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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

Dicta & Contradicta
Criada em 2008 em São Paulo, a revista Dicta & Contradicta publica artigos e resenhas
sobre diversos temas da cultura e da ciência.

A redescoberta da filosofia no Brasil I
– Panorama Geral
dicta / 31 de agosto de 2010

A Dicta.com começa a publicar uma série de artigos e entrevistas a
respeito do tema “A redescoberta da filosofia no Brasil”, feita por um de
nossos colaboradores, Felipe Cherubin. Hoje teremos um pequeno
panorama histórico de um problema que até agora parece ser insolúvel:
temos ou não temos condições de entender o que realmente significa a
Filosofia? Somos capazes de pensá­la e, sobretudo, fazê­la como os
mestres da tradição? Para Cherubin, este impasse é resolvido com a
redescoberta das obras de Mario Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira da
Silva. (M.V.C.)

Por Felipe Cherubin

A reedição das obras dos filósofos Mário Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira
da Silva dão novos ares ao estudo da filosofia no país e demonstram que é
possível um pensamento original e de alcance universal em terras brasileiras.

Mário Ferreira dos Santos (1907­1968) e Vicente Ferreira da Silva (1916­1963)
estão entre os filósofos brasileiros mais importantes do século 20. Foram
pensadores independentes que trataram dos mais importantes temas da filosofia
com impressionante interdisciplinaridade, dialogando tanto com a tradição
quanto com o que havia de mais importante e atual no debate intelectual de seu
tempo. A redescoberta de suas obras lança novas bases para a construção de
uma cultura mais refinada e autoconsciente, recolocando o Brasil,
definitivamente, no cenário global da história da filosofia.

***

Em 1986, o Embaixador Mário Vieira de Mello publicava O Conceito de uma
Educação da Cultura, retomando a reflexão de seu livro anterior sobre o tema do

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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

esteticismo na formação da cultura brasileira e como a partir daí lançar bases
para a criação de um espírito ético no Brasil.

Seguindo o espírito da letra de Vieira de Mello, podemos compreender de que a
proposta de transformar a consciência que temos da realidade brasileira, de uma
percepção estética para uma percepção ética, nada tem de um empreendimento
moralista e tampouco se trata de menosprezar as realizações e experiências
brasileiras no campo das artes e do sentimento nacional.

O problema que se coloca é se devemos manter nossa auto complacência ao
repetir erros que nos saltam aos olhos ou se não seria a hora de tentarmos uma
arrancada, elevando o nível de nossas realizações e da nossa inteligência
combinando assim fatores culturais mais sólidos e abrangentes.

A educação é um processo limitado que se encerra onde começa a cultura que
nada mais é que o reflexo social do esforço intelectual de cada ser humano de
educar os outros e a si mesmo. Educação e cultura são as duas faces de uma
mesma moeda chamada pedagogia e não se deve confundida com o que hoje
entendemos por ensino, esse rito social intimamente ligado com o mercado de
trabalho e com as pressões da empregabilidade e nos discursos recheados por
palavras de ordem como “educação para a democracia”.

A questão não é polarizar a discussão entre democracia versus aristocracia ou
em educação de elite e educação para as massas, mas sim entre poder versus
cultura e reconhecer que a pedagogia deve ter independência em relação a
democracia, assim como de qualquer regime político, como bem perceberam
Sócrates e Platão quando criticaram os sofistas por exercerem um magistério à
revelia da sociedade, abrindo um perigoso espaço para corrompê­lo por
distorções da vida democrática e as exigências do poder, na perda a longo prazo
da noção exata do que realmente é a educação.

No século 21, países colonizados como o Brasil vêem­se diante do dilema em
optar entre o artificialismo de uma cultura cerrada no passado e o funcionalismo
de uma cultura desvinculada da tradição. Como equacionar esse desafio? Para
um país da dimensão do Brasil recorrer ao mito da brasilidade e das formas
mais esdrúxulas de provincianismos apenas produz documentos para etnólogos
do futuro e nunca expressões de alta cultura e patrimônios para a humanidade.

Esse comportamento, muitas vezes travestido de falsa inovação e rebeldia
resultam, segundo Vieira de Mello, numa emulação que produziu apenas uma
caricatura pueril daquilo que de pior herdamos de nossos pais portugueses, o
medievalismo mais retrógrado e residual daquela Portugal dos séculos 16 até
Pombal, que havia assimilado o lado mais reacionário da Contra Reforma e
decretava sua incapacidade em absorver o que de melhor o Renascimento
oferecia.

