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Como Formalizar

uma Vinícola
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- SEBRAE
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Léa Maria Lagares – SEBRAE

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autorais (lei no 9.610/98).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B887c Bruch, Kelly Lissandra


Como formalizar uma vinícola / Kelly Lissandra Bruch.
Brasília, DF : SEBRAE ; Bento Gonçalves: IBRAVIN, 2012.
116p. il. color. ; 21 x 29,7 cm

ISBN 978-85-64104-17-4

1. Empresas vitivinicolas 2. Administração de empresas

3. Legislação 4. Vitivinicultura 5. Enologia I. Título

CDU: 663.2:658

Catalogação na Fonte: Alessandra Isnardi L emõns - Bibliotecária CRB 10/1287


SUMÁRIO
PARA INÍCIO DE CONVERSA 10

1 Pessoa Natural x Pessoa Jurídica 11

1.1 Pessoa Natural 11

1.2 Pessoa Jurídica 11

1.3 Pessoa Jurídica de Direito Público 11

1.4 Pessoa Jurídica de Direito Privado 11

1.5 Pessoas Jurídicas sem fins lucrativos 11

1.6 Pessoas Jurídicas com fins lucrativos 12

1.6.1 Sociedade Simples 12

1.6.2 Limitada 12

1.6.3 S.A. – Sociedade Anônima 12

1.6.4 EIRELI 13

1.6.5 Empresa Individual 13

1.6.6 Microempreendedor Individual 13

1.7 Cooperativas 13

1.8 O que fazer para abrir uma empresa? 13

2 - DIFERENTES TIPOS DE CONSTITUIÇÃO DE EMPRESAS 16


2.1 LTDA 16

2.1.1 Nome dos sócios e qualificação completa deles 16

2.1.2 Denominação (nome empresarial) e sede da empresa 16

2.1.3 Prazo de duração e início das atividades 17

2.1.4 Objeto social (define o que a empresa irá fazer) 17

2.1.5 Capital social e distribuição 17

2.1.6 Administração 18

2.1.7 Encerramento do Exercício social 19

2.1.8 Interdição ou falecimento de sócio 19

2.1.9 Retirada 19

2.1.10 Deliberações 20

2.1.11 Foro Competente 20

2.1.12 Declaração 20

2.1.13 Assinaturas 20

2.2 Empresa individual de responsabilidade limitada - EIRELI 21


2.3 Microempreendedor individual - MEI 21

2.4 Sociedade Anônima – S.A. 22

2.4.1 Subscrição pública 23

2.4.2 Subscrição particular 24

2.5 Observações finais 25

3 - Decidi que quero abrir uma VINÍCOLA. E agora? 28


3.1 Onde será a vinícola? 28

3.2 Qual será o nome da vinícola? 28

3.2.1 Junta Comercial = Nome Empresarial 28

3.2.2 INPI = Marca 28

3.3 Quem será seu sócio? 29

3.4 Junta Comercial 29

3.5 Receita Federal = CNPJ 29

3.6 Receita Estadual = Inscrição Estadual 29

3.7 Município = Alvará, Inscrição Municipal e Nota Fiscal 29

3.8 Registro no INSS 30

3.9 FGTS 30

3.10 Impressão de documentos fiscais 30

3.11 Tudo pronto? 30

4 - Registros Especiais 34
4.1 Meio Ambiente 34

4.1.1 Licença Prévia 34

4.1.2 Licença de Instalação 35

4.1.3 Licença de Operação 35

4.1.4 Licenciamento ambiental para agroindústrias de pequeno porte 36

4.2 Ministério da Agricultura 36

4.2.1 Registro de Estabelecimento 36

4.2.1.1 Roteiro para elaboração do memorial descritivo 38

Identificação 38

Finalidade 38

Controle de qualidade e rastreabilidade dos produtos 39

Aspectos gerais do estabelecimento 39


Descrição das seções que compõem o estabelecimento 39

Seção de recepção da matéria-prima 40

Seção de depósito de matéria-prima, ingrediente, recipiente, vasilhames, vedação de recipiente e rótulo. 40

Seção de elaboração do produto 41

Seção de lavagem dos recipientes 41

Seção de engarrafamento / Envasilhamento e enxágue dos recipientes 42

Seção de depósito de produto a granel 42

Seção de depósito de produto engarrafado/envasilhado e expedição 43

4.2.2 Registro de produto 43

Rotulagem 46

5 - Tributos 54
5.1 Produtor Rural 54

5.2 Indústria 54

5.3 Distribuição e varejo 55

5.4 Custos 55

5.4.1 Elo da indústria 55

5.4.2 Elo do distribuidor 55

5.4.3 Elo do varejo 56

6 - Cooperativa 62
6.1 Origem do cooperativismo moderno 62

6.2 Conceitos 63

6.3 Fundamentos do cooperativismo 63

6.4 Princípios do cooperativismo 63

6.5 Significado do símbolo do cooperativismo 64

7 - A organização de uma Cooperativa 68


7.1 A constitução de uma Cooperativa 68

7.2 A realização da Assembleia Geral de constituição 68

7.3 Organização interna de uma Cooperativa 69

7.3.1 Estatuto Social 70

7.3.1.1 Identificação da Cooperativa 70

7.3.1.2 Associados da Cooperativa 70

7.3.1.3 Capital da Cooperativa 70


7.3.1.4 Fluxo financeiro da Cooperativa 71

7.3.1.5 Forma de administração da Cooperativa 71

7.3.1.6 Regulação das Assembleias Gerais 71

7.3.1.7 Disposições gerais 71

7.3.2 Assembleias Gerais 72

7.3.2.1 Assembleia Geral Ordinária 72

7.3.2.2 Assembleia Geral Extraordinária 72

7.3.2.3 Edital de Convocação 72

7.3.2.4 Quem pode convocar a Assembleia 73

7.3.3 Conselho de Administração 73

7.3.4 Conselho Fiscal 73

7.3.4.1 Atribuições 73

7.3.5 O capital social nas Cooperativas 74

7.3.6 Fundos 74

7.3.7 Direitos e deveres dos associados 75

7.3.7.1 Direitos dos associados 75

7.3.7.2 Deveres dos associados 75

8 - PergunTas e Respostas 78
9 - Anexos 86
Modelo de estatuto social da Cooperativa 86

Modelo de edital de convocação AGE e AGO 103

Modelo de lista de presenças de associados na assembleia geral 106

Modelo de proposta de admissão 109

Modelo de pedido de demissão 110

10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 111


PARA INÍCIO
DE CONVERSA...
O cultivo da videira e a elaboração do vinho são tarefas
milenares, que exigem conhecimento, trabalho e amor.
Contudo, o que fazer com um vinho que legalmente não
pode ser oferecido ao consumidor?
Essa pergunta pode parecer estranha, mas é isso que
acontece quando uma vinícola não está legalizada, ou seja,
não se constitui em pessoa jurídica e não está registrada
no MAPA.
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Ao invés de entregarem sua produção para as vinícolas, muitos produtores têm buscado elaborar seu próprio
vinho com as uvas produzidas. Outros têm encontrado na atividade vitivinícola uma realização pessoal. Todos,
certamente, têm como objetivo elaborar os melhores vinhos. Mas, nem sempre é simples o caminho entre o
sonho e a sua concretização. O ideal é começar a trilhá-lo de maneira correta, para evitar obstáculos posteriores
que possam inviabilizar este objetivo.

Hoje, no Brasil, para que se possa produzir vinhos e derivados da uva e do vinho, é obrigatória a constituição de
uma pessoa jurídica - com CNPJ - para que esta responda pela produção, desde os processos até o produto
final oferecido ao consumidor. Isso serve para separar o patrimônio do produtor do patrimônio da empresa,
evitando problemas futuros. Também é necessário que a empresa se registre no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgão responsável pela fiscalização e controle da produção, circulação e
comercialização de vinhos e derivados no Brasil. Além disso, é a empresa que irá registrar os produtos, registrar
a sua marca, fazer o licenciamento ambiental, vender o produto legalmente no mercado, fornecer nota fiscal,
empregar corretamente seus funcionários, etc.

Sem uma pessoa jurídica, não se pode pedir financiamentos nem participar de programas governamentais.
Havendo fiscalização, os vinhos poderão ser apreendidos e destruídos, e as portas da vinícola poderão ser
fechadas e lacradas. Quem não tem sua vinícola legalmente organizada também não paga tributos e, assim,
acaba concorrendo deslealmente com as demais. Além disso, os vinhos não terão registro no MAPA. Por fim, se
houver um problema decorrente do produto, sem que este tenha a identificação correta de sua origem comercial,
o consumidor não poderá recorrer contra quem de direito e é provável que isso venha a repercutir negativamente
para todo o setor vitivinícola!

Desta forma, o objetivo deste trabalho é esclarecer aos novos empreendedores do vinho sobre quais são os
procedimentos legais a serem observados para constituir uma pessoa jurídica, seja uma empresa ou uma
Cooperativa, quais as vantagens e desvantagens, necessidades e características de cada tipo social; além disso,
este trabalho apresenta um passo a passo para que novos empreendedores possam se inserir no mundo do
vinho de maneira legal – optando pelo tipo de organização comercial que atenda suas necessidades.

Buscando atender a este objetivo, o trabalho está organizado em cinco partes:

A primeira parte trata das Sociedades Empresariais, buscando diferenciá-las, explicitar quais as vantagens
e desvantagens de cada modalidade e, escolhida a melhor, como se dá sua constituição, funcionamento e
administração.

A segunda parte aborda os passos para abrir uma empresa do ponto de vista fiscal e tributário.

A terceira parte, que trata dos registros especiais, apresenta os requisitos necessários para que a sua empresa
obtenha licenciamento ambiental junto ao órgão governamental competente, questão fundamental para o
funcionamento legal da empresa. Na sequência, trata-se do registro da sua empresa no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, bem como do registro de seus produtos junto a este órgão governamental.

Na quarta parte são abordados os tributos incidentes sobre a cadeia produtiva do vinho.

Por fim, na quinta parte, trata-se especificamente da Cooperativa, sua origem, forma de constituição, funcionamento
e administração, bem como todas as peculiaridades que envolvem esta forma diferenciada de organização
econômica, a qual é complementada por um conjunto de perguntas e respostas que visa facilitar o entendimento
do conteúdo. Nos anexos, são apresentados modelos de Estatuto e outros documentos necessários para a
constituição de uma Cooperativa.

Para facilitar a compreensão, são apresentados no texto exemplos práticos, os quais estão destacados dentro
de caixas de texto na cor cinza para um melhor entendimento.

Deve-se ressaltar que são apenas exemplos e que os profissionais de cada área devem ser consultados para que
a constituição da empresa se dê da forma mais adequada ao caso concreto.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Mas antes, para que se tenha uma visão geral dos tipos de empresas existentes, são apresentadas, ainda nesta
introdução, as principais formas de se constituir uma pessoa jurídica.

1 Pessoa natural x Pessoa jurídica


O cultivo da videira e a elaboração do vinho são tarefas milenares, que exigem conhecimento, trabalho e amor.
Contudo, o que fazer com um vinho que legalmente não pode ser oferecido ao consumidor?

Essa pergunta pode parecer estranha, mas é isso que acontece quando uma vinícola não está legalizada, ou
seja, não se constitui em pessoa jurídica e não está registrada no MAPA.

No Direito são admitidas duas formas de personalidade jurídica: a adotada pela pessoa natural ou pessoa física
e a adotada pela pessoa jurídica.

1.1 Pessoa natural


A pessoa natural compreende todo ser humano, sendo este capaz de direitos e obrigações desde o seu
nascimento até a sua morte. Ela se diferencia fundamentalmente da pessoa jurídica, que é um instrumento criado
pelo próprio ser humano para representá-lo, sem que esta se confunda com a sua própria pessoa.

1.2 Pessoa jurídica


A pessoa jurídica é um instrumento abstrato, criado pela prática e consolidado pelo Direito, para representar as
pessoas físicas em determinadas situações; os diferentes tipos de pessoa jurídica têm finalidades diferentes, as
quais são definidas pela lei.

A existência de uma pessoa jurídica, ao contrário da pessoa natural, não começa com o seu nascimento. Sua
existência legal apenas tem início com a inscrição do seu ato constitutivo (estatuto ou contrato social) no registro
adequado. A lei que dispõe sobre as pessoas jurídicas é o Código Civil Brasileiro.

1.3 Pessoa jurídica de direito público


Há pessoas jurídicas de direito público, ou seja, que representam entes públicos, como a União, os Estados,
os Municípios, e mesmo, no âmbito externo, os Estados e as Organizações Internacionais. Elas representam o
poder público em suas diversas esferas e não interesses particulares, ou outras pessoas, sejam estas naturais
ou jurídicas.

1.4 Pessoa jurídica de direito privado


Também há pessoas jurídicas de direito privado, que representam as pessoas naturais dentro de uma
determinada finalidade, como uma Associação, uma Sociedade, uma Fundação, um Partido Político e mesmo
uma Organização Religiosa. A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas físicas que a compõem; apenas
tem uma relação de responsabilidades.

Dentre as pessoas jurídicas de direito privado há aquelas que visam lucro e outras que não visam lucro.

1.5 Pessoas jurídicas sem fins lucrativos


Pessoas jurídicas que não visam lucro são as Associações e Fundações. Sua existência legal inicia-se com a
inscrição do seu ato constitutivo, em regra denominado Estatuto, no Cartório de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas do seu município. Ao longo do tempo, o Estatuto pode vir a ser alterado, mas qualquer alteração deve
ser registrada no ato constitutivo da pessoa jurídica.

A Associação se constitui da organização de pessoas (naturais ou jurídicas) para fins não econômicos, ou seja,
não visa lucros. Seu objetivo é organizar um grupo de pessoas que tenham uma finalidade comum, como, por
exemplo, os moradores de um bairro se associam para preservar o meio ambiente, representar um grupo de

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

produtores, empresários, uma classe de trabalhadores, etc. O objetivo da Associação é definido pelo estatuto.
Todavia, ela não pode ter por objetivo principal a comercialização de produtos ou a prestação de serviços. É
importante ressaltar que a associação pode ser denominada das mais diversas formas: instituto, entidade de fins
não econômicos, organização não governamental (ONG), etc. Em regra são associações e legalmente é assim
que deveriam ser denominadas. Como exemplos temos os Sindicatos, seja dos trabalhadores ou patronais, que
representam uma coletividade específica que são os seus sindicalizados. A função de uma Associação está mais
diretamente relacionada à representação e reivindicação dos interesses dos associados.

Já a Fundação, outro tipo de pessoa jurídica sem fins econômicos, tem uma formação completamente distinta.
Ela deve ser formada a partir de um patrimônio (um bem, ou um conjunto de bens, como um prédio, valores em
dinheiro, etc.) que é destinado para uma finalidade específica. Não existem sócios de uma fundação, apenas
pessoas que irão administrá-la, sendo que ela será fiscalizada pelo Ministério Público e sua finalidade não poderá
ter fins lucrativos.

As associações e as fundações não podem produzir e comercializar bens ou prestar serviços. Tais práticas
as desviariam de seus objetivos e por tal razão uma associação e/ou uma fundação seriam desconstituídas,
afetando inclusive seus associados e administradores, que são responsáveis civil e criminalmente por seus atos.

1.6 Pessoas jurídicas com fins lucrativos


As pessoas jurídicas de direito privado com fins econômicos são aquelas aptas, no Direito, para elaborar produtos,
comercializá-los e prestar serviços. Dentre estas encontramos a Sociedade Simples, a Sociedade Anônima, a
Sociedade por cota de responsabilidades limitadas, as Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada, as
Empresas Individuais, dentre outras.

A existência legal da pessoa jurídica de direito privado, com fins lucrativos, inicia com a inscrição do seu ato
constitutivo, em regra, denominado Contrato Social, na Junta Comercial do Estado. Ao longo do tempo, o
Contrato Social pode vir a ser alterado, mas qualquer alteração deve ser registrada no ato constitutivo da pessoa
jurídica.

1.6.1 Sociedade Simples


A Sociedade Simples, antiga sociedade civil, tem como objetivo organizar uma pessoa jurídica para prestação
de serviços por profissionais liberais, tais como contadores e advogados, e tem uma legislação especial, não
podendo comercializar produtos nem prestar serviços que não estejam ligados às suas respectivas áreas.

1.6.2 Limitada
A Sociedade por cota de responsabilidade limitada (LTDA) – uma das formas mais utilizadas - tem como objetivo
organizar uma pessoa jurídica para qualquer atividade comercial, industrial ou agrícola (exploração de uma terra,
elaboração de um produto, comercialização de bens e serviços). A característica formal que distingue a LTDA
das demais é a limitação da responsabilidade dos sócios ao capital investido por eles, separando assim a pessoa
física da pessoa jurídica. Todavia trata-se de uma sociedade que tem como base as pessoas – os sócios –
nomeados e identificados no contrato social e que exercem uma administração em regra conjunta e embasada
em vínculos pessoais.

1.6.3 S.A. – Sociedade Anônima


A Sociedade Anônima (S.A.) pode atuar em todos os tipos de atividades, com a peculiaridade de ter como base o
capital – as ações – sendo que a administração é exercida pelos acionistas que têm a maioria do capital investido,
e a responsabilidade é restrita ao valor das ações, não respondendo ele pela administração inadequada da
empresa. A forma de abertura deste tipo de empresa é um pouco mais complexa, mas possibilita, por exemplo,
que sejam buscados investimentos para a empresa por meio da oferta de ações na bolsa de valores.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

1.6.4 EIRELI
Foi criada em 2011 a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Esta pode atuar em qualquer
atividade comercial, industrial ou agrícola, com a diferença de que para sua constituição é suficiente uma pessoa
física (não é uma sociedade). Por ser de responsabilidade limitada, a pessoa física responde apenas pelo capital
social da empresa que nela investiu, resguardando desta forma seu patrimônio pessoal. Essa modalidade pode
resolver antigas situações onde um sócio possuía 99% do capital e o outro 1%, apenas para cumprir uma
formalidade legal.

1.6.5 Empresa Individual


Existe, ainda, a modalidade de Empresa Individual, que pode ser composta de uma única pessoa física. Todavia,
ao contrário da EIRELI, nesta a responsabilidade do sócio é ilimitada e se confunde com seus bens pessoais – o
que pode gerar muitos problemas.

1.6.6 Microempreendedor Individual


Por fim, foi criada a figura do microempreendedor individual que exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviço, com um limite máximo de receita bruta anual.
A diferença deste para as demais figuras de empresário individual é o regime diferenciado de tributação incidente.

1.7 Cooperativas
Outra lógica se aplica às Cooperativas. Neste tipo de pessoa jurídica, o objetivo é a reunião de pessoas com um
mesmo fim econômico – prestar serviços, elaborar produtos, comercializar, em uma entidade que possibilite que
os Cooperativados o façam conjuntamente, de maneira paritária, buscando o desenvolvimento de todos. Esta é a
única pessoa jurídica sem fins lucrativos que pode ter como objeto principal as atividades agrícolas, industriais ou
comerciais, pois sua finalidade maior é a união de esforços conjuntos para que cada um dos cooperados possa
trabalhar de maneira equilibrada e solidária.

Precisamos esclarecer que exsistem outras formas organizativas, tais como os consorcios e os condomínios
rurais. Também existem formasalternativas de comercialização relacionadas à economia solidária e às feiras da
agricultura familiar. Todavia, são temas tão específicos e, ao mesmo tempo, tão abrangentes em sua abordagem,
que merecem um estudo à parte, o que não é possível no contexto deste trabalho.

Resaltamos, ainda, a existência de projetos de lei em trâmite no Congresso Nacional, que visam regulamentar
a atividade do produtor rural de vinhos artesanais. Mas, como estes projetos ainda estão em discussão, não é
possível abordá-los neste trabalho.

Reforça-se, por fim, que a legislação encontra-se em constante alteração. Por isso, os profissionais das áreas
relacionadas deverão sempre ser consultados, para que estas mudanças e lacunas possam ser supridas e
superadas.

1.8 O que fazer para abrir uma empresa?


Apresentadas as principais formas de se constituir uma pessoa jurídica, vamos agora tratar das modalidades
mais utilizadas e do procedimento para sua constituição e funcionamento, trazendo exemplos dos principais
documentos que precisam ser elaborados e da forma como deve se dar esta organização.

Este material foi elaborado com base na legislação brasileira vigente e em bibliografia especializada sobre o tema,
listada nas referências bibliográficas, bem como na experiência da autora.

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DIFERENTES TIPOS DE
CONSTITUIÇÃO DE
EMPRESAS
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2 - Diferentes tipos de constituição de empresas


Atualmente no Brasil não é possível a uma pessoa física comercializar vinhos, especialmente por causa da
obrigatoriedade de seu registro no MAPA – o qual exige que esta tenha um CNPJ. Assim, faz-se necessária
a constituição de uma pessoa jurídica. Conforme já mencionado, há inúmeras formas de se organizar uma
empresa. Esta parte tem como objetivo tratar de maneira mais detalhada cada uma destas modalidades.

2.1 – LTDA
A sociedade de pessoas para fins de atividade econômica é tratada no artigo 981 do Código Civil, ao estabelecer
que celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Essa é a lógica que move
as pessoas a constituírem uma empresa em sociedade.

A empresa com quotas de responsabilidade limitada é a de uso mais comum no Brasil. Também existem empresas
de responsabilidade ilimitada, mas neste caso os sócios não terão o seu patrimônio distinto do da empresa, o
que poderá resultar em problemas futuros.

Para ser constituída, duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas) devem estabelecer um contrato social onde
constem todos os detalhes da relação que vai se estabelecer. Uma empresa LTDA não pode ser constituída só
por uma pessoa, nem pode passar mais de 180 dias só com uma pessoa – se por acaso o outro sócio sair ou
falecer.

Além disso, é preciso que exista entre os sócios a vontade de associar-se e constituir uma pessoa jurídica. Isso
se chama de affectio societatis. É o ânimo que une as pessoas que buscam realizar um objetivo por meio de uma
sociedade.

Em resumo, os seguintes itens precisam ser definidos no Contrato Social de uma empresa limitada:

2.1.1 - Nome dos sócios e qualificação completa deles


Exemplo:

Fulano de Tal, brasileiro, solteiro, maior, agricultor, domiciliado na Rua, n. , Bairro , cidade de Município - UF, CEP
00.000-000, portador da cédula de identidade n. 0000000 – SSP/UF, inscrito no CPF MF sob n.º 000.000.000-00;

Beltrano de Tal, brasileiro, solteiro, maior, agricultor, domiciliado na Rua, n. , Bairro , cidade de Município - UF, CEP
00.000-000, portador da cédula de identidade n. 0000000 – SSP/UF, inscrito no CPF MF sob n.º 000.000.000-00;

2.1.2 – Denominação (nome empresarial) e sede da empresa


O nome empresarial é fundamental para a identificação de uma empresa e por isso não poderá ser um nome já
utilizado por outra. Assim, antes de definir o nome é importante fazer uma busca na Junta Comercial.

Além disso, o nome empresarial pode se constituir, posteriormente, na marca da empresa. Na dúvida sempre
é importante verificar junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI se o nome escolhido (ou parte
dele) já não se encontra protegido como marca – imagine investir em um negócio e depois descobrir que não se
pode utilizar o nome escolhido?

16
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

CLÁUSULA 1ª

A Sociedade gira sob o nome empresarial de Vinhos do Campo Ltda (é isso que define que ela é uma empresa de
quotas por responsabilidade limitada) com sede Rua das Cachoeiras, n. 01 Bairro Jardim, Campo Bonito – RS.

Parágrafo único: ao presente Contrato Social aplicam-se supletivamente, no que couber, as disposições legais
da Lei de Sociedade por Ações (Lei 6404-76), nos termos do artigo 1.053 do Código Civil (Lei n° 10.406-2002).

2.1.3 – Prazo de duração e início das atividades


Em regra é por prazo indeterminado, mas pode ser por prazo determinado, devendo ser renovado se for o caso.

CLÁUSULA 2ª

A sociedade terá suas atividades iniciadas em DD/MM/AAAA, sendo sua duração por prazo indeterminado.

2.1.4 – Objeto social (define o que a empresa irá fazer)


CLÁUSULA 3ª

Constituem o objeto social da sociedade: [elaboração, estandardização, engarrafamento e comercialização de


vinhos e derivados da uva e do vinho].

Este objeto social pode ser mais abrangente, dependendo do que a empresa pretende realizar. Pode-se pensar
em um restaurante, por exemplo, para receber os visitantes, bem como uma pousada, ou ainda a elaboração de
outros produtos que possam ser vendidos juntamente com o vinho – tais como queijos e embutidos.

2.1.5 – Capital social e distribuição


Nesta parte cabe a definição de qual será o capital social da empresa – em valores, quantas quotas representam,
definindo-se o valor da cota, e quantas quotas pertencerão a cada um dos sócios. É por este valor integralizado
que cada um dos sócios responderá perante a empresa e terceiros.

CLÁUSULA 4ª

O Capital social é de [R$ 10.000,00 (dez mil reais) dividido em 1000 quotas num valor de R$ 10,00 (dez reais)]
cada quota sendo distribuída entre os sócios em moeda corrente do país, conforme consta a seguir:

Nome Fração do Capital Social Valor


Fulano de Tal 50% 5.000,00

Beltrano de Tal 50% 5.000,00

Total 100% 10.000,00

§ 1° A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
pela integralização do capital social.

§ 2° As quotas são indivisíveis, não poderão ser cedidas ou transferidas a terceiros sem o consentimento expresso
do outro sócio, a quem fica assegurado, em igualdade de condições e preço, o direito de preferência para a sua

17
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

aquisição, preferencialmente mantendo-se a proporção do quadro societário, se postas à venda, formalizando,


se realizada, a alteração contratual pertinente.

§ 3° As quotas não poderão ser objeto de doação inter vivos ou causa mortis, nem ser transferidas sob qualquer
outra forma ou modalidade sem prévia e expressa autorização dos outros sócios.

É importante ficar claro que uma coisa é subscrever o capital: dizer com quanto irá contribuir. Outra é integralizar
o capital: passar para a empresa o valor que prometeu subscrever.

Se por acaso o capital social não estiver integralizado na data da abertura da empresa (ou seja, se todos os
sócios não tiverem passado o valor equivalente a suas quotas-partes para a empresa), deve ficar previsto no
contrato como isso será feito.

2.1.6 – Administração
Esta parte define como se dará a administração da empresa, se será feita por todos os sócios, por um apenas,
ou por um terceiro a ser definido pelos sócios. É importante que isso fique bem claro (quem pode abrir conta
no banco, quem pode assinar cheques, quem pode assinar contratos em nome da empresa) para que não haja
problemas futuros.

CLÁUSULA 5ª

A administração caberá aos dois sócios de forma conjunta, os quais ficam investidos de todos os poderes
necessários à administração e representação da sociedade, sendo vedado, no entanto, a concessão de avais,
endossos, fianças e quaisquer outras garantias em atividades estranhas ao interesse social, bem como assumir
obrigações, seja em favor de qualquer dos quotistas ou de terceiros.

