Sei sulla pagina 1di 10

FACULDADE MAURICIO DE NASSAU

CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

6 Números complexos

A invenção dos números complexo se deu através da necessidade de se


resolver raízes de números negativos (por exemplo: √−4; √−25; √−36), situação é
recorrente quando se resolve equações do 2º grau utilizando a fórmula de Bháskara.
O conjunto dos números complexos é indicado por C e composto por
todos os pares ordenados (x, y), em que 𝑥 ∈ 𝑅 e 𝑦 ∈ 𝑅, para os quais valem as seguintes
definições:
 Igualdade:
(𝑎, 𝑏) = (𝑐, 𝑑) ⇔ 𝑎=𝑐 𝑒 𝑏=𝑑
 Adição:
(𝑎, 𝑏) + (𝑐, 𝑑) = (𝑎 + 𝑐, 𝑏 + 𝑑)
Exemplo: (−1, 2) + (3, 4) = (−1 + 3, 2 + 4) = (2,6)
 Multiplicação: (𝑎, 𝑏) ∙ (𝑐, 𝑑) = (𝑎𝑐 − 𝑏𝑑, 𝑎𝑑 + 𝑏𝑐)
Exemplo: (1, 2) ∙ (3, 1) = (1 ∙ 3 − 2 ∙ 1, 1 ∙ 1 + 2 ∙ 3) = (1, 7)
Usando a definição da multiplicação entre pares ordenados, vamos observar
o que ocorre ao multiplicarmos o par ordenado (0, 1) por ele mesmo:
(0, 1) ∙ (0, 1) = (0 ∙ 0 − 1 ∙ 1, 0 ∙ 1 + 1 ∙ 0) = (−1, 0) = −1
O par ordenado (0, 1) recebe o nome de unidade imaginária e é
representado por i. Assim, 𝑖 ∙ 𝑖 = −1 ⇔ 𝑖 2 = −1, e dizemos que 𝑖 é uma raiz
quadrada de – 1.
Como um número complexo é um par ordenado de números reais é possível
estabelecer uma correspondência entre um número complexo 𝑧 = (𝑎, 𝑏) e um ponto
𝑃 (𝑎, 𝑏) de um plano. O ponto P é chamado de imagem ou afixo de z.

1
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

Este plano recebe o nome de plano de Argand-Gauss, ou plano complexo.


O eixo horizontal recebe o nome de eixo real (indica-se por Re(z)) e o eixo vertical
recebe o nome de eixo imaginário (indica-se por Im(z)).

Exemplo 6.1. Vamos representar no plano de Argand-Gauss os afixos dos seguintes


números complexos: 𝑧1 = (4,6); 𝑧2 = (−3, −1); 𝑧3 = (−2,4); 𝑧4 = (0,5); 𝑧5 =
(5, −2) e 𝑧6 = (0,6).

Além das representações gráfica e como par ordenado, os números


complexos podem ser escritos através de uma expressão denominada forma algébrica
de z, onde a parte real de z é indicada por 𝑥 = 𝑅𝑒(𝑧) e a parte imaginária de z é
indicada por 𝑦 = 𝐼𝑚(𝑧).
𝑧 = 𝑥 + 𝑦𝑖

Exemplo 6.2. Determinar o valor do número real k para 𝑧 = (𝑘 − 2) + 4𝑖 seja


imaginário puro.
𝑅𝑒(𝑧) = 𝑘 − 2
Temos {
𝐼𝑚(𝑧) = 4 ≠ 0
Para que seja imaginário puro, a parte real Re(z) deve ser igual a zero e a parte
imaginária Im(z) deve ser diferente de zero. Assim, fazendo 𝑘 − 2 = 0, temos 𝑘 = 2.
Como Im(z) já é diferente de zero e não depende de k, se 𝑘 = 2, então 𝑧 = 4𝑖 é
imaginário puro.

