oògùn... “O Caçador abre a sacola e saca o veneno, Òsányìn abre a bolsa e saca o antídoto” Esta metáfora significa que “cada veneno tem seu antidoto” e “cada enfermidade tem sua cura”. Esta Tradição Oral está especificamente no princípio da polaridade das Leis Herméticas e que neste caso pode-se afirmar categoricamente que através do mesmo “veneno” se elabora o “antídoto” como no caso das vacinas. Os que praticam a Medicina Tradicional Iorubá, acreditam que as enfermidades estão contidas em pequenas bolsas dentro do corpo, entende-se que essas “bolsas” são as centenas de glândulas espalhadas pelo corpo inteiro e que devido a vários fatores, tais como o consumo excessivo de álcool, substâncias tóxicas, exposição a substâncias cancerígenas, aqueles que excedem os limites de sua capacidade humana; quando isso e outros fatores ocorrem, essas “bolsinhas” se rompem, liberando os micro organismos na corrente sanguínea, que desencadeiam a doença até então inerte. A principal base da Medicina Tradicional Iorubá, está estruturada na crença de não somente curar a doença como o de aniquilar estes micro organismos quando ainda estão inativos. Para que os remédios sejam eficaz, devem empregar uma combinação de substâncias amargas – o koro, picantes – o ta e ágria – o kon. Preparos esses que podem serem aplicados no corpo ou ingeridos de acordo com a receita prescrita, pois as substâncias que contém estas combinações matam os germes causadores de diversas enfermidades. Muito comum, observar nas mais diversas receitas de remédios tradicionais, a adição de ovos de aves, substâncias adocicadas e alcoólicas, pois essas substâncias tem o poder de atrair e agrupar os germes, seria como uma espécie de armadilha, para que os micro organismos “consumam” os ingredientes do medicamento e possam ser exterminados. Ao mesmo tempo cada remédio dentro da Medicina Tradicional, contém substâncias purgativas e depurativas do sangue, com a finalidade de provocar rápida e abundante evacuação intestinal e urinária para que os excesso de toxina viral seja liberada do corpo. Se faz notar que quase todas as preparações da Medicina dos Iorubá incluem noz-de-cola –Obí e veneno-amargo – Orógbó, pois a princípio o sabor dessas sementes são adocicadas, em seguida apresentam um forte sabor amargo. Também utilizam pimenta-da-costa – ataaredos quais apresentam um sabor doce-picante que “camuflam” o sabor de outras substâncias. A preparação de um determinado remédio, a princípio por determinação de Ifá, que através das figuras – Odù, revela a enfermidade que se padece, e prediz como curar e ou mesmo preveni-la, da mesma forma que os Ocidentais os Iorubás acreditam que “a prevenção é melhor do que a cura”. Nesta consulta oracular, será revelado as proibições e os tabu, denominados de eèwò numa espécie de “dieta”. Dentro do filosofia de Ifá, os eèwòpertencem aos Valores Éticos e Morais da Religião, violar uma proibição é cometer um sacrilégio, neste contexto devemos entender que afrontar um eèwò faria com que as doenças propensas se manifestem prontamente no individuo. A maior parte dos religiosos de nossa religião, baseiam-se no fato de determinar um tabu alimentar, pela forma que este molesta o corpo do individuo, seja uma indigestão, diarreia ou uma reação alérgica; sendo este um conceito equivocado, já que quando se estabelece um eewò é possível que este quando violado não faça mal algum de imediato, mas depois de um longo período este se manifeste de várias formas, inclusive em uma doença que poderia ter sido evitada com a obediência prescrita e determinada por Ifá. Dentro da Medicina Tradicional, para a cura das mais diversas enfermidades se utilizam todos os elementos da natureza, ou seja, tudo aquilo que existem no Reino Animal, Vegetal e Mineral, e se fará uso de cada ingrediente, partindo como base as particularidades de cada Reino, a vibração ou a energia específica que os caracterizam. Para um melhor entendimento, se um individuo padece de uma enfermidade provocada pela ingestão de água infectada, deverá recorrer a certas plantas que vivem precisamente nesse meio ambiente, o que poderia retomar o pensamento de que o “veneno se transforma em antídoto”; da mesma forma que plantas de folhas e flores de coloração vermelha, são utilizadas para o preparo de remédios com a finalidade de curar enfermidades no sangue; plantas que florescem com suas flores amarelas, são utilizadas para o tratamento da icterícia; plantas cuja as folhas apresentem manchas tem a propriedade de curar várias doenças de pele; plantas de características ásperas, de coloração verde escura e com pequenos pontos pretos, tem a propriedade de curar a anemia. Todos esses métodos representavam uma percepção de que o meio ambiente tem “intenção e significado” e que os segredos da boa saúde se encontravam dentro dos limites do entendimento humano. Cabe salientar que as plantas dentro da Medicina Tradicional e da Litúrgica dos Iorubás são classificadas em quatro compartimentos: Folhas da Água, Folhas do Ar, Folhas da Terra e Folhas do Fogo