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– A obediência da fé.
Mesmo antes de o Anjo lhe ter anunciado que fora escolhida para Mãe de
Deus, Ela meditava a Sagrada Escritura e aprofundava no seu conhecimento
como antes d’Ela jamais o fizera qualquer outra inteligência humana. O seu
entendimento, que nunca se viu afectado pelos danos causados pelo pecado, e
além disso foi iluminado pela fé e pelos dons do Espírito Santo, devia meditar
com profundidade as profecias relativas ao Messias. Por essa luz divina e pelo
seu amor sem limites a Deus e aos homens, suspirava e clamava pela vinda do
Salvador com maior veemência que os Patriarcas e todos os justos que a
tinham precedido. E o Senhor deleitava-se nessa oração cheia de fé e
esperança. A Virgem Maria, com essa oração, dava mais glória a Deus que o
universo inteiro com o resto das suas criaturas.
Olhando para a nossa Mãe do Céu, podemos ver se a nossa fé também nos
leva a realizar a vontade de Deus sem lhe pôr limites; se sabemos querer o
que Ele quer, quando quer e do modo que quer. À luz da sua figura
amabilíssima, podemos examinar também como aceitamos as contrariedades
normais de cada dia, como amamos a doença, a dor, o fracasso, tudo aquilo
que contraria os nossos planos ou modos de agir... Pensemos se tanto as
coisas boas da nossa vida como as realidades penosas ou difíceis de enfrentar
nos santificam, ou se, pelo contrário, nos afastam do Senhor.
III. A VIDA DE NOSSA SENHORA não foi fácil. Não lhe foram poupadas as
provas e dificuldades, mas a sua fé saiu vitoriosa e fortalecida desses
percalços, convertendo-se em modelo para todos nós. “Como Mãe, ensina; e,
também como Mãe, as suas lições não são ruidosas. É preciso ter na alma
uma base de finura, um toque de delicadeza, para compreender o que Ela nos
manifesta – mais do que com promessas – com obras.
“Mestra de fé. Bem- aventurada tu, que creste (Lc 1, 45); assim a saúda
Isabel, sua prima, quando Nossa Senhora sobe à montanha para visitá-la.
Tinha sido maravilhoso aquele ato de fé de Santa Maria: Eis a escrava do
Senhor, faça- se em mim segundo a tua palavra (Lc I, 38). No Nascimento do
seu Filho, contempla as grandezas de Deus na terra: há um coro de anjos, e
tanto os pastores como os poderosos da terra vêm adorar o Menino. Mas
depois a Sagrada Família tem que fugir para o Egipto, para escapar das
tentativas criminosas de Herodes. E a seguir, o silêncio: trinta longos anos de
vida simples, comum, como a de um lar qualquer de uma pequena aldeia da
Galiléia”10.
Nos anos de Nazaré, a fé da Virgem brilha em silêncio. O Filho que Deus lhe
deu é um menino que cresce e se desenvolve como os outros seres humanos,
que aprende a falar, a caminhar e a trabalhar como os outros. Mas a Virgem
Maria sabe que aquele menino é o Filho de Deus, o Messias esperado há
séculos. Quando o contempla inerme nos seus braços, sabe que Ele é o
Onipotente. As suas relações com Ele estão repletas de amor, porque é o seu
filho, e de respeito, porque é o seu Deus. Quando lhe ouve as primeiras
palavras entrecortadas, olha-o como à Sabedoria infinita; quando o vê entretido
nos seus jogos de criança, ou fatigado – depois de um dia de trabalho ao lado
de São José, quando já é um adolescente –, reconhece n’Ele o Criador do céu
e da terra.
“– Dá-me, ó Jesus, essa fé, que de verdade desejo! Minha Mãe e Senhora
minha, Maria Santíssima, faz que eu creia!”14, que saiba encarar e dirigir todos
os acontecimentos da minha vida com uma fé serena e inamovível.
(1) São Pedro Damião, Opúsculo 33. De bono sufragiorum, PL 145, 566; (2) cfr. G.
Roschini, La Madre de Dios, Madrid, 1958, vol. II, pág. 596; (3) São Tomás, Sobre os
mandamentos, em Escritos de Catequese; (4) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n.
142; (5) São Josemaría Escrivá, Forja, n. 661; (6) Lc 1, 28; (7) Lc 1, 29; (8) João Paulo II,
Enc. Redemptoris Mater, 25-III-1987, 13; (9) ib., 14; (10) São Josemaría Escrivá, Amigos de
Deus, n. 284; (11) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 148; (12) cfr. Conc. Vat. II,
Const. Lumen gentium, 58; (13) João Paulo II, op. cit., 14; (14) São Josemaría Escrivá, Forja, n.
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