§ 1° A alienação e o gravame de bens imóveis e móveis, bem como empréstimos e outras formas de oneração
do capital social, dependerão da autorização de todos os sócios.

§ 2° A sociedade poderá a qualquer tempo, abrir ou fechar filial ou outra dependência, mediante alteração
contratual assinada por todos os sócios.

§ 3° O ato constitutivo é reformável no tocante à administração mediante alteração contratual assinada por todos
os sócios.

§ 4° Os membros não respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais.

§ 5° A representação ativa ou passiva judicial só poderá ser feita mediante autorização ou mandato assinado por
todos os sócios.

CLÁUSULA 6ª

Os sócios, no exercício da gerência, terão direito a uma retirada mensal, a título de pró-labore, fixada
consensualmente entre os sócios, em Assembleia Geral.

É possível desde logo estabelecer a possibilidade de retirada de pró-labore para os sócios administradores. Pró-
labore é a retribuição recebida pelo sócio de uma empresa pelo trabalho por ele prestado. Em regra, sobre os
valores pagos a título de pró-labore dos sócios, deve ser recolhida a contribuição social, cuja alíquota é de 20%
sobre o valor recebido. Mas lembre-se que o pró-labore é tributado.

Outra possibilidade interessante é a distribuição de lucros ao final do ano – que pode ser adiantada, sendo que
sobre este valor não incidem tributos.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.1.7 – Encerramento do Exercício social


CLÁUSULA 7ª

Anualmente, ao término de cada exercício social, que se dará em 31 de dezembro, os administradores prestarão
contas justificadas de sua administração, procedendo à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do
balanço de resultado econômico, cabendo aos sócios, na proporção de sua contribuição para a sociedade, as
perdas e os lucros porventura apurados.

Parágrafo único: Os sócios poderão retirar os lucros de forma antecipada e abater no balanço final anual.

CLÁUSULA 8ª

Nos quatro meses seguintes ao término do exercício social, os sócios se reunirão para discutir e votar as contas.

2.1.8 – Interdição ou falecimento de sócio


CLÁUSULA 9ª

Falecendo ou sendo interditado qualquer sócio, a sociedade continuará suas atividades. Todavia os herdeiros,
sucessores ou incapazes, receberão o valor de seus haveres correspondente às suas quotas sociais, incluído o
valor do patrimônio material e imaterial, apurado e liquidado com base na situação patrimonial da sociedade, à
data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado para esta finalidade.

Parágrafo único: O valor de seus haveres poderá ser pago em moeda corrente, bens móveis ou imóveis.

2.1.9 – Retirada
CLÁUSULA 10ª

Em outros casos em que a sociedade se resolva em relação a um dos sócios, a sociedade continuará suas
atividades. Todavia o sócio retirante receberá o valor de seus haveres correspondente às suas quotas sociais,
incluído o valor do patrimônio material e imaterial, apurado e liquidado com base na situação patrimonial da
sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado para esta finalidade.

CLÁUSULA 11ª

A maioria representativa de mais da metade do capital social poderá excluir por justa causa, mediante alteração
do contrato social, o sócio que estiver pondo em risco a continuidade da empresa em virtude de atos de inegável
gravidade.

§ 1° A exclusão de que trata esta cláusula será determinada em reunião dos sócios-quotistas convocada para
essa finalidade, devendo o acusado ser notificado por escrito com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias,
para que ele possa comparecer à reunião e exercer o seu direito de defesa, sob pena de revelia.

§ 2° O valor da quota do sócio porventura excluído, considerado pelo montante efetivamente realizado, será pago
a ele em dinheiro dentro de 180 (cento e oitenta) dias, com base na situação patrimonial da sociedade à data da
reunião, verificada em balanço especialmente levantado no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados da
data da referida reunião.

§ 3° Os sócios remanescentes poderão optar pelo suprimento da quota do excluído ou pela redução do capital
social, conforme a deliberação da maioria na mesma reunião em que for decidida a exclusão.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.1.10 – Deliberações
CLÁUSULA 12ª

As deliberações sociais serão tomadas na forma da Lei, prevalecendo a decisão correspondente à decisão
tomada pelos detentores da maioria das quotas sociais.

Isso quer dizer que a decisão caberá ao sócio ou ao grupo de sócios que tiverem o maior número de quotas da
empresa. Isso diferencia substancialmente a LTDA da Cooperativa ; nesta, independentemente das quotas dos
associados, cada um tem direito a um voto.

2.1.11 – Foro competente


CLÁUSULA 13ª

Toda controvérsia, dúvida, divergência surgida em decorrência desse contrato deverá ser resolvida no foro da
cidade ..., (UF).

A escolha do foro competente é que definirá onde será discutida judicialmente qualquer questão relacionada com
os sócios e a empresa. Em regra, o foro é o da cidade onde fica a sede ou a matriz da empresa. Vale ressaltar
que os sócios também podem estabelecer um foro arbitral – alternativo ao judiciário – para resolver determinadas
questões. Isso pode ser feito para que algumas questões possam ser resolvidas mais rapidamente e sem que
isso necessariamente se torne público. Um exemplo seria o seguinte:

CLÁUSULA 13ª

Toda controvérsia, dúvida, divergência surgida em decorrência desse contrato deverá ser resolvida por arbitragem,
administrada pela Câmara de Arbitragem, ou, na falta desta, por entidade similar a ser definida, tendo-se como
parâmetro as regras estabelecidas no regulamento de arbitragem desta Câmara. O árbitro será escolhido de
acordo com esse mesmo regulamento.

Parágrafo único: Para os direitos indisponíveis, as partes elegem foro da cidade ..., (UF).

2.1.12 – Declaração
CLÁUSULA 14ª

Os Administradores declaram, sob as penas da lei, que não estão impedidos de exercer a administração da
sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se encontrarem sob os efeitos dela à
pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação,
peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional,
contra normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé público, ou a propriedade.

2.1.13 – Assinaturas
O contrato deverá ser emitido em três vias, datadas e assinadas por todos os sócios, por duas testemunhas e
por um advogado e contador.

Assim, encontra-se criada a empresa limitada entre os sócios.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.2 – Empresa individual de responsabilidade


limitada - EIRELI
A EIRELI – um novo tipo de pessoa jurídica criado pela Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011 e regulado no artigo
980-A e seguintes do Código Civil Brasileiro. O que diferencia a LTDA da EIRELE é basicamente a pluralidade de
sócios da primeira, em oposição a um sócio único, da segunda.

A lei determina que a empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa
titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País.

Além disso, o nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após o nome da firma
ou da denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. A lei também estabelece que a
pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma
única empresa dessa modalidade.

Uma das grandes vantagens da EIRELI é que o patrimônio do dono da empresa não precisa assegurar os débitos
contraídos em sua atuação na empresa, nem seu patrimônio pessoal responderá pelas dívidas da empresa.

No mais, aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para
as sociedades limitadas.

Ou seja, o instrumento legal de criação da EIRELE, que será depositado na Junta Comercial, terá os mesmos
itens que os vistos no contrato social da LTDA, com a diferença de não se tratar de um contrato, uma vez que
este só pode ser firmado por duas ou mais pessoas; portanto, no registro da EIRELI, não constarão os itens
referentes à composição da sociedade.

2.3 - Microempreendedor individual - MEI


Por fim, foi criada pela Lei Complementar n. 128/2008 o Microempreendedor Individual – MEI. Considera-se
como tal o empresário individual que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção
ou a circulação de bens ou de serviço, conforme determina o Art. 966 do Código Civil de 2002, e que tenha
auferido receita bruta anual de até R$ 60.000,00 no ano anterior ao da apuração ou que, no caso de início de
atividades, tenha uma receita limite de R$ 5.000,00 mensais, conforme estabelecido pela Lei Complementar n.
139/2011. O microempreendedor pode contratar até uma pessoa.

Todavia, esta forma de constituição apenas é aplicável, conforme determina o Anexo XIII da Resolução CGSN
n. 94, de 29 de novembro de 2011, para as seguintes atividades relacionadas com a vitivinicultura: comerciante
de bebidas, fabricante de sucos concentrados de frutas; fabricante de sucos de frutas; vinagreiro; fabricação de
outras bebidas não alcoólicas.

Se a opção for por exercer uma destas atividades, a principal vantagem do MEI é a opção pelo Sistema de
Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), independentemente
da receita bruta por ele auferida no mês. Neste caso, o optante pelo SIMEI recolherá, por meio do Documento
de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), valor fixo mensal, em 2012, correspondente à soma das seguintes
parcelas:

I - R$ 27,25 (vinte e sete reais e vinte e cinco centavos), a título de contribuição para a Seguridade Social,
relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual (Contribuição Previdenciária reduzida
pela Medida Provisória 529/2011);

II - R$ 1,00 (um real), a título de ICMS, caso seja contribuinte desse imposto;

III - R$ 5,00 (cinco reais), a título de ISS, caso seja contribuinte desse imposto.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.4 – Sociedade Anônima – S.A.


Por fim, o segundo tipo societário mais comum no Brasil é a Sociedade Anônima. Ela se diferencia da LTDA
basicamente por que sua organização está alicerçada em ações (quotas) e não nas pessoas que possuem
estas ações. Assim, uma S.A. pode ser constituída por dois a um número ilimitado de sócios, sendo que estes
podem (ou não – depende do Estatuto Social) vender as ações entre si, para outros, etc., sem que isso mude
necessariamente a administração da empresa. Isso por que a administração, embora ligada às decisões dos
possuidores da maioria das ações, em regra é feita por uma terceira pessoa contratada exatamente para isso.

A S.A. terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço da
emissão das ações subscritas ou adquiridas. Apenas para esclarecer, ações são títulos de igual valor (no âmbito
de uma empresa), emitidos por uma empresa com a finalidade de gerar capital. A ideia de dividir o capital em
títulos é limitar a responsabilidade dos acionistas para com a empresa, limitando a sua participação ao montante
total de valor relativo à quantidade de ações que ele possui. A responsabilidade do acionista (aquele que é dono
das ações) se limita ao valor do capital social que suas ações representam. Se ele já tiver integralizado todo o
valor e a empresa vier a falir, o que vai acontecer é que ele irá perder o que foi investido, nada mais. Assim, a S.A.
terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço da emissão
das ações subscritas ou adquiridas.

Em regra, as ações podem ser compradas e vendidas sem a necessidade de escrituras públicas ou ato nominal
– ou seja, não precisa mudar o contrato social quando uma ação for vendida, ao contrário da LTDA, que precisa
ter seu contrato social alterado em toda entrada ou saída de sócio.

Vale ressaltar que para uma empresa ser uma Sociedade Anônima, seu rendimento bruto anual deve ser maior do
que o estabelecido por lei para microempresas; isso por que uma microempresa não pode ser ou se tornar uma
Sociedade Anônima. Desta forma, normalmente este tipo societário é utilizado para grandes empresas. Mas nada
impede que empresas de pequeno ou médio porte se constituam na forma de S.A. A diferença é que poderá
dar um pouco mais de trabalho na sua constituição. Isso acontece porque para constituir uma S.A., há requisitos
legais a serem cumpridos, os quais não precisam ser observados, por exemplo, por uma LTDA. Embora para
a S.A. haja estas exigências adicionais, elas não devem ser motivo para desistir. Isso por que uma S.A. tem a
vantagem de ser efetivamente uma Sociedade Anônima, que tem sua base em ações, e que pode usar estas
para, por exemplo, captar recursos para investimento no mercado financeiro. Algumas das grandes vinícolas
brasileiras hoje são S.A., outras são LTDA, e uma das maiores é uma Cooperativa. Efetivamente, a opção pelo
tipo de empresa a ser aberta depende do objetivo a ser alcançado.

Assim, podemos ter S.A. de capital fechado ou aberto. Uma S.A. de capital fechado é aquela que é constituída
por ações, mas estas ações não serão colocadas à venda na Bolsa de Valores, nem no mercado de maneira
geral – e são resultantes de uma subscrição particular (venda fechada para um grupo específico de pessoas).
Já uma S.A. de capital aberto tem ações negociadas na Bolsa de Valores ou no mercado, e sua atuação é
controlada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que faz parte do Banco Central – e são resultantes de
uma subscrição pública (venda pública, aberta a quem tiver interesse em comprar as ações). Desta forma, a S.A.
pode ser constituída por uma subscrição pública ou particular:

- Subscrição pública (S.A. de capital aberto): a venda de ações é aberta para o público em geral. Só que para
isso, a empresa depende de um registro de emissões de títulos na Comissão de Valores Imobiliários e precisa
ainda da intermediação de alguma instituição financeira.

- Subscrição particular (S.A. de capital fechado): aqui, o capital social da empresa também é dividido em ações,
só que essas ações não serão liberadas para a compra e venda do público em geral, são distribuídas apenas
internamente entre seus sócios. As negociações desses títulos poderão se dar somente através da deliberação
dos subscritores (acionistas) em Assembleia Geral ou por escritura pública.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.4.1 Subscrição pública


A constituição por SUBSCRIÇÃO PÚBLICA ocorre quando os fundadores recorrem ao público para subscrição
do capital social. Em razão da captação de recursos perante o público em geral, é evidente que a lei exige
algumas precauções. Portanto, nesse tipo de constituição é indispensável o prévio registro da emissão de ações
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de intermediação de instituição financeira (banco ou equivalente).
O objetivo desse registro é dar ao investidor maior garantia em relação ao êxito do empreendimento. Por isso, o
registro deverá ser instruído com o estatuto de viabilidade econômica e financeira do empreendimento, projeto do
Estatuto Social e o Prospecto, organizado e assinado pela instituição financeira intermediária. Consequentemente,
a CVM poderá negar o registro, por inviabilidade ou temeridade do empreendimento, ou inidoneidade dos
fundadores, bem como condicioná-lo a modificações no Estatuto ou no Prospecto, quando for o caso.

O estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento deverá ser feito por especialistas e deve
demonstrar que a S.A. a ser constituída reúne todos os requisitos indispensáveis para ter sucesso e oferece a
segurança desejada pelos investidores. O Projeto de Estatuto, além de preencher os requisitos legais, deverá
conter todas as normas de funcionamento da S.A.. O Prospecto é o instrumento através do qual os fundadores
devem demonstrar objetivamente as bases da S.A. e os motivos que os levam a creditar no sucesso do
empreendimento. Por isso, deverá ser assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária.

Se o registro for deferido pela Comissão de Valores Mobiliários, após publicados o Projeto de Estatuto e o
Prospecto, inicia-se a fase de subscrição. Para as subscrições feitas em dinheiro, deverão ser organizadas listas
ou boletins individuais, que serão assinados por cada subscritor, no ato da subscrição, depois do pagamento
da entrada. Tais listas ou boletins individuais serão autenticados pela instituição financeira autorizada, e devem
conter as qualificações dos subscritores, em caso de pessoa física, e seus dados, em caso de pessoa jurídica,
o número de ações subscritas, suas espécies e classes, e a importância da entrada. As subscrições podem
também ser feitas por carta dirigida à instituição financeira encarregada de receber as entradas, mediante as
mesmas informações citadas, o pagamento da entrada e o cumprimento de todas as disposições contidas no
Prospecto.

Terminada a subscrição de todo o capital, a instituição financeira deverá fazer o depósito da entrada em banco
comercial, oficial ou privado, autorizado para tal operação.

Depois do preenchimento de todos os requisitos legais, os fundadores deverão convocar a ASSEMBLEIA


GERAL DE CONSTITUIÇÃO, por anúncio publicado por três vezes nos jornais em que foram publicados o
projeto de Estatuto e o Prospecto (entre o dia da primeira convocação e o da Assembleia deverá haver um
intervalo de 15 dias. Não havendo quórum, haverá uma segunda convocação com antecedência mínima de
oito dias). A ASSEMBLEIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO deverá ser realizada nos termos de acordo com a Lei
das S.A (6.404/76). Após a realização da ASSEMBLEIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO (depois de cumpridas as
formalidades legais – aprovação do Estatuto, eleição dos administradores e fiscais, etc.), será, por fim, lavrada a
necessária ATA, as X vias, que deverão ser assinadas por todos os presentes ou por quantos bastem à validade
das deliberações tomadas.

Finalmente, uma vez que a lei da S.A. estabelece que “nenhuma companhia poderá funcionar sem que sejam
arquivados e publicados seus atos constitutivos” deverão ser cumpridas as FORMALIDADES COMPLEMENTARES
DA CONSTITUIÇÃO. No caso de SUBSCRIÇÃO PÚBLICA, deverão ser arquivados na Junta Comercial do Local
da SEDE da S.A. os seguintes documentos: a) os originais do Estatuto e do Prospecto (devidamente assinados
pelos Fundadores) e do Jornal em que tiverem sido publicados; b) a relação completa dos subscritores com a
sua qualificação, números das ações e o total da entrada de cada um; c) o recibo do depósito da entrada; d)
duas vias das atas das Assembleias realizadas para avaliação de bens, quando for o caso; e) duas vias da ata da
Assembleia Geral dos subscritores que houver deliberado a constituição da companhia.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.4.2 Subscrição particular


Segundo a lei das S.A., a constituição de uma S.A. por subscrição particular do capital pode ser feita por
deliberação dos subscritores em assembleia geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos
os subscritores. A SUBSCRIÇÃO PARTICULAR se efetiva independentemente de qualquer apelo ao público,
não se exigindo, consequentemente, o prévio registro na CVM, nem a intermediação de instituição financeira.
Os fundadores se confundem com os subscritores, já que aqueles é que procuram estes, no âmbito de suas
relações, para que todas as ações emitidas sejam subscritas na forma da lei. Assim sendo, duas ou mais pessoas
físicas ou jurídicas se unem para constituir uma S.A., pessoa jurídica futura, através de uma assembleia geral ou
por escritura pública.

Antes da realização da Assembleia Geral ou da lavratura da Escritura Pública, os fundadores terão que elaborar
o “PROJETO DE ESTATUTO” da companhia futura, que deverá satisfazer a todos os requisitos exigidos para os
contratos das sociedades mercantis em geral e aos requisitos peculiares à S.A., e conterá as normas pelas quais
a S.A. será regida. O estatuto social é o conjunto de normas que, dentro do limite da lei, define a sociedade e os
contornos de seu objeto, indicando-lhe a estrutura básica e a sistemática de seu funcionamento, os órgãos que
a administram e representam, a sua administração econômica e financeira, a apuração dos resultados, a partilha
dos lucros e a sua dissolução e liquidação. Nota-se, portanto, que o Estatuto da S.A. é importantíssimo, pois é
nele que estão previstas todas as normas do seu funcionamento. Se os fundadores optarem pela constituição da
S.A. através de uma Assembleia Geral, deverão ser observadas as normas previstas na Lei das S.A., devendo
ser entregues à Assembleia o Projeto do Estatuto, assinado em duplicata por todos os subscritores do capital, e
as listas ou boletins de subscrição de todas as ações.

Assim sendo, após cumpridos os “requisitos preliminares”, com o encerramento da subscrição de todo o capital
social, os fundadores convocarão a Assembleia Geral de Constituição, através de anúncios nos quais constarão
hora, dia e local da reunião e que deverão ser publicados por três vezes, no mínimo. Entre o dia da primeira
convocação e o da Assembleia deverá haver um intervalo de oito dias. Não havendo quórum, deverá ser feita a
segunda convocação, com antecedência mínima de cinco dias. Estas formalidades são FACULTATIVAS, pois o
parágrafo quarto do Art. 124 da Lei das S.A. estabelece que SERÁ CONSIDERADA REGULAR A ASSEMBLEIA
GERAL A QUE COMPARECEREM TODOS OS ACIONISTAS, o que se aplica à Assembleia de constituição.

Na Assembleia se deliberará sobre a avaliação dos bens, se for o caso, e a constituição da S.A.. A Assembleia
se instalará, em primeira convocação, com a presença de pelo menos metade dos subscritores, e em segunda
convocação, com qualquer número. Será presidida por um dos fundadores e secretariada por subscritor, eleitos
na ocasião pelos presentes. Após lido, discutido e votado o estatuto, verificando-se que foram cumpridas
todas as formalidades legais e não havendo oposição dos subscritores que representem mais da metade do
capital social, o Presidente declarará finalmente constituída a S.A., procedendo-se, em seguida, a eleição dos
administradores e fiscais. Por fim, deverá ser lavrada em duas vias a ATA DA REUNIÃO, que depois de lida
e aprovada pela Assembleia e assinada por todos os subscritores presentes ou por quantos bastem para a
validade das deliberações, será levada para registro na Junta Comercial.

Se os fundadores resolverem constituir a S.A. por ESCRITURA PÚBLICA, depois de cumprirem os “requisitos
preliminares”, eles deverão procurar um dos Cartórios de Notas da localidade, onde a mesma será lavrada e
assinada por todos os subscritores, contendo, obrigatoriamente a qualificação dos subscritores, o estatuto da
companhia (cujo projeto deve ter sido objeto de análise anterior), a relação das ações tomadas pelos subscritores
e o valor das entradas pagas, a transcrição do recibo do depósito da entrada na instituição financeira respectiva,
a transcrição do laudo de avaliação dos peritos, caso haja subscrição do capital social em bens, e, finalmente,
a nomeação dos primeiros administradores e fiscais (quando for o caso). Após a lavratura da Escritura pública,
deverá ser arquivada na Junta Comercial a CERTIDÃO DO INSTRUMENTO.

Em suma, estes são os passos fundamentais para a constituição de uma S.A.. Todavia, trata-se certamente de
um processo muito mais complexo do que constituir uma LTDA ou uma EIRELI. Em todos os casos, é importante
ressaltar a necessidade do acompanhamento e auxílio de profissionais da área, especialmente contadores e
advogados especializados, que poderão auxiliar na definição da melhor forma de empresa a ser aberta.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

2.5 - Observações finais


Deve ser ressaltado que constituir uma empresa é um passo simples, mas precisa ser bem preparado e bem
planejado. Este planejamento pode ser feito com o auxílio de profissionais especializados, como contadores,
advogados e administradores. Se nós entendemos de elaborar vinhos, há pessoas que podem nos auxiliar a
fazer disso um negócio. E para tanto, precisamos saber planejar, prever e executar as ações necessárias.

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DECIDI QUE QUERO
ABRIR UMA VINÍCOLA...
E AGORA?
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

3 - Decidi que quero abrir uma vinícola. E agora?


Depois de passar por todo o processo inicial de escolher que tipo de empresa se deseja constituir, ou ao se
optar pela construção de uma Cooperativa, vem a segunda parte, que é a parte burocrática – necessária
para que efetivamente existamos perante as outras empresas. Isso quer dizer que, depois de termos escrito
o contrato social ou o estatuto, precisamos contar para os outros que agora somos uma empresa. Como isso
funciona? Veremos estas etapas passo a passo. Mas vale ressaltar que perante alguns órgãos necessariamente
precisaremos do auxílio e do apoio de profissionais habilitados.

Uma observação: embora saibamos as diferenças já apontadas em relação a tipos de empresa, de agora em
diante iremos utilizar para todos os tipos societários a denominação Empresa, para simplificar e nos entendermos
melhor.

3.1 - Onde será a vinícola?


Quando formos definir a sede da empresa, como se trata de uma vinícola, há algumas coisas que precisam
ser observadas: o imóvel onde pretendemos instalar a vinícola pode ser utilizado para esse fim? Isso quer dizer
que precisamos verificar junto à prefeitura do município se neste local e nesta zona do plano diretor podemos
construir uma indústria – sim, a vinícola é uma indústria. Devemos ter esse cuidado pois pode ocorrer que o
imóvel esteja em uma zona residencial, onde não se pode instalar indústrias.

Para isso – se você não for o proprietário do imóvel – solicite a este a cópia do “Habite-se” e do carnê do IPTU.
Com estes dois documentos, é possível consultar na prefeitura se o referido imóvel pode ser utilizado para fins
industriais.

Para construir a vinícola você está pensando em adquirir um imóvel? Lembre-se de fazer esta consulta prévia e,
quando for adquiri-lo, não se esqueça de pedir ao proprietário todas as certidões possíveis e imagináveis: cartório
de registro de imóveis, fórum, prefeitura, certidões negativas do proprietário, etc.

3.2 - Qual será o nome da vinícola?


Embora muitas vezes tenhamos ideias geniais para o nome de nossa empresa, precisamos verificar se alguém
já não teve estas ideias antes.

3.2.1 Junta Comercial = Nome empresarial


Para isso, vá até a Junta Comercial do seu município e verifique se o nome escolhido já foi registrado por alguém.
Normalmente a Junta Comercial pede três opções de nomes para facilitar, no caso de algum deles não estar
disponível. Isso é necessário porque legalmente não pode haver o mesmo nome para empresas diferentes num
mesmo Estado, independentemente do seu ramo de atuação.

3.2.2 INPI = Marca


Além disso, outra consulta se faz importante. Já ouviu falar em registro de Marcas? Pois é, o nome da sua
empresa pode virar uma marca registrada ou você pode optar por inventar um nome para o seu vinho. Mas, para
utilizar estes nomes, primeiramente e necessário termos certeza de que podemos utilizá-los. Você não pode, por
exemplo, escolher como marca do seu vinho o nome Coca Cola. Isso por que já existe uma empresa que possui
esta marca registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. Esse é um exemplo óbvio. Mas,
como saber se um nome que tenhamos imaginado já não foi usado por alguém? Tanto para o nome da empresa
quanto para o nome do produto, você pode entrar no site do INPI ou pedir para que um profissional da área o
ajude, e verificar se o nome pensado para sua empresa já está protegido como marca. O site é www.inpi.gov.br
e o profissional habilitado para fazer isso é o agente da propriedade industrial ou um advogado. Isso certamente
poderá evitar dores de cabeça futuras. Imagine você fazer todo o trabalho de lançamento do seu produto e
descobrir que não poderá colocá-lo no mercado por que outra pessoa já registrou essa marca?

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

3.3 – Quem será seu sócio?


Se você optar por uma das formas jurídicas que tenha sócio, é importante saber com quem se está fazendo
negócio. Mas como fazer isso? Com o número do CPF (Cadastro de Pessoas Físicas). Com este número você
pode consultar se há algum débito pendente nos sites da Receita Federal (www.fazenda.gov.br), do INSS, do
FGTS, da Receita Estadual de seu Estado, e na Prefeitura Municipal. Se alguma consulta indicar pendências, é
bom esclarecer logo do que se trata, não é?

Além disso, o nome do sócio pode ser consultado na Junta Comercial – pois é possível que ele já tenha tido uma
empresa. Outros lugares importantes são o Foro, pedindo uma certidão cível e criminal – com isso você saberá
se há algum problema em curso; o cartório de títulos e documentos – vai que ele tenha algo protestado? E, se
tiver acesso, o Serasa e o SPC podem ajudar a confirmar a idoneidade do seu parceiro. Mas lembre-se que ele
também pode fazer o mesmo. É um direito de todos saber com quem se está fazendo negócios – e saber de
tudo logo certamente evitará surpresas futuras.

