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Os "Saltos" na Natureza e na

História
G. V. Plekhanov

Primeira Edição: ........


Fonte: Biblioteca Marxista Virtual do Partido da Causa Operária.
Tradução: ........
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo, janeiro 2006.
Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive (marxists.org), 2006. A cópia
ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da
GNU Free Documentation License.

"Entre nós, aliás não apenas entre nós", diz M. Tikhomírov,


"enraizou-se profundamente a idéia de que vivemos num período de
destruição que, acredita-se, terminará por uma terrível catástrofe,
com torrentes de sangue, detonações de dinamite e assim por diante.
Após o que - supõe-se - abrir-se-á um "período de construção". Esta
concepção social é totalmente errada e não é mais que o reflexo
político das velhas idéias de Cuvier e da escola das bruscas
catástrofes geológicas. Mas, na realidade, a destruição e a construção
vão ao par, e são mesmo inconcebíveis uma sem a outra. Que um
fenômeno caminhe para sua destruição, resulta, na verdade, do fato
que nele mesmo tem lugar algo de novo constituindo-se e,
inversamente, a formação de nova ordem de coisas não é nada além
da destruição da antiga" [1].

Estas palavras não permitem uma compreensão muito clara; em


todo caso, delas podemos destacar duas teses:

1. "Entre nós, aliás não apenas entre nós", os


revolucionários não têm nenhuma idéia da evolução, da
gradual "transformação do tipo dos fenômenos",
segundo expressão empregada por M. Tikhomírov;
2. Se eles tivessem uma idéia da evolução, da gradual
"transformação dos fenômenos", eles não pretenderiam
que "vivemos num período de destruição".

Vejamos inicialmente como são as coisas não apenas entre


nós, ou seja, no Ocidente.

Como se sabe, existe atualmente no Ocidente um


movimento revolucionário da classe operária, que aspira à
emancipação econômica. Ora, apresenta-se a questão: os
representantes teóricos deste movimento, ou seja, os
socialistas, teriam conseguido combinar suas tendências
revolucionárias com uma teoria tão pouco satisfatória do
desenvolvimento social?

A esta questão, quem quer que tenha uma idéia, por fraca
que seja, do socialismo contemporâneo, responderá sem
hesitação pela afirmativa. Todos os socialistas sérios da Europa
e da América se atêm à doutrina de Marx; mas então quem
ignora que esta doutrina é antes de mais nada a doutrina da
evolução das sociedades humanas? Marx era um defensor
ardente da "atividade revolucionária". Ele simpatizava
profundamente com todo movimento revolucionário dirigido
contra a ordem social e política existente. Podem, se quiserem,
não partilhar de simpatias tão "destrutivas". Mas, em todo
caso, só o fato de elas terem existido não autoriza a concluir
que a imaginação de Marx estivesse exclusivamente "fixada nas
transformações pela violência", que ele esquecia a evolução
social, o desenvolvimento lento e progressivo. Não apenas Marx
não esquecia a evolução, como descobriu grande número de
suas leis mais importantes. Em seu espírito, a história da
humanidade se desenrolou pela primeira vez num quadro
harmonioso, não fantástico. Ele foi o primeiro a mostrar que a
evolução econômica leva às revoluções políticas. Graças a ele o
movimento revolucionário contemporâneo possui um objetivo
claramente fixado e uma base teórica vigorosamente
formulada. Mas se é assim, por que então M. Tikhomírov
imagina poder, com algumas frases descosidas sobre a
"construção" social, demonstrar a inconsistência das tendências
revolucionárias existentes "entre nós, aliás não apenas entre
nós"? Não será porque ele não se deu ao trabalho de
compreender a doutrina dos socialistas?

