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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TETE

Índice pags

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................................................4

2. OBJECTIVOS........................................................................................................................................5

2.2. OBJECTIVOS GERAIS.......................................................................................................................5

2.3. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................................................5

3. PILHAS DE ESTÉRIL............................................................................................................................6

3.1. MODELOS DE PLANEAMENTO......................................................................................................7

3.2. CONFIGURAÇÃO DO DEPÓSITO....................................................................................................9

3.3. ESTUDO PRELIMINAR...................................................................................................................11

3.4. INVESTIGAÇÕES DE CAMPO.......................................................................................................12

3.5.DENSENVOLVIMENTO DO PROJETO...........................................................................................13

3.6. ESTABILIDADE DE UM DEPÓSITO DE ESTÉRIL.......................................................................14

3. 7.CARACTERIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES......................................................................................15

a) inclinação e forma da superfície das encostas........................................................................................15

b) ocorrência de tálus e movimentos superficiais nas encostas..................................................................15

c) surgências de água e drenagens perenes................................................................................................15

d) porte da vegetação.................................................................................................................................15

e) matéria orgânica e estratos "moles".......................................................................................................16

f) permeabilidade, compressibilidade........................................................................................................16

g) resistência ao cisalhamento...................................................................................................................16

3.8. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS CONSTITUINTES DE UM DEPÓSITO DE ESTÉRIL. 17

3.9. PROCESSO CONSTRUTIVO...........................................................................................................18

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3.9.1. Controle de Água Superficial...........................................................................................................18

3.9.2. DESMATAMENTO.........................................................................................................................18

3.9.3.DRENAGEM DE FUNDAÇÃO......................................................................................................18

3.10. DISPOSIÇÃO DO MATERIAL.......................................................................................................20

3.11. CUSTOS...........................................................................................................................................21

3.12. MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO.....................................................................................................22

3.12.1. Alteamento à Montante..................................................................................................................23

3.12.2. Alteamento à Jusante....................................................................................................................25

3.12.3 - Alteamento Central.......................................................................................................................26

a)As Maiores Vantagens dos Métodos À Jusante São................................................................................26

3.12.4 - Alteamento Convencional............................................................................................................27

3.13.TIPOS DE DEPÓSITOS:..................................................................................................................28

3.13.1. OPERAÇÃO DE BOTA-FORA....................................................................................................30

4. CONCLUSÃO.......................................................................................................................................31

5. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................................32

1. INTRODUÇÃO

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O presente trabalho de pesquisa debruçar-se-á sobre a pilhas de estéril, consequência directa das
extrações mineiras. Visto que no passado, o estéril removido nos trabalhos de lavra era
simplesmente basculado em pontos de aterro, nas encostas ou terrenos circunjacentes às minas,
formando pilhas de maneira desordenada, em condições precárias de estabilidade (bota-fora).
Este trabalho vem desenvolvendo as melhores formas de depósição do estéril, como um método
de prevenção do meio ambiente.

De tal modo, este será o primeiro trabalho de pesquisa, materializado neste campo académico
ao qual, poucos aos poucos, vai-se adaptando. Contudo deu-se largas a criactividade neste
trabalho e espera-se que não se tenha dado um passo em falso. Para já o grande desafio, ou seja,
a maior tendência em função de tempo é sempre alcançar o devido “amadurecimento”, visando
oferecer ao público algo perfeito.

Portanto, esta-se ciente que não se tenha alcançado o ideal, porém está-se de mente aberta para
com todos aqueles que queiram nos dirigir critícas construtivas.

2. OBJECTIVOS

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2.2. OBJECTIVOS GERAIS


 Conhecer os factores que estão na origem da escolha do tipo de pilha de estéril.

2.3. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS


 Identificar regras para a construição da pilha de estéril;
 Identificar a problemática da inobservância das caracteristicas das pilhas de estéril;
 Aplicar todas as regras para escolha do terreno para emplantar a obra.

3. PILHAS DE ESTÉRIL

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Os estéreis são descartados na forma de pilhas nas minerações, na condição natural. Sua
disposição se dá de forma contínua durante toda vida útil da mina.

Este método de disposição de material estéril gera serios problemas, tanto em relação às
condições de estabilidade do talude, quanto em relação à drenagem (VALE; p 29)

Com a exaustão das jazidas de minério de alto teor e consequente aumento no consumo de
matéria-prima, o homem se viu obrigado a lavrar depósitos de baixo teor e mais profundo. Estes
depósitos quando economicamente viáveis necessitam, regulamente, de uma grande remoção de
material estéril para que se possa ter acesso ao minério e início das atividades de lavra.
Entretanto, a atividade de remoção e posterior deposição do material estéril num dado local
envolve custos, planeamento e controle da construção. Apesar de sua primeira implicação ser
econômica, o seu planeamento visa, também, encontrar um meio de manejá-lo de forma
responsável, segura e ambientalmente satisfatório (Segundo SOUZA, Júlio César; 2001).

Segundo SOUZA, Júlio César; (2001), No passado, o estéril removido nos trabalhos de lavra era
simplesmente basculado em pontos de aterro, nas encostas ou terrenos circunjacentes às minas,
formando pilhas de maneira desordenada, em condições precárias de estabilidade. Comumente
estes locais eram chamados de bota-fora. A década de 80, notabilizou-se pela disposição
controlada e planejada dos novos depósitos de estéril e pela recomposição dos depósitos mal
formados, aliado a uma recuperação ambiental das áreas degradadas pela mineração. Hoje, além
das exigências de ordem ambiental, questões sociais e de segurança, é sabido que construir
adequadamente um depósito de estéril é certamente menos trabalhoso e oneroso, que corrigir um
depósito em processo de ruptura generalizada.

