INICIAÇÃO DE UM CAVALEIRO TEMPLÁRIO

Quando um homem, desejando fugir ou renunciar ao mundo, queria entrar na

milícia do templo, ele não era imediatamente admitido. Seguindo as
recomendações bíblicas, primeiro deveria se provar se o espírito era de Deus.
Feito isso, era lido para o aspirante as regras da Ordem e então o Mestre e outros
irmãos determinavam se receberiam ou não o candidato. Se admitido era
submetido a outros testes preparatórios e marcava-se, então, um dia para a
recepção e sagração solene. Ele era introduzido diante do Tribunal dos 12
irmãos mais velhos. O lugar da sagração era geralmente uma Igreja da Ordem,
à noite, com velas acesas.
O candidato esperava em uma sala adjacente. Ele usava uma túnica branca, o
cabelo sempre estava exposto, embora estivesse completamente desarmado,
sem manto e sem espada. Ele era acompanhado por seu padrinho.
Dois Cavaleiros mais velhos vinham a ele para lhe fazer perguntas:
O que você realmente deseja? Que razões o trouxeram para nós, quando você
sabe que vai se submeter a este trabalho duro da milícia, lutando por algo que
pode tirar a sua vida e, ao mesmo tempo, será forçado a manter uma existência
na qual você não pode desfrutar dos prazeres do mundo exterior?
Após suas respostas consideradas satisfatórias, ele era apresentado na igreja.
Ajoelhado, então, no meio do Tribunal dos Doze Irmãos mais velhos e aos pés
do grande mestre, ele repetia por três vezes "pão e água e sociedade da Ordem".
O Mestre dizia-lhe imediatamente: "Cavalheiro, você incorrerá em grandes
obrigações; terá que passar por muitos trabalhos prolongados, e vai se expor a
perigos eminentes. Será necessário estar acordado quando quiser dormir; sofrer
fadiga quando desejar descansar; sofrer sede e fome em ocasiões em que
desejar comer e beber; ter que ir a um país quando você está feliz em ficar em
outro ".
Depois disso, ele tinha que responder as seguintes perguntas:
- Você está disposto, durante todos os dias da sua vida, a partir de agora, a se
tornar servo e escravo da Ordem?
- Você está disposto a desistir de sua vontade para sempre, obedecendo a tudo
o que seu comandante ordenar em todos os momentos? "
O recém-iniciado deveria responder: "Sim, Senhor; com a ajuda de Deus "
Neste momento, o candidato era levado para fora da Igreja onde aguardava ser
chamado de novo. Dentro da Igreja, o Mestre prosseguia com a o rito de
iniciação. Com as mãos nos Evangelhos e com uma voz firme, dirigia-se aos
demais irmãos templários:
"No caso de qualquer um de vocês conhecer uma ou várias causas por que esse
homem não mereça ser um irmão nosso, declare agora, por que seria melhor
ouvi-lo agora quando o aspirante não se encontra ainda entre nós.
Você quer que esteja entre nós? Que o chamemos de volta em nome de Deus?
... "
Eles geralmente responderiam: "Sim, queremos. Que ele volte em nome de
Deus".
O candidato era reconduzido para dentro da Igreja frente aos Templários, para
publicamente renunciar a sua vida anterior e aceitar tornar-se um escravo da
Ordem. O Mestre perguntava-lhe sobre sua condição militar, seu status social,
sua saúde, se ele tinha dívidas ou outros interesses etc.
Com as respostas satisfatórias, ele era conduzido a fazer seus votos. O Mestre
perguntava:
"Irmão, escute com atenção o que lhe diremos. Você promete a Deus e a Nosso
Senhor Jesus Cristo que até o fim dos seus dias, você cumprirá as ordens do
Mestre do Templo e dos Comandantes que são seus superiores? Você promete
a Deus e a Nosso Senhor Jesus Cristo que sempre, de maneira absoluta e sem
qualquer concessão, você manterá permanentemente sua castidade? Que você
vai viver sem qualquer coisa que pertença a você? Que você poderá seguir e
respeitar os bons costumes e regras de nossa Ordem? Que você está disposto
a ajudar a conquista de acordo com a força e o poder que Deus lhe deu, a Terra
Santa de Jerusalém? Que você nunca abandonará nossa Ordem por uma causa
forte ou fraca, ou por uma razão pior ou melhor? "
Ao prometer que fará tudo conforme ouviu, o candidato fazia um juramento,
pronunciava os três votos de pobreza, castidade e obediência, consagrando-se
ao mesmo tempo para a defesa da terra sagrada. Estava admitido na Ordem do
Templo. Dali para frente só teria o direito de pão e água, roupa pobre, uma cama
muito simples, viver quase na miséria e fazer muito trabalho duro.
A cerimônia terminava quando o manto templário, uma cruz e uma espada eram
entregues a ele. O Mestre e o Capelão davam-lhe o beijo da Irmandade e
repetiam o lema que era a marca do serviço a Cristo e à Igreja: “Não a nós,
Senhor, não a nós, mas ao Teu nome dá glória”.
Desta forma, concluía-se a cerimônia de entrada do candidato, que já era um
Templário com todos os direitos e obrigações que os outros. Por lógica, ele teria
que manter um curto período de aprendizagem e adaptação à sua nova vida.
Era mais um CAVALEIRO DA ORDEM DE CRISTO. Amém.