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A psicologia por detrás da linguagem corporal

Submitted by Leo Teles on July 25, 2011 – 2:40 pmOne Comment

Originalmente publicado em 29 de novembro de 2009

Texto em inglês original de Joe Navarro, adaptação para o Brasil de Leonardo Teles

Entenda melhor a motivação para essa série em: http://leoteles.com/?p=440

Há milhões de anos, nossos ancestrais primitivos perambulavam a terra em um cenário


bastante mais perigoso que o de hoje. Ainda não haviam desenvolvido a comunicação
verbal e necessitavam, portanto, encontrar meios de expressar com precisão as suas
inquietudes, necessidades e desejos.

Surpreendentemente, conseguiram atingir este objetivo desenvolvendo um tipo de


comunicação não-verbal, mais especificamente a linguagem corporal. Foi utilizando-se
de ferramentas como essências (feromonios desprendidos de glândulas que ainda
possuímos), mudanças fisiológicas (rosto corado, por exemplo), gestos (um apontar),
reações faciais (olhar inquisitivo), símbolos (desenhos em cavernas), marcações
pessoais (tatuagens) e mesmo variações vocais que eles conseguiram sobreviver e se
adaptar ao meio (GIVENS, 1998-2005).

Essas características primitivas ainda são tão fortes em nós, fazem parte de nosso DNA
e paleocircuits dentro de nossos cérebros, que até hoje nos comunicamos muito mais de
forma não-verbal do que verbal.

Nossos membros, rosto, olhos e até mesmo coração estão todo o tempo sendo
controlados por nosso cérebro. Nenhuma ação se realiza sem o uso do cérebro, sendo
que quando falamos da comunicação não-verbal, falamos da interação deste (o cérebro)
com o corpo. Pelo fato de a linguagem corporal estar intimamente interligada à nossa
psique (aquilo que ‘está dentro’ do cérebro), podemos analisar os não-verbais para
decifrar o que de fato se passa dentro de nossas cabeças. São essencialmente estes sinais
(mais notadamente aqueles de conforto, desconforto, emoções e intenções) que trato em
meu livro “What Every Body is Saying”.

Os não-verbais e o sistema límbico primitivo postos em prova: os recém nascidos


Por todo o dito anteriormente, fica notório de que ao explorarmos as comunicações não-
verbais, devemos fazê-lo partindo da premissa de que todo este tipo de comunicação é
governada pelo cérebro. Devemos estudar-lo como um órgão complexo no que tange à
sua fisiologia, emocional, área cognitiva, espiritual e intra-psychically. Ao estudarmos a
psicologia por detrás da linguagem não-verbal, ajuda-nos observar os recém-nascidos e
suas necessidades imediatas.

As crianças chegam a este ‘estranho mundo’ tremendo de frio e chorosas. Sua mãe,
entendendo a necessidade imediata do bebê, protege-o com roupas quentes e
confortáveis. O recém-nascido fica, portanto, imediatamente satisfeito: sua primeira
comunicação não-verbal foi realizada com sucesso. A partir dessa necessidade inicial de
calor, abrimos uma ‘janela’ a partir da qual serão realizadas todas as futuras formas de
comunicação e interação entre corpo e cérebro, cada uma elegantemente coreografada
de forma a criar um repertório que garantirá a nossa sobrevivência através de uma
comunicação eficaz. (Ratey, 2001, 181; Knapp & Hall, 1997, 51).

O choro e os tremores são prontamente seguidos pelo ‘chupar dos dedos’, algo que se
aprende ainda na barriga da mãe. Trata-se de um gesto introspectivo, uma resposta do
cérebro a uma parte sua que busca a paz e tranqüilidade. O cérebro, por questões que
ainda desconhecemos, engajará o corpo (neste caso o dedão) na busca à tranqüilidade
que necessita. O corpo prontamente responderá de modo a manter a homeostase
(Navarro, 2008 pp. 21-49). Essa ação (o chupar de dedos) se repetirá centenas de vezes
no futuro de modo a liberar endorfinas indutoras de prazer no cérebro (Panksepp, 1998,
252,272).

Concomitantemente a essa obtenção de prazer, a criança comunica à mãe a sua alegria,


a felicidade em que se encontra. Ao crescer, ela desenvolverá outros tipos de
comportamentos adaptativos que o ‘pacificarão’ em situações de extremo stress. Alguns
serão óbvios (ex. mascar de chicletes, morder lápis, tocar nos lábios), outros não tanto
(como ‘brincar’ com o cabelo, afagar o rosto ou massagear o pescoço). Diferentes,
outrossim de origem igual: uma necessidade que o corpo faça algo que estimule os
nervos (liberando endorfinas) de modo que o cérebro se acalme (Panksepp, 1998, 272).