Diferentemente, os espanhóis e depois os países hispano americanos,
desenvolviam­se culturalmente de forma mais harmoniosa e integrada ao ponto
de surgirem escritores de importância universal como Gárcia Marquez , Borges ,
Cortázar, Neruda e Vargas Llosa. A cultura espanhola ainda foi capaz de abrigar
uma série de filósofos de grande envergadura como Unamuno, Ortega Y Gasset,
Julian Marias e Xavier Zubiri.

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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

Dessa forma, não sem razão, com a emancipação política do Brasil, fomos
bombardeados pela cultura francesa sem a menor condição de assimilá­la, uma
cultura mais modernizada que em terras brasileiras teve efeitos traumáticos e
pouco benéficos como mostra Paulo Arantes em seu livro Um Departamento
Francês de Ultramar.

Expressões de alta cultura no Brasil, como a filosofia, tornaram­se ao longo de
nossa história um enredo mal digerido de tomismo, comtismo, marxismo e
desenvolvimentismo. A história da filosofia no Brasil ainda é uma das histórias
mais obscuras e a espera de uma sistematização, não obstante os esforços
heróicos de contribuições histográficas de Sílvio Romero, dos Padres Leonel
Franca e Stanislavs Ladusãns e mais recentemente por Antônio Paim e Jorge
Jaime, para citar as principais.

Tratar sobre o tema da Filosofia no Brasil é sempre algo problemático. O
primeiro problema que enfrentamos diz respeito ao critério do que é e do que não
é filosofia. Como separar o joio do trigo?

Depois, nos perguntamos se a originalidade é o único critério válido ou exige­se
também uma profundidade de temas e enorme erudição, ou mesmo, se a chave
da questão não estaria na enunciação de um novo problema ou a solução
definitiva e racional de problemas clássicos.

Até que ponto a simples exposição de uma filosofia alheia transcende a uma
verdadeira criatividade? Como se reconhece um filósofo e como se determina se
ele é digno ou não de figurar no rol da história da Filosofia?
Essas são perguntas que precisam ser feitas. A filosofia precisa dialogar com a
tradição, ocupar­se dos problemas atuais e lançar bases para um futuro mais
consciente. No Brasil, muitos se lançaram a essa tarefa e corroboraram com
respostas a velha questão “Quem somos nós?”, fazendo da cultura brasileira
mais consciente e preparada para a Grande Conversação, nos termos de
Mortimer Adler.

A rigor, a filosofia no Brasil, segundo Jorge Jaime no seu volumoso História da
Filosofia no Brasil, começa já na fase colonial com a instituição do governo­
geral em 1549 e o desembarque do padre Manuel da Nóbrega com a armada de
Tomé de Sousa, dando inicio à missão jesuítica no país e à construção dos
alicerces fundamentais que moldariam a sociedade brasileira.

Neste inicio, a contribuição da Companhia de Jesus foi enorme. Os primeiros
mestres gramáticos no Brasil foram os padres Blázquez e Anchieta sendo que o
Padre Anchieta escreveu o primeiro tratado filosófico no Brasil expondo seu
pensamento, hoje infelizmente perdido.

Assim, a fase colonial é marcada pelas influências da tradição filosófica e
cultural portuguesa e os esforços no sentido de civilizar uma terra virgem e
antropofágica. Na fase imperial, a grande influência será o positivismo de
Comte, inspirador da nossa Republica com o lema “Ordem e Progresso”, o
surgimento da escola de Recife e a presença de homens do quilate de Rui
Barbosa, Joaquim Nabuco e José Bonifácio. Daí em diante, o Brasil entrou na
onda do desenvolvimentismo, tendência ambígua que foi capaz de absorver
linhas tão distintas que vão do marxismo ao neoliberalismo.

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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

Portanto, a reedição das obras de dois filósofos brasileiros do século 20, Mario
Ferreira dos Santos e Vicente Ferreira da Silva acendem velas nessa penumbra
e jogam um material ainda incompreendido daquilo que de melhor realizamos em
termos de alta cultura ao longo do século 20.

(Continua amanhã)

Felipe Cherubin é jornalista, formado em Direito e estudou Filosofia na
Harvard Extension School.

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31 de agosto de 2010 em Filosofia. Tags: Mario Ferreira dos Santos, Mario Vieira de
Mello, Vicente Ferreira da Silva

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trunfo?

