© Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera

Ministério de Grupos Pequenos

Maio de 2011
Produzido para uso interno

Contatos:
grupospequenos@chacaraprimavera.org.br
www.chacaraprimavera.org.br
(19) 3254-4500

Equipe de produção
Ralph Robert e Sylvia Helena Heinrich (texto)
Jonathan Luís Hack (revisão)
Marco Antonio Gomes Da Silva (revisão)
Luiza Agreste (arte)
Ricardo Amaral de Souza (arte)
 ÍNDICE

Por que estudar sobre família? ........................................... 1

Felicidade e maturidade ..................................................... 5

Marido e mulher ................................................................. 9

Pais e filhos ...................................................................... 12

Profissão e família ............................................................ 18

Vontades e necessidades .................................................. 22

Filhos e cônjuges .............................................................. 27

Inversão de valores 1

Por que estudar sobre família?

Esta série tem por objetivo apontar e discutir, à luz da Palavra

de Deus, a inversão de valores e prioridades que ditam a cultura na
qual estamos inseridos. É voltada para a família cristã que busca ser
feliz, sobreviver e fazer diferença na sociedade em meio a muitas
tensões e demandas do Reino de Deus. Tem como base o Salmo 128,
aqui parafraseado em alguns versículos:
Como é feliz quem teme o Senhor, quem anda em seus caminhos!
Comerá do fruto do seu trabalho, e será feliz e próspero.
Sua mulher será como videira frutífera em sua casa;
Seus filhos serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa.
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor!
Que o Senhor o abençoe desde Campinas,
para que veja a prosperidade do Brasil
todos os dias da sua vida
e veja os filhos dos seus filhos.
Haja paz na Terra!

Em uma análise bastante resumida desse salmo, podemos

aprender os seguintes princípios:
1. A felicidade não se encontra nem no mercado de trabalho nem no
casamento;
2. O trabalho não é uma fonte de sustento para a vida, nem a própria
vida;
3. A felicidade e a prosperidade passam pela experiência única de
gerar vidas e influenciá-las decididamente;
4. A felicidade e a prosperidade estão no legado histórico que uma
pessoa deixa como herança.
A família cristã constantemente é confrontada com dois tipos
de sabedoria que a rodeiam: a secular e a bíblica. O quadro abaixo
descreve os princípios que regem uma e outra:
2 Inversão de valores

Princípios1 Sabedoria secular Sabedoria bíblica

Quem é mais importante O ser humano Deus
Seres humanos Indivíduos Pessoas
Amor a Deus e
Propósito da vida Realização pessoal
ao próximo
Centro da vida Trabalho Família
Liberdade Ser autônomo Estar em Cristo

E mais! Algumas situações ou opções de vida são inaceitáveis,

tidas como loucura pela cultura atual. Listamos aqui algumas:
 Casar antes dos 25 anos;
 Namorar, noivar e casar;
 Namorar, noivar e casar em menos de 1 ano;
 Ter filhos; e ainda, culturalmente falando:
o filho tira a pressão;
o filho - uma decisão a ser bem ponderada e analisada;
o filho é caso de internação.
 Abrir mão da oportunidade de um bom emprego para estar mais
perto da família;
 Abrir mão de uma promoção para ficar mais tempo com o cônju-
ge, com os filhos ou para cuidar mais da casa;
 Permanecer casado com a mesma pessoa a vida toda.
A cada dia, o que era certo parece tornar-se errado e o errado
parece tornar-se certo. Quando alguém se esforça para ser uma pessoa
mais dócil e humana, pode-se notar que estranhamente ela passará a
ser taxada de tola ou merecedora de descrédito. É, na verdade, anta-
gônico e absurdo. Com frequência, percebemos que a conduta de
quebrar regras e desrespeitar normas é objeto de admiração de muitas
pessoas. É perceptível no trabalho: funcionários que seriam maus

1
Anotações extraídas da palestra “A arte de permanecer casado”, proferida pelo Pr.
Ricardo Agreste em 18 de junho de 2006.
Inversão de valores 3

exemplos são “seguidos” ou copiados por outros funcionários. Quan-

do o comportamento, em vez de receber reprovação, recebe admira-
ção e ainda é imitado, torna explícito o absurdo da inversão de valo-
res que vivenciamos.
Há um programa televisivo que consiste em observar pessoas se
relacionando e convivendo em um lugar isoladamente. Percebe-se
que uns personagens optam por um comportamento “rebelde” ou in-
disciplinado para atrair simpatia. E o que é pior, eles obtêm sucesso,
tornam-se os vencedores. Porque se mostraram “maus”, agressivos ou
impetuosos, atraíram afeto e admiração. Se indisciplina e rebeldia
geram simpatia, o que pensar dos que prezam a disciplina e subordi-
nação? Em uma universidade, torna-se clara a distinção que se faz
entre condutas diferentes. Há aqueles que se dedicam aos estudos,
perguntam, participam e prestam atenção às aulas. Em contrapartida,
há os que fazem exatamente o oposto. Frequentemente estão ausentes
das aulas por preferirem bares. Trocam grupos de estudo por qualquer
coisa que seja inútil e com aparência de indisciplina.
Não faz muito tempo, os pais ou avós ensinavam que homens
deviam ser cavalheiros diante das mulheres, ou que as pessoas devi-
am se respeitar. Havia o conceito de que era fundamental ao ser hu-
mano a generosidade e cordialidade. No entanto, hoje qualquer um
está sujeito a ser interpretado como antiquado ou ultrapassado se as-
sim o fizer. Quando alguém é notado em ações de bondade, é definido
como pateta. Mas alguém que age maldosamente por vezes recebe
aplausos. Temos, com certeza, um prognóstico de que a sociedade
caminha a passos largos para um mundo amoral e repleto de conflitos.
Todos os problemas da inversão de valores apontados refletem
diretamente na convivência de qualquer grupo social. Nota-se na fa-
mília filhos que não respeitam os pais; se o fizerem, são até criticados
pelos seus amigos. Temos casais sem princípios essenciais a uma
convivência duradoura e saudável. Não há renúncia, compreensão e
bem-estar entre cônjuges, pois o homem que renuncia é tido por “do-
minado”; a mulher, se o fizer, será intitulada “Amélia”. O bom funci-
onário vira “puxa-saco”; o negligente, é exemplar. O cônjuge infiel é
bem-visto; o fiel, subestimado.
4 Inversão de valores

