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Título: O Cais da Sagração

Município Atual: São Luís – MA

Tipo: Patrimônio Fantasma

Categoria: Cais

Resumo: Construído em 1841 em uma homenagem a sagração D. Pedro II, o Cais da


Sagração já foi um dos portos mais importantes do mundo, pelo volume do comércio presente
no Estado do Maranhão a partir do século XVIII devido ao movimento geral do capitalismo
industrial no mundo e o livre comércio, a cidade de São Luís também passou por mudanças
no seu cenário físico urbano. Porém com a construção de outras formas de transportes entre
elas a Estrada de Ferro São Luís-Caxias e a diminuição da movimentação do cais, este se vê
fadado ao abandono.

Texto completo:

Dividindo a vista entre o mar e a cidade, terminei por dar por mim no trecho
em que o cais se alarga, abrindo para um lado e para o outro o vão de duas
rampas, que escorregam para as águas. Pela primeira vez atentei para a lápide
da muralha: “Este cais foi começado em 14 de setembro de 1841 em que se
festejou nesta Província a sagração do Sr. D. Pedro II. I:C e D:P do Brasil".
(MONTELLO, 1981, p. 23)

O Cais da Sagração, hoje chamado erroneamente de "Rampa Campos Melo", tem


importância histórica na cidade de São Luís e já foi um dos portos mais importantes do
mundo. De acordo com o conselheiro do IPHAN Luis Phellipe Andrés, “haviam duas rampas,
a Campos Melo, que desapareceu e a Rampa do Palácio, antigo Cais, que se encontrava entre
os dois baluartes, em frente ao Palácio dos Leões.”

E a vista de Pedro não se saciava de linhas e cores, já agora abrangendo o


muro de pedra do Cais da Sagração, o contraforte do Baluarte, os dois
semicírculos que avançam para o mar, a rampa de desembarque com dois
barcos atracados. De um lado e de outro, as águas mansas do rio Anil e do
rio Bacanga; em redor, sob o vôo lerdo das gaivotas e dos urubus, os barcos,
as canoas, as barcaças, as lanchas, as alvarengas, os igarités. E imponente,
arqueando-se por cima das águas, a ponte nova que liga a cidade à Ponta de
São Francisco e por onde ônibus e automóveis se cruzavam, enquanto, sob
um de seus vãos, descia um barco de velame desfraldado. (MONTELLO,
1981, p. 228)

Feito como homenagem a sagração de dom Pedro II, as obras do Cais da Sagração
foram iniciadas em 1841, passou muitos anos em funcionamento e seus vestígios desapareceu,
na perspectiva do pesquisador Jandir Silva, na década de 1970, parte dele foi aterrado para a
construção da Av. Vitorino Freire. “Em 1799, o então governador D. Antônio Sales de
Noronha enviou carta ao então ministro dos negócios ultramarinos, Martinho de Mello e
Castro, mostrando a necessidade da construção de um cais em São Luís, devido ao “tanto
comercio, como era notório”, tal como no Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. (GERMANO,
RIBEIRO, FONTENELE et all., 2011, p. 15

O Cais da Sagração foi iniciado em 14 de setembro ou dezembro de 1841,


mesmo ano da coroação de D. Pedro II como Imperador do Brasil, motivo
pelo qual o cais foi batizado “Sagração”, em homenagem ao novo monarca.
Iniciada em 1841, a obra nunca seria plenamente terminada, porque foi
paralisada em 1865. Em um espaço de 24 anos, a trancos e barrancos, a
execução do projeto de um cais na cidade foi acidentada e mal sucedida.
(GERMANO, RIBEIRO, FONTENELE et all., 2011, p. 15)

Vale destacar que o Cais da sagração era a única saída de São Luís até a criação da
Estrada de Ferro São Luís – Caxias. “A maior parte das estações no Maranhão entraram em
atividade no ano de 1919, mas consta que desde 1915 já havia a circulação de trens na linha.
[...] Entre 1921 e 1930, completou-se toda a ferrovia, com a abertura de várias estações e
postos coletores nas principais povoações por ela atravessadas” (NEVES, p.06)

