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Stanislav Grof é para a Psicologia Transpessoal o mesmo que Freud foi para a
Psicanálise. Tanto em termos clínicos, como teóricos, como práticos. Grof "praticou"
Psicologia Transpessoal, desde antes de terminar sua graduação como médico
psiquiatra. Aos 24 anos, quando já trabalhava como pesquisador no departamento de
Medicina Psiquiátrica na Universidade de Praga, República Checa, ele tomou uma
potente dose de LSD-25 e viveu, durante algumas horas, uma extraordinária viagem de
Consciência Cósmica. Segundo ele, esta experiência o marcou profundamente em toda
sua vida tanto pessoal como profissional. Hoje com 71 anos, e internacionalmente
reconhecido como o maior expoente da Psicologia Transpessoal no mundo, ele nos
concedeu esta entrevista, na sua breve mais frutífera estada em Salvador. (*)
Revista Omega - O que o levou a estudar com tão profundo interesse os estados não-
comuns de consciência?
Omega - Como médico psiquiatra, de que maneira o Sr. descreve esse estado?
Grof - A psiquiatria moderna não faz diferença entre estados espirituais ou místicos e
episódios psicóticos. As pessoas vivendo esses estados geralmente são diagnosticadas
como doentes mentais, hospitalizadas e submetidas a tratamento farmacológico de
sedação. Mas minha esposa e eu sugerimos que muitos desses estados são, na
realidade, crises psicoespirituais ou "emergências espirituais". Se compreendidas de
forma apropriada e se os indivíduos, passando por estas crises, tiverem o apoio de
facilitadores experientes, os episódios deste gênero podem resultar em curas
psicossomáticas, aberturas espirituais, transformações positivas da personalidade e
evolução de consciência.
Grof - Podem ser induzidas por meio de várias técnicas aborígines antigas, que na
Antropologia são chamadas de "Tecnologias do Sagrado". Uma particularmente eficaz
tem sido a utilização ritualística de plantas e substâncias psicodélicas. Estas técnicas de
mudança de consciência têm desempenhado um papel crítico na história ritualística e
espiritual da humanidade. A indução a estados holotrópicos tem sido absolutamente
essencial ao xamanismo, aos ritos de passagem e a outras cerimônias das culturas
nativas. Ela também representou o elemento-chave dos antigos mistérios de morte e
renascimento que foram conduzidos em diferentes partes do mundo e aflorou
principalmente no Mediterrâneo.
Nos tempos modernos, o espectro de técnicas de alteração mental enriqueceu
consideravelmente. As abordagens clínicas incluem a utilização de alcalóides puros de
plantas psicodélicas ou de substâncias psicodélicas sintéticas, assim como as formas
potentes de psicoterapia existencial, tais como hipnose, terapia primal, renascimento e
respiração holotrópica. É importante enfatizar que episódios de estados holotrópicos de
profundidade e duração variadas também ocorrem espontaneamente sem qualquer causa
específica identificável, e freqüentemente contra a vontade das pessoas envolvidas.