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Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Escola Superior Agrária de Ponte de Lima


Curso de Enfermagem Veterinária
Cadeira: Farmacologia
Docente: Manuela Cerqueira

Intoxicações em gatos
por acetaminofeno

Hugo Montenegro Nª 12813


Miguel Ballesta Garcia Nº 17374
Ponte de Lima, 2 Novembro 2016
Índice
1. Introdução…………………………………………………………………………1

2. Intoxicação………………………………………………………………………..2
2.1. Que é uma intoxicação?..............................................................................2
2.2. Vias de intoxicação……………………………………………………….4
2.3. Órgãos afetados por uma intoxicação…………………………………….5

3. Acetaminofeno……………………………………………………………………6
3.1. Definição………………………………………………………………….6
3.2. História……………………………………………………………………6
3.3. Características químicas…………………………………………………..7
3.4. Mecanismo de ação……………………………………………………….7

4. Intoxicação em gatos por acetaminofeno…………………………………………9


4.1. Causas da intoxicação…………………………………………………….9
4.2. Sintomatologia……………………………………………………………9
4.3. Tratamento……………………………………………………………….11

5. Conclusão……………………………………………………………………… .14

6. Bibliografia………………………………………………………………………15
1. Introdução

O presente trabalho pretende analisar o fármaco denominado por Acetaminofeno ou


Paracetamol assim com o processo de intoxicação que decorrem na administração em gatos.

O acetaminofeno é um analgesico e antipiretico para crianças e adultos mais popular e


utilizado na atualidade devido a sua grande janela terapêutica e poucos efeitos adversos (em
humanos).

Este medicamento comercializado na década dos 50, não está sujeito a prescrição médica e é
por isso que em muitas ocasiões e mal utilizado, por exemplo em sobredosagem ou em
animais. No caso da utilização deste fármaco em gatos as consequências podem ser fatais
devido a sua hepatotoxicidade.

Baseando-nos em múltiplas fontes como livros, artigos de revistas científicas ou estudos


sobre toxicologia animal conseguimos perceber os diferentes aspectos da toxicidade do
Paracetamol em gatos como podem ser os seus mecanismos de ação, sintomatologia ou o
tratamento.

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2. Intoxicações
2.1 Que é uma intoxicação?

O estudo de toxicologia consiste na descoberta de “venenos”, quais as suas ações na


fisiologia do ser vivo e a sua composição química.

A toxina pode ser encontrada em três estados diferentes (gás, líquido e sólido) e qualquer um
destes estados consegue interagir com o ser vivo desde do nível molecular até ao nível do
organismo (Plumlee, 2004; Messonnier, 2001)

A toxicologia e a farmacologia podem ser interpretadas como estudos da mesma área, mas
que têm destinos finais opostos. A toxicologia é o estudo de químicos (toxinas) que
provocam detrimento de um organismo, enquanto a farmacologia é estudo de químicos
(drogas) que procura o benefícios terapêuticos para o animal (Plumlee, 2004).

É preciso uma atenção cuidada quando se administram drogas a um animal, pois a linha que
separa o benefício terapêutico de uma intoxicação (janela terapêutica) pode ser extremamente
pequena, sendo necessário uma atenção redobrada nas doses fornecidas.

Em relação à administração de uma dose e a sua resposta é necessário ter em consideração


três casos:

1 - o químico vai interagir com uma molécula ou um local específico do recetor


(receptor site) para produzir uma resposta

2 - o gradiente de resposta é consoante a concentração nesse local

3 - a concentração do químico na localização do recetor é relacionado com a dose do


químico administrado

A resposta ao químico e as suas ações a nível fisiológico depende das propriedades


toxicokinetic (Plumlee, 2004).

A toxina passa por fase de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação.


Toxicokinetics estuda todos esses processos. A concentração de toxina no recetor depende da
dose, propriedades da toxina ou droga, absorção, distribuição, afinidade do tecido, velocidade
do metabolismo e de eliminação (Plumlee, 2004; Messonnier, 2001).

