Sei sulla pagina 1di 32

!

Universidade Federal do Espírito Santo


Centro Tecnológico - CT
Departamento de Engenharia Mecânica – DEM

Materiais de Construção Mecânica


Aços Inoxidáveis

Prof. Temístocles S. Luz

Vitória 2006

!1
Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................................................................ 3

2. De que são formados os Aços Inoxidáveis? .....................................................................................................................4

3. Classificação dos Aços Inoxidáveis .................................................................................................................................6

3.1 Aços Inoxidáveis Martensíticos .................................................................................................................................6

3.1.1 Características Metalúrgicas dos Aços Inoxidáveis Martensíticos .....................................................................8

3.1.2 Fragilização ao Revenido .................................................................................................................................. 10

3.2 Aços Inoxidáveis Ferríticos ......................................................................................................................................11

3.2.1 Características Metalúrgicas .............................................................................................................................13

3.2.2. Fragilização aos 475ºC .....................................................................................................................................15

3.3 Aços Inoxidáveis Austenítico .................................................................................................................................16

3.3.1 Metalurgia Básica .......................................................................................................................................... 18

3.3.1.1 Sensitização............................................................................................................................................................ 19

3.3.1.2 Precipitação da Fase Sigma (σ).............................................................................................................................. 21

!2
AÇOS INOXIDÁVEIS
1. Introdução

Os aços inoxidáveis são uma importante família de ligas de engenharia, os quais são
empregados nos mais variados tipos de equipamentos industriais, devido à conjugação de
propriedades tais como excelente resistência à corrosão, um grande intervalo de resistência
mecânica, tanto a quente quanto a frio, boa conformabilidade, e uma aparência que o caracteriza
para uso arquitetônico. Por estas características eles são extensivamente utilizados nas indústrias
de geração de energia, papel e celulose, petróleo e petroquímica, química e alimentos, mas
também têm grande aplicação em produtos para o lar.
O descobrimento dos aços inoxidáveis vem do início do século passado, quando em
1909 um ciclo de trabalhos publicados na França descreveu as propriedades dos aços
martensíticos com 13%Cr e ferríticos com 17%Cr, variando o carbono entre 0,12% e 1,0%. Neste
ano foram publicados artigos simultaneamente por franceses e alemãs introduzindo as ligas
austeníticas do sistema Fe-Ni-Cr. Mais ou menos ao mesmo tempo, na Alemanha foi atribuída a
inoxidabilidade destes aços a sua capacidade de formar uma camada passivada de óxido
superficialmente. Durante a 2ª Guerra Mundial, o EUA produziram ligas austeníticas com Mn no
lugar do Ni, devido às dificuldades de se produzir aquele elemento. Os aços duplex foram
descobertos nos anos 30, mas seu desenvolvimento só ocorreu na década de 60 quando se
descobriu a superplasticidade das estruturas ferrita-austenita.
Fundamentalmente, os aços inoxidáveis baseiam-se nos sistemas ferro-cromo, ferro-
cromo-carbono e ferro-cromo-níquel, embora possam ainda conter inúmeros elementos de liga
adicionados para conferir propriedades específicas para aplicações particulares. A natureza
inoxidável destes aços vem da adição de cromo em quantidades superiores a 11% em peso. Esta
concentração de cromo garante a formação de uma camada superficial passivada, contínua e
estável, de um óxido protetor rico em cromo.
Historicamente os aços inoxidáveis têm sido classificados pela sua microestrutura, sendo
descritos como martensíticos, ferríticos, austeníticos ou duplex (ferrítico e austenítico). Em adição
a estes principais, se somam outros do tipo martensítico, endurecível por precipitação (PH).
Com o objetivo de controlar a microestrutura e as propriedades mecânicas, vários
elementos de liga são adicionados às ligas padrão. Estes elementos de liga incluem Mn, Si, Mo,
Nb, Ti e N. Com o intuito de tentar descrever o efeito dos diversos elementos de liga,
desenvolveu-se o conceito de cromo e níquel equivalentes, cujo resultado pode ser observado na
figura abaixo.

!3
!
Figura 1 – Diagrama de Schaeffler

Este diagrama pode ser considerado para os aços inoxidáveis, como equivalente ao que
significa o diagrama Fe-C para os aços carbono comuns. Nele pode-se notar que tem-se
representado em cada eixo do gráfico uma expressão matemática que pondera o efeito dos
elementos de liga na formação das diversas fases constituintes da microestrutura destes aços.
Observa-se que na abscissa tem-se a contribuição dos elementos de liga que favorecem a
estabilização da ferrita, enquanto que no eixo das ordenadas está a contribuição dos elementos
de liga que favorecem a estabilização da austenita. Pode-se verificar que, os que mais contribuem
têm os maiores pesos na fórmula. Para sabermos qual será a microestrutura provável de uma liga
de aço inoxidável após sua solidificação, basta calcular os valores de Cromo Equivalente (CrEQ) e
Níquel Equivalente (NiEQ) a partir da composição química do aço, e com estes dois valores entrar
no Diagrama de Schaeffler, o campo que estas coordenadas apontarem, define a microestrutura
do aço que está sendo avaliado.

2. De que são formados os Aços Inoxidáveis?

Foi observado que a adição de, pelo menos, 11% em peso de Cr aos aços, conferia aos
mesmos a característica de formar uma camada de óxido estável na superfície do metal. Esta
camada inicialmente mostrou-se muito resistente à corrosão atmosférica, mas também melhorava
as características corrosivas destes aços em outros meios.
Devido a esta melhoria na capacidade do aço em suportar ambientes corrosivos, foram
realizadas experiências com outros elementos de liga para analisar em que a presença deles
poderia melhorar ou piorar o comportamento. Como resultado, temos hoje a adição de cerca de
15 diferentes elementos de liga no aço inoxidável padrão, dando origem a uma enorme variedade
de ligas, desenvolvidas para as mais variadas aplicações. A seguir está uma breve descrição da
influência dos principais elementos de liga que compõem os aços inoxidáveis.