Exemplo 6.3. Resolver em C as seguintes equações:


a) 𝑥 2 + 25 = 0
b) 𝑥 2 − 8𝑥 + 25 = 0
a) De 𝑥 2 + 25 = 0, vem 𝑥 = ±√−25
Como (±5𝑖)2 = (±5)2 ∙ 𝑖 2 = 25 ∙ (−1) = −25, temos:
𝑥 = ±5𝑖
Assim, 𝑆 = {−5𝑖, 5𝑖}.
b) 𝑥 2 − 8𝑥 + 25 = 0

2
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

∆= 64 − 4 ∙ 1 ∙ 25 = 64 − 100 = −36
Como (±6𝑖)2 = (±6)2 ∙ 𝑖 2 = 36 ∙ (−1) = −36, temos:
8 ± √−36 8 ± 6𝑖
𝑥= = = 4 ± 3𝑖
2 2
Assim, 𝑆 = {4 + 3𝑖, 4 − 3𝑖}.

6.1 Módulo, argumento e conjugado de um número complexo


Seja 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖 a forma algébrica de um número complexo cujo afixo ou
imagem geométrica é o ponto 𝑃(𝑎, 𝑏). Vamos supor que P pertença ao 1º quadrante,
como indicado na figura abaixo.

Unindo P à origem O, obtemos o segmento ̅̅̅̅


𝑂𝑃. O triângulo PQO é
retângulo em Q. Assim, aplicando Pitágoras, temos:
(𝑂𝑃)2 = (𝑂𝑄)2 + (𝑃𝑄)2 = 𝑎2 + 𝑏 2

𝑂𝑃 = √𝑎2 + 𝑏 2
A medida de ̅̅̅̅ 𝑂𝑃 é chamada módulo de um número complexo, e a
indicamos por |z| ou 𝝆 (letra grega “rô”).
Exemplo 6.4. Vamos calcular o módulo de 𝑧1 = 4𝑖, 𝑧2 = −3, 𝑧3 = 2 + 2𝑖 e
𝑧4 = −3 − 2𝑖.
Os afixos dos números complexos dados são, respectivamente, A(0,4), B(-3,0), C(2,2)
e D(-3,-2), conforme indicado no plano complexo abaixo:

3
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

 A distância entre A e a origem é de 4 unidades; logo |𝑧1 | = 4.


 A distância entre B e a origem é de 3 unidades; logo |𝑧2 | = 3.
 A distância de C até a origem pode ser obtida aplicando o teorema de
Pitágoras no triângulo I:
𝑂𝐶 2 = 22 + 22 → 𝑂𝐶 2 = 8 → 𝑂𝐶 = 2√2 → |𝑧3 | = 2√2
 A distância entre D e a origem pode ser obtida aplicando o teorema de
Pitágoras no triângulo II:
𝑂𝐷2 = 32 + 22 = 9 + 4 → 𝑂𝐷 = √13 → |𝑧4 | = √13
O ângulo 𝜃 formado pela semirreta 𝑂𝑃 ̅̅̅̅ e pelo semieixo real positivo,
tomado a partir desse semieixo no sentido anti-horário, é chamado de argumento de z.
O ângulo 𝜃 tal que 0 ≤ 𝜃 < 2𝜋 recebe o nome de argumento principal de z.
Tomando novamente o triângulo PQO podemos escrever as relações:
𝑃𝑄 𝑏 𝑂𝑄 𝑎 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑏
𝑠𝑒𝑛𝜃 = = 𝑐𝑜𝑠𝜃 = = 𝑡𝑎𝑛𝜃 = =
𝑂𝑃 𝜌 𝑂𝑃 𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑎
1 √3
Exemplo 6.5. Vamos determinar o argumento principal de 𝑧 = 2 + 𝑖.
2

1 √3
 O afixo de 𝑧 é 𝑃 (2 , ).
2
 O módulo de 𝑧 é calculado como segue:
2
2
1 2 √3
|𝑧| = ( ) + ( ) → |𝑧|2 = 1 → 𝑧 = 1
2 2
√3
√3
𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 2 =
1 2 → 𝜃 = 60° (𝑜𝑢 𝜋)
1 3
2 1
{ cos 𝜃 = 1 = 2

O conjugado de um número complexo 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖 é indicado por 𝑧̅ e


definido por 𝑧̅ = 𝑎 − 𝑏𝑖, isto é, 𝑧̅ é obtido de 𝑧 trocando-se o sinal de sua parte
imaginária. Geometricamente, os afixos de 𝑧 e 𝑧̅ são pontos simétricos em relação ao
eixo real.