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Animais de diferentes espécies, com diferentes idades e com diferentes características a nível
de absorção, distribuição, metabolismo, permeabilidade da membrana, funcionamento dos
órgãos, anatomia gastrointestinal e fisiologia, pH do tecido e excreção, vão contrair uma
reação diferente ao químico, contribuindo positivamente ou negativamente (Messonnier,
2001).

A resposta de uma dose pode ser diferente consoante a toxicidade seletiva, diferença entre
espécies e diferenças individuais (dentro da mesma espécie).

1- A toxicidade seletiva produz dano a um tipo de órgão ou parte deste. Estas reações
negativas ocorrem devido à presença de recetores alvo. Porém uma espécie que não
possua esses recetores não vai ter resposta.

2- Diferenças entre espécies, um exemplo deste caso, é o químico acetaminofeno usado


em cães e em gatos.Nos cães a dose tóxica é 600 mg/kg e em gatos é 50 a 100 mg/kg.

3- Diferenças individuais (dentro da mesma espécie), consiste num indivíduo que possua
um gene diferente, que podem contribuir para que ocorra ou não, uma intoxicação.

Dependendo do tempo de exposição, deve-se proceder com diferentes ações (Plumlee, 2004).

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2.2. Vias de intoxicação
Maior parte das substâncias tóxicas são absorvidas oralmente ou de forma dérmica. A
velocidade de absorção depende da via. Sendo a mais rápida a intravenosa, seguida da
pulmonar, intraperitoneal, intramuscular, oral e por último a via cutânea (Messonnier, 2001).

● Sistema cardiovascular e sangue: quando tóxicos que afetam as células do sangue,


coração e medula óssea. Exemplos: a falta de oxigênio no sangue (hipóxia).

● Pele: os efeitos podem variar de irritação por contacto com por exemplo, gasolina para
efeitos de corrosão graves, tais como contacto com a pele com hidróxido de sódio.

● Fígado, vias biliares ou vesícula biliar: com a produção de várias doenças, como a
hepatite química, cirrose e câncer de fígado.

● Sistema imunológico pode ser afetada de várias maneiras. Por fenómenos de


hipersensibilidade (alergia e auto imunidade), imunodeficiência ou a proliferação celular
incontrolada (linfomas).

● Rins: grandes volumes de sangue que passa através dos rins, onde os danos tóxicos podem
se acumular e filtrada.

● Sistema nervoso efeitos podem ocorrer em a nível do sistema nervoso central (por
exemplo, metais tóxicos tais como o chumbo e mercúrio.) ou dos nervos periféricos (por
exemplo, n-hexano.).

● Sistema reprodutor: vários efeitos, como perda da libido, impotência, infertilidade,


aborto, anomalias fetais, incluindo câncer infantil.

● Sistema respiratório: incluindo o nariz, laringe, faringe, traquéia e os pulmões, pode ser
afetado em todas estas estruturas. Os principais efeitos são irritação das vias respiratórias
superiores e dos brônquios, asma, enfisema, pneumoconiose, fibrose pulmonar, alveolite
alérgica e cancro.

● Sistema endócrino efeitos neste sistema podem ser muito variados e incluem cancros:
mama, ovário, próstata e testículos; endometriose; diminuição da qualidade do esperma e
dos níveis de alguns hormônios em homens e mulheres expostas. Além disso, problemas
de desenvolvimento, deficiência e redução do quociente de inteligência aprendizagem, etc.
nos filhos de mulheres expostas.

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2.3. Órgãos afetados por uma intoxicação
Os órgãos afetados vão depender da espécie e das suas características individuais e a da sua
sensibilidade à substância tóxica. Há tóxicos que podem ser absorvidos rapidamente e
distribuídos por vários tecidos mas só ter efeito num ou em poucos tecidos, enquanto que
outros químicos com propriedades idênticas ou semelhantes podem afetar um número maior
de tecidos.

Outros químicos que podem ter uma absorção lenta podem ter um efeito grande mais tarde,
como provocar cancros (Plumlee, 2004).