Segundo VALE, No passado, pouca atenção era dada à disposição do material estéril, que era
simplismente basculado em ponto de aterro, nas encostas ou terrenos no entorno das minas, em
condições precárias de estabilidade. Recebiam o nome de “bota-fora”.

O planeamento de um depósito de estéril não é, geralmente, tão detalhado como um projeto de


lavra. Isto é natural, visto que o objetivo primeiro da mineração é a produção do melhor minério

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possível para ser processado. O desenvolvimento de uma mina depende em geral da remoção de
estéril, deste modo, promover um gerenciamento do depósito de estéril, pode significar a
diferença entre o lucro e o prejuízo e o planeamento do depósito deve, frequentemente, reclamar
mais atenção do que o esperado.

3.1. MODELOS DE PLANEAMENTO

Segundo CÉZAR, Júlio (2008), O planeamento de um depósito de estéril envolve a projeção


num dado espaço do material estéril removido da mina. Os modelos, em geral, podem ser algo
como um simples conhecimento que existe um local fora da área da mina para deposição de todo
o estéril removido, até a detalhados simulações em computador ou maquetes do futuro depósito.

O primeiro destes modelos, pode ser chamado como "Modelo de Confiança". Este é baseado na
confiança de que existe um depósito suficiente para depositar todo o estéril. Em geral, não é um
mal modelo para ser usado nos estágios iniciais da lavra, quando usualmente um certo vale ou
uma área próxima à mina possa ser designada como destino para o estéril inicial transportado. A
pressão para a abertura da mina usualmente limita os esforços, nos estágios iniciais, para o
planejamento do depósito, a não ser que haja restrições de propriedades ou questões ambientais
que seiamente restrijam a dispoisção de estéril. Portanto, devido aos esforços primários serem
impletados no suplimento de minério, o modelo de confiança não é comumente mudado, até que
o espaço para o depósito ou problemas com transporte de estéril, requeiram um modelo melhor.

O segundo e mais comum tipo de modelo é o da "Capacidade Final". Nese modelo, o depósito e
locado num mapa topográfico dentro da área de servidão, e os volumes dos espaços disponíveis
são medidos para determinar qual a capacidade final do depósito. Indicações de estradas são
também feitaspara prover o melhor uso do espaço disponível. Este é um bom tipo de modelo,
onde pode-se ter um conhecimento das potencialidades e limites das diversas áreas disponíveis.
A disvantagem de se depender exclusivamente deste método é que ele não mostra o que ocorrerá
na sequência de deposição e a capacidade final pode não ser atingida a não ser que o método de
disposição e a sequência sejam considerados (CÉZAR, Júlio; 2008)

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O detalhado layout ou "Map Layout Model", usualmente, segue o modelo da capacidade final,
quando acumulações de estéril atingem o estágio, onde sequências de deposição afetarão os
custos ou onde, existe uma variedade de produtos que precisam ser depositados em diferentes
áreas. Como exemplo pode-se citar uma dada ocasião onde diferentes partes do deposito podem
receber estéril de diferentes áreas de modo a equilibrar a distâncias de transporte. Algumas vezes,
a menor distância de transporte não é a melhor, se ela enche uma área que deverá ser reservada
para fazer uma futura estrada muito melhor. Outra razão para um detalhado layout deve a
produtos contaminados que devem ser colocados fora da drenagem, ou onde existe segregação de
material de baixo teor ou marginal, que poderão vir a ser aproveitados no futuro. Considerações
deste tipo levam a divisão do palneamento em estágios sequênciais, preferívelmente relatadas
para definir perídos de deposição (CÉZAR, Júlio; 2008).

Modelos de escala física são poucos usuais no planeamento atual. Tais modelos são algumas
vezes usados na explicação para a diretoria ou outras pessoas, muitas vezes leigas, os sobre os
problemas ou requerimentos de um depósito. Em geral, podem ajudar na visualização de
problemas, que por outro modo, podem passar despercebidos ou serem subestimados. As
principais desvantagens de modelos tridimensionais é o tempo e esforços envolvidos na
construção deles.

Modelos computacionais do depósito de minério são bastante comuns, principalmente em muitas


minas metálicas. Entretanto o uso de computadores para deposição de estéril é pouco aplicado,
por uma variedade de razões, entre elas : os depósitos de estéreis, em geral não requerem um
detalhado banco de dados e são relativamente fáceis de serem traçados graficamente. Por outro
lado, em trabalhos futuros o emprego de computadores no planeamento e construção de
depósitos de estéreis têm sido visto como uma importante ferramenta, principalmente com
relação à simulação de estradas de transporte.1

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(CÉZAR, Júlio; 2008)

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3.2. CONFIGURAÇÃO DO DEPÓSITO

Segundo CÉZAR, Júlio (2008) A configuração geometria do depósito depende amplamente da


topografia da área onde o depósito será construído. Outro importante fator é a forma como o
depósito é construído. Algumas das possíveis configurações dos depósitos são apresentadas a
seguir.

