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CAP.

32: ELEMENTOS DA FUNÇÃO RENAL

ANATOMIA FUNCIONAL DOS RINS

- ANATOMIA MACROSCÓPICA

Órgãos pareados, situados na parede posterior do abdome, retroperitoneais, paravertebrais. Cada rim pesa ~ 115-
170g, tendo aproximadamente 11cm de comprimento, 6cm de largura e 3cm de espessura.

Se for cortado ao meio, pode ser dividido em córtex e medula. Estes são compostos por néfrons, vasos sanguíneos,
linfátivos e nervos. A medula se divide em pirâmides renais, que dão origem ao cálice menor (coletam urina de cada
papila) que se expandem formando duas ou três bolsas abertas chamadas cálices maiores. Estes drenam para a
pelve, vão para o ureter levando a urina à bexiga urinária.

O fluxo sanguíneo dos rins é de 25% do débito cardíaco (1,25L/min) na pessoa em repouso. Seu peso representa
menos de 0,5% do peso corporal total.

Vasos: artéria renal se bifurca progressivamente, formando a artéria interlobar, artéria arqueada, artéria
interlobuar e arteríola aferente (que leva aos capilares glomerulares). Os capilares glomerulares se unem, formando
a arteríola eferente, que leva aos capilares peritubulares, que levam sangue ao néfron.

Os vasos do sistema venoso são paralelos às artérias, formando progressivamente a veia interlobular, a veia
arqueada, veia interlobular, veia renal, que cursa lateralmente ao ureter.
- ULTRAESTRUTURA DO NÉFRON

Cada rim possui cerca de 1,2 milhão de néfrons (tubos ocos compostos por camadas únicas de células). As partes
que compõe o néfron: corpúsculo renal, túbulo proximal, alça de Henle, o túbulo distal, sistema do ducto coletor*.

Cada segmento do néfron é formado por células adequadas para a realização das funções de transporte específicas.

Células do Túbulo Proximal: membrana apical extensamente ampliada (do lado urinário da célula),
chamada borda em escova (presente somente no túbulo proximal). A membrana basolateral (do lado
sanguíneo da célula) é extremamente invaginada, que contêm muitas mitocôndrias.

Ramos descendentes e ascendentes finos da alça de Henle têm superfícies apicais e basolaterais pouco
desenvolvidas, com poucas mitocôndrias.

Células do ramo ascendente espesso e do túbulo distal: apresentam mitocôndrias abundantes e extenso
pregueamento da membrana basolateral.

Ducto coletor: tem 2 tipos de células, principais e intercaladas.

a) PRINCIPAIS: membrana basolateral moderadamente invaginada, com poucas mitocôndrias,


desempenham papel importante na reabsorção de NaCl e secreção de K+.
b) INTERCALADAS: desempenham função importante na regulação do balanço ácido-básico, têm alta
densidade de mitocôndrias. Uma população de células intercaladas secreta H+, e a outra população
secreta HCO3-.

Células do ducto coletor medular interno: têm superfícies apical e basolateral pouco desenvolvidas com
poucas mitocôndrias.

Todas as células do néfron, exceto as células intercaladas, têm cílios único imóveis na membrana plasmática apical,
que se estende em direção ao líquido tubular. Os cílios primários são mecanossensores (detectam variações no
fluxo do líquido tubular) e quimiossensores (detectam ou respondem aos compostos presentes no líquido que os
banha) e ativam vias de sinalização dependentes do Ca++, entre elas as vias que controlam a função, proliferação,
a diferenciação e apoptose das células renais.
O corpúsculo renal de cada néfron superficial (cortical) se localiza na região externa do córtex. Sua alça de Henle é
curta, e sua arteríola eferente se ramifica em capilares peritubulares que cercam segmentos desse mesmo néfron
e dos adjacentes. Essa rede capilar leva oxigênio e nutrientes importantes para os segmentos corticais do néfron,
fornece substâncias que serão secretadas pelo néfron, e atua como via para o retorno de água e solutos
reabsorvidos, para o sistema circulatório.