!4
O Cromo é o elemento essencial destes aços, pois é ele que promove a formação do
filme passivado. É importante destacar que na faixa de 11%Cr, a estabilidade do filme não é forte
o que torna o aço resistente apenas à corrosão atmosférica. A faixa de 17 a 20% usada nos inox
austeníticos ou a de 26 a 29% nos ferríticos que vêm sendo desenvolvidos recentemente,
aumentam significativamente a estabilidade da camada passivada. Aumentar o percentual de Cr
pode ser detrimental às propriedades mecânicas quando o material é utilizado em temperaturas
altas, além de prejudicar a soldabilidade e a conformabilidade.
O Níquel acima de 8% em peso, estabiliza a microestrutura austenítica, melhora
propriedades mecânicas e melhora a conformabilidade. Uma das características mais importantes
do Níquel é o seu efeito em promover a repassivação da camada de óxido caso ela seja
danificada, principalmente em ambientes redutores. O Ni também pode ser detrimental, como no
caso da Corrosão sob Tensão (CST), que atinge seu pior caso na faixa de 8-10%, vindo a ser
completamente restaurada acima de 30%.
O Manganês em quantidades moderadas, promove efeitos semelhantes ao do Ni. O
problema do manganês é que ele reage com o Enxofre nos aços inoxidáveis formando sulfetos,
os quais, dependendo da sua morfologia e composição podem afetar a resistência à corrosão, em
particular ao “pitting”.
O Molibdênio em combinação com o Cr é muito efetivo em estabilizar a camada
passivada na presença de cloretos. O Mo é extremamente efetivo em aumentar a resistência à
iniciação do pitting.
O Carbono permite o endurecimento do aço através de tratamento térmico, que é a base
dos aços martensíticos, além de promover resistência mecânica em alta temperatura. O carbono
tem dois efeitos nocivos importantes, que é a reação com o Cr precipitando carbetos
(sensitização), além de reduzir nos aços ferríticos a tenacidade.
O Nitrogênio aumenta muito a resistência ao pitting, além de aumentar a resistência
mecânica.Nos aços duplex ele é essencial pois aumenta a presença de austenita, e a sua
resistência à corrosão. Para os aços ferríticos ele é detrimental às propriedades mecânicas
(fragilização).
Variando a concentração deste elementos de liga na composição do aço inoxidável,
pode-se obter as mais variadas propriedades, tanto mecânicas quanto relativas à corrosão.
Para facilitar o agrupamento destas ligas, elas foram divididas em famílias,
caracterizadas pela fase predominante na sua microestrutura, e mais conhecidos pela
denominação:

• - Ferríticos, série 400;

• - Martensíticos, série 400;

• - Austeníticos, série 200 (ao Mn) e 300 (ao Ni);


• - Duplex (Ferrita+Austenita).

!5
A seguir vamos descrever algumas das propriedades que caracterizam cada uma destas
famílias.

3. Classificação dos Aços Inoxidáveis

3.1 Aços Inoxidáveis Martensíticos

São essencialmente ligas de ferro, cromo e carbono com uma microestrutura que pode
variar desde ferrita mais martensita, martensita revenida, até ferrita mais martensita revenida, ver
Figura abaixo.

!
Figura 2 – A fotomicrografia da esquerda mostra um aço martensítico 422 com microestrutura composta por
ferrita mais martensita revenida com precipitação de carbetos. Na fotomicrografia da direita mostra um aço
martensítico 430 com uma microestrutura de ferrita mais martensita.

Estas ligas são ferromagnéticas e endurecíveis por tratamento térmico e resistentes a


corrosão em meios não muito agressivos. A concentração de cromo é de 10,5 a 18%, e a de
carbono pode exceder 1,2%. Elementos como Nb, Si, W, e V podem ser adicionados para
modificar as propriedades após tempera. Ni pode ser adicionado para promover resistência à
corrosão em alguns meios, enquanto S e Se são adicionados em algumas ligas para favorecer a
usinabilidade. Na tabela abaixo encontra-se a composição química dos principais aços inoxidáveis
martensíticos.
Estes aços são utilizados quando precisamos resistência mecânica e à corrosão ao
mesmo tempo. Geralmente isto ocorre em equipamentos rotativos. Não padrão o uso destas ligas
em equipamentos.
A seguir pode-se observar um diagrama com a evolução e principais características desta
família de aços inoxidáveis.

!6
Tabela 1 – Tipos de aços inoxidáveis martensíticos
Martensitic types

Tipo UNS C Mn Si Cr Ni P S Outros


403 S40300 0.15 1.00 0.50 11.5-13.0 ... 0.04 0.03 ...

410 S41000 0.15 1.00 1.00 11.5-13.5 ... 0.04 0.03 ...

414 S41400 0.15 1.00 1.00 11.5-13.5 1.25-2.50 0.04 0.03 ...

416 S41600 0.15 1.25 1.00 12.0-14.0 ... 0.06 0.15 min 0.6 Mo(b)

416Se S41623 0.15 1.25 1.00 12.0-14.0 ... 0.06 0.06 0.15 min Se

420 S42000 0.15 min 1.00 1.00 12.0-14.0 ... 0.04 0.03 ...

420F S42020 0.15 min 1.25 1.00 12.0-14.0 ... 0.06 0.15 min 0.6 Mo(b)

0.75-1.25 Mo;
422 S42200 0.20-0.25 1.00 0.75 11.5-13.5 0.5-1.0 0.04 0.03 0.75-1.25 W;
0.15-0.3 V

431 S43100 0.20 1.00 1.00 15.0-17.0 1.25-2.50 0.04 0.03 ...

440A S44002 0.60-0.75 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75 Mo

440B S44003 0.75-0.95 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75 Mo

440C S44004 0.95-1.20 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75 Mo

!7
!
Figura 3 - Evolução das famílias de aços inoxidáveis martensíticos

3.1.1 Características Metalúrgicas dos Aços Inoxidáveis Martensíticos


A temperaturas elevadas, a microestrutura dos inox martensíticos é quase ou totalmente
austenítica, o que permite que o mesmo possa ser submetido ao tratamento de tempera. Na
temperatura ambiente, a microestrutura em equilíbrio é uma mistura de ferrita mais carbetos.
Estes aços são endurecíveis por resfriamento ao ar, o que significa dizer que, mesmo em seções
espessas, ele forma martensita. O diagrama binário ferro-cromo pode ser visto na figura a seguir.