Um dos principais órgãos excretores de toxinas são os rins, eliminando-os através da urina e
por isso são suscetíveis ao efeito das toxinas devido ao fluxo sanguíneo (20 a 25% do débito
cardíaco).

Os rins vão reabsorver 99% de água onde se encontra parte da concentração de toxinas.

quando os rins são intoxicados vão haver uma redução do fluxo sanguíneo devido ao estímulo
da renina-angiotensina vasoconstrição, por bloqueio da luz tubular (dano das células epiteliais
tubulares por parte da toxina), moldes e aumento da pressão no interior do lúmen que diminui
a rede de fluxo de filtração através do leito capilar glomerular.

Devido à intoxicação dos rins pode ocorrer sintomas como: náuseas, vômitos, desidratação,
azoemia, poliuria, sangramento do trato intestinal e insuficiência renal crónica (Plumlee,
2004).

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3. Acetaminofeno

3.1 Definição
O acetaminofeno é usado como um fármaco com propriedades analgesicas (aliviar dor) e
antipiréticas, eliminando ou prevenindo a febre em humanos (Espinosa Bosch et al., 2006).

É um dos fármacos mais vendidos, na forma de genérico e outros nomes comerciais (Ben-u-
ron, Panadol, Tylenol, Supofen, Pantadolor, Panasorbe e o Efferalgan (Infarmed, 2014).

Nos humanos as dosagens recomendadas são de 500mg a 1 grama, em cada quatro ou seis
horas,numa dose diária de 4gramas por dia e sem ultrapssar este valor. Uma grama
corresponde ao efeito máximo em adultos, a partir daí aumenta a toxicidade (Bertolini et al.
2006).

3.2 História
A acetanilida foi o primeiro derivado da anilina ao qual se associou
um efeito analgésico, bem como propriedades antipiréticas, tendo
sido rapidamente introduzido no mercado por Cahn e Hepp com o
nome de antifebrina em 1886. No entanto os seus efeitos tóxicos,

levaram à pesquisa de compostos menos tóxicos. Figura 1 - Harmon Northrop Morse

O paracetamol foi sintetizado em 1878 por Harmon Northrop Morse e utilizado clinicamente,
pela primeira vez, por von Mering em 1887 que logo descartou o paracetamol em favor da
fenacetina, porque assumiu que o último composto possuía propriedades menos tóxicas.

O acetaminofeno foi comercializado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1950 como
Triogesic, uma combinação que também continha aspirina (ácido acetilsalicílico) e cafeína.

Em 1955 começou a comercializarse em USA e UK com o nome de Tylenol e Panadol


ganhando moita popularidade e excedendo as vendas de aspirina durante 1980.

(Infarmed. (2014) )

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3.3 Características químicas
O acetaminofeno é um pó cristalino é um pó branco inodoro ligeiramente solúvel em água e
com intervalo de fusão entre 169,0-170,5⁰C. A sua fórmula molecular é C8H9NO2,
correspondendo a uma massa molecular de 151,16 g/mol (Korolkovas e Burckhalter, 1988).
As palavras “paracetamol” ou ”acetaminofeno” estão relacionadas com a sua nomenclatura
química orgânica: para-acetilaminofenol e N-acetil-para-aminofenol (Panico et al., 1993).
O acetaminofeno é sintetizado a partir da reação do p-aminofenol com o anidrido acético,
resultando em acetaminofeno e ácido acético (Korolkovas e Burckhalter, 1988; Refat et al.,
2013).

Figura 2 p-aminofenol + anidrido acético = acetaminofeno + ácido acético, Adaptado de


Química Nova Interativa (s/d).

3.4 Mecanismo de ação


A atividade antipirética do acetaminofeno consiste na inibição de síntese de prostaglandina
no cérebro (Goldman e Gilman, 2001; Bertolini et al., 2006).