Se a região é moderadamente plana e a espessura do depósito não é tão grande, os depósitos,


espalham-se, deixando uma geometria de um grande leque, usualmente com algumas curvas. Em
geral estes grandes depósitos em leque podem estender, cobrindo grandes áreas com talvez
alguns quilómetros de perímetro. A limitação na extensão lateral é, se não há considerações de
limite de propriedades, uma função da distância de transporte, desta forma, chegará um tempo,
onde será mais barato elevar o depósito e transporte para cotas superiores, que estender o
depósito por toda a extensão da área da mineração. O processo de deposição em sucessivas
camadas num depósito em leque, produz o que chamamos de depósito laminado. Estes são
caracterizados por camadas com algum grau de classificação, similares aos depósitos
sedimentares criados pela natureza. Se são construídos por caminhões, as maiores camadas
normalmente chegam a atingir de 6 a 60 metros de espessura. Dentro destas camadas está uma
série de camadas inclinadas causada pelo fluxo de material abaixo do talude do depósito com o
avanço deste. Desta forma, são formadas camadas cruzadas que podem ser classificadas de fine a
grossas, apresentando diferentes graus permeabilidade de acordo com a direção destas. Se o
depósito é feito por scrapers, as camadas podem variar de dezenas de centímetros de espessura.

Depósitos em terraços são construídos também pela deposição ao redor de um depósito mais
elevado ou curtas paradas da crista do depósito inferior durante um overlay 2. O efeito de ambos
os métodos é produzir um depósito em escadas ou terraços com desníveis capazes de servir como

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padrão
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estradas acesso ou como plataformas para vegetação. Tais terraços são também valiosos no
controle da erosão e fluxos de água.

Em regiões montanhosas a configuração comum se dá na forma de cunhas. A altura do talude à


jusante pode atingir de 300 a 600 m com uma área mais larga na base ou pé deste. Tais depósitos
frequentemente apresentam grande capacidade e podem ser bastante estáveis se as condições do
solo ou rocha dentro do depósito são favoráveis. Se existem construções próximas ao depósito,
tais como estradas ou vilas, medidas especiais de segurança, tais como bermas de contenção
devem ser requeridas para limitar os efeitos do rolamento de rochas e deslizamentos de solo.
Uma variação usual de depósitos em cunha é o livre basculamento em encostas. Esta
configuração é de limitada aplicação e pode ter sérias consequências ambientais.

E, finalmente existe o depósito em cava, ou backfill dump3. O backfilling tem sido bastante
comum e importante em muitos seguimentos da indústria mineral, tais como minas de urânio
com uma série de pit vizinhos que podem ser individualmente enchidos, ou em depósitos
estratificados (carvão), onde há um progressivo descapeamento e deposição do material estéril
nas porções descobertas que ficou na retaguarda, ou em minas subterrâneas onde o enchimento
pode ser usado como suporte. Em grandes minas metálicas, o enchimento é pouco apropriado,
devido a longa vida útil da mina, onde o alargamento e aprofundamento do pit ocorre de forma
gradual até atingir a exaustão da jazida (CÉZAR, Júlio; 2008).

3.3. ESTUDO PRELIMINAR

Segundo Segundo SOUZA, Júlio César; (2001), A escolha de locais mais favoráveis para a
disposição de estéreis, deve levar em consideração a distância de transporte, estradas de acesso,
capacidade de armazenamento, aspectos hídricos, declividade das encostas, necessidade de
desmatamento, implicações com áreas rurais ou urbanas a jusante etc. E, também, que não
comprometa a continuidade da lavra, instalações de tratamento de minério ou expansões futuras.
Para execução de tais estudos, faz-se necessário um mapeamento geológico / topográfico

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Descarga traseira
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detalhado, enfatizando os cursos da água, nascentes, áreas pantanosas, perfil dos talvegues
principais etc. Faz-se também importante ter um conhecimento da hidrologia e hidrogeologia da
região, regime de chuvas, medição das vazões perenes, características da bacia de constituição,
vazões de pico, fluxo de águas subterrâneas etc. Condições hídricas desfavoráveis podem
inviabilizar um local aparentemente promissor. De maneira geral, por motivos econômicos,
costuma-se depositar esses materiais em encostas o mais próximo possível de áreas de lavra,
muitas vezes por simples basculamento em ponta de aterro. A disposição indiscriminada, sem
atentar para os problemas geotécnicos envolvidos, tende a acarretar uma série de problemas
ecológicos, tais como:

 Instabilidade dos depósitos, causando danos pessoais e a propriedade;

 Erosão de superfície por águas pluviais, podendo acarretar problemas estéticos e de


estabilidade, assoreamento e eventualmente poluição química de cursos de água;

 Erosão eólica da superfície, com grande formação de poeira;

 Modificação danosa das características fisiológicas locais.

Obs. Uma operação de lavra envolve, geralmente, a movimentação de dezenas de milhões de


toneladas de estéril, acarretando a formação de depósitos que chegam a atingir alturas de taludes
de centenas de metros. Essas grandes massas tendem a agravar sobremaneira os problemas
ambientais retrocitados.

3.4. INVESTIGAÇÕES DE CAMPO

Segundo Segundo SOUZA, Júlio César; (2001), Através de investigação de campo, via
sondagens, poços e trincheiras, são coletadas amostras para determinação, em ensaios de
laboratório, dos parâmetros geotécnicos do material estéril e capacidade de suporte dos solos da
fundação. Estes ensaios compreendem:

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 análise da composição do solo e das rochas;

 índices físicos;

 massa específica natural e saturada;

 cisalhamento;

 coesão;

 ângulo de atrito.

 Tais investigações devem vir acompanhadas de uma descrição geológica e geotécnica.