Os valores são violentados todos os dias por diversos meios e

atitudes nos relacionamentos. A todo o momento as pessoas são re-
primidas por agirem com cordialidade e simultaneamente incentiva-
das a transgredirem os princípios morais. Fica fácil entender por que
Rui Barbosa disse:
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver pros-
perar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de
tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos
maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-
se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
Dependerá dos líderes, oradores, conselheiros, escritores e
agentes de posições similares propagarem os bons conceitos e incutir
o repúdio à má conduta, bem como reconhecer com apreço os bons
costumes. A inversão de valores compromete o convívio social e deve
ser combatida com rigor por meio de pessoas comprometidas com o
desenvolvimento humano e o progresso social.2

Esta série de estudos é, portanto, um desafio sério para conside-

rarmos o que Paulo ordenou aos romanos em sua carta: Não se amol-
dem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da
sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).
Consideremos, pois, a promessa de Deus explicitada em Deute-
ronômio: Obedeçam aos seus decretos e mandamentos que hoje lhes
ordeno, para que tudo vá bem com vocês e seus descendentes, e para
que vivam muito tempo na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá
para sempre (Dt 4:40).
Bom estudo!
Ralph Robert e Sylvia Helena Heinrich

2
Adriano Martins Pinheiro. Inversão de valores. Artigo publicado em 27/05/2008
na página http://www.artigonal.com/cotidiano-artigos/inversao-de-valores-
428706.html.
Inversão de valores 5

1 INVERSÃO DE EXPECTATIVAS:

Objetivos deste estudo

Felicidade e maturidade

 Compreender o que significa felicidade conforme os princí-

pios da Palavra de Deus.
 Assimilar o conviver diário com a Palavra de Deus como
forma de conduzir à vida sob a vontade de Deus.

O que diz a cultura secular

Que nos adianta dar mais anos à nossa vida se não podemos dar
mais vida aos nossos anos? (Décio Valente)
Felicidade:
O amor é um sentimento que faz parte da “felicidade democrá-
tica”, aquela que é acessível a todos nós. É democrática a felicidade
que deriva de nos sentirmos pessoas boas, corajosas, ousadas, etc. A
“felicidade aristocrática” deriva de sensações de prazer possíveis ape-
nas para poucos: riqueza material, fama, beleza extraordinária. Felici-
dade aristocrática tem a ver com a vaidade e é geradora inevitável de
violência em virtude da inveja que a grande maioria sentirá da ínfima
minoria. É difícil definir felicidade: podemos de modo simplificado,
dizer que uma pessoa é feliz quando é capaz de usufruir sem grande
culpa os momentos de prazer e de aceitar com serenidade as inevitá-
veis fases de sofrimento. É impossível nos sentirmos felizes o tempo
todo, mas os períodos de felicidade correspondem à sensação de que
nada nos falta, de que o tempo poderia parar naquele ponto do filme
da vida.3

3
Flávio Gikovate, psiquiatra. Artigo publicado em 23/12/2009 na página
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7658
6 Inversão de valores

Maturidade:
Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os ti-
pos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do
que com quantos aniversários você celebrou. (William Shakespeare)
A mulher chega à maturidade quando seus sapatos começam a
incomodá-la mais do que os homens. (Aldo Cammarota)
Sua maturidade começa a crescer quando você começa a perce-
ber que sua preocupação com os outros é maior que consigo mesmo.
(John MacNaughton)
Na juventude, aprendemos; na maturidade, compreendemos.
(Marie von Ebner-Eschenbach)

O que diz a Palavra de Deus

A verdadeira felicidade consiste em cumprir a vontade de Deus
com um sorriso. (Madre Tereza de Calcutá)

Ao analisar os princípios bíblicos, Billy Graham afirma que há

duas formas de felicidade.4
Uma delas é quando as circunstâncias ao nosso redor são agra-
dáveis e estamos livres de dificuldades. O problema com esse tipo de
felicidade é que quando as circunstâncias mudam, ela se evapora.
Além disso, mesmo quando as circunstâncias são favoráveis e pare-
cem ideais, muitos ainda se sentem famintos, ansiosos interiormente,
anelando por algo que não sabem identificar. Esse tipo de felicidade é
superficial e passageira.
A outra forma de felicidade consiste em uma alegria e paz inte-
rior permanente, que perdura a despeito das circunstâncias ao nosso
redor. E mais, pode revigorar-se diante das adversidades!