Agora M. Tikhomírov experimenta repugnância pelas


"catástrofes súbitas" e pelas "transformações pela violência". E
seu problema: ele não é o primeiro, nem o último. Mas ele está
enganado ao pensar que as "catástrofes súbitas" não são
possíveis nem na natureza, nem nas sociedades humanas.
Inicialmente a "subitaneidade" de semelhantes catástrofes é
uma idéia relativa. O que é súbito para um, não o é para outro:
os eclipses do Sol se produzem subitamente para o ignorante,
mas não são absolutamente súbitos para um astrônomo.
Exatamente o mesmo acontece com as revoluções. Estas
"catástrofes" políticas se produzem "subitamente" para os
ignorantes e a multidão de filisteus pretensiosos, mas não são
absolutamente súbitas para um homem que esta a par dos
fenômenos que se passam no meio social que o cerca. Em
seguida, se M. Tikhomírov experimentasse volver os olhos para
a natureza e a história, colocando-se do ponto de vista da
teoria que agora faz sua, ele se exporia a toda uma série de
surpresas espantosas. Ele tem bem fixado na memória que a
natureza não dá saltos e que se abandonamos o mundo das
miragens revolucionárias para descer ao terreno da realidade.
"só se pode falar cientificamente da lenta transformação de um
dado tipo de fenômeno". Mas, no entanto, a natureza dá saltos,
sem se preocupar com todas as filípicas contra a
"subitaneidade". M. Tikhomírov sabe muito bem que as "velhas
idéias de Cuvier" são erradas e que as bruscas catástrofes
geológicas e chega mais são que o produto de uma imaginação
sábia. Ele leva uma existência sem preocupações, digamos, no
sul da França, sem entrever nem alarmes, nem perigos. Mas
eis, de repente, um tremor de terra, semelhante ao que se
produzira há dois anos. O solo oscila, as casas desabam, os
habitantes fogem terrificados, em poucas palavras, é uma
verdadeira "catástrofe", indicando um incrível desleixo na mãe
natureza. Instruído por esta amarga experiência, M. Tikhomírov
verifica atentamente suas idéias geológicos e chega à conclusão
de que a lenta "transformação de um tipo de fenômeno" (no
caso, o estado da crosta terrestre) não exclui a possibilidade de
transformações que possam parecer, sob certo ponto de vista
"súbitos" e produzidas pela "violência" [2].

M. Tikhomírov aquece água, e esta, permanecendo água


enquanto ele a aquece de 0º a 80º [3], não o inquieta
nenhuma "subitaneidade". Mas eis que a temperatura se eleva
até o limite fatal, e de repente - oh terror! - a "catástrofe
súbita" lá está: a água se transforma em vapor, como se sua
imaginação se houvesse "fixado nas transformações pela
violência".

M. Tikhomírov deixa resfriar a água e eis que a mesma


estranha história se repete. Pouco a pouco a temperatura da
água se modifica sem que a água deixe de ser água. Mas eis
então que o resfriamento atinge 0º e a água se transforma em
gelo, sem absolutamente cogitar que as "transformações
súbitas" representam uma concepção errada.

M. Tikhomírov observa a evolução de um dos insetos que


sofrem metamorfose. O processo de evolução da crisálida
efetua-se lentamente e, até nova ordem, a crisálida permanece
crisálida. Nosso pensador esfrega as mãos de contente. "Aqui,
tudo vai bem", diz de si para si, "nem o organismo social nem o
organismo animal experimentam estas transformações súbitas
que fui obrigado a constatar no mundo inorgânico. Ascendendo
à criação dos seres vivos a natureza se torna pausada". Mas
rapidamente sua alegria dá lugar ao desgosto. Um belo dia, a
crisálida efetua uma "transformação pela violência" e entra no
mundo sob a forma de uma borboleta. Assim, pois, M.
Tikhomírov é forçado a se convencer que mesmo a natureza
orgânica não está assegurada contra as "subitaneidades".

Exatamente o mesmo se dará com M. Tikhomírov, por


pouco que ele "volte sua atenção" para sua própria "evolução".
É certo que aí também ele encontrará um semelhante ponto de
reviravolta ou "transformação violenta". Ele se lembrará qual
foi precisamente a gota que fez transbordar o copo de suas
impressões e o transformou, de defensor mais ou menos
hesitante da "revolução", em seu adversário mais ou menos
sincero.

M. Tikhomírov e eu nos exercitamos em fazer adições


aritméticas. Tomamos a cifra cinco e, como pessoas sérias, a
ela somamos "gradualmente", uma unidade de cada vez: seis,
sete, oito. Até nove, tudo vai bem. Mas logo que tentamos
aumentar esta cifra de uma unidade, uma infelicidade nos
atinge: bruscamente, e sem razão plausível, nossas unidades
se transformam em uma dezena. Experimentamos a mesma
aflição, quando passamos das dezenas às centenas.

M. Tikhomírov e eu não nos ocuparemos de música: ai


existem demasiadas passagens "súbitas" de toda espécie, o que
poderia colocar em desordem todas as nossas "concepções".

