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Registradores
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Responsabilidade Civil e Penal
Para que tenha lugar, há de haver, por óbvio, prejuízo ou dano, quer moral, que
Segundo Eduardo Bautista Pondé, citado pelo eminente juiz José Renato Nalini, "a responsabilidade pre
Como se vê, o gênero responsabilidade jurídica abarca as espécies responsabilidades penal e civil, além
Em tempos passados era ela, essencialmente, de natureza subjetiva, vale dizer, vinculada à culpa ou d
No direito romano, o credor chegava a ter poder físico sobre o devedor, no chamado 'Jus per manus iry
Mas, com o passar do tempo, o instituto foi se aprimorando e, percebendo o homem que esse posiciona
São exemplos clássicos os casos do art. 1.521, do Código Civil, como a responsabilização dos donos d
Mas, ao longo dos anos, essa modalidade de responsabilidade vem ganhando mais e mais espaço no c
É o caso do Estado, que passou a responder por força do risco administrativo, ou do fornecedor de prod
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Diga-se, de início, que, agora, é a Lei nQ 8.935, de 18 de novembro de 1994, vinda por determinação c
Notário, segundo a definição do douto professor Walter Ceneviva, é o profissional habilitado a receber d
No particular, de invocar-se a Lei dos Registros Públicos (Lei nQ 6.015/73), que trata, justamente, desse
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O art. 236 e parágrafos, da Constituição Federal. vieram a tratar de forma básic
Veio a lei ordinária a eleger, em seu art. 37, o Estadual ou o do Distrito Federal.
Fê-Io acertadamente e de acordo com a tradição do direito notarial e registrário, cumprindo lembrar que
Por isso que, nos termos do art. 25, parágrafo 1 °, da Constituição Federal. que permite aos
Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela própria Carta Magna, a tais Autonomias é a
Pois bem.
Pelo que disposto no pré-citado art. 236, tais serviços, como visto, são exercido
Ora, se se cuida de outorga estatal. por óbvio que de natureza pública essas atividades, embora privatiz
Por conseguinte, muito justo, inclusive, que se atribua aos delegados a condição de servidores públicos
No respeitante, há recente acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, onde se lê que os
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Citou-se, ali, veto presidencial quanto à vitaliciedade dos últimos, em consonância com entendimento so
E, segundo menciona Walter Ceneviva, em seus comentários à lei, o Ministro Celso de Mello já havia qu
Assim, têm-se, na espécie, servidores públicos em sentido amplo, mas titulares de serviços privados, co
Daí por que, conforme os parágrafos 1° e 3°, do art. 236, se submetem eles ao concurso público aludid
Essa estranha hibridez, em verdade, vem da tradição e, em princípio, aproveita tanto ao Estado como a
Estes passam a perceber diretamente a remuneração decorrente de seus misteres, pelos denominados
É, pois, preciso deixar bem clara essa condição de servidores públicos dos notários e registradores, par
Mas, especificamente à civil. mais importante que tabeliães e oficiais registradores passam a fazer a ve
Veja-se que, embora de titularidade do Poder Público, não pode este explorar diretamente essas ativida
Por isso que remota essa titularidade, presente outorga condicionada de sobejo e até pela Carta Maior,
Nesse contexto, tem-se, desde logo, que objetiva a responsabilidade desses delegados, por enquadrad
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Reza essa disposição que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
Essa responsabilidade, não obstante, é objetiva ou decorrente do risco administrativo, dada a titularidad
Outrora, na vigência da Emenda Constitucional n. 1/69, art. 107, a supletividade aludida era controvertid
Agora, porém, perante o Diploma Supremo atual, parece não existir dúvida de que o devedor principal é
Mas, com a "devida vênia" dessa posição, se não existe essa supletividade, então não se vê razão para
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Colaciona-se, destarte, acórdão outro em abono da postura deste exposit-or, da lavra do Min. Marco Au
E se feita a composição dos danos pelo Estado, vem o tabelião ou o oficial de registro a se tornar apto e
Por isso que se conclui que somente a primeira parte do art. 37, parágrafo 6°, da Carta Magna, aplica-s
Em suma: em vista da realidade jurídica atual, a responsabilidade civil dos registradores e notários é de
A determinação disso vai ter conseqüências práticas, como, v.g., a incidência do Código de Defesa do C
De ver-se que tanto pode ser uma como outra a responsabilidade desses profissionais.