4
Billy Graham, O segredo da felicidade, p. 17.
Inversão de valores 7

1. Como posso alcançar esta felicidade permanente?

Mt 6:33 ________________________________________________
Jo 10:10 ________________________________________________
Jo 15:11 ________________________________________________

2. Quais conceitos da nossa cultura podem me atrapalhar nessa

busca da felicidade verdadeira?
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3. Como a felicidade se relaciona com a ajuda ao próximo?

Rm 12:9-10 ______________________________________________
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4. Como posso alcançar a maturidade proposta por Deus?

1. ______________________________________________________
2. ______________________________________________________
3. ______________________________________________________
4. ______________________________________________________
5. ______________________________________________________
6. ______________________________________________________
7. ______________________________________________________

Para refletir e praticar

1. Você está “feliz e satisfeito” ou ainda está em busca da feli-
cidade?
2. Você consegue definir claramente o que representa o seu ob-
jetivo de felicidade?
8 Inversão de valores

3. Esse objetivo tem a ver com ter (posse), com estar (em al-
gum lugar ou com alguém) ou com ser?
4. O sujeito do seu objetivo é você mesmo ou os seus próximos
(conhecidos ou não)?
5. Com essa análise em mãos, você entende ser necessária uma
revisão nos seus conceitos de felicidade, para que seja possí-
vel atingir a maturidade?

Para o próximo encontro

Leia, por favor, Gn 2:18-25.

Lista de orações
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Inversão de valores 9

2
Objetivos deste estudo
INVERSÃO DE PAPÉIS:
Marido e mulher

 Compreender o que significa o casamento para Deus

 Assimilar e praticar os deveres e direitos de cada cônjuge
conforme a Palavra de Deus

O que diz a cultura secular

A psicóloga e terapeuta familiar Ana Stuart considera que, para
dar certo uma relação onde existe inversão de papéis, é preciso muita
conversa e acordos pré-definidos. “Não é impossível e, se este tipo de
relação for bem trabalhada, ela pode se tornar muito bem sucedida”.
Só que a psicóloga alerta: ainda existe muito preconceito, e por parte
das próprias mulheres. “Percebo que os homens não estão achando a
situação ruim, mas as mulheres, sim, porque elas não estão acostuma-
das a ver o homem como uma figura passiva e dominada”, ressalta.
Segundo ela, muitas mulheres ainda têm uma certa resistência. Podem
até admitir a troca, por pura necessidade, mas, no fundo, vão achar
que o homem encontra-se acomodado com a situação, o que pode
fazer com que o casamento entre em crise, com a perda da admiração.
“É lógico que não estou falando de todos, mas para quem não admite
isso, a única saída é a conversa franca e aberta”, finaliza.5

O que diz a Palavra de Deus

Leia os textos de Gn 1:26; 2:7 e 2:18-25.

5
Artigo na página http://www.acessa.com/mulher/arquivo/eles/2004/11/30-
inversao-de-papeis.
10 Inversão de valores

1. Por que Deus deu ao homem uma auxiliadora?

Gn 2:18 ________________________________________________
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Pv 31:10-30 _____________________________________________

2. Essa auxiliadora é diferente ou inferior ao homem?

Gn 2:20 ________________________________________________
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3. E como fica o relacionamento com os pais?

Gn 2:24 ________________________________________________
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4. O que significa “ser uma só carne”, se temos personalidades

e histórias tão diferentes?
Gn 2:25 ________________________________________________
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5. Então, qual o segredo para um relacionamento melhor?

Ef 5:33 ________________________________________________
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Para refletir e praticar

1. A cultura atual entende como natural a inversão de papéis no
lar, entre homens e mulheres. O conceito predominante é:
Quem ganha mais, ou traz o sustento, é o que lidera. Mas,
homem e mulher foram criados por Deus com claras distin-
ções físicas, para serem complementares, apesar de funcio-
nalmente diferentes. Da mesma forma, seu intelecto e modo
de agir também foram criados distintos e complementares.
Não estaríamos caminhando contra o projeto original de
Deus nos conformando a essa demanda da cultura atual?
Inversão de valores 11

2. Homens, originalmente constituídos para sustentarem e de-

fenderem sua prole, para isso munidos de raciocínio objetivo
e pragmático, conseguirão exercer outros papéis dentro da
família?
3. Mulheres, originalmente constituídas para o cuidado multi-
disciplinar de maridos e filhos, conseguirão assumir o papel
de líder responsável pelo sustento e proteção da prole?
4. Situações pontuais e possivelmente transitórias que causam a
inversão de papéis devem ser entendidas como definitivas?
Quais os impactos dessa situação nas gerações futuras?
5. Essa inversão de valores não é algo causado pelas outras
enormes distorções acumuladas ao longo do tempo em nossa
sociedade?

Para o próximo encontro

Leia, por favor, o Sl 127.