!8
!
Figura 4 – Diagrama de fases binário Fe-Cr

Nele observa-se que acima de 12% Cr, as ligas binárias não formam austenita quando
aquecidos a qualquer temperatura, ou seja, não podem ser endurecidos por transformação
martensítica. No entanto, adições de carbono tornam estas ligas passíveis de transformarem-se
martensiticamente nestes níveis de concentração de cromo. Abaixo pode ser observado o efeito
do teor de carbono em duas ligas, uma com 13% Cr e outra com 17% Cr. Vale destacar em
particular a formação da fase “sigma (σ)” com composição próxima a 50% entre cromo e ferro, a
qual tem por característica ser muito frágil, promovendo queda de tenacidade no material quando
a mesma se forma.
Verifica-se que, embora o cromo seja um fortíssimo estabilizador da ferrita, a presença do
carbono em maiores concentrações promove a estabilização da austenita mesmo na liga com
17% Cr, o permite a mesma ser endurecida por transformação martensítica. Como no início do
século, quando as propriedades inoxidáveis dos aços no sistema ferro-cromo foram descobertas,
era muito difícil remover o carbono do aço, o que determinou serem martensíticos os primeiros
aços inoxidáveis descobertos.
O carbono é o responsável pela dureza destes aços, com teores de 0,1% já se obtém
durezas na faixa de HRc 35, enquanto que atinge o valor de HRc 60 com cerca de 0,5%, não
aumentando muito mais com teores acima deste. A liga protótipo é a 410 com 12Cr-0,10C, que
garante uma transformação para 100% de martensita.

!9
!
Figura 5 – Seção de diagrama ternário Fe-Cr-C. (a) 13% Cr. (b) 17% Cr.

O Mo é adicionado para melhorar as propriedades mecânicas e com relação ao “pitting”,


como por exemplo na liga 422. O Ni pode ser adicionado pelas mesmas razões, como nas ligas
414 e 431. A limitação na adição de elementos de liga está na necessidade de se garantir a
completa transformação martensítica. Estes aços apresentam boa resistência à fluência, fadiga e
resistência a tração, conjugado com moderada resistência a corrosão até 650ºC. A série 420 é
utilizada em cutelaria, partes de válvulas, engrenagens, entre outras. A série 440 também é
utilizada em cutelaria e instrumentos sirúrgicos e dentários, molas, válvulas entre outros.
3.1.2 Fragilização ao Revenido
Na Figura 6 podem ser vistas as propriedades de um aço inox 410 após tempera e
revenido.
Nela nota-se que há uma influência nas propriedades em função da temperatura de
austenitização. Temperaturas superiores de austenitização solubilizam maior quantidade de
cromo, o que torna o efeito do endurecimento secundário mais acentuado. A fragilização ao
revenido, se desenvolve na faixa de temperatura de 425 a 565ºC, como observa-se pelo mínimo
na energia absorvida até a fratura no gráfico “energia X temperatura de revenimento”.

!10
!
Figura 6 – Efeito das temperatura de austenitização e de revenimento para as propriedades mecânicas do aço
inoxidável martensítico 410.

3.2 Aços Inoxidáveis Ferríticos

São ligas de cromo ferromagnéticas com estrutura cristalina CCC. A concentração de


cromo usual é de 10,5 a 30%, onde alguns graus podem conter Mo, Al, Si, Ti, e Nb, para conferir
alguma propriedade em particular. S e Se podem ser adicionados para promover usinabilidade. As
principais ligas desta família podem ser vistas na tabela abaixo, e no diagrama estrutural logo a
seguir.

!11
Tabela 2 – Tipos de aços inoxidáveis ferríticos
Ferritic types

Tipo UNS C Mn Si Cr Ni P S Outros


405 S40500 0.08 1.00 1.00 11.5-14.5 ... 0.04 0.03 0.10-0.30 Al

409 S40900 0.08 1.00 1.00 10.5-11.75 0.50 0.045 0.045 6 × %C min - 0.75 max Ti

429 S42900 0.12 1.00 1.00 14.0-16.0 ... 0.04 0.03 ...

430 S43000 0.12 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 ...

0.15
430F S43020 0.12 1.25 1.00 16.0-18.0 ... 0.06 0.6 Mo(b)
min

430FSe S43023 0.12 1.25 1.00 16.0-18.0 ... 0.06 0.06 0.15 min Se

434 S43400 0.12 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03 0.75-1.25 Mo

0.75-1.25 Mo; 5 × %C min -


436 S43600 0.12 1.00 1.00 16.0-18.0 ... 0.04 0.03
0.70 max Nb

0.15 Al; 12 × %C min - 1.10


439 S43035 0.07 1.00 1.00 17.0-19.0 0.50 0.04 0.03
Ti

442 S44200 0.20 1.00 1.00 18.0-23.0 ... 0.04 0.03 ...

1.75-2.50 Mo; 0.025 N; 0.2 +


444 S44400 0.025 1.00 1.00 17.5-19.5 1.00 0.04 0.03 4 (%C + %N) min - 0.8 max
(Ti + Nb)

446 S44600 0.20 1.50 1.00 23.0-27.0 ... 0.04 0.03 0.25 N

!12
!

