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Rafael Novais – Direito Tributário

Curso Completo de
Direito Tributário

Estudo do Código Tributário Nacional (CTN)

Leis

Características (Art. 97 CTN):

Princípio da Legalidade (Art. 150, I, CF)

Matérias Reservadas:

I – Instituição e Extinção de Tributos


II – Majoração e Redução de Tributos
III – Definição do Fato Gerador e Sujeito Passivo
IV – Fixação da Alíquota e Base de Cálculo dos tributos
V – Penalidades ou Infrações
VI – Exclusão, Suspensão e Extinção do Crédito Tributário e dispensa ou redução de penalidades.

• Prazo para pagamento e modificação (Art. 160, CTN)


• Exceção da Atualização (Art. 97, §2º, CTN + Súmula 160, STJ)

Exceções

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Matérias reservadas a Lei Complementar (Art. 146, CF):

• Conflitos de Competência (Inciso I)


• Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar (Inciso II)
• Normas Gerais em Matéria Tributária (Inciso III)

Questões

(FGV 2010/Fiscal de Rendas SEFAZ/RJ) As alternativas a seguir apresentam atribuições da lei


complementar tributária, à exceção de uma. Assinale-a.

a) Instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social;


b) Dispor sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas;
c) Instituir o imposto sobre grandes fortunas;
d) Dispor sobre os requisitos para o gozo de imunidade tributária relativa a impostos sobre o
patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e assistência social, sem fins
lucrativos.
e) Atribuir ao sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento
de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente.

Tratados e Convenções Internacionais

Etapas para criação e validade no ordenamento:

1º) Negociação e assinatura (Art. 84, VII & VIII, CF)


2º) Referendo ou Aprovação (Arts. 49, I & 84, VIII, CF)
3º) Ratificação (troca ou depósito)
4º) Promulgação & Publicação

Tratados e Convenções Internacionais

Art. 98, CTN

“Denunciado um tratado, todavia, a lei interna com ele incompatível estará reestabelecida, em pleno
vigor. Tem-se que procurar, assim, o significado da regra legal em foco. O que ela pretende dizer é que
os tratados e convenções internacionais prevalecem sobre a legislação interna, seja anterior ou mesmo
posterior”.

Hugo de Brito Machado

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Tratado Lei X Tratado Contrato

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS. OPERAÇÕES DE CÂMBIO RELATIVAS À


GUIA DE IMPORTAÇÃO. PROTOCOLO DE PROTEÇÃO COMERCIAL BRASIL-URUGUAI. NÃO-
INCIDÊNCIA. 1. Em se tratando de matéria tributária, a superveniência de legislação nacional não
revoga disposição contida em tratado internacional contratual, consoante dispõe o art. 98 do CTN.
2. Recurso especial não-provido. (STJ Resp nº 228.324/RS, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, Data de Julgamento: 12/05/2005, T2 - SEGUNDA TURMA).

TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO. TRIGO EM GRÃO. FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA. PORTARIA MINISTERIAL Nº


939/91. IMPOSSIBILIDADE. CTN, ART. 98. PRECEDENTES. 1. O art. 98/CTN não admite a revogação
de tratado pela legislação tributária antecedente ou superveniente. 2. Não é lícito ao poder
executivo, mediante simples portaria, fixar alíquota superior à estabelecida em acordo
internacional. 3. Recurso especial conhecido e provido (STJ REsp nº 209.526/RS, Relator: Ministro
FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Data de Julgamento: 18/04/2000, T2 - SEGUNDA TURMA)

Isenção Heterônoma nos Tratados Internacionais

(Art. 151, III, CF)


Súmula 575, STF. A mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-
se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional.
Súmula 20, STJ. A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando
contemplado com esse favor o similar nacional.
Súmula 71, STJ. O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM.

Decretos
Características:

CTN, Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Limite na Própria Lei (Art. 84, IV, CF)

RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS DO ANO-BASE DE 1990 CORREÇÃO MONETÁRIA AFASTAMENTO DAS LIMITAÇÕES
PREVISTAS NO DECRETO Nº 332/91. Os decretos, entendidos como forma de exercício do poder
regulamentar, devem ser considerados norma tributária, nos termos do artigo 96 do Código
Tributário Nacional. Menos não é verdade, contudo, que, de acordo com o sistema administrativo-
constitucional brasileiro, o poder regulamentar deve se pautar, sempre, nas disposições legais.
(STJ - REsp: 258217 SP 2000/0043936-3, Relator: Ministro FRANCIULLI NETTO, Data de Julgamento:
07/03/2002, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 24/06/2002 p. 240)

Normas Complementares

Características (Art. 100, CTN):

Espécies:

I - Atos Administrativos
II - Decisões Administrativas Normativas
III - Práticas Reiteradas
IV - Convênio
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Normas Complementares

CTN, Art. 100, § Único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do
tributo.

TRIBUTÁRIO. PRATICAS ADMINISTRATIVAS. SE O CONTRIBUINTE RECOLHEU O TRIBUTO A BASE DE


PRATICA ADMINISTRATIVA ADOTADA PELO FISCO, EVENTUAIS DIFERENÇAS DEVIDAS SO PODEM
SER EXIGIDAS SEM JUROS DE MORA E SEM ATUALIZAÇÃO DO VALOR MONETARIO DA RESPECTIVA
BASE DE CALCULO (CTN, ART. 100, III C/C PAR. ÚNICO). RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
PROVIDO, EM PARTE. (STJ – REsp nº 98703/SP, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de
Julgamento: 18/06/1998, T2 - SEGUNDA TURMA).

Questões

(ESAF 2007/Auditor Fiscal Receita Federal) Sobre a Legislação Tributária, assinale a opção correta:

a) Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por Delegado da Receita Federal do Brasil,
contendo normas relativas ao atendimento do contribuinte, integra a "legislação tributária";

b) O prazo de recolhimento de determinado tributo não pode ser minorado por regulamento
específico, haja vista a exigência constitucional de lei em sentido estrito;

c) Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar para a instituição de


contribuição de intervenção no domínio econômico;

d) Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e convenções internacionais,


que visam ao estabelecimento de regras para coibir a evasão fiscal, ao serem aprovados pelo
Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.

e) As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, em regra, integram a


legislação tributária.

Vigência, Aplicação, Interpretação e Integração da Legislação Tributária


Vigência da Legislação Tributária

“O Art. 101 do CTN consagra o princípio da especialidade, ao estatuir que a ‘vigência, no espaço e no
tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral,
ressalvado o previsto neste capítulo”.
Bruno de Medeiros Arcoverde
Vigência da Legislação Tributária

a) No Espaço: Art. 102, CTN

• Princípio da Territorialidade
• Redação das exceções: Extraterritorialidade

b) No Tempo: Art. 1º, LINDB (Dec. Lei nº 4.657/42)

• Normas Complementares (Art. 103, CTN)


• Impostos sobre Patrimônio & Renda (Art. 104, CTN)

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CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO: REVOGAÇÃO. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. I. -
Revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se
observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente. II. - Precedentes do
Supremo Tribunal Federal. III. - R.E. conhecido e provido. O exame da causa em que interposto o
apelo extremo em questão evidencia que o acórdão impugnado ajusta-se à diretriz jurisprudencial
que esta Suprema Corte firmou na matéria em referência. Sendo assim, e considerando as razões
expostas, conheço do presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento. Publique-se.
Brasília, 1º de março de 2010. Ministro CELSO DE MELLO Relator (STF – RE nº 492.781/MG, Relator:
Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 01/03/2010).

Súmula 615, STF. O princípio constitucional da anualidade (par-29 do art-153 da CF) não se aplica à
revogação de isenção do ICM.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS. BASE DE CÁLCULO. MAJORAÇÃO. ANTERIORIDADE.


PRECEDENTE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. 1. O Estado da Bahia insurge-se contra acórdão por meio
do qual o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul afastou a aplicação dos Decretos estaduais nº
39.596 e nº 39.697, ambos de 1999, que promoveram a majoração da base de cálculo do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS devido por prestadores de serviços de televisão
por assinatura, para o ano de publicação, assentada a possibilidade de surtirem efeitos, em razão do
princípio da anterioridade tributária, apenas a partir de 1º de janeiro de 2000. A decisão impugnada
não merece reparos.