Lista de orações
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12 Inversão de valores

3 INVERSÃO DE PAPÉIS:

Objetivos deste estudo

Pais e filhos

 Compreender o que a Bíblia ensina sobre o relacionamento

entre pais e filhos
 Aplicar limites nos relacionamentos que gerem uma discipli-
na de vida positiva nos filhos

O que diz a cultura secular

Nossos pais nos contam com certo saudosismo, de um lado, e
um sentimento de temor, de outro, do tipo de relação que estabeleci-
am com os pais deles.
Dizeres do tipo “quando eu era criança eu tratava meu pai as-
sim” ou “se eu tivesse feito isso quando tinha tua idade, o chinelo
corria solto” revelam, de certa maneira, um modelo de relação que
expressa ao mesmo tempo sentimento de temor e saudade. Temor
porque nos leva a deduzir que a autoridade dos nossos antepassados
era algo indiscutível; saudade porque expressa a sensação de que,
naquela época, apesar de certo extremismo, havia coordenadas segu-
ras que deveriam ser seguidas, e todos aqueles que as violassem pa-
gavam o preço do “castigo”.
Alguns autores apontam certa inversão de papéis na relação ho-
je. Ou seja, os filhos passam a ser os que decidem o que se faz e o que
não se faz na família. Muitos lares têm sido assombrados com o terro-
rismo das vontades egocêntricas de filhos, que vivenciam a onipotên-
cia de serem os “reizinhos” do lar. Alguém já disse que somos a pri-
meira geração de pais que obedecem a seus filhos!
Inversão de valores 13

Frequentemente, quando vou ao supermercado, observo que

quem decide o que vai para o carrinho das compras, o que pode ou
não ser comprado, são as crianças. Alguns pais orgulhosamente justi-
ficam tais atitudes dizendo que isso expressa personalidade, determi-
nação, autonomia. Alguns pais acreditam, possivelmente não por
convicção, mas por influência do meio, que é antiquado dizer não,
que é “pieguice” colocar limites, que fica estranho questionar. São os
ditos pais modernos, também chamados de liberais pois tudo permi-
tem, sem se darem conta de que estão alimentando suas próprias frus-
trações.
Quando seu estimado filho, por exemplo, bate o carro em alta
madrugada, porque havia bebido além da conta ou estava fazendo
exibicionismo, muitos pais sorrateiramente procuram “comprar” a
polícia ou as testemunhas para que seu “querido” filho não sofra as
consequências de seus atos irresponsáveis.6
Há certas leis universais que são invioláveis, e o pobre mortal
que se atreve a desrespeitá-las paga o preço com sofrimento. Uma
dessas leis é a hierarquia entre pais e filhos. Os pais estão numa posi-
ção hierárquica acima dos filhos e ponto final. Os pais não são ami-
gos, não são irmãos, eles são o que são: pais. Podem até ser amigos,
mas antes disso são pais. Com um amigo é possível que um dia se
perca a paciência e com muita proeza dá-se um tchau para nunca
mais. Um filho pode até fazer isso com o pai, mas aí a vida implacá-
vel cobra o preço e faz sofrer. As leis universais não podem ser per-
turbadas.7
Em certos momentos alguns duvidam que os filhos sejam real-
mente uma recompensa do Senhor para os pais, como diz a Palavra.
Duvidam que sejam como brotos de oliveira; são sim, pimenta nos
olhos! Isso se dá principalmente naquelas famílias onde a ordem natu-
ral proposta na sabedoria bíblica entre pais e filhos é violada.

6
Altair Alberto Fávero, artigo na página http://www.nuep.org.br/jor001.php?jor=96
(com adaptações).
7
André Augusto Passari, artigo na página http://www.usinadeletras.com.br/ exibe-
lotexto.php?cod=54785&cat=Artigos&vinda=S
14 Inversão de valores

As correntes educacionais, de certa forma, contribuíram para

esse desequilíbrio. Por muito tempo as crianças eram completamente
desconsideradas, deixadas em segundo plano. Almoçavam das sobras,
por exemplo. Com a revolução educacional, as crianças passaram a
ser o centro das atenções e devidamente valorizadas. A valorização da
criança fez com que houvesse a inversão de papéis já apresentada
aqui, confundindo atenção e consideração com liberalidade. Assim,
educar filhos íntegros, comprometidos, respeitadores, éticos na cultu-
ra atual é uma tarefa complexa, difícil e por vezes nos parece uma
missão impossível.
Mas quando pensamos que Deus, o Todo-Poderoso, nos confiou
a tarefa de preparar jovens vidas para uma idade adulta responsável e
digna, a missão assume um significado eterno. A paternidade é de
fato um privilégio dado pelo Senhor – uma oportunidade incompará-
vel para dedicar nossa vida àqueles a quem tanto amamos.8
É nossa a responsabilidade, como pais cristãos, ensinarmos nos-
sos filhos a amarem a Deus. Tal tarefa não deve nem pode ser tercei-
rizada para a igreja. Devemos ensinar com persistência, de forma
constante e intencional. Os filhos devem ser encharcados nos lares
pela Palavra de Deus.

O que diz a Palavra de Deus

O primeiro dever dos filhos é honrar aos pais. Esse também é o
primeiro mandamento com promessa (Ex 20:12; Ef 6:1). Mas também
não há nenhuma condição acrescida a ele, como honrar apenas se
forem bons, se forem honestos, se forem condescendentes, se forem
justos. O segundo mandamento é obedecê-los.
Interessante notarmos a extensa lista que encontramos na Pala-
vra de recomendações aos pais para que sejam bem sucedidos em sua
tarefa. Por outro lado, há poucas recomendações, mas não menos im-
portantes, sobre o relacionamento dos filhos para com os pais.

