar os danos ambientais, tais
como a rotulagem e certificação ambiental que são práticas conhecidas de
gestão ambiental. Corrêa (1998), afirma que em 1894 nos Estados Unidos
surgiram os primeiros programas de rotulagem de produtos. Porém, os
primeiros rótulos ambientais surgiram em meados de 1940 (GUÉRON. 2003).
Estes rótulos, conhecidos também como selos verdes consistem em etiquetas
que indicam se a empresa responsável pelo produto é “ambientalmente
correta” ou de alguma forma se utilizam de práticas de conservação ambiental
na produção de um determinado produto além de informar a qualidade ao
consumidor.
Vende-se uma imagem de empresa “ambientalmente correta” não com a
finalidade de sustentabilidade, mas sim, com o objetivo de transmitir conforto
ao consumidor para que passe cada vez mais a consumir seus produtos.
Transforma-se assim uma prática considerada sustentável em um marketing
verde ou sustentabilidade do capital, reforçando a base econômica e deixando
de lado as premissas sociais e ambientais. Corroborando assim ao que
Chambers (1986 apud DIEGUÉS, 2003) afirmou, que a sociedade,
principalmente as classes mais desfavorecidas, devem ser sujeitos do
desenvolvimento e não objeto. Desta forma, observa-se o desenvolvimento
sustentável como qualidade do modo de vida e não ao desenvolvimento
econômico em si, assim as políticas públicas e práticas verdadeiramente
sustentáveis não serão efetivas se prevalecerem a ideia de crescimento
econômico ao invés da qualidade de vida.
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Esta forma de sustentabilidade difundida cria uma falsa ilusão de
“mercadoria sustentável”, um fetiche no qual o marketing verde, muitas vezes
sem fundamentos, é utilizado para obtenção de lucros. Transfere-se ao produto
uma idealização messiânica de salvação, seduzindo o consumidor para adquirir
um produto de valor mais elevado por ser considerado “ambientalmente
correto”. Nesta ideia da venda de um produto final por um preço mais elevado
por possivelmente ter sido produzido sem agredir a natureza ou com um
potencial de agressão reduzido pode-se tomar o pensamento de alienação
descrito por Marx. Alienação segundo Marx, é basicamente o processo de
exteriorização de uma essência humana no processo produtivo e o não
reconhecimento da atividade enquanto tal. Marx também destaca que essa
alienação, se constitui numa “externalização” da essência do objeto, que agora
ganha uma existência independente (Verselbstsändigung) deste (SANTOS,
Ronaldo 2015). Desta forma, a alienação emerge enquanto a segregação para
com o caráter de essência.
Neste sentido, o que chama atenção a Marx “é o caráter contraditório do
mundo” (MÉSZÁROS; TAVARES, 2007). A distinção/contradição entre matéria
e forma somente é possível a partir de uma cisão entre aparência e essência, e
a sua oposição recíproca, de modo que, a aparência se apresenta a Marx
como alienação da essência (SANTOS, Ronaldo 2015). Conjuntamente a
alienação surge o processo de estranhamento do produto. Estranhamento
(Entfremdung) é um ato (ação transcorrida no tempo e espaço) onde o homem
é tomado de modo genérico, ou seja, enquanto ser social, alheio, estranho
quanto aos resultados desta mesma atividade, bem como alheio à natureza e a
comunhão conjunta com outros seres humanos (RANIERI, 2000). Assim, no
decorrer do processo produtivo o trabalhador utiliza sua força de trabalho que
resulta em um produto que lhe é estranho, onde, o mesmo não pode usufruir
de bem construído por ele.
Dentro do que chamamos de “mercadoria sustentável”, pode-se
observar o processo de alienação e estranhamento. O trabalhador produz uma
determinada mercadoria, seja ela orgânica, com certificação ambiental ou
algum processo ambiental, mesmo que mínimo, e no final do ciclo produtivo o
trabalhador é incapaz de usufruir da “mercadoria sustentável” por este possuir
20
um valor mais elevado, assim a mercadoria incorpora a essência humana
transformando-a em objeto em “coisa”. Assim, o sujeito passa a ser
reconhecido como “coisa” e de criador torna-se a criatura. O trabalhador passa
a dedicar a vida inteira a produzir o objeto de seu trabalho, sendo que este não
lhe pertence, ao invés disso, ele passa a pertencer a este (SANTOS, Ronaldo
2015). Desta forma, para superar o processo de degradação ambiental e as
problemáticas ambientais, deve-se discutir e superar a relação atual de
trabalho do homem e a sua alienação visto que o trabalho é uma ferramenta
que medeia o metabolismo4 entre homem e natureza e é capaz de transformar
o meio ambiente e a sociedade, assim para alcançar um efetivo
desenvolvimento sustentável deve-se também discutir as relações de trabalho.
Um dos principais problemas ambientais, e mais discutidos atualmente,
é a geração de resíduos, produto de um consumismo desenfreado engrenado
por necessidades impostas pelo sistema capitalista e seu modelo
desenvolvimentista, suprindo estas pseudo necessidades em um sistema de
comércio movido por obsolescências. Portanto, não se pode discutir
desenvolvimento sustentável sem se discutir o consumismo desenfreado, o
modelo de desenvolvimento e a impossibilidade de se praticar sustentabilidade
nestes moldes dentro do capitalismo, uma vez que a visão do lucro a qualquer
custo impossibilita a gestão dos recursos ambientais de forma eficiente e
sustentável, além de gerar um grande quadro de desigualdade social.