3.4 – Junta Comercial


Decididas as questões prévias, vamos à constituição da empresa. Se constituirmos uma pessoa jurídica de
direito privado com fins lucrativos (com exceção da Cooperativa), teremos que depositar os atos constitutivos
desta (estatuto ou contrato social) na Junta Comercial do município onde está instalada a sede da empresa. Você
pode providenciar este depósito, com todas as vias originais do contrato social/estatuto, assinaturas e cópias
dos documentos exigidos pela Junta Comercial, ou pode optar por pedir a um profissional especializado; se for
providenciar tudo por sua própria conta, é importante ir até a Junta Comercial e pedir todos os esclarecimentos
necessários, para que não haja demora excessiva na concessão do seu registro. Obtido o registro da empresa,
vamos para o próximo passo.

3.5 – Receita Federal = cnpj


Com o registro do Contrato Social ou do Estatuto na Junta Comercial, o próximo passo é obter o CNPJ (Cadastro
Nacional de Pessoas Jurídicas – antigo CGC) junto à Receita Federal. Para isso é obrigatório ter um contador
responsável pela empresa. Para fazer o registro é necessário entrar no site da Receita Federal (www.receita.gov.
br) preencher um cadastro, imprimir, juntar cópias autenticadas do Contrato Social/Estatuto, cópias autenticadas
dos documentos de identidade, reconhecer as assinaturas e enviar por sedex para a Receita Federal (não adianta
levar lá pessoalmente, eles não aceitam). Isso o contador pode fazer por você, mas é importante saber como é
feito. Depois de um curto período você recebe o seu CNPJ, com todos os dados cadastrados.

3.6 – Receita Estadual = Inscrição Estadual


Nem todas as empresas precisam se cadastrar na Receita Estadual, mas uma indústria vinícola é obrigada a ter
este registro. Assim, o segundo passo é providenciar esta inscrição – e cada Estado pode solicitar comprovações
diferentes para obtenção deste cadastro. Por isso, um contador pode ser muito útil. Na dúvida, vá até a Secretaria
Estadual da Fazenda do seu Estado.

3.7 – Município = Alvará, inscrição municipal e nota fiscal


Toda a empresa é obrigada a fazer a sua Inscrição Municipal na cidade onde será sua sede. Essa inscrição é feita
na Secretaria da Fazenda do Município.

Ao mesmo tempo, é obrigatório, no caso de uma empresa vinícola, obter o seu Alvará de funcionamento junto à

29
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

prefeitura. Os procedimentos variam em cada município. Na dúvida vá até a prefeitura e pergunte como funciona.
Mas lembre-se que haverá vistoria do imóvel pelo corpo de bombeiros, pela vigilância sanitária, etc. E se o seu
imóvel não estiver regular, você terá que providenciar sua Certidão de “Habite-se”.

3.8 – Registro no inss


O registro no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é obrigatório, mesmo que você não tenha funcionários.
Para isso, é necessário entrar em contato com a Previdência Social. Veja no site (http://www.previdenciasocial.
gov.br/) a forma mais adequada. Na dúvida, vá até um posto da Previdência Social de seu município e tire suas
dúvidas.

3.9 – FGTS
Se você terá empregados, também é necessário fazer o seu registro junto à Caixa Econômica Federal, para
providenciar as questões referentes ao depósito mensal de FGTS.

3.10 – Impressão de documentos fiscais


Depois de tudo formalizado, é hora de requerer a confecção de seus talões de notas fiscais. Para isso é preciso ir
até a Receita Estadual para pedir esta autorização de Impressão de Documentos Fiscais. Cada Estado tem uma
forma específica de fazer isso, mas certamente no site do seu Estado você encontrará as informações básicas.

3.11 – Tudo pronto?


Bem... como se trata de vinho, há alguns registros e autorizações adicionais que precisam ser feitos antes que
seu produto possa finalmente chegar de forma legal no mercado.

30
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

31
REGISTROS ESPECIAIS
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

4 - Registros especiais
Para poder elaborar vinhos e derivados da uva e do vinho, é necessário que a empresa, agora constituída, tenha
licença ambiental para trabalhar e, por fim, registro de seu estabelecimento no Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA).

Após isso ela poderá elaborar seus produtos e, para comercializá-los, precisará também registrá-los junto ao
MAPA.

4.1 – Meio ambiente1


Se pretendemos continuar a viver na Terra, precisamos aprender a respeitá-la. É com este objetivo que estão
estipuladas na Constituição Federal a proteção e a defesa do Meio Ambiente, que é um bem de todos. O que
precisamos fazer é aprender a compatibilizar esta preservação com o desenvolvimento sustentável.

Assim, foi criado o Licenciamento Ambiental para as atividades que são potencialmente poluidoras. Segundo a
Resolução CONAMA n. 237/97, Anexo I, é obrigatório fazer o licenciamento ambiental para indústria de produtos
alimentares e bebidas, fabricação de vinhos e vinagre, fabricação de bebidas não alcoólicas, fabricação de
bebidas alcoólicas. Desta maneira a elaboração de vinho e de todos os derivados da uva e do vinho requer
um licenciamento ambiental para seu funcionamento. Após feito o procedimento, é concedida à empresa uma
Licença Ambiental para poder funcionar.

O licenciamento é composto por três tipos de licença: a) prévia, b) de instalação e c) de operação. Cada uma
refere-se a uma fase distinta do empreendimento e segue uma sequência lógica que deve ser respeitada. Todas
elas devem ser requeridas junto ao órgão (municipal ou estadual) que regula as atividades relacionadas com o
meio ambiente, ou ainda junto ao Institudo Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA, dependendo da abrangência
do projeto, da sua localização de suas especificidades. Geralmente grandes municípios têm um órgão municipal
que trata disso. Os menores contam com o órgão estadual. Descubra qual é o órgão competente no seu Estado
e vá até ele para saber o que deve ser feito.

Primeiramente deve ser requerida a Licença Prévia.

4.1.1 Licença prévia


Com o meio ambiente muitas vezes não há como remediar um dano causado. Assim, aplica-se o princípio da
prevenção, razão pela qual existe a licença prévia. Este tipo de licença precisa ser solicitado na fase preliminar
do planejamento – antes da construção da vinícola, pois é ela que atestará que a empresa tem viabilidade
ambiental, aprovará sua localização e concepção e definirá as medidas mitigadoras e compensatórias dos
impactos negativos do projeto sobre o meio ambiente. Sua finalidade é definir as condições segundo as quais o
projeto torna-se compatível com a preservação do meio ambiente afetado pelo projeto. Mas deve ser ressaltado
que essa licença também é um compromisso assumido pelo empresário em relação à realização do projeto
estritamente de acordo com os requisitos determinados pelo órgão ambiental.

No licenciamento ambiental prévio:

- são levantados os impactos ambientais e sociais prováveis da vinícola;

- são avaliadas a magnitude e a abrangência desses impactos;

- são formuladas medidas que, uma vez implementadas, serão capazes de eliminar ou atenuar os impactos;

1
Esta seção foi elaborada com base em Brasil - Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal
de Contas da União, com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2.ed.
Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007. 83 p.

34
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

- são ouvidos os órgãos ambientais das esferas competentes;

- são ouvidos órgãos e entidades setoriais, em cuja área de atuação se situa o empreendimento;

- são discutidos com a comunidade, caso haja audiência pública, os impactos ambientais e as respectivas
medidas mitigadoras e compensatórias; e

- é tomada a decisão a respeito da viabilidade ambiental da vinícola, levando-se em conta sua localização e seus
prováveis impactos, em confronto com as medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

O prazo de validade da Licença Prévia deverá ser, no mínimo, igual ao estabelecido pelo cronograma de elaboração
dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, ou seja, igual, no mínimo, ao tempo
necessário para a realização do planejamento, não podendo ser superior a cinco anos.

4.1.2 Licença de Instalação


Após a obtenção da licença prévia, inicia-se então o detalhamento do projeto de construção da vinícola, incluindo
nesse as medidas de controle ambiental que foram determinadas na aprovação da licença prévia. Mas deve ficar
claro que essa licença de instalação deve ser solicitada antes do início das obras, pois esta licença:

- autoriza o início das obras;

- concorda com as especificações constantes dos planos, programas e projetos ambientais, seus detalhamentos
e respectivos cronogramas de implementação;

- verifica o atendimento das condicionantes determinadas na licença prévia;

- estabelece medidas de controle ambiental, com vistas a garantir que a fase de implantação da vinícola obedecerá
aos padrões de qualidade ambiental estabelecidos na legislação vigente;

- fixa as condicionantes da licença de instalação, se necessárias, quando há um determinado impacto.

O órgão ambiental deverá realizar o monitoramento e acompanhamento das obras durante todo o processo
de instalação, para ver se o que foi acordado está sendo implementado. O prazo de validade da licença de
instalação será, no mínimo, igual ao estabelecido pelo cronograma de instalação da vinícola, não podendo ser
superior a seis anos.

4.1.3 Licença de operação


Terminada a cantina, o empresário deverá requerer uma licença para poder operá-la, iniciando as atividades. O
objetivo é verificar se tudo foi feito de forma adequada, conforme planejado. Essa licença é por prazo determinado,
e assim a vinícola está sujeita à renovação deste licenciamento. O prazo varia de acordo com o tamanho da
empresa e sua potencialidade de poluição, entre quatro a 10 anos. É necessário lembrar que a renovação da
licença precisa ser solicitada no mínimo 120 dias antes de encerrar o prazo de validade da anterior.

A licença de operação possui três características básicas:

1. é concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo cumprimento das condicionantes estabelecidas
nas licenças anteriores (prévia e de instalação);

2. contém as medidas de controle ambiental (padrões ambientais) que servirão de limite para o funcionamento
do empreendimento ou atividade; e

3. especifica as condicionantes determinadas para a operação do empreendimento, cujo cumprimento é


obrigatório, sob pena de suspensão ou cancelamento da operação.

Se houver alteração na vinícola, deverá haver novo licenciamento, para verificar se estas alterações são adequadas
e não trazem impacto ambiental. Além disso, o órgão ambiental poderá, eventualmente, fazer uma fiscalização no
local, para verificar se tudo está sendo feito conforme consta na licença.

35
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

4.1.4 Licenciamento ambiental para agroindústrias de pequeno porte

No caso do pequeno produtor e para as atividades que têm baixo potencial de impacto ambiental, foi estabelecido
um procedimento simplificado.

A RESOLUÇÃO CONAMA n. 385, de 27 de dezembro de 2006, “estabelece procedimentos a serem adotados


para o licenciamento ambiental de agroindústrias de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental”.
Segundo dispõe a resolução, a agroindústria de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental é todo o
estabelecimento que:

I - tenha área construída de até 250 m²;

II - beneficie e/ou transforme produtos provenientes de explorações agrícolas, pecuárias, pesqueiras, aquícolas,
extrativistas e florestais não-madeireiros, abrangendo desde processos simples, como secagem, classificação,
limpeza e embalagem, até processos que incluem operações físicas, químicas ou biológicas, de baixo
impacto sobre o meio ambiente.

Para requerer licença ambiental a empresas com as características descritas na resolução acima, o empreendedor
deverá apresentar a seguinte documentação ao órgão ambiental responsável pelo licenciamento:

I - requerimento de licença ambiental;

II - projeto contendo descrição do empreendimento, contemplando sua localização, bem como o detalhamento
do sistema de Controle de Poluição e Efluentes, acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica – ART;

III - certidão de uso do solo expedida pelo município; e

IV - comprovação de origem legal quando a matéria-prima for de origem extrativista, quando couber.

Agroindústrias de pequeno porte e baixo impacto ambiental, já existentes, podem se regularizar mediante a
apresentação da documentação mencionada.

4.2 – Ministério da Agricultura 2


Com toda a documentação providenciada e em mãos, falta encaminhar agora o Registro do Estabelecimento e
o Registro dos Produtos, requeridos junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – órgão
responsável pela fiscalização de vinhos e derivados da uva e do vinho no Brasil.

Essa competência encontra-se estabelecida na Lei do Vinho – Lei 7.678/1988, no Decreto do Vinho – Decreto
99.066/1990, em Portarias e Instruções Normativas específicas, bem como em suas alterações.

4.2.1 Registro de estabelecimento


Primeiramente, é necessário registrar o estabelecimento perante o MAPA. Para isso, a vinícola deverá se dirigir à
representação do Ministério da Agricultura em seu município (se houver) ou na unidade mais próxima que abranja
o seu município. A Superintendência Federal de Agricultura (SFA), com representação nas capitais de cada
Estado, também pode ser solicitada para informações. Por fim, o empresário pode se dirigir à Divisão de Vinhos
e Bebidas da sede do MAPA, em Brasília.

Todos os estabelecimentos de preparação, manipulação, beneficiamento e acondicionamento de vinho e


derivados do vinho e da uva nacionais, e os importadores destas bebidas estrangeiras, deverão ser registrados
no MAPA. Esse registro é válido em todo o território brasileiro, e deve ser renovado periodicamente – em regra a
cada 10 anos.
2
Esta seção foi elaborada com base em material gentilmente fornecido em 2011 pelo fiscal federal agropecuário José
Werlang, Chefe do SIPOV/DDA/SFA-RS, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

36
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

O pedido de registro de estabelecimento a ser apresentado ao MAPA deve conter os seguintes documentos:

• Requerimento em duas vias:

REQUERIMENTO

Ao SERVIÇO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS/SFA/UF


Referente a:
A firma:
CNPJ , com sede à
, município de
vem requerer:

Para tanto, anexamos a documentação necessária.


Nestes termos, pede deferimento.
, de de .

Representante legal:
Nome: assinatura:

Contato:
Nome:
Telefone:
e-mail:

• Formulário CADASTRO DE ESTABELECIMENTO, fornecido pelo MAPA;

• Planta baixa e de cortes longitudinal e transversal do estabelecimento, indicando a localização das diversas
seções que compõem o estabelecimento, assinadas por engenheiro;

• Memorial descritivo das instalações e equipamentos, conforme será especificado abaixo;

• Laudo de análise física, química e bacteriológica da água a ser utilizada no estabelecimento, onde conste: cor,
odor, sabor, turbidez e bacilus do grupo coliforme;

• Cópia da Inscrição Estadual, do CNPJ e do Contrato Social/Estatuto, constando como objetivo social a atividade
empresarial proposta pela empresa;

• Nome do técnico responsável pela produção, com qualificação e número de registro no conselho profissional
respectivo, bem como a Certidão de Função Técnica ou Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou
documento correlato, expedido pelo Conselho Profissional do Técnico responsável pelo estabelecimento;

• Procuração, quando for o caso;

• Laudo de vistoria oficial – este documento só será exigido após realizada a vistoria e aprovado o estabelecimento.

Lembre-se que estes documentos e formulários podem ser alterados pelo MAPA; assim, consultar a SFA de seu
Estado é sempre prudente.

Apresentada esta documentação, o MAPA procederá à vistoria da vinícola, para verificar se tudo está de
acordo com o que foi informado. Todavia, a vistoria com finalidade de registro somente será realizada quando a
documentação apresentada pela empresa atender a todos os requisitos apresentados pelo MAPA.

Os estabelecimentos devem a) apresentar as instalações e equipamentos adequados aos processos e produtos


com os quais pretendem operar e b) atender, com relação às suas instalações, equipamentos e processos, as

37
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Boas Práticas de Fabricação – BPF, definidas pela IN n. 05/2000.

A vistoria com finalidade de registro, a ser realizada no estabelecimento por técnicos do MAPA, levará em conta
as duas condições acima indicadas, que deverão estar plenamente atendidas; ambas serão avaliadas e anotadas
através do Laudo de Vistoria.

É importante que um técnico especializado seja consultado antes de ser feito o projeto do estabelecimento.

Se houver dúvida quanto às instalações e equipamentos, deve ser encaminhado ao MAPA, através de requerimento,
anteprojeto para análise, após a qual será expedido parecer técnico, podendo, a critério do serviço, ser realizada
pré-vistoria às instalações propostas.

As instalações e os equipamentos do estabelecimento devem atender às necessidades relativas a todas as


atividades e produtos e também devem estar adequadamente descritas nas plantas e no memorial descritivo.

No caso de uso de tanques para armazenamento dos produtos, feitos com PVC, polipropileno, fibra de vidro e
de outras composições semelhantes, é necessário apresentar uma declaração do fabricante dos tanques de que
os mesmos são próprios para o armazenamento de bebidas (especialmente as alcoólicas), não apresentando
nenhum perigo de agregação de substâncias estranhas ao líquido armazenado que possam causar qualquer tipo
de perigo à saúde ou desconformidade do produto relativamente a seu Padrão de Identidade e Qualidade.

No Memorial Descritivo devem ser identificadas as diversas seções que constituem as instalações do
estabelecimento, conforme as necessidades das atividades propostas.

Para cada seção existente, deverá ser apresentada uma descrição. Deve haver estrita correspondência entre o
descrito no Memorial Descritivo das Instalações e Equipamentos e a planta baixa e vice-versa.

Vale resaltar que existe o PAS (Programa alimento seguro - uva para processamento), sendo que sua implementação
pode auxiliar no atendimento dos itens definidos pela IN n. 05/2000.

4.2.1.1 Roteiro para elaboração do memorial descritivo


Para não ter erro, o MAPA sugere um Roteiro para a Elaboração do Memorial descritivo das Instalações e
Equipamentos, conforme segue.

Identificação
Razão social ........................................................................................................................................................

Endereço .............................................................................................................................................................

Bairro ............................................ Município ................................................................ Estado .........................

Finalidade
Descrever os produtos com os quais a empresa irá trabalhar e as atividades (produtor, fabricante, engarrafador,
acondicionador, envasador) relacionadas a eles.

Exemplos:
• Vinho – produtor, engarrafador

• Vinho – estandardizador, engarrafador

• Vinho – produtor, acondicionador

• Suco de uva – produtor, engarrafador

38
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Controle de qualidade e rastreabilidade dos produtos


Deve-se descrever:

• o Programa de Boas Práticas de Fabricação – BPF;

• o Programa de Controle Integrado de Pragas – CIP;

• quem irá executar o controle de qualidade: a própria empresa ou laboratório terceirizado;

• os meios para controle de qualidade de acordo com os parâmetros oficiais estabelecidos nos Padrões de
Identidade e Qualidade - PIQ;

• os meios para controle de qualidade das matérias-primas e ingredientes dos fornecedores;

• os meios para registros da produção e movimentação de estoque;

• os meios para controle da rastreabilidade dos lotes dos produtos.

Aspectos gerais do estabelecimento


Deve-se descrever:

• a urbanização da área externa;

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

• e identificar na planta baixa as vias de trânsito interno;

• o sistema de armazenamento de resíduos antes de sua eliminação;

• o sistema de eliminação de efluentes e águas residuais;

• e identificar na planta baixa o local para armazenar produtos devolutos;

• os dispositivos de registro de temperatura em locais refrigerados, se existirem;

• Água:

- a origem da água utilizada pelo estabelecimento;

- o sistema de controle da potabilidade da água;

- e identificar na planta baixa o depósito de água potável;

• Vestiários, banheiros, e outras dependências:

- e identificar na planta baixa os vestiários, banheiros e outras dependências;

- e identificar na planta baixa a disponibilidade de ponto de água para as operações de limpeza que
devem estar disponíveis nas diversas seções;

- e identificar na planta baixa as pias dotadas de elementos para lavagem e secagem das mãos que
devem estar disponíveis nas diversas seções.

Descrição das seções que compõem o estabelecimento


Essa deve se dar de acordo com os produtos/atividades desenvolvidos.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Seção de recepção da matéria-prima


Deve-se descrever:

• o local de recepção da matéria-prima;

• o fluxograma das operações de recepção;

• o sistema de iluminação;

• o sistema de ventilação;

• a rede de distribuição elétrica;

• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

• o piso, as paredes, o teto, as portas, janelas e outras aberturas;

• e identificar na planta baixa os pontos de água para as operações de limpeza de equipamentos, recipientes e
utensílios;

• e identificar na planta baixa as pias dotadas de elementos para lavagem e secagem das mãos;

• o sistema de seleção e descarte, se houver;

• os meios para evitar o acúmulo de gases poluentes durante a realização das operações de carga e descarga
na seção, se houver necessidade;

• o processo de limpeza e higienização dos recipientes (de uso interno e externo ao estabelecimento) e dos
equipamentos;

• o material de constituição dos recipientes;

• os equipamentos, recipientes e utensílios necessários para a recepção da matéria-prima;

Seção de depósito de matéria-prima, ingrediente, recipiente, vasilhames,


vedação de recipiente e rótulo.
Deve-se descrever:

• e identificar na planta baixa os locais de armazenamento dos vários tipos de produtos que são utilizados como:

- Vasilhames: garrafas, garrafões, bombonas, etc.;

- Açúcar, grãos, suco concentrado, etc.;

- Aditivos;

- Produtos de limpeza e higienização das instalações e equipamentos;

- Rótulos;

- Outros.

• o sistema de iluminação;

• o sistema de ventilação;

• a rede de distribuição elétrica;

• quais produtos serão armazenados na seção;

• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

40
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

• o piso, as paredes, o teto, as portas, janelas e outras aberturas;

• e identificar na planta baixa a disponibilidade de ponto de água para as operações de limpeza;

• os equipamentos, recipientes e utensílios;

• os meios de transporte;

• e identificar na planta baixa o local refrigerado para armazenamento de matéria-prima e ingrediente que
requerem temperatura controlada, se houver.

Seção de elaboração do produto


Deve-se descrever:

• quais os processos que serão desenvolvidos na seção;

• o fluxograma das operações;

• o sistema de iluminação;

• o sistema de ventilação;

• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

• o piso, as paredes, o teto, as portas, as janelas e outras aberturas;

• a rede de distribuição elétrica;

• e identificar na planta baixa os pontos de água para as operações de limpeza dos equipamentos, recipientes
e utensílios;

• e identificar na planta baixa as pias dotadas de elementos para lavagem e secagem das mãos;

• o sistema de descarte de resíduos;

• o processo de limpeza e higienização das instalações e equipamentos;

• o material de constituição dos recipientes;

• os equipamentos, recipientes e utensílios.

Seção de lavagem dos recipientes


Caso sejam utilizados vasilhames retornáveis, deve-se descrever:

• o fluxograma das operações;

• o sistema de iluminação;

• o sistema de ventilação;

• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

• o piso, paredes, teto, portas, janelas e outras aberturas;

• a rede de distribuição elétrica;

• e identificar na planta baixa os pontos de água para as operações de limpeza;

• o material de constituição dos recipientes;

• o programa de higiene e desinfecção da seção;

41
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

• o sistema de reaproveitamento da água no processo de lavagem e enxágue dos recipientes;

• o controle do ingresso de materiais na seção: embalagens, tampas, utensílios, etc.;

• descrição do sistema de inspeção dos recipientes após lavagem e enxágue;

• o processo de limpeza e higienização das instalações e equipamentos;

• e identificar na planta baixa as pias dotadas de elementos para lavagem e secagem das mãos;

• os equipamentos, recipientes e utensílios.

Seção de engarrafamento/envasilhamento e enxágue dos recipientes


Deve-se descrever:

• os tipos de vasilhames com os quais os produtos serão envasados/engarrafados, se serão vasilhames novos
ou reutilizados;

• o fluxograma das operações;

• o sistema de ventilação;

• a rede de distribuição elétrica;

• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

• o piso, paredes, teto, portas, janelas e outras aberturas;

• e identificar na planta baixa o ponto de água para as operações de limpeza;

• os mecanismos de inspeção dos produtos após envasilhamento;

• o processo de limpeza e higienização das instalações e equipamentos;

• e identificar na planta baixa as pias dotadas de elementos para lavagem e secagem das mãos;

• o material de constituição dos recipientes;

• os equipamentos, recipientes e utensílios.

Seção de depósito de produto a granel


Deve-se descrever:

• o sistema de iluminação;

• o sistema de ventilação;

• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);

• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;

• o piso, paredes, teto, portas, janelas e outras aberturas;

• o sistema de distribuição elétrica;

• e identificar na planta baixa ponto de água para as operações de limpeza;

• e identificar na planta baixa as pias dotadas de elementos para lavagem e secagem das mãos;

• o material de constituição dos recipientes utilizados no acondicionamento dos produtos;

• o material de revestimento dos recipientes utilizados no acondicionamento;

42
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

• os recipientes devem ser sequencialmente numerados, com indicação da capacidade volumétrica e do produto;

• os meios para registros da produção, por produto.

Seção de depósito de produto engarrafado/envasilhado e expedição


Deve-se descrever:
• o sistema de iluminação;
• o sistema de ventilação;
• a rede de distribuição elétrica;
• o sistema de captação e escoamento dos líquidos (canaletas, ralos sifonados, etc.);
• os meios para controlar e impedir o acesso de roedores, insetos, aves e contaminantes ambientais;
• o piso, paredes, teto, portas, janelas e outras aberturas;
• e identificar na planta baixa o ponto de água para as operações de limpeza;
• os meios para evitar o acúmulo de gases poluentes durante a realização das operações de carga e descarga
na seção.
O estabelecimento pode iniciar suas operações somente após ter seu registro devidamente aprovado pelo MAPA.
Mas para comercializar os vinhos e derivados é necessário o registro de cada um dos produtos perante o MAPA.

4.2.2 Registro de produto


Findo o registro do estabelecimento como um todo, deve o empresário registrar os produtos que pretende
comercializar. Atualmente ainda se faz um registro manual e em papel do produto. Mas há planos para que isso
seja informatizado, agilizando o procedimento.

Para requerer o registro do produto, o empresário deve apresentar ao MAPA a seguinte documentação:

• Requerimento em duas vias

REQUERIMENTO

Ao SERVIÇO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS/SFA/UF


Referente a:
A firma:
CNPJ , com sede à
, município de
vem requerer:

Para tanto, anexamos a documentação necessária.


Nestes termos, pede deferimento.
, de de .

Representante legal:
Nome: assinatura:

Contato:
Nome:
Telefone:
e-mail:

43
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

• Formulário CADASTRO DE PRODUTO, fornecido pelo MAPA;

• Memorial descritivo da composição principal do vinho e derivados do vinho e da uva, indicando o nome e
percentual dos ingredientes básicos, ação, código e nome dos aditivos, para a elaboração de 100 litros do
produto.

Modelo de MEMORIAL DESCRITIVO DA COMPOSIÇÃO PRINCIPAL


Empresa:
Produto:
Marca:

INGREDIENTES PARA 100 LITROS DE PRODUTO FINAL


INS (Sistema Internacional de Numeração de
Nome Quantidade
Aditivos Alimentares) do(s) aditivo(s)

Observações:
1. Aditivos – na coluna “Nome”, informar CLASSE e DENOMINAÇÃO
2. Se o ingrediente for suco: informar o seu grau Brix
3. Se o ingrediente for bebida alcoólica: informar seu teor de álcool
4. Se o ingrediente for fermentado acético: informar a acidez volátil expressa em ácido acético
5. Coluna QUANTIDADE: informar a quantidade e sua unidade de medida

Local, data e assinatura do Representante Legal.

• Memorial descritivo do processo de elaboração do vinho e derivados do vinho e da uva.