14 comentários em “A redescoberta da filosofia no
Brasil I – Panorama Geral”

Valder Palombo  31 de agosto de 2010 at 8:53 am

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Sempre é bom lembrar que a redescoberta de Mário Ferreira
dos Santos, Vicente Ferreira da Silva e Mário Vieira de Mello,
deve­se ao esforço solitário do Professor Olavo de Carvalho,
que há anos vem inisistindo no estudo e na grandeza intelectual
desses nomes. Não se deve esquecer aqueles que lutar
corajosa e solitariamente para resgatar a intelectualidade
brasileira das trevas em que, sorridentemente, mergulhou.

Valder Palombo  31 de agosto de 2010 at 8:54 am

Perdão, “lutar”, não, lutam.

Rodrigo Caruso  31 de agosto de 2010 at 9:29 am

Parabenizo a Dicta pelo tema da série vindoura, e também pela
ênfase nesses dois filósofos brasileiros, praticamente
desconhecidos dos nossos estudantes de filosofia.
Mas no domínio desta “redescoberta”, o mérito é, em primeiro
lugar, de Olavo de Carvalho, que há anos divulga e comenta
(em seus artigos, cursos e podcast) Mário Ferreira dos Santos.
Não é mera coincidência que a maioria das reedições deste,
seja da mesma editora (É Realizações) da maioria das obras
daquele.

Martim Vasques da Cunha  31 de agosto de 2010 at 10:56 am

Caros Valder e Rodrigo:
Não se preocupem que o mérito de Olavo de Carvalho será
reconhecido na história recente da filosofia brasileira aqui no
site da Dicta. Aguardem. Abraços, Martim.

Valder Palombo  31 de agosto de 2010 at 2:50 pm

Obrigado, Martim, por nos responder e adiantar tal
reconhecimento. Boa sorte a todos que fazem Dicta &
Contradicta nesta tão necessária tarefa de nos obrigar a sair do
diz­que­me­diz habitual dos pseudo­intelectuais que aqui
balbuciam.

http://www.dicta.com.br/a­redescoberta­da­filosofia­no­brasil­i­panorama­geral/ 5/10
13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

ADE  31 de agosto de 2010 at 3:24 pm

“Los críticos patriotas les inventan genios a las literaturas
pobres. Nada daña más el gusto que el patriotismo.”

Nicolás Gómez Dávila

Espero que não seja o caso. De qualquer maneira, é preciso
resgatar aqueles que tem um alcance realmente universal,
como no caso de Vicente Ferreira da Silva.

Parabéns pela iniciativa.

José Luis  31 de agosto de 2010 at 4:26 pm

Não tenho erudição e maturidade para julgar mas creio que
Vilém Flusser tem também um lugar de destaque no panorama
filosófico brasileiro do século XX. Ainda me lembro o impacto
que causou em mim e nos meus amigos “A História do Diabo”.
Era diferente de tudo aquilo que eu lera até então, finalmente a
filosofia falava da vida de forma lúcida e irônica. Qual não foi
minha alegria ao descobrir depois o Olavo de Carvalho e, um
tempo depois, encontrar no site do Olavo um texto com grandes
elogios ao pensador tcheco­brasileiro. Parecia­me que a
verdade, como em feixes, convergia do mais profundo dos
sebos e esquecimentos nacionais.

Antonio Araujo  31 de agosto de 2010 at 5:12 pm

Também não é assim. Eu pelo menos não sei como o autor do
texto chegou aos três filósofos brasileiros, poderia ter sido por
outra via que não o Olavo. O Olavo mesmo, se não me engano,
descobriu o Mario Ferreira não solitariamente, mas através de
um aluno. E suas obras por anos estiveram acessíveis em
sebos, pelo menos os cariocas, onde adquiri boa parte de suas
obras. Se fosse eu o autor do texto, por exemplo, seria justa a
reclamação, cheguei a vários autores por indicação do Olavo.
Fica parecendo que ele tem o copyright do elogio aos três, e a
outros autores.