A todos os confusos raciocínios de M. Tikhomírov sobre as


"transformações pela violência" os revolucionários
contemporâneos podem retrucar com esta simples questão:
que é necessário fazer, em sua opinião, das "transformações
violentas" que já se produziram na "realidade da vida" e que,
em todos os casos, representam "períodos de destruição"?
Iremos declará-las nulas e não acontecidas ou considerá-las
obra de pessoas frívolas e nulas cujos atos não merecem a
atenção de um "sociólogo" sério? Mas qualquer que seja a
importância que se dê a estes fenômenos, é necessário, apesar
de tudo, reconhecer que houve na história transformações pela
violência e "catástrofes" políticas. Por que M. Tikhomírov pensa
que admitir a possibilidade futura de semelhantes fenômenos, é
ter "concepções sociais erradas?"

A história não dá "saltos"! É perfeitamente verdade. Mas,


por outro lado, é também verdade que a história já cometeu
numerosos saltos, efetuou uma multidão de "transformações
pela violência". Os exemplos de semelhantes transformações
são inumeráveis. Que significa então esta contradição? Ela
significa unicamente que a primeira dessas teses não foi
formulada muito rigorosamente, o que faz com que muitos a
compreendam mal. Deveríamos dizer que a história não dá
"saltos" sem que eles tenham sido preparados. Nenhum salto
pode acontecer sem uma causa suficiente, que reside na
marcha anterior da evolução social. Mas dado que esta
evolução jamais se detém nas sociedades em vias de
desenvolvimento, pode-se dizer que a história está
constantemente ocupada com a preparação de saltos ou
transformações violentas. Ela faz esta obra assídua e
imperturbavelmente, ela trabalha lentamente, mas os
resultados de seus esforços (os saltos e as catástrofes políticas)
são inelutáveis e inevitáveis.

Lentamente se consuma a "transformação do tipo" da


burguesia francesa. O habitante da cidade da época da
Regência não se assemelha ao da época de Luís XI, mas, em
suma, ainda assim não nega o tipo de burguês do antigo
regime. Ele se tornou mais rico, mais instruído, mais exigente,
mas não deixou de ser o plebeu que deve, sempre e em todas
as ocasiões, ceder o passo à aristocracia. Mas eis que chega o
ano de 1789, o burguês levanta orgulhosamente a cabeça.
Ainda alguns anos se passam e ele se torna o senhor da
situação, e de que maneira! "com torrentes de sangue", no
rufar dos tambores, acompanhado das "detonações de
pólvora", não de dinamite, porque ainda não fora inventada. Ele
obriga a França a atravessar um verdadeiro "período de
destruição" sem se preocupar o mínimo, que, com o tempo,
existirá talvez um pedante que proclamará que as
transformações pela violência são uma "concepção errada".

Lentamente se transforma o "tipo" das relações sociais na


Rússia: os ducados de apanágio, cujos possuidores tinham
desmembrado o país com suas lutas intestinas, desaparecem,
os boiardos descontentes se submetem definitivamente ao
poder do czar e se tornam simples nobres, submetidos, como
toda a sua classe, ao serviço da coroa. Moscou submete os
ramos tártaros, adquire a Sibéria, anexa a metade da Rússia
Meridional; mas ainda assim permanece Mascou, a Asiática.
Pedro, o Grande faz sua aparição e efetua uma "transformação
pela violência" na vida da Rússia. Um período novo, europeu,
da história russa se inicia. Os eslavófilos intitulam Pedro, o
Grande de Anticristo, precisamente por causa da
"subitaneidade" da transformação efetuada por ele. Eles
afirmam que, em seu zelo reformador, ele esquecera a
necessidade da evolução, a lenta "transformação do tipo" do
regime social. Mas todo homem capaz de pensar,
compreenderá facilmente que a própria transformação efetuada
por Pedro, o Grande era imposta pela evolução histórica da
Rússia, que a havia preparado.

As transformações quantitativas, acumulando-se pouco a


pouco, tornam-se, finalmente, transformações qualitativas.
Estas transições se efetuam por saltos e não podem efetuar-se
de outra forma.