Modelo de MEMORIAL DESCRITIVO DA COMPOSIÇÃO PRINCIPAL


Empresa:
Produto:
Marca:

Descrever todas as etapas de elaboração do produto, desde a recepção da matéria-prima, dosagem


dos ingredientes, até o envase ou engarrafamento.

Local, data e assinatura do Representante Legal.

• Descrição das formas de embalagem e acondicionamento do vinho e derivados do vinho e da uva.

Modelo de MEMORIAL DESCRITIVO DAS FORMAS DE EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO


Empresa:
Produto:
Marca:

Descrever os vasilhames que serão utilizados para engarrafar/envasar o produto, se retornáveis ou não,
especificando o conteúdo.

Local, data e assinatura do Representante Legal.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

• Layout ou croquis do rótulo, sem rasuras, em escala 1:1, com 2 vias em 2 folhas separadas;

• Laudo Analítico do produto pronto para consumo, conforme itens definidos pelo padrão do produto.

Modelo de LAUDO ANALÍTICO


Nome do produto:
Marca do produto:

Análises conforme os Padrões de Identidade e Qualidade referentes ao produto.


Data:

Assinatura do técnico responsável

Identificação do técnico

O pedido de registro deverá ainda ser instruído com as seguintes informações:


• Nome empresarial do produtor;
• Endereço da sede social e dos locais de industrialização;
• Nome, marca, classe e tipo do produto.
Lembre-se que estes documentos e formulários podem ser alterados pelo MAPA; assim, consultar a SFA de seu
Estado é sempre prudente.
Deve-se ressaltar que, para efeito de registro, o vinho e derivados do vinho e da uva serão submetidos à análise
laboratorial. O empresário deve ficar ciente de que o produto registrado somente poderá ser modificado em sua
composição após exame e autorização do Ministério da Agricultura. Além disso, quando houver modificação em
forma ou cor do rótulo, a empresa comunicará ao órgão fiscalizador, um mês antes de sua utilização, apresentando
o novo modelo de rótulo, em três vias. Estes registros têm validade por 10 (dez) anos, renováveis.
Deve ser ressaltado que a empresa deve contar com um técnico especializado para o correto enquadramento e
formulação dos produtos e montagem dos rótulos.
O produto comercializado com marcas diferentes será objeto de tantos registros quantas forem as marcas,
composições e denominações diferentes.
O produto que apresentar processos diferentes de conservação ou de elaboração, mesmo sendo de mesma
marca, também deverá possuir tantos registros quantos forem os processos de conservação e elaboração.
Juntamente com as quantidades dos ingredientes, devem ser apresentadas as suas respectivas unidades de
medidas. No caso de uso de açúcar, devem ser informadas as quantidades utilizadas para correção e para
adoçamento separadamente, se for o caso.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Rotulagem
Para a elaboração de um rótulo, deve-se ter uma especial atenção à legislação que regulamenta esta questão.
Segue abaixo uma lista com as principais normas e sua forma de aplicação, lembrando sempre que as leis
mudam constantemente e precisamos estar atentos a estas alterações.

Fundamentação Legal
Lei n. 7.678/1988: Lei do Vinho

Decreto n. 99.066/1990: Regulamento da Lei do Vinho

Portaria MAPA n. 229/1988

Instrução Normativa MAPA n. 49/2011.

Lei n. 10.674, de 16 de maio de 2003 – Glúten.

Portaria INMETRO n. 157, de 19 de agosto de 2002

Portaria INPM n. 52, de 10 de outubro de 1979.

Portaria INMETRO n. 18, de 17 de janeiro de 1992.


Resolução RDC n. 360/2003.

Informe Técnico n. 27/2007

Disposições Gerais
Vinho é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e madura. A denominação
vinho é privativa do produto a que se refere este artigo, sendo vedada sua utilização para produtos obtidos de
quaisquer outras matérias-primas.

Rótulo será qualquer identificação afixada ou gravada sobre o recipiente do vinho e derivados do vinho e da uva.

0 rótulo não poderá conter denominação, símbolo, figura, desenho ou qualquer indicação que possibilite erro
ou equívoco sobre a origem, natureza e composição do produto, nem atribuir-lhe finalidade, qualidade ou
características que não possua.

É vedada a comercialização de vinhos e derivados nacionais e importados que contenham no rótulo designações
geográficas ou indicações técnicas que não correspondam à verdadeira origem e significado das expressões
utilizadas. No rótulo dos Vinhos somente serão permitidas as indicações de origem geográfica ou de processo
tecnológico que correspondam à verdadeira procedência da Uva ou do Vinho e a veracidade do processo
empregado.

Ficam excluídos da proibição fixada neste artigo os produtos nacionais que utilizem as denominações champanha,
[...] por serem de uso corrente em todo o Território Nacional.

Fica permitido o uso do termo “tipo”, que poderá ser empregado em vinhos ou derivados da uva e do vinho cujas
características correspondam a produtos clássicos, as quais serão definidas no regulamento desta Lei.

Os vinhos serão classificados:


a) de mesa;

Vinho de mesa é o vinho com teor alcoólico de 8,6% (oito inteiros e seis décimos por cento) a 14% (catorze por
cento) em volume, podendo conter até uma atmosfera de pressão a 20ºC (vinte graus Célsius).

Vinho de mesa de viníferas é o vinho elaborado exclusivamente com uvas das variedades Vitis vinifera.

Vinho de mesa de americanas é o vinho elaborado com uvas do grupo das uvas americanas e/ou híbridas,

46
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

podendo conter vinhos de variedades Vitis vinifera.

b) leve;

Vinho leve é o vinho com teor alcoólico de 7% (sete por cento) a 8,5% (oito inteiros e cinco décimos por cento)
em volume, obtido exclusivamente da fermentação dos açúcares naturais da uva, produzido durante a safra nas
zonas de produção, vedada sua elaboração a partir de vinho de mesa.

c) fino;

Vinho fino é o vinho de teor alcoólico de 8,6% (oito inteiros e seis décimos por cento) a 14% (catorze por
cento) em volume, elaborado mediante processos tecnológicos adequados que assegurem a otimização de suas
características sensoriais e exclusivamente de variedades Vitis vinífera do grupo Nobres, a serem definidas em
regulamento.

d) espumante;

Champanha (Champagne), Espumante ou Espumante Natural é o vinho cujo anidrido carbônico provém
exclusivamente de uma segunda fermentação alcoólica do vinho em garrafas (método Champenoise/tradicional)
ou em grandes recipientes (método Chaussepied/Charmad), com uma pressão mínima de 4 (quatro) atmosferas
a 20ºC (vinte graus Célsius) e com teor alcoólico de 10% (dez por cento) a 13% (treze por cento) em volume.

Vinho moscato espumante ou Moscatel Espumante é o vinho cujo anidrido carbônico provém da fermentação
em recipiente fechado, de mosto ou de mosto conservado de uva moscatel, com uma pressão mínima de 4
(quatro) atmosferas a 20ºC (vinte graus Célsius), e com um teor alcoólico de 7% (sete por cento) a 10% (dez por
cento) em volume, e no mínimo 20 (vinte) gramas de açúcar remanescente.

e) frisante;

Vinho frisante é o vinho com teor alcoólico de 7% (sete por cento) a 14% (catorze por cento) em volume, e uma
pressão mínima de 1,1 (um inteiro e um décimo) a 2,0 (dois inteiros) atmosferas a 20ºC (vinte graus Célsius),
natural ou gaseificado.

f) gaseificado;

Vinho gaseificado é o vinho resultante da introdução de anidrido carbônico puro, por qualquer processo, devendo
apresentar um teor alcoólico de 7% (sete por cento) a 14% (catorze por cento) em volume, e uma pressão mínima
de 2,1 (dois inteiros e um décimo) a 3,9 (três inteiros e nove décimos) atmosferas a 20ºC (vinte graus Célsius).

g) licoroso;

Vinho licoroso é o vinho com teor alcoólico ou adquirido de 14% (catorze por cento) a 18% (dezoito por cento)
em volume, sendo permitido, na sua elaboração, o uso de álcool etílico potável de origem agrícola, mosto
concentrado, caramelo, mistela simples, açúcar e caramelo de uva.

h) composto;

Vinho composto é a bebida com teor alcoólico de 14% (catorze por cento) a 20% (vinte por cento) em volume,
elaborado pela adição ao vinho de mesa de macerados ou concentrados de plantas amargas ou aromáticas,
substâncias de origem animal ou mineral, álcool etílico potável de origem agrícola, açúcar, caramelo e mistela
simples. O vinho composto deverá conter no mínimo 70% (setenta por cento) de vinho de mesa.

Vinho de Mesa Vinho Espumante


tinto tinto
Cor
rosado, rosé ou clarete rosado, rosé ou clarete
branco branco

47
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Vinho de Espumante
Teor de açúcar: Espumante Licoroso Composto
mesa gaseificado
nature -- -- -- -- --

extra-brut -- até 6g/l -- -- --

brut ou bruto -- de 6g/l a 15g/l -- -- --

seco, sec ou dry até 5g/l de 15g/l a 20g/l até 20g/l até 20g/l até 40g/l

meio doce, meio de 20g/l a de 40g/l a


de 5g/l a 20g/l de 20g/l a 60g/l --
seco ou demi-sec 60g/l 80g/l

suave mais de 20g/l -- -- -- --

mais de
doce -- mais de 60g/l mais de 60g/l mais de 20g/l
80g/l

Rótulo para Vinhos Brasileiros


Devem ser previamente aprovados pelo MAPA, considerando-se os dizeres obrigatórios e facultativos abaixo
descritos.

Dizeres obrigatórios
Devem constar em caracteres visíveis e legíveis:
• o nome do produtor ou fabricante, do estandardizador ou padronizador, do envasador ou engarrafador e do
importador;
• o endereço do estabelecimento de industrialização ou de importação;
• o CNPJ da empresa produtora, fabricante ou estandardizadora;
• o número do registro do produto no MAPA;
• a denominação do produto, na parte frontal da rotulagem;
• a marca comercial;
• INGREDIENTES: relação de ingredientes conforme a composição principal;
• a expressão “Indústria Brasileira”, por extenso ou abreviada;
• o conteúdo, na parte frontal do rótulo, expresso na unidade correspondente de acordo com Portaria INMETRO
157/02;
• a graduação alcoólica, expressa em porcentagem de volume alcoólico;
• o grau de concentração e a forma de diluição, quando se tratar de produto concentrado;
• o grau de concentração acética, quando se tratar de vinagre;
• a identificação do lote ou da partida;
• o prazo de validade;

• frase de advertência quando bebida alcoólica. Para produtos com teor alcoólico acima de 13% vol., deve ser
apresentada a advertência: EVITE O CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL.
• “contém glúten” ou “não contém glúten”, conforme a Lei 10.674/03;

48
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

• informação nutricional obrigatória para bebidas não alcoólicas, conforme Resolução RDC 360/03;
• indicação do uso de aromas na rotulagem, conforme Informe Técnico 27/07.

Dizeres facultativos
Ainda com relação à rotulagem, é importante ressaltar as informações que seguem:

• Os rótulos do vinho e derivados do vinho e da uva destinados à exportação poderão ser escritos, no todo ou
em parte, no idioma do país de destino.

• A declaração superlativa de qualidade do produto deverá observar a classificação prevista no Padrão de


Identidade e Qualidade, considerando-se que hoje não existe regulamento para reserva, gran reserva, etc.

• No rótulo dos Vinhos poderá ser declarado o ano da safra, desde que devidamente comprovado.

• O Vinho Frisante deverá trazer no rótulo a palavra “Frisante” nas mesmas dimensões do termo “Vinho”.

• O Vinho Espumante Gaseificado deverá trazer no rótulo a palavra “Gaseificado” na mesma cor e dimensões
mínimas iguais à metade do maior termo gráfico usado para a palavra “Vinho”.

• O Vinho Espumante Natural poderá trazer no rótulo o método empregado na sua elaboração.

• Nos rótulos dos vinhos será permitida a utilização de expressões clássicas internacionalmente usadas, previstas
no regulamento desta Lei, bem como alusões a peculiaridades específicas do produto ou de sua elaboração.

• No rótulo do vinho fino será facultado o uso simultâneo da expressão ‘de mesa’.

• Para produtos envasados, somente poderá ter a denominação de determinada uva o vinho que contiver, no
mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) dessa variedade, sendo o restante de variedades da mesma espécie.

• Somente podem ser apresentadas qualificações definidas na legislação específica. Sem a definição legal não
se pode adjetivar os produtos.

• O rótulo não pode conter qualquer denominação, símbolo, figura, desenho ou qualquer indicação que possibilite
erro ou equívoco sobre a origem, natureza e composição do produto, nem atribuir-lhe finalidade ou característica
que não possua.
• Os modelos de rótulos devem ser encaminhados em escala 1:1 com as cores devidamente identificadas para
aprovação do MAPA.

• A declaração dos ingredientes deverá se apresentar de forma contínua, contendo todos os elementos utilizados,
incluindo os aditivos, do maior para o menor percentual.

• Na declaração dos aditivos deverão ser indicados a sua função principal e seu nome completo ou seu número
no INS (Sistema Internacional de Numeração - Codex Alimentarius FAO/OMS).

• Ressalvados a marca e os nomes consagrados pelo domínio público, o rótulo do produto nacional que contiver
texto em idioma estrangeiro deverá apresentar a respectiva tradução em português, com idêntica dimensão gráfica.

• A apresentação de qualquer expressão, inclusive na marca comercial, que qualifique o produto deverá observar
estritamente a classificação prevista no respectivo padrão de identidade e qualidade.

• A apresentação de qualquer expressão, inclusive na marca comercial, ou mesmo através de figuras, que vincule
o produto a alguma região de produção somente será permitida àqueles produtos comprovadamente produzidos
e engarrafados naquela região.

• A relação de ingredientes deve apresentar o açúcar adicionado para o adoçamento do produto. O açúcar
utilizado para correção fica dispensado de ser apresentado na relação de ingredientes do rótulo.

• Prazo de Validade: pode figurar como INDETERMINADO desde que figurem no rótulo instruções sobre a forma
correta de armazenamento para uma conservação adequada.

• Bebidas em embalagem PET não podem ter validade indeterminada.

49
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Rotulagem
Os modelos apresentados a seguir são meramente exemplificativos de um rótulo e contrarrótulo, contendo
informações obrigatórias e opcionais. Mas lembre-se: se inserir uma informação opcional, esta deverá ser verídica
e passível de comprovação.

Rótulo

Marca do vinho
Obrigatório

Variedade da uva
Opcional
Ano da safra
Opcional
Classe que designa o tipo de vinho
Obrigatório
Região Produtora Nome da região produtora
Opcional
Indicação graduação alcoólica

Obrigatório
Indicação quantitativa de volume

Obrigatório

Imagem meramente ilustrativa

50
Produzido e engarrafado por NNNN Ltda. Rua, nº Município - UF
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Região Produtora

Contrarrótulo
Razão social, CNPJ e endereço

Produzido e engarrafado por NNNN Ltda. Rua, nº Município - UF


Obrigatório
Brasil - CNPJ 00.000.000/0000-00

Registro do produto no MAPA sob nº UF 00000 00000-0 Registro do produto


Responsável técnico CRQ 00000000000/UF
Obrigatório
Graduação Alcoólica 12,5% Vol.
Responsável Técnico
Não contém glúten Ingredientes: fermentado de uva e conservante INS 220.

Obrigatório NÃO CONTÉM GLÚTEN Obrigatório


Validade
Validade: indeterminado, desde que conservado em local seco,
fresco e ao abrigo da luz e preferencialmente na posição
Composição

Obrigatório
horizontal.

Indústria Brasileira.
Obrigatório
Evite o consumo excessivo de álcool.
Frase de advertência
Indústria Brasileira
Obrigatório 0000
Obrigatório

Número do lote

Obrigatório

UFA!!!!

Parabéns! Você está com sua empresa devidamente aberta, legalizada e pronta para comercializar vinhos e
derivados da uva e do vinho!!!

Imagem meramente ilustrativa

51
TRIBUTOS
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

5 - Tributos
Aberta a empresa, feitos todos os registros, precisamos saber que tributos devem ser pagos. Neste sentido,
vamos apresentar de maneira bem objetiva como os tributos incidem não só no produto, mas na cadeia produtiva
da uva e do vinho. No caso abaixo foram usados como referenciais apenas os percentuais que incidem sobre o
vinho. Mas os tributos em si não diferem, salvo alguns casos de isenção – normalmente estaduais – para o suco
de uva.

A tributação é uma das formas que o Estado tem para arrecadar fundos que visam à manutenção de suas
despesas e programas governamentais. Ao mesmo tempo, possibilita a ingerência do Estado na economia
nacional, controlando a circulação interna de mercadorias, a renda, as importações e exportações.

Para se compreender a tributação brasileira, deve-se entender que esta incide de forma diferenciada em cada elo
da cadeia produtiva, além de haver tributos que incidem de forma transversal.

Há tributos que incidem:

• no cultivo, colheita e transporte da uva.

• na elaboração do vinho.

• na distribuição e comercialização.

De forma transversal, ainda, há tributos que incidem sobre a mão de obra utilizada, seja com relação aos encargos
trabalhistas, seja com relação à prestação de serviços por terceiros.

Além disso, cada país possui um sistema tributário próprio. No Brasil, como se trata de uma federação, há
tributos federais, estaduais e municipais. Isso não ocorre, por exemplo, no Chile e na França.

Neste sentido, a tributação incidente sobre os dois primeiros elos da cadeia produtiva (uva e vinho) serão diferentes
para cada país e formarão a base de cálculo dos tributos incidentes no terceiro elo (a comercialização).

Além disso, há tributos que são cumulativos e outros que são cobrados em cascata, pelo sistema de débito
e crédito. Isso depende da forma como a empresa faz a apuração do seu lucro: com base no lucro real ou
presumido. E há tributos que são calculados sempre pelo sistema de débito e crédito – como é o caso do ICMS.

Mas vamos primeiramente apresentar quais tributos são aplicados a cada elo da cadeia produtiva do vinho e
derivados da uva e do vinho.

5.1 Produtor rural


Sobre o Produtor Rural, em suas atividades voltadas para a viticultura, os tributos incidentes são o Imposto de
Renda - IR, o Funrural e o Imposto Territorial Rural - ITR. Isso por que, quando ele adquire insumos e outros
produtos, ele também paga no seu valor total ICMS, por exemplo. E sobre o seu carro ele paga também o IPVA.

5.2 Indústria
Sobre a Indústria (pessoa jurídica), incidem o Imposto de Importação, IPI, ICMS, PIS, Cofins, IR, CSLL, INSS
trabalhador, INSS empregador, Sesi, Senai, Sebrae, Salário Educação, SAT, IPTU ou ITR, CPMF e ISSQN. Além
disso, IPTU e o ITR – dependendo de onde se localizar a vinícola, e o IPVA sobre os automóveis.

54
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

5.3 Distribuição e varejo


Sobre a Distribuição para Pessoa Jurídica incidem o ICMS, PIS, Cofins, IR, CSLL, INSS trabalhador, INSS
empregador, Sesc, Senac, Sebrae, Salário Educação, SAT, IPTU, CPMF e ISSQN. Além disso, IPTU e o ITR –
dependendo de onde se localizar a vinícola, e o IPVA sobre os automóveis.

5.4 Custos
Deve ser ressaltado que o percentual final do tributo pago também varia em função dos custos de produção.
Geralmente empresas mais eficientes pagam menos tributos. O que são os custos de produção?

5.4.1 Elo da indústria


Primeiramente estão identificados os insumos para a fabricação de uma garrafa de vinho, seja ele vinho de mesa,
vinho fino ou vinho espumante.

Foram identificados os seguintes insumos, divididos em matéria-prima, materiais auxiliares e embalagem:

- matéria-prima: uva.

- materiais auxiliares: açúcar, enzima pectolítica, dióxido de enxofre, sorbato de potássio, tanino, celatom, levedura
seca, gelatina, sol de sílica, perlita, metabissulfito, fosfato de amônia, ácido tartárico, ácido ascórbico, anidrido
sulfuroso, Fermaid Lallemand, caseína láctica, ácido cítrico, Placa Filt K200, Placa Filt EK, outros.

- embalagem: cápsula, rótulo adesivo, contrarrótulo, colarinho, gaiola, rolha, garrafa, alça, caixa de papelão.

Sobre alguns destes itens incide Imposto de Importação. Sobre estes itens há crédito de ICMS e IPI, e para o
caso de empresas que trabalham com o lucro real, há crédito de PIS e Cofins de alguns insumos que compõem
os materiais auxiliares e a embalagem, e sobre uma base de cálculo reduzida da uva.

Os gastos com salários foram divididos em salário de contribuição e demais valores incidentes sobre a mão de
obra, tais como diária, transporte, alimentação, que não fazem parte do salário de contribuição e, portanto, não
compõem a base de cálculo dos tributos incidentes sobre este item. Sobre o salário de contribuição incidem o
INSS trabalhador, INSS empregado, Sesi, Senai, Sebrae, Salário Educação e SAT.

Por fim, foram identificados os gastos gerais com manutenção, depreciação, energia elétrica, produção e outros.
Sobre estes itens apenas há crédito de ICMS sobre o valor da energia elétrica para ser aproveitado posteriormente.

O somatório destes valores, inclusive os tributos incidentes sobre a mão de obra, forma o custo de uma garrafa
de vinho. A partir deste custo, para a formação do preço final em regra projeta-se, com base em dados de
algumas empresas da cadeia produtiva, um mark up de 65% a 125%. Deste mark up são deduzidos os tributos
a pagar, que incidem sobre a base de cálculo formada pelo custo + mark up: IPI, ICMS, PIS, Cofins, CPMF,
deduzidos os créditos de ICMS, PIS, Cofins e IPI. O valor restante forma a margem de contribuição da qual serão
deduzidas as despesas administrativas, financeiras, como valores referentes a marketing e a comissões sobre
vendas. Sobre as comissões incide o ISSQN. Deduzidos estes valores se tem o lucro, sobre o qual incidem o IR,
a sobretaxa de IR e a CSLL, que também são calculador por dentro do preço final da indústria.

5.4.2 Elo do distribuidor


O preço final da indústria é repassado para o elo do distribuidor, o qual traz os créditos de ICMS e, se a empresa
trabalhar com método do lucro real, de PIS e Cofins. Sobre este preço o distribuidor, segundo informações de
empresas distribuidoras da cadeia produtiva, lança um mark up em torno de 42%. Deste valor serão deduzidos
o frete, o ICMS incidente sobre o frete, o custo com vendas, a comissão e o ISSQN incidente sobre a comissão.
Também são deduzidos o ICMS, CPMF, PIS e Cofins, que têm sua base de cálculo no preço final do distribuidor
(preço final da indústria + mark up), descontados os créditos de ICMS e, quando for o caso, de PIS e Cofins.
Sobre o valor residual, que forma o lucro, incidem o IR e a CSLL.

55
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

5.4.3 Elo do varejo


O preço final do distribuidor é repassado para o elo do varejo, o qual traz também créditos de ICMS e, quando
for o caso, de PIS e Cofins. Sobre este preço, o varejo, segundo informações de empresas do varejo da cadeia
produtiva, lança-se um mark up em média de 60%. Deste valor são deduzidos o frete, o ICMS incidente sobre
o frete, o custo com amostra, marketing, administração, investimento, manutenção e pessoal, bem como os
tributos incidentes sobre o salário de contribuição do pessoal: INSS trabalhador, INSS empregador, Sesc, Senac,
Sebrae, Salário Educação e SAT. Também são descontados o ICMS, CPMF, PIS e Cofins, que têm sua base de
cálculo no preço final (preço da distribuição + mark up), descontados os créditos de ICMS e, quando for o caso,
de PIS e Cofins. Sobre o valor residual, que forma o lucro, incidem o IR e a CSLL.

Ressalte-se que, embora haja créditos de ICMS, PIS e Cofins, o consumidor final arca com a totalidade destes
tributos ao adquirir uma garrafa de vinho.

A tabela abaixo demonstra os tributos incidentes no Brasil, segundo a classificação acima citada, apresentando o
tributo, o fato gerador, o sujeito ativo, a base de cálculo e a alíquota – que pode ser alterada a qualquer momento.

SUJEITO
TRIBUTO FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA %
ATIVO

TRIBUTAÇÃO SOBRE AS VENDAS

Operação de circulação Interestadual


de mercadorias e serviços Valor da operação
relativa à circulação de Norte,
ICMS de transporte interestadual Estados No Estado Sul e
mercadoria, ou o preço Nordeste
Sudeste
e intermunicipal e de do serviço. Centro-Oeste
exceto ES
comunicação. e ES
AC 25% 12% 12%
AL 27% 12% 12%
AM 25% 12% 12%
AP 25% 12% 12%
BA 27% 12% 12%
CE 27% 12% 12%
DF 27% 12% 12%
ES 27% 12% 12%
GO 25% 12% 12%
MA 25% 12% 12%
MG 12% 7% 12%
MS 25% 12% 12%
MT 25% 12% 12%
PA 30% 12% 12%
PB 27% 12% 12%
PE 27% 12% 12%
PI 27% 12% 12%
PR 29% 7% 12%
RJ 26% 7% 12%
RN 27% 12% 12%
RS 17% 7% 12%
RO 25% 12% 12%
RR 25% 12% 12%
SC 25% 7% 12%
SE 25% 12% 12%
SP 25% 7% 12%
TO 25% 12% 12%

56
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Produtos nacionais, a
base de cálculo é preço
NCM 22.04 - Impostos por classe (A-Z).
do produto, acrescido
IPI Industrializar produto; União Pago por unidade comercializada variando
do valor do frete e
desde A – R$ 0,11 a Z – R$ 13,38.
das demais despesas
acessórias.

Produtos de procedência
estrangeira: o valor que
servir de base para o
cálculo dos tributos
aduaneiros, acrescido
Desembaraço aduaneiro do montante desses
IPI de produto de procedência tributos e dos encargos
estrangeira. cambiais efetivamente
pagos pelo importador ou
dele exigíveis e o preço
do produto, acrescido
do valor do frete e das
demais despesas.

Faturamento. Submissão
ao regime de tributação
com base no lucro real, 1,65 % sobre o faturamento
incidência de forma não
Auferir renda com a venda de
cumulativa.
bens e serviços nas operações
PIS por conta própria ou alheia, União
Faturamento. Submissão
e todas as demais receitas
ao regime de tributação
auferidas pela pessoa jurídica.
com base no lucro
0,65% sobre o faturamento
presumido; o tributo
incidirá de forma
cumulativa.

Faturamento. Submissão
ao regime de tributação
com base no lucro real, 7,6% sobre o faturamento
incidência de forma não
Auferir renda com a venda de
cumulativa.
bens e serviços nas operações
Cofins por conta própria ou alheia, União
Faturamento. Submissão
e todas as demais receitas
ao regime de tributação
auferidas pela pessoa jurídica.
com base no lucro
3,0% sobre o faturamento
presumido; o tributo
incidirá de forma
cumulativa

Comercialização da produção do Receita bruta proveniente


2% incidente sobre a receita bruta +
Funrural produtor rural, seja ele pessoa União da comercialização da
0,1% incidente sobre a receita bruta.
física ou jurídica. produção rural

Movimentar ou transmitir
valores, créditos e direitos
de natureza financeira, por
O valor do lançamento
qualquer operação liquidada
ou outra forma de
ou lançamento realizado por
movimentação ou
CPMF instituições financeiras, que União 0,038% sobre o valor movimentado.
transmissão de valores
representem circulação escritural
entre contas, a liquidação,
ou física de moeda, e de que
o pagamento, etc.
resulte ou não transferência da
titularidade dos mesmos valores,
créditos e direitos.