3.5.DENSENVOLVIMENTO DO PROJETO

Segundo SOUZA, Júlio César; (2001) Por fim, após tais investigações, entra-se na fase de
desenvolvimento do projeto, onde são delineadas todas as feições geométricas desde o
dimensionamento da drenagem da fundação, até a proteção final das bermas e o acabamento
paisagístico. Um ítem de suma importância refere-se a análise da estabilidade do depósito e de
sua fundação. Esta análise baseia-se em dados obtidos durante o estudo preliminar e
principalmente nas investigações de campo. Em algumas circunstâncias, seções de ensaio são
construídas no campo, amostras são coletadas e analisadas em laboratórios e simulações de
várias hipóteses de ruptura para as diversas geometrias (alturas e inclinações) dos depósitos sob
diferentes condições (material seco e saturado) devem ser realizadas. A questão da estabilidade é
um aspecto que deve ser assegurado durante as fases de construção, bem como após a finalização
das atividades mineiras. A instabilidade em depósitos de estéril incrementa os custos
operacionais sob os seguintes aspectos:

 Indenização de acidentes pessoais;

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 Indenizações e recuperações de propriedades;

 Perda ou dano em equipamentos;

 Danificações de estradas de acesso, linhas de energia e de instalações mineiras;

 Paralisação da produção para limpeza e correção das instabilidades;

 Adoção de medidas estabilizadoras para impedir a continuidade dos fenômenos de


instabilidade e permitir a retomada segura do lançamento do estéril;

 Limpeza e recuperação do meio ambiente.

3.6. ESTABILIDADE DE UM DEPÓSITO DE ESTÉRIL

Segundo SOUZA, Júlio César; (2001).O estéril de mineração, de uma forma geral, é constituído
por solo, rocha sã e alterada, cujas relações recíprocas (minério ou estéril), dependem do estágio
da mineração ou de alterações no planejamento da lavra decorrente de considerações
econômicas. O material apresenta uma distribuição granulométrica ampla, com partículas de
dimensões de argila variando até matacões.

Em maciços de solos ou fragmentos de rocha admite-se a validade da equação que define a


resistência a cisalhamento:

S=c+( - u ) tg

Nessa equação "c" e "f" são, respectivamente, a coesão e o ângulo de resistência a cisalhamento,
que dependem principalmente do tipo de material e do seu estado de compactação. " s " é a
pressão total normal à superfície de cisalhamento, e "u" é a pressão neutra que se desenvolve nos
poros do material; essa última pode ser gerada por compressão do material, durante o seu

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adensamento, ou lençóis de água no seu interior. O método de formação do maciço influi nos
parâmetros "c" e "f" no que tange à sua compactação. Ao contrário de obras de engenharia civil,
onde se especificam o grau de compactação e o teor de umidade, trabalhando-se com rolos
compactadores e camadas de espessura pequena; em pilhas de estéril costuma-se trabalhar com
camadas que podem atingir até vários metros, sem controle de umidade, e com compactação
produzida apenas pelo tráfego de construção (camiões e tratores).

De maneira geral, a deposição em camadas mais espessas é mais vantajosa economicamente. Em


contrapartida, isso acarreta uma diminuição dos parâmetros de resistência "c" e "f" afetando
também a pressão neutra "u" , de uma forma que pode inclusive ser mais sensível. Com efeito,
camadas mais espessas são mais compressíveis. Dessa maneira, em casos onde o estéril é pouco
permeável, o teor de umidade é relativamente elevado, e as velocidades de alteamento da pilha
são altas, a compressão da água intersticial pode acarretar pressões neutras muito elevadas. A
observação direta deste fenômeno é feita através de piezômetros instalados em pontos do maciço
criteriosamente escolhidos (estes mediriam as pressões neutras, permitindo adaptações do projeto
ou do método construtivo).

3. 7.CARACTERIZAÇÃO DAS FUNDAÇÕES

A estabilidade de um depósito de estéril pela fundação é condicionada por fatores tais como
(Segundo SOUZA, Júlio César; 2001):

a) inclinação e forma da superfície das encostas


Encostas regulares e côncavas são mais favoráveis para deposição do que encostas convexas e
irregulares. Quanto inclinação, de uma forma geral, encostas com 10 graus são consideradas
planas, acima de 10 graus são consideradas íngremes;

b) ocorrência de táludes e movimentos superficiais nas encostas


A sobrecarga decorrente do lançamento de estéril sobre encostas com depósitos de tálus
apresentam movimento de rastejo, poderiam induzir ou acelerar processos de instabilização da
própria pilha de estéril, e mesmo das encostas de todo o vale;
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c) surgências de água e drenagens perenes


Visto que a estabilidade é influenciada pelas condições das pressões neutras, deve-se evitar a
construção de depósitos de estéril interceptando talvegues perenes e surgências de água
significativas. Em caso alternativo, a ação da água poderá ser minimizada através da adoção de
um sistema de interceptação e desvio dos talvegues naturais, ou através da construção de uma
drenagem de base adequada;

d) porte da vegetação
Principalmente em encostas íngremes, a não remoção da vegetação densa (mata), poderá
desenvolver uma superfície mais fraca no contato do depósito de estéril com o terreno natural.
Tal superfície pode ser o condicionante de instabilidade;

e) matéria orgânica e estratos "moles"


Mesmo em encostas planas a presença de camadas fracas poderá induzir movimentações de
massa ao longo da base da pilha de estéril. Recomenda-se a remoção de solos orgânicos fracos
quando estes atingem uma espessura superior a 0,3 m. Muitas vezes, entretanto, a remoção pode
representar custos elevados, podendo ser economicamente inviável. Nesse caso a estabilidade
deverá ser analisada e certos recursos utilizados como:

 Suavização de taludes e emprego de bermas de equilíbrio;

 Deposição controlada em camadas de pequena espessura, minimizando-se a velocidade


de alteamento;

 Deposição de material drenante sobre a fundação para facilitar o adensamento;

f) permeabilidade, compressibilidade
A presença ao longo da encosta de deposição de horizontes de compressibilidade muito
diferentes, poderá causar recalques diferenciais significativos no corpo da pilha com consequente
desenvolvimento de trincas de tração. Por ocasião de grandes precipitações, poderão ocorrer
aumento de pressões neutras em tais trincas, suficientes para levarem à ruptura porções
significativas do depósito;

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g) resistência ao cisalhamento
No caso da resistência ao cisalhamento da fundação ser menor do que o material constituinte do
depósito de estéril, a geometria do aterro será condicionada pela fundação. Em caso contrário, as
características de resistência dos materiais do depósito serão os condicionantes de sua geometria.