Em relação ao usuário, como, e.g., registro falho que solicitou e que o venha a prejudicar, presente a co
Mas, se é terceiro que vem a experimentar os danos, em função, por exemplo, de reconhecimento de fi
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Como já prenunciado, existe entre o particular e o delegado dos serviços autêntico contrato de resultado
Tanto o contratante é consumidor como o de legado fornecedor, nos termos dos
Dessa forma, o usuário desses serviços tem direito a tudo quanto tem qualquer outro consumidor, vale
Não é por outro motivo que cabe ao delegado não só prestar o serviço em si com todas essas qualidade
Vem daí, mais uma vez, a responsabilidade plena dos tabeliães e registradores, em face da atividade q
Relevante, aliás, colacionar o art. 14, desse diploma, que prevê responsabilidade sem culpa por parte d
Ainda no tocante à parte civil, oportuno lembrar que o cartório nào tem personalidade jurídica e, portant
E. no que tange aos danos. tem-se que podem ser de ordem material ou moral, tal como em qualquer o
Se, v.g., advier protesto indevido. inobservadas as formalidades legais ou por falha no sistema, além do
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Quanto à possibilidade de pessoa jurídica sofrer prejuízo moral, nos sete anos em que estive no Tribuna
A pessoa jurídica sempre sofrerá dano material, inclusive quando atingida sua imagem.
Walter Ceneviva comunga dessa idéia, embora ressaltando que a jurisprudência se dirigiu para o sentid
reparação civil a que estão obrigados tabeliães e registradores. de aplicar-se o art. 177. do CC atual. qu
Não se é de trazer o lapso prescricional válido para o Estado (Decreto 20.910. de 06.1.32. complementa
A questão. todavia, é polêmica, inclusive quanto à incidência do CDC no particular, a justificar estudo pr
Como já afirmado aqui. anteriormente, o notário e o registrador são funcionários públicos na acepção am
Ademais, por força do art. 327. parágrafo 1°. do Código Penal. bastante extenso o campo de abrangên
Não há dúvida. por conseguinte, dessa condição dos titulares das serventias ora
A Lei nQ 8.935/94. em seus arts. 23 e 24. trata. genericamente, da responsabilidade penal dos tabeliãe
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Ressalta o art. 23 que a responsabilidade civil independe da criminal, norma que repete o disposto no a
E o art. 24, faz referência à individualização da responsabilidade criminal, impondo, no que couber. a in
Seu parágrafo volta a enfatizar que essa individualização não afasta a responsabilidade civil.
Quer me parecer que a lei. nesse dispositivo. deixa claro que a responsabilidade penal é exclusiva daqu
Portanto. se agente do delito o titular. ele a ser responsabilizado, se o preposto, então contra ele será d
Essa individualização. é bom que se diga. já é princípio norteador do Direito Penal e de alcance constitu
Oportuno colocar que não se pode concluir dessa individualização ter a lei pretendido excluir o titular da
Daí por que não tem como interpretar-se o pré-citado art. 24. da lei específica. de sorte a arredar. na es
Por outro lado, se tal dispositivo ordinário está a referir-se à individualização da pena, tem-se que isso t
De todo modo, a referência aos crimes contra a Administração Pública reforça ainda mais a condição de
Ditos crimes, enquanto perpetrados por funcionário público sentido "lato sensu". vêm previstos nos arts.
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Detenho-me a algumas das figuras em que possam incorrer os delegados dos serviços cuidados, mesm
Elejo os declinados no título desta exposição atribuído pelos dignos organizadores deste conclave, inclu
Quanto aos tabeliães, traga-se o inciso lI, que menciona sinal público a ele afeto
Nessa conduta o agente pode ser particular, mas se funcionário público, como os delegados em testilha
A competência jurisdicional vai variar, conforme a pessoa jurídica de direito público vitimada, mas se ob
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Quanto ao uso, controvertida a tentativa. Há acórdão citado por Julio Fabbrini Mira bete externando o en
O inciso lI, do art. 296, como dito, fala especificamente em sinal público de tabelião.
Há, em alguns Estados, inclusive o de São Paulo, selo próprio para reconhecimento de firma e autentica
b) art. 297 - Falsificar documento público ou alterar documento público verdadei
Em exercendo o tabelião ou o registrador atividade pública, como já estudado, evidente que públicos os
Por isso que os falsificar ou alterar verdadeiro, toma o agente incluso nesse disp
Veja-se que, nos termos do parágrafo 2°, até documento emanado de paraestatal é considerado públic
Para que ocorra o falso, indispensável a relevãncia jurídica do escrito acrescido ou introduzido e falsida
Há acórdão entendendo que comete esse crime o tabelião que atesta a presença, em venda de imóvel.
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Todavia, parece enquadrar-se melhor o caso no art. 299, falsidade ideológica, pois o 297 pressupôe fals
No que tange ao uso do documento falso ou adulterado, dividida a jurisprudência, se prevalente o crime
Interessante julgado outro do Supremo Tribunal Federal. se bem que acerca de falso ideológico, negou
São responsáveis o subscritor da certidão e conferentes, desde que haja dolo, ainda que eventual.