Valor da prestação do
ISSQN Prestar service Município Até 5%
serviço

57
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

TRIBUTAÇÃO SOBRE CUSTOS E DESPESAS

Prestação de serviço remunerado por União - Somatório da folha de pagamento


INSS
parte de pessoa física contratada pela da empresa com base no salário- 20%
Empregador INSS
empresa. de-contribuição.

7,65%
INSS União - 8,65%
Exercer atividade remunerada. Salário-de-contribuição.
Trabalhador INSS 9,00%
11,00%

1%
2%
Prestação de serviço remunerado por Somatório da folha de pagamento
União – 3%
SAT parte de pessoa física contratada pela da empresa com base no salário-
INSS mais
empresa, em virtude do risco. de-contribuição.
6%, 9% ou 12% se
for o caso

Prestação de serviço remunerado por


Somatório da folha de pagamento
parte de pessoa física contratada pela União –
Sesi /Sesc da empresa com base no salário- 1,5%
empresa, por se tratar de indústria (SESI) Sistema S
de-contribuição.
ou comércio (SESC)

Prestação de serviço remunerado por


Senai/ Somatório da folha de pagamento
parte de pessoa física contratada pela União –
da empresa com base no salário- 1%
Senac empresa, por se tratar de indústria (SENAI) Sistema S
de-contribuição.
ou comércio (SENAC)

Prestação de serviço remunerado por Somatório da folha de pagamento


União –
Sebrae parte de pessoa física contratada pela da empresa com base no salário- 0,6%
Sistema S
empresa. de-contribuição.

Salário- Prestação de serviço remunerado por Somatório da folha de pagamento


União –
parte de pessoa física contratada pela da empresa com base no salário- 2,5%
educação INSS
empresa. de-contribuição.

IPTU Ser proprietário de bem imóvel urbano. Município Valor venal do imóvel

Entrada da mercadoria importada no 27% para NCM


II União Valor aduaneiro da mercadoria
território nacional. 2204

Ter a propriedade, o domínio útil ou a


Valor da Terra Nua Tributável,
posse do imóvel por natureza, e localizado
ITR União combinado com o tamanho do De 0,3% à 20%.
fora da zuna urbana do Município, no dia
imóvel e o grau de utilização.
1º de cada ano.

TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO

Lucro Real auferido no período de 15% sobre a base


apuração de cálculo
Auferir renda ou proventos de qualquer
IR União
natureza. Lucro Presumido: 8% sobre
15% sobre a base
receita bruta auferida no período
de cálculo
de apuração

Lucro Real auferido no período de 9% sobre a base


apuração de cálculo
Auferir renda ou proventos de qualquer
CSLL União
natureza. Lucro Presumido: 12% sobre
9% sobre a base
receita bruta auferida no período
de cálculo
de apuração

(atualizado até jan 2012, com base em estudo elaborado por Maja Consultoria Ltda para o IBRAVIN)

58
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

59
COOPERATIVA
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

6 - Cooperativa3
Dentre os diversos tipos de pessoas jurídicas que podemos utilizar para legalizar a produção de vinho, uma
das mais interessantes é a criação de uma Cooperativa. Todavia, esta não é uma pessoa jurídica comum. Sua
concepção tem toda uma história que precisa ser conhecida para que se possa compreender quando e onde
pensar em organizar uma Cooperativa.

6.1 - Origem do cooperativismo moderno


A Revolução Industrial, ocorrida a partir de 1760, é considerada como um marco na história recente, consistindo
no uso de máquinas em substituição às atividades artesanais. Com um conjunto de mudanças tecnológicas que
resultou em alterações sociais e econômicas, em pouco tempo os artesãos que dominavam todo o processo de
produção e o faziam em sua residência, passam a ser substituídos por barracões, com máquinas instaladas para
uma produção em série, onde trabalhadores assalariados, dentre eles homens, mulheres e crianças, passaram a
trabalhar até 16 horas por dia, em condições precárias de higiene, segurança e salubridade. A baixa remuneração
dos trabalhadores e o acúmulo de capital pelos detentores das máquinas fizeram com que a distribuição da
renda fosse cada vez mais desigual, resultando em uma concentração desta para os donos dos meios de
produção – as indústrias.

Neste período, na cidade de Rochdalle – Inglaterra, um grupo composto de 28 tecelões e denominado Sociedade
dos Probos Pioneiros de Rochdalle, buscou criar uma forma alternativa de trabalhar e gerar renda, sem exploração
da mão de obra e dividindo a propriedade do capital, com base na filosofia de Robert Owen de respeito ao ser
humano.

É nesta experiência que se baseia o cooperativismo moderno, sendo que este grupo, durante um ano, reuniu-se
para discutir a forma de como seria esta Cooperativa, quanto aos direitos, deveres, princípios, capitalização etc.
As Cooperativas de hoje são um reflexo deste trabalho.

Este grupo tinha como objetivo melhorar as condições sociais de seus membros, mediante a economia de um
capital formado por ações de uma libra esterlina, para colocar em prática os seguintes projetos:

a) abrir um armazém para o fornecimento, entre eles, de gêneros alimentícios, vestuários, etc.;

b) comprar ou construir casas para os membros que quisessem ajudar-se mutuamente, a fim de melhorar as
condições de vida;

c) fabricar artigos que os associados julgassem convenientes, com o objetivo de proporcionar trabalho aos
membros desempregados ou com salários insuficientes;

d) organizar a produção, a distribuição de bens e a educação com seus próprios recursos – organizar uma
colônia autônoma em que todos os interesses e resultados fossem comuns. A Sociedade deveria auxiliar outras
sociedades Cooperativas que desejassem fundar colônias semelhantes;

e) a Sociedade deveria abrir, em um dos seus locais, um estabelecimento de temperança (um local onde
aprendessem a se corrigir de vícios, como o alcoolismo).

Este é o espírito do cooperativismo: a solidariedade.

3
Item elaborado por Benhur Cazarolli e Kelly Lissandra Bruch.

62
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

6.2 - Conceitos
Para compreender o cooperativismo, alguns conceitos são importantes.

COOPERAR: praticar ações em conjunto com outras pessoas, com o mesmo objetivo, na busca de resultados
comuns a todos, superando as dificuldades individuais.

COOPERADO: toda a pessoa associada a uma Cooperativa, que participa das atividades econômicas, através
da ajuda mútua.

COOPERAÇÃO: ação de cooperar.

Cooperativa: associação de pessoas que se organizam, espontaneamente, para defender seus interesses
econômicos, através da participação democrática, da ajuda mútua e da economia solidária. É uma empresa para
dar sustentação organizacional e prestar serviços aos seus associados, levando em consideração os princípios
de respeito, confiança, honestidade e igualdade, independentemente do capital de cada um. Tem um objetivo
final de proporcionar melhores condições de trabalho, produção e justiça, e, além de tudo, melhoria da qualidade
de vida de todos.

Em resumo: a Cooperativa é ao mesmo tempo uma empresa e uma associação de pessoas. Como empresa é
uma unidade de produção que procura compatibilizar da melhor forma possível os diversos fatores de produção,
visando maximizar a geração de produtos e de serviços, com vistas não ao lucro, mas ao melhor atendimento
dos associados. Como associação de pessoas é um grupo social que se articula e se estrutura para proporcionar,
através do processo de cooperação, uma série de serviços que atendam às necessidades de todos.

6.3 - Fundamentos do cooperativismo


O cooperativismo tem cinco fundamentos básicos.

HUMANISMO: respeitar as pessoas pela sua capacidade de participar, opinar, produzir e agir no interesse
coletivo. Tem valor o “ser”, e não o “ter”.

LIBERDADE: a liberdade se concretiza na prática da democracia, que possibilita a todos participar das escolhas
e das decisões coletivas.

IGUALDADE: esta participação democrática só é válida quando a todos são dados os mesmos direitos e as
mesmas obrigações, sem qualquer tipo de distinção ou discriminação.

SOLIDARIEDADE: a liberdade e a igualdade só se completam com a ajuda mútua que se constrói com uma
economia solidária e coletiva, baseada na solidariedade.

RACIONALIDADE: o uso da ciência e da tecnologia no cooperativismo deve ser motivo de emancipação,


possibilitando a todos uma vida plena.

6.4 - Princípios do cooperativismo


No cooperativismo, devem ser respeitados os princípios citados abaixo.

ADESÃO LIVRE E VOLUNTÁRIA: ninguém é obrigado a aderir a uma Cooperativa, sendo ela aberta a todos que
desejem participar, sem distinção de sexo, cor, classe social ou opção religiosa. Mas antes de participar, a pessoa
deve conhecer a organização e decidir se tem condições e quer cumprir os acordos que serão estabelecidos pela
maioria – aprender a viver em coletividade é fundamental.

GESTÃO DEMOCRÁTICA: todos os associados são livres para dar opiniões dentro da organização da
Cooperativa, sendo que uma das finalidades do controle democrático é que a Assembleia Geral assuma toda

63
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

a autonomia sobre os destinos da Cooperativa. E a participação se dá pelo número de pessoas, e não pela
quantidade de capital que cada uma possui: um voto uma pessoa.

PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA DOS MEMBROS: o cooperativismo não é assistencialismo, filantropia ou


paternalismo. Assim, os sócios contribuem e recebem na mesma proporção e controlam democraticamente
o capital da Cooperativa. Se a Cooperativa é bem administrada e obtém uma receita maior que as despesas,
esses rendimentos serão divididos entre os sócios até o limite do valor da contribuição de cada um. Se, todavia,
ela é mal administrada e sua receita foi menor que as despesas, essas perdas também serão divididas entre os
cooperados.

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: a Cooperativa é controlada pelos seus associados, que são os donos dela.
Assim, ela não poderá fazer nenhum acordo com outras empresas ou instituições que mude isso.

EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: um dos objetivos da Cooperativa é educar e formar seus


associados, destinando recursos para isso, com a finalidade de que estes possam compreender e utilizar a
ciência e a tecnologia em favor de todos, seja para o uso de equipamentos, seja para técnicas adequadas para
sua gestão. A Cooperativa também deve informar o público sobre o que é o cooperativismo, multiplicando assim
esta semente solidária.

INTERCOOPERAÇÃO: as Cooperativas devem se ajudar mutuamente, assim como seus associados, pois esta
é a lógica da cooperação, possibilitando o intercâmbio de informações, produtos e serviços, buscando assim um
menor custo nas operações e uma maior eficiência na organização.

INTERESSE PELA COMUNIDADE: a comunidade é parte integrante das Cooperativas e estas devem trabalhar
para o bem-estar de todos, especialmente por meio de atuações socioculturais, realizadas em parceria com
todos que queiram participar.

6.5 - Significado do símbolo do cooperativismo

PINHEIRO: o pinheiro tem facilidade de se multiplicar e permanece em regiões de neve, sem perder as folhas,
sendo um antigo símbolo da fecundidade, perseverança e da imortalidade.

DOIS PINHEIROS: ajuda mútua, cooperação e solidariedade, pois não se faz nada sozinho.

CÍRCULO: o mundo, que tudo contém e tudo abrange, a eternidade da vida que não tem horizonte final. O
círculo é também considerado o símbolo da perfeição, assim como o cooperativismo, que pretende ser melhor
que os demais sistemas.

64
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

COR VERDE: natureza, vida e esperança.

COR AMARELA: o sol, fonte inesgotável de energia, calor, luz e vida.

65
A ORGANIZAÇÃO DE
UMA COOPERATIVA
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

7 - A organização de uma Cooperativa


Compreendidos seus fundamentos e aceitos os seus princípios, é hora de saber como se faz para constituir uma
Cooperativa.

Uma Cooperativa compreende a união de um grupo de no mínimo 20 pessoas, com um objetivo econômico
comum. Este pode ser, por exemplo, a elaboração de vinhos.

Para fundar uma Cooperativa, é necessário que este grupo se reúna em uma Assembleia Geral de Fundação
e estabeleça seu Estatuto Social, ou seja, as regras que todos irão cumprir para permitir o funcionamento das
atividades econômicas e sociais da Cooperativa. As regras para esta organização estão previstas, no Brasil, na
Lei 5.764/1971 – chamada de Lei Cooperativista, juntamente com o Código Civil, nos seus artigos 1.093 a 1.096.

7.1 - A constitução de uma Cooperativa


Para constituir a Cooperativa é necessário fazer uma reunião com todos os interessados, com as seguintes
finalidades:

- escolher alguém para coordenar os trabalhos;

- determinar os objetivos da Cooperativa – o que ela vai fazer;

- analisar se a Cooperativa é a solução mais adequada;

- definir condição de admissão, demissão e exclusão de associados;

- estabelecer capital e valor mínimo das quotas-partes para subscrição dos cooperados;

- definir forma de devolução das sobras líquidas e rateio das despesas;

- estabelecer normas para administração e fiscalização da Cooperativa;

- definir os interessados dispostos a cooperar;

- escolher uma comissão para elaborar uma proposta de Estatuto Social da Cooperativa com base no que foi
discutido;

- após a elaboração, distribuir para os interessados uma cópia da proposta de estatuto para que a estudem,

- realizar novas reuniões para discussão de todos os itens, até se chegar a um acordo comum.

- acordado o conteúdo do Estatuto, a comissão deve convocar as pessoas interessadas para a Assembleia
Geral de Constituição da Cooperativa, em hora e local determinado, encaminhando este aviso para todos os
interessados.

7.2 - A realização da Assembleia Geral de constituição


Todos os interessados devem comparecer a esta Assembleia Geral. O coordenador da comissão que elaborou o
Estatuto deve fazer a abertura da assembleia e pedir para os presentes escolherem um presidente dos trabalhos,
e o presidente deve escolher um secretário para lhe auxiliar.

Abertos os trabalhos:

- o secretário deve fazer a leitura da proposta de estatuto social da Cooperativa;

- os presentes podem discutir e propor sugestões de emendas ao estatuto;

- as emendas, colocadas em votação e aprovadas, são incluídas na proposta do estatuto;

- todos de acordo com o texto do Estatuto, o mesmo é votado na Assembleia.

68
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Aprovado o Estatuto, vamos para a segunda parte. Como em toda organização, é necessário que algumas
pessoas sejam escolhidas para conduzir a administração da Cooperativa. Assim, é necessário que sejam eleitos
os seguintes componentes:

- do conselho de administração – em número previsto no Estatuto, pelo menos presidente, vice-presidente e


secretário.

- do conselho fiscal – três titulares e três suplentes.

Se os cooperados entenderem necessários, outros órgãos poderão ser criados e seus participantes eleitos.

A eleição para os cargos deve se dar por meio do voto de todos os presentes. Dentre os membros do conselho
de administração será escolhido o presidente do conselho – para coordenar as ações; o vice-presidente – para
substituí-lo eventualmente, e o secretário.

Terminada a eleição, devem ser decididos os próximos passos para a constituição formal da Cooperativa.

Uma ata deve ser feita pelo Secretário, contendo tudo que aconteceu nesta Assembleia, inclusive o Estatuto
aprovado, sendo que a ata deverá ser assinada por todos os presentes e, posteriormente, rubricada e assinada
por um advogado.

7.3 – Organização interna de uma Cooperativa


A organização de uma Cooperativa deve estar clara em seu Estatuto. Por lei alguns órgãos são obrigatórios, e a
hierarquia entre eles também. Assim, são obrigatórios: a realização anual de Assembleia Geral Ordinária – órgão
superior, e de Extraordinária, sempre que necessário; a existência de um Conselho de Administração e de um
Conselho Fiscal. É aconselhável que exista um órgão executivo, para colocar em prática o que foi decidido pelos
demais, no dia-a-dia da Cooperativa. Os órgãos se organizam da seguinte forma:

Assembleia Todos os cooperados devem participar

Decide em última instância sobre

Ordinária
todos os assuntos da Cooperativa
Extraordinária

Três titulares e três suplentes

Conselho Fiscaliza o funcionamento da Cooperativa,


o Conselho de Administração e a Direção
Fiscal Executiva

Conselho de
Presidente, Vice-Presidente, Secretário e
outros membros

Administração Administra a Cooperativa com base nas


deliberações da Assembleia Geral

Direção Uma ou mais pessoas, cooperadas ou não

Executiva Tratam do dia a dia da Cooperativa e da


execução da administração

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

7.3.1 Estatuto social


É o instrumento que regula o funcionamento das atividades econômicas e sociais da Cooperativa, e deverá estar
em conformidade com a lei 5764/71, Lei Cooperativista. No Estatuto devem estar previstos e regulados os itens
que seguem.

7.3.1.1 Identificação da Cooperativa


- denominação (nome, sendo que deve ser formado com a expressão “Cooperativa”);

- sede (endereço de onde esta deve se localizar);

- prazo de duração (normalmente é por período indeterminado);

- área de ação (por exemplo: agroindústria);

- objeto da sociedade (por exemplo: produção de vinhos e derivados);

- fixação do exercício social (normalmente coincide com o ano civil, ou seja, 1º de janeiro a 31 de dezembro);

- fixação da data do levantamento do balanço geral.

7.3.1.2 Associados da Cooperativa


- os direitos e deveres dos associados;

- natureza de suas responsabilidades (se LTDA ou Ilimitada);

- condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão;

- normas para sua representação nas assembleias gerais;

- número mínimo de 20 associados (pessoas físicas);

- adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços;

- área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação de


serviços;

- prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da Cooperativa.

7.3.1.3 Capital da Cooperativa


- capital mínimo;

- valor da quota-parte;

- mínimo de quotas-partes a ser subscrito pelo associado;

- modo de integralização das quotas-partes.

- condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão do associado;

- variabilidade do capital social representado por quotas-partes;

- limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, o estabelecimento de
critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;

- impossibilidade de cessão das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

7.3.1.4 Fluxo financeiro da Cooperativa


- forma de devolução aos associados das sobras registradas ou do rateio das perdas apuradas por insuficiência
de contribuição para cobertura das despesas da sociedade;

- retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo
deliberação em contrário da Assembleia Geral.

7.3.1.5 Forma de administração da Cooperativa


- modo de administração e criação dos órgãos para isso (Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, Conselho
de Administração, Direção Executiva);

- modo de fiscalização e criação do órgão correspondente (Conselho Fiscal);

- definição de suas atribuições, poderes e funcionamento;

- representação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele;

- prazo do mandato (Conselho Fiscal: um ano; Conselho de Administração: máximo quatro anos);

- processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais.

7.3.1.6 Regulação das assembleias gerais


- formalidades de convocação das assembleias gerais;

- maioria requerida para a sua instalação e validade de suas deliberações;

- quórum para o funcionamento e deliberação da Assembleia Geral baseado no número de associados e não no
capital;

- é vedado o direito de voto aos que nelas tiverem interesse particular sem privá-los da participação nos debates;

- singularidade de voto, podendo as Cooperativas centrais, federações e confederações de Cooperativas, com


exceção das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da proporcionalidade.

7.3.1.7 Disposições gerais


- casos de dissolução voluntária da sociedade;

- modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da sociedade;

- modo de reformar o estatuto;

- previsão dos fundos de reserva (FR) e Assistência Técnica Educacional e Social (Fates);

- previsão de indivisibilidade dos Fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional e Social (Fates);

- constituição de outros fundos julgados necessários;

- neutralidade política e não discriminação religiosa, racial e social.

Em anexo, você pode encontrar um modelo de Estatuto que poderá servir de base para iniciar a discussão sobre
sua elaboração, bem como modelos dos demais documentos que são mencionados na sequência.

71
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

7.3.2 Assembleias Gerais


A Assembleia Geral é o órgão supremo da sociedade, dentro dos limites legais e estatutários, tendo poderes para
decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade e para tomar as resoluções convenientes ao desenvolvimento
e defesa desta. Suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes.

Devem ser previstos dois tipos de Assembleia: a Assembleia Geral Ordinária e a Assembleia Geral Extraordinária.

7.3.2.1 Assembleia Geral Ordinária


A Assembleia Geral Ordinária, realizada obrigatoriamente todos os anos, nos três primeiros meses após o término
do exercício social (31 de dezembro), deve tratar dos seguintes assuntos, que deverão constar da ordem do dia:

I – prestação de contas dos órgãos de administração, acompanhada de parecer do Conselho Fiscal,


compreendendo:

a) relatório da gestão;

b) balanço;

c) demonstrativo das sobras ou das perdas.

II – destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas, deduzindo-se no primeiro caso, as parcelas para os
fundos obrigatórios;

III – eleição dos componentes do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal e de outros, quando for o
caso;

IV – quando previsto, a fixação do valor dos honorários, gratificações e cédula de presença dos membros do
Conselho de Administração ou da Diretoria e do Conselho Fiscal;

V – quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os de competência da Assembleia Geral Extraordinária.

7.3.2.2 Assembleia Geral Extraordinária


A Assembleia Geral Extraordinária realiza-se sempre que necessário e pode deliberar sobre qualquer assunto de
interesse da sociedade, desde que mencionado no edital de convocação.

É da competência exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária deliberar sobre os seguintes assuntos, para os
quais são necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes, para tornar válidas as deliberações:

I - reforma do estatuto;

II - fusão, incorporação ou desmembramento;

III - mudança do objeto da sociedade;

IV - dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidantes;

V - contas do liquidante.

7.3.2.3 Edital de convocação


As Assembleias Gerais serão convocadas através de Edital Específico, com antecedência mínima de 10 (dez)
dias, com três convocações consecutivas, com um intervalo mínimo de uma hora entre uma chamada e outra.

Para a instalação da Assembleia Geral em primeira convocação, será necessária a presença de 2/3 dos
associados em condições de votar. Em segunda convocação, será necessária a presença da metade mais um
dos associados; em terceira convocação, a Assembleia Geral é instalada com a presença de no mínimo 10 (dez)
associados.

72
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Os editais devem ser afixados em locais frequentados pelos associados, publicados em jornal de circulação
regional ou enviados aos associados por qualquer outro meio que comprove o recebimento dos mesmos.

A Cooperativa deverá guardar o original de todos os meios utilizados para divulgar o edital, a fim de comprovar
a sua divulgação.

7.3.2.4 Quem pode convocar a assembleia


a) o presidente da Cooperativa (que é o presidente do Conselho de Administração), ou na falta dele qualquer
outro integrante do Conselho de Administração;

b) o Conselho Fiscal;

c) um quinto (1/5) dos associados, caso ocorram fatos graves sem a devida atenção dos órgãos administrativos.

7.3.3 Conselho de administração


Segundo a Lei das Cooperativas, a sociedade Cooperativa deve ser administrada por um Conselho de
Administração, composto exclusivamente de associados eleitos pela Assembleia Geral, com mandato nunca
superior a quatro anos, e sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho a cada
eleição.

Não poderão fazer parte do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, concomitantemente, parentes até
segundo grau em linha reta ou colateral.

Sua finalidade é administrar a Cooperativa, com base nas deliberações das Assembleias Gerais, que devem
refletir a vontade dos associados.

7.3.4 Conselho fiscal


Órgão de aferição, acompanhamento, avaliação e de averiguação, eleito para acompanhar permanentemente o
desempenho da Cooperativa, dos associados e dos dirigentes. Tem a obrigação de trabalhar com eficiência e
correção.

O Conselho Fiscal é eleito pela Assembleia, sendo formado por três titulares e três suplentes, com mandato
de um ano. Seus membros respondem social, civil e legalmente por seus atos. Em sua primeira reunião os
conselheiros efetivos escolhem entre si o presidente e o secretário do conselho fiscal.

7.3.4.1 Atribuições
- Conferir mensalmente o saldo de numerário existente em caixa, verificando se o mesmo está dentro dos limites
estabelecidos;

- Verificar se os extratos de contas bancárias conferem com a escrituração da Cooperativa;

- Verificar se os montantes das despesas e inversões realizadas estão de conformidade com os planos e decisões
da diretoria e aprovados pela Assembleia;

- Verificar se as operações realizadas e os serviços prestados correspondem em volume, quantidade e valor, às


previsões feitas e às conveniências econômico-financeiras da Cooperativa;

- Certificar se a diretoria vem se reunindo regularmente e se existem cargos vagos na sua composição;

- Averiguar se existem reclamações de associados quanto aos serviços prestados;

- Verificar se o recebimento dos créditos é feito regularmente e se os compromissos são atendidos com
pontualidade;

- Averiguar se há problemas com empregados;

73
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

- Certificar se há exigências ou deveres a cumprir junto a autoridades fiscais, trabalhistas ou administrativas, bem
como junto aos órgãos do cooperativismo;

- Averiguar se os estoques de materiais, equipamentos e outros estão corretos, bem como se os inventários
periódicos ou anuais são feitos com observância de regras próprias;

- Dar conhecimento expresso à diretoria e quando necessário, à Assembleia Geral, das conclusões de seus
trabalhos, apontando a esta as irregularidades constatadas;

- Estudar os balancetes e outros demonstrativos mensais e o balanço, emitindo parecer sobre estes para a
Assembleia Geral;

- Convocar Assembleia Geral quando ocorrerem motivos graves e urgentes, comunicando, se necessário, aos
órgãos competentes.

7.3.5 O capital social nas Cooperativas


Para tornar possível a manutenção e promover o desenvolvimento dos serviços que a empresa Cooperativa deve
prestar aos associados, é preciso incentivar a capitalização, pois, como donos da Cooperativa, os cooperados
devem assumir de fato esta condição e aplicar capital na empresa que lhes pertence, para investir, fortalecer o
capital de giro e evitar a dependência de capital de terceiros.

Toda empresa, para poder se estabelecer, funcionar, se desenvolver, necessita de capital. A Cooperativa também
é uma empresa e portanto necessita deste capital, que poderá ser em dinheiro ou algum bem que possa ser
aproveitado na atividade da Cooperativa.

Para a Cooperativa funcionar, cada sócio contribuirá com uma parte deste capital, chamado de quota-parte. Esta
contribuição servirá para a Cooperativa se organizar, investir, adquirir bens, enfim, começar a operar.

O valor das quotas-parte e a forma de sua integralização serão determinados por todos os sócios em Assembleia
Geral, e será definido no estatuto da Cooperativa conforme a legislação.

7.3.6 Fundos
As Cooperativas são obrigadas a constituir os seguintes fundos:

1 – Fundo de Reserva, destinado a reparar perdas e atender ao desenvolvimento de suas atividades, constituído
com 10% (dez por cento) pelo menos das sobras líquidas do exercício;

2 – Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), destinado à prestação de assistência aos
associados e seus familiares, constituído de 5% (cinco por cento) pelo menos das sobras líquidas do exercício.