Vinícius de Oliveira  31 de agosto de 2010 at 9:37 pm
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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

É bom frisar que a grande contribuição de Olavo de Carvalho
em relação a estes autores não foi a de tê­los redescoberto,
mas de reposicioná­los na hierarquia de importância da alta
cultura nacional. Olavo não veio reclamar apenas de que eles
foram esquecidos, mas de que foram esquecidos, embora
fossem os mais importantes, segundo sua cosmovisão cultural.
De um certo modo, Mário Ferreira dos Santos jamais foi de todo
esquecido. Era totalmente ignorado na academia e na mídia
cultural, porém seus livros estão espalhados por bibliotecas
públicas de todo o país e não é difícil imaginar que nas
Faculdades de Filosofia dos grotões da nação seu pensamento
seja estudado. Miguel Reale e seu Instituto Brasileiro de
Filosofia (alternativas à USP) também não o ignoravam
completamente, apenas diminuíam sua importância, afirmando
que Mário Ferreira era apenas um expositor de Filosofias, que
não trouxera nenhuma inovação. Certamente, foi Olavo que veio
a colocar Mário Ferreira num patamar muito superior de
importância, chegando a afirmar que ele não foi só o maior
filósofo brasileiro, mas o maior do século XX em todo o mundo.
O mesmo ocorre com Mário Vieira de Melo. Jamais foi
totalmente ignorado. Já li um artigo de Antônio Cândido que o
cita, sem lhe dar muita importância. Creio que muitos dos
estudiosos hoje de Mário Ferreira dos Santos, Mário V. de Melo
e Vicente F. da Silva e Vicente F. da Silva talvez pudessem um
dia ouvir o nome destes autores, talvez até mesmo tivessem
seus livro em mãos, mas só se disporiam a estudá­los a fundo
depois que um outro filósofo contemporâneo de prestígio
tivesse atestado a alta qualidade dos mesmos. Foi o que Olavo
fez.

Luís Guilherme  1 de setembro de 2010 at 1:34 am

A apresentação do texto não exagera no vocábulo “importante”?
Coisa sem importância, só questão estilística, há coisas mais
importantes a se importar. Mas, como é logo no começo, a
importância é maior porque é uma primeira impressão, que às
vezes é a mais importante, não é?

Mas nada importante, podem ignorar 

Olavo de Carvalho  2 de setembro de 2010 at 2:14 pm

Mauro de Sá­Martino, desprovido de luz própria, só veio a
compreender algo da filosofia de Mário Ferreira dos Santos
após ter lido a minha introdução à “Sabedoria das Leis Eternas”
(É­Realizações, 2001). onde pela primeira vez a complexidade

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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

da obra imensa desse filósofo foi reduzida a uma ordem
inteligível. Ao publicar anos depois suas introduções ao
“Tratado de Simbólica” e à “Filosofia Concreta”, Sá­Martino
confessou ao editor Edson Manoel de Oliveira Filho que não
reconhecera em público o pioneirismo do meu trabalho por
medo de perder seu emprego universitário. É irônico que esse
sujeito venha não só a posar de pioneiro, mas a parasitar o
mérito do próprio Mário, louvando­o por “viver para a filosofia e
não da filosofia”, enquanto ele próprio faz exatamente o
contrário e até pior, acrescentando ao carreirismo a usurpação.
Ele exemplifica às mil maravilhas a “boutade” de Albert
Einstein: a fama intelectual consiste, na maior parte dos casos,
em saber ocultar as fontes. Não pense, caro Martim Vasques,
que a “Dicta&Contradicta” vir um dia a “reconhecer os méritos
do Olavo de Carvalho” a desculpará do vexame de ter
promovido, antes deles, os falsos méritos de um ususpador
tardio.

Olavo de Carvalho  2 de setembro de 2010 at 2:15 pm

* usurpador

Zé Colmeia  23 de novembro de 2010 at 9:38 am

O quê??? Vocês vão dar alguma atenção ao Olavo?? Olavo
deve ser esquecido!! Pouca gente faz tão mal para estepaiz
quanto ele. Nem o Lula chega perto.

A revista vir a “reconhecer os méritos do Olavo de Carvalho”
está apenas promovendo “os falsos méritos de um usurpador
tardio”. Usurpador, sim, porque se diz “o maior educador do
país”. Fala sério…

Agora vocês perderam pontos comigo… tsc, tsc… E eu nunca
vou perdoá­los por isso, viu? Seus bobos, chatos e feios!!

Luis  14 de julho de 2011 at 5:31 pm

Mário Ferreira dos Santos é um dos maiores filósofos da
história da humanidade.

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13/10/2016 A redescoberta da filosofia no Brasil I – Panorama Geral | Dicta & Contradicta

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