Os "gradualistas" de todos os matizes, os Moltchaline [4],


que fazem da moderação um dogma e da ordem minúcia, não
podem compreender este fato há muito tempo elucidado pela
filosofia alemã. Neste caso como em muito outros, é útil
relembrar a concepção de Hegel, o qual certamente seria difícil
de acusar de apaixonado pela "atividade revolucionária".
''Quando queremos conceber o advento ou o desaparecimento
de qualquer coisa'', diz ele, imaginamos comumente
compreender a questão ao representar este advento e este
desaparecimento como se produzindo gradualmente. Está
portanto confirmado que as transformações do ser se
consumam não apenas pela passagem de uma quantidade a
outra, mas também pela transformação das diferenças
quantitativas em diferenças qualitativas e inversamente,
transformação que é uma interrupção do "devir gradual" e uma
maneira de ser qualitativamente diferente da precedente. E
cada vez que há interrupção do "devir gradual", produz-se no
curso da evolução um salto, em seguida ao qual o lugar de um
fenômeno é ocupado por outro. Na base da doutrina da
gradualidade se encontra a idéia de que aquilo que está cm vias
de tornar-se, já existe de fato, mas ainda permanece
imperceptível em razão de suas pequenas dimensões. Da
mesma forma, quando do desaparecimento gradual de um
fenômeno, representa-se a inexistência deste ou a existência
daquele que ocupa seu lugar como fatos que não são ainda
perceptíveis. Mas, desta forma, suprime-se todo advento e
desaparecimento. Explicar o advento ou o desaparecimento de
qualquer coisa pela gradualidade da transformação é reduzir
tudo a uma tautologia fastidiosa, pois é considerar o fenômeno
pronto previamente (ou seja, já advindo ou já desaparecido) o
que está em vias de aparecer ou de desaparecer [5]. O que
quer dizer que, se houver necessidade de explicar o nascimento
de um Estado, há que imaginar, com simplismo, uma
microscópica organização de Estado que, modificando pouco a
pouco suas dimensões, faria enfim as "pessoas" se
aperceberem de sua existência. Da mesma forma, se for
necessário explicar o desaparecimento das relações primordiais
de clã, há que dar-se ao trabalho de imaginar uma minúscula
inexistência destas relações - e o negócio estará feito. É
evidente que com tais procedimentos de pensamento não se irá
muito longe nas ciências. É um dos maiores méritos de Hegel
ter depurado a doutrina da evolução de semelhantes absurdos.
Mas que importam a M. Tikhomírov, Hegel e seus méritos! Ele
disse de uma vez por todas que as teorias ocidentais não nos
são aplicáveis.

A despeito da opinião de nosso homem sobre as


transformações violentas e as catástrofes políticas, diremos
com segurança que, na época atual, a história prepara, nos
países avançados, uma transformação de importância
excepcional, a qual se está fundamentado a presumir que se
produzirá pela violência. Ela consistirá na transformação do
modo de repartição dos produtos. A evolução econômica criou
forças de produção colossais que, para serem ativadas, exigem
uma organização determinada da produção. Estas forças só
podem ser aplicadas em grandes estabelecimentos industriais
baseados no trabalho coletivo, na produção social.

Mas a apropriação individual dos produtos, originando-se


em condições econômicas totalmente diferentes, numa época
onde dominava a pequena indústria e a pequena exploração
agrícola, está em contradição flagrante com este modo social
de produção. Em virtude desse modo de apropriação, os
produtos criados pelo trabalho social dos operários se tornam
propriedade privada dos empresários. Esta contradição
econômica inicial condiciona todas as outras contradições
sociais e políticas existentes no seio da sociedade atual. E ela
se torna cada vez mais grave. Os empresários não podem
renunciar à organização social da produção, pois ela é a fonte
de sua riqueza. Por outro lado, a concorrência os obriga a
estender esta organização a outros ramos da indústria, onde
ela ainda não existe. As grandes empresas industriais eliminam
os pequenos produtores e determinam assim o crescimento em
número, e portanto em força, da classe operária. O desenlace
fatal se aproxima. Para suprimir a contradição entre o modo de
produção dos produtos e o modo de sua repartição, contradição
prejudicial aos operários, estes devem tomar o poder político
que se encontra atualmente nas mãos da burguesia. Se
quiserem, pode-se dizer que os operários provocarão uma
"catástrofe política". A evolução econômica leva
necessariamente à revolução política, e esta última será, por
sua vez, a fonte de transformações importantes no regime
econômico da sociedade. O modo de produção adquire lenta e
gradualmente caráter social. A transformação do modo de
produção será o resultado de uma transformação efetuada pela
violência.

É assim que o movimento histórico se desenrola, não entre


nós, mas no Ocidente. M. Tikhomírov não tem nenhuma
"concepção" da vida social deste Ocidente, se bem que se
tenha ocupado com a "observação da poderosa civilização
francesa".