Além dos fundos obrigatórios, os cooperados poderão criar outros fundos que deverão trazer benefícios para
todos, como por exemplo:

- Fundo de capitalização, para o qual é descontado um percentual da produção do associado, destinado à


ampliação dos negócios da Cooperativa. Este fundo será indivisível;

- Fundo de descanso anual;

- Fundo de auxílio à saúde;

- Fundo de apoio às famílias;

- Fundo de educação.

O objetivo destes fundos é beneficiar a todos os cooperados em áreas específicas; portanto, devem ser criados
conforme a realidade de cada Cooperativa.

74
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

7.3.7 Direitos e deveres dos associados


Para que uma Cooperativa funcione, todos devem assumir obrigações e ter seus direitos estabelecidos, os quais
deverão ser respeitados por todos reciprocamente.

7.3.7.1 Direitos dos associados


- Frequentar as Assembleias Gerais, decidindo pelo voto os assuntos de interesse da sociedade;

- Votar e ser votado para cargos administrativos fiscais e outras funções;

- Propor ao Conselho de Administração ou às Assembleias Gerais medidas de interesse da Cooperativa;

- Demitir-se da Cooperativa quando lhe convier;

- Realizar com a Cooperativa as operações que constituam seus objetivos;

- Solicitar, por escrito, quaisquer informações sobre os negócios da Cooperativa bem como consultar os livros e
peças de Balanço Geral e outros documentos que julgar necessários;

- Convocar, juntamente com outros associados, a Assembleia Geral;

- Destituir os administradores ou conselheiros, em Assembleia Geral;

- Retirar suas quotas-partes ao sair da Cooperativa, conforme Estatuto Social;

- Receber retorno das sobras, proporcionais às suas operações.

7.3.7.2 Deveres dos associados


- Subscrever e integralizar as quotas-partes de capital nos termos do Estatuto e contribuir com as taxas de
serviços e de encargos operacionais que forem estabelecidos;

- Cumprir as disposições da Lei de Cooperativas e todas as demais que se aplicarem a sua ação, as do Estatuto
da Cooperativa e respeitar as resoluções tomadas pelo Conselho de Administração e as deliberações das
Assembleias Gerais;

- Satisfazer pontualmente seus compromissos para com a Cooperativa, dentre os quais o de participar ativamente
de sua vida societária e empresarial;

- Participar das perdas do exercício, proporcionalmente às operações que realizou com a Cooperativa, se o
Fundo de Reserva não for suficiente para cobri-las;

- Prestar à Cooperativa esclarecimentos sobre suas atividades relacionadas com os objetivos sociais, notadamente
em relação a INSS e ISS;

- Acusar o seu impedimento nas deliberações sobre qualquer operação em que tenha interesse oposto da
Cooperativa;

- Levar ao conhecimento do Conselho de Administração e/ou do Conselho Fiscal a existência de qualquer


irregularidade que atente contra a Lei e o Estatuto;

- Zelar pelo patrimônio moral e material da sociedade Cooperativa;

- Estimular a integração da Cooperativa com o movimento cooperativista;

– Buscar a capacitação profissional para o desempenho de suas atividades.

75
PERGUNTAS E
RESPOSTAS
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

8 - Perguntas e respostas
Esta seção foi organizada para auxiliá-lo nas principais dúvidas sobre como constituir, administrar e – quando for
o caso – encerrar o funcionamento de uma Cooperativa.

O que é preciso saber para constituir uma Cooperativa


1 - O que é uma Cooperativa?

É uma sociedade de pessoas, maiores, plenamente capazes, com 18 anos ou a partir de 16 emancipados
(pelos pais, responsáveis ou pelo casamento), que permite a produção, compra e venda de produtos e serviços
coletivamente.

2 - Qual a vantagem de pertencer a uma Cooperativa?

São muitas as vantagens: o coletivo proporciona de forma mais ágil a solução de problemas que individualmente
eu não conseguiria ou não seria economicamente viável. Permite o marketing compartilhado. Proporciona o
acesso a mercados que individualmente não seriam contemplados, por fatores diversos, tais como mix de
produtos, quantidade, regularidade de entrega, etc.

3 - Eu sou fornecedor, empregado ou dono da Cooperativa?

Na condição de sócio, sou dono da Cooperativa e, nesta condição respondo pelos meus deveres e tenho meus
direitos.

4 - De quem é a Cooperativa?

A Cooperativa é de todos os associados, indistintamente.

5 - Como se monta uma Cooperativa?

Constitui-se uma Cooperativa inicialmente verificando a necessidade do grupo e seus objetivos. Definido que a
forma coletiva de organização será Cooperativa, precisamos: escrever um estatuto onde constem os objetivos
(objeto) da sociedade, capital social e sua forma de integralização, mandato dos conselheiros de administração;
montar um regimento interno das regras de seu funcionamento; realizar uma assembleia geral de constituição,
escrever a ata de constituição e registrar o estatuto e ata na junta comercial.

6 - Quais os requisitos mínimos para se constituir uma Cooperativa?

Ter no mínimo 20 pessoas físicas com os mesmos objetivos e necessidades, um local para seu funcionamento,
contador responsável, capital mínimo para manter as atividades iniciais e vontade de trabalhar de forma coletiva.

7 - Precisa ter endereço e sede própria, especialmente para pedir o alvará de funcionamento?

É imprescindível o endereço em local que seja concedido alvará pelo poder público. É necessário prestar atenção
ao fato de que em alguns municípios existem áreas estritamente residenciais onde não são concedidos alvarás
para pessoas jurídicas.

8 - Precisa ter inscrição municipal?

Sim.

9 - Precisa ter inscrição estadual?

Sim.

10 - Precisa ter inscrição Federal (CNPJ)?

Sim.

78
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

11 - Quem pode fazer parte de uma Cooperativa? Uma pessoa menor de idade pode fazer parte?

Qualquer pessoa maior e capaz pode fazer parte de uma Cooperativa. Todavia, entre 16 anos e 18 anos a pessoa
precisa ser emancipada para poder contrair direitos e obrigações.

12 - Quantas pessoas são necessárias para formar uma Cooperativa?

No mínimo 20 pessoas.

13 - O que é a ata de fundação? O que ela deve conter?

Na Ata de fundação devem constar o local e hora de realização da Assembleia, nome e identificação (completa)
de todos os sócios, objeto da sociedade, nome dos eleitos para os órgãos de administração (Conselho
Administrativo e Conselho Fiscal) e mandato, declaração de desimpedimento dos associados e eleitos, endereço
da Cooperativa e, claro, o Estatuto Social aprovado pela Assembleia.

14 - O que é o Estatuto? O que ele deve conter?

O Estatuto Social é o conjunto de regras e normas, constituído de artigos que regulamentam as relações sociais
(entre sócios), econômicas (negócios) e de gestão (cargos, conselhos, modo de administrar, etc.) da Cooperativa.
É a nossa Lei, o nosso contrato social, contrato entre os sócios. O Estatuto deve estar diretamente relacionado,
ou respeitar a Lei do Cooperativismo (5764/71). Deve conter a finalidade da Cooperativa (objetivos), capital social
e forma de integralização (pagamento), mandato do Conselho de Administração (máximo quatro anos), forma de
associação de novos sócios, forma de demissão, eliminação ou exclusão, dentre outros itens que estão previstos
na referida Lei.

15 - O que são os fundos obrigatórios e facultativos?

Fundos obrigatórios são aqueles exigidos por lei, no caso a Lei 5764/71, Lei do Cooperativismo. São obrigatórios:

- FUNDO DE RESERVA, constituído de pelo menos 10% das sobras do período (apuradas as sobras [lucro] no
balanço anual, destina-se 10% para o fundo de reserva) que tem a finalidade de, nos casos de necessidade ou
perdas (prejuízos) de algum período (ano), este fundo pode ser utilizado para cumprir compromissos e obrigações
financeiras.

- FATES – FUNDO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, EDUCACIONAL E SOCIAL, constituído de 5% das sobras


do período e serve para proporcionar ao quadro social da Cooperativa ou de seus funcionários, treinamento,
capacitação, contratação de técnicos para assistência técnica, quando for o caso, (agrônomo, técnico agrícola)
viagens de estudo, etc.

A Cooperativa pode constituir outros fundos, divisíveis, e, nós sugerimos a constituição do FUNDO CAPITAL
onde será registrado em nome de cada sócio o capital imobilizado (patrimônio) da Cooperativa (investimentos)
conforme a operação de cada sócio com esta. Significa que contabilmente teremos a equivalência patrimonial, ou
seja, significa que o patrimônio que tiver em nome do CNPJ, necessariamente estará diretamente relacionado aos
CPFs dos associados, conforme o que cada um investiu ou operou com a Cooperativa, tendo como resultado as
sobras e consequente investimento.

15 - Como eu registro uma Cooperativa? Eu preciso de um contador ou de um advogado?

Necessariamente tem que ter o contador responsável para registro na Receita Federal e Estadual e, para registro
na Junta Comercial, tem que ter um visto de um advogado no Estatuto Social.

O que é preciso saber para administrar uma Cooperativa


16 - Como uma Cooperativa deve ser administrada? Quem administra a Cooperativa?

A Cooperativa deve atuar conforme as deliberações da Assembleia Geral. Mas, como não é possível reunir todos os

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

associados para cada decisão, é eleito dentro da Cooperativa um Conselho de Administração, o qual irá tratar das
deliberações mais concretas. Além disso, deve ser eleito um Conselho Fiscal, que irá verificar se a administração
está sendo feita de forma correta. Também pode ser instituída uma Direção Executiva, que poderá cuidar dos
assuntos do dia-a-dia da Cooperativa. Mas toda esta estrutura deve passar pelo crivo da Assembleia Geral.

17 - Como funciona a Cooperativa no dia-a-dia?

No dia-a-dia a Cooperativa é, na prática, uma empresa que compra insumos, contrata pessoas e vende produtos
ou serviços – os quais provêm de seus cooperados.

18 - Que especificidades deve observar uma Cooperativa que elabora vinhos e derivados da uva e do
vinho?

Deve observar várias especificidades, dentre elas o registro nos órgãos oficiais competentes, como o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no caso da produção de vinhos. Dependendo da atividade a ser
desenvolvida, também há a necessidade de obter uma licença ambiental, seguir algumas diretrizes para a
construção da linha de produção, contar com um técnico responsável, além, é claro, da obrigatoriedade de estar
inscrito na Receita Federal (CNPJ), na Receita Estadual e no Município.

Há também algumas especificidades com relação à forma de organização. Podemos citar dois modelos. No
primeiro, os produtores associados produzem uva em sua propriedade e transportam “a granel” até uma unidade
central da Cooperativa, onde se fará a elaboração do vinho, o envase, a rotulagem, a colocação do selo fiscal,
etc. Neste caso, teremos um único CNPJ, podendo ter várias marcas de vinho, respeitando a marca (nome) de
cada associado, se este tiver interesse em identificar a sua uva. Ou pode-se ter um único conjunto de marcas que
identificam a Cooperativa, como é o caso, por exemplo, da Aurora, Garibaldi, Aliança, etc.

Outro modelo é a Cooperativa de associados que, em suas respectivas propriedades, produzem todo o processo
de vinificação, desde a elaboração até envase, rotulagem etc.; neste caso, cada associado terá que ter um CNPJ
para pedir o cadastro do estabelecimento no MAPA que está diretamente relacionado a um CNPJ.

O cuidado que temos que ter é que no caso de um único CNPJ a responsabilidade é de todos e quando temos
FILIAIS, no caso de algum apontamento, será daquele CNPJ FILIAL.

19 - Quais os tributos incidentes sobre o vinho que a Cooperativa deve pagar?

Na esfera federal temos que pagar o IPI que incide sobre o vinho. O IPI tem como fato gerador o momento em
que o vinho envasado sai da Cooperativa.

Já nos estados é necessário o pagamento do ICMS sobre o vinho. O ICMS tem como fato gerador a venda do
vinho que a Cooperativa fizer para terceiros.

20 - Como cooperado, que tributos eu devo pagar?

Na condição de cooperado não pago tributos, pois não tenho atividade mercantil. Apenas terei que pagar o meu
imposto de renda sobre o que eu recebo durante o ano; o recolhimento da Contribuição Social; e no caso de
possuir terra, o ITR – mas isso é comum a todos os produtores.

21 - Como fica a emissão da nota fiscal para a venda dos produtos?

Se eu entrego uvas para a Cooperativa, tiro nota de produtor rural, e a Cooperativa emite a contra nota. Se eu
vender vinho, por meio da Cooperativa, esta terá que emitir uma nota fiscal como qualquer empresa.

22 - Eu devo emitir nota do talão do produtor para a Cooperativa receber o meu produto?

Sim, no momento da entrega do produto para a Cooperativa, o associado tem que emitir nota, e a Cooperativa,
a contra nota.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

23 - Eu posso entregar uva e vinho na Cooperativa?

Pode. Vinho, desde que seja a granel e que a Cooperativa tenha a estrutura de padronização e envase registrada
no MAPA. Inclusive a Instrução Normativa n. 34 de 04/10/2006 determina que somente a Cooperativa é registrada
no MAPA. As cantinas dos produtores associados não são registradas, mas têm suas instalações aprovadas
através de vistoria do Ministério. A Cooperativa pode assim produzir, estandardizar, engarrafar e exportar a
produção dos seus associados. Havendo a comprovada preservação da individualidade da origem, poderá
ser mencionado no rótulo o nome do produtor. Por fim, cabe à Cooperativa a responsabilidade técnica dos
produtores associados ou cooperados.

24 - Quem vai comprar o vinho vai comprar da Cooperativa ou direto do produtor?

O consumidor adquire o vinho da Cooperativa, mesmo sendo na propriedade do produtor (associado), e este
deverá emitir nota em nome da Cooperativa.

25 - Como se vende o produto?

O produto é vendido com nota fiscal da Cooperativa em locais definidos estrategicamente pelos associados ou
pelo departamento comercial, dependendo do público-alvo e produto disponível.

26 - Como o produtor recebe o valor pelo produto vendido?

Na Cooperativa o produtor recebe pela uva que entregou e, posteriormente, a contabilidade vai apurar se houve
sobras ou perdas. No caso de sobras, cada produtor associado recebe o valor correspondente ou proporcional
ao volume de uvas que entregou na Cooperativa; se houve perdas, da mesma forma participa das mesmas,
devolvendo ou pagando a sua parte das perdas – princípio da equidade.

27 - Há salário para o Cooperativado?

Não. O associado recebe pelas operações realizadas com a Cooperativa através da entrega de sua produção
(matéria-prima). Pode o associado perceber valor por serviços prestados, como pró-labore. Se um associado
resolve trabalhar para a Cooperativa e ter carteira assinada, automaticamente perde a condição de sócio pelo
período em que for empregado; ele recebe salário mas não é mais sócio.

28 - Quem paga as despesas da Cooperativa, como contador, aluguel, telefone, luz, água?

São os associados, através das sobras das operações de venda dos produtos processados pela Cooperativa.

29 - A Cooperativa precisa ter uma conta bancária própria?

Não é obrigatório, mas uma necessidade.

30 - Qual a responsabilidade de cada Cooperativado perante a Cooperativa? E perante terceiros –


fornecedores e compradores?

Perante a Cooperativa tem a responsabilidade de um dono, ou seja, de entregar sua produção, participar
ativamente da vida societária (reuniões, assembleias, cursos, etc.).

Com terceiros fornecedores, no caso de este ser um credor, tem a responsabilidade até o valor da sua cota parte,
se não estiver autorizado em assembleia que os dirigentes assumam valor maior ou se não tiver logrado proveito
dos resultados obtidos.

31 - Se alguém faz algo ilegal na gestão da Cooperativa, o que acontece com os outros Cooperativados?

Se alguém agir de forma individualizada com culpa ou dolo, responde pelos danos causados, inclusive
criminalmente se for o caso, não atingindo os demais sócios.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

32 – O que se faz se a Cooperativa precisar contratar funcionários? A quem este funcionário será
subordinado?

Contrata normalmente, através das regras celetistas – CLT – e ele estará subordinado ao funcionário ou associado
(dirigente) que tiver a delegação por responsabilidade daquele setor.

33. Qual a hierarquia dentro de uma Cooperativa?

A hierarquia, considerando o quadro social, dá-se por responsabilidade e não por poder de mando. Diz-se que
na Cooperativa tanto o presidente (que está presidente) quanto qualquer sócio têm a mesma competência e
importância, mas por necessidade da organização alguns detêm responsabilidades diferentes, o que chamamos
de hierarquia horizontal, lado a lado, diferente da hierarquia vertical onde sobem informações e descem decisões,
com poder de mando. Desta forma dizemos que na Cooperativa a hierarquia está no respeito mútuo entre todos
os integrantes, e a responsabilidade é diferenciada.

33 - A Cooperativa precisa ter uma marca única, um nome único?

A Cooperativa, enquanto pessoa jurídica, deverá ter uma marca única até para ser melhor identificada internamente
e por terceiros (estratégia de marketing). Quanto aos produtos, cada linha de produto pode ter nomes diferentes,
o mesmo valendo para produtos nomeados em função da origem.

34 - Como fica a divisão dos lucros (ou sobras) da Cooperativa?

A divisão das sobras é proporcional às operações realizadas com a Cooperativa; quanto mais produtos eu
entregar na Cooperativa, maior é minha participação nas sobras.

35 - E se der prejuízo, quem arca com este?

Primeiro acessamos o fundo de reserva que é constituído para reparar possíveis perdas no período. Se o valor for
insuficiente, da mesma forma que as sobras, os associados participam do rateio das perdas proporcionalmente
ao volume de suas operações com a Cooperativa. Quanto mais eu operei ou entreguei produtos na Cooperativa,
maior será minha participação no rateio das perdas.

36 - Se a Cooperativa fizer uma venda e não for possível entregar, quem responde por isso?

Normalmente quando houver perdas, de qualquer espécie (por exemplo, não receber de algum cliente, indenizar
um cliente por não cumprir com o contrato), o conselho fiscal, os órgãos de administração ou sócios podem
apurar para verificar se houve culpa ou dolo de alguém isoladamente, este responderá pelas perdas; se as perdas
decorrerem de fato ou fatos que extrapolam o controle humano, a sociedade responde (todos os associados).

37 - Se a Cooperativa contratar um funcionário e ele processar a Cooperativa, quem responde por isso?

Todos os associados respondem. Antes de acionar juridicamente um sócio, deve o credor buscar o recebimento
através da Cooperativa.

38 - O que eu preciso colocar em uma Cooperativa quando eu entro?

Cada Cooperativa tem as suas regras, normalmente é o capital social. O capital social é subscrito (prometido)
e integralizado (pago) dentro das regras estabelecidas no Estatuto. O capital social é constituído de quotas-
partes; quando saio da Cooperativa, independente da forma, apurados os valores, deduzidas possíveis dívidas,
tenho direito de receber de volta. Por exemplo, uma Cooperativa pode definir que para se associar temos que
subscrever (prometer pagar) R$ 100,00 (cem reais) divididos em 10 quotas-partes de R$ 10,00 (dez reais). A
forma de integralização (pagamento) destas quotas será em 10 vezes, mensais e consecutivas, sendo uma
entrada de R$ 10,00 mais nove parcelas de R$ 10,00.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

39 - De quem é a marca da Cooperativa se ela fica conhecida?

Faz parte do capital da Cooperativa, é parte integrante do patrimônio desta e consequentemente é de todos os
associados.

O que é preciso saber para encerrar uma Cooperativa


40 - Como se faz para deixar de ser Cooperativado – sair da Cooperativa? O que eu levo da Cooperativa
quando eu saio?

Considerando que sou sócio e, sócio não vai “pra rua”, “não é demitido”; assim, para sair de uma Cooperativa,
preciso pedir demissão, isto quando for por vontade própria. Quando infrinjo normas estatutárias, posso ser
eliminado do quadro social. No caso de morte ou perda da capacidade civil (por exemplo, derrame, doença
incurável, interdição) sou excluído. Em todos os casos, tenho direitos e deveres. Se tiver sobras, tenho direito na
medida das operações realizadas; e se tiver perdas, da mesma forma. Também tenho direito a receber o meu
capital social integralizado.

41 - Qual a diferença entre fechar uma Cooperativa ou deixá-la inativa?

No caso de fechamento existe a necessidade de liquidação, e isto significa a baixa de todos os registros
da Cooperativa, inclusive da Junta Comercial, levantamento de todo passivo e ativo, liquidação de todas as
operações. É bom lembrar que uma Cooperativa não vai à falência como as demais empresas. Para ela, se
aplica a liquidação.

Deixá-la inativa significa manter os registros e cumprir as exigências legais, informativos de ICMS, DCTF, etc.,
sem que haja a produção/operação definida no Estatuto.

42 - O que é uma Cooperativa inativa?

É uma Cooperativa que não tem operações econômicas e sociais. Apenas mantém seus compromissos com o
fisco, que são obrigatórios.

43 - Quanto custa para encerrar as atividades de uma Cooperativa?

Depende muito do número de sócios e operações, tamanho do capital e patrimônio (imobilizado) móveis, imóveis.

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ANEXOS
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

9 - Anexos
Nesta seção são apresentados, a título de exemplo, alguns modelos que podem ser utilizados para a constituição
de uma Cooperativa.

Estatuto social da Cooperativa NNN Ltda – COOP

CAPÍTULO I

Da Denominação, Sede, Foro, Prazo de duração, Área e Ano social

Art. 1º - Cooperativa NNN LTDA - COOP, constituída em DD/MM/AAAA, rege-se pelos valores e
princípios do Cooperativismo, pelas disposições legais, pelas diretrizes da autogestão e por este Estatuto,
tendo:

a) Sede administrativa na Rua, Bairro, n., Município, CEP 00.000-000, Estado do UF, com o foro
jurídico na Comarca de Município/UF.

b) A Cooperativa terá como área de ação para efeito de admissão de associados todo o Território
Nacional.

c) O prazo de duração da Sociedade será por tempo indeterminado, encerrando suas atividades com
a observância das disposições legais e estatutárias.

d) O exercício social coincide com o ano civil, de 1º de janeiro a 31 de dezembro do mesmo ano.

CAPÍTULO II

DOS OBJETIVOS SOCIAIS

Art. 2º - A Cooperativa, com base na colaboração recíproca a que se obrigam seus associados, tem por
objetivo congregar [agricultores e pecuaristas] de sua área de ação, promovendo a mais ampla defesa de seus
interesses econômicos, tendo, entre outras, as seguintes finalidades:

a) Receber, classificar, padronizar, beneficiar, armazenar, industrializar e comercializar a produção de


[uva, suco de uva, vinho e derivados da uva e do vinho] de seus associados, nos mercados interno e externo,
inclusive registrando marca, se conveniente ou necessário à realização deste objetivo;

b) Produzir, armazenar e comercializar sementes e mudas, bem como insumos orgânicos ou químicos;

c) Desenvolver ou participar de projetos de pesquisa ou aperfeiçoamento tecnológico, com vistas à


implantação em suas atividades e de seu quadro social;

d) Importar e exportar bens de produção e de consumo, bem como os produzidos pelos associados e
os beneficiados ou industrializados pela Cooperativa;

e) Organizar o transporte da produção dos associados ou dos bens de produção e de consumo a eles
destinados, podendo participar diretamente desse transporte de forma a reduzir seu custo;

f) Desenvolver outras atividades ou implantar outros serviços de interesse dos associados.

Parágrafo 1º - A Cooperativa promoverá ainda, mediante convênios com entidades especializadas, públicas
ou privadas, o aprimoramento técnico profissional dos seus associados e de seus próprios empregados, e
participará de campanha de expansão do cooperativismo, de fomento da agropecuária e da racionalização e
modernização dos meios de produção.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo 2º - Para atingir seus objetivos, a Cooperativa se estruturará através de Departamentos ou Seções,
ou outra forma de organização de acordo com suas necessidades.

Parágrafo 3º - Para atendimento de objetivos acessórios ou complementares, a Cooperativa poderá participar


de sociedades não Cooperativas, grupos de Cooperativas, com ou sem a participação de outros sócios, associar-
se a outras Cooperativas singulares, ainda que diversa do seu ramo, objeto social, atividade ou área de ação, e
às Centrais, Federações ou Confederações de Cooperativas.

Parágrafo 4º - Poderá ainda para a consecução de seus objetivos sociais, conveniar e contratar sob todas as
formas em direito admitidas, com entidades públicas ou privadas, Nacionais, Estaduais ou Municipais, Fundações,
autarquias, ONGS e OSCIPS, Bancos, Cooperativas de Crédito e todas as formas de organizações creditícias,
quer nacionais ou internacionais.

Parágrafo 5º - A Cooperativa efetuará suas operações sem objetivo de lucro.

Parágrafo 6º - A critério do Conselho de Administração e observados os limites estabelecidos em lei, a


Cooperativa poderá operar com não Cooperados, quando as atividades destes não colidirem com os objetivos e
interesses da mesma, desde que assegurado o direito de preferência nas operações com os cooperados.

Parágrafo 7º - Com a finalidade de manter o equilíbrio entre os débitos e créditos por fornecimento de produtos
de cada Cooperado, o Conselho de Administração poderá adotar critérios e fixar limites de fornecimento de
mercadorias e prestações de serviços aos Cooperados.

Parágrafo 8º - Proporcionar isoladamente, ou em colaboração com outras Entidades privadas ou públicas,


assistência técnica, de extensão rural, legal, judiciária, educacional, médica, social e habitacional a seus
associados e familiares, em especial ao desenvolvimento da agricultura familiar.

CAPÍTULO III

Do Capital Social

Art. 3º - O capital da Cooperativa, representado por quotas-partes, não terá limite quanto ao máximo e
variará conforme o número de quotas-partes subscritas, mas não poderá ser inferior a [R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais)].

Parágrafo 1º - O capital é subdividido em quotas-partes no valor de R$ 1,00 (um real) cada.

Parágrafo 2º - A quota-parte é indivisível, intransferível a não associado, não podendo ser negociada de
modo algum, nem dada em garantia, e sua subscrição, integralização, transferência ou restituição será sempre
escriturada no livro de matrículas, contudo, podem servir de base às operações de crédito na própria Cooperativa.

Parágrafo 3º - A transferência de quotas-partes total ou parcial será escriturada no livro de matrícula mediante
termo que conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do Presidente da Cooperativa.

Parágrafo 4º - O associado deve integralizar as quotas-partes à vista, de uma só vez.

Parágrafo 5º - Para efeitos de integralização de quotas-partes ou de aumento do capital social, poderá a


Cooperativa receber bens, avaliados previamente e após homologação da Assembleia Geral.

Parágrafo 6º - Para efeito de admissão de novos associados ou novas subscrições, a Assembleia Geral atualizará
anualmente, com a aprovação de 2/3 (dois terços) dos associados presentes com direito a voto, o valor da quota-
parte, consoante proposição do Conselho de Administração, respeitando os índices de desvalorização da moeda
publicados por entidade oficial do Governo.

Parágrafo 7º - A Cooperativa distribuirá juros de até 12% (doze por cento) ao ano, que são contados sobre a
parte integralizada do capital, se houver sobras.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Art. 4º - O número de quotas-partes do capital social a ser subscrito pelo associado, por ocasião de sua
admissão, será de no mínimo 2.500 (duas mil e quinhentas) quotas, não podendo, no entanto superar a 1/3 (um
terço) do total subscrito.