O corpúsculo renal de cada néfron justamedular se localiza na região do córtex adjacente à medula. Os néfrons
justamedulares apresentam duas importantes diferenças anatômicas: a alça de Henle é mais longa e se estende
mais profundamente na medula; e a arteríola eferente, além de formar rede capilar peritubular, também forma
uma série de alças vasculares chamadas de vasos retos. Os vasos retos descem até a medula, onde formam redes
capilares que cercam os ductos coletores e os ramos ascendentes da alça de Henle. O sangue retorna ao córtex
pelos vasos retos. Esses vasos executam funções importantes na medula renal: (1) fornecer oxigênio e nutrientes
importantes a segmentos do néfron, (2) transportar substâncias que serão secretadas pelo néfron, (3) atuar como
via para o retorno da água e dos solutos reabsorvidos para o sistema circulatório, (4) concentrar e diluir a urina.
- ULTRAESTRUTURA DO CORPÚSCULO RENAL

Ultrafiltração = movimento passivo de líquidos


essencialmente desprovido de proteínas dos capilares
glomerulares para o espaço de Bowman.

O glomérulo consiste em uma rede de capilares suprida


pela arteríola aferente (AA) e drenada pela arteríola
eferente (AE). Os capilares são recobertos por células
epiteliais chamadas podócitos (P), que formam a camada
visceral da cápsula de Bowman. As células viscerais estão
voltadas para fora no pólo vascular, formando a camada
parietal (EP) da cápsula de Bowman. O espaço entre a
camada visceral e a parietal é chamado espaço de Bowman
(EB), que, no polo urinário do glomérulo, passa a ser a luz
do túbulo proximal.

As células endoteliais dos capilares glomerulares são


recobertas por uma membrana basal, revestida por
podócitos. O endotélio capilar, a membrana basal e os
Anatomia do corpúsculo renal e do aparelho
processos podais dos podócitos formam a chamada barreira justaglomerular. O aparelho justaglomerular é
de filtração. O endotélio é fenestrado (contém poros) e é formado pela mácula densa (MD) do ramo
livremente permeável à agua, a pequenos solutos (como Na, ascendente espesso, pelas células mesangiais
extraglomerulares (MEG) e pelas células
ureia e glicose) e à maioria das proteínas, mas é impermeável granulares (G), produtoras de renina e
à eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Como as células angiotensina II, presentes nas arteríolas aferentes
endoteliais expressam glicoproteínas com cargas negativas (AA). MB, membrana basal; EB, espaço de
Bowman; AE, arteríola eferente; EN, célula
em sua superfície, podem retardar a filtração de proteínas
endotelial; PP, processos podais do podócito; M,
aniônicas muito grandes para o espaço de Bowman. Além de células mesangiais entre os capilares; P, corpo
servirem como barreira de filtração, as células endoteliais celular do podócito (camada celular visceral); EP,
sintetizam diversas substâncias vasoativas (NO, endotelina...) epitélio parietal; TP, célula do túbulo proximal.

importantes, no controle do fluxo plasmático renal (FPR).

A membrana basal (MB), que é uma matriz porosa de proteínas com cargas negativas, incluindo colágeno do tipo
IV, laminina, os proteoglicanos agrina e perlecano, bem como fibronectina, constitui barreira importante de
filtração de proteínas com cargas negativas. Acredita-se que a membrana basal atue principalmente como filtro
seletivo que permite ou não a passagem de proteínas conforme suas cargas.

Os podócitos, que são endocíticos, têm longos processos semelhantes a dedos, que revestem completamente a
superfície externa dos capilares. Os processos dos podócitos se interdigitam, cobrindo a membrana basal, e são
separados por espaços visíveis, chamados fendas de filtração. Essas fendas funcional, principalmente, como filtro
que seleciona as moléculas por seu tamanho, impedindo que as proteínas e macromoléculas, que cruzarem a
membrana basal, adentrem o espaço de Bowman.

O mesângio (M) é formado pelas células mesangiais e pela matriz mesangial. As células mesangiais, que possuem
muitas propriedades de células musculares lisas, cercam os capilares glomerulares, servindo-lhes como suporte
estrutural, secretam a matriz extracelular, apresentam atividade fagocítica, removendo macromoléculas do
mesângio e secretam prostagandinas e citocinas pró-inflamatórias. As células mesangiais, como estão adjacentes
aos capilares glomerulares e possuem a capacidade de se contrair, podem influenciar a IFG (intensidade de filtração
glomerular), regulando o fluxo sanguíneo que passa pelos capilares glomerulares, ou alterando a área de superfície
capilar. Essas células são situadas externamente ao glomérulo (entre arteríolas aferente e eferente), chamadas de
células mesangiais extraglomerulares (MEG).
- ULTRAESTRUTURA DO APARELHO JUSTAGLOMERULAR

Esse aparelho é um dos componentes de um importante mecanismo fisiológico, o feedback tubuloglomerular. As


estruturas que compõe o aparelho justaglomerular:

1. Mácula densa do ramo ascendente espesso.


2. Células mesangiais extraglomerulares.
3. Células glanulares da arteríola eferente, produtoras de renina e de angiotensina II.

