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Ficha de leitura - A CONDIÇÃO HUMANA - Hanna Arendt
Prólogo
Tese 1: Políticos e cientistas profissionais não devem decidir sobre assuntos de primeira
grandeza.
Citação: “...uma questão política de primeira grandeza, cuja decisão, portanto, não pode ser
deixada a cientistas profissionais ou a políticos profissionais.”
Tese 2: O discurso é o que faz do homem um ser político.
Tese 3: O trabalho foi glorificado teoricamente na era moderna.
Citação: “A era moderna trouxe consigo uma glorificação teórica do trabalho, e resultou na
transformação factual de toda a sociedade em uma sociedade trabalhadora.”
Citação: “ ‘O que estamos fazendo’ é, na verdade, o tema central deste livro.”
Tese 5: Trabalho, obra e ação são os elementos básicos da condição humana.
Explicação: Todo ser humano precisa satisfazer suas necessidades biológicas mínimas
para sobreviver neste mundo, isto é, trabalhar. Sobrando algum recurso, o ser humano
acaba por fazer mais do que o necessário para a sobrevivência, o produto excedente é a
obra. O fato de estar em comunidade com os outros humanos faz com que ele possa agir
em conjunto com seus semelhantes através do discurso, isto é agir politicamente. Essas
três condições são básicas para todos os humanos e são o assunto do livro.
Tese 1: A vida activa é uma expressão para designar três atividades humanas: trabalho,
obra e ação.
Explicação: A vida activa é a vida humana. Por não serem todos iguais, não terem uma
natureza determinada de antemão, os seres humanos excedem as atividades puramente
animais e podem produzir artefatos que persistem no tempo, condicionando-os, e ainda
influenciar seus semelhantes através do discurso para que ajam de acordo com sua
vontade. Dessa forma é possível a política, que visa o esforço conjunto de vários homens
com um fim determinado e dirigido pelo discurso entre os homens.
Tese 2: A pluralidade é a condição humana que permite a política.
Citação: “... essa pluralidade é especificamente a condição, não somente a conditio sine
qua non, mas a conditio per quam, de toda vida política.”
Explicação: Por sermos vários e não meras repetições de uma natureza apenas animal, nos
é possível divergir ou convergir esforços para a realização de propósitos coletivos. Aquilo
que os humanos fazem em conjunto cria um corpo político que é possível manter e
aperfeiçoar, o que acaba por constituir a história dos nossos atos, que é lembrada e
também condiciona a vida humana.
Tese 3: A condição mais geral da existência humana é a natalidade.
Explicação: Todo ser humano que nasce tem o potencial para agir e cada ato representa
uma possibilidade de um novo princípio, para o agente e para todos os que vierem depois
dele. Por isso as ações são como nascimentos de realidades que podem condicionar toda
humanidade e podem ser pensadas como manifestações da categoria principal da política.
Tese 4: A condição humana é diferente da natureza humana.
Citação: “Para evitar mal-entendidos: a condição humana não é o mesmo que a natureza
humana…”
Tese 1: A polis é uma organização política livremente escolhida, e não apenas necessária.
Citação: “Aristóteles distinguia três modos de vida que os homens poderiam escolher
livremente,...que tem em comum o fato de se ocuparem do ‘belo’, isto é, de coisas que não
eram necessárias nem meramente úteis:...; a vida dedicada aos assuntos da polis,...”
Explicação: A vida dedicada aos assuntos da polis era a única verdadeiramente livre para
os gregos, segundo Arendt, pois representava o ápice de uma liberdade conquistada depois
de todas as necessidades terem sido satisfeitas e não necessitava da intervenção de um
déspota, cabendo a cada cidadão seu quinhão de responsabilidade nos assuntos da cidade.
Ninguém frequentava a ágora por necessidade e sim por terem a condição de não precisar
se envolver nas não tão dignas tarefas da sobrevivência.
Tese 2: A passagem da ação/práxis para a contemplação/teoria.
Citação: “...a ação passara a ser vista como uma das necessidades da vida terrena, de
modo que a contemplação era agora o único modo de vida realmente livre.”
Explicação: O fim das cidades-estado tirou das mãos dos cidadãos as atividades
propriamente políticas e fez com que o termo vida activa passasse a designar o mero
engajar-se nas coisas do mundo. Perante esse novo modo de vida os filósofos começaram
a entender, segundo Arendt, a vida activa, realmente livre, como a dedicada à
contemplação, atividade que não é útil em si mesma, podendo ser desenvolvida apenas por
homens que tem a liberdade de prescindir dos trabalhos indignos relacionados com a
simples manutenção da vida ou a criação de artefatos.
Tese 3: O homem: de zoon politikon a animal socialis.
Explicação: Segundo a autora, a passagem na versão de zoon politikon para animal socialis
era uma tradução com inconscientes traços de uma perda do significado original grego do
termo. De político, o homem tornara-se meramente gregário, o que representava um
movimento retrógrado em relação ao pensamento grego, o qual já identificava a simples
união entre os pares como uma condição demonstrada nos animais e não especificamente
humana.
Tese 4: A confusão entre as esferas privadas e públicas na esfera social.
Citação: “...a eclosão da esfera social, que estritamente não era nem privada nem pública, é
um fenômeno relativamente novo,...”
Explicação: Com o fim das cidades-estado, o advento das sociedades trouxe uma mistura
das responsabilidades que outrora eram nitidamente percebidas como sendo da família
para o seio do político, que passou a ser compreendido como uma grande economia
doméstica coletiva, onde as famílias eram substituídas por uma grande família
sobre-humana. Uma economia política para os antigos seria uma contradição de termos,
uma vez que a economia é a tarefa de cuidar da casa e a política ser o que se faz fora da
casa.