4
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

Das relações entre 𝑧 e 𝑧̅, podemos escrever as seguintes propriedades para o


conjugado de um número complexo:
 𝑧 = 𝑧̅ ⇔ 𝑧∈𝑅
De fato, se 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖 temos: (𝑎 + 𝑏𝑖 = 𝑎 − 𝑏𝑖) ⇔ 𝑏 = −𝑏 ⇔ 𝑏 = 0
e, portanto, 𝑧 é um número real.
 ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑧1 + 𝑧2 = 𝑧̅1 + 𝑧̅2
Fazendo 𝑧1 = 𝑎 + 𝑏𝑖 e 𝑧2 = 𝑐 + 𝑑𝑖, temos:
𝑧1 + 𝑧2 = (𝑎 + 𝑐) + (𝑏 + 𝑑)𝑖
̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝑧1 + 𝑧2 = (𝑎 + 𝑐) − (𝑏 + 𝑑)𝑖 = (𝑎 − 𝑏𝑖) + (𝑐 − 𝑑𝑖) = 𝑧̅1 + 𝑧̅2
 𝑧1 ∙ 𝑧2 = 𝑧̅1 ∙ 𝑧̅2
̅̅̅̅̅̅̅̅
Demonstração análoga à anterior.

6.2 Operações com números complexos


Para realizar a adição de números complexos, devemos somar
separadamente as partes real e imaginária dos números complexos que fazem parte da
soma. Assim, sendo 𝑧1 = 𝑎 + 𝑏𝑖 e 𝑧2 = 𝑐 + 𝑑𝑖, temos:
𝑧1 + 𝑧2 = (𝑎 + 𝑏𝑖) + (𝑐 + 𝑑𝑖) = (𝑎 + 𝑐) + (𝑏 + 𝑑)𝑖
Analogamente, para a subtração 𝑧1 − 𝑧2 , temos:
𝑧1 − 𝑧2 = (𝑎 + 𝑏𝑖) − (𝑐 + 𝑑𝑖) = (𝑎 − 𝑐) + (𝑏 − 𝑑)𝑖

Exemplo 6.6. Observe as operações seguintes:


a) (2 + 3𝑖) + (−4 + 5𝑖) = (2 − 4) + (3 + 5)𝑖 = −2 + 8𝑖
b) (4 − 5𝑖) − (2 + 𝑖) = (4 − 2) + (−5 − 1)𝑖 = 2 − 6𝑖
c) (7 + 3𝑖) − (5 − 3𝑖) + (4 − 7𝑖) = 7 + 3𝑖 − 5 + 3𝑖 + 4 − 7𝑖 = 6 − 𝑖
Para realizar a multiplicação de números complexos, escrevemos os
números na forma algébrica e usamos a propriedade distributiva:
(𝑎 + 𝑏𝑖) ∙ (𝑐 + 𝑑𝑖) = 𝑎𝑐 + 𝑎𝑑𝑖 + 𝑏𝑐𝑖 + 𝑏𝑑𝑖 2
Como 𝑖 2 = −1, temos:
(𝑎 + 𝑏𝑖) ∙ (𝑐 + 𝑑𝑖) = 𝑎𝑐 + 𝑎𝑑𝑖 + 𝑏𝑐𝑖 − 𝑏𝑑 = (𝑎𝑐 − 𝑏𝑑) + (𝑎𝑑 + 𝑏𝑐)𝑖

5
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo 6.7. Vamos efetuar as seguintes multiplicações:


a) (4 + 3𝑖) ∙ (2 − 5𝑖) = 8 − 20𝑖 + 6𝑖 − 15𝑖 2 = 8 − 14𝑖 + 15 = 23 − 14𝑖
b) 2𝑖 ∙ (1 − 𝑖) ∙ (3 + 2𝑖) = (2𝑖 − 2𝑖 2 ) ∙ (3 + 2𝑖) = (2𝑖 + 2) ∙ (3 + 2𝑖)
(2𝑖 + 2) ∙ (3 + 2𝑖) = 6𝑖 + 4𝑖 2 + 6 + 4𝑖 = 2 + 10𝑖
c) (4 + 3𝑖) = 42 + 2 ∙ 4 ∙ 3𝑖 + (3𝑖)2 = 16 + 24𝑖 + 9𝑖 2
2