O acetaminofeno é incluído na classe de fármacos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs),


embora presente diferenças no perfil de ação como nos efeitos colaterais (Ward e Alexander-
Williams, 1999).

quando um ser vivo possui febre, os leucócitos produzem pirogénios endógenos, que
provocam um aumento de prostaglandinas E no líquido cefalorraquidiano. O acetaminofeno
consegue reduzir a febre bloqueando a formação e libertação de prostaglandinas no sistema
nervoso central (SNC) e inibe a ação dos pirogénios endógenos dos recetores N-metil-d-
aspartato (NMDA) do hipotálamo, que dá origem a vasodilatação periférica, sudorese e
dissipação de calor (Anderson et al., 1998).

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O efeito analgésico do acetaminofeno decorre se for um potente inibidor da síntese de
prostaglandinas, pois diminui os níveis de PGE2 do sistema nervoso central a partir da
ciclooxigenase, bloqueando a geração de impulsos nos quimiorrecetores sensíveis à
bradicinina, que são responsáveis pelos impulsos nocicetivos.

O seu poder analgésico também ocorre por ser um antagonista do recetor N-metil-d-aspartato
e da substância P da medula (neurotransmissor responsável pela modulação da dor) e por ter
uma ação inibidora dos mecanismos do óxido nítrico espinal (Jacqz-Aigrain e Anderson,
2006).

O acetaminofeno possui uma relação indireta nos recetores canabinóides CB1. o


acetaminofeno é sintetizado a p-aminofenol no fígado. O p-aminofenol por sua vez vai ser
conjugado com o ácido araquidónico no cérebro e na medula, dando origem a N-
araquidonoilfenolamina (AM404) a partir da amida hidrólase de ácido gordo (FAAH).

Este canabinóide endógeno é um agonista dos recetores TRPV1 (transient recetor potential
cation channel, subfamily V, member 1) e um inibidor da captação celular de anandamida.

Esta molécula conduz ao aumento dos níveis endógenos de canabinóides, aumentando


consequentemente a atividade dos recetores serotoninérgicos (5-HT) que são capazes de
inibir a transmissão de estímulos nocivos, produzindo antinociceção e analgesia (Anderson,
2008; Bertolini et al., 2006).

Figura 3. Representação esquemática do mecanismo de


ação do paracetamol: 1- O paracetamol é desacetilado a p-
aminofenol no fígado, 2- O p-aminofenol é metabolizado
no cérebro pela FAAH em AM404, 3- A AM404 reforça a
atividade dos recetores CB1 supraespinais, 4- Os recetores
CB1 supraespinais reforçam a atividade dos recetores
serotoninérgicos, 5- A libertação espinal de serotonina (5-
HT) inibe a transmissão de estímulos nocivos, produzindo
antinociceção e analgesia, PAG: substância cinzenta
periaquedutal, RVM: medula rostroventral. Adaptado de
Mallet et al. (2008)

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4. Intoxicação em gatos por acetaminofeno

4.1 Causas da intoxicação


Muitos dos animais intoxicados por acetaminofeno deve-se pela ação, bem intencionada, dos
seus donos, que muitas vezes acham que é um medicamento seguro a dar aos seus animais de
companhia, quando estes demonstram algum sintoma, pelo facto de ser algo que podem dar
aos seus filhos quando estão doentes. Porém esta substância é extremamente tóxica para os
animais, principalmente para os gatos. Devido à falta de glicuronil transferase nos gatos, estes
nao sao capazes de desintoxicar os metabólitos reativos que causam danos celulares.

Acetaminofeno é encontrado em diferentes compostos de produtos humanos, por isso é


preciso uma atenção cuidada para os felinos não entrarem em contacto com este composto
(Messonnier, 2001).

4.2 Sintomatologia
O gato possui uma extrema sensibilidade a esta substância química devido à forma como este
é metabolizado. Nos cães é metabolizado via fase II pelo glucuronido hepática, sulfato, ou
por conjugação cisteína, sendo glucuronidação a primeira forma de conjugação. Este
conjugado é excretado e a intoxicação é evitada.

Os felinos contudo, possuem uma capacidade metabólica de glucuronidação limitada.