3.2.1 Características Metalúrgicas


O diagrama ferro cromo, como mostrado anteriormente, os aços ferríticos têm suas
composições químicas localizadas à direita do ¨loop¨ da fase gama. Existem essencialmente três
gerações de aços inoxidáveis ferríticos. A primeira, com carbono não tão baixo que precisa teores
de cromo elevados, data do início das primeiras décadas deste século, quando a remoção de
carbono nessas ligas é ineficiente. A liga protótipo desta família é a 430, com composição típica
de 0,12% máximo de carbono e 17% de cromo. Se olharmos a figura referente ao aço com 17%
de cromo apresentada anteriormente, poderemos ver que a ferrita é estável até cerca de 1250ºC.
A temperaturas inferiores a ferrita e a austenita coexistem até cerca de 1030ºC. Se resfriarmos
mais ainda, começarão a aparecer carbetos. Abaixo de 920ºC a austenita desaparece e apenas a
ferrita e alguns carbetos permanecem sob equilíbrio até a temperatura ambiente.
Esta primeira geração talvez seja chamada de ¨ferrítica¨ de forma inadequada, porque
existe a formação de austenita a altas temperaturas. Esta austenita tem um fator benéfico que é o
de retardar o crescimento de grão, o qual é um importante efeito fragilizante quando ocorre.
Entretanto, devido a formação da austenita estes aços tendem a se transformar para martensita
durante a sua soldagem, sendo necessário para eliminar algumas ilhas de dureza elevada na
microestrutura um tratamento térmico de alívio de tensão, pós soldagem. A segunda geração dos
inox ferríticos têm baixo carbono e baixo nitrogênio, sendo necessário adicionar estabilizadores
!13
para se combinarem com o carbono e o nitrogênio quando os mesmos estão presentes. A liga
protótipo desta geração é a 409, com composição típica de 0,04% C, 11% Cr e 0,5% Ti. O titânio é
o elemento que se combina com o cromo e o nitrogênio, deixando livre todo o cromo. Outra
característica importante é que a liga é ferrítica em todas as temperaturas. A liga 405 é similar,
mas é estabilizada com alumínio, o qual se combina com nitrogênio, mas não com o carbono.
Assim como o titânio, embora com maior poder, o alumínio é um excelente elemento ferritizante.
A terceira geração de aços inoxdáveis ferríticos foi desenvolvida na década de 1970, pois
com o advento de técnicas de fabricação mais eficientes na remoção do carbono, possibilitaram
atingir-se níveis residuais menores deste elemento. O teor de carbono e nitrogênio é tipicamente
de 0,02% ou menos, e estabilizadores tais como titânio e ou nióbio, são frequentemente
adicionados para se combinarem com qualquer elemento intersticial livre na estrutura. A liga
protótipo desta geração é a 444 com 18% de cromo e 2% de molibdênio. Existe grande número
de ligas que ainda não foram cobertas por especificações ASTM. Esta geração de ligas também é
frequentemente chamadas como ¨aços superferríticos¨.
Estas ligas da terceira geração são livres da formação da austenita em todas as
temperaturas. Entretanto, elas podem ser fragilizadas pela formação de fases intermetálicas a
altas temperaturas. São sensíveis a fragilização aos 475ºC (ver item 3.2.2), devido à precipitação
da fase α’ rica em cromo, e também a fragilização pelas fases σ, χ, e outras fases. O diagrama
Ferro-Cromo, apresentado anteriormente indica que a fase sigma é formada aproximadamente
em 50% cromo e 50% ferro, enquanto α’ é uma ferrita rica em cromo que precipita da ferrita rica
em ferro. Na fase χ, é um intermetálico complexo de ferro-cromo-molibdênio que aparece nos
aços onde o molibdênio faz parte da composição química. Exceto no caso da fragilização por α’, a
qual desaparece rapidamente pelo aquecimento e temperaturas acima de 575ºC, as temperaturas
necessárias para dissolver estas fases são tão altas que causam severo crescimento de grão da
ferrita.
Como já foi dito os inox ferríticos não podem ser endurecidos por tratamento térmico, e
devido as baixas taxas de encruamento da ferrita, estes aços também não são endurecidos por
deformação à frio. A figura a seguir mostra comparativamente as características referentes ao
encruamento dos aços ferríticos e austeníticos, onde podemos constatar o baixo aumento da
resistência mecânica dos ferríticos quando comparados aos austeníticos.

!14
!
Figura 7 – Características do aço 430 trabalhado a frio, em comparação com o aço 304.

Enquanto os aços inox martensíticos apresentam moderada resistência a corrosão, os


inox ferríticos variam de uma moderada, tipos 430 ou 409, para uma excelente resistência a
corrosão, no caso da terceira geração, os superferríticos tais como o tipo 444. Os tipos 405 e 409
têm resistência corrosão atmosférica. O tipo 430 também resiste a ácidos oxidantes e também
orgânicos moderados, sendo utilizados em equipamentos na indústria alimentícia. Os
superferríticos oferecem excepcional resistência a corrosão localizada devido a exposição em
meios aquosos contendo íons cloreto. Os superferríticos são frequentemente utilizados em
permutadores de calor e sistemas de tubulação para meios contendo soluções aquosas com íons
cloreto e água do mar.
Devido à fragilização aos 475ºC e a formação de fase sigma, operações por longos
períodos em temperaturas elevadas é limitada para a maioria dos aços ferríticos a 350ºC no
máximo. No entanto, a fragilização a 475ºC não se mostra crítica para os aços com baixo cromo,
tipos 409 e 405, os quais têm sido utilizados extensivamente nos sistemas automotivos de
exaustão, os quais excedem 575ºC, temperatura que dissolve a fase α’, causadora da
fragilização. Devido ao fato dos aços inox ferríticos perderem tenacidade e dutilidade a baixas
temperaturas, seu uso a temperaturas inferiores a ambiente é bastante limitada.
Os aços inox ferríticos requerem resfriamento rápido na temperatura de conformação à
quente para evitar o crescimento de grão e a fragilização da ferrita. Como resultado, a maioria
destes aços são utilizados em aplicações que necessitem baixas espessuras. Os superferríticos
são limitados a chapas finas, tiras e tubos.
A dutilidade e a tenacidade dos inox ferríticos é afetada por vários fatores.
Fundamentalmente, a resistência e a habilidade das estruturas ferríticas cúbida de corpo centrado
em manter deformação plástica são muito dependente da temperatura, especialmente abaixo da
temperatura ambiente. A resistência aumenta rapidamente, enquanto a dutilidade cai
acentuadamente com a queda da temperatura, aparentemente porque as discordâncias em hélice
perdem sua habilidade de realizar deslizamento cruzado, na estrutura CCC. Como resultado os
aços ferríticos apresentam temperatura de transição de fratura, dutil-frágil.
3.2.2. Fragilização aos 475ºC
!15
!
Figura 8 – Fragilização aos 475ºC

Podemos notar que conforme se desenvolve a formação da fase α’, o material aumenta a
sua dureza, apresentando também aumento nas propriedades sob tração, escoamento e
resistência, mas perde a ductilidade. A tenacidade também diminui, atingindo seu menor nível aos
475ºC.

3.3 Aços Inoxidáveis Austenítico

Estes aços apresentam uma estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC), conforme
Figura abaixo. Verificar contornos de grão “paralelos”, que são maclas de recozimento,
características de ligas austeníticas

!16
!
Figura 9 – Aço inoxidável série 300 recozido.

Esta estrutura é conseguida através da adição dos elementos de liga austenitizante


níquel, manganês e nitrogênio. Estes aços são essencialmente não magnéticos na condição de
recozidos e podem ser endurecidos somente por trabalho à frio. Possuem excelente propriedades
criogênicas como também resistência a alta temperatura. O teor de cromo geralmente varia de 16
a 26%, o de níquel até 35% e manganês até 15%. A série 200 destes aços contém, nitrogênio de
4 a 15,5% de manganês e até 7% de níquel. A série 300 contém grande quantidade de níquel e
até 2% de manganês. Molibdênio, cobre, silício, alumínio, titânio e nióbio podem ser adicionados
para conferir certas características, tais como, resistência a corrosão por haletos ou resistência a
oxidação. O Enxôfre ou o Selênio podem ser adicionados a alguns destes aços para melhorar a
sua usinabilidade.
A seguir tabelas com a composição química dessa família de aços, como também
diagrama na próxima página, mostrando a relação entre as mesmas no que diz respeito a
composição química.
Estas ligas se baseiam no balanceamento entre elementos de liga que promovem a
formação da ferrita e aqueles que promovem a formação da austenita. O elemento básico
ferritizante é o cromo, embora molibdênio, nióbio, titânio, alumínio, tungstênio, e vanádio também
sejam formadores de ferrita. O elemento de liga básica para promover a formação da austenita é
o níquel tendo sido o manganês utilizado durante a 2ª Guerra Mundial na série 200. Também são
elementos austenitizantes o carbono, o nitrogênio, e o cobre.