- INVERVAÇÃO DOS RINS

Os nervos renais regulam o FSR (fluxo sanguíneo renal), a IFG (intensidade de filtração glomerular) e a reabsorção
de sal e água pelo néfron. A inervação renal é feita por fibras nervosas simpáticas que se originam no plexo celíaco.
Não há inervação parassimpática. As fibras adrenérgicas liberam norepinefrina e dopamina, localizando-se
adjacente às células musculares lisas dos principais ramos da artéria renal (a. interlobares, arqueadas e
interlobulares) e às arteríolas aferentes e eferentes. Além disso, os nervos simpáticos inervam as células glanulares,
produtoras de renina, das arteríolas aferente. O aumento da atividade simpática estimula secreção de renina. As
fibras nervosas também inervam o túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal, ducto coletor. A ativação desses
nervos estimula reabsorção de Na+, por esses segmentos do néfron.

- AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL

Representa três processos gerais: (1) filtração glomerular; (2) reabsorção da substância do líquido tubular de volta
ao sangue; (3) (em alguns casos) secreção da substância do sangue para o líquido tubular. A primeira etapa na
formação da urina pelos rins é a produção de ultrafiltrado de plasma, pelo glomérulo.

a) Depuração Renal
O conceito de depuração renal se baseia no princípio de Fick (princípio do balanço de massa, ou
conservação de massa). A artéria renal é a única fonte de entrada no rim, e a veia renal e ureter constituem
as únicas vias de saída. A depuração é medida em volume/tempo, representando o volume que ficou
inteiramente livre da substância que foi removida e excretada na urina, por unidade de tempo.
b) Intensidade da Filtração Glomerular
A IFG é igual à soma das intensidades da filtração de todos os néfrons funcionantes. Portanto, é índice da
função renal. Queda na IFG geralmente representa a progressão de doença renal; já seu retorno aos valores
normais sugere recuperação. A creatinina é produto do metabolismo da creatina na musculatura
esquelética, podendo ser usada para medir a IFG. É filtrada livremente pelo glomérulo para o espaço de
Bowman, e podemos considerar, a princípio, que não é reabsorvida, secretada e nem metabolizada pelas
células do néfron. Portanto, a quantidade de creatinina excretada na urina por minuto equivale à
quantidade de creatinina filtrada pelo glomérulo a cada minuto. A intensidade da depuração é expressa em
volume/tempo, representando o volume que ficou inteiramente livre da substância removida e excretada
na urina, por unidade de tempo.
A creatinina não é a única substância que pode ser usada para medir a IFG. Qualquer substância que
preencha os seguintes critérios serve como marcador adequado para a medida da IFG. A substância:
1) Deve ser livremente filtrada pelo glomérulo, para o espaço de Bowman;
2) Não deve ser reabsorvida, nem secretada, pelo néfron;
3) Não deve ser metabolizada nem produzida pelo rim;
4) Não deve alterar a IFG.

Nem toda creatinina (ou qualquer outra substância usada para medir IFG) que entra no rim pelo plasma da artéria
renal é filtrada pelo glomérulo. Da mesma forma, nem todo plasma que entra nos rins é filtrado. Embora,
praticamente, todo o plasma que penetra nos rins pela artéria renal passe pelo glomérulo, quase 10% não o faz. A
porção desse plasma filtrado é chamada de fração de filtração. Fração de filtração = IFG/FSR.
Em condições normais, a fração de filtração tem valor médio de 0,15 a 0,20, ou seja, somente 15% a 20% do plasma
que entra no glomérulo é, de fato, filtrado. Os 80% a 85% restantes seguem pelos capilares glomerulares para as
arteríolas eferentes e os capilares peritubulares. Por fim, são devolvidos à circulação sistêmica, pela veia renal.

- FILTRAÇÃO GLOMERULAR

A primeira etapa na formação da urina pelos rins é a ultrafiltração do plasma pelo glomérulo. Em adultos normais,
a IFG varia de 90-140ml/min, nos homens, e 80-125ml/min nas mulheres. Portanto, os glomérulos filtram até 180L
de plasma a cada 24h. O ultrafiltrado plasmático é desprovido de elementos celulares (eritrócitos, leucócitos,
plaquetas...) e, praticamente, não contém proteínas. A concentração de sais e moléculas orgânicas, como a glicose
e os aminoácidos, é semelhante no plasma e no ultrafiltrado. A ultrafiltração pelos capilares glomerulares é
impulsionada pelas forças de Starling; variações nessas forças alteram a IFG.