3.8. CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS CONSTITUINTES DE UM DEPÓSITO DE


ESTÉRIL

As características de resistência do depósito são condicionadas por fatores tais como:

 Tipo e qualidade do material lançado;

 Método de construção e equipamentos utilizados;

 Resistência dos materiais à degradação por agentes químicos e atmosféricos;

 Selagem de porções externas decorrentes de ações intempéricas;

 Nível da água;

 Teor de umidade;

 Estado de compactação (a compactação pode ser controlada por mudanças de


equipamento e por procedimentos de manuseio que influenciam fatores, como:
fragmentação, mistura de solo e rocha, segregação e manuseio seletivo de um horizonte
particular, drenagem afetando teor de umidade etc.);

 Grau de alteração;

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 Presença de argilo-minerais.

A deposição de materiais obedece a critérios de qualidade dos mesmos, ou seja, materiais de


estabilidades inferiores (baixo ângulo de atrito, alta umidade e alta percentagem de argilas) não
devem ser depositados em contato com o terreno natural ou nos taludes finais das bancadas
(CÉZAR, Júlio 2008).

3.9. PROCESSO CONSTRUTIVO


De um modo geral a formação ordenada de depósitos de estéreis deve compreender seguintes
pontos básicos.perficial

3.9.1. Controle de Água Superficial


Segundo VALE, As pilhas de estéril normalmente cobrem grandes áareas, requerendo o controle
da água superficial, que deve ser manejada de modo a impedir a saturação dos taludes expostos.

A água superficial deve ser recolhido e direcionada para canais de escoamento em redor da
estrutura ou conduzida por drenagem interna.

3.9.2. DESMATAMENTO
A área escolhida deve ser objeto de desmatamento, destocamento e remoção de toda madeira e
resíduos florestais. Este procedimento se faz necessário de modo a evitar a formação de camada
orgânica em decomposição por motivos já explicados anteriormente. Caso haja a remoção
também do solo rico em húmus, reaproveita-lo como suporte da vegetação na superfície final do
depósito.

3.9.3.DRENAGEM DE FUNDAÇÃO
Segundo CÉZAR, Júlio (2008), Para calcular a vazão de infiltração são necessários dados como:
permeabilidade média do solo, gradiente hidráulico do local a se drenar (perda de carga por
comprimento do talvegue), além da área. De posse deste dados a vazão infiltrante é encontrada
utilizando a lei de Darcy ou ábacos apropriados.

Lei de Darcy

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k = coeficiente de permeabilidade em m/s;

Q = vazão infiltrante em m/s;

i = gradiente hidráulico

i = dh / l onde: dh = perda de carga,

l = comprimento talvegue,

e, A = área em m2;

O dimensionamento dos drenos de profundidade também leva em conta os mesmos dados, mas
com uma preocupação a mais. O dreno deve possuir espaços vazios suficientes pequenos entre os
materiais constituintes deste, para não carrear partículas muito finas de solo para seu interior e ao
mesmo tempo vazios grandes que permitiram o fluxo de água. Torna-se necessário, então, um
filtro de areia (ou material que funcione similarmente; ex. manta geotextil) em torno do dreno,
que impeça a entrada de finos e a colmatagem. Sua utilização exigirá uma análise granulómetrica
e a observação quanto ao grau de pureza e qualidade de aplicação.

Os drenos podem assumir a forma de um lençol, cobrindo o terreno natural ou de trincheiras a


uma certa profundidade, preenchidas por manilhas porosas envoltas em brita e areia (podem vir a
ser recobertas com a manta geotextil).

Quanto aos cursos de água que percorrem o local selecionado para a disposição do estéril, estes
devem ser captados na cota e vazão máxima possíveis e desviados. Isto a meia encosta, para fora
da área a ser ocupada. Pode-se promover o escoamento a céu aberto através de calhas resistentes
a erosão caso a cota final do depósito for superior a cota de desvio. Como conclusão da

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drenagem de fundação, constrói-se uma barragem de enrocamento ao sopé da futura pilha com
todos os seus detalhes construtivos. Os drenos da fundação passam sob a barragem com descarga
a jusante, sem risco de terem suas saídas obstruídas.

3.10. DISPOSIÇÃO DO MATERIAL

Segundo CÉZAR, Júlio (2008), A geometria e a configuração que estes depósitos podem assumir
depende largamente da topografia da área e do modo como será construído. A maioria dos
depósitos de estéreis são construídos por unidades móveis com o basculamento direto do
material nas encostas (ponta de aterro). O estéril basculado flui pela encosta assumindo um
ângulo de repouso (37 graus em média para materiais não-coesivos), ocorrendo ainda uma
segregação do mesmo material, onde os fragmentos grosseiros "escoam" para a base e os finos
ficam na parte superior do talude. Isto gera um ângulo ligeiramente mais íngreme no topo do que
na base do talude. Na berma inferior, tratores espalham o material e desta forma o depósito
progride com uma elevação razoavelmente uniforme.
É um método apropriado para terrenos de fundação relativamente competentes e que demandam
pouco ou quase nenhum trabalho de preparação. Neste caso, as distâncias de transporte iniciais
são menores, fator relevante se considerado os altos investimentos iniciais de implantação de
uma mineração. Outra forma de lançamento é o ascendente. Neste o depósito é alteado do fundo
do vale para as cabeceiras, ou seja, de jusante para montante. É o procedimento adotado quando
o local de deposição apresenta topografia muito íngreme, ou, o material lançado apresenta
propriedades mecânicas muito baixas, ou ainda, ocorrem materiais incompetentes cuja remoção
seja impraticável. Este processo exige uma aplicação imediata de recursos para a construção de
acessos até o fundo do vale e, também, da drenagem da base. Nesta foram de desenvolvimento,
nos estágios iniciais, as distâncias de transportes são maiores.