Estas necessidades são elaboradas pelo sistema e absorvido pelo
indivíduo, fazendo com que haja um controle sobre ele. O resultado não é o
ajustamento, mas a mimese: uma identificação imediata do indivíduo com a
sua sociedade e, através dela, com a sociedade em seu todo (MARCUSE,
1973). Ainda Marcuse (1973) afirma que a sociedade industrial e o sistema
capitalista têm capacidade para aumentar e disseminar comodidades, para
transformar o resíduo em necessidade, destruição em construção fazendo
assim que as pessoas se encontrem e se reconheçam no que possuem, em
suas mercadorias, encontrem sua alma em um automóvel e em objetos
21
pessoais. É neste contexto que Adorno e Horkheimer cita sobre a equivalência
existente entre o chamado natureza mágica e a mecanização industrial da
natureza, em que: O animismo havia dotado as coisas de uma alma, o
industrialismo coisifica as almas. (ADORNO & HORKHEIMER, 1986, p.40)
Segundo Santos, Ronaldo (2015), Marx afirmava que a satisfação das
necessidades primárias do homem, consideradas como aquelas que emanam
diretamente de necessidades físicas (alimentação, moradia, proteção,
vestuário), somente podem ser satisfeitas, necessariamente, pela satisfação
das necessidades secundárias, consideradas como necessidades não físicas
ou espirituais. Desta forma, ainda Santos, Ronaldo (2015) complementa que
“as necessidades espirituais do homem decorrem de uma base ontológica
fundamental, que reside em última análise na produção material da existência,
a partir de um intercâmbio contínuo para com a natureza”5.
É difundindo no imaginário da sociedade um modelo de qualidade de
vida baseado no que se pode consumir, numa lógica de acumulação, de
sobrepor o ter ao ser, de forma a sempre está condizendo com o que a moda
dita ou com a última tecnologia existente no mercado e que será substituída
por outra em um curto intervalo de tempo. Assim funciona a lógica do mercado,
a base do sistema capitalista que consiste em controlar empresas e
consumidores, fazendo com que as empresas abandonem de forma
involuntária a produção para o mercado. De acordo com Foladori (1999) o
mercado sugere às empresas o que produzir, elevando o preço de certas
mercadorias e reduzindo o de outras, controla também a forma de produzir,
com que tecnologia e recursos, assim limita decisões da empresa a respeito de
5 O ponto de partido ontológico de Marx é o fato auto evidente de que o homem, parte
específica da natureza (isto é, um ser com necessidades físicas historicamente anteriores a
todas as outras), precisa produzir a fim de se manter, a fim de satisfazer essas necessidades.
Contudo, ele só pode satisfazer essas necessidades primitivas criando necessariamente, no
curso de sua satisfação por meio da sua atividade produtiva, uma complexa hierarquia de
necessidades não-físicas, que se tornam assim condições igualmente necessárias à satisfação
de suas necessidades físicas originais. As atividades e necessidades humanas de tipo
“espiritual” têm, assim, sua base ontológica última na esfera da produção material como
expressões específicas de intercâmbio entre o homem e a natureza, mediado de formas e
maneiras complexas (MÉSZÁROS; TAVARES, 2007, p.79).
22
recursos e dejetos de uma forma restrita a análise de custo-benefício, às
possibilidades que os preços externos lhe impõe.
O próprio mercado e o sistema capitalista limita o processo de
sustentabilidade ao ponto em que quando surge uma tecnologia de tratamento
de poluentes, de redução no uso de recursos energéticos, reutilização de
dejetos, entre outros que são realmente eficazes, torna-se inviável
financeiramente a sua utilização pelas empresas, enquadrando-se no mesmo
paradoxo que a atuação do Estado nas questões ambientais, onde “parte do
seu aparelho constitui os principais canais institucionais de defesa da qualidade
do meio ambiente, outra parte constitui os principais agentes de degradação”
(MORAES, 2005). É a ambiguidade tecnológica contemporânea relatada por
Moraes (2005), em que a técnica surge, concomitantemente, como ameaça e
como elemento de salvação da humanidade.
Como exemplo da limitação do desenvolvimento sustentável dentro da
lógica capitalista podemos citar a indústria tecnológica que recebe a rotulação
de “ambientalmente corretas” por praticarem algumas medidas ditas
sustentáveis como educação ambiental, financiamento de ONGs, redução na
utilização da matéria prima (vale ressaltar que esta prática não é da lógica
sustentável e sim capitalista, visando a redução de recursos para maximização
dos lucros) etc. Por outro lado, esta empresa “sustentável” dispõe de precárias
condições de trabalho aos seus empregados, produz aparelhos com curta
durabilidade aumentando assim a geração de resíduos, não mantendo o tripé
da sustentabilidade e demonstrando a insustentabilidade deste modo de
desenvolvimento na lógica capitalista.
Diante deste contexto há uma necessidade de um questionamento a
este atual modelo de desenvolvimento sustentável que apresenta uma
conotação antropocêntrica e individualista na segregação entre sociedade e
natureza, consistindo na dominação do homem sobre os recursos naturais.
Esta concepção é perceptível na ideologia de áreas protegidas, em que a
natureza deve estar isolada do homem para que possa permanecer em um
estado de clímax, tornando irrelevante toda a cultura e conhecimento dos
moradores tradicionais locais. A imposição de neomitos (a natureza selvagem
intocada) e de espaços públicos sobre os espaços dos "comunitários" e sobre
23
os mitos bi antropomórficos (o homem como parte da natureza) tem gerado
conflitos graves (DIEGUÉS, 1996).