CAPÍTULO III

DOS ASSOCIADOS, DIREITOS, DEVERES, RESPONSABILIDADES E FORMAS DE DESLIGAMENTO.

Seção I – Dos Associados

Art. 5º - Poderá ingressar na Cooperativa, salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços, o


produtor rural que concorde com o presente Estatuto e não se dedique a atividade que possa prejudicar a
entidade ou colidir com os seus objetivos e finalidades, e que preencha as condições de ingresso estabelecidas
pelo presente Estatuto Social.

Parágrafo 1º - Excepcionalmente poderão ingressar na Cooperativa, para atendimento dos interesses do quadro
social, as pessoas jurídicas que pratiquem as mesmas atividades econômicas das pessoas físicas associadas, ou
ainda, aquelas sem fins lucrativos, podendo votar, mas não podendo ser votadas.

Parágrafo 2º - O número de associados será ilimitado quanto ao máximo, mas não poderá ser inferior a 20
(vinte) pessoas físicas.

Art. 6º - Para ingressar no quadro social o interessado preencherá uma proposta de admissão fornecida
pela Cooperativa, assinando-a juntamente com dois associados proponentes.

Parágrafo único – Aceita a proposta pelo Conselho de Administração, o ingresso no quadro social se efetua
com a aprovação em Assembleia Geral e a subscrição das quotas-partes de Capital Social na forma prevista
neste Estatuto, e com as assinaturas do Presidente da Cooperativa e do candidato no Livro ou Ficha de Matrícula
correspondente.

Art. 7º - Cumpridas as disposições constantes no artigo anterior, o associado adquire todos os direitos
e assume todos os deveres decorrentes da Lei e deste Estatuto, obrigando-se ainda a bem e fielmente cumprir
todas as deliberações da Sociedade.

Seção II – Dos Direitos

Art. 8º - O Associado em dia com suas obrigações, em especial as previstas no artigo 7º deste Estatuto,
tem direito a:

a) Tomar parte nas Assembleias Gerais, discutindo e votando os assuntos que nelas se tratarem;

b) Propor ao Conselho de Administração ou à Assembleia Geral medidas de interesse da Cooperativa;

c) Votar e ser votado para os cargos sociais, exceto nos casos previstos em Lei e neste Estatuto;

d) Demitir-se da Cooperativa quando lhe convier;

e) Realizar com a Cooperativa todas as operações que correspondam aos seus objetivos sociais,
observados os requisitos e as peculiaridades do caso concreto;

f) Solicitar por escrito, ao Conselho de Administração, quaisquer informações sobre as atividades da Cooperativa;

g) Beneficiar-se dos serviços que a Cooperativa estiver habilitada a prestar e nas condições que forem
estabelecidas nos respectivos regulamentos;

h) Gozar das vantagens previstas neste Estatuto;

i) Propor novos sócios.

88
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Seção III – Dos Deveres

Art. 9º - São deveres do associado, dentre outros que possam ser estabelecidos pelo Conselho de
Administração:

a) Subscrever e integralizar as quotas-partes de Capital na Cooperativa, nos termos deste Estatuto;

b) Satisfazer as taxas de serviços, encargos operacionais, financeiros e demais obrigações que lhe
couber perante a Sociedade, na forma e mediante as condições estabelecidas pelo Conselho de Administração
e nas estipulações concernentes às operações que realizar;

c) Cumprir as disposições da Lei e do Estatuto e respeitar as resoluções tomadas pelo Conselho de


Administração e as deliberações da Assembleia Geral;

d) Satisfazer pontualmente seus compromissos com a Cooperativa;

e) Participar das Assembleias Gerais e reuniões convocadas;

f) Participar das perdas apuradas em Balanço, na proporção das operações que houver realizado com
a Cooperativa, se o Fundo de Reserva não for suficiente para cobri-las;

g) Entregar sua produção à Cooperativa, entendidos nessa generalidade os produtos com que esteja
operando e para os quais haja recebimento pela mesma, e realizar com ela as demais operações que constituem
seus objetivos sociais;

h) Prestar à Cooperativa, por escrito, esclarecimentos relacionados com suas atividades;

i) Zelar pelo patrimônio moral e material da Cooperativa, tendo sempre em vista que a cooperação é obra
de interesse coletivo, ao qual não se deve sobrepor o interesse individual.

Parágrafo único – O associado que não registrar operação qualquer com a Cooperativa no período de um ano
social, de forma tal que não tenha participado nos rateios de distribuição das sobras no final do exercício, poderá
ser eliminado do quadro social da Cooperativa, mediante prévia comunicação por escrito.

Seção IV – Das Responsabilidades

Art. 10 - A entrega da produção do associado à Cooperativa, de produtos in natura ou processados, dará


a esta os plenos poderes para dispor dos mesmos para comercializá-los, não podendo, no entanto a Cooperativa
utilizá-los para garantir qualquer operação estranha à sociedade que não tenha passado pela autorização da
Assembleia Geral, ordinária ou extraordinária, caso em que os produtos estarão apenas depositados em nome
dos associados sob responsabilidade da Cooperativa.

Art. 11 - O associado responde subsidiariamente pelas obrigações contraídas pela Cooperativa perante
terceiros, até o limite do valor das quotas-partes de Capital que subscreveu, perdurando essa responsabilidade
nos casos de demissão, eliminação ou exclusão, até a data em que forem aprovadas pela Assembleia Geral as
contas no exercício em que se deu o desligamento.

Parágrafo 1º - As obrigações dos associados falecidos, contraídas com a sociedade, e as oriundas de sua
responsabilidade como associado em face de terceiros, passam aos herdeiros, prescrevendo, porém, após um
ano contado do dia da abertura da sucessão.

Parágrafo 2º - A responsabilidade do associado para com terceiros, como membro da Sociedade, somente
poderá ser invocada depois de, juridicamente, exigida da Cooperativa.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Seção V – Das Formas de Desligamento – Demissão, Eliminação e Exclusão.

Art. 12 - A demissão do associado, que não poderá ser negada, dar-se-á unicamente a seu pedido e
será requerida ao Presidente, que a submeterá à apreciação do Conselho de Administração, em sua primeira
reunião, e averbada no Livro de Matrícula ou Ficha correspondente, mediante termo assinado pelo associado
demissionário e pelo Presidente da Cooperativa, desde que o associado esteja em dia com suas obrigações e
compromissos perante a Sociedade.

Art. 13 – A eliminação do associado será aplicada em virtude de infração de Lei ou deste Estatuto, por
decisão do Conselho de Administração, mediante termo lançado no Livro de Matrícula ou Ficha correspondente,
com os motivos que a determinaram, devendo o termo ser assinado pelo Presidente da Cooperativa.

Parágrafo 1º - Além de outros motivos, o Conselho de Administração deverá eliminar o associado que:

a) Vier a exercer qualquer atividade considerada prejudicial à Cooperativa, ou que colida com os objetivos
desta;

b) Deixar de cumprir disposições de Lei, do Estatuto e dos órgãos de administração da Cooperativa;

c) Deixar de entregar sua produção à Cooperativa, desviando-a para o comércio intermediário, e de


realizar com ela as demais operações que constituem seus objetivos;

d) Praticar atos que desabonem o conceito da Cooperativa ou de seus dirigentes;

e) Houver levado a Cooperativa à prática de atos judiciais para obter o cumprimento de obrigações por
ele contraídas.

Parágrafo 2º - Cópia autêntica do termo de eliminação será remetida ao associado dentro do prazo máximo de
30 (trinta) dias, contados a partir da data da decisão do Conselho de Administração, por processo que comprove
as datas de remessa e de recebimento.

Parágrafo3º - Da eliminação cabe recurso, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados a partir da data do
recebimento da comunicação, com efeito suspensivo da penalidade à primeira Assembleia Geral.

Art. 14 - A exclusão do associado será feita:

a) Por dissolução da pessoa jurídica;

b) Por morte de pessoa física;

c) Por superveniente incapacidade civil;

d) Por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso ou permanência na Cooperativa.

Art. 15 - Em qualquer dos casos previstos para demissão, eliminação e exclusão, o associado, ou
seus herdeiros, terão direito à restituição do capital integralizado, devidamente atualizado, sobras apuradas ou
saldo em fundos divisíveis a que tenha direito, ou o dever pelas perdas apuradas no período em que se deu o
desligamento, eliminação ou exclusão.

Parágrafo 1º - A restituição de que trata este artigo poderá ser feita a vista, facultado ao Conselho de
Administração estabelecer prazo diferenciado em casos excepcionais devidamente fundamentados, observando
o disposto no parágrafo seguinte.

Parágrafo 2º - Ocorrendo demissões, eliminações ou exclusões em número tal que as restituições possam afetar
a estabilidade econômico-financeira da Cooperativa, esta poderá efetuar em prazo igual ao da integralização do
Capital.

Parágrafo 3º - Em se tratando de direitos decorrentes de fundos divisíveis, este somente será restituído por
ocasião da sua venda ou transferência para outro associado, nas mesmas condições da operação realizada.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo 4º - Aos herdeiros do associado falecido é assegurado o direito de ingresso na Cooperativa, desde
que as condições estabelecidas neste estatuto sejam cumpridas, em especial as contidas no art. 6º caput e
Parágrafo único do mesmo artigo.

Art. 16 - A restituição do Capital e das sobras, em qualquer caso por demissão, eliminação ou exclusão,
somente poderá ser exigida após a aprovação do Balanço do ano social em que o associado deixou de fazer
parte da Cooperativa.

CAPÍTULO V

DA ASSEMBLEIA GERAL

Art. 17 - A Assembleia Geral dos associados é o órgão supremo da Sociedade, dentro dos limites legais
e estatutários, tendo poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da Sociedade e tomar resoluções
convenientes ao desenvolvimento e defesa desta, e suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou
discordantes.

Art. 18 - A Assembleia Geral será convocada e dirigida pelo Presidente, após deliberação do Conselho
de Administração.

Parágrafo único – Poderá também ser convocada pelo Conselho Fiscal, se ocorrerem motivos graves e urgentes
ou, ainda por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo de seus direitos sociais, após uma solicitação não
atendida.

Art. 19 - Em quaisquer das hipóteses referidas no artigo anterior, as Assembleias Gerais serão convocadas
com antecedência mínima de 10 (dez) dias com horário definido para as três convocações, com intervalo de 1
(uma) hora da primeira para a segunda, e de 1 (uma) hora da segunda para a terceira.

Parágrafo único – As 3 (três) convocações poderão ser feitas em um único Edital, desde que nele constem,
expressamente, os prazos para cada uma delas.

Art. 20 - Não poderá votar nem ser votado na Assembleia Geral o associado que:

a) Tenha sido admitido após a sua convocação;

b) Esteja em infringência de qualquer disposição do artigo 9º deste Estatuto.

Art. 21 - Poderá votar, mas não ser votado na Assembleia Geral, além dos impedidos por Lei e por este
Estatuto, o associado que até a data da publicação do Edital de Convocação, não tenha ainda alcançado 01 (um)
ano de vínculo associativo com a Cooperativa.

Art. 22 - O associado que aceitar estabelecer relação empregatícia com a Cooperativa perde o direito
de votar e ser votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em que ele deixou o emprego.

Art. 23 - O “quorum” para a instalação da Assembleia Geral é o seguinte:

a) 2/3 (dois terços) do número de associados em condições de votar, em primeira convocação;

b) Metade mais 1 (um) dos associados em condições de votar, em segunda convocação;

c) Mínimo de 10 (dez) associados em condições de votar, em terceira convocação.

Parágrafo único – Para efeito de verificação do “quorum” de que trata este artigo, o número de associados
presentes, em cada convocação, se fará por suas assinaturas, apostas no Livro de Presença.

Art. 24 - Não havendo “quorum” para instalação da Assembleia convocada nos termos do artigo anterior,
será feita nova convocação, com antecedência mínima de 10 (dez) dias.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo único – Se ainda não houver “quorum” para a sua instalação, será admitida a intenção de dissolver
a Sociedade.

Art. 25 - Nos Editais de Convocação das Assembleias Gerais deverão constar:

a) A denominação de Cooperativa, seguida da expressão “Convocação de Assembleia Geral”, Ordinária


ou Extraordinária, conforme o caso;

b) O dia e hora da reunião, em cada convocação, assim como a ordem das mesmas e o endereço do
local de sua realização;

c) A ordem do dia dos trabalhos, com as devidas especificações;

d) O número de associados existentes na data de sua expedição;

e) A assinatura do responsável pela convocação.

Parágrafo 1º - No caso de a convocação ser feita por associados, o Edital será assinado, no mínimo, pelos 4
(quatro) primeiros signatários do documento que a solicitou.

Parágrafo 2º - Os Editais de Convocação serão afixados em locais apropriados das dependências frequentadas
pelos associados. A convocação poderá ser feita pessoalmente por instrumento que comprove sua entrega do
edital ao associado com antecedência de 10 (dez) dias ou publicado em jornal ou jornais de circulação na área
de abrangência do quadro social.

Art. 26 - É da competência das Assembleias Gerais, Ordinárias ou Extraordinárias, a destituição dos


membros do Conselho de Administração e Conselho Fiscal.

Parágrafo único – Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da administração ou


fiscalização da entidade, poderá a Assembleia designar administradores e conselheiros provisórios, até a posse
dos novos, cuja eleição se efetuará no prazo máximo de 30 (trinta) dias.

Art. 27 - Os trabalhos das Assembleias Gerais serão dirigidos pelo Presidente, auxiliado pelo Secretário
da Cooperativa, que convidarão a integrar a mesa os ocupantes de cargos sociais presentes.

Parágrafo 1º - Na ausência do Secretário da Cooperativa, o Presidente convidará outro associado para secretariar
os trabalhos e lavrar a respectiva ata.

Parágrafo 2º - Quando a Assembleia Geral não tiver sido convocada pelo Presidente, os trabalhos serão
dirigidos pelo associado escolhido na ocasião, e secretariados por outro que aquele convidar, compondo a mesa
dos trabalhos os principais interessados na sua convocação.

Art. 28 - Os ocupantes de cargos sociais, como quaisquer outros associados, não poderão votar nas
decisões sobre assuntos que a eles se referirem de maneira direta ou indireta, entre os quais os de prestação de
Contas, mas não ficarão privados de tomar parte nos respectivos debates.

Art. 29 - Nas Assembleias Gerais em que forem discutidos o Balanço e as Contas do Exercício, o
Presidente da Cooperativa, logo após a leitura do Relatório do Conselho de Administração, das peças contábeis
e do Parecer do Conselho Fiscal, solicitará ao plenário que indique um associado para coordenar os debates e a
votação da matéria.

Parágrafo 1º - Transmitida a direção dos trabalhos, o Presidente e os demais ocupantes de cargos sociais
deixarão a mesa, permanecendo, contudo, no recinto, à disposição da Assembleia, para os esclarecimentos que
lhes forem solicitados.

Parágrafo 2º - O Coordenador indicado escolherá, dentre os associados, um Secretário “ad-hoc”, para auxiliá-lo
na redação das decisões a serem incluídas na ata, pelo Secretário da Assembleia.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Art. 30 - As deliberações das Assembleias Gerais somente poderão versar sobre os assuntos constantes
do Edital de Convocação.

Parágrafo 1º - Em regra, a votação será por aclamação, mas a Assembleia poderá optar pelo voto secreto,
atendendo-se então às normas usuais.

Parágrafo 2º - O que ocorrer na Assembleia Geral deverá constar de ata circunstanciada, lavrada no livro
próprio, aprovada e assinada pelos Conselheiros de Administração presentes, por uma comissão de 5 (cinco)
associados, designados pela Assembleia Geral, e ainda por quantos o queiram fazer.

Art. 31 - As deliberações nas Assembleias Gerais serão tomadas pela maioria de votos dos associados
presentes com direito de votar, tendo cada associado presente direito a 1 (um) só voto, qualquer que seja o
número de suas quotas-partes.

Parágrafo único – Não será permitida, na Assembleia Geral, a representação do associado por meio de
procuração.

Art. 32 - Prescreve em 4 (quatro) anos a ação para anular as deliberações da Assembleia Geral viciadas
de erro, dolo, fraude ou simulação, ou tomadas com violação da Lei ou do Estatuto, contado o prazo da data em
que a Assembleia tiver sido realizada.

Art. 33 - A Assembleia Geral poderá delegar ao Conselho de Administração competência para, durante
o período do seu mandato, autorizar a aquisição, oneração ou alienação de bens imóveis da Sociedade.

Parágrafo único – A delegação de competência de que trata este artigo cessará automaticamente ao finalizar
o período de mandato do Conselho de Administração para o qual foi outorgada.

Seção I – Da Assembleia Ordinária

Art. 34 - A Assembleia Geral Ordinária, que se realizará obrigatoriamente uma vez por ano, no decorrer
dos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos, que
deverão constar na ordem do dia:

a) Prestação de contas dos Órgãos de Administração, acompanhada do Parecer do Conselho Fiscal,


compreendendo:

• Relatório da gestão;

• Balanço;

• Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para
cobertura das despesas da Sociedade;

• Parecer do Conselho Fiscal.

b) Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições
para cobertura das despesas da Sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso, as parcelas para os Fundos
Estatutários;

c) Eleição e posse dos componentes dos Conselhos de Administração e Fiscal;

d) Fixação de honorários, gratificações e cédulas de presença dos membros dos Conselhos de


Administração e Fiscal, quando for o caso;

e) Quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os de competência exclusiva da Assembleia Geral


Extraordinária.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo 1º - Os membros dos órgãos de administração e fiscalização não poderão participar da votação das
matérias referidas nas alíneas “a” e “d”, deste artigo.

Parágrafo 2º - A aprovação do relatório, balanço e contas dos órgãos de Administração desonera seus
componentes de responsabilidade, ressalvados os casos de erro, dolo, fraude ou simulação, bem como de
infração da Lei ou deste Estatuto.

Seção II – Da Assembleia Geral Extraordinária

Art. 35 - A Assembleia Geral Extraordinária realizar-se-á sempre que necessário e poderá deliberar sobre
qualquer assunto de interesse da Sociedade, desde que mencionado no Edital de Convocação.

Art. 36 - É da competência exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária deliberar sobre os seguintes


assuntos:

• Reforma do Estatuto;

• Fusão, incorporação ou desmembramento;

• Mudança do objeto da Sociedade;

• Dissolução voluntária da Sociedade e nomeação de liquidantes;

• Deliberação sobre as contas dos liquidantes.

Parágrafo único – São necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes para tornar válidas
as deliberações de que trata este artigo.

CAPÍTULO VI

DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO

a) DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Art. 37 - A Cooperativa será administrada por um Conselho de Administração composto de 5 (cinco)


associados, sendo Presidente, Vice-Presidente, Secretário e por 02 (dois) Conselheiros, todos associados em dia
com suas obrigações com a Sociedade e que preencham os demais requisitos para a ocupação do cargo previstos
em Lei e neste Estatuto, eleitos pela Assembleia Geral para um mandato de 2 (dois) anos, sendo obrigatória, ao
término de cada período do mandato, a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) de seus componentes, não
podendo o presidente ser reeleito por mais de dois mandatos.

Parágrafo único – Não podem compor o Conselho de Administração os parentes entre si até o 2º (segundo)
grau, em linha reta ou colateral.

Art. 38 - Os administradores, eleitos ou contratados, não serão pessoalmente responsáveis pelas


obrigações que contraírem em nome da Sociedade, mas responderão solidariamente pelos prejuízos resultantes
de seus atos, se procederem com culpa ou dolo.

Parágrafo único – A Sociedade responderá pelos atos a que se refere este artigo, se os houver ratificado ou
deles logrado proveito.

Art. 39 - Os participantes de ato ou operação social em que se oculte a natureza da Sociedade podem
ser declarados pessoalmente responsáveis pelas obrigações em nome dela contraídas, sem prejuízo das sanções
penais cabíveis.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Art. 40 - O associado, mesmo ocupante de cargo eletivo na Sociedade, que em qualquer operação tiver
interesse oposto ao da Cooperativa, não poderá participar das deliberações que sobre tal operação versarem,
cumprindo-lhe acusar o seu impedimento.

Art. 41 - Os componentes do Conselho de Administração e do conselho Fiscal, assim como os liquidantes,


equiparam-se aos administradores das Sociedades Anônimas para efeito de responsabilidade criminal.

Art. 42 - Sem prejuízo da ação que couber ao associado, a Sociedade por seus dirigentes, ou
representada pelo associado escolhido em Assembleia Geral, terá direito de ação contra os administradores,
para promover a sua responsabilidade.

Art. 43 - O Conselho de Administração rege-se pelas seguintes normas:

a) Reúne-se ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que necessário, por
convocação do Presidente, da maioria do próprio conselho, ou ainda por solicitação do Conselho Fiscal;

b) Delibera validamente com a presença da maioria dos votos dos presentes, reservado ao Presidente o
exercício do voto de desempate.

Parágrafo 1º - As deliberações serão consignadas em atas circunstanciadas, lavradas no Livro próprio, e lidas,
aprovadas e assinadas ao final dos trabalhos, pelos membros do Conselho presentes.

Parágrafo 2º - Perderá automaticamente o cargo o membro do Conselho que, sem justificativa, faltar a 3 (três)
reuniões ordinárias consecutivas ou a 6 (seis) durante o ano.

Art. 44 - Nos impedimentos por prazos inferiores a 90 (noventa) dias, o Presidente será substituído pelo
Vice-Presidente.

Parágrafo único – Se o impedimento no período referido neste artigo for do Vice-Presidente, não haverá
substituição, exceto se coincidir com o impedimento do Presidente, caso em que assumirá a presidência um dos
demais membros do Conselho de Administração a ser entre os mesmos escolhido.

Art. 45 - Na ausência ou impedimento do Presidente ou do Vice-Presidente por prazo superior a


90 (noventa) dias, ou ficando vagos tais cargos por qualquer tempo, os membros restantes do Conselho de
Administração escolherão os substitutos dentre seus membros.

Parágrafo 1º - Se ficarem vagos, por qualquer tempo, mais da metade dos cargos do Conselho, deverá o
Presidente, ou os membros restantes do Conselho de Administração se a Presidência estiver vaga, convocar
Assembleia Geral para o devido preenchimento.

Parágrafo 2º - Os substitutos exercerão seus respectivos cargos até o final do mandato de seus antecessores.

Art. 46 - O Conselho de Administração poderá contratar Diretores e/ou Gerentes, dentro ou fora do
quadro social.

Parágrafo único – O Conselho de Administração disciplinará os encargos, atribuições e prerrogativas dos


Diretores e/ou dos Gerentes contratados.

Art. 47 - Compete ao Conselho de Administração, dentro dos limites da Lei e deste Estatuto, atendidas
as decisões ou recomendações da Assembleia Geral, planejar e traçar normas para as operações e serviços da
Cooperativa e controlar os resultados.

Parágrafo único – No desempenho de suas funções, cabem-lhe entre outras, as seguintes atribuições:

a) Estabelecer sanções ou penalidades a serem aplicadas nos casos de violação ou abuso cometidos
contra disposições da Lei, deste Estatuto ou das regras de relacionamento com a Sociedade, que venham a ser
expedidas de suas reuniões.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

b) Avaliar o montante dos recursos financeiros e dos meios necessários ao atendimento das operações
e serviços;

c) Estimar previamente a rentabilidade das operações e serviços, bem como sua viabilidade;

d) Controlar as despesas de administração;

e) Fixar as normas de disciplina funcional;

f) Avaliar a conveniência e fixar o limite de fiança ou seguro de fidelidade para os empregados que
manipulem dinheiro ou valores da Cooperativa;

g) Estabelecer as normas para o funcionamento da Sociedade;

h) Contratar, quando se fizer necessário, um serviço independente de auditoria e/ou consultoria;

i) Estabelecer as normas de controle das operações e serviços, verificando mensalmente o estado


econômico-financeiro da Cooperativa e o desenvolvimento das operações e atividade em geral;

j) Deliberar sobre a admissão, demissão, eliminação e exclusão de associados;

k) Deliberar sobre a convocação da Assembleia Geral;

l) Adquirir, alienar ou onerar bens imóveis, na hipótese prevista pelo artigo 33 deste Estatuto;

m) Abrir, transferir e encerrar postos de recebimento e distribuição de produtos e bens de produção,


entrepostos, escritórios e depósitos de acordo com a necessidade de atendimento aos seus associados, bem
como na defesa dos interesses da Sociedade;

n) Prestar ao associado informações sobre as atividades da Cooperativa, quando solicitadas na forma


prevista na alínea “f”, do artigo 7º deste Estatuto, podendo fazê-lo ou não por escrito, considerando a natureza
do pedido, sua finalidade e os interesses da Sociedade;

o) Praticar, enfim, todos os demais atos de gestão necessários ao normal e regular funcionamento da
Cooperativa, embora aqui não expressamente especificados, cumprindo e fazendo cumprir as disposições da
Lei e deste Estatuto, em especial para o atendimento do Parágrafo 4º do art. 2º.

Art. 48 - Além das atribuições especificadas no artigo anterior, fica o Conselho de Administração investido
de poderes para resolver todos os atos de gestão, inclusive, transigir, contrair obrigações, adquirir, alienar e
onerar bens e direitos, com atendimento das condições estabelecidas no artigo 33, ceder direitos, constituir
mandatários, contratar operações de financiamento ou refinanciamento com quaisquer estabelecimentos de
crédito ou financeiro, destinados ao custeio de operações sociais, comercialização, exportação, adiantamentos
de câmbio, câmbio e investimentos, ou para qualquer outra finalidade que encontre guarida neste Estatuto,
podendo delegar tais poderes aos Diretores e/ou Gerentes contratados.

Parágrafo único – Para a efetivação do disposto neste artigo, fica o Conselho de Administração investido de
poderes para autorizar o Presidente ou seu substituto legal, em conjunto com outro Diretor eleito ou contratado,
Gerente ou mandatário, a assinar propostas, orçamentos, guias de importação e exportação, conhecimentos,
contratos de abertura de créditos, menções adicionais, inclusive de retificação e ratificação dos contratos
celebrados, elevação de créditos, reforço, constituição, substituição ou remição de garantias, emitir cédulas de
Crédito Rural, Industrial e de Produto Rural, Duplicatas, Notas Promissórias, Notas Promissórias Rurais, Letras de
Câmbio ou quaisquer outros instrumentos, de crédito ou não, convênios, contratos, protocolos e demais atos em
direito admitidos com entidades públicas ou privadas, da esfera Federal, Estadual ou Municipal e praticar, enfim,
todos os atos que se fizerem necessários aos negócios da Cooperativa.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Art. 49 - Ao Presidente cabem, entre outras, as seguintes atribuições:

a) Fazer cumprir, juntamente com o Secretário, as determinações emanadas do Conselho de Administração;

b) Supervisionar os negócios da Cooperativa, através de permanentes contatos com os Diretores e/ou Gerentes;

c) Convocar e presidir as reuniões do Conselho de administração e das Assembleias Gerais quando for o caso;

d) Representar ativa e passivamente a Cooperativa, em juízo ou fora dele;

e) Apresentar à Assembleia Geral Ordinária:

• Relatório da gestão;

• Balanço;

• Parecer do Conselho Fiscal;

• Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiência das contribuições para
cobertura das despesas da Sociedade;

• Parecer do serviço de auditoria.

f) Em conjunto com o Secretário e/ou Diretores, ou outro eleito, Gerente ou mandatário regularmente
constituído, assinar balanços e balancetes, saques, recibos ou ordens, emitir, ou endossar cheques, e, uma vez
se configure a hipótese prevista no Parágrafo único, do artigo anterior, praticar todos os atos e firmar quaisquer
documentos derivados da atividade normal da gestão;

g) Outras que o Conselho de Administração haja por bem lhe conferir;

h) Aplicar as penalidades que forem deliberadas pelo Conselho de Administração ou Assembleias Gerais.