Em regiões moderadamente planas, o depósito de estéril estende-se lateralmente pelo local


denominado para o propósito, obtendo a aparência de um grande leque. A limitação de sua
extensão lateral é uma função da distância de transporte. Desta forma, a partir de uma
determinada extensão é economicamente preferível elevar o depósito e o transporte para cotas
superiores do que estendê-lo por toda área. Em qualquer procedimento, se há alguma evidência

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de civilização abaixo do depósito, tais como estradas ou construções, medidas especiais como
bermas de contenção podem ser requeridas para limitar os efeitos do rolamento de rochas e
deslizamentos de solos.

Outro prático depósito de estéril que merece um comentário, se dá pelo enchimento de porções
da cava já lavradas, desta forma diminuindo as distâncias de transporte entre as frentes de
remoção e os pontos de descargas de estéreis e também não necessitando de uma preparação de
outro local para o depósito. Ambientalmente também é favorável, pois alteraria menos a
fisiográfia do local.

3.11. CUSTOS

Os custos de disposição de estéril de mina estão concentrados no transporte, na


drenagem/proteção vegetal, na retenção de finos gerados por carreamento durante e após a
formação da pilha e na manutenção de drenagens ao longo dos anos. Destes custos, o mais
significativo em qualquer situação é o transporte do estéril da mina até a pilha e cuja otimização
depende mais dos equipamentos e perfis de transportes e menos do projeto ou do método
executivo da pilha. Porém os outros custos, apesar das pequenas incidências percentuais, podem
significar grandes montantes de desembolso ao longo e após a formação da pilha. Estes custos
podem ser minimizados através de um bom projeto de engenharia e de métodos executivos
apropriados.

A formação controlada de depósitos de estéreis é evidentemente mais onerosa ao


empreendimento mineiro que o simples basculamento do material nas encostas ou terrenos
adjacentes à mina. Entretanto, como benefícios, podem ser apontados, dentre outros, a ocupação
racional das áreas disponíveis, estabilidade dos taludes, controle da erosão e drenagem, estética,
possibilidade de recomposição da paisagem natural e reaproveitamento futuro do material. Com
um bom conhecimento geológico/geotécnico, o projeto do depósito pode levar em conta muitas
variáveis otimizáveis como (CÉZAR, Júlio 2008):

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 Drenagem de fundação;

 Drenagem interna da pilha;

 forma e altura de lançamento das camadas;

 Zoneamento de acordo com características geotécnicas dos materiais lançados;

 Dimensionamento das bermas de drenagens, de taludes (gerais e entre bermas);

 Localização e forma dos acessos de construção e de manutenção;

 Acabamento das bermas e taludes / revestimento vegetal;

 Drenagem superficial;

 Monitoração de deformações durante e após a formação da pilha.

3.12. MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO

Segundo a VALE, A disposião de estéril é normalmente feito por meio de camadas espessas, com
a formação de plataformas espaçadas a intervalos de 10m ou mais.

A pilha pode ser construída de forma ascedente ou descendente. A contruição de forma


descendente. A construição de forma descendente não é recomendado. Na construição pelo
método ascendente, cada elevação sucessivs é suportado fela anterior.

Segundo Os métodos de construção estão intimamente relacionados ao design ou “lay-out”


adotado. em muitas circunstâncias a seleção de um determinado “lay-out” particular, determina o

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procedimento de construção que precisa ser seguido. Vários métodos de construção tem sido
desenvolvido para obter um ótimo tratamento para os rejeitos no projeto de um barramento.

Os métodos de construção são agrupados em quatro grandes classificações:

 Alteamento convencional, usando estéreis ou material de empréstimo;

 Alteamento à montante, usando rejeitos;

 Alteamento à jusante, usando rejeitos;

 Alteamento central, usando rejeitos.

Quando rejeitos são usados na construção de barramentos, dois processos hidráulicos


frequentemente usados são os hidrociclones e mangueiras ou canhões, para lançamento dos
rejeitos. Os hidrociclones são usados para separar as partículas grosseiras, úteis para a construção
do barramento, das finas ou lamas.

Os barramentos são frequentemente alteadas em estágios, mantendo-se um volume livre acima


da superfície do lago. Os métodos de alteamento serão governados pelas seguintes
considerações: esboço do barramento, materiais úteis para construção, método de distribuição
dos rejeitos e volume de rejeitos requerido no barramento.

3.12.1. Alteamento à Montante


O método de construção de barramento mais antigo e é um procedimento de disposição de
rejeitos de baixo custo. O barramento é normalmente construído pelo escoamento de rejeitos
através de tubulações. A crista do barramento é alteada em estágios, pela colocação de “areias”
em sucessivos diques à montante do dique inicial, ou à montante de um dique precedente. Os
sucessivos estágios formam uma estrutura relativamente fina à jusante, sendo necessário
melhorar a estabilidade do barramento através da inclusão de bermas nos estágios de alteamento,
suavizando o talude final.

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Como a base do dique inicial forma a última barragem à jusante, é necessário que ela seja
permeável de modo a reduzir a pressão hidrostática, evitando que o escoamento seja maior que o
desejado. O procedimento usual é construir o dique inicial sobre uma base permeável, selando o
talude à montante com uma camada de material impermeável.

