Esplora E-book
Categorie
Esplora Audiolibri
Categorie
Esplora Riviste
Categorie
Esplora Documenti
Categorie
AMERICAN
www.mentecerebf"O.com.br
cérebro ANOXY
NO182
RS 10,90 6 4, 90
CABE~A
NAS NUVENS
desaten~¡¡o pode
ser patológica
o PEQUENO
CÉREBRO
revela~éies
sobre
1 o papel do cerebe
MULHERES
! aptidéies e
~
CIENTlSTAS
• preconceitos
~ Adoen~a da
t inconstancia
www.mentecerebro.com.br
o signo do excesso
o qlle fa: Jo tr.lIlS tOrllO dls e dos riscos <1OS qlwis "
bipolM (TB) lWlI/ dow fa pmoa se expoe. COHlO use
tao aSíl15 t.l,lor,l. ill/rigall le de álcool e drog/Is, len t,l/i-
e, '10 mesillo tempo, tlfIJo/la l'as de suicidio (att mtslllO
cm cata ,ll1r,¡ de glamour fl¡¡ inJallCi¡1 e ,do/escfn-
(pt lo IMfIIO, Ha opiuiao dr¡). alim .los f fllcmsos /Id
daqlldts que POllCO 1I CO- pid,t profissiollll/ e 'Ifetipa.
"j,rctm )? Há jl/stlficativd Hoje se silbe. por rxsm-
para esl" liltillW i"lpress/i o. plo. qtle d /Jtf,mfl/ genr1icll
Como It"lbr" o IlfliClllis- lem P,tptl im portanle 110
la M Oll c)'r Se/iar cm Stll desoJllolpimwto .1,1 dow\'ll
arligo "f ntre a (l/foria e a (qUt m I IHll itos C/ISOS surgt
dtprm ao ~, 11(5111 edil;iío. de form a precoce. (lU les
.Iowfll moltal, CritltlPidll.lt .10$ 13 mIos) e que Jlllores
egwiald ,¡Je tfm sido muitas " mbieuliljs tllHlbim podrm
eezes assoáadds. "Comodiz dtsWc,t.1e"repisódios deOll -
opsiqláatril illg/& Af1 /lJof1Y rill(lio pdtol6giCtl de /Jwuor.
Siorr cm T he dyna mics j\fas ,¡ llaried",le de sin/om"s
of creatíon (A di"tTmi(¡J (delHlI paciwle pI/m curre e
d,¡ criafaO). os bipolares t,;tllbi m 1111 IlltSlll,1 pessO<l).
precislllll de a/wfiio e de aprovllvio, assjm COmo 0 \ ulllÍIII Svezes mesdados a Irafos.le persolla/d,/,Ie. J¡eHl
tscritortS. 'RM./ m(, do /lot lel Ule die' ('l.Lja-fIle. mio (C HlO Il lln essid¡lde delllll IIJuste extrtm¡llIlwte.Ie/irrllJo
medá"e 1Il0rrtrr , escmx Seliar. .1" mrdicll(iio aifda {olifu fl demprofissiouais d,l s,llUe
Já a perplexiddde dimlle do ./iagnós tico po¡/e ser IUWtll/. Como sll/iwla o psiqlli'llrd Teflg Chei Tilllg.
fonrprttnd¡da pelt1 crolli, iJade egr,widllde do ,Iisllir- do Hospil,,1das Clínicas ,{,l FI1ClMade ae Alcdicúlll
bio. fomp roPildil pdas tslatístiws. [),¡dosda Or9"- da l/u ipm id",Je deS,io Hwlo (FAIUS'P), aulordo
/1iZllfrioA1lmdial da Smíde(OAiS) oapo/ltmJl COIIIO 'Irligo "Do(ll(" da iu{oJlst.inci'l" ello Iivro Enigma
a sex t" /lIlljor causa de jllcaprlciltlfao .le pel SOI1S uo bipolar (A1 G Edilores. 1007). o TU { lUflll I/mlls
IllUldo. Pll ra Pllcitlltts, CQujugts, p¡¡rtllles e mll igos, p,¡tologi", em que 11 iflJOnlUl(aO {f lll¡aamenl,,/ ntio
as a ises - sejalll de fIIJoria 011 de deprm ,io, W ll p ff aprlll/S pI/m que profim'ollllis OptOIl pe1l1abordagnll
regidas pdo signo do rxcn so - dtStllcadtilHll lima ttrllpflf liClI lIlIlis Il deqlll¡l/" , IIhlslamJ,tm pI/m que JUlja
¡¡P/I/auche deCOlljl!'Ios eexigelU 1II11 manejoPI1f11 o qual wuíor compromrlimwlo .Jo pllciwle e de \1411 flltlu1ia
IIW I sempre se tslá prcpllm.lo E/JiÍ, sim. motivo para COlll o IfIIl,'lllw tO.
preoCllplHJlio, I1final. es liio rtlacioll¡ldos <10 TB ,'/Ios Ell tao. llllf llOS as ilifonn"fiks.
Ílldices de 1l1orlalidade elll decorrfllcia decOlllorbida- Hall leílum'
WWW.MENTECEREBRO.COM.BR MENTE&CÉREBRO 3
www. mentece rebro.com.br