Type UNS Composição, %(a)


C Mn Si Cr Ni P S Other
201 S20100 0.15 5.5-7.5 1.00 16.0-18.0 3.5-5.5 0.06 0.03 0.25 N
202 S20200 0.15 7.5-10.0 1.00 17.0-19.0 4.0-6.0 0.06 0.03 0.25 N
205 S20500 0.12-0.25 14.0-15.5 1.00 16.5-18.0 1.0-1.75 0.06 0.03 0.32-0.40 N
301 S30100 0.15 2.00 1.00 16.0-18.0 6.0-8.0 0.045 0.03 ...
!17
3.3.1 Metalurgia Básica

Os aços inox austeníticos são melhor representados pelo diagrama de equilíbrio ternário,
ferro-cromo-níquel. Em temperaturas na faixa de 1150ºC alguma ferrita-δ é formada, ver figura
abaixo.

!18
! !
FIGURA – Micrografias mostrando matriz austenítica com Ferrita δ indicada por setas.

É importante notar-se também que acima de 18% Cr torna-se necessário aumentar a


quantidade de níquel, caso contrário cada vez mais quantidade de ferrita iriam se formar. Destaca-
se que, além de baixar a temperatura da transformação austenita para ferrita, o níquel também
reduz a temperatura de início da transformação martensítica.

3.3.1.1 Sensitização

!19
FIGURA – Fragilização de um aço inoxidável 304 após sensitização.

Este fenômeno é caracterizado pela precipitação de carbetos nos contornos de grão de


aços inoxidáveis, quando aquecidos durante algum período na faixa de 425 a 870ºC. A quantidade
de carbetos precipitados é dependente do tempo de permanência na temperatura de
transformação. Quando estes carbetos se precipitam nos contornos de grão, a área adjascente é
reduzida na sua quantidade de cromo em solução sólida na matriz austenítica. Os carbetos
formados são normalmente do tipo (Cr,Fe)23C6 ou M23C6. Quando a precipitação é relativamente
contínua, a redução da quantidade de cromo torna o aço suscetível a corrosão intergranular, a
qual se caracteriza pela dissolução das camadas com baixo teor de cromo que envolvem os
contornos de grão.
A sensitização também reduz a resistência a outros tipos de corrosão, tais como ¨pitting¨,
crevice e corrosão sob tensão. A curva TTT da sensitização pode ser observada na figura a seguir.
Nela podemos ver a influência do teor de carbono na cinética de precipitação.

O gráfico mostra que para ocorrer a sensitização em um aço com 0,08%C, teor normalmente
encontrado nos aços 304 e 316, é de apenas alguns segundos. No entanto, para aços com 0,03% C,
teor encontrado nos aços tipo 304L ou 316L, seria necessário quase 10 horas.

Outro método para se evitar a sensitização é o uso de aços estabilizados. Estes aços contém titânio e
ou nióbio, esses elementos têm afinidade com carbono que formam carbetos prontamente, isso evita
a formação dos carbetos de cromo e consequentemente a perda de cromo na solução sólida da
austenita. Os tipos 304L ou 316L podem evitar a sensitização durante períodos de permanência nas

!20
temperaturas críticas em processos de soldagem, mas não impedirão que o fenômeno ocorra em
períodos de permanência longos nesta temperatura.

Recozimento é o único meio de se corrigir aços austeníticos sensitizados. Para se realizar um


tratamento como esse, deve-se levar em conta a temperatura, a composição química, o tempo de
permanência e a velocidade de resfriamento, para a realização do mesmo, pois estas variáveis
influenciam no resultado do tratamento.

3.3.1.2 Precipitação da Fase Sigma (σ)

Em particular a precipitação da fase sigma (σ) aumenta a susceptibilidade do aço, a corrosão e a


fragilização. Ela é rica em cromo e molibdênio, podendo tornar o aço susceptível a corrosão
intergranular, ¨pitting¨ e crevice. Geralmente ocorre em aços de alta liga (alto cromo, alto
molibdênio). A fase-σ precipita-se na faixa de temperatura entre 540 e 900ºC. Assim como a
sensitização, seus efeitos podem ser corrigidos por um tratamento de solubilização, que consiste em
aquecer o aço acima da temperatura máxima de precipitação desta fase, permanecendo neste
patamar até que os elementos formadores da fase-σ sejam reabsorvidos pela matriz, e então
resfriada numa velocidade que não permita a sua reprecipitação.

!21
FIGURA – Influência do tempo e temperatura de envelhecimento na energia de impacto na
temperatura ambiente de um aço inoxidável 310.

3.3.1.3 Corrosão Sob Tensão (CST) por Cloretos

CST é um termo genérico que descreve a nucleação e crescimento de trincas em um material sob a
ação combinada de tensão tratativa (aplicada ou residual) e um meio corrosivo. Devido a
susceptibilidade dos aços inoxidáveis a CST dependerem de fatores tais como composição química
da liga, microestrutura, e histórico térmico, estas ligas apresentam este fenômeno em vários meios.
Em especial, será aqui abordada a CST em aços inoxidáveis austeníticos em meio rico em íons
cloreto.

A sensitização é fator detrimental para a ocorrência de CST em alguns meios, embora para soluções
contendo ions cloreto não se aplique, pois neste caso a propagação das trincas é transgranular, isto
é, atravessa o interior dos grãos. A CST em meios contendo cloretos, foi muito estudada utilizando-
se como referência soluções de cloreto de magnésio em ebulição.

A avaliação da CST em um aço inox com 18-20% Cr e teor de níquel variado, pode ser vista na
figura abaixo. Nela nota-se que este teor de cromo apresenta o pior efeito, isto é o menor tempo até
ocorrer o trincamento, exatamente no teor de níquel que caracteriza a liga padrão dos inox
austeníticos, que é a 8% Ni-18% Cr que equivale ao tipo 304. Outro efeito importante é o aumento
do tempo para trincamento com a adição de níquel à liga.

!22
Ao avaliar-se o efeito no KISCC (equivale ao KIc em meio que ocorre CST) do teor de Ni das ligas,
com Cr variando entre 15,5 e 21%, verificou-se que as conjugações Cr-Ni onde o percentual de
níquel era superior a 25%, mostravam-se praticamente imunes ao fenômeno em soluções aeradas
com 22% NaCl a 105ºC. Isto pode ser comprovado pela observação da figura abaixo.