8
Josh McDowell. Pais e filhos: a relação que faz diferença, p. 7.
Inversão de valores 15

Deve-se olhar com muita atenção para essa desigualdade e en-

tão entender qual o foco de Deus na estruturação do relacionamento
entre pais e filhos. O próprio Deus deve ser o modelo de Pai para o
desenvolvimento de uma paternidade saudável. E com base nisso po-
demos inferir alguns princípios das Escrituras.

1. Que tipo de amor os pais devem dar a seus filhos?

1Jo 4:19 ________________________________________________
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2. Deus é verdadeiro e fiel. Como os pais devem refletir isso?

Tt 1:2 __________________________________________________
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Sl 145:13 ________________________________________________
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3. Diante dos desafios e dúvidas que o mundo oferece a nossos

filhos, como devemos agir?
Sl 46:1 __________________________________________________
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Sl 23:4 __________________________________________________
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4. Como posso disciplinar meus filhos?

Sl 23:2 __________________________________________________
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Ef 6:4 __________________________________________________
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5. Como elimino a culpa por erros cometidos por meus filhos?

Sl 103:3,12 ______________________________________________
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16 Inversão de valores

6. Como ensino a meus filhos a respeitarem os outros?

Ef 6:4 __________________________________________________
Sl 139:14 ________________________________________________

Pater- Ação Reação 9

Consequências
nidade dos pais dos filhos

Impõe muitos Mostram hostilidade, precon-

Auto- limites, mas Fogem ceito com idosos, tendências
crática comunica pouco ou lutam antissociais e rejeição dos
amor padrões morais tradicionais

Forte em dar Acessos de raiva ou crise de

Permis- Fazem dos
apoio, mas fraca choro quando não conseguem
siva pais reféns
no controle o que querem, desrespeito

Pouco ou ne-
Indife- nhum controle, Chamam a Têm a sensação de que não
rente pouco ou ne- atenção existem
nhum apoio

Aumentam o seu senso de

Relaci- Equilíbrio entre Sentem-se valor, são seguras, obedecem
onal amor e limites amados regras num contexto de relaci-
onamento

Para refletir e praticar

Tudo isso parece muito bonito no papel, não é mesmo? Mas
temos que enfrentar a realidade: temos nossas limitações pessoais. A
cultura que nos envolve não nos ajuda. Trazer filhos ao mundo não é
tão difícil assim. Mas, a tarefa de ensinar, disciplinar, encaminhar
para que sejam pessoas de caráter para que sirvam e honrem a Deus
na sociedade não é nada fácil. Temos que ter em mente que a vida

9
Josh McDowell, Pais e filhos: a relação que faz diferença, p.105-108.
Inversão de valores 17

cristã é uma vida em constante processo. Queremos criar filhos que

sejam como “brotos de oliveira” e não como “pimenta nos olhos”.
Para isso ser possível, devemos “buscar o Reino de Deus em
primeiro lugar” (Mt 6:33) e nos lembrar de que “Tudo posso naquele
que me fortalece” (Fp 4:13). Só assim Pv 17:6 poderá ser uma reali-
dade em nossa tarefa paternal: “Os filhos dos filhos são uma coroa
para os idosos, e os pais são o orgulho dos seus filhos”.

Para o próximo encontro

Leia, por favor, Ef 5:18-6:10.

Lista de orações
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18 Inversão de valores

4 INVERSÃO DE PRIORIDADES:

Objetivos deste estudo

Profissão e família

 Compreender o ensino bíblico sobre prioridades

 Ajustar a vida diária conforme estas novas prioridades

O que diz a cultura secular

Certo dia eu estava indo para uma reunião e estava no táxi junto
com minha chefa e uma assistente quando ela comentou: “Esse pes-
soal não trabalha, não?”. Ela estava se referindo ao pessoal numa pra-
ça tomando sorvete, pois estava calor e ao invés de tomar sorvete eu
estava dentro de um terno indo para uma reunião. Outro dia, minha
amiga comentou comigo e com orgulho que o trabalho dela era prio-
ridade ao invés do marido. Uma das primeiras perguntas que as pes-
soas fazem ao se conhecer é: “Em que você trabalha?”. Outra vez
conversando com uma amiga ela disse que eu deveria arranjar um
emprego para poder me arrumar, sair de casa e “ver gente”. Falou
isso, pois eu e meu marido trabalhamos juntos e devido à empresa ser
minha não havia necessidade de “me arrumar tanto”.
Antigamente o trabalho era a apenas uma questão de sobrevi-
vência, ou seja, trabalhava-se para conseguir comprar alimentos e
outros bens de consumo. Hoje o trabalho passou a ser questão de sta-
tus social, além de cada vez mais consumir nosso dia-a-dia. Antiga-
mente, quando não havia energia elétrica era declarado como aceitá-
vel um ser humano dormir 10 horas. Hoje, é aceitável que se durma 8
horas. Mas quem realmente consegue com o dia tão corrido? Será que
realmente nosso organismo mudou ou mudou-se o nível de exigência
que se faz dele? Vejo as mães tão cedo se preocupando com o futuro
profissional dos filhos. A criança mal sabe escrever, porém já está no
Inversão de valores 19