Com a concepção de que a essência humana é o conjunto de todas as
relações sociais, Marx fundamenta as bases de um novo materialismo o
materialismo humanista, naturalista, histórico e dialético. Nele, a essência
humana é construída historicamente a partir da relação dos homens com os
outros homens e com a natureza (FREIRE, 2011). Ainda segundo Freire
(2011), o homem, para ele, é um ser natural, humano e, portanto, social e a
sociedade é a suprema realização da naturalidade do homem. Assim, em
resumo desta relação homem, sociedade e natureza é apresentada por Marx
(2004, p.106) como:
a essência humana da natureza está, em primeiro lugar, para o
homem social; pois é primeiro aqui que ela existe para ele na
condição de elo com o homem, na condição de existência sua para o
outro e do outro para ele; é primeiro aqui que ela existe como
fundamento da sua própria existência humana, assim como também
na condição de elemento vital da efetividade humana. É primeiro aqui
que a sua existência natural se lhe tornou a sua existência humana e
a natureza [se tornou] para ele o homem. Portanto, a sociedade é a
unidade essencial completada (vollendete) do homem com a
natureza, a verdadeira ressurreição da natureza, o naturalismo
realizado do homem e o humanismo da natureza levado a efeito.
25
3. HISTÓRICO
26
Quadro 1: Linha do tempo da série histórica dos principais acontecimentos ambientais importantes ao surgimento e contextualização do desenvolvimento
sustentável.
27
Leis e D’amato (1995, p.45), caracterizou cada década da evolução do
movimento ambientalista, assim, os anos 50 é reconhecido como a década do
ambientalismo dos cientistas, por ser nesta década que a preocupação
ambiental e ecológica global emerge por meio da ciência. Os anos 60 é
caracterizado pelos autores como a década das Organizações Não-
Governamentais (ONG’s), com a aparição de diversos grupos e organizações.
Já os anos 70 é descrito como os anos da institucionalização do movimento
ambientalista, marcado pela Conferência de Estocolmo em 1992 e pela
“preocupação” do sistema político com o tema, nesta década surgem diversas
entidades estatais ligados à preocupação ambiental. Os anos 80 são marcados
pela Comissão de Brundtland e a predominância dos partidos verdes que
surgiram na década de 70, já a década de 90, segundo os autores, é
caracterizada pela entrada dos setores empresariais no ramo, aproveitando-se
do surgimento e valorização do “Mercado Verde” da década.
28
Nações foi um desfecho às claras entre as grandes potências e se tornou um
tratado de paz bastante tímido, pois foi incapaz de evitar um novo conflito
bélico em um curto espaço de tempo (Segunda Guerra Mundial de 1940 a
1945), a falência da entidade ocorre perante interesses econômicos supremos
que resulta na Segunda grande Guerra.
A ONU foi fundada no período Pós-Segunda Guerra Mundial em 1945
onde se intensificou os debates sobre um pacto mundial de paz, existente
desde 1919 no Pacto da Liga das Nações. A ONU foi formalizada através da
Carta das Nações Unidas no qual afirmava que o uso da força só deveria ser
utilizado na defesa de interesses comuns, porém na carta não esclarecia quais
seriam estes interesses e nem quem os definiriam.
Só após duas Grandes guerras mundiais que se pensou em formular
uma organização supranacional que pudesse agir como centro de debates para
resolução dos conflitos de interesses mundiais. Bandeira (2013), complementa
afirmando que o desejo não era apenas por paz, mas, por uma ocasião que
redefinisse as fronteiras do velho continente e unificasse a segurança da
diplomacia internacional definida pelos tratados mútuos entre as nações
“vencedoras” do conflito.
De acordo com Wirth et al (2014), tem-se aí subjacente uma concepção
de mundo na qual são desconsiderados os interesses diversos, sistemas
sociais diversos – que ora cooperam, ora disputam - e onde não existe luta de
classes e que é praticamente impossível a determinação de interesses
comuns, onde a durabilidade da ONU pode ser justificada por sua adaptação
funcional às políticas de poder, entre estas, pode ser citada sua posição
claramente favorável ao polo capitalista, durante a guerra fria.
29
causado pelos pesticidas causando problemas reprodutivos em pássaros,
câncer em seres humanos e aumento na taxa de mortalidade.
O lançamento do seu livro teve grande repercussão e é considerado um
dos marcos para o início do debate ambiental. Dez anos após a publicação a
produção de DDT foi proibida nos Estados Unidos e foi criada a Agência de
Proteção Ambiental Norte-Americana, além disso, os debates internacionais
relacionados ao meio ambiente começaram a ser realizados e difundidos.
30
apresentaram um estudo denominado Limites do Crescimento que fazia um
prognóstico pessimista do crescimento demográfico e econômico, no qual
defendia que o desenvolvimento econômico deveria ser desacelerado, pois
apresentavam limites que estavam próximos.
6 Santos, Ronaldo (2015) afirma que Marx já teria se colocado mesmo que indiretamente nas
discussões sobre os limites naturais e históricos e as barreiras à reprodução capitalista ao
criticar Malthus afirmando que ele teria se equivocado ao “generalizar” e estender a questão da
superpopulação para todas as sociedades, tornando abstratas as divergências históricas nas
formações societárias, e, ainda segundo o autor, reduzindo-as a uma relação apenas
numérica, ao qual Marx afirma “pescada por ele do puro nada, e que não repousa nem sobre
leis naturais nem sobre leis históricas”.