= 26 + 24𝑖 − 9 = 7 − 24𝑖

Sejam dois número complexos 𝑧1 = 𝑎 + 𝑏𝑖 e 𝑧2 = 𝑐 + 𝑑𝑖, com 𝑧2 ≠ 0, para


realizar a divisão de 𝑧1 por 𝑧2 , devemos multiplicar tanto o numerador quanto o
denominador pelo conjugado do denominador, assim:
𝑧1 𝑧1 𝑧̅2 (𝑎 + 𝑏𝑖) ∙ (𝑐 − 𝑑𝑖)
= ∙ =
𝑧2 𝑧2 𝑧̅2 (𝑐 + 𝑑𝑖) ∙ (𝑐 − 𝑑𝑖)

Exemplo 6.8. Façamos as seguintes divisões:


3+𝑖 3+𝑖 2−𝑖 6−3𝑖+2𝑖−𝑖 2 7−𝑖 7 1
a) = ∙ = = = − 𝑖
2+𝑖 2+𝑖 2−𝑖 22 −𝑖 2 4−(−1) 5 5
3𝑖 3𝑖 4+𝑖 (12𝑖+3𝑖 2 ) −3+12𝑖
b) = ∙ = =
4−𝑖 4−𝑖 4+𝑖 4 2 −𝑖 2 17
2−5𝑖 2−5𝑖 −𝑖 −2𝑖+5𝑖 2
c) = ∙ = = 5 − 2𝑖
𝑖 𝑖 −𝑖 −𝑖 2

Seja i a unidade imaginária, calculando 𝑖 𝑛 para alguns valores naturais de n,


temos:

Como vemos, os resultados de 𝑖 𝑛 (𝑛 ∈ 𝑁), com o expoente n variando,


repetem-se de quatro em quatro unidades. Assim, temos as seguintes situações
possíveis:
 𝑖 4𝑛 = (14 )𝑛 = 1
(O expoente 4n representa os números que são divisíveis por 4.)
 𝑖 4𝑛+1 = 𝑖 4𝑛 ∙ 𝑖 1 = 1 ∙ 𝑖 = 𝑖 (O expoente 4𝑛 + 1 representa os números
que, divididos por 4, deixam resto 1.)
 𝑖 4𝑛+2 = 𝑖 4𝑛 ∙ 𝑖 2 = 1 ∙ (−1) = −1 (O expoente 4𝑛 + 2 representa os
números que, divididos por 4, deixam resto 2.)

6
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

 𝑖 4𝑛+3 = 𝑖 4𝑛 ∙ 𝑖 3 = 1 ∙ (−𝑖) = −𝑖 (O expoente 4𝑛 + 3 representa os


números que, divididos por 4, deixam resto 3.)
Dessa forma, para calcular 𝑖 𝑛 basta calcular 𝑖 𝑟 , sendo 𝑟 o resto da divisão de 𝑛 por 4.

Exemplo 6.9. Vamos calcular 𝑖 21 , 𝑖 46 e (−𝑖)28 .


a) 𝑖 21
Dividindo 21 por 4:

b) 𝑖 46
Dividindo 46 por 4:

c) (−𝑖)28
Inicialmente notemos que:
(−𝑖)28 = (−1 ∙ 𝑖)28 = (−1)28 ∙ 𝑖 28 = 𝑖 28
Como 28 é divisível por 4, temos:
(−𝑖)28 = 𝑖 28 = 𝑖 0 = 1

6.3 Forma trigonométrica ou polar


Seja 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖 ≠ 0 a forma algébrica de um número complexo, vimos que
o argumento 𝜃 satisfaz:
𝑏
𝑠𝑒𝑛𝜃 = ⇒ 𝑏 = 𝜌 sen 𝜃
𝜌
𝑎
𝑐𝑜𝑠𝜃 = ⇒ 𝑎 = 𝜌 cos 𝜃
{ 𝜌
Substituindo tais valores na fórmula algébrica temos:
𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖 = 𝜌 ∙ cos 𝜃 + 𝜌 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑖 = 𝜌(cos 𝜃 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃)
Essa última expressão recebe o nome de forma polar ou trigonométrica
de um número complexo. Essa forma é muito útil para realizar operações de
potenciação e radiciação em C.