Os atos infralegais implicaram aumento indireto do imposto, porquanto revelaram redução de


benefício fiscal vigente, devendo ser observado, também nesses casos, o princípio da
anterioridade. Essa foi a óptica adotada pelo Supremo no julgamento da Medida Cautelar na Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha relatoria, envolvida lei complementar que
postergou a utilização de créditos tributários então permitidos. 2. Ante o exposto, nego seguimento
ao recurso. 3. Publiquem. Brasília, 4 de dezembro de 2013. Ministro MARCO AURÉLIO. Relator (STF –
RE nº 564.225/RS, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 04/12/2013).

Questões

(CESPE 2007/Procurador Federal) Salvo disposição em contrário, uma decisão do delegado da


Receita Federal, a que a lei atribua eficácia normativa, entrará em vigor trinta dias após a data de
sua publicação.

(CESPE 2007/Procurador Municipal Rio Branco/AC) Suponha que a secretaria de fazenda de


determinado município da Federação tenha editado instrução normativa que trata de aspectos
formais de recolhimento do ISS. Nessa situação, não havendo disposição em contrário, considera-se
que o referido ato tenha entrado em vigor na data de sua publicação.

Aplicação da Legislação Tributária

Regra: Irretroatividade

CTN, Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.

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Exceções: Art. 106, CTN

Exceções: Art. 144, §1º, CTN

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da


obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 106 DO CTN. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA. ATO
NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 106, estabelece que
a lei nova mais benéfica ao contribuinte aplica-se ao fato pretérito, razão por que correta a redução
da multa nos casos como os da espécie, em que a execução fiscal não foi definitivamente julgada. O
referido artigo não especifica a esfera de incidência da retroatividade da lei mais benigna, o que
enseja a aplicação do mesmo, tanto no âmbito administrativo como no judicial. Recurso especial
provido. (STJ – REsp nº 295.762/RS, Relator: Ministro FRANCIULLI NETTO, Data de Julgamento:
05/08/2004, T2 - SEGUNDA TURMA).

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. LEI QUE PREVÊ REDUÇÃO DE MULTA. APLICAÇÃO RETROATIVA
AOS FATOS NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADOS, QUER NA ESFERA ADMINISTRATIVA, QUER NA
JUDICIAL (CTN, ART. 106, II, C). INOVAÇÃO NO PEDIDO FORMULADO NA INICIAL. INOCORRÊNCIA.
FATO NOVO, QUE PODE SER CONHECIDO DE OFÍCIO PELO JUIZ (CPC, ART. 462). RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. (STJ – REsp nº 488.326/RS, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de
Julgamento: 03/02/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA)

TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS - LEI 10.705/00 - ISENÇÃO -


RETROATIVIDADE - IMPOSSIBILIDADE. 1. A regra basilar em tema de direito intertemporal é
expressa na máxima tempus regit actum. Assim, o fato gerador, com os seus consectários, rege-se
pela lei vigente à época de sua ocorrência. 2. O Imposto de Transmissão tem como fato gerador, in
casu, a transmissão causa mortis da propriedade, que no direito brasileiro coincide com a morte, por
força do direito de sucessão. 3. Ocorrido o fato gerador do tributo anteriormente à vigência da lei
que veicula isenção, inviável a aplicação retroativa, porquanto, in casu, não se trata de norma de
caráter interpretativo ou obrigação gerada por infração (art. 106 do CTN). 4. Tratando-se de norma
concessiva de exoneração tributária, sua interpretação é restritiva (art. 111, III do CTN), observada a
necessária segurança jurídica que opera pro et contra o Estado. Inteligência do art. 106 do CTN. 3.
Recurso provido. (STJ REsp nº 464.419/SP, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento:
15/05/2003, T1 - PRIMEIRA TURMA)

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Questões

(CESPE 2011/Advogado da ECT) O CTN disciplina que a lei tributária será aplicável ao ato ou fato
pretérito definitivamente julgado quando deixar de definido como infração.

(FVG 2007/Juiz de Direito/PA) A lei tributária se aplica a ato ou fato pretérito, quando o ato não
definitivamente julgado cominar penalidade menos severa que a prevista na lei ao tempo de sua
prática ou reduzir o valor do tributo devido.

(INEC 2011/AFT Campinas/SP) A lei aplica-se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados.

Interpretação e Integração

“Costuma-se dizer que interpretar é buscar o sentido dos atos normativos, encontrando as
normas jurídicas nele vinculadas. Integrar, ao contrário, é, na falta de uma norma aplicável a
determinada situação concreta, buscar-se meios para suprir a lacuna, criando-se uma norma para o
caso concreto”.

Hugo de Brito Machado Segundo

• Características

A) Previsão Tributária (Art. 107, CTN)

B) Integração da Legislação (Art. 108, CTN)

Sequencia:

Utilização dos Institutos do Direito Privado (Arts. 109 e 110, CTN)

Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do
conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos
efeitos tributários.

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal,
pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para
definir ou limitar competências tributárias.

Interpretação Literal (Art. 111, CTN)

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;


II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

TRIBUTÁRIO – IMUNIDADE – IPTU – ENTIDADE EDUCACIONAL ESTRANGEIRA. 1. O artigo 150, VI,


c, da CF deve ser interpretado em combinação com o art. 14 do CTN, expressamente recepcionado
no ADCT (art. 34 § 5º). 2. A imunidade, como espécie de não incidência, por supressão constitucional,
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segundo a doutrina, deve ser interpretada de forma ampla, diferentemente da isenção, cuja
interpretação é restrita, por imposição do próprio CTN (art. 111). 3. Ensino é forma de transmissão de
conhecimentos, de informações e de esclarecimentos, entendendo-se educacional a entidade que
desenvolve atividade para o preparo, desenvolvimento e qualificação para o trabalho (art. 205 CF).
4. A cobrança de mensalidades não descaracteriza a entidade imune senão há distribuição de
rendas, lucro ou participação nos resultados empresariais. 5. Entidade que, gozando da imunidade
há mais de quarenta anos, não está obrigada a recadastrar-se, ano a ano, para fazer jus ao benefício
constitucional. 6. Recurso ordinário improvido. (STJ Recurso Ordinário nº 1.243.586, Relator:
Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 06/05/2004, T2 - SEGUNDA TURMA).

Dúvida na Interpretação (Art. 112, CTN)

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da
maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;


II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos
seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Questões

(CESPE 2011/Advogado da ECT) Se determinado estado publicar lei que disponha sobre a moratória,
essa lei tributária estadual deverá ser interpretada literalmente.

(CESPE 2010/Procurador Federal) Um fiscal da Receita Federal do Brasil, ao aplicar a legislação


tributária, na ausência de disposição legal expressa, pode empregar a analogia, desde que isso não
resulte na dispensa do pagamento de tributo devido.

(CONSULPLAN 2011/Procurador Municipal Londrina/PR) Os princípios gerais do direito privado


utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e
formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.

(FGV 2011/Auditor SEFAZ/RJ) Não pode(m) ser usado(a)(s) como técnica de interpretação e
integração da legislação tributária:

a) A equidade;
b) Os princípios gerais do direito tributário;
c) Os costumes;
d) Os princípios gerais do direito público;
e) A analogia.

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Estudo do Código Tributário Nacional (CTN)

Obrigações Tributárias e o Fato Gerador

Obrigações Tributárias

Características (Art. 113, CTN):


• Principal (Tributo + Multa)
– Previsão em Lei (Art. 114, CTN)
• Acessória (Deveres Instrumentais)
– Previsão em Legislação (Art. 115, CTN)
• Relativa Independência
• Conversão da Obrigação Acessória (Art. 113,§3º, CTN)

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN. EMPRESA NÃO


CONTRIBUINTE. OBRIGATORIEDADE DE EXIBIÇÃO DOS LIVROS COMERCIAIS. INEXISTÊNCIA. ART.
113, § 2º, DO CTN. I - A discussão dos autos cinge-se à necessidade, ou não, de a empresa recorrida,
pelo fato de não ser contribuinte do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, ainda
assim ser obrigada a exibir seus livros fiscais ao Município de São Paulo. II - Restou incontroverso o
fato de que a empresa Recorrida não recolhe ISSQN aos cofres do Município de São Paulo. III -
Nesse contexto, verifica-se que, mesmo que haja o Poder Estatal, ex vi legis, de impor o
cumprimento de certas obrigações acessórias, a Administração Tributária deve seguir o parâmetro
fixado no § 2º do art. 113 do CTN, isto é, a exigibilidade dessas obrigações deve necessariamente
decorrer do interesse na arrecadação.