Progressivamente, o bebe irá procurar o mamilo da mãe. Desajeitadamente ele move a


cabeça em direção a suas glândulas mamárias, as quais ele pode ‘sentir’ através de
nervos olfativos sensíveis. Quando a amamentação se inicia, com o bebê sugando de
forma ritmada o leite, suas pequenas mãos procuram instintivamente massagear o seio
de forma a auxiliar no processo de lactação, assim como de modo a gerar conforto e
bem-estar tanto para ele quanto para a mãe.

Desta forma se estreita o vínculo entra a mãe e seu filho, aquilo normalmente chamado
de proto-socialização (o começo da harmonia social). Trata-se de um processo tanto
físico (corpóreo) quanto psicológico (GIVENS, 2005, 121). Ambos acabam por receber
enorme recompensa advinda da intimidade criada através da amamentação, já que
quando a criança é amamentada a mãe começa a ser ‘recompensada’ por seu esforço: o
leite é liberado, aliviando a pressão formada nas glândulas mamárias e liberando
ocitocina que acalmará tanto a mãe, quanto o bebê e mais importante: auxiliará no
estreitamento do vínculo maternal.
Assim sendo, a criança começa a comunicar aquilo que lhe dá prazer no conforto que
sente ao estar com sua mãe. Esta, ao mesmo tempo, observa e tenta decodificar cada
nuance do comportamento de seu filho. Este tempo juntos os auxiliará a melhor
entender um ao outro e a criar um modo de comunicação mais eficaz. A mãe logo
aprende as diferenças entre os diversos choros (comunicação não verbal) do bebê –
fome, frio, descontentamento, doença ou tristeza – algo essencial para a sobrevivência e
bem-estar do bebê. O bebe, por sua vez, começa (tão cedo quanto 72 horas de nascido) a
observar e imitar as gesticulações faciais de sua mãe, algo bastante útil no
desenvolvimento de músculos do rosto e mais ainda ao comunicar desejos, sentimentos
e necessidades (Ratey, 2001, 330). A partir de dias, senão horas, do nascimento o bebê
começa a processar o meio de comunicação mais eficaz para expressar os seus desejos e
sentimentos. Eventualmente ela será capaz de se comunicar de maneira mais complexa
e elaborada ao mundo a seu redor.

Ao ponto que ambos, pais e filhos, decodificam e reforçam estes comportamentos


iniciais, aprendem a melhor se comunicar entre eles. Eventualmente, a criança
desenvolverá respostas às palavras – ou a outras línguas – e mesmo a forma como essas
palavras são proferidas (tom de voz, altivez, sentimento, olhos nos olhos, postura)
acabam por ter um impacto mais forte do que as palavras em si (Knapp & Hall, 1997,
400-425; Givens, 2005, 85).

Será a partir da ‘calorosa’ intimidade advinda da interação com a sua mãe que a criança
desenvolverá ferramentas de socialização com os outros. A criança ‘chega’ ao mundo já
equipada para comunicar-se não verbalmente. Ao notar algo que não lhe goste, seu
cérebro (subconscientemente) imediatamente contrai as pupilas e gira o corpo na
direção oposta (negação ventral (Navarro, 2008, 179).

São todos comportamentos muitos sutis que fazem parte de nosso mecanismo básico de

sobrevivência (o sistema límbico central). O


cérebro, através do corpo, transmite de maneira muito precisa seus sentimentos
negativos e/ou positivos que serão tão pronto reconhecidos por amigos e familiares
(Knapp & Hall, 1997, 51). Quando a criança, por exemplo, move o seu torso da mesa de
jantar e seus pés se inclinam em direção à saída mais próxima, a mãe prontamente
entenderá o seu rechaço à comida e a conseqüente mensagem: não quero comer. São
sinais típicos de desconforto que refletem aquilo que se passa dentro do cérebro, sem
que se tenha que deferir uma única palavra.

Igualmente, quando o cérebro ‘gosta’ de algo, ele irá compelir a criança a expressar este
sentimento. Deste modo, quando a mãe entra no quarto da criança de manhã cedo e
observa, verá que os olhos do ‘pequeno’ irão abrir, suas pupilas se dilatarão, os
músculos faciais irão relaxar (permitindo um grande sorriso) e a cabeça irá se girar,
expondo um vulnerável pescoço (Givens, 2005, 63, 128). Estes sinais de conforto serão
de grande utilidade nas décadas por vir, no desenvolvimento e na manutenção de
amizades e mesmo em namoros. Facilitarão, assim, a sobrevivência da espécie com
mais uma nova geração.