31
3.4 Ecodesenvolvimento e Declaração de Cocoyok
No ano de 1973, surge o conceito de Ecodesenvolvimento elaborado
pelo canadense Maurice Strong (Secretário-geral da Conferência de
Estocolmo) como uma alternativa à política do desenvolvimento.
f) programas de educação;
32
Quadro 2: As cinco dimensões do Desenvolvimento Sustentável dentro do
Ecodesenvolvimento.
33
- Desconcentração espacial (de EVITAR
atividades; de população); EXCESSO DE
SUSTENTABILIDADE AGLOMERAÇÕES
ESPACIAL/GEOGRÁ- - Desconcentração/democratização
FICA do poder local e regional;
- Relação cidade/campo equilibrada
34
Observa-se que no decorrer das discussões e criação de conceitos em
busca de um novo desenvolvimento, vários tópicos vão sendo acrescidos e
retirados até se chegar ao conceito atual de desenvolvimento sustentável e
moldando-o de acordo com interesses, resta discutir quais interesses são
esses e de onde partem. Por exemplo, pontos importantes como repensar o
consumo e as necessidades socioambientais e redistribuição de renda ainda
são pouco tocadas nos conceitos atuais de desenvolvimento sustentável que
preconizam vertentes voltadas mais ao empresariado que a qualidade de vida,
sempre na relação homem-natureza de forma separatista.
36
e) aumento da produção industrial nos países não industrializados à
base de tecnologias ecologicamente adaptadas;
37
3.8 Conferência das Nações Unidas em Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD)
Ocorre em 1992 no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas em
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida também como
Conferência do Rio, Rio - 92 e ECO - 92. É considerada uma das mais
importantes conferências por apresentar meios em que, teoricamente, poderia
se chegar no tão almejado desenvolvimento sustentável.
38
O Desenvolvimento Sustentável nasceu no âmago do pensamento da
classe dominante, e utiliza os pressupostos do conservacionismo juntamente
com um ensinamento do universo econômico de gestão de negócios: o
“Princípio da Precaução” (OLIVEIRA, 2007). O acordo para aceitação do
Princípio da Precaução foi em 1984 na Conferência Mundial da Indústria sobre
Administração Ambiental e posteriormente acatado na cúpula do G7 em 1989
já citado anteriormente. Segundo Schmidheiny (1992), este princípio foi
fortalecido na Declaração Ministerial da Reunião da Comissão Econômica das
Nações Unidas para a Europa, o autor ainda afirma de forma contundente a
concepção do desenvolvimento sustentável ao grande empresariado
declarando que a pedra angular do desenvolvimento sustentável é um sistema
de mercados abertos e competitivos em que os preços são fixados de forma a
refletir os custos dos recursos ambientais e outros.
39
protocolo estabelecia metas de emissão de gases na atmosfera, a União
Europeia deveria reduzir suas emissões em 8%, os Estados Unidos em 7% e o
Japão em 6% em relação ao ano de 1990 com prazo que até 2012 essas
metas seriam alcançadas demonstrando avanço visível no ano de 2005. Mas a
grande frustração foi a não adesão do maior emissor de poluentes no mundo,
os Estados Unidos.
40
participantes saem frustrados e desacreditados do evento. O motivo era a não
elaboração de um tratado que substituiria o Protocolo de Kyoto em 2012, no
qual era o ano de “vencimento” do acordo e que mais tarde seria estendido
para o ano de 2020 como foi decidido na Conferência de Doha (COP-18)
realizada em 2012 no Catar.
3.12 Rio + 20
Vinte anos após a Rio – 92, o Brasil volta a sediar a Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a cidade do Rio de
Janeiro voltava a ser o palco das discussões ambientais, desta vez com o
objetivo de avaliar toda questão ambiental e todas as práticas sustentáveis
realizadas na última década e com a finalidade de elaborar um plano de
agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. A proposta
do Brasil ser novamente o país sede da conferência foi aprovada no ano de
2009 na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão.
41
discurso, afirmando que o problema encontra-se na vontade política para "agir"
com eficiência e claramente se observa que continua a diferir
consideravelmente os interesses sociais e seus campos de atuação, revelando-
se nas “disputas” entre o setor privado versus movimentos sociais ou países
desenvolvidos e países em desenvolvimento.
42
4. O “Fetichismo” do Desenvolvimento Sustentável
Partindo de uma análise multidisciplinar, pretende-se uma discussão
mais aprofundada sobre o tema desenvolvimento sustentável, não tomando-o
como um tema isolado, mas analisando todos os temas interligados à
sustentabilidade, tais como sociologia, direito, antropologia, economia, ciências
ambientais, etc., possibilitando assim uma análise aprofundada desde a criação
do desenvolvimento sustentável, quem os criou e com que finalidade foi criado
até sua concepção atual que se tornou cada vez mais impraticável dentro do
capital. Desta forma, o “fetichismo” aqui citado não se torna adjetivo apenas ao
desenvolvimento sustentável em si, mas a todos os “atores” e fatores que
dificultam a sua aplicação efetiva, entendendo-se como principais fatores e
“atores” o crescimento apenas econômico (desenvolvimentista), o atual modo
de produção, a busca por lucros a qualquer custo, o consumismo desenfreado,
pseudo necessidades e um comércio regado à base de obsolescências, de
forma geral a economia capitalista.
43
que no atual contexto o desenvolvimento sustentável, nestes moldes, não se
propõe a realizar. A cronologia do aumento da degradação ambiental nos
últimos séculos coincidentemente, ou não, se relaciona com o surgimento do
sistema capitalista e seu processo histórico, logo após a revolução industrial os
impactos ambientais aumentaram drasticamente. As implicações da destruição
ecológica no sistema capitalista se materializam desde sua origem, pois
possuem fundamento na propriedade privada, no mercado e no lucro
(PIMENTEL, 2008).