Com a entrada de acetaminofeno sendo absorvido e transportado até o fígado para ser
metabolizado, vai ocorrer necrose hepática, dando origem a metemoglobinemia, formação de
corpos Heinz, cianose, anorexia, hemólise e icterícia.

Os principais sinais clínicos nos gatos após a administração desta substância é a


metemoglobinemia, cianose, dispneia, depressão, edema das patas e face.

O risco de intoxicação nos gatos consiste numa dose superior de 50 a 100mg/kg (Plumlee,
2004; Messonnier, 2001).

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Depois da absorção, o metabolismo ocorre através do citocromo sistema P450 (é uma família
de enzimas, localizadas no reticulo endoplasmático).

• Intermediários reactivos são gerados.


• Intermediários reactivos são tornados inertes por glucuronidação e sulfatação (fase
processos II).

Devido à deficiência dos gatos, relativamente na actividade glicuronil transferase. overdose


pode sobrecarregar a fase de processos II, os metabólitos reativos interagem com a glutationa
e torna-se inativados.

As concentrações de glutationa vai reduzir (inferior a 30% do normal), a reativação dos


metabólitos interage com as macromoléculas: hemoglobina, células endoteliais hepáticas.

de seguida vai ocorrer a toxicidade e morte celular e a partir daí aparecem os sinais clínicos
(Messonnier, 2001).

O acetaminofeno está associado à gastrite ou gastroenterite, produz metemoglobina que


dificulta o transporte de oxigênio. Os gatos são muito mais propícios a produção desta
molécula que nos cães (Messonnier, 2001).

A metemoglobina é uma forma oxidada da hemoglobina (encontra-se nos glóbulos vermelhos


e possuem ferro), em que o ferro é oxidado do estado ferroso (Fe++) para o estado férrico
(Fe+++).

Cada molécula normal de hemoglobina vai-se ligar no máximo a quatro moléculas de


oxigênio, esta oxidação vai mudar a estrutura da molécula e muda o local de ligação com a
molécula de oxigênio, dificultando o transporte para os órgãos (Messonnier, 2004).

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4.3 Tratamento
Diagnóstico

O diagnóstico ocorre por história de exposição e caso apresentarem sinais clínicos necessitam
de tratamento imediato (Messonnier, 2001).

O tratamento dá-se pela:

1- descontaminação do trato gastrointestinal se o animal se encontra relativamente estável


(respiração normal), emese, carvão ativado (Messonnier, 2001).

Para rápida atuação em casa, se o tempo em que o animal ingeriu a substância for pequena,
usar eméticos como xarope de ipeca e 3% peróxido de hidrogénio, que costumam estar em
disponíveis em casa (Plumlee, 2004).

A emese ocorre mais facilmente se o estômago estiver cheio, logo o dono deve dar uma
quantidade pequena de comida antes da indução.

Os donos deverão ter dificuldade em administrar o xarope de ipeca aos gatos, devido ao seu
sabor. A desvantagem do xarope é vômito prolongado e adsorção pelo carvão ativado e pode
levar ao atraso de administração do carvão, para o xarope fazer efeito (Plumlee, 2004).

Tabela 1 Administração rápida, para provocar vómito após a exposição a uma substância tóxica
(Plumlee, 2004)

Agente Indicador Dosagem

Xarope de ipeca Emese Gatos: 3,3 ml/kg, diluído


50:50 com água

3% Peróxido de Hidrogénio Emese 1 para 2 ml/kg, se não


houver vômito (10min.),
repetir

2 - promover excreção do acetaminofeno


3 - metemoglobina correta e fornecer cuidados de suporte

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4 - terapia acetilcisteína para regenerar a glutationa (molécula de glutationa descrita em baixo)
-dose inicial: 280mg/kg por via oral ou IV (bolus lento)
-dose seguinte: 70mg/kg por via oral a cada 6 horas durante 3 dias
-antídoto: N-acetilcisteína (NAC)
(Heinemman, 2001)

Tabela 2 Antídoto para a intoxicação de felinos por acetaminofeno (Plumlee, 2004)

Antídoto Indicador Dosagem Comentários

N-acetilcisteína Acetaminofeno Dose de 140 a 280 mg/kg ou Uma alternativa é o


(NAC) 140mg em 5% dextrose/água, sulfato de sódio, 50
seguido por uma dose de mg/kg de uma
manutenção de 70 mg/kg qid, solução IV de 1,6%,
durante 2 a 3 dias todas as 4 horas para
6 tratamentos. Porém
a eficácia clínica não
foi provada. Uso de
ácido ascórbico ou
azul de metileno não
demonstra ser melhor
que o uso de NAC
sozinho.