IV - In casu, não se verifica o aludido interesse, porquanto a própria Municipalidade reconhece que a
Recorrida não consta do Cadastro de Contribuintes do ISSQN. V - Mesmo que o ordenamento
jurídico tributário considere certo grau de independência entre a obrigação principal e a acessória,
notadamente quanto ao cumprimento desta última, não há como se admitir o funcionamento da
máquina estatal, nos casos em que não há interesse direto na arrecadação tributária. VI - Se inexiste
tributo a ser recolhido, não há motivo/interesse para se impor uma obrigação acessória,
exatamente porque não haverá prestação posterior correspondente. Exatamente por isso, o
legislador incluiu no aludido § 2º do art. 113 do CTN a expressão "no interesse da arrecadação". VII -
Recurso Especial improvido. (STJ - REsp nº 539.084/SP , Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data
de Julgamento: 18/10/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA).

• Elemento Temporal (Art. 116, CTN):


– Situação de Fato (Inciso I)
– Situação de Direito (Inciso II)
• Negócios Jurídicos Condicionais (Art. 121, CC + Art. 117, CTN):
– Suspensiva (Inciso I)
– Resolutória (Inciso II)

Elisão Fiscal ≠ Evasão Fiscal ≠ Elusão Fiscal

• Regra Antielisão/elusão Fiscal:

– CTN, Art. 116, § Único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo
ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

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Interpretação do Fato Gerador: Art. 118, CTN

A) Abstração da validade dos atos e natureza do objeto (Inciso I)


B) Abstração dos Efeitos (Inciso II)

Natureza Econômica & “pecunia non olet”

TRIBUTÁRIO. ISS. TERRAPLENAGEM. OS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM SE INCLUEM NO AMBITO


DA CONSTRUÇÃO CIVIL, SUJEITANDO AO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS A EMPRESA QUE OS
EXPLORE, AINDA QUE NÃO QUALIFICADA TECNICAMENTE PARA ESSE EFEITO (CTN, ART. 118);
LOCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, NESSE CASO, E AQUELE ONDE SE EFETUAR A PRESTAÇÃO
(DEL 406/1968, ART. 12, B). RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (STJ – REsp nº 73.692/ES,
Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 20/11/1997, T2 - SEGUNDA TURMA).

Sujeitos da Relação Tributária

Sujeito Ativo

Pessoa Jurídica de Direito Público (Art. 119, CTN)

Subrrogação (Art. 120, CTN)

Sujeito Passivo

Obrigação Principal: Art. 121, § Único, CTN

• Obrigações Acessórias: Art. 122, CTN

• Convenções Particulares: Art. 123, CTN

CTN, Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

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• Princípio da Legalidade & Exceções

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. LEGITIMIDADE ATIVA.


PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. 1. O locatário é parte ilegítima para litigar a respeito de questões
que envolvam o pagamento do IPTU e outras taxas para as quais o legislador elegeu como
sujeito passivo o proprietário do imóvel. 2. Agravo regimental improvido.(STJ REsp nº
852.169/PR, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 07/06/2005, T2 - SEGUNDA
TURMA).

Questões

(FCC 2007/Auditor Municipal SP) A pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou de penalidade


pecuniária é o sujeito passivo de obrigação tributária principal.

(FGV 2006/Agente Tributário Estadual MS) O indivíduo que adquirir imóvel sobre o qual existem
dívidas tributárias anteriores ao negócio jurídico é responsável somente se assim dispuser o
contrato de compra e venda.

Sujeito Passivo

• Solidariedade Tributária: Art. 124, CTN


- Semelhanças com o Direito Privado
- Espécies: De fato & De Direito

• Efeitos: Art. 125, CTN


I. Pagamento
II. Isenção ou Remissão
III. Interrupção Prazo Prescrição

Questões

(CESPE 2011/Juiz de Direito TJ/PB) São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação, podendo, entretanto,
qualquer dos devedores alegar o benefício de ordem, conforme o grau de seu interesse.

(VUNESP 2011/Advogado IPT/SP) Salvo disposição de lei em contrário, a isenção ou a remissão


de crédito outorgada pessoalmente a um dos obrigados solidários somente a ele exonera,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo.

Sujeito Passivo

• Capacidade Tributária: Art. 126, CTN


a) Civil ≠ Tributário
b) Abstração da validade (Art.118, CTN)

• Domicílio Tributário: Art. 127, CTN


a) Importância & Regra – “Domicílio de Eleição”
b) Espécies: Incisos + §1º

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TRIBUTÁRIO. DOMICILIO TRIBUTÁRIO. FIRMA INDIVIDUAL. C.T.N., ART. 127, II. APLICAÇÃO. I - O
ACORDÃO RECORRIDO, AO ADMITIR COMO VALIDA NOTIFICAÇÃO FISCAL ENVIADA PARA LOCAL
DIVERSO DO DOMICILIO TRIBUTÁRIO DO CONTRIBUINTE, QUE ERA DO CONHECIMENTO DO
FISCO, OFENDEU O ART. 127, II, DO C.T.N.II - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (STJ -
REsp: 33837 MG 1993/0009496-3, Relator: Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Data de
Julgamento: 04/03/1996, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 25/03/1996 p. 8560).

DOMICILIO TRIBUTÁRIO - MESMO DA RESIDENCIA. NÃO PROCEDE O ARGUMENTO DE QUE SENDO


INVIOLAVEL O DOMICILIO DA PESSOA FISICA, DIFICULTARIA A ATUAÇÃO DOS AGENTES FISCAIS,
CASO TENHA O DOMICILIO TRIBUTÁRIO A MESMA SEDE, PORQUE TAL PROTEÇÃO DEIXARIA DE
EXISTIR. É INJUSTIFICAVEL E SEM BASE LEGAL IMPEDIR O CONTRIBUINTE DE INDICAR SUA
RESIDENCIA PARA DOMICILIO TRIBUTÁRIO. RECURSO IMPROVIDO. (STJ - REsp: 28237 SP
1992/0026146-9, Relator: Ministro GARCIA VIEIRA, Data de Julgamento: 16/11/1992, T1 - PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJ 14.12.1992 p. 23906 REVJUR vol. 189 p. 51).

TRIBUTÁRIO. DOMICÍLIO FISCAL. DIFICULDADE DE ARRECADAÇÃO E/OU LOCALIZAÇÃO.


POSSIBILIDADE DE ELEIÇÃO OU REVISÃO PELO FISCO. ART. 127, § 2º, DO CTN. 1. O sujeito ativo
tributante, enfrentando dificuldades para arrecadar ou localizar o domicílio tributário do
contribuinte, poderá fixá-lo nos limites estabelecidos por lei (art. 127, § 2º, do CTN). 2. Esse princípio
não afeta direito subjetivo do contribuinte. 3. Inexistência de prova de mudança de domicílio do
contribuinte para outro Município que não o eleito pelo Fisco, cidade na qual se localiza a sua
residência, a sede da pessoa jurídica da qual é sócio, e praticamente a quase totalidade de seu
patrimônio, não tendo outra conotação, a eleição de outro domicílio para fins de arrecadação
tributária, que a de criar embaraço à fiscalização. No mandado de segurança, a prova é pré-
constituída. 4. Recurso não provido. (STJ - REsp: 437383 MG 2002/0067827-9, Relator: Ministro JOSÉ
DELGADO, Data de Julgamento: 27/08/2002, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ
21.10.2002 p. 301 RDDT vol. 87).

Estudo do Código Tributário Nacional (CTN)

Responsabilidade Tributária

Considerações Iniciais

Essa atribuição de responsabilidade para terceira pessoa nascerá como mecanismo de


colaboração na fiscalização e arrecadação dos tributos por parte das Fazendas Públicas, vez que se
tornaria dificultosa ou até inviável à exigência diretamente ao contribuinte.

• Previsão Legal: Art. 121, §único, II, 128 e seguintes do CTN

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Substituição Tributária

• Fundamento: Art. 121, II, CTN + Art. 150, §7º, CF

• Espécies:

• Regressiva:
• Progressiva:

CF/88, Art. 150, §7º. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.

• STF: Cobrança ≠ Pagamento Cautelar


• Complementação OU Restituição (ADI 2.675/PE & 2.777/SP)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.