curso de inglês. É curso de inglês, música, espanhol, informática e as

crianças mal tem tempo de brincar.
Existe tanta preocupação dos pais quando o assunto é educar
profissionalmente os filhos que os pais esquecem-se de ensinar o filho
a ser um ser humano preparado para viver em sociedade.10
O caso mais complicado, no entanto, é a inversão de família,
igreja e profissão. A tendência de passar a família para trás da igreja
ou da profissão acontece sem que percebamos.
Este é um vírus que ataca principalmente maridos não vacina-
dos. Esposas também podem ser atacadas por esta doença contagiosa,
no entanto a resistência delas é maior. Acabam tomando atitudes prá-
ticas no dia-a-dia, através das quais conseguem equilibrar as coisas.
Dão atenção para o marido e para os filhos, assim como para as ativi-
dades da igreja ou do escritório.
Já no caso dos maridos, que são racionais e precisam fazer uma
coisa de cada vez, isto é mais difícil. Ficamos meia hora com nossos
filhos e já achamos isto uma eternidade. Quando conversamos dez
minutos com a esposa antes de dormir, uma única vez na semana,
achamos que nosso Ibope subiu muito. No dia então que a família vai
toda para o restaurante para almoçar, aquilo parece uma celebração
anual da família.
A inversão de prioridade nos maridos normalmente começa
quando o nosso instinto de apenas “prover sustento para a casa” fala
mais alto do que a necessidade da esposa e dos filhos de receber
“amor e atenção nos pequenos detalhes”.11

O que diz a Palavra de Deus

Leia o texto de Ef 5:18-6:12. Estudando este texto bíblico, qual
é a sequência de prioridades de Deus para minha vida?

10
Na página http://www.daniellaborges.com.br/trabalho-x-familia.
11
Josué Campanhã, www.sepal.org.br.
20 Inversão de valores

1ª Ef 5:18-19; 6:10 ________________________________________

Rm 8:28-29 ____________________________________________

2ª Ef 5:21-22,25 __________________________________________
1Co 7:33 ______________________________________________

3ª Ef 6:1-4 _______________________________________________
1Tm 3:5 ______________________________________________

4ª Ef 6:5-9 _______________________________________________
Ex 20:6 _______________________________________________

5ª Ef 6:10-12 _____________________________________________
Cl 1:28-29 _____________________________________________

Para refletir e praticar

Talvez o maior objetivo que um marido pode almejar é o de
“ser uma bênção na família, tanto quanto o é na igreja, na profissão
ou no ministério”. Sempre haverá um conflito entre a prioridade para
a família e para as outras coisas. No entanto, esta é uma luta diária
que é travada por todos aqueles que desejam realmente se dedicar às
suas famílias.
De tudo isto, o que mais posso apreender é que um marido con-
segue dar prioridade à sua família quando consegue ouvir as palavras
de sabedoria de sua esposa. Um marido que ouve as palavras da sua
esposa e faz ajustes em sua vida certamente será um vencedor. Aque-
le que as ouve e rechaça está no caminho da inversão de valores, e
aquele que não as ouve provavelmente já colocou a família em último
lugar. Os ajustes de um marido passam pela ação do Espírito Santo
em seu coração e pelas palavras da sua esposa.12

12
Josué Campanhã, www.sepal.org.br.
Inversão de valores 21

Para o próximo encontro

Leia, por favor, Mt 6:28-34.

Lista de orações
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22 Inversão de valores

5 INVERSÃO DE PRIORIDADES:
Vontades e necessidades

Objetivos deste estudo

 Compreender o que a Bíblia ensina sobre nossas necessida-
des e vontades
 Aprender a confiar na provisão e sabedoria de Deus

O que diz a cultura secular

A diferença entre vontades e necessidades é uma questão tão
antiga como a própria existência do homem. Esta questão já era trata-
da pelo filósofo Epicuro cerca de três séculos antes de Cristo. Epicuro
estudou com o platonista Pânfilo por quatro anos. Sofria de cálculo
renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor.
O propósito da filosofia para Epicuro é atingir a felicidade, es-
tado caracterizado pela ausência de dor física e pela imperturbabili-
dade da alma. Ele buscou na natureza as balizas para o seu pensamen-
to: o homem, a exemplo dos animais, busca afastar-se da dor e apro-
ximar-se do prazer. Estas referências seriam as melhores maneiras de
medir o que é bom ou ruim.
Epicuro categorizava alguns desejos como naturais, outros co-
mo vãos. Por exemplo, é natural querer mover-se de um sítio para o
outro. A prudência sugere que tentemos primeiro ir pelos nossos pés e
pernas, talvez uma bicicleta, talvez um transporte público ou um carro
da comunidade. A vaidade sugere um grande carro com todos os
acessórios da moda e que se possa trocar por um novo modelo todos
os anos. O desejo de amigos é natural, enquanto aproximar-se na es-
Inversão de valores 23