Outro elemento importante de se observar como é a sua influência, é o Molibdênio. Em meio de


cloreto de magnésio o Mo parece ser detrimental até 1,5%, passando a partir deste ponto a aumentar
a resistência do material a CST. No caso de uma solução com 22% NaCl a 105ºC, ele aparece
aumentando sempre a resistência do material, definindo que para este sistema ele só é benéfico,
como pode-se ver na figura abaixo.

!23
O efeito da tensão no fenômeno pode ser observado na figura a seguir, onde verifica-se que
reduzindo-se a tensão aplicada, o tempo necessário para ocorrer o a ruptura do componente
aumenta, e aparece uma tensão limite mínima em que a CST passa a ocorrer em tempos
extremamente longos. Pode-se ainda notar que quanto maior o teor de níquel no aço, maiores são os
tempos e tensões necessários para ocorrer a fratura do material. Isto define, de forma geral, o efeito
benéfico do Níquel no aumento da resistência à CST nos aços inoxidáveis austeníticos.

3.4. Aços Inoxidáveis Duplex

Estes aços têm como característica principal uma microestrutura mista de austenita+ferrita, como
pode ser visto na Figura abaixo. Na micrografia (a) os grãos claros são a austenita e os escuros a
ferrita. Nas micrografias (b) e (c) os pontos mais escuros mostram a formação de Fase σ com o
envelhecimento deste aço na temperatura de 800ºC.

! ! !

!24
FIGURA – (a) Aço Duplex 2205 Recozido à 1200ºC. (b) Aço Duplex 2205 envelhecido à 800ºC
durante 4 horas, produzindo Fase σ (pontos escuros). (c) Aço Duplex 2205 envelhecido à 800ºC
durante 8 horas, produzindo ainda mais Fase σ (pontos escuros).

Os aços inoxidáveis Duplex também apresentam a formação de Ferrita δ na sua matriz. Este tipo de
ferrita mostrou que ela melhora a resistência à corrosão sob tensão, além de aumentar o limite de
escoamento e a tensão de ruptura. Outro efeito da presença desta fase é o refino de grão que ela
promove, que seria uma das causas do efeito de aumento das propriedades sob tração.

Os aços duplex estão sujeitos à fragilização aos 475ºC (370-490ºC) e à formação de Fase σ entre
650 e 815ºC. Devido a estas características, estes aços não são adequados para aplicações em altas
temperaturas.

RESUMO DOS AÇOS INOXIDÁVEIS

A evolução geral dos aços inoxidáveis pode ser acompanhado pelo diagrama abaixo.

!25
Nela pode ser a vista a evolução das adições de elementos de liga, em cada família, para promover
propriedades específicas requeridas por aplicações características.

Tabela – Outros aços inoxidáveis não normalizados (na realidade alguns já estão)
UNS 
 Composition, %(b)
designatio
Designation(a) n C Mn Si Cr Ni P S Other
Austenitic stainless steels
Gall-Tough S20161 0.15 4.00- 3.00 15.00 4.00- 0.04 0.04 0.08-0.20 N
6.00 -4.0 -18.0 6.00 0 0
0 0
203 EZ S20300 0.08 5.0-6. 1.00 16.0- 5.0-6. 0.04 0.18- 0.5 Mo;
(XM-1) 5 18.0 5 0 0.35 1.75-2.25 Cu

Nitronic 50 S20910 0.06 4.0-6. 1.00 20.5- 11.5- 0.04 0.03 1.5-3.0 M;
(XM-19) 0 23.5 13.5 0 0 0.2-0.4 N;
0.1-0.3 Nb;
0.1-0.3 V
Tenelon S21400 0.12 14.5- 0.3- 17.0- 0.75 0.04 0.03 0.35 N
(XM-31) 16.0 1.0 18.5 5 0
Cryogenic S21460 0.12 14.0- 1.00 17.0- 5.0-6. 0.06 0.03 0.35-0.50 N
Tenelon 16.0 19.0 0 0 0
(XM-14)
Esshete 1250 S21500 0.15 5.5-7. 1.20 14.0- 9.0-1 0.04 0.03 0.003-0.009 B;
0 16.0 1.0 0 0 0.75-1.25 Nb;
0.15-0.40 V
Type 216 S21600 0.08 7.5-9. 1.00 17.5- 5.0-7. 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
(XM-17) 0 22.0 0 5 0 0.25-0.50 N

Type 216 L S21603 0.03 7.5-9. 1.00 17.5- 7.5-9. 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
(XM-18) 0 22.0 0 5 0 0.25-0.50 N
Nitronic 60 S21800 0.10 7.0-9. 3.5- 16.0- 8.0-9. 0.04 0.03 0.08-0.18 N
0 4.5 18.0 0 0 0
Nitronic 40 S21900 0.08 8.0-1 1.00 19.0- 5.5-7. 0.06 0.03 0.15-0.40 N
(XM-10) 0.0 21.5 5 0 0
21-6-9 LC S21904 0.04 8.00- 1.00 19.00 5.50- 0.06 0.03 0.15-0.40 N
10.00 -21.5 7.50 0 0
0

!26
Nitronic 33 S24000 0.08 11.50 1.00 17.00 2.50- 0.06 0.03 0.20-0.40 N
(18-3-Mn) -14.5 -19.0 3.75 0 0
0 0
Nitronic 32 S24100 0.15 11.00 1.00 16.50 0.50- 0.06 0.03 0.20-0.45 N
(18-2-Mn) -14.0 -19.5 2.50 0 0
0 0
18-18 Plus S28200 0.15 17.0- 1.00 17.5- ... 0.04 0.03 0.5-1.5 Mo;
19.0 19.5 5 0 0.5-1.5 Cu;
0.4-0.6 N
303 Plus X S30310 0.15 2.5-4. 1.00 17.0- 7.0-1 0.02 0.25 0.6 Mo
(XM-5) 5 19.0 0.0 0 min

MVMA(c) S30415 0.05 0.60 1.30 18.5 9.50 ... ... 0.15 N; 0.04 Ce
304BI(d) S30424 0.08 2.00 0.75 18.00 12.00 0.04 0.03 0.10 N;
-20.0 -15.0 5 0 1.00-1.25 B
0 0
304 HN S30452 0.04- 2.00 1.00 18.0- 8.0-1 0.04 0.03 0.16-0.30 N
(XM-21) 0.10 20.0 0.5 5 0
Cronifer 1815 S30600 0.01 2.00 3.7- 17.0- 14.0- 0.02 0.02 0.2 Mo
LCSi 8 4.3 18.5 15.5 0 0
RA 85 H(c) S30615 0.20 0.80 3.50 18.5 14.50 ... ... 1.0 Al