6.3.1 Operações na forma trigonométrica


Sejam dois números complexos:
𝑧1 = 𝜌1 (cos 𝜃1 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃1 ) 𝑒 𝑧2 = 𝜌2 (cos 𝜃2 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃2 )
Desenvolvendo a multiplicação 𝑧1 ∙ 𝑧2 , obtemos a expressão:
𝑧1 ∙ 𝑧2 = 𝜌1 𝜌2 [cos(𝜃1 + 𝜃2 ) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (𝜃1 + 𝜃2 )]
7
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

Exemplo 6.10. Sendo 𝑧1 = 4(cos 60° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 60°) e 𝑧2 = 3(cos 240° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 240°),
podemos obter 𝑧1 ∙ 𝑧2 como segue:
𝑧1 ∙ 𝑧2 = 4 ∙ 3[cos(60° + 240°) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (60° + 240°)]
Isto é: 𝑧1 ∙ 𝑧2 = 12(cos 300° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 300°)
𝑧1
Desenvolvendo a divisão na forma trigonométrica, temos:
𝑧2

𝑧1 𝜌1
= [cos(𝜃1 − 𝜃2 ) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (𝜃1 − 𝜃2 )]
𝑧2 𝜌2

Exemplo 6.11. Dados 𝑧1 = 6(cos 120° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 120°) e 𝑧2 = 2(cos 30° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 30°),
𝑧 𝑧
vamos obter 𝑧1 e 𝑧2 na forma algébrica:
2 1

𝑧1 6
= [cos(120° − 30°) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (120° − 30°)]
𝑧2 2
𝑧1
= 3(cos 90° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 90°)
𝑧2
𝑧
Na forma algébrica, temos: 𝑧1 = 3𝑖
2

𝑧2 2
= [cos(30° − 120°) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (30° − 120°)]
𝑧1 6
𝑧2 1
= [cos(−90°) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (−90°)]
𝑧1 3
𝑧 1
O seja, 𝑧2 = − 3 𝑖.
1

O cálculo da potência de 𝒛𝒏 , 𝑛 ∈ 𝑁 e 𝑧 ∈ 𝐶, fica muito trabalhoso quando


escrevemos 𝑧 na forma algébrica. No entanto, utilizando a expressão para o produto na
forma trigonométrica para 𝑧 𝑛 = 𝑧 ∙ 𝑧 ∙ 𝑧 ∙ 𝑧 ∙ 𝑧 ∙ … ∙ 𝑧, encontramos a equação abaixo,
conhecida como 1ª Fórmula de Moivre.
𝑧 𝑛 = 𝜌𝑛 ∙ [cos(𝑛𝜃) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝜃)]

Exemplo 6.12. Se 𝑧 = 4(cos 30° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 30°), qual é o valor de 𝑧 8 ?


Pela Fórmula de Moivre, temos:
𝑧 8 = 48 [cos(8 ∙ 30°) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (8 ∙ 30°)] = 48 (cos 240° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 240°)
Da trigonometria, sabemos que:
1
cos 240° = − cos 60° = −
2
√3
𝑠𝑒𝑛 240° = −𝑠𝑒𝑛 60° = −
2

8
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

Daí, temos:
1 √3 1 √3
𝑧 8 = 48 [− + 𝑖 ∙ (− )] = 216 (− − 𝑖 ) = 215 (−1 − 𝑖√3)
2 2 2 2

Seja 𝑧 um número complexo, dizemos que 𝑧𝑘 é uma raiz enésima de 𝑧 se


𝑛
(𝑧𝑘 ) = 𝑧. Encontrar as raízes enésimas de 𝑧 significa determinar 𝑧𝑘 = 𝑟 ∙ (cos 𝜔 +
𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜔) tal que (𝑧𝑘 )𝑛 = 𝑧. Escrevendo essa última igualdade na forma trigonométrica,
temos:
[𝑟 ∙ (cos 𝜔 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜔)]𝑛 = 𝜌 ∙ (cos 𝜃 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃)
Pela primeira fórmula de Moivre:
𝑟 𝑛 ∙ [cos(𝑛𝜔) + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝜔)] = 𝜌 ∙ (cos 𝜃 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃)