IMPRESCINDIBILIDADE DE QUE ESSA HIPÓTESE ESTEJA PREVISTA EM LEI. LEGITIMIDADE DO
INSTITUTO JURÍDICO. NÃO-CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. INOCORRÊNCIA DO
FENÔMENO DA SUBSTITUIÇÃO DE JULGADO. PREJUDICIALIDADE DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. 1. Não-conhecimento do recurso especial pelo
Superior Tribunal de Justiça. Prejudicialidade do recurso extraordinário simultaneamente
interposto, tendo em vista o fenômeno processual da substituição de julgado previsto no artigo
512 do Código de Processo Civil. Alegação improcedente. O acórdão somente substituiria a
decisão recorrida se o recurso houvesse sido conhecido e provido.

2. É responsável tributário, por substituição, o industrial, o comerciante ou o prestador de


serviço, relativamente ao imposto devido pelas anteriores ou subseqüentes saídas de
mercadorias ou, ainda, por serviços prestados por qualquer outra categoria de contribuinte. 3.
Legitimidade do regime de substituição tributária, dado que a cobrança antecipada do ICMS por
meio de estimativa "constitui simples recolhimento cautelar enquanto não há o negócio jurídico
de circulação, em que a regra jurídica, quanto ao imposto, incide". Entendimento doutrinário.
Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 194382 SP , Relator: MAURÍCIO CORRÊA,
Data de Julgamento: 25/04/2003, Tribunal Pleno).

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Responsabilidade por Sucessão

• Momento de aplicação:

CTN, Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos
constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias
surgidas até a referida data.

Marco Temporal: Fato Gerador

• Aquisição Imobiliária (Art. 130, CTN)

• Exceções:
Prova da Quitação & Hasta Pública

• Aquisição e Remição de Bens Móveis (Art. 131, I, CTN)

- Remissão X Remição (Art. 685-A, CPC – Art. 876, NCPC)


- Responsabilidade Seguradora sobre tributos de Veículos Furtados (REsp 692.619)
- Aplicação Análoga da Arrematação em Hasta Pública (REsp 807.455/RS – 2ª T & REsp
905.208/SP – 3º T)

EXECUÇÃO. ARREMATAÇÃO. ADJUDICAÇÃO. CREDOR. ÔNUS RECAÍDOS SOBRE O BEM.


RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. (CTN - ART. 130, parágrafo único). I - O credor que arremata
veículo em relação ao qual pendia débito de IPVA não responde pelo tributo em atraso. O
crédito proveniente do IPVA subroga-se no preço pago pelo arrematante. Alcance do Art. 130,
parágrafo único, do CTN). II - Se, entretanto, o bem foi adjudicado ao credor, é encargo deste,
depositar o valor correspondente ao débito por IPVA. (REsp 905.208/SP. STJ, Relator: Ministro
HUMBERTO GOMES DE BARROS, Data de Julgamento: 18/10/2007, T3 - TERCEIRA TURMA).

Responsabilidade por Sucessão

• Sucessão Causa Mortis (Art. 131, II e III, CTN)

- Inversão natural na sequência dos Incisos

- Responsabilidade pelo Crédito Tributário: Tributo + Multa

(REsp 499.147/PR -1ª T)


(REsp 86.149/RS – 2ª T)

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Responsabilidade por Sucessão

Sucessão Empresarial

O raciocínio que orientou a elaboração das regras foi o de que a Administração


Tributária deve seguir a manifestação de riqueza dessas entidades, de forma que o
“desaparecimento” de uma entidade implicará a responsabilidade daquelas que lhe sucederem.

Ricardo Alexandre

TRIBUTÁRIO. EMPRESA INCORPORADORA. SUCESSÃO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA


DO SUCESSOR. MULTA FISCAL (MORATÓRIA). APLICAÇÃO. ARTS. 132 E 133, DO CTN.
PRECEDENTES. 1. Recurso Especial interposto contra v. Acórdão segundo o qual não se aplicam
os arts. 132 e 133, do CTN, tendo em vista que multa não é tributo, e, mesmo que se admita que
multa moratória seja ressalvada desta inteligência, o que vem sendo admitido pelo STJ, in casu
trata-se de multa exclusivamente punitiva, uma vez que constitui sanção pela não apresentação
do livro diário geral. 2. Os arts. 132 e 133, do CTN, impõem ao sucessor a responsabilidade
integral tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de
caráter moratório ou punitivo.

A multa aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte,


podendo ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece
como responsável. Portanto, é devida a multa, sem se fazer distinção se é de caráter moratório
ou punitivo, visto ser ela imposição decorrente do não pagamento do tributo na época do
vencimento. 3. Na expressão "créditos tributários" estão incluídas as multas moratórias. 4. A
empresa, quando chamada na qualidade de sucessora tributária, é responsável pelo tributo
declarado pela sucedida e não pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória. 5.
Precedentes das 1ª e 2ª Turmas desta Corte Superior e do colendo STF. 6. Recurso provido. (STJ -
REsp: 432.049/SC, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO).

Sucessão Empresarial

• Responsabilidade pela Fusão, Transformação e Incorporação: Art. 132, CTN.

a) Cisão parcial ou total (Art. 233, Lei nº 6.404/76)


b) Exploração por Sócio remanescente

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c) Exploração pelo Espólio
Responsabilidade por Aquisição: Art. 133, CTN

- Requisitos & Espécies


- Exceções na Falência e Recuperação de Empresas (§1º)

- Exceção da Exceção (§2º)

TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. A responsabilidade


prevista no artigo 133 do Código Tributário Nacional só se manifesta quando uma pessoa natural
ou jurídica adquire de outra o fundo de comércio ou o estabelecimento comercial, industrial ou
profissional; a circunstância de que tenha se instalado em prédio antes alugado à devedora, não
transforma quem veio a ocupá-lo posteriormente, também por força de locação, em sucessor
para os efeitos tributários. Recurso especial não conhecido. (STJ – REsp nº 108.873/SP, Relator:
Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 04/03/1999, T2 - SEGUNDA TURMA).
Questões

(FGV 2006/Agente Tributário Estadual MS) A responsabilidade tributária da pessoa jurídica de


direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra, em
relação aos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado
fusionadas, transformadas ou incorporadas, é exclusiva.

(FGV 2006/Fiscal de Rendas MS) Em se tratando de sucessão de uma pessoa jurídica em outra,
relativamente a tributos devidos por aquela, pode-se afirmar que no caso de aquisição de
estabelecimento comercial com continuidade da respectiva exploração, o adquirente responde
pelos tributos devidos.

(CESPE 2007/Procurador Municipal Rio Branco/AC) Considere-se que certa pessoa jurídica tenha
seu estabelecimento empresarial alienado, durante processo de falência, para liquidação de
seus débitos. Nessa situação, mesmo que continue, dentro de seis meses, a exploração do
estabelecimento empresarial na mesma atividade do alienante, o adquirente não será
responsável, mesmo que subsidiariamente, pelo pagamento dos tributos devidos pelo
alienante, relativos ao estabelecimento empresarial, até a data da alienação.

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Responsabilidade de Terceiro

• Dever legal: Art. 134, CTN

- Responsabilidade tecnicamente Subsidiária

- Requisitos:
I. Impossibilidade de exigência do Contribuinte.
II. Ação ou Omissão Imputada a Terceiro

• Responsabilidade Pessoal do terceiro: Art. 135, CTN

- Atuação excessiva e infracional

Súmula nº 430, STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Súmula nº 435, STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente

Responsabilidade OBJETIVA: Art. 136, CTN

- Possibilidade de responsabilização Subjetiva

• Responsabilidade Pessoal: Art. 137, CTN

I. Cometer Infração tipificada como Crime ou Contravenção.


II. Quando o Dolo específico seja elementar do Tipo Penal
III. Quando o Sujeito utiliza de Dolo Específico

• Denúncia Espontânea: Art. 138, CTN

- Multa punitiva e moratória (REsp nº 1.232.357/SP)

- Obrigação Acessória (AREsp nº 534.943/RS)

- Parcelamento (REsp nº 284.189/SP)

- Súmula nº 208, TFR. A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento,
não configura denúncia espontânea.

- Súmula nº 360, STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

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Aos Estudos...

“Se você quer um pedacinho do Paraíso, acredite em Deus. Mas se você quer conquistar
o mundo, acredite em você porque Deus já te deu tudo o que você precisa para você vencer”.