253 MA S30815 0.05- 0.80 1.4- 20.0- 10.0- 0.04 0.03 0.14-0.20 N;
0.10 2.0 22.0 12.0 0 0 0.03-0.08 Ce;
1.0 Al
Type 309 S Cb S30940 0.08 2.00 1.00 22.0- 12.0- 0.04 0.03 10 × %C min
24.0 15.0 5 0 to 1.10 max Nb
Type 310 Cb S31040 0.08 2.00 1.50 24.0- 19.0- 0.04 0.03 10 × %C min
26.0 22.0 5 0 to 1.10 max Nb
+ Ta
254 SMO S31254 0.02 1.00 0.80 19.50 17.50 0.03 0.01 6.00-6.50 Mo;
0 -20.5 -18.5 0 0 0.50-1.00 Cu;
0 0 0.180-0.220 N

Type 316 Ti S31635 0.08 2.00 1.00 16.0- 10.0- 0.04 0.03 5 × %(C + N)
18.0 14.0 5 0 min to 0.70
max Ti; 2.0-3.0
Mo; 0.10 N
Type 316 Cb S31640 0.08 2.00 1.00 16.0- 10.0- 0.04 0.03 10 × %C min
18.0 14.0 5 0 to 1.10 max Nb
+ Ta; 2.0-3.0
Mo; 0.10 N
!27
Type 316 HQ ... 0.03 2.00 1.00 16.00 10.00 0.03 0.01 3.00-4.00 Cu;
0 -18.2 -14.0 0 5 2.00-3.00 Mo
5 0
Type 317 LM S31725 0.03 2.00 1.00 18.0- 13.5- 0.04 0.03 4.0-5.0 Mo;
20.0 17.5 5 0 0.10 N
17-14-4 LN S31726 0.03 2.00 0.75 17.0- 13.5- 0.04 0.03 4.0-5.0 Mo;
20.0 17.5 5 0 0.10-0.20 N
Type 317 LN S31753 0.03 2.00 1.00 18.0- 11.0- 0.03 0.03 3.0-4.0 Mo;
20.0 15.0 0 0 0.10-0.22 N

Type 370 S37000 0.03- 1.65- 0.5- 12.5- 14.5- 0.04 0.01 1.5-2.5 Mo;
0.05 2.35 1.0 14.5 16.5 0 0 0.1-0.4 Ti;
0.005 N; 0.05
Co
18-18-2 S38100 0.08 2.00 1.5- 17.0- 17.5- 0.03 0.03 ...
(XM-15) 2.5 19.0 18.5 0 0
19-9 DL S63198 0.28- 0.75- 0.03 18.0- 8.0-1 0.04 0.03 1.0-1.75 Mo;
0.35 1.50 -0.8 21.0 1.0 0 0 0.1-0.35 Ti;
1.0-1.75 W;
0.25-0.60 Nb
20Cb-3 N08020 0.07 2.00 1.00 19.0- 32.0- 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
21.0 38.0 5 5 3.0-4.0 Cu; 8 ×
%C min to 1.00
max Nb
20Mo-4 N08024 0.03 1.00 0.50 22.5- 35.0- 0.03 0.03 3.50-5.00 Mo;
25.0 40.0 5 5 0.50-1.50 Cu;
0.15-0.35 Nb

20Mo-6 N08026 0.03 1.00 0.50 22.00 33.00 0.03 0.03 5.00-6.70 Mo;
-26.0 -37.2 2.00-4.00 Cu
0 0
Sanicro 28 N08028 0.02 2.00 1.00 26.0- 29.5- 0.02 0.01 3.0-4.0 Mo;
28.0 32.5 0 5 0.6-1.4 Cu
AL-6X N08366 0.03 2.00 1.00 20.0- 23.5- 0.03 0.03 6.0-7.0 Mo
5 22.0 25.5 0 0
AL-6XN N08367 0.03 2.00 1.00 20.0- 23.50 0.04 0.03 6.00-7.00 Mo;
0 22.0 -25.5 0 0 0.18-0.25 N
0

!28
JS-700 N08700 0.04 2.00 1.00 19.0- 24.0- 0.04 0.03 4.3-5.0 Mo; 8 ×
23.0 26.0 0 0 %C min to 0.5
max Nb; 0.5
Cu; 0.005 Pb;
0.035 S
Type 332 N08800 0.01 1.50 1.00 19.0- 30.0- 0.04 0.01 0.15-0.60 Ti;
23.0 35.0 5 5 0.15-0.60 Al
904L N08904 0.02 2.00 1.00 19.0- 23.0- 0.04 0.03 4.0-5.0 Mo;
23.0 28.0 5 5 1.0-2.0 Cu
Cronifer 1925 N08925 0.02 1.00 0.50 24.0- 19.0- 0.04 0.03 6.0-7.0 Mo;
hMo 26.0 21.0 5 0 0.8-1.5 Cu;
0.10-0.20 N

Cronifer 2328 ... 0.04 0.75 0.75 22.0- 26.0- 0.03 0.01 2.5-3.5 Cu;
24.0 28.0 0 5 0.4-0.7 Ti;
2.5-3.0 Mo
Ferritic stainless steels
18-2 FM S18200 0.08 1.25- 1.00 17.5- ... 0.04 0.15 1.5-2.5 Mo
(XM-34) 2.50 19.5 0 min
Type 430 Ti S43036 0.10 1.00 1.00 16.0- 0.75 0.04 0.03 5 × %C min to
19.5 0 0 0.75 max Ti
Type 441 S44100 0.03 1.00 1.00 17.5- 1.00 0.04 0.04 0.3 + 9 × (%C)
19.5 0 0 min to 0.90
max Nb;
0.1-0.5 Ti; 0.03
N

E-Brite 26-1 S44627 0.01 0.40 0.40 25.0- 0.50 0.02 0.02 0.75-1.5 Mo;
27.0 0 0 0.05-0.2 Nb;
0.015 N; 0.2
Cu
MONIT S44635 0.02 1.00 0.75 24.5- 3.5-4. 0.04 0.03 3.5-4.5 Mo; 0.2
(25-4-4) 5 26.0 5 0 0 + 4 (%C + %N)
min to 0.8 max
(Ti + Nb);
0.035 N
Sea-Cure S44660 0.02 1.00 1.00 25.0- 1.5-3. 0.04 0.03 2.5-3.5 Mo; 0.2
(SC-1) 5 27.0 5 0 0 + 4 (%C + %N)
min to 0.8 max
(Ti + Nb);
0.035 N