perança da amizade por uma “pessoa importante” é vão.13

Mais recentemente, o psicólogo americano Abraham Maslow14
tentou estruturar o relacionamento complexo, às vezes sutil, entre
vontades e necessidades. Maslow (1908-1970) ficou conhecido pela
sua hierarquia de necessidades. Ela é uma divisão hierárquica, na qual
as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das
necessidades de nível mais alto. Cada pessoa tem que “escalar” uma
hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.
Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na
pirâmide:
 necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede,
o sono, o sexo, a excreção, o abrigo;
 necessidades de segurança, que vão da simples necessidade
de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais
elaboradas de segurança como um emprego estável, um
plano de saúde ou um seguro de vida;
 necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos
tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um
clube;
 necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o
reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o
reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de
adequação às funções que desempenhamos;
 necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura
tornar-se aquilo que ele pode ser: “O que os humanos podem
ser, eles devem ser: Eles devem ser verdadeiros com a sua
própria natureza”.15

13
http://filosofialogos.blogspot.com/2010/02/diferenca-entre-necessidade-e-vontade.html
14
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maslow
15
No original: “What humans can be, they must be: they must be true to their own
nature!”
24 Inversão de valores

É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que

a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade: “temos
de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos
potenciais”. Contudo, o ser humano encontra dificuldades em SER o
que é capaz de ser, explorando completamente seus dons. Por isso,
substitui o SER pelo TER, tentando assim suprir suas carências, ex-
plicitadas nas camadas anteriores da Pirâmide de Maslow. Já o TER é
fortemente facilitado e incentivado pela sociedade capitalista, tecno-
lógica e consumista em que vivemos.
Nas últimas décadas, houve um aumento significativo do con-
sumo em todo mundo, provocado pelo crescimento populacional e,
principalmente, pela acumulação de capital das empresas que pude-
ram se expandir e oferecer os mais variados produtos, conjuntamente
com os anúncios publicitários que propõe o consumo a todo o mo-
mento. Chamamos de consumo o ato da sociedade de adquirir aquilo
que é necessário à sua subsistência, àquilo que não é indispensável.
Denominamos consumismo o ato do consumo de produtos supér-
fluos. O modelo de desenvolvimento capitalista, baseado em inova-
ções tecnológicas, em busca do lucro e do aumento contínuo dos ní-
veis de consumo, precisa ser substituído por outro, que leve em con-
sideração os limites suportáveis à natureza e à própria vida. O planeta
já mostra sinais de esgotamento. Os problemas ambientais diferem
em relação aos países ricos e pobres. A prova disso é que 20% da
população é responsável pela geração da maior parte da poluição e
esse percentual é similar ao percentual da população que possui as
riquezas do mundo. Enquanto essa população vive em altos níveis de
consumo, outra grande maioria, cerca de 2,4 bilhões de pessoas, não
possui saneamento; 1 bilhão não tem acesso a água potável; 1,1 bi-
lhão não tem habitação adequada e 1 bilhão de crianças estão subnu-
tridas.
Instala-se então um enorme desafio: Como explorar ao máximo
nosso potencial como seres racionais providos de inteligência, capa-
zes de desenvolver tecnologias fantásticas, resgatando os objetivos
primeiros da Criação, o sonho de Deus para o seu povo?
Inversão de valores 25

O que diz a Palavra de Deus

1. Como podemos alcançar o equilíbrio entre nossas vontades e

necessidades?
Rm 12:2 ________________________________________________
________________________________________________________
Mt 6:25-34 ______________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

2. Onde deve estar o nosso tesouro?

Lc 12:32-34 _____________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

Para refletir e praticar

1. De zero a dez, quanto você se identifica com o perfil atual da
sociedade de consumo? Existe espaço em sua vida para um
repensar visando o equilíbrio entre o TER e o SER?
2. Quanto do seu TER pode ser transbordado para abençoar os
mais necessitados, melhorando o seu SER?
3. Você já escalou a Pirâmide de Maslow até o topo, ou ainda
existem níveis a serem conquistados?
4. Onde está o seu tesouro e, consequentemente, seu coração?
Ele está guardado na história ou na eternidade?
5. Você está conformado ou sendo transformado? Nos últimos
tempos, quais os fatos que refletem seu conformismo ou sua
transformação? Tente listar esses fatos e refletir sobre eles.
26 Inversão de valores

Para o próximo encontro

Leia, por favor, o Sl 127.

Lista de orações
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Inversão de valores 27

6 INVERSÃO DE PRIORIDADES:

Objetivos deste estudo

Filhos e cônjuges

 Saber priorizar corretamente os elementos da família no co-

ração e na vida cotidiana

O que diz a cultura secular

Dois é perfeito; três, uma multidão. A perspectiva psicológica
fala-nos de triângulos nas dinâmicas dos afetos. Isto nos ajuda a com-
preender melhor as relações entre pais e filhos. Os triângulos amoro-
sos são parte integrante da nossa vida. São eles que dão origem ao
ciúme, seja entre irmãos, casais, amigos ou desconhecidos. O ciúme
estremece seguranças adquiridas.
Em todas as situações em que há exigência de ceder ou partilhar
o objeto do nosso afeto, em que nos sentimos de algum modo amea-
çados e preteridos em relação a um terceiro elemento, somos ator-
mentados pelo ciúme. Esse sentimento acorda em nós o que há de
pior. Acionado pelo medo da perda e do abandono, o ciúme pode nos
causar angústia e insatisfação com o que temos, pode nos tornar de-
masiado exigentes nas chamadas de atenção, revela imaturidades
inesperadas, como uma criança que se acha no centro do mundo e que
tudo lhe é devido. Posto isto, já se viu que dividir não é coisa fácil e
que, no mínimo, exige uma tomada de consciência: tenho ciúmes de
quê ou de quem? Que razão estará na origem desse ciúme? Será legí-
timo ou apenas fruto de imaginação? Será descabido ou vem a propó-
sito?16