Augusto Branco

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Rafael Novais – Direito Tributário
Curso Completo de
Direito Tributário

Estudo do Código Tributário Nacional (CTN)

Leis

Características (Art. 97 CTN):

Princípio da Legalidade (Art. 150, I, CF)

Matérias Reservadas:

I – Instituição e Extinção de Tributos


II – Majoração e Redução de Tributos
III – Definição do Fato Gerador e Sujeito Passivo
IV – Fixação da Alíquota e Base de Cálculo dos tributos
V – Penalidades ou Infrações
VI – Exclusão, Suspensão e Extinção do Crédito Tributário e dispensa ou redução de penalidades.

• Prazo para pagamento e modificação (Art. 160, CTN)


• Exceção da Atualização (Art. 97, §2º, CTN + Súmula 160, STJ)

Exceções

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Matérias reservadas a Lei Complementar (Art. 146, CF):

• Conflitos de Competência (Inciso I)


• Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar (Inciso II)
• Normas Gerais em Matéria Tributária (Inciso III)

Questões

(FGV 2010/Fiscal de Rendas SEFAZ/RJ) As alternativas a seguir apresentam atribuições da lei


complementar tributária, à exceção de uma. Assinale-a.

a) Instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social;


b) Dispor sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas;
c) Instituir o imposto sobre grandes fortunas;
d) Dispor sobre os requisitos para o gozo de imunidade tributária relativa a impostos sobre o
patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e assistência social, sem fins
lucrativos.
e) Atribuir ao sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento
de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente.

Tratados e Convenções Internacionais

Etapas para criação e validade no ordenamento:

1º) Negociação e assinatura (Art. 84, VII & VIII, CF)


2º) Referendo ou Aprovação (Arts. 49, I & 84, VIII, CF)
3º) Ratificação (troca ou depósito)
4º) Promulgação & Publicação

Tratados e Convenções Internacionais

Art. 98, CTN

“Denunciado um tratado, todavia, a lei interna com ele incompatível estará reestabelecida, em pleno
vigor. Tem-se que procurar, assim, o significado da regra legal em foco. O que ela pretende dizer é que
os tratados e convenções internacionais prevalecem sobre a legislação interna, seja anterior ou mesmo
posterior”.

Hugo de Brito Machado

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Tratado Lei X Tratado Contrato

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS. OPERAÇÕES DE CÂMBIO RELATIVAS À


GUIA DE IMPORTAÇÃO. PROTOCOLO DE PROTEÇÃO COMERCIAL BRASIL-URUGUAI. NÃO-
INCIDÊNCIA. 1. Em se tratando de matéria tributária, a superveniência de legislação nacional não
revoga disposição contida em tratado internacional contratual, consoante dispõe o art. 98 do CTN.
2. Recurso especial não-provido. (STJ Resp nº 228.324/RS, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, Data de Julgamento: 12/05/2005, T2 - SEGUNDA TURMA).

TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO. TRIGO EM GRÃO. FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA. PORTARIA MINISTERIAL Nº


939/91. IMPOSSIBILIDADE. CTN, ART. 98. PRECEDENTES. 1. O art. 98/CTN não admite a revogação
de tratado pela legislação tributária antecedente ou superveniente. 2. Não é lícito ao poder
executivo, mediante simples portaria, fixar alíquota superior à estabelecida em acordo
internacional. 3. Recurso especial conhecido e provido (STJ REsp nº 209.526/RS, Relator: Ministro
FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Data de Julgamento: 18/04/2000, T2 - SEGUNDA TURMA)

Isenção Heterônoma nos Tratados Internacionais

(Art. 151, III, CF)


Súmula 575, STF. A mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-
se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional.
Súmula 20, STJ. A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando
contemplado com esse favor o similar nacional.
Súmula 71, STJ. O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM.

Decretos
Características:

CTN, Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Limite na Própria Lei (Art. 84, IV, CF)

RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS DO ANO-BASE DE 1990 CORREÇÃO MONETÁRIA AFASTAMENTO DAS LIMITAÇÕES
PREVISTAS NO DECRETO Nº 332/91. Os decretos, entendidos como forma de exercício do poder
regulamentar, devem ser considerados norma tributária, nos termos do artigo 96 do Código
Tributário Nacional. Menos não é verdade, contudo, que, de acordo com o sistema administrativo-
constitucional brasileiro, o poder regulamentar deve se pautar, sempre, nas disposições legais.
(STJ - REsp: 258217 SP 2000/0043936-3, Relator: Ministro FRANCIULLI NETTO, Data de Julgamento:
07/03/2002, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 24/06/2002 p. 240)

Normas Complementares

Características (Art. 100, CTN):

Espécies:

I - Atos Administrativos
II - Decisões Administrativas Normativas
III - Práticas Reiteradas
IV - Convênio
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Normas Complementares

CTN, Art. 100, § Único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do
tributo.

TRIBUTÁRIO. PRATICAS ADMINISTRATIVAS. SE O CONTRIBUINTE RECOLHEU O TRIBUTO A BASE DE


PRATICA ADMINISTRATIVA ADOTADA PELO FISCO, EVENTUAIS DIFERENÇAS DEVIDAS SO PODEM
SER EXIGIDAS SEM JUROS DE MORA E SEM ATUALIZAÇÃO DO VALOR MONETARIO DA RESPECTIVA
BASE DE CALCULO (CTN, ART. 100, III C/C PAR. ÚNICO). RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E
PROVIDO, EM PARTE. (STJ – REsp nº 98703/SP, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de
Julgamento: 18/06/1998, T2 - SEGUNDA TURMA).

Questões

(ESAF 2007/Auditor Fiscal Receita Federal) Sobre a Legislação Tributária, assinale a opção correta:

a) Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por Delegado da Receita Federal do Brasil,
contendo normas relativas ao atendimento do contribuinte, integra a "legislação tributária";

b) O prazo de recolhimento de determinado tributo não pode ser minorado por regulamento
específico, haja vista a exigência constitucional de lei em sentido estrito;

c) Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar para a instituição de


contribuição de intervenção no domínio econômico;

d) Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e convenções internacionais,


que visam ao estabelecimento de regras para coibir a evasão fiscal, ao serem aprovados pelo
Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas constitucionais.

e) As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, em regra, integram a


legislação tributária.

Vigência, Aplicação, Interpretação e Integração da Legislação Tributária


Vigência da Legislação Tributária

“O Art. 101 do CTN consagra o princípio da especialidade, ao estatuir que a ‘vigência, no espaço e no
tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral,
ressalvado o previsto neste capítulo”.
Bruno de Medeiros Arcoverde
Vigência da Legislação Tributária

a) No Espaço: Art. 102, CTN

• Princípio da Territorialidade
• Redação das exceções: Extraterritorialidade

b) No Tempo: Art. 1º, LINDB (Dec. Lei nº 4.657/42)

• Normas Complementares (Art. 103, CTN)


• Impostos sobre Patrimônio & Renda (Art. 104, CTN)

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CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO: REVOGAÇÃO. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. I. -
Revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há que se
observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente. II. - Precedentes do
Supremo Tribunal Federal. III. - R.E. conhecido e provido. O exame da causa em que interposto o
apelo extremo em questão evidencia que o acórdão impugnado ajusta-se à diretriz jurisprudencial
que esta Suprema Corte firmou na matéria em referência. Sendo assim, e considerando as razões
expostas, conheço do presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento. Publique-se.
Brasília, 1º de março de 2010. Ministro CELSO DE MELLO Relator (STF – RE nº 492.781/MG, Relator:
Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 01/03/2010).

Súmula 615, STF. O princípio constitucional da anualidade (par-29 do art-153 da CF) não se aplica à
revogação de isenção do ICM.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS. BASE DE CÁLCULO. MAJORAÇÃO. ANTERIORIDADE.


PRECEDENTE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. 1. O Estado da Bahia insurge-se contra acórdão por meio
do qual o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul afastou a aplicação dos Decretos estaduais nº
39.596 e nº 39.697, ambos de 1999, que promoveram a majoração da base de cálculo do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS devido por prestadores de serviços de televisão
por assinatura, para o ano de publicação, assentada a possibilidade de surtirem efeitos, em razão do
princípio da anterioridade tributária, apenas a partir de 1º de janeiro de 2000. A decisão impugnada
não merece reparos.