Como a polpa de rejeito é descarregada de uma série de canos ou tubos ao longo da crista do
barramento, a polpa meandra depositando areias e lamas em uma série de descontínuas e
horizontais estratificações. É difícil prover uma competente vedação acima da base da camada
depositada e a linha de saturação dentro da barragem aumenta quando a superfície do lago é
elevada. A maior porção da seção estrutural da barragem é composta por material solto com uma
superfície freática relativamente alta e baixa força de cisalhamento. Assim, devido a grande
variação na permeabilidade e a possibilidade de alta pressão hidrostática, baixa densidade
relativa e baixa força de cisalhamento, o método de alteamento a montante é impróprio para
áreas sujeitas à intensa atividade sísmica.

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As principais vantagens do método são o baixo custo de construção, velocidade de alteamento e


procedimento operacional simples. Entretanto tem a desvantagem de ser alteada sobre rejeitos,
incosolidados previamente depositados, ser imprópria à áreas de atividade sísmica pois podem
ocorrer rupturas por liquefação. Também onde é desejável minimizar o volume de escoamento
contaminado, outros métodos devem ser considerados, os quais facilitam o esboço e a instalação
de uma zona impermeável.

3.12.2. Alteamento à Jusante

Este método e relativamente novo. É resultado de esforços para desenvolver métodos para
construção de grandes e seguros barramentos de rejeito. No método de alteamento à jusante a
crista do barramento é alteada em sucessivos estágios pela colocação de rejeitos à jusante do
dique inicial. O dique inicial forma a base à montante do barramento final e deve ser
impermeável para restringir o escoamento.

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Este método provém maior vantagem estrutural por facilitar a instalação de drenagem interna na
base de sucessivos estágios de construção, possibilitando a construção da estrutura com material
competente e permitindo que seja incluída uma vedação à montante do barramento.

Neste método, o material incorporado em subsequentes estágios do barramento é constituído de


uma fração grosseira de rejeitos separados por hicrociclones, estéril da mina ou solos naturais de
empréstimo. Quando hidrociclones são usados o overflow é descarregado à montante do
barramento. Os hidrociclones usados para separar “areias” das “lamas”, podem ser colocados em
série ao longo da crista do barramento ou um grupo de ciclones pode ser montado em paralelo
como uma unidade móvel que corre paralelo ao eixo longitudinal do barramento. A disposição de
rejeitos também pode ser feita ao longo de sucessivas bermas com uma série de hidrociclones
montados em plataformas móveis ou através de cavaletes ou torres. Durante certos intervalos,
faz-se necessário interromper a disposição para elevar os hidrociclones e prover estoque de
rejeitos.

O método de alteamento à jusante permite a deposição controlada de “areia” e a compactação


pode ser incluída quando se deseja aumentar a força de cisalhamento dos materiais de
construção.

3.12.3 - Alteamento Central


O método de alteamento central é atualmente uma variação do método à jusante. A única
diferença é que em vez da crista ser alteada para a jusante a medida que o barramento é
construído, a crista é alteada verticalmente. Este procedimento permite um alteamento mais
rápido, quando um menor consumo de “areia” é requerido. Neste método o rejeito é
descarregado no topo de um canal, formado da crista para baixo, onde as frações grosseiras
acamam no canal e as finas são carreadas em suspensão através de diques até o lago. As frações
grosseiras são periodicamente removidas do canal por tratores ou draglaines, espalhadas e
compactadas no flanco do barramento. Uma variação deste método de descarga de rejeitos,
consiste de canos de meia seção longitudinal, compostos de barreiras, nas quais o material
grosseiro é retido, caindo, através de aberturas na parte inferior, no corpo do barramento. As
frações finas vão para o lago. Este método de alteamento requer talude suaves para possibilitar as

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operações de espalhamento e compactação. O talude normalmente requerido é de 4:1 ou mais


suave.

a)As Maiores Vantagens dos Métodos À Jusante São:

 O barramento não é construído sobre rejeitos finos e frouxos, previamente depositados;

 O controle de colocação e compactação na operação de enchimento pode ser exercido


quando requerido;

 Os sistemas de drenagem na base podem ser instalados quando necessários, durante a


construção. Estes sistemas de drenagem permitem o controle da linha de saturação
através do barramento, possibilitando o aumento de sua estabilidade;

 Obarramento pode ser projetado e subsequentemente construído para qualquer grau de


competência requerido, incluindo abalos sísmicos;

A maior desvantagem dos métodos de alteamento à jusante é o grande volume de material que é
requerido para altear o barramento. Nos estágios iniciais de operação do empreendimento, pode
não ser possível produzir rejeito o suficiente para manter a taxa de alteamento prevista e
necessária. neste caso é comum a construção de um dique inicial mais alto ou o suprimento de
material para construção precisa ser acrescido com material de empréstimo. Em ambos
procedimentos ocorre um aumento no custo de construção do barramento.

3.12.4 - Alteamento Convencional

Neste caso estéreis das operações de abertura da mina ou material de empréstimo de áreas
próximas ao local do barramento, quando economicamente disponíveis podem em muitos casos ,
ser utilizados para prover uma estável barramento de rejeitos. Infelizmente , a disponibilidade de
estéreis nem sempre coincide com o programa de construção estabelecido para manter a taxa de

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alteamento do barramento. Entretanto é possível combinar estéreis e rejeitos para construção de


um seguro e econômico barramento.