16
Página em http://www.paisefilhos.pt/index.php/gravidez/parto-menu-gravidez-
69/1502-cide-pai.
28 Inversão de valores

Faz parte do processo natural da vida em família os filhos saí-

rem de casa em determinado momento, seja porque vão casar, ou
porque vão cursar a universidade em outra cidade, ou ainda na busca
por mais independência. Em geral, isso é motivo de festa para os pais,
pois começam a enxergar seus filhos como pessoas responsáveis e
capazes de tocar suas próprias vidas.
Mas, às vezes, o que deveria ser motivo de alegria pode se
transformar em pesadelo para os adultos. É a chamada síndrome do
ninho vazio, causada quando a pessoa, em geral a mãe, vê seus filhos
ganhando autonomia e saindo de casa. Por não conseguir lidar com
isso, o sentimento de saudade acaba ganhando proporções prejudici-
ais à vida de quem fica.
A síndrome do ninho vazio acontece com pessoas que se vincu-
lam muito aos filhos e criam, praticamente, uma rotina voltada para
atender as necessidades deles. Em geral, essa síndrome costuma acon-
tecer com mulheres, porque elas estão mais tempo em casa e, por is-
so, tem um vínculo mais estreito com os filhos. Além disso, as mulhe-
res são três vezes mais propensas à depressão. Assim, um sentimento
como a saudade pode desencadear sofrimentos mais intensos. (...)
Cortar o cordão umbilical imaginário que perdura entre mãe e filho
pode ser doloroso no início, mas é a solução para a saúde emocional
da mãe.17

O que diz a Palavra de Deus

1. Qual é a relação familiar básica conforme a Palavra de Deus?

Gn 2:23-24 ______________________________________________
________________________________________________________
Gn 1:28 _________________________________________________

17
Andressa Basílio, na página http://www.minhavida.com.br/conteudo/11151-
Apego-exagerado-ao-filho-pode-desencadear-sindrome-do-ninho-vazio.htm
Inversão de valores 29

2. A estrutura familiar se mantém durante o casamento?

________________________________________________________
________________________________________________________

3. Como sobreviver a estas mudanças no relacionamento?

________________________________________________________
Sl 127:4-5 ______________________________________________
________________________________________________________

4. Como resolver esta inversão de prioridades?

Sl 127:3 _________________________________________________
________________________________________________________
Ec 9:9 __________________________________________________

Para refletir e praticar

Max Jukes e Jonathan Edwards viveram na mesma época e no
mesmo estado de Nova York. Jukes e sua esposa eram materialistas
confessos. Eles tiveram filhos e os criaram sem nenhuma orientação
bíblica. Até a quarta geração, essa família teve 1026 descendentes. 18
Jonathan Edwards era um pastor que se casou com uma mulher
também comprometida com Deus. Seus filhos foram ensinados de
acordo com os padrões bíblicos. Até a quarta geração tiveram 729
descendentes. Um levantamento histórico foi feito com relação aos
descendentes dessas duas famílias. Veja a tabela a seguir.
A família de Edwards até hoje exerce muita influência na vida
da sociedade norte-americana. Deus decidiu que queria criar o ho-
mem com livre arbítrio. Teria sido tão mais fácil criar marionetes ou
robôs que constantemente “o adorassem”: “Louvado seja Deus!”;
“Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado!”; “Santo, Santo,
Santo é o Senhor”... É claro! Cremos que ele é soberano sobre todas

18
Neco e Priscila Simões, Sua família pode ser feliz, p. 89-90.
30 Inversão de valores

as coisas e os nossos esforços humanos não garantem que nossa famí-

lia possa ser diferente e feliz em um mundo com valores tão inverti-
dos. Queremos ter algumas certezas, mas nem sempre isso é possível.
Descendentes de Jukes Descendentes de Edwards
300 tiveram morte prematura 300 pregadores do Evangelho
100 estiveram em penitenciárias 65 professores universitários,
(em média 13 anos cada) 13 diretores de faculdades
190 mulheres 3 deputados,
tornaram-se prostitutas 1 vice-presidente dos EUA
100 tornaram-se alcoólatras 60 escritores

No entanto, ouçamos hoje o que Josué disse ao povo de Israel

em Siquém: “Agora, temam o Senhor e sirvam-no com integridade e
fidelidade”. Parafraseando, joguem fora os deuses que nossa cultura
quer impor a vocês “e sirvam ao Senhor”. “Se porém, não lhes agra-
da servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir”.
“porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Js 24:15)

Lista de orações
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Inversão de valores 31
32 Inversão de valores

Pais & Filhos. Ciúme de pai. Publicado em 28/05/2009, http://www.

paisefilhos.pt/index.php/gravidez/parto-menu-gravidez-
69/1502-cide-pai