Pouco importa, segundo Julio Mirabete, se o reconhecimento da firma se dá por semelhança, porque a
Irrelevante, portanto, a afirmação do tabelião de que teria havido reconhecimento sem autenticidade (RT
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d) art. 305 - Tal dispositivo trata da supressão de documento de que não podia o agente dispor, seja pú
Já se decidiu, inclusive, que a não-exibição de livro exigido pelo juiz, com intenção de sonegá10, caract
Essas as considerações no ãmbito penal. Mas é preciso ainda que se fale do processo, meio ou instrum
Sem ele não tem como tornar concretas ou efetivas as responsabilizações trata
Daí o devido processo legal, impondo-se observãncia a princípios básicos constitucionais comuns a tod
Estes os preceitos fundamentais, alguns deles mais aplicáveis no ãmbito penal jurisdicional ou administ
O julgador deve mostrar-se investido nas funções de forma regular, observados os ditames legais.
Não pode ser qualquer um, mas exatamente aquele que a lei designa, inclusive no campo competencia
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Nunca se deve partir da premissa de que culpado o processado, ainda que tenha antecedentes, dês qu
. Certo que a vida pregressa pode vir a pesar na convicção, mas isso apenas como simples reforç<? do
A ignorãncia completa dessa bagagem negativa do increpado não é, por óbvio,
de ofensa a preceito outro de igual relevãncia, o da isonomia constitucional, considerados aqueles que
É fator, entanto, que jamais deve definir o resultado do processo, ainda que possa pesar no sancioname
Se da prova não se extrai certeza no que diz com a autoria e materialidade infracional, prevalece a inoc
O quarto princípio é o da plenitude da defesa (art. 5°, LV, da Constituição Fede
Ao processado deve ser concedida defesa ampla, de maneira que possa trazer tudo quanto necessário
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Destarte, não se devem impedir falas defensórias ou provas, desde que pertinentes estas, obviamente.
Todavia, sua facilitação, ainda que haja alguns óbices menos relevantes, deve ser propiciada ao máxim
Mais importante o substancial e não a forma, conquanto não se possa desta afastar-se completamente,
Daí por que não se pode admitir denúncia ou peça acusatória genérica ou imprecisa, pena de ver-se o p
Também descabido julgamento secreto, porque as partes têm o direito de saber o que efetivamente nel
O quinto princípio diz com a legitimidade originária das provas (art. 5°, LVI).
Elas devem vir de acordo com a lei, descabendo a utilização das viciadas na origem, como as advindas
O sexto preceito mor alude à correlação entre acusação e a decisão (art. 5°, LV).
O julgador, obviamente, não pode decidir ou apreciar aquilo que não constou da increpação ou da postu
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tado, afrontados princípios constitucionais comezinhos, que dizem com o devido processo legal.
Em sétimo lugar, vem a motivação bastahte do veredicto (art. 93, IX, e art. 5°, LV) Não se pode admitir
Oitavo princípio:
A reprimenda deve estar prevista e mostrar se proporcional ao ato julgado (art. 5°, XXXIX).
Não pode ser exagerada, nem pífia. Aquela porque a levar o acusado a situação imerecida, com conseq
a) o do juiz natural;
b) o da reserva legal;
c) presunção de inocência;
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No que alude às Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça, importante colacionar, primordia
Se não houver recolhimento da multa ao Estado ou a restituição, possível, inclusive, suspensão até o cu
No respeitante, oportuno citar acórdão do Supremo Tribunal Federal, em que negada a ordem contrária
As demais normas administrativas, de maneira geral, traçam condutas para os atos dos notários e regis
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Era o que me pareceu suficiente expor, esperando tenha sido útil aos senhores.
Bibliografia
- CENEVIVA, Walter. Lei dos Notários e dos registradores comentada. São Paulo: Saraiva, 3" ed., 2000
- DELMANTO, Celso. Código penal comentado. Rio: Renovar, 4" ed., 1998.
- MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 14' ed., 1
- MIRABETE, Julio Fabbrini. Código Penal interpretado. São Paulo: Atlas, 2" ed., 2001.
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- NALlNI, José Renato e DIP, Ricardo Henry Marques. Registro de Imóveis e Notas. São Paulo: Revista
Registro de Imóveis e Notas, Responsabilidade Civil e Disciplinar, RT, 1997, p. 65, também de autoria d
2 Lei dos Notários e dos Registradores Comentada, 3" ed., 2000, Saraiva, p.
38.
5 Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 14" ed. Atualizada,RT, p. 144.
10 Superior Tribunal de Justiça, Agravo Regimental em AI n. 295.969 - RJ, DJU 25/09/00, reI. Nancy An
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11 Supremo Tribunal Federal, Agr. Reg. Em RE 209.354-8 - Paraná, j. 02/março/99, DJU 16/04/99. 12 S
20 Código Penal Comentado, Celso Delmanto, 4" ed., 1998, ed. Renovar, p.
520.
21 HABEAS COR PUS 74131-2 -MG, reI. Min. Moreira Alves, DJU 11.04.97.
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