44
profunda reflexão sobre as práticas e valores sobre os quais se apoiam as
sociedades contemporâneas, assim as empresas se preocupam em construir
no meio público um cenário de preocupação ambiental e compromisso com a
causa.
45
“relação direta entre homem e natureza”, feita sem intermédios de nenhum tipo,
nem mesmo a consciência que se desenvolve dessa relação (SANTOS,
Ronaldo 2015). Marx elabora uma análise sobre o conceito de Metabolismo,
das trocas ocorridas na relação homem-natureza, na qual ele explana dois
pontos fundamentais da alienação, a saber, a alienação fundamental do
homem para com a natureza e por segundo ele elucida uma falta essencial,
uma “falha irreparável”, uma falha metabólica que resulta na separação
antagonista entre o campo e a cidade, um dos principais pontos na crítica de
Marx ao desenvolvimento capitalista. Segundo Foster (2011, p. 202):
7
A primeira revolução foi um processo gradual que ocorreu no curso de alguns séculos, ligado
aos enclosures (cercados) e à crescente centralidade do mercado; as mudanças técnicas
incluíram melhorias na adubação com esterco, rotação de lavouras, drenagem e manejo de
rebanhos. A segunda revolução agrícola, ao contrário, ocorreu em período mais breve - 1830 -
1880 - e se caracterizou pelo crescimento de uma indústria de fertilizantes e pelo
desenvolvimento da química de solos, associada particularmente com o trabalho de Justus von
Liebig. A terceira revolução agrícola ocorreu ainda mais tarde, no século XX, e envolveu a
substituição da tração animal pela tração mecânica na agricultura, seguida pela concentração
de animais em estábulos imensos, conjugada com a alteração genética das plantas
(produzindo monoculturas mais estreitas) e o uso intensivo de substâncias químicas - tais
como fertilizantes e pesticidas (SANTOS, Ronaldo, 2015).
46
retribuição do que lhes foi retirado. Desta forma, ao relatar a falha metabólica,
Marx já denunciava o risco da agricultura em grande escala, ou seja, o
agronegócio. Segundo Marx (1974, p.940):
47
humanos e o solo foi em larga escala criada pela sociedade capitalista era
afirmar que as condições de sustentabilidade impostas pela natureza haviam
sido violadas (FOSTER, 2011).
48
em 2014 ganhou o prêmio ABAP de sustentabilidade da Associação Brasileira
de Agências de Publicidade (ABAP), em 2014 a Samarco recebeu, pela
segunda vez, o troféu John T Ryan, oferecido pela empresa canadense MSA,
pelos índices de segurança em suas operações e foi homenageada por sua
gestão e ações de sustentabilidade além de patrocinar prêmios de
sustentabilidade no estado Espirito Santo ainda em 2015. E neste mesmo ano,
ocorre no estado de Minas Gerais, distrito de Bento Rodrigues e município de
Mariana um dos maiores desastres ambientais brasileiros, o rompimento de
uma barragem de rejeitos de mineração da empresa Samarco, no qual a lama
tóxica percorreu mais de 600 km pelo rio Doce até desaguar no oceano
atlântico destruindo toda vida e diversidade que havia no rio.
49
melhoria das condições de vida da sociedade, criando assim uma veneração
ao crescimento da produção pelo que conhecemos como Produto Interno Bruto
(PIB).
53
compra por parte da população e do início da prática da obsolescência
programada e surgimento da obsolescência perceptiva ou percebia, é nessa
fase que o consumismo começa a existir efetivamente e a aquisição de bens
torna fonte de status social, personificando a coisa ou coisificando o ser é o
chamado “efeito Veblen”.
54
A estratégia da obsolescência perceptiva é uma ramificação da
obsolescência programada, sendo responsável por movimentar a sociedade de
hiperconsumo através de uma constante troca de tendências de estilo
(BAUMAN, 2007). Nesta estratégia, um produto, ainda que em perfeita
funcionalidade, passa a não ser mais percebido como moderno, novo, não está
mais inserido nas tendências de estilo ou de atribuição tecnológica, assim
torna-se obsoleto pela percepção e não pela sua funcionalidade.
55
e do desenvolvimento sustentável (que quando praticadas é ainda de forma
isolada e medíocre se comparada às práticas insustentáveis), mostrando que o
atual sistema econômico está retrocedendo no que diz respeito a preservação
do planeta.
56
5. A CONTRADIÇÃO DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS DE
SUSTENTABILIDADE NA ÓTICA DAS PRÁTICAS DA
OBSOLESCÊNCIA PROGRAMA E PERCEPTIVA NOS MEIOS DE
PRODUÇÃO.
O aumento do consumo no decorrer das três fases do capitalismo e a
aplicação da obsolescência programada e da perceptiva, traz consigo um
aumento explosivo na geração de resíduos sólidos, considerado um dos
principais problemas ambientais da atualidade. A evolução tecnológica passa a
ser incorporada no dia a dia da população mundial e a obsolescência
programada se encontra efetivamente presente nos aparelhos eletrônicos, que
gera um tipo de resíduo que causa uma maior contaminação ao meio ambiente
e é de difícil reciclagem ou reutilização.