O antídoto N-acetilcisteína (NAC) serve para restaurar o processo normal de metabolização,


contra a intoxicação pelo acetaminofeno, em que a primeira dose deve ser administrada se a
exposição for de 8 horas.
Pode ser administrada oralmente ou intravenosa. A via oral não foi ligada a efeitos
desfavoráveis (em humanos), enquanto a administração por intravenosa tem resultado como
urticária, reações anafiláticas e até podendo ocorrer, numa percentagem muito pequena,
morte.
Uma dose administrada por via oral for vomitada num espaço de uma hora, deve ser repetida.
Estudos mostram que o NAC é adsorvido pelo carvão ativado, mas não apresenta sinais
clínicos (Plumlee, 2004).

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5 - reduzir metemoglobinemia
-ácido ascórbico para gatos: 20mg/kg por via oral
-azul de metileno -uma dose: 1,5mg/kg IV reduz a concentração de metahemoglobina
sem induzir a formação de corpos Heinz; segunda dose: induz a formação de corpos Heinz
(Messonnier, 2001)

Figura 4 molécula da glutationa

6 - Reduzir a produção de metabólitos reativos


-a cimetidina e a acetilcisteína mostraram serem capazes de reduzir a lesão hepática
em ratos com intoxicação por acetaminofeno
-a cimetidina é um inibidor do citocromo P450 e pode reduzir a geração de
metabólitos reativos de acetaminofeno
-a dose de cimetidina é 10 mg/kg por via IV ou oralmente a todas as 6 horas.

7 - terapia suporte
-terapia de oxigénio se o paciente for cianótico
-descanso
-fluidoterapia
(Messonnier, 2001)

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5. Conclusão
Com a realização deste trabalho podemos concluir que o acetaminofeno é um fármaco
analgesico e antipiretico muito utilizado em humanos mas cujo uso em gatos tem
consequências muito graves para a sua saúde e que em muitas ocasiões pode levar a morte do
animal.

O paracetamol é metabolizado no fígado mediante a ação de diferentes enzimas, em gatos, o


défice destes enzimas leva a produção de metabólitos tóxicos o qual desencadeia
metahemoglobinemia, reduzindo a capacidade do eritrócito de transportar oxigênio.

Ao não serem capazes de levar oxigênio para todo o corpo ocorre a falência orgânica sendo
os órgãos mais afetados o fígado e o rim.

O tratamento (se chegar a tempo) consiste em lavagem gástrica que diminui a absorção de
paracetamol e administração da N-acetilcisteína (NAC), por via intravenosa ou oralmente.

Desde o ponto de vista de um enfermeiro veterinário além de dar um tratamento que se


ajuste a este tipo de intoxicações também é nosso dever sensibilizar os donos sobre os
risco da administração de medicação não supervisada por um médico veterinário, assim
como as consequências que esta pode chegar a ter.

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6. Bibliografia
Plumlee, K. H., 2004, Priciples of toxicology, Manifestations of Toxicoses. Clinical
Veterinary Toxicology, Mosby An Affiliate of Elsevior, 2-20; 59-63

Messonnier , S. P., 2001, Overview of Veterinary Toxicology, Clinical Presentation and


Diagnosis of Common Veterinary Toxicants, Alphabetical Listing of Common Veterinary
Toxins. Butterworth–Heinemann, 5-7; 18-19; 33-34; 65-68

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obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências da Saúde,
Universidade Fernando Pessoa, Porto.

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Monografia para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas, Faculdade de
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