Devemos ter: 𝑟 𝑛 = 𝜌 → 𝑟 = 𝑛√𝜌

cos (𝑛𝜔) = cos 𝜃 𝜃 2𝜋


{ ⇒ 𝑛𝜔 = 𝜃 + 𝑘 ∙ 2𝜋 ⇒ 𝜔= +𝑘∙ ;𝑘 ∈ 𝑍
𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝜔) = 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑛 𝑛
Vamos obter os valores de 𝑘 de modo que 𝜔 resulte e um valor entre 0 e 2𝜋:
𝜃
𝑘 = 0⇒𝜔 = (∗)
𝑛
𝜃 2𝜋
𝑘 = 1⇒𝜔 = +
𝑛 𝑛
𝜃 2𝜋
𝑘 = 2⇒𝜔 = +2∙
𝑛 𝑛
⋮ ⋮ ⋮
𝜃 2𝜋
(𝑛
{𝑘 = 𝑛 − 1 ⇒ 𝜔 = 𝑛 + − 1) ∙ 𝑛
𝜃 2𝜋 𝜃
Observe que se 𝑘 = 𝑛, obtemos 𝜔 = 𝑛 + 𝑛 ∙ = 𝑛 + 2𝜋, que é congruente
𝑛
ao valor obtido em (∗).
Desse modo, para obtermos os valores de 𝑧𝑘 basta atribuir a 𝑘,
sucessivamente, os valores: 0,1,2, … , 𝑛 − 1. Esse resultado é conhecido como a 2ª
Fórmula de Moivre.
Exemplo 6.13. Quais são as raízes quadradas de 2𝑖?
1º Passo: obtemos a forma trigonométrica de 𝑧 = 2𝑖

9
FACULDADE MAURICIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA MATEMÁTICA APLICADA

2º Passo: Devemos determinar 𝑧𝑘 = 𝑟 ∙ (cos 𝜔 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜔) tal que 𝑧𝑘 2 = 𝑧, isto é:


𝜋 𝜋
𝑟 2 ∙ (cos 2𝜔 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 2𝜔) = 2 ∙ (cos + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 )
2 2
Daí:

 𝑟 2 = 2 ⇒ 𝑟 = √2
𝜋 𝜋
 2𝜔 = 2 + 𝑘 ∙ 2𝜋 ⇒ 𝜃 = 4 + 𝑘𝜋; para 𝑘 = 0,1
Assim, as raízes quadradas de 2𝑖 são:
𝜋
 𝑘 = 0 ⇒ 𝜃 = 4 ; 𝑟 = √2
𝜋 𝜋 √2 √2
𝑧0 = √2 ∙ (cos + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 ) = √2 ∙ ( + 𝑖 ) = 1 + 𝑖
4 4 2 2
𝜋 5𝜋
 𝑘 =1⇒𝜃 = 4+𝜋 = ; 𝑟 = √2
4
5𝜋 5𝜋 √2 √2
𝑧1 = √2 ∙ (cos + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 ) = √2 ∙ (− − 𝑖 ) = −1 − 𝑖
4 4 2 2
3º Passo: Interpretação geométrica:
Representando os afixos de 𝑧0 e 𝑧1 no plano complexo, obtemos os pontos 𝑃0 (1,1) e
𝑃1 (−1, −1)

Observe que 𝑃0 e 𝑃1 são pontos diametralmente opostos de uma


circunferência de centro na origem e raio √2.
2𝜋 𝜋
Note também que, somando = 𝜋 ao argumento de 𝑧0 (4 ), obtemos o
2
5𝜋
argumento de 𝑧1 = ( 4 ).

REFERÊNCIAS
IEZZI, Gelson; DOLCE, Osvaldo; DEGENSZAJN, David; PÉRIGO, Roberto;
Matemática Volume Único. 5ª Edição. Editora Atual, São Paulo, 2006.

10

Potrebbero piacerti anche