Os atos infralegais implicaram aumento indireto do imposto, porquanto revelaram redução de


benefício fiscal vigente, devendo ser observado, também nesses casos, o princípio da
anterioridade. Essa foi a óptica adotada pelo Supremo no julgamento da Medida Cautelar na Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha relatoria, envolvida lei complementar que
postergou a utilização de créditos tributários então permitidos. 2. Ante o exposto, nego seguimento
ao recurso. 3. Publiquem. Brasília, 4 de dezembro de 2013. Ministro MARCO AURÉLIO. Relator (STF –
RE nº 564.225/RS, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 04/12/2013).

Questões

(CESPE 2007/Procurador Federal) Salvo disposição em contrário, uma decisão do delegado da


Receita Federal, a que a lei atribua eficácia normativa, entrará em vigor trinta dias após a data de
sua publicação.

(CESPE 2007/Procurador Municipal Rio Branco/AC) Suponha que a secretaria de fazenda de


determinado município da Federação tenha editado instrução normativa que trata de aspectos
formais de recolhimento do ISS. Nessa situação, não havendo disposição em contrário, considera-se
que o referido ato tenha entrado em vigor na data de sua publicação.

Aplicação da Legislação Tributária

Regra: Irretroatividade

CTN, Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos
termos do artigo 116.

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Exceções: Art. 106, CTN

Exceções: Art. 144, §1º, CTN

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da


obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 106 DO CTN. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA. ATO
NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 106, estabelece que
a lei nova mais benéfica ao contribuinte aplica-se ao fato pretérito, razão por que correta a redução
da multa nos casos como os da espécie, em que a execução fiscal não foi definitivamente julgada. O
referido artigo não especifica a esfera de incidência da retroatividade da lei mais benigna, o que
enseja a aplicação do mesmo, tanto no âmbito administrativo como no judicial. Recurso especial
provido. (STJ – REsp nº 295.762/RS, Relator: Ministro FRANCIULLI NETTO, Data de Julgamento:
05/08/2004, T2 - SEGUNDA TURMA).

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. LEI QUE PREVÊ REDUÇÃO DE MULTA. APLICAÇÃO RETROATIVA
AOS FATOS NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADOS, QUER NA ESFERA ADMINISTRATIVA, QUER NA
JUDICIAL (CTN, ART. 106, II, C). INOVAÇÃO NO PEDIDO FORMULADO NA INICIAL. INOCORRÊNCIA.
FATO NOVO, QUE PODE SER CONHECIDO DE OFÍCIO PELO JUIZ (CPC, ART. 462). RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. (STJ – REsp nº 488.326/RS, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de
Julgamento: 03/02/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA)

TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS - LEI 10.705/00 - ISENÇÃO -


RETROATIVIDADE - IMPOSSIBILIDADE. 1. A regra basilar em tema de direito intertemporal é
expressa na máxima tempus regit actum. Assim, o fato gerador, com os seus consectários, rege-se
pela lei vigente à época de sua ocorrência. 2. O Imposto de Transmissão tem como fato gerador, in
casu, a transmissão causa mortis da propriedade, que no direito brasileiro coincide com a morte, por
força do direito de sucessão. 3. Ocorrido o fato gerador do tributo anteriormente à vigência da lei
que veicula isenção, inviável a aplicação retroativa, porquanto, in casu, não se trata de norma de
caráter interpretativo ou obrigação gerada por infração (art. 106 do CTN). 4. Tratando-se de norma
concessiva de exoneração tributária, sua interpretação é restritiva (art. 111, III do CTN), observada a
necessária segurança jurídica que opera pro et contra o Estado. Inteligência do art. 106 do CTN. 3.
Recurso provido. (STJ REsp nº 464.419/SP, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento:
15/05/2003, T1 - PRIMEIRA TURMA)

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Questões

(CESPE 2011/Advogado da ECT) O CTN disciplina que a lei tributária será aplicável ao ato ou fato
pretérito definitivamente julgado quando deixar de definido como infração.

(FVG 2007/Juiz de Direito/PA) A lei tributária se aplica a ato ou fato pretérito, quando o ato não
definitivamente julgado cominar penalidade menos severa que a prevista na lei ao tempo de sua
prática ou reduzir o valor do tributo devido.

(INEC 2011/AFT Campinas/SP) A lei aplica-se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja
expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados.

Interpretação e Integração

“Costuma-se dizer que interpretar é buscar o sentido dos atos normativos, encontrando as
normas jurídicas nele vinculadas. Integrar, ao contrário, é, na falta de uma norma aplicável a
determinada situação concreta, buscar-se meios para suprir a lacuna, criando-se uma norma para o
caso concreto”.

Hugo de Brito Machado Segundo

• Características

A) Previsão Tributária (Art. 107, CTN)

B) Integração da Legislação (Art. 108, CTN)

Sequencia:

Utilização dos Institutos do Direito Privado (Arts. 109 e 110, CTN)

Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do
conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos
efeitos tributários.

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal,
pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para
definir ou limitar competências tributárias.

Interpretação Literal (Art. 111, CTN)

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;


II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

TRIBUTÁRIO – IMUNIDADE – IPTU – ENTIDADE EDUCACIONAL ESTRANGEIRA. 1. O artigo 150, VI,


c, da CF deve ser interpretado em combinação com o art. 14 do CTN, expressamente recepcionado
no ADCT (art. 34 § 5º). 2. A imunidade, como espécie de não incidência, por supressão constitucional,
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segundo a doutrina, deve ser interpretada de forma ampla, diferentemente da isenção, cuja
interpretação é restrita, por imposição do próprio CTN (art. 111). 3. Ensino é forma de transmissão de
conhecimentos, de informações e de esclarecimentos, entendendo-se educacional a entidade que
desenvolve atividade para o preparo, desenvolvimento e qualificação para o trabalho (art. 205 CF).
4. A cobrança de mensalidades não descaracteriza a entidade imune senão há distribuição de
rendas, lucro ou participação nos resultados empresariais. 5. Entidade que, gozando da imunidade
há mais de quarenta anos, não está obrigada a recadastrar-se, ano a ano, para fazer jus ao benefício
constitucional. 6. Recurso ordinário improvido. (STJ Recurso Ordinário nº 1.243.586, Relator:
Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 06/05/2004, T2 - SEGUNDA TURMA).

Dúvida na Interpretação (Art. 112, CTN)

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da
maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;


II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos
seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

Questões

(CESPE 2011/Advogado da ECT) Se determinado estado publicar lei que disponha sobre a moratória,
essa lei tributária estadual deverá ser interpretada literalmente.

(CESPE 2010/Procurador Federal) Um fiscal da Receita Federal do Brasil, ao aplicar a legislação


tributária, na ausência de disposição legal expressa, pode empregar a analogia, desde que isso não
resulte na dispensa do pagamento de tributo devido.

(CONSULPLAN 2011/Procurador Municipal Londrina/PR) Os princípios gerais do direito privado


utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e
formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.

(FGV 2011/Auditor SEFAZ/RJ) Não pode(m) ser usado(a)(s) como técnica de interpretação e
integração da legislação tributária:

a) A equidade;
b) Os princípios gerais do direito tributário;
c) Os costumes;
d) Os princípios gerais do direito público;
e) A analogia.

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Estudo do Código Tributário Nacional (CTN)

Obrigações Tributárias e o Fato Gerador

Obrigações Tributárias

Características (Art. 113, CTN):


• Principal (Tributo + Multa)
– Previsão em Lei (Art. 114, CTN)
• Acessória (Deveres Instrumentais)
– Previsão em Legislação (Art. 115, CTN)
• Relativa Independência
• Conversão da Obrigação Acessória (Art. 113,§3º, CTN)

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN. EMPRESA NÃO


CONTRIBUINTE. OBRIGATORIEDADE DE EXIBIÇÃO DOS LIVROS COMERCIAIS. INEXISTÊNCIA. ART.
113, § 2º, DO CTN. I - A discussão dos autos cinge-se à necessidade, ou não, de a empresa recorrida,
pelo fato de não ser contribuinte do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, ainda
assim ser obrigada a exibir seus livros fiscais ao Município de São Paulo. II - Restou incontroverso o
fato de que a empresa Recorrida não recolhe ISSQN aos cofres do Município de São Paulo. III -
Nesse contexto, verifica-se que, mesmo que haja o Poder Estatal, ex vi legis, de impor o
cumprimento de certas obrigações acessórias, a Administração Tributária deve seguir o parâmetro
fixado no § 2º do art. 113 do CTN, isto é, a exigibilidade dessas obrigações deve necessariamente
decorrer do interesse na arrecadação.