Não deixa de ser maravilhoso que nosso cérebro exija do nosso corpo uma reação aos
sentimentos que nele são processados. Raiva, tristeza, medo, surpresa, alegria e
desgosto são manifestações universais de ‘não-verbais’, essenciais para que tenhamos
nossos desejos atendidos mesmo quando não podemos nos expressar (Ekman 1982,
1975, 2003). A bem da verdade, nossos cérebros são de tal maneira complexos que
crianças que nascem surdas e crescem juntas (sem a presença de adultos),
desenvolverão sua própria linguagem de modo a comunicar pensamentos mais
complexos umas com as outras (Ratey, 2001, 262).

Essa interconexão entre aquilo que se


passa dentro de nossas cabeças e a transmissão não-verbal de tais sentimentos não é
exclusiva dos humanos. Trata-se de algo comum ao reino animal, um artifício de
perpetuação da espécie, algo que ajuda a assegurar a nossa sobrevivência. Nossos
cérebros, entretanto, acabam por transmitir muito mais informação do que simplesmente
as emoções (supra). Quando nossas emoções estão equilibradas, por exemplo, e o
cérebro se mostra ‘saudável’, ele acaba por procurar demonstrar isso através de nossa
aparência: aspecto saudável e de felicidade. Caso emoções desestabilizadoras ou
doenças se manifestem (imagine um ‘sem teto’ esquizofrênico), nosso corpo – e de
todos os animais – acaba refletindo estes problemas por meios de uma postura ‘pobre’,
falta de cuidado pessoal, semblante preocupado ou comportamento transviado. Todos
estes reflexos não-verbais demonstram a elegante interconexão entre o cérebro e o
corpo, em sua linguagem corporal.
Desde o nascer até o morrer, nosso corpo criam um importante elo de comunicação com
o cérebro. Uma ferramenta no processo de desenvolvimento que procura não apenas a
busca de necessidades imediatas, mas também para se comunicar mais eficazmente com
o mundo exterior. A despeito de havermos desenvolvido uma complexa e única
ferramenta de comunicação com o mundo exterior (a verbal) seguimos, após milhões de
anos, comunicando-nos primariamente através da linguagem não-verbal. Dificilmente
algo se passa em nossos cérebros que não se reflita em nossa linguagem corporal. Desde
emoções, passando por necessidades físicas, gostos ou desgostos, doença ou
demonstrações de status, estamos plenamente expressando tudo isso a diário. O estudo
cuidadoso dessas respostas nos ajuda a criar um insight sobre aquela dimensão secreta
na psicologia dos nossos cérebros.

Para maiores informações, consulte a bibliografia complementar abaixo, o site do autor


( www.jnforensics.com ) para uma bibliografia mais ampla, ou siga-o no Twitter:
@navarrotells.

For additional information see the below bibliography, www.jnforensics.com for a more
comprehensive bibliography, or follow me on twitter: @navarrotells.

Ekman, Paul. 1982. Emotion in the human face. Cambridge, UK: Cambridge University
Press.

Ekman, Paul. 2003. Emotions Revealed: recognizing faces and feelings to improve
communication and emotional life. New York: Times Books.

Ekman, Paul. 1975. Unmasking the Face. New Jersey: Prentice Hall.

Ekman, Paul & Maureen O’Sullivan. 1991. Who can catch a liar? American
Psychologist, 46, 913-920.

Givens, David G. 2004. The Nonverbal Dictionary of Gestures, Signs & Body Language
Cues. Spokane: Center for Nonverbal Studies
(http://members.aol.com/nonverbal2/diction1.htm).

Givens, David. 1998-2005. Love signals: a practical field guide to the body language of
courtship. New York: St. Martin’s Press.

Knapp, Mark L. and Judith A. Hall. 1997. Nonverbal communication in human


interaction, 3rd. Ed. New York: Harcourt Brace Jovanovich.

Navarro, Joe. 2008. What Every Body Is Saying. New York: Harper Collins.

Panksepp, Jaak. 1998. Affective neuroscience: the foundations of human and animal
emotions. New York: Oxford University Press, Inc.

Ratey, John J. 2001. A user’s guide to the brain: perception, attention, and the four
theaters of the brain. New York: Pantheon Books.

http://leoteles.com/blog/2011/07/25/a-psicologia-por-detras-da-linguagem-corporal/

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