!29
AL 29-4C S44735 0.03 1.00 1.00 28.0- 1.00 0.04 0.03 3.60-4.20 Mo;
0 30.0 0 0 0.20-1.00 Ti +
Nb and 6 (%C
+ %N) min Ti
+ Nb; 0.045 N
AL 29-4-2 S44800 0.01 0.30 0.20 28.0- 2.0-2. 0.02 0.02 3.5-4.2 Mo;
30.0 5 5 0 0.15 Cu; 0.02
N; 0.025 max
(%C + %N)
18 SR(c) ... 0.04 0.30 1.00 18.0 ... ... ... 2.0 Al; 0.4 Ti
12 SR(c) ... 0.02 ... 0.50 12.0 ... ... ... 1.2 Al; 0.3 Ti

406 ... 0.06 1.00 0.50 12.0- 0.50 0.04 0.03 2.75-4.25 Al;
14.0 0 0 0.6 Ti
408 Cb ... 0.03 0.2-0. 0.2- 11.75 0.45 0.03 0.02 0.75-1.25 Al;
5 0.5 -12.2 0 0 0.65-0.75 Nb;
5 0.3-0.5 Ti; 0.03
N
ALFA IV ... 0.03 0.50 0.60 19.0- 0.45 0.03 0.00 4.75-5.25 Al;
21.0 5 5 0.005-0.035
Ce; 0.03 N
Sealmet 1 ... 0.08 0.5-0. 0.3- 28.0- 0.40 0.03 0.01 0.04 N
8 0.6 29.0 0 5
Duplex stainless steels

44LN S31200 0.03 2.00 1.00 24.0- 5.50- 0.04 0.03 1.20-2.00 Mo;
0 26.0 6.50 5 0 0.14-0.20 N
DP-3 S31260 0.03 1.00 0.75 24.0- 5.50- 0.03 0.03 2.50-3.50 Mo;
0 26.0 7.50 0 0 0.20-0.80 Cu;
0.10-0.30 N;
0.10-0.50 W
3RE60 S31500 0.03 1.20- 1.40 18.00 4.25- 0.03 0.03 2.50-3.00 Mo
0 2.00 -2.0 -19.0 5.25 0 0
0 0
2205 S31803 0.03 2.00 1.00 21.0- 4.50- 0.03 0.02 2.50-3.50 Mo;
0 23.0 6.50 0 0 0.08-0.20 N

2304 S32304 0.03 2.50 1.0 21.5- 3.0-5. 0.04 0.04 0.05-0.60 Mo;
0 24.5 5 0 0 0.05-0.60 Cu;
0.05-0.20 N

!30
Uranus 50 S32404 0.04 2.00 1.0 20.5- 5.5-8. 0.03 0.01 2.0-3.0 Mo;
22.5 5 0 0 1.0-2.0 Cu;
0.20 N
Ferralium 255 S32550 0.04 1.50 1.00 24.0- 4.50- 0.04 0.03 2.00-4.00 Mo;
27.0 6.50 1.50-2.50 Cu;
0.10-0.25 N
7-Mo PLUS S32950 0.03 2.00 0.60 26.0- 3.50- 0.03 0.01 1.00-2.50 Mo;
29.0 5.20 5 0 0.15-0.35 N
Martensitic stainless steels

Type 410S S41008 0.08 1.00 1.00 11.5- 0.60 0.04 0.03 ...
13.5 0 0
Type 410 Cb S41040 0.15 1.00 1.00 11.5- ... 0.04 0.03 0.05-0.20 Nb
(XM-30) 13.5 0 0
E4 S41050 0.04 1.00 1.00 10.5- 0.60- 0.04 0.03 0.10 N
12.5 1.1 5 0
CA6NM S41500 0.05 0.5-1. 0.60 11.5- 3.5-5. 0.03 0.03 0.5-1.0 Mo
0 14.0 5 0 0
416 Plus X S41610 0.15 1.5-2. 1.00 12.0- ... 0.06 0.15 0.6 Mo
(XM-6) 5 14.0 0 min

Type 418 S41800 0.15- 0.50 0.50 12.0- 1.8-2. 0.04 0.03 2.5-3.5 W
(Greek 0.20 14.0 2 0 0
Ascolloy)
TrimRite S42010 0.15- 1.00 1.00 13.5- 0.25- 0.04 0.03 0.40-1.00 Mo
0.30 15.0 1.00 0 0
Type 420 F Se S42023 0.3-0 1.25 1.00 12.0- ... 0.06 0.06 0.15 min Se;
.4 14.0 0 0 0.6 Zr; 0.6 Cu
Lapelloy S42300 0.27- 0.95- 0.50 11.0- 0.50 0.02 0.02 2.5-3.0 Mo;
0.32 1.35 12.0 5 5 0.2-0.3 V

Type 440 F S44020 0.95- 1.25 1.00 16.0- 0.75 0.04 0.10- 0.08 N
1.20 18.0 0 0.35
Type 440 F Se S44023 0.95- 1.25 1.00 16.0- 0.75 0.04 0.03 015 min Se;
1.20 18.0 0 0 0.60 Mo
Precipitation-hardening stainless steels
PH 14-4 Mo S14800 0.05 1.00 1.00 13.75 7.75- 0.01 0.01 2.0-3.0 Mo;
-15.0 8.75 5 0 0.75-1.50 Al

PH 15-7 Mo S15700 0.09 1.00 1.00 14.0- 6.5-7. 0.04 0.03 2.0-3.0 Mo;
(Type 632) 16.0 75 0 0 0.75-1.5 Al

!31
AM-350 (Type S35000 0.07- 0.5-1. 0.50 16.0- 4.0-5. 0.04 0.03 2.5-3.25 Mo;
633) 0.11 25 17.0 0 0 0 0.07-0.13 N
AM-355 (Type S35500 0.10- 0.5-1. 0.50 15.0- 4.0-5. 0.04 0.03 2.5-3.25 Mo;
634) 0.15 25 16.0 0 0 0 0.07-0.13 N
Custom 450 S45000 0.05 1.00 1.00 14.0- 5.0-7. 0.03 0.03 1.25-1.75 Cu;
(XM-25) 16.0 0 0 0 0.5-1.0 Mo; 8 ×
%C min Nb
Custom 455 S45500 0.05 0.50 0.50 11.0- 7.5-9. 0.04 0.03 1.5-2.5 Cu;
(XM-16) 12.5 5 0 0 0.8-1.4 Ti;
0.1-0.5 Nb; 0.5
Mo

!32

Potrebbero piacerti anche