IV - In casu, não se verifica o aludido interesse, porquanto a própria Municipalidade reconhece que a
Recorrida não consta do Cadastro de Contribuintes do ISSQN. V - Mesmo que o ordenamento
jurídico tributário considere certo grau de independência entre a obrigação principal e a acessória,
notadamente quanto ao cumprimento desta última, não há como se admitir o funcionamento da
máquina estatal, nos casos em que não há interesse direto na arrecadação tributária. VI - Se inexiste
tributo a ser recolhido, não há motivo/interesse para se impor uma obrigação acessória,
exatamente porque não haverá prestação posterior correspondente. Exatamente por isso, o
legislador incluiu no aludido § 2º do art. 113 do CTN a expressão "no interesse da arrecadação". VII -
Recurso Especial improvido. (STJ - REsp nº 539.084/SP , Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data
de Julgamento: 18/10/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA).

• Elemento Temporal (Art. 116, CTN):


– Situação de Fato (Inciso I)
– Situação de Direito (Inciso II)
• Negócios Jurídicos Condicionais (Art. 121, CC + Art. 117, CTN):
– Suspensiva (Inciso I)
– Resolutória (Inciso II)

Elisão Fiscal ≠ Evasão Fiscal ≠ Elusão Fiscal

• Regra Antielisão/elusão Fiscal:

– CTN, Art. 116, § Único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo
ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

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Interpretação do Fato Gerador: Art. 118, CTN

A) Abstração da validade dos atos e natureza do objeto (Inciso I)


B) Abstração dos Efeitos (Inciso II)

Natureza Econômica & “pecunia non olet”

TRIBUTÁRIO. ISS. TERRAPLENAGEM. OS SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM SE INCLUEM NO AMBITO


DA CONSTRUÇÃO CIVIL, SUJEITANDO AO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS A EMPRESA QUE OS
EXPLORE, AINDA QUE NÃO QUALIFICADA TECNICAMENTE PARA ESSE EFEITO (CTN, ART. 118);
LOCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, NESSE CASO, E AQUELE ONDE SE EFETUAR A PRESTAÇÃO
(DEL 406/1968, ART. 12, B). RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (STJ – REsp nº 73.692/ES,
Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 20/11/1997, T2 - SEGUNDA TURMA).

Sujeitos da Relação Tributária

Sujeito Ativo

Pessoa Jurídica de Direito Público (Art. 119, CTN)

Subrrogação (Art. 120, CTN)

Sujeito Passivo

Obrigação Principal: Art. 121, § Único, CTN

• Obrigações Acessórias: Art. 122, CTN

• Convenções Particulares: Art. 123, CTN

CTN, Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

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• Princípio da Legalidade & Exceções

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. LEGITIMIDADE ATIVA.


PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. 1. O locatário é parte ilegítima para litigar a respeito de questões
que envolvam o pagamento do IPTU e outras taxas para as quais o legislador elegeu como
sujeito passivo o proprietário do imóvel. 2. Agravo regimental improvido.(STJ REsp nº
852.169/PR, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 07/06/2005, T2 - SEGUNDA
TURMA).

Questões

(FCC 2007/Auditor Municipal SP) A pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou de penalidade


pecuniária é o sujeito passivo de obrigação tributária principal.

(FGV 2006/Agente Tributário Estadual MS) O indivíduo que adquirir imóvel sobre o qual existem
dívidas tributárias anteriores ao negócio jurídico é responsável somente se assim dispuser o
contrato de compra e venda.

Sujeito Passivo

• Solidariedade Tributária: Art. 124, CTN


- Semelhanças com o Direito Privado
- Espécies: De fato & De Direito

• Efeitos: Art. 125, CTN


I. Pagamento
II. Isenção ou Remissão
III. Interrupção Prazo Prescrição

Questões

(CESPE 2011/Juiz de Direito TJ/PB) São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação, podendo, entretanto,
qualquer dos devedores alegar o benefício de ordem, conforme o grau de seu interesse.

(VUNESP 2011/Advogado IPT/SP) Salvo disposição de lei em contrário, a isenção ou a remissão


de crédito outorgada pessoalmente a um dos obrigados solidários somente a ele exonera,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo.

Sujeito Passivo

• Capacidade Tributária: Art. 126, CTN


a) Civil ≠ Tributário
b) Abstração da validade (Art.118, CTN)

• Domicílio Tributário: Art. 127, CTN


a) Importância & Regra – “Domicílio de Eleição”
b) Espécies: Incisos + §1º

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TRIBUTÁRIO. DOMICILIO TRIBUTÁRIO. FIRMA INDIVIDUAL. C.T.N., ART. 127, II. APLICAÇÃO. I - O
ACORDÃO RECORRIDO, AO ADMITIR COMO VALIDA NOTIFICAÇÃO FISCAL ENVIADA PARA LOCAL
DIVERSO DO DOMICILIO TRIBUTÁRIO DO CONTRIBUINTE, QUE ERA DO CONHECIMENTO DO
FISCO, OFENDEU O ART. 127, II, DO C.T.N.II - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (STJ -
REsp: 33837 MG 1993/0009496-3, Relator: Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Data de
Julgamento: 04/03/1996, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 25/03/1996 p. 8560).

DOMICILIO TRIBUTÁRIO - MESMO DA RESIDENCIA. NÃO PROCEDE O ARGUMENTO DE QUE SENDO


INVIOLAVEL O DOMICILIO DA PESSOA FISICA, DIFICULTARIA A ATUAÇÃO DOS AGENTES FISCAIS,
CASO TENHA O DOMICILIO TRIBUTÁRIO A MESMA SEDE, PORQUE TAL PROTEÇÃO DEIXARIA DE
EXISTIR. É INJUSTIFICAVEL E SEM BASE LEGAL IMPEDIR O CONTRIBUINTE DE INDICAR SUA
RESIDENCIA PARA DOMICILIO TRIBUTÁRIO. RECURSO IMPROVIDO. (STJ - REsp: 28237 SP
1992/0026146-9, Relator: Ministro GARCIA VIEIRA, Data de Julgamento: 16/11/1992, T1 - PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJ 14.12.1992 p. 23906 REVJUR vol. 189 p. 51).

TRIBUTÁRIO. DOMICÍLIO FISCAL. DIFICULDADE DE ARRECADAÇÃO E/OU LOCALIZAÇÃO.


POSSIBILIDADE DE ELEIÇÃO OU REVISÃO PELO FISCO. ART. 127, § 2º, DO CTN. 1. O sujeito ativo
tributante, enfrentando dificuldades para arrecadar ou localizar o domicílio tributário do
contribuinte, poderá fixá-lo nos limites estabelecidos por lei (art. 127, § 2º, do CTN). 2. Esse princípio
não afeta direito subjetivo do contribuinte. 3. Inexistência de prova de mudança de domicílio do
contribuinte para outro Município que não o eleito pelo Fisco, cidade na qual se localiza a sua
residência, a sede da pessoa jurídica da qual é sócio, e praticamente a quase totalidade de seu
patrimônio, não tendo outra conotação, a eleição de outro domicílio para fins de arrecadação
tributária, que a de criar embaraço à fiscalização. No mandado de segurança, a prova é pré-
constituída. 4. Recurso não provido. (STJ - REsp: 437383 MG 2002/0067827-9, Relator: Ministro JOSÉ
DELGADO, Data de Julgamento: 27/08/2002, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ
21.10.2002 p. 301 RDDT vol. 87).

Estudo do Código Tributário Nacional (CTN)

Responsabilidade Tributária

Considerações Iniciais

Essa atribuição de responsabilidade para terceira pessoa nascerá como mecanismo de


colaboração na fiscalização e arrecadação dos tributos por parte das Fazendas Públicas, vez que se
tornaria dificultosa ou até inviável à exigência diretamente ao contribuinte.

• Previsão Legal: Art. 121, §único, II, 128 e seguintes do CTN

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Substituição Tributária

• Fundamento: Art. 121, II, CTN + Art. 150, §7º, CF

• Espécies:

• Regressiva:
• Progressiva:

CF/88, Art. 150, §7º. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.

• STF: Cobrança ≠ Pagamento Cautelar


• Complementação OU Restituição (ADI 2.675/PE & 2.777/SP)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.