- DETERMINANTES DA COMPOSIÇÃO DO ULTRAFILTRADO

A barreira de filtração glomerular determina a composição do ultrafiltrado plasmático, restringindo a filtração de


moléculas com base em seu tamanho e carga elétrica. Em geral, moléculas neutras, com raio menor que 20 Å, são
filtradas livremente. Moléculas acima de 42 Å não são filtradas, e moléculas com raios entre 20 e 42 Å são filtradas
em graus variáveis. Por exemplo, a albumina plasmática, proteína, com raio molecular efetivo de 35,5 Å é pouco
filtrada. Como a albumina é filtrada normalmente, é reabsorvida com avidez pelo túbulo proximal, na prática, não
se nota albumina na urina.

A carga elétrica afeta a filtração de macromoléculas pelo glomérulo. Os dextranos compõem família de
polissacarídeos exógenos fabricados em diversos pesos moleculares. Podem ser eletricamente neutros ou ter
cargas negativas (polianiônicos) ou positivas (policatiônicos). À medida que o tamanho (raio molecular efetivo) de
dextrano aumenta, sua intensidade de filtração diminui. Para qualquer raio molecular, as moléculas catiônicas são
filtradas com mais facilidade que as aniônicas. A menor intensidade de filtração de moléculas aniônicas se explica
pela presença de glicoproteínas com cargas
negativas na superfície de todos os
componentes da barreira de filtração glomerular.
Essas glicoproteínas com carga repelem moléculas
de carga semelhante. Como a maior parte das
proteínas plasmáticas tem carga negativa, as cargas
negativas da barreira de filtração restringem
a filtração de proteínas, com raio molecular
de 20 a 40 Å ou mais.

- DINÂMICA DA ULTRAFILTRAÇÃO

As forças responsáveis pela filtração glomerular


do pasma são as mesmas presentes em todos os
leitos capilares. A ultrafiltração ocorre porque
todas as forças de Starling (pressão hidrostática e oncótica) impulsionam o líquido da luz dos capilares glomerulares
através da barreira de filtração para o espaço de Bowman. A pressão hidrostática do capilar glomerular (PCG) está
orientada para promover o movimento de líquido do capilar glomerular para o espaço de Bowman. A PCG é a única
força que favorece a filtração. A pressão hidrostática no espaço de Bowman (PEB) e a pressão oncótica do capilar
glomerular (πCG) se opõem à filtração.

IFG = Kf[(PCG – PEB) – σ(πCG – πEB)]


Kf= produto da permeabilidade intrínseca do capilar glomerular pela área de superfície glomerular disponível para
filtração. A Kf é cerca de 100x maior nos capilares glomerulares que nos sistêmicos, e a PCG é 2x maior que a pressão
hidrostática nos capilares sistêmicos.
A IFG pode ser alterada modificando-se o Kf ou qualquer uma das forças de Starling.
Em pessoas normais, a IFG é regulada por alterações da PCG, mediadas,
principalmente por alterações na resistência das arteríolas aferente ou eferente. A
PCG pode ser afetada por três maneiras:
1. Variações da resistência da arteríola aferente: redução da resistência
aumenta a PCG e a IFG, e aumento da resistência as reduz;
2. Variação da resistência da arteríola eferente: a redução da resistência reduz
a PCG e a IFG, e aumento da resistência as eleva;
3. Variações da pressão arteriolar renal: aumento da pressão arterial aumenta,
transitoriamente, a PCG (o que eleva a IFG), enquanto redução da pressão
arterial diminui, transitoriamente, a PCG (o que reduz a IFG).

- FLUXO SANGUÍNEO RENAL

O fluxo sanguíneo pelos rins executa diversas funções importantes, como:

1. Determina, indiretamente, a IFG;


2. Modifica a intensidade da reabsorção de solutos e água pelo túbulo proximal;
3. Participa da concentração e da diluição da urina;
4. Fornece oxigênio, nutrientes e hormônios às células do néfron, e devolve o CO2, bem como o líquido e os
solutos reabsorvidos à circulação geral;
5. Transporta substratos que serão excretados na urina.