Transformações pela violência, "torrentes de sangue


machados e patíbulos, pólvora e dinamite, são "tristes
fenômenos". Mas que fazer, já que são inevitáveis? A força
sempre desempenhou o papel de parteira, cada vez que uma
nova sociedade vem ao mundo. Assim falava Marx, e ele não
era o único a pensar desta maneira. O historiador Schlosser
estava convencido de que é unicamente "a ferro e fogo" que se
efetuam as grandes transformações nos destinos da
humanidade [6]. Donde vem esta triste necessidade? De quem
é a culpa?

Pois então o poder da verdade.


Não pode tudo abarcar sobre esta terra?

Não, no momento ainda não tudo! E a razão está na


diferença existente entre os interesses das diferentes classes da
sociedade. Para uma destas classes é útil, e mesmo
indispensável, refazer de certa forma a estrutura das relações
sociais. Para outra é proveitoso, e mesmo indispensável, opor-
se a tal refazer. A uns ele promete felicidade e liberdade; a
outros o presságio da abolição de sua situação privilegiada e
mesmo sua supressão enquanto classe privilegiada. E qual é a
classe que não luta por sua existência, que não tem instinto de
conservação. O regime social proveitoso a uma dada classe lhe
parece não apenas justo, mas também o único possível. Essa
classe considera que tentar mudar de regime é destruir os
fundamentos de toda comunidade humana. Ela se considera
chamada a defender estes fundamentos, mesmo que seja pela
força das armas. Donde as "torrentes de sangue", donde a luta
e as violências.

Por outro lado, os socialistas, meditando sobre a


transformação social a vir, podem consolar-se com a idéia de
que quanto mais as doutrinas "subversivas" se difundem, mais
a classe operária será desenvolvida, organizada e disciplinada,
menos a inevitável "catástrofe" necessitará de vítimas.

Ao mesmo tempo, o triunfo do proletariado, colocando fim


à exploração do homem pelo homem e portanto à divisão da
sociedade em classe de exploradores e classe de explorados,
tornará as guerras civis não apenas inúteis mas também
diretamente impossíveis. A humanidade progredirá então
unicamente pelo "poder da verdade" e não terá mais
necessidade do argumento das armas.

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Notas:

[1] Pourquoi j'ai cessé d'être Révolutionnaire, p. 19.

[2] Que a ciência tenha refutado a doutrina de Cuvier,


ainda não implica que ela tenha demonstrado a impossibilidade,
em geral, das "catástrofes" ou "convulsões" geológicas. Ela não
poderia demonstrar isso, sob o risco de estar em contradição
com os fenômenos geralmente conhecidos, tais como as
erupções vulcânicas, os tremores de terra etc. A tarefa da
ciência consistia em explicar estes fenômenos como produtos
da ação cumulativa de forças da natureza cuja influência,
lentamente progressiva, nós podemos observar a cada instante.
Falando em outros termos, a geologia devia explicar as
revoluções que sofre a crosta terrestre em sua evolução. Uma
tarefa semelhante foi enfrentada pela sociologia que, na pessoa
de Hegel e de Marx, a cumpriu com o mesmo sucesso que a
geologia.

[3] Na Rússia, geralmente só se faz uso do termômetro


Réaurnur. (N.T. francês).

[4] Personagem de um drama de Griboiedov. (N . T.


francês)

[5] Wissenschaft der Logik, t. 1, p. 313-314. Citamos de


acordo com a edição de 1812, surgida em Nuremberg.
[6] Dado o seu profundo do conhecimento da história,
SchIosser estava disposto a aceitar mesmo as velhas
concepções geológicos de Cuvier. Eis o que ele diz a propósito
dos projetos de reforma concebidos por Turgot e que ainda
hoje, suscitam o enternecimento dos filisteus: "Estes projetos
continham todas as vantagens essenciais adquiridas mais tarde
pela França por meio da Revolução. Estas vantagens podiam
ser obtidas unicamente por uma revolução, pois o ministério
Turgot provara, pelos resultados auferidos, ter um espírito
onde a filosofia e a ilusão tinham muito espaço: a despeito da
experiência e da história, ele esperava transformar unicamente
por meio de suas ordens a organização social que se havia
formado no decorrer dos tempos e se mantinha por sólidos
laços. As reformas radicais, tanto na natureza quanto na
história. não são possíveis antes que tudo o que existe tenha
sido aniquilado pelo fogo, o ferro e a destruição". (Histoire du
XVIIIe Siêcle, 2.a edição, São Petersburgo, 1868, t. III, p.
361). Que admirável fantasista, este sábio alemão! diria M.
Tikhomírov.

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