IMPRESCINDIBILIDADE DE QUE ESSA HIPÓTESE ESTEJA PREVISTA EM LEI. LEGITIMIDADE DO
INSTITUTO JURÍDICO. NÃO-CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. INOCORRÊNCIA DO
FENÔMENO DA SUBSTITUIÇÃO DE JULGADO. PREJUDICIALIDADE DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. 1. Não-conhecimento do recurso especial pelo
Superior Tribunal de Justiça. Prejudicialidade do recurso extraordinário simultaneamente
interposto, tendo em vista o fenômeno processual da substituição de julgado previsto no artigo
512 do Código de Processo Civil. Alegação improcedente. O acórdão somente substituiria a
decisão recorrida se o recurso houvesse sido conhecido e provido.

2. É responsável tributário, por substituição, o industrial, o comerciante ou o prestador de


serviço, relativamente ao imposto devido pelas anteriores ou subseqüentes saídas de
mercadorias ou, ainda, por serviços prestados por qualquer outra categoria de contribuinte. 3.
Legitimidade do regime de substituição tributária, dado que a cobrança antecipada do ICMS por
meio de estimativa "constitui simples recolhimento cautelar enquanto não há o negócio jurídico
de circulação, em que a regra jurídica, quanto ao imposto, incide". Entendimento doutrinário.
Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 194382 SP , Relator: MAURÍCIO CORRÊA,
Data de Julgamento: 25/04/2003, Tribunal Pleno).

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Responsabilidade por Sucessão

• Momento de aplicação:

CTN, Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos
constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias
surgidas até a referida data.

Marco Temporal: Fato Gerador

• Aquisição Imobiliária (Art. 130, CTN)

• Exceções:
Prova da Quitação & Hasta Pública

• Aquisição e Remição de Bens Móveis (Art. 131, I, CTN)

- Remissão X Remição (Art. 685-A, CPC – Art. 876, NCPC)


- Responsabilidade Seguradora sobre tributos de Veículos Furtados (REsp 692.619)
- Aplicação Análoga da Arrematação em Hasta Pública (REsp 807.455/RS – 2ª T & REsp
905.208/SP – 3º T)

EXECUÇÃO. ARREMATAÇÃO. ADJUDICAÇÃO. CREDOR. ÔNUS RECAÍDOS SOBRE O BEM.


RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. (CTN - ART. 130, parágrafo único). I - O credor que arremata
veículo em relação ao qual pendia débito de IPVA não responde pelo tributo em atraso. O
crédito proveniente do IPVA subroga-se no preço pago pelo arrematante. Alcance do Art. 130,
parágrafo único, do CTN). II - Se, entretanto, o bem foi adjudicado ao credor, é encargo deste,
depositar o valor correspondente ao débito por IPVA. (REsp 905.208/SP. STJ, Relator: Ministro
HUMBERTO GOMES DE BARROS, Data de Julgamento: 18/10/2007, T3 - TERCEIRA TURMA).

Responsabilidade por Sucessão

• Sucessão Causa Mortis (Art. 131, II e III, CTN)

- Inversão natural na sequência dos Incisos

- Responsabilidade pelo Crédito Tributário: Tributo + Multa

(REsp 499.147/PR -1ª T)


(REsp 86.149/RS – 2ª T)

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Responsabilidade por Sucessão

Sucessão Empresarial

O raciocínio que orientou a elaboração das regras foi o de que a Administração


Tributária deve seguir a manifestação de riqueza dessas entidades, de forma que o
“desaparecimento” de uma entidade implicará a responsabilidade daquelas que lhe sucederem.

Ricardo Alexandre

TRIBUTÁRIO. EMPRESA INCORPORADORA. SUCESSÃO. RESPONSABILIDADE


SOLIDÁRIA DO SUCESSOR. MULTA FISCAL (MORATÓRIA). APLICAÇÃO. ARTS. 132 E 133, DO
CTN. PRECEDENTES. 1. Recurso Especial interposto contra v. Acórdão segundo o qual não se
aplicam os arts. 132 e 133, do CTN, tendo em vista que multa não é tributo, e, mesmo que se
admita que multa moratória seja ressalvada desta inteligência, o que vem sendo admitido pelo
STJ, in casu trata-se de multa exclusivamente punitiva, uma vez que constitui sanção pela não
apresentação do livro diário geral. 2. Os arts. 132 e 133, do CTN, impõem ao sucessor a
responsabilidade integral tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pela multa decorrente,
seja ela de caráter moratório ou punitivo.

A multa aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte,


podendo ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece
como responsável. Portanto, é devida a multa, sem se fazer distinção se é de caráter moratório
ou punitivo, visto ser ela imposição decorrente do não pagamento do tributo na época do
vencimento. 3. Na expressão "créditos tributários" estão incluídas as multas moratórias. 4. A
empresa, quando chamada na qualidade de sucessora tributária, é responsável pelo tributo
declarado pela sucedida e não pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória. 5.
Precedentes das 1ª e 2ª Turmas desta Corte Superior e do colendo STF. 6. Recurso provido. (STJ -
REsp: 432.049/SC, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO).

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Sucessão Empresarial

• Responsabilidade pela Fusão, Transformação e Incorporação: Art. 132, CTN.

a) Cisão parcial ou total (Art. 233, Lei nº 6.404/76)


b) Exploração por Sócio remanescente
c) Exploração pelo Espólio

• Responsabilidade por Aquisição: Art. 133, CTN

- Requisitos & Espécies


- Exceções na Falência e Recuperação de Empresas (§1º)
- Exceção da Exceção (§2º)

TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. NÃO OCORRÊNCIA. A responsabilidade


prevista no artigo 133 do Código Tributário Nacional só se manifesta quando uma pessoa natural
ou jurídica adquire de outra o fundo de comércio ou o estabelecimento comercial, industrial ou
profissional; a circunstância de que tenha se instalado em prédio antes alugado à devedora, não
transforma quem veio a ocupá-lo posteriormente, também por força de locação, em sucessor
para os efeitos tributários. Recurso especial não conhecido. (STJ – REsp nº 108.873/SP, Relator:
Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 04/03/1999, T2 - SEGUNDA TURMA).

Questões

(FGV 2006/Agente Tributário Estadual MS) A responsabilidade tributária da pessoa jurídica de


direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra, em
relação aos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado
fusionadas, transformadas ou incorporadas, é exclusiva.

(FGV 2006/Fiscal de Rendas MS) Em se tratando de sucessão de uma pessoa jurídica em outra,
relativamente a tributos devidos por aquela, pode-se afirmar que no caso de aquisição de
estabelecimento comercial com continuidade da respectiva exploração, o adquirente responde
pelos tributos devidos.

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(CESPE 2007/Procurador Municipal Rio Branco/AC) Considere-se que certa pessoa jurídica tenha
seu estabelecimento empresarial alienado, durante processo de falência, para liquidação de
seus débitos. Nessa situação, mesmo que continue, dentro de seis meses, a exploração do
estabelecimento empresarial na mesma atividade do alienante, o adquirente não será
responsável, mesmo que subsidiariamente, pelo pagamento dos tributos devidos pelo
alienante, relativos ao estabelecimento empresarial, até a data da alienação.

Responsabilidade de Terceiro

• Dever legal: Art. 134, CTN

- Responsabilidade tecnicamente Subsidiária

- Requisitos:
I. Impossibilidade de exigência do Contribuinte.
II. Ação ou Omissão Imputada a Terceiro

• Responsabilidade Pessoal do terceiro: Art. 135, CTN

- Atuação excessiva e infracional

Súmula nº 430, STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Súmula nº 435, STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente

Responsabilidade OBJETIVA: Art. 136, CTN

- Possibilidade de responsabilização Subjetiva

• Responsabilidade Pessoal: Art. 137, CTN

I. Cometer Infração tipificada como Crime ou Contravenção.


II. Quando o Dolo específico seja elementar do Tipo Penal
III. Quando o Sujeito utiliza de Dolo Específico

• Denúncia Espontânea: Art. 138, CTN

- Multa punitiva e moratória (REsp nº 1.232.357/SP)

- Obrigação Acessória (AREsp nº 534.943/RS)

- Parcelamento (REsp nº 284.189/SP)

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- Súmula nº 208, TFR. A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento,
não configura denúncia espontânea.

- Súmula nº 360, STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

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