Art. 50 - Ao Vice-Presidente cabe auxiliar diretamente o Presidente, substituindo-o nos seus impedimentos
inferiores a 90 (noventa) dias, competindo-lhe, além de outras atribuições que vierem a lhe ser atribuídas pelo
Conselho de Administração, mais as seguintes:

a) Juntamente com o Presidente, executar as determinações emanadas do Conselho de Administração;

b) Orientar os serviços necessários visando melhor relacionamento entre a Cooperativa e associados;

c) Supervisionar os serviços internos e gerais da administração;

d) Em conjunto com o Presidente ou outro Diretor, eleito ou contratado, Gerente ou mandatário


regularmente constituído, praticar todos os atos de que trata a letra “e” do artigo anterior, exceto os privativos da
Presidência que somente poderão ser praticados em seu exercício.

Parágrafo único – No início de cada gestão o Presidente e o Vice-Presidente, “ad-referendum” do Conselho


de Administração, poderão estabelecer de modo diverso e segundo seu entendimento, a distribuição de suas
atividades, tarefas e atribuições na administração.

b) DO CONSELHO FISCAL

Art. 51 - A administração da Cooperativa será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por um Conselho


Fiscal, constituído de 3 (três) membros Efetivos e 3 (três) Suplentes, todos associados em dia com suas obrigações
com a Sociedade e que preencham os demais requisitos para a ocupação do cargo, previstos em Lei e neste
Estatuto, eleitos anualmente pela Assembleia Geral.

Parágrafo 1º - Somente é permitida a reeleição de 1/3 (um terço) dos membros do Conselho Fiscal.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo 2º - Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis e dos impedidos por Lei e por
este Estatuto, os parentes até 2º grau em linha reta ou colateral, bem como os parentes entre si até esse grau.

Parágrafo 3º - Não é permitido o exercício cumulativo de cargos nos Conselhos de Administração e Fiscal.

Art. 52 - O Conselho Fiscal, através de seus membros Efetivos, ou, na ausência de qualquer deles, o
Suplente convocado, reúne-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que necessário.

Parágrafo 1º - O Conselho Fiscal eleito, em sua primeira reunião, escolherá, dentre seus membros Efetivos, um
Coordenador incumbido de convocar e dirigir os trabalhos das reuniões, e um Secretário para redigir as atas e
transcrevê-las no Livro próprio.

Parágrafo 2º - Na hipótese de não convocação das reuniões pelo Coordenador, ou negando-se este a fazê-lo
depois de solicitadas, poderá qualquer dos membros Efetivos, e na ausência destes, qualquer dos membros
Suplentes convocá-las.

Parágrafo 3º - Fica facultado ao Conselho de Administração ou à Assembleia Geral solicitar a reunião do


Conselho Fiscal sempre que necessária.

Parágrafo 4º - Na ausência do Coordenador, os trabalhos serão dirigidos por substituto escolhido na ocasião.

Art. 53 - Ocorrendo vagas no Conselho Fiscal, o Conselho de Administração ou o restante dos seus
membros convocará a Assembleia Geral para o devido preenchimento.

Art. 54 - Ao Conselho Fiscal compete:

a) Exercer assídua fiscalização sobre as operações, atividades e serviços da Cooperativa, inclusive


documentos contábeis;

b) Examinar e apresentar à Assembleia Geral parecer sobre o balanço anual e contas que o acompanham,
podendo valer-se de profissionais especializados, contratados para assessorar o Conselho Fiscal no cumprimento
desta obrigação estatutária;

c) Dar conhecimento ao Conselho de Administração das conclusões dos seus trabalhos, denunciando
a este, às autoridades competentes, as irregularidades porventura constatadas e convocar a Assembleia Geral,
se ocorrem motivos graves e urgentes.

Art. 55 - Os membros Efetivos do Conselho Fiscal em caso de renúncia, impedimento, falecimento ou


perda de mandato, serão substituídos pelos Suplentes.

CAPÍTULO VII

DO BALANÇO, DAS DESPESAS, DAS SOBRAS, DAS PERDAS E DOS FUNDOS.

Art. 56 - O balanço geral, incluindo o confronto de receitas e despesas, será levantado no dia 31 de
dezembro de cada ano.

Parágrafo Único - Os resultados serão apurados separadamente, segundo a natureza das operações, produtos,
atividades ou serviços.

Art. 57 - Das sobras verificadas, serão deduzidas as seguintes taxas:

a) 20% (vinte por cento) para o Fundo de Reserva.

b) 5% (cinco por cento) para o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social – FATES.

Parágrafo 1º - A Cooperativa manterá um FUNDO CAPITAL onde serão lançados os investimentos em móveis
e imóveis, em conta corrente específica dos cooperados participantes, na proporção de sua participação ou

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

investimento, que demonstrará a EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL, podendo ser remunerado na proporção que os
mesmos servirem para o uso coletivo por critérios decididos pela sociedade.

Parágrafo 2º - Poderá a Assembleia Geral criar outros Fundos, além dos previstos no artigo anterior, com
recursos e destinações específicas, fixando o modo de formação, aplicação e liquidação.

Art. 58 - O Fundo de Reserva destina-se a reparar eventuais perdas de qualquer natureza que a
Cooperativa venha a sofrer, e atender ao desenvolvimento de suas atividades.

Parágrafo Único - Além da taxa de 20% (vinte por cento) das sobras, revertem em favor do Fundo de Reserva,
os auxílios e doações sem destinação especial e os créditos não reclamados pelos associados, decorridos 2
(dois) anos de seu desligamento por qualquer motivo.

Art. 59 - O Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social destina-se à prestação de assistência


aos associados e seus familiares e aos empregados da Cooperativa, podendo os respectivos serviços ser
executados mediante convênios com entidades públicas e privadas.

Parágrafo 1º - Não têm os associados demitidos, excluídos ou eliminados qualquer direito sobre os Fundos
constantes do art. 57 letras (a) e (b);

Parágrafo 2º – Os associados demitidos, excluídos ou eliminados terão direito a receber o valor constante na
sua conta do FUNDO CAPITAL, após encerrado o balanço no ano em que esta se deu, descontadas quando
houver as perdas do período e devidas depreciações, a vista ou em tantas vezes quantas necessárias para
não comprometer as atividades da Cooperativa, decididos pelo Conselho de Administração e Fiscal, ou ainda
conforme determinação do Parágrafo 3o do art. 15.

Art. 60 - As sobras líquidas verificadas serão distribuídas aos associados na proporção das operações
que houverem realizado com a Cooperativa, após a aprovação do balanço pela Assembleia Geral Ordinária, salvo
decisão diversa desta.

Art. 61 - As perdas verificadas, que não tenham cobertura do Fundo de Reserva, serão rateadas entre
os associados após a aprovação do balanço da Assembleia Geral Ordinária, na proporção das operações que
houverem realizado com a Cooperativa.

CAPÍTULO VIII

DA DISSOLUÇÃO E DA LIQUIDAÇÃO

Art. 62 - A Cooperativa dissolver-se-á, de pleno direito, se o número mínimo de 20 (vinte) cooperados,


pessoas físicas, não estiver disposto a assegurar a sua continuidade, ou quando:

a) assim deliberar a Assembleia Geral, desde que os associados, totalizando o número mínimo exigido
por esta lei, não se disponham a assegurar a sua continuidade;

b) devido à alteração de sua forma jurídica;

c) pela redução do número mínimo de associados ou do capital social mínimo se, até a Assembleia Geral
subsequente, realizada em prazo não inferior a 6 (seis) meses, eles não forem restabelecidos;

d) pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento e vinte) dias.

Parágrafo 1º - Quando a dissolução da Cooperativa não for promovida voluntariamente, nas hipóteses deste
artigo, a medida deverá ser tomada judicialmente a pedido de qualquer cooperado ou por iniciativa do Órgão
Fiscalizador.

Parágrafo 2º - Quando deliberada pela Assembleia Geral Extraordinária, esta nomeará um liquidante, ou no
máximo dois, e um Conselho Fiscal de 3 (três) membros para proceder à liquidação.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo 3º - A Assembleia Geral Extraordinária, nos limites de suas atribuições, poderá em qualquer época
destituir os liquidantes e membros do Conselho Fiscal, designando seus substitutos.

Parágrafo 4º - Em todos os atos e operações, os liquidantes deverão usar a denominação da Cooperativa,


seguida da expressão: “Em liquidação”.

Art. 63 - Os Liquidantes, nos termos da legislação vigente, terão todos os poderes inerentes à
administração da sociedade Cooperativa, autorizados por este Estatuto aos Administradores, podendo praticar
atos e operações necessárias à realização do ativo e pagamento do passivo.

CAPÍTULO IX

DOS LIVROS

Art. 64 - A Cooperativa poderá utilizar os seguintes livros:

a) Matrícula;

b) Atas das Assembleias Gerais;

c) Atas do Conselho de Administração;

d) Atas do Conselho Fiscal;

e) Presença dos Associados nas Assembleias Gerais;

f) Outros fiscais e contábeis obrigatórios.

Parágrafo único – É facultada a adoção de livros e/ou folhas soltas ou fichas, em substituição aos Livros de que
trata o presente artigo.

Art. 65 - No Livro de Matrícula os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão e nele
deverão constar:

a) Nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e residência do associado;

b) A data de sua admissão e, quando for o caso, a de sua demissão a pedido, de eliminação ou exclusão.

c) A conta corrente das respectivas quotas-partes do capital social.

CAPÍTULO X

DAS CONDIÇÕES E PROCEDIMENTOS DE ACESSO AOS CARGOS ELETIVOS

Art. 66 - Nas eleições para preenchimento dos cargos do Conselho de Administração, só poderão
concorrer chapas completas, que tenham sido registradas junto à Cooperativa no mínimo 10 (dez) dias antes
da data marcada para a realização da Assembleia Geral, por solicitação de no mínimo 10 (dez) associados com
direito a voto.

Parágrafo 1º - Para ser candidato aos cargos no Conselho de Administração e Conselho Fiscal, o associado
deve comprovar no mínimo dois anos de associação na Cooperativa, ter participado de no mínimo 80% (oitenta
por cento) das reuniões e Assembleias e ter praticado atos cooperativos com a mesma em todos os anos sociais.

Parágrafo 2º - Para candidatar-se ao cargo de Presidente, deverá o associado já ter participado como membro
do Conselho Fiscal e posteriormente de Administração.

Art. 67 - Nas eleições para o preenchimento dos cargos do Conselho Fiscal, só poderão concorrer os
nomes que tenham sido registrados junto à Cooperativa no mínimo 10 (dez) dias antes da data marcada para a
realização da Assembleia Geral, por solicitação de no mínimo 10 (dez) associados com direito a voto.

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COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Parágrafo 1º - Nas eleições para os cargos do Conselho Fiscal, a Assembleia Geral deverá votar em 6 (seis)
nomes dentre os apresentados, sendo que os 3 (três) candidatos mais votados serão os membros Efetivos e os
3 (três) candidatos a seguir, pela ordem de votos recebidos, serão os membros Suplentes do referido Conselho.

Parágrafo 2º - Havendo um número de candidatos suficiente apenas para o preenchimento das 6 (seis) vagas,
a Assembleia Geral poderá estipular outra forma de eleição.

Art. 68 - Em qualquer dos casos de eleição para o Conselho de Administração ou Fiscal, cumpre à
Cooperativa afixar as chapas em lugar visível e de fácil acesso.

Art. 69 - São inelegíveis, além das pessoas impedidas por Lei e por este Estatuto, os condenados a pena
que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação,
peita ou suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade.

Parágrafo 1º - Sem prejuízo do disposto no “caput” deste artigo e de outros requisitos que vierem a ser
estabelecidos por Lei ou pelo conselho de Administração, não poderá também concorrer a cargo eletivo na
Cooperativa o associado que:

a) Exercer cargo de administração, fiscalização ou diretoria em empresa cuja atividade colida com os
interesses da Sociedade ou seja dela concorrente;

b) Patrocinar, como parte ou procurador, medida judicial contra a Cooperativa, exceto se decorrente do
próprio mandato;

c) Tiver seu nome inscrito em cadastro de inadimplentes, de proteção ao crédito ou em registros de


qualquer natureza que impliquem em desabono à sua idoneidade e reputação, conforme avaliação do Conselho
de Administração;

d) Estiver em infringência com as disposições deste Estatuto e com as deliberações do Conselho de Administração.

Parágrafo único – Se a hipótese prevista na alínea “a” se configurar após a eleição do associado junto à
Cooperativa, deverá ele imediatamente se desincompatibilizar do cargo para o qual foi eleito, sob pena de ser
declarado seu impedimento por ato do Conselho de Administração.

Art. 70 - O associado que pretender concorrer ao cargo de Conselheiro de Administração ou Conselheiro


Fiscal, ou estiver no seu exercício, não poderá, ao mesmo tempo, ocupar cargo ou função político-partidária,
ou exercer qualquer atividade da mesma natureza, tendo em vista o Princípio da Neutralidade Política que, por
força de Lei, rege a Sociedade, cumprindo-se o disposto neste artigo na forma do Parágrafo único, do artigo
precedente.

Art. 71 - Os associados candidatos às eleições, quando do registro das chapas ou dos nomes, deverão apresentar:

a) Declaração de, se eleitos, assumirem e exercerem os respectivos cargos;

b) Declaração de que não é pessoa impedida por Lei ou condenada a pena que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno,
concussão, peculato, ou contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade;

c) Compromisso de prestar esclarecimentos relacionados com suas atividades, na forma prevista na


letra “h”, do artigo 9º, deste Estatuto, e autorização para a divulgação de tais dados à Assembleia Geral, caso
algum associado presente a solicite;

d) Declaração de bens e de inexistência das restrições e incompatibilidades previstas em Lei e neste


Estatuto, para o exercício do cargo ao qual concorre.

Art. 72 - Não poderá um mesmo candidato participar de mais de uma chapa, ainda que para cargos
diferentes, nem tampouco concorrer simultaneamente a cargos do Conselho de Administração e Fiscal.

101
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Art. 73 - O candidato a membro do Conselho de Administração, no ato do registro de sua candidatura,


deverá firmar, juntamente com seu cônjuge, se for o caso, compromisso de, se eleito, pedir a inclusão do seu aval
ou fiança nos Contratos, Notas Promissórias, Cédulas Rurais e de Produtor Rural ou em quaisquer outros títulos
ou documentos, vigentes ou futuros, necessários aos negócios da Cooperativa.

Art. 74 - Em caso de empate entre dois candidatos, será considerado eleito o associado com mais
tempo de associação na Cooperativa.

Art. 75 - Os mandatos dos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal perduram até a realização
da Assembleia Geral Ordinária correspondente ao exercício social em que tais mandatos findam.

CAPÍTULO XI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 76 - Poderá o Conselho de Administração criar comitês especiais, transitórios ou não, para estudar,
planejar e coordenar a solução de questões específicas, relativas ao funcionamento da Cooperativa.

Art. 77 - Os casos omissos serão resolvidos de acordo com a Lei e os Princípios Cooperativistas.

Art. 78 - Este Estatuto foi aprovado em Assembleia de Constituição realizada em DD/MM/AAAA.

102
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Edital de convocação AGE e AGO


COOP – Cooperativa NNN LTDA
CNPJ- 00.000.000/0000-00 - INSC. ESTADUAL – 000000000-0 NIRE- 00000000000

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Nº 00 / AAAA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

O Presidente da COOP- Cooperativa NNN LTDA, no uso das atribuições que lhe conferem os art. 18 e 49
do Estatuto Social e de conformidade com a Lei 5764/71, convoca os Senhores(as) Associados(as), que nesta
data somam NN (nn), para reunirem-se em uma ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA, a realizar-se no dia DD de
MM do ano AAAA, na Rua, n. Bairro, Município, UF, em primeira convocação às 18h com a presença de dois
terços dos associados; em segunda convocação às 19h com a presença de metade mais um dos associados e
em terceira e última convocação, às 20h, com a presença de no mínimo 10 (dez) associados, para deliberarem
sobre a seguinte ORDEM DO DIA:

1)- Prestação de contas relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de AAAA, compreendendo nesta:

a)- Relatório da Gestão;

b)- Balanço Patrimonial;

c)- Demonstrativo das contas de sobras e perdas;

d)- Parecer do Conselho Fiscal;

2)- Destinação das sobras ou rateio das perdas;

3)- Eleição dos membros do Conselho Fiscal;

4)- Eleição dos membros do Conselho de Administração se for o caso;

5)-Admissão de novos sócios;

6)- Eliminação de associados;

7)- Assuntos Gerais.

Município/UF, DD de MM de AAAA.

NNNNNNNNNNNN

Presidente

103
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

COOP – Cooperativa NNN LTDA


CNPJ- 00.000.000/0000-00 - INSC. ESTADUAL – 000000000-0 NIRE- 00000000000

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Nº 00 / AAAA.

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O Presidente da COOP- Cooperativa NNN LTDA, no uso das atribuições que lhe conferem os art. 18 e 49
do Estatuto Social e de conformidade com a Lei 5764/71, convoca os Senhores(as) Associados(as), que nesta
data somam NN (nn), para reunirem-se em uma ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a realizar-se
no dia DD de MM do ano AAAA, na Rua, n. Bairro, Município, UF, em primeira convocação às 18h com a
presença de dois terços dos associados; em segunda convocação às 19h com a presença de metade mais um
dos associados e em terceira e última convocação, às 20h, com a presença de no mínimo 10 (dez) associados,
para deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA:

1)-REFORMA ESTATUTÁRIA

Município/UF, DD de MM de AAAA.

NNNNNNNNNNNN

Presidente

104
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

DECLARAÇÃO DE CONVOCAÇÃO

Nós, abaixo assinados, declaramos para os devidos fins de direito, em especial para comprovação de
ciência da realização da Assembleia Geral Extraordinária e Assembleia Geral Ordinária, que acontecerão no
dia DD de MM de AAAA, conforme Edital, que recebemos tempestivamente, conforme estatuto social da
Coop – Cooperativa NNN Ltda, art. 19, cópia dos editais n. 00/AAAA e 00/AAAA da AGE e AGO.

NOME DATA

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

NNNNNNNNNNNNN ____/____/_______

105
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

COOP – Cooperativa NNN LTDA


CNPJ- 00.000.000/0000-00 - INSC. ESTADUAL – 000000000-0 NIRE- 00000000000

LISTA DE PRESENÇAS DE ASSOCIADOS NA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

000/AAAA

DD de MM do ano AAAA
LOCAL: na Rua, n. Bairro, Município, UF,

NOME ASSINATURA

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

106
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

COOP – Cooperativa NNN LTDA


CNPJ- 00.000.000/0000-00 - INSC. ESTADUAL – 000000000-0 NIRE- 00000000000

LISTA DE PRESENÇAS DE ASSOCIADOS NA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

000/AAAA

DD de MM do ano AAAA
LOCAL: na Rua, n. Bairro, Município, UF,

NOME ASSINATURA

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

NNNNNNNNNNNN ___________________________

107
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

COOP – Cooperativa NNN LTDA


CNPJ- 00.000.000/0000-00 - INSC. ESTADUAL – 000000000-0 NIRE- 00000000000
Fundada em DD/MM/AAAAA

REGISTRO DE MATRÍCULA DE ASSOCIADO – Fls. ________

MATRÍCULA Nº: _______________

NOME: ________________________________________________________________

ENDEREÇO: ___________________________________________________________

CNPJ: _____________________________________IE___________________________

REPRESENTADA POR:___________________________________________________

NACIONALIDADE: ______________________________________________________

ESTADO CIVIL: ________________________________________________________

CPF:_____________________________ RG:___________________________

DATA NASC.: _________________________IDADE:____________________________

FILIAÇÃO:______________________________________________________________

NATURALIDADE: __________________________________ SEXO: ______________

DATA ADMISSÃO: ........../........../..........

DATA DEMISSÃO: ........../........../..........

DATA ELIMINAÇÃO: ........./........../..........

DATA EXCLUSÃO: ........../........../..........

OBSERVAÇÕES: ...........................................................................................................

.........................................................................................................................................

_____________________________ _____________________________
ASS. DO ASSOCIADO ASS. DO DEMITIDO/EXCLUÍDO

_____________________________ _____________________________
ASS. DO PRESIDENTE ASS. DO PRESIDENTE

CONTA CORRENTE DE QUOTAS-PARTES DO CAPITAL SOCIAL

Quotas Quotas SALDOS


DATA HISTÓRICO
SUBSCRITAS INTEGRALIZADAS
subscrito integralizado

108
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Proposta de Admissão

Nome: ________________________________________________________
Endereço: _____________________________________________________
Nacionalidade: _________________ Data Nasc.: ___________
Estado Civil: ________________ Cap. Subscrito _________
CPF: ______________________
Identidade: _________________
Venho por meio deste requerer a apreciação do meu pedido de Associação na COOP – Cooperativa NNNN
LTDA, CNPJ 00.000.000/0000-00, INSCRIÇÃO ESTADUAL 0000000-0 e NIRE – 0000000000, declarando-me
inteiramente de acordo com as disposições Estatutárias da mesma. Fico ciente de que, de acordo com o Artigo
90 da Lei nº 5764/71 e a Lei nº 8949/94 Art. 442 do Decreto Lei nº 5452/43 Parágrafo Único, que não há vínculo
empregatício entre a Cooperativa e seus Associados e nem entre estes e os Tomadores de Serviços daquela.

Quota (s) parte (s) no valor de R$ ____cada uma, totalizando R$ ________, as quais obrigo-me a integralizar pela
forma prescrita no Estatuto Social.

Município, UF, _______ de ________________ de 20_____.

Assinatura de 2 (dois) associados que apresentam o proponente


1-
2-
__________________________
Assinatura do Proponente

Por deliberação do Conselho de Administração, tomada em reunião do dia ____ de _______de 20____.

ADMISSÃO ( ) SIM ( ) NÃO

Município, UF, _____ de _______________ de 20____.

________________________
Assinatura do Presidente

109
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

Pedido de demissão

Eu,_____________________________________________________________________,
NACIONALIDADE___________________________,ESTADO CIVIL, __________________________, ENDEREÇO
COMPLETO_______________________________________________________________________________, CPF_
_____________________________RG_________________________________ ASSOCIADO COOP – Cooperativa
NNNN LTDA, CNPJ 00.000.000/0000-00, INSCRIÇÃO ESTADUAL 0000000-0 e NIRE – 0000000000,
REGISTRO DE MATRÍCULA NÚMERO ____________venho por meio deste requerer o meu desligamento do
quadro de associados desta Cooperativa, conforme art. 12 do Estatuto Social. O pedido deve-se a problemas
de ordem particular.

Município, UF, _____ de _______________ de 20____.

_________________________________
Assinatura do requerente

Aos ilustres Conselheiros


Conselho de Administração
Coop
Município, UF
PROTOCOLO

Recebido em ____/_________________/20____.

Assinatura de quem recebeu e nome legível.

110
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

10 - Referências bibliográficas

BRASIL. CLT. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452compilado.htm. Acesso em: 6 ago 2012.

BRASIL. CNPJ. Receita Federal. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/. Acesso em: 6 ago 2012.

BRASIL. Código Civil: LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm. Acesso em: 06 ago 2012.

BRASIL. Decreto do Vinho: DECRETO Nº 99.066, DE 8 DE MARÇO DE 1990. Regulamenta a Lei n.° 7.678,
de 8 de novembro de 1988, que dispõe sobre a produção, circulação e comercialização do vinho e derivados
do vinho e da uva. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D99066.htm. Acesso
em: 6 ago 2012.

BRASIL. FGTS. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Disponível em: http://www.fgts.gov.br/. Acesso
em: 6 ago 2012.

BRASIL. INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/. Acesso
em: 6 ago 2012.

BRASIL. INSS. Disponível em: http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=401. Acesso em: 6


ago 2012.

BRASIL. Junta Comercial. Registro Mercantil. Disponível em: http://www.dnrc.gov.br/ e Disponível em: http://
www.dnrc.gov.br/Juntas%20Comerciais/dnr2000.htm. Acesso em: 6 ago 2012.

BRASIL. Lei de Cooperativas: LEI Nº 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971. Define a Política Nacional de
Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades Cooperativas, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.htm. Acesso em: 06 ago 2012.

BRASIL. Lei do Vinho: LEI Nº 7.678, DE 8 DE NOVEMBRO DE 1988. Dispõe sobre a produção, circulação e
comercialização do vinho e derivados da uva e do vinho, e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-1988/L7678.htm. Acesso em: 6 ago 2012.

BRASIL. Licença Ambiental simplificada: RESOLUÇÃO CONAMA n. 385, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2006.


Estabelece procedimentos a serem adotados para o licenciamento ambiental de agroindústrias de pequeno
porte e baixo potencial de impacto ambiental. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/
CONAMA_RES_CONS_2006_385.pdf. Acesso em: Acesso em: 6 ago 2012.

111
COMO FORMALIZAR UMA VINÍCOLA

BRASIL. Licença Ambiental: RESOLUÇÃO Nº 237, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1997. Disponível em: http://
www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html. Acesso em: 6 ago 2012.

BRASIL. Sociedade Anônima: LEI Nº 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Dispõe sobre as Sociedades por
Ações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 6 ago 2012.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal de Contas da União,
com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2.ed. Brasília :
TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007. 83 p.

BRUCH, Kelly Lissandra; FENSTERSEIFER, Jaime Evaldo. Análise da tributação incidente na cadeia
produtiva do vinho brasileiro. XLIII CONGRESSO DA SOBER: “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos
no Sistema Agroindustrial”. Ribeirão Preto, 2005. Disponível em: http://www.sober.org.br/palestra/2/392.pdf.
Acesso em: 6 ago 2012.

KRUEGER, Guilhermo. Curso de Direito Cooperativo. São Paulo: Mandamentos, 2009. 240 p.

112
PRODUÇÃO EDITORIAL
EDIÇÃO Kelly Lissandra Bruch
REVISÃO DE TEXTO Ester Mambrini
PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO Dharma Estúdio Criativo

Impresso em papel Couchê fosco 230g (capa) e Sulfite 90g (miolo).


1° Ediçao (2012): Tiragem 500 exemplares
ISBN 978-85-64104-17-4

9 788564 104174

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