Os principais vasos que conferem resistência nos rins são: arteríolas (aferente e eferente) e artérias interlobulares.
Os rins regulam seu fluxo sanguíneo, assim como na maioria dos órgãos, ajustando a resistência vascular, em
resposta às alterações da pressão arterial. Esses ajustes são tão precisos que o fluxo sanguíneo permanece
relativamente constante enquanto a pressão varia entre 90 e 180mmHg. A IFG também é regulada ao longo dessa
mesma faixa de pressões arteriais. O fenômeno pelo qual o FSR e a IFG se mantêm relativamente constantes,
chamado autorregulação, é executado por modificações da resistência vascular, principalmente pelas arteríolas
aferentes dos rins. Como a IFG e o FSR são regulados ao longo da mesma variação de pressões e como o FSR
constitui importante determinante da IFG não é de surpreender que os mesmos mecanismos regulem ambos os
fluxos.

A autorregulação do FSR e IFG se dá por dois mecanismos: um deles responde às alterações da pressão arterial, e
outro às alterações da [NaCl], no líquido tubular. Ambos regulam o tônus da arteríola aferente. O mecanismo
sensível à pressão, chamado mecanismo miogênico, está relacionado à propriedade intrínseca da musculatura lisa
vascular: a tendência a se contrair quando distendida. Da mesma forma, quando a pressão arterial se eleva e a
arteríola aferente se distende, a musculatura lisa se contrai.

O segundo mecanismo responsável pela autorregulação da IFG e FSR, conhecido como feedback tubuloglomerular,
depende da [NaCl]. Esse mecanismo envolve uma alça de feedback na qual a mácula densa do aparelho
justaglomerular, afere a concentração de NaCl no líquido tubular, convertendo-a em um ou mais sinais que afetam
a resistência da arteríola aferente, e portanto, a IFG. Quando a IFG aumenta, elevando a [NaCl] no líquido tubular,
mais NaCl penetra nas células da mácula densa, o que leva a aumento da formação e liberação de ATP e adenosina,
um metabólito do ATP, por essas células, provocando vasocontrição da arteríola aferente. Essa vasocontrição, por
sua vez, faz com que a IFG retorne ao nível normal. Por sua vez, quando a IFG e a [NaCl] no líquido tubular diminuem,
menos NaCl penetra nas células da mácula densa, reduzindo a produção e liberação de ATP e adenosina. A queda
da [ATP] e [adenosina] causa vasodilatação da arteríola aferente, normalizando a IFG. O NO, vasodilatador
produzido pela mácula densa, atenua o feedback tubuloglomerular, enquanto a angiotensina II o estimula.
Portanto, a mácula densa pode liberar vasocontritores (ex., ATP, adenosina) e um vasodilatador (ex., NO) que
executam ações opostas sobre a arteríola aferente.

É importante observar três aspectos ligados à autorregulação:


1. A autorregulação está ausente quando a pressão arterial cai abaixo de 90mmHg;
2. A autorregulação não é perfeita; o FSR e a IFG, de fato, se alteram, ligeiramente, nas variações da pressão
arterial.
3. Apesar da autorregulação, o FSR e a IFG podem ser alterados por certos hormônios e por variações da
atividade nervosa simpática.

- REGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO RENAL E DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR

Diversos fatores e hormônios afetam a IFG e o FSR. O mecanismo miogênico e o feedback tubuloglomerular
desempenham papeis fundamentais na manutenção da IFG e do FSR. Além disso, nervos simpáticos, angiotensina
II, prostaglandinas, NO, endotelina, bradicinina, ATP e adenosina exercem importante controle sobre a IFG e FSR.

a) Nervos Simpáticos
As arteríolas aferentes e eferentes são inervadas por neurônios simpáticos; no entanto, o tônus simpático
é mínimo, quando o volume de líquido extracelular está normal. Os nervos simpáticos liberam
norepinefrina e dopamina, e a epinefrina circulante (que também é uma catecolamina) é secretada pela
medula suprarrenal. A norepinefrina e a epinefrina causam vasocontrição, ligando-se à adrenoceptores α1,
localizados principalmente nas arteríolas aferentes. A ativação de adrenoceptores α1 reduz a IFG e o FSR.
A desidratação ou fortes estímulos emocionais, como o medo e a dor, ativam os nervos simpáticos e
reduzem a IFG e o FSR. A renalase, um hormônio metabolizador de catecolaminas, produzido pelos rins,
facilita a degradação dessas substâncias.