Atualmente, existe uma tendência geral, em projetos maiores, do uso do método convencional.
Esta tendência é devido principalmente às exigências legais que não permitem descarga de
efluentes à jusante, sem o tratamento necessário, para que o efluente se encontre dentro dos
padrões de qualidade exigido. Desta forma, em todos os métodos de construção de barragens
citados, faz-se necessário incorporar um eficiente sistema de drenagens, sangradouros, etc., de
modo que possíveis inundações, sejam facilmente controláveis.

Num futuro próximo, para alguns tipos de rejeitos, as técnicas de disposição parecem estar
direcionadas para a estocagem a seco. Este método envolve a remoção da maior quantidade
possível de água dos rejeitos antes deles serem transportados para a área do “depósito”. O
método oferece a vantagem de necessitar de um depósito menor, mais seguro e facilitar a
obtenção de água de reciclagem.

3.13.TIPOS DE DEPÓSITOS:

A deposição na forma de Colinas (“hillside”) prática comum na disposição do estéril de


discobertura em pedreiras de rochas ornamentais e outras cavas em bancadas de encosta. A
deposição do material através de bancadas tem a vantagem do pequeno crescimento em ‘areas
comparativamente a outros métodos. A altura pode variar de poucos metros até dezenas de
metros. O começo do depósito é feito normalmente contornando-se uma pequena área ao redor
de uma rampa de bancada sobre a encosta, descaregando o material e aplainando o depósito
assim como ele acumula o material.

As feições dos depósitos tipo colina são frequêntimente claramente visual, portanta eles
interferem com o aspecto visual da área. Depósitos do tipo colina são chamados de depósitos
finais (“end dumps”).

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Ângulo de repouso

material de rejeito acesso de bota-fora

Encosta original

Os depósitos do tipo preenchimento de vales (“vally infilling”) é uma alternativa para depósitos
em colina, seguindo os contornos do vale e, dessa forma, pode não ser tão facilmente visível
como os depósitos em colina.

A capacidade desses depósitos depende grandimente do comprimento da face de deposição e da


altura, bem como do ângulo do repouso do material. Em geral o material depositado não pode ser
recuperado posteriormente., assim os depositos são permanentes.

Os depositos tipo Rampa (“ramped dumps”) são apropreados para armazenamento de materiais
de baixo teor que podem ser posteriormente recuperado para tratamento através de
melhoramentos nos possos de benificiamento.

Estrada de acesso Linha central

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Os factores que devem ser levados em consideração quando planeja-se e constrói-se depósitos de
rejeitos são aqueles à capacidade de acumulação (relacionada com a área envolvida) e
estabilidade do depósito.

Materil no estado fragmentado ocupa um volume considerávelmente maior do que quando em


estado sólido ( “in situ”). Isso pode chegar a50% e recebe o nome de empolamento (“swell”). Em
algumas operações mineiras, mesmo pós extração total do material valioso é possível que o
valume de rejeito residual seja maior que “in situ”. Isso pode ser claramente do ponto de vista de
um impacto ambiental. Entretanto, é mais comum, especialmente especialmente na mineração de
materiais brutos como ferro e carvão, que ocorre uma substância déficil de material de
reenchimento de cava assim geralmente um buraco na superfície resulta no final da mineração.

Rocha detonado tem um angulo de repouso ou de estabilidade próximi a 1:1 (45 0) e mantém
aestabilidade a menos que que o material fino dentro do depósitocause umescorregamento.
Material do solo possui um ângulo de repouso muito menor, especialmente quando úmido, que
varia entre 20 e 300. Nesses materiais o arraste e liquefação do solo devido a água pode afectar
disfavoravelmente o depoósito e estabilidade dos taludes. O tamanho e forma das partículas do
solo e finos são factores importantes.

3.13.1. OPERAÇÃO DE BOTA-FORA

Mudanças frequêntes na posição do depósito do estéril e flexibilidade dos camiões faz com que o
método de construçào de depósitos de rejeitocom camiòes seja frequêntimente utilizado. Os
camiões são posicionados no final do terreno e descarregados sobre talude. Para previnir a queda
nos taludes são utilizados diversos artifícios entre os quais destacam-se o uso de um lugar
marcado (“spotter”), de um tronco de rejeito ou de um monte de estéril.

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Um trator de lâmina pode ser utilizado para construir uma crista de material para manter o
camiõa fora da estrada com basculamento traseeiro são ideias para depositar o material próximo
acrísta construida ou sobre o talude4.

4. CONCLUSÃO

Na realização do presente trabalho de pesquisa concluiu-se que :

Quanto a técnica de realização e organização do mesmo e, acima de tudo, ganhou-se


competência sobre as regras de construição, criterios na escolha do terreno para a sua posterior
emplantação, exigência dos materiais, assim como a escolha do tipo de pilha de estéril em funçào
do modo, método e o material por explorar. Assim há uma necessidade de revisão e
aprofundamento sobre os diferemtes tipos de materias por entulhar, visto que os minerais gosam
das propriedades químicas.

4
SOUZA, Júlio César 2001

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Para que o presente trabalho de pesquisa fosse materializado de forma integral e sintética foi
resultado de um empenho exaustivo e minuncioso empreendido em torno do mesmo.

Para terminar, assim, como iniciou-se na introdução, tornar-se-ão apanágio neste projecto, as
palavras do grande poeta português, Fernando Pessoa: “valeu a pena? Tudo vale a pena/se a
alma não é pequena”.

5. BIBLIOGRAFIA

CÉZAR, Júlio; Apostila de Lavra Subterrânea; Recife 21 de maio de 2008

SOUZA, Júlio César; Método e Lavra à Céu Aberto; Janeiro de 2001

Vale; RAC 8 – Prevenção De Riscos Em Estabilização De Taludes; Moçambique

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