57
observamos a tendência exclusivamente de geração de lucros, muitos
processos de reciclagem não ocorrem por não haver uma “viabilidade
econômica” como é o caso da compostagem, técnica antiga e pouco praticada
atualmente, desta forma quebra o famoso tripé da sustentabilidade dando uma
ênfase à questão econômica e deixando as questões socioambientais em
segundo plano.
58
problema, o consumismo desenfreado. É neste ponto onde o sistema
capitalista impede a pratica do desenvolvimento sustentável. Tomando mais
uma vez o Brasil como exemplo, segundo dados da Abrelpe (2003, 2004 e
2013) em 2003 o Brasil produziu cerca de 57587875 t/ano de Resíduos Sólidos
Urbanos (RSU) e em 2013 produziu por volta de 76387200 t/ano um aumento
de 24,61% na geração de resíduo enquanto a população cresceu cerca de
9,9%. Observa-se um aumento desproporcional entre a geração de resíduos e
o crescimento populacional, isto se tratando apenas dos Resíduos Sólidos
Urbanos, pois em consequência ao aumento do poder de consumo há também
o aumento de Resíduos Industriais, Resíduos da Construção Civil, Resíduos de
Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços e todos os demais
tipos de resíduos inerentes ao aumento do consumo humano.
59
Por trás das políticas ditas sustentáveis as empresas realizam práticas
ilegais como as importações de lixo eletrônico para aumentarem seus lucros.
Espíndola e Arruda (2008), fazem duras críticas a estas contradições nas
políticas públicas:
60
quando na verdade a busca pela produtividade e pelo lucro jamais deixou de
ser prioridade. ” (ESPÍNDOLA; ARRUDA, 2008)
62
artimanhas do capital e de medidas econômicas que servem como paliativo até
que outra crise surja. A crise ambiental aparece, assim, como aquela capaz de
lembrar à humanidade – ou ao menos àqueles que insistem na reprodução
ilimitada do capital – que existem limites físicos, orgânicos e químicos para a
sua expansão (QUINTANA; HACON, 2011).
64
6. ANÁLISE DA ECONOMIA AMBIENTAL NEOCLÁSSICA,
ECONOMIA ECOLÓGICA E ECOMARXISMO (ECONOMIA
AMBIENTAL MARXISTA)8 NA CONCEPÇÃO DE UMA
VERDADEIRA SUSTENTABILIDADE.
Impossível falar em sustentabilidade sem adentrar-se a outras vertentes
teóricas e conceituais. E a economia é um fator que está interligado a esta
realidade. Atualmente, no discurso ambiental é bastante comum relacionar a
economia ambiental às práticas ditas sustentáveis e à gestão ambiental, este
modelo econômico tem por base categorias neoclássicas que serão discutidas
neste tópico levando em consideração alguns métodos tais como a
internalização das externalidades econômicas e sociais, valoração monetária
ambiental, o método de negociação de Coase, proposição de Pigou, valoração
contingencial, dentre outros. Com isso, será realizada uma análise desta
economia com base nos princípios do Desenvolvimento Sustentável.
8
Estas definições e divisões da economia do meio ambiente não são consensuais. Na literatura
sobre economia ambiental, de modo geral não existe preocupação com a distinçãode
conteúdo, se característico de uma ou outra escola, como pode ser observado em BELLIA
(1996), MARTÍNEZ-ALIER (1995) e Ecological Economics (1998), por exemplo, onde são
citadas, pelos autores, proposições sem a identificação de sua filiação epistemológica
(MONTIBELLER-FILHO, 2000).
65
propriedades privadas na posse de poucos, as causas mais complexas da crise
ambiental não terão sido enfrentadas de crítica, tratando a crise ambiental
como reflexo das contradições de classe inerentes ao sistema capitalista. O
autor ainda cita que é a partir deste contexto que surge a noção de crise
socioambiental.
9Entende-se por custos sociais como inconvenientes ocasionados e não assimilados pelos
processos produtivos privados e que são transferidos para a sociedade.
66
economia ganhou força e hoje é o modelo econômico dominante na economia
capitalista quando se trata de meio ambiente.
67
ecossistema da economia, deveriam ser internalizados os custos ambientais no
processo produtivo” (ANDRIUCCI, 2009). Para a autora, poderia ser utilizado
taxas que dependeria da gravidade da poluição e estas taxas iriam servir para
internalizar os custos externos.
10 Valor de não-uso ou valor de existência (VE) – valor que está dissociado do uso (embora
represente consumo ambiental) e deriva de uma posição moral, cultural, ética ou altruística em
relação aos direitos de existência de outras espécies que não a humana ou de outras riquezas
naturais, mesmo que estas representem uso atual ou futuro para ninguém (MOTTA, 2009,
p.12).
69
ou DAAC que seria o valor monetário atribuído ao bem, recurso ou serviço
ambiental.
71
Porém, qual seria o valor dessa tributação a ser cobrada? Pigou defende
que existirá equilíbrio entre o desconforto (no caso, poluição) e satisfação
(lucro e crescimento econômico principalmente pela fábrica poluente) que
consequentemente resultará no que se chama de “nível de poluição ótima”.
Assim, a comunidade atingida estimará um valor a ser compensada pela
poluição da empresa, ou seja, um valor que aceitaria por ter a qualidade do ar
reduzida pelos poluentes e a indústria assimilará o custo externo marginal em
seu processo produtivo, em outras palavras, o quanto a indústria teria que
arcar em valor monetário adicional por cada bem produzido. Pigou afirmava
que esta relação entre ambas as partes resultaria em um nível de poluição que
seria aceito por ambas as partes no qual ele chamou de poluição “ótima”.