b) Angiotensina II
A angiotensina II é produzida localmente nos rins e também de forma sistêmica. Ela contrai as arteríolas
aferente e eferente* e reduz a IFG e o FSR. *A arteríola eferente é mais sensível à angiotensina II, embora
ambas desencadeiem respostas.
c) Prostaglandinas
Não desempenham função muito importante na regulação do FSR, em pessoas saudáveis em repouso.
Entretanto, durante condições patológicas, como hemorragia, os rins produzem prostaglandinas
localmente, o que provoca aumento do FSR, sem altera a IFG. As prostaglandinas aumentam o FSR por
mitigarem os efeitos vasoconstritores dos nervos simpáticos e da angiotensina II. Esse efeito é importante,
por impedir a ocorrência de vasoconstrição intensa e potencialmente lesiva, o que poderia levar à isquemia
renal. A síntese de prostaglandinas é estimulada pela desidratação e pelo estresse (ex. cirurgia, anestesia),
pela angiotensina II e pelos nervos simpáticos. Os AINES, como aspirina e ibuprofeno, inibem a síntese de
prostaglandinas. Assim, a administração de tais fármacos durante a isquemia renal e o choque hemorrágico
é contraindicada, pois, por bloquearem a produção de prostaglandinas, reduzem o FSR e aumentam a
isquemia renal. As prostaglandinas desempenham importante função na manutenção da IFG e do FSR, à
medida que a idade da pessoa aumenta. Da mesma forma, os AINES podem reduzir significativamente a
IFG e o FSR em pessoas idosas.

d) Óxido Nítrico
O óxido nítrico, o fator de relaxamento derivado do endotélio, é um importante vasodilatador, em
condições basais, contra-balanceando a vasoconstrição provocada pela angiotensina II e pelas
catecolaminas. Quando ocorre aumento do fluxo, as células endoteliais das arteríolas são submetidas a
maiores forças de cisalhamento, o que aumenta a produção de NO. Além disso, diversos hormônios
vasoativos, como a acetilcolina, histamina, bradicinina e ATP, facilitam a liberação de NO pelas células
endoteliais. O aumento da produção de NO provoca dilatação das arteríolas aferente e eferente dos rins.
Enquanto níveis elevados de NO reduzem a resistência periférica total, a inibição da produção de NO
aumenta a resistência periférica total.

e) Endotelina
É um potente vasoconstritor secretado pelas células endoteliais dos vasos renais, células mesangiais e
células do túbulo distal, em resposta à angiotensina II, bradicinina, epinefrina, e estresse de cisalhamento.
A endotelina causa intensa vasoconstrição das arteríolas aferente e eferente, reduzindo a IFG e o FSR.
Embora essa potente vasoconstrição não influencie a IFG e o FSR, nas pessoas em repouso, a produção de
endotelina se eleva em diversos estados patológicos glomerulares (ex. doença renal associada ao diabetes
mellitus).

f) Bradicinina
A calicreína é uma enzima proteolítica produzida pelos rins, que cliva o cininogênio em bradicinina
circulantes, que é vasodilatador e atua estimulando a liberação de NO e prostaglandinas, aumento assim a
IFG e o FSR.
g) Adenosina
A adenosina é produzida no interior dos rins, causando vasoconstrição da arteríola aferente e reduzindo
dessa forma, a IFG e o FSR. Como já discutido, a adenosina tem importante papel no feedback
tubuloglomerular.

h) Peptídeos Natriuréticos
A secreção do peptídeo natriurético atrial (PNA) pelos átrios cardíacos e do peptídeo natriurético encefálico
(PNE) pelos ventrículos cardíacos aumenta quando o volume do líquido extracelular se expande. O PNA e
o PNE dilatam a arteríola aferente e contraem a arteríola eferente. Portanto, ambos produzem aumento
moderado na IFG, com pouca alteração do FSR.
i) Trifosfato de Adenosina
As células liberam ATP no líquido intersticial renal. O ATP exerce dois efeitos sobre a IFG e FSR. Sob certas
condições, o ATP contrai a arteríola aferente, reduz a IFG e o FSR e pode desempenhar função no feedback
tubuloglomerular. Por sua vez, o ATP pode estimular a produção de NO, aumentando a IFG e FSR.
j) Glicocorticoide
A administração de doses terapêuticas de glicocorticoides aumenta a IFG e o FSR.
k) Histamina
A liberação local de histamina modula o FSR durante o estado de repouso e também durante inflamações
e lesões. A histamina reduz a resistência das arteríolas aferente e eferente, aumentando o FSR, sem elevar
a IFG.

i) Dopamina
O túbulo proximal produz dopamina, substância vasodilatadora. A dopamina executa diversas ações no rim,
como aumentar o FSR e inibir secreção de renina.

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