Quase todas as fábricas têxteis maranhenses já estavam em pleno


funcionamento, e se viram ante o grave problema da precariedade do
transporte de mercadorias, o que demonstrava estar completamente
obsoleto, para a realidade local daquele período, o transporte de bens
conjugando-se as vias terrestres e fluviais. Mesmo assim, essa questão não
foi resolvida pelo menos até o início da década de 1920. (NEVES, p.05)

As mudanças urbanas iniciadas na segunda metade do século XVIII, foram visíveis,


nesse último período e depois dele, devido ao movimento geral do capitalismo industrial no
mundo e o livre comércio, a cidade de São Luís também passou por mudanças no seu cenário
físico urbano. “De todas as reformas pelas quais a cidade passou, a construção do Cais da
Sagração foi uma das mais significativas, pois seus resultados foram sentidos na economia por
muito tempo.” (NEVES, p.05) O impacto da construção do Cais sobre a cidade foi forte a ponto
de Josué Montello escrever um livro intitulado “Cais da Sagração”, evidenciando o cenário da
construção do mesmo e através do qual se desenrola a história do pescador Mestre Severino, de
sua amada Vanju e da submissa Lourença, personagens do mar, o qual, mais do que um plano
de fundo, manifesta vida. Montello destacar a movimentação do cais, e ao final do livro aponta
um certo receio pela morte do cais, devido à pouca movimentação que marcava aquele ano.
Antes de alcançar a rampa para descer ao barco, anteviu a morte do Cais da
Sagração - prolongamento natural do silêncio da Praia Grande. Certo,
sobreviveriam às casas, o passeio, as árvores da avenida, a muralha de cimento
e pedra rente ao mar; mas os barcos que vêm de longe não ancorariam mais
naquela enseada. A praia do Caju que continuava o cais até à praia de
Jenipapeiro, junto às ruínas da Quinta da Vitória, já havia desaparecido, com
seu mercado, suas barracas, suas quitandas de peixe frito. A ponte, ligando a
cidade à Ponte de São Francisco, mudara tudo ali. E como já fazia muito tempo
que não se dragava o porto, as coroas de areia, à hora da maré vazante, davam
a impressão de que terminariam de aterrá-lo dentro de pouco tempo. Assim, o
cais do Pedro seria no Itaqui, do outro lado de São Luís, enquanto o dele,
Mestre Severino, continuaria sendo aquele, sobre as águas do rio Anil.
Praticamente já quase não existia o Cais da Sagração. Quase todos os barcos
atracavam agora junto à Rampa Campos Melo, alguns iam para o Portinho,
outros mais para o Desterro; somente o Bonança, fiel ao seu passado, deitava
a âncora ali - como nos dias de outrora, quando ainda passavam pelas ruas de
São Luís as velhas carruagens puxadas pela parelha de cavalos, com o seu
cocheiro na boléia. (MONTELLO, 1981, p. 262)

Fonte/Bibliografia

Construções que abrigam antigas salas de cinema em São Luís guardam memória de
outros costumes. Repórter Brasil. Publicada em 19/05/2015 - 15:18.
GERMANO, Nivaldo. RIBEIRO, Elias. FONTENELE Ludmylla, et all. CAIS DA
SAGRAÇÃO: O Processo de Modernização da Cidade de São Luís no século XIX. 2011,
apresentado no II simpósio de História do maranhão oitocentista. UEMA.
MONTELLO, Josué. Cais da Sagração. 5.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
MORAES, Jomar. São Luís do Maranhão – memorabilia de antigos e raros cartões postais.
Rio de Janeiro: Y.R. Marketing e Projetos Culturais Ltda., 1993.
NEVES, Diogo Gualhardo. Ferrovia São Luís-Teresina: história e cultura. In: VI Colóquio
Latino Americano sobre recuperação e preservação do patrimônio industrial. v. 1, 2012, São
Paulo. Caderno de resumos. São Paulo: Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Disponível em:. Acesso em: 05 de junho de 2017.
O Cais da Sagração. TV imparcial. Publicado em 7 de out de 2016.
Pesquisador responsável: Reinilda Oliveira

Fotografia imagem:

fonte: http://www.panoramio.com/photo/46782732

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