72
Quadro 3: Nível ótimo de poluição
73
mas sim ao ponto de poluição que é considerada aceitável, possibilitando ao
empreendimento optar ou não por inserções de tecnologias para amenizar as
externalidades. Cabe, porém, agora, uma questão: o método pigouviano, assim
como outros métodos da escola ambiental neoclássica, permite efetivamente
chegar-se ao verdadeiro valor dos bens de serviços ambientais?
(MONTIBELLER FILHO, 2004, p.95). Este é um questionamento vai ser
debatido no decorrer do trabalho.
Quadro 4:Externalidades geradas pela “Papel Branco S/A” sobre a indústria de cooperativas
agropastoris “Cooperativas Boi Bumbá".
75
De forma geral, a ideia coasiana baseia-se na de atribuir direitos de
propriedade sobre o meio ambiente natural e as externalidades. Esta teoria
ficou conhecida por “tragédia da propriedade comum”, no qual para a economia
neoclássica “o fato de ninguém ser dono ser dono de um estoque de recursos,
como a população de peixes do oceano, provocaria exploração excessiva
(insustentável). O mesmo aconteceria com a população dos mares, rios ou do
ar pelas empresas” (MONTIBELLER FILHO, 2004, p.95).
O fato é que esta teoria é que demonstra-se insustentável, pois não leva
em consideração as perspectivas das gerações futuras, impede, de certa
maneira, a inserção de tecnologias para redução da emissão de poluentes por
ao atingir o “ponto de equilíbrio” o problema já estaria resolvido, ou seja, não é
preconizado a ideia de redução de danos (poluição, desmatamento, riscos etc.)
ou prevenção de desastres ambientais de forma continuada. Observa-se a
limitação da teoria coasiana ao passar a tratar do problema ambiental quando
mesmo já existe como é observado no exemplo o impacto ambiental com carga
máxima de poluição foi primeiramente perceptível para posteriormente começar
a negociação entre as partes, há uma “perda de tempo” em relação a
preservação do meio ambiente. Ainda assim, a negociação coasiana é limitada,
pois só é possível quando há um número pequeno de envolvidos e é passível a
identificação dos prejudicados.
76
Portanto, a cerca das características da economia neoclássica
ambiental, pode-se apontar uma infinidade de problemas que afetam a
valoração na perspectiva do avaliador, tais como a baixa escolaridade ou falta
de informação do avaliado, bem como o caráter não altruísta e a incapacidade
de absorver alguns valores, desta forma, nos métodos de valoração propostos
pela economia neoclássica ambiental os bens ambientais geralmente são
subvalorizados e nesta perspectiva gera um acomodamento em desacelerar o
ritmo de consumo e consequente exploração da natureza de forma a não
contribuir de forma efetiva, nem a curto e nem a longo prazo, para a
sustentabilidade.
77
6.2 Economia Ecológica
A Economia Ecológica é outra vertente da economia que tenta
solucionar os problemas ambientais estabelecidos pelos limites do crescimento
e que surge como uma vertente alternativa à Economia Ambiental Neoclássica,
inclusive, traz consigo muitas críticas à esta vertente dominante. Esta escola é
uma das mais recentes no ramo das ciências econômicas. Apesar de suas
motivações remontarem à crítica ambiental de fins da década de 1960, essa
abordagem só veio a se consolidar como corrente no final da década de 1980,
com a fundação da International Society for Ecological Economics (ISEE) e a
criação da revista Ecological Economics, em 1988 e 1989, respectivamente
(FERNANDEZ, 2011). Esta nova visão busca uma nova relação entre o
sistema econômico e a natureza, baseia-se em críticas ao atual modelo
econômico fundamentados em conceitos, princípios e funções (ferramentas)
biológicas, físicas e ecológicas. A Economia Ecológica, entende que o
Desenvolvimento Sustentável não deve ser entendido apenas nas
características econômicas ou ecológicas, este, deve buscar a integração das
duas linhas, buscando uma interdependência entre as duas características.
Apesar desta linha ser relativamente recente, sua origem remonta desde o
século XIX, período em que Sadi Carnot (1796-1832) desenvolveu a Lei da
Termodinâmica. Segundo Souza-Lima (2004), esta lei tem como principal
fundamento a noção de “fluxos energéticos” liberados pelo sistemas
econômicos em forma de calor, e apesar desta lei ter sido muito reconhecida e
festejada no ramo da física, na economia ela ficou marginalizada até os anos
70 do século XX, onde Georgescu-Roegen (1971) e suas análises críticas ao
sistema predatório industrial são considerados clássicos para essa discussão
da economia que tem como base de referência os fluxos de energia ou os
princípios da entropia11. GEORGESCU-ROEGEN finca-pé nos recursos não
renováveis, como ameaça para a sustentabilidade do processo econômico, e
na entropia resultante (FOLADORI, 1999).
11
A energia flui em uma só direção e tende a se dissipar em calor de baixa temperatura que não pode
ser utilizado. Chama-se entropia essa soma de energia não aproveitável (FOLADORI, 2001).
78
Assim, ora a Economia Ecológica busca fundamentos na ecologia, ora
fundamenta-se na economia tradicional, sempre de forma heterogênea. Porém,
segundo Fernandez (2011), permanece como substrato comum o
reconhecimento da fundamental importância dos princípios biofísicos,
particularmente, utilizando-se da primeira e da segunda lei da Termodinâmica,
a Lei da Conservação e a Lei da Entropia respectivamente para a
compreensão das inter-relações e da perspectiva de gestão de
sustentabilidade dos sistemas socioambientais.
79
renováveis e não renováveis, assim como a velocidade e possibilidade de
reciclagem dos dejetos.
81
Pode-se notar que tais ponderações realizadas pelos Economistas
Ecológicos buscando explanar os limites físicos do planeta são com base em
uma análise energética e que eles acreditam que apenas esses pressupostos
são satisfatórios para contestar a teoria do crescimento ilimitado. De acordo
com Souza-Lima (2004), pode-se notar que a crítica realizada pelos
Economistas Ecológicos à economia tradicional é apenas ao modelo de
produção capitalista, com ênfase aos seus aspectos físicos, deixando de lado
os aspetos sociais. Esta característica pode ser considerada uma quebra de
um dos pilares da sustentabilidade que é o social. Ainda que critique o método
de produção capitalista, a Economia Ecológica se propõe a resolver as
questões ambientais dentro dos moldes capitalista, o que sugere, uma grande
contradição em suas teorias.
Com base nisso, Foladori (1999), elabora duas perguntas cruciais que
servem como críticas à proposta da Economia Ecológica, a primeira em que o
autor classificou como um questionamento da ordem técnico-científica é se
"existem limites físico-materiais para a produção humana?". Quanto a resposta
dos Economistas Ecológicos, podemos esperar um sim, categórico e
irrefutável. E seus argumentos são baseados em que o planeta é um sistema
fechado em relação a recursos e portanto finito, consequentemente, o
crescimento ilimitado da produção não é possível e é limitado. Segundo o
autor, esta ideia pode ser discutível por inúmeros motivos, uma delas é que a
vida na terra também tem um limite, já que calcula-se que o sol se extinguirá
por volta de cinco milhões de anos, assim, “o problema é de ritmo-e-não de
limites absolutos”, podendo esta primeira pergunta ser reformulada de forma
mais correta para “Cresce a produção humana a um ritmo que coloca limites de
abastecimento de materiais num futuro previsível?"”.
84
trabajadores, mayor será la explotación del trabajo (o la tasa de
plusvalía), y mayores serán las ganancias potenciales producidas. Sin
embargo, por esta misma razón también serán mayores las
dificultades para realizar estas ganancias potenciales en el mercado,
o para vender bienes a precios que reflejen los costos de producción
más la tasa promedio de ganancia12 (O’CONNOR, 2002, p.34-35).
12
Na teoria marxista tradicional, o capital é o pior inimigo de si mesmo. O Capital ameaça a sua própria
sustentabilidade por causa do que Marx chamou de "A contradição entre a produção social e
apropriação privada." Uma interpretação desta contradição é que quanto maior o poder do grande
capital sobre os trabalhadores, maior será a exploração do trabalho (ou a taxa de Mais Valia), e maiores
os lucros potenciais produzidos. Porém, por esta razão também serão maiores as dificuldades para
realizar estes ganhos potenciais no mercado, ou para vender produtos a preços refletindo custos de
produção, acrescidos de taxa média de lucro.
85
De acordo com Montibeller-Filho (2000), O’Connor formulou seu
argumento com base na observação que o sistema capitalista funciona inserido
em condições de produção que não são criadas como mercadoria, tendo como
exemplo os espaços urbanos, as infraestruturas públicas e o meio ambiente
natural, ou seja, “são as condições externas de produção, em contraposição ao
funcionamento interno do capitalismo”, desta forma para O’Connor, este
funcionamento interno do capitalismo gera a contradição fundamental do
capital ou primeira contradição.
86
Assim, na grande maioria das vezes os recursos são apropriados
(alienados) para o desenvolvimento do processo produtivo capitalista, podemos
citar a alienação do meio ambiente natural e seus recursos que não possuem
proprietários. Bem como a apropriação de parte do trabalho exercido pelo
trabalhador e não incluso nos custos de produção, há uma apropriação dos
recursos naturais que não são inclusos na produção, gerando assim uma forma
de mais valia13 da natureza ou natural, na medida “em que igualmente são
possibilitadas as condições para maximizar ainda mais os lucros
extraordinários dos capitalistas, na medida em que estes não incorporam em
seus custos o valor dos recursos naturais e tampouco os custos sociais ou
ambientais causados pela utilização deste, como, por exemplo, a redução de
estoque natural de recursos esgotáveis” (SANTOS, Ricardo 2015).
13
Os Ecomarxistas consideram esta alienação não paga da natureza como uma forma de mais valia já
que gera um lucro excedente.
87
Quadro 5:Tipos de custos sociais e danos correlatos.
88
efetivamente trabalhadas - gerando excedente a ser apropriado pelo capital
(MONTIBELLER-FILHO, 2000).
89
1. Os problemas ambientais são um problema vinculado à luta de
classes, já que os maiores prejudicados são os trabalhadores e a população
mais pobre.
91
erro para ser corrigido deve haver uma relação diferenciada com a terra, não
uma relação de posse (propriedade privada), mas de uso comunal das terras.
92
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O principal intuito do presente trabalho foi analisar as práticas ditas
como sustentáveis e averiguar a possibilidade de um desenvolvimento
sustentável efetivo e global dentro do atual modelo econômico, buscando
afirmações e bases teóricas em autores que pertencem às correntes citadas no
decorrer do texto bem como buscando algumas evidências empíricas que
venham a confirmar ou a contrastar a principal hipótese do trabalho.
93
cunho de responsabilidade socioambiental ou, quando existe, não há um
equilíbrio entres as dimensões destacadas pelo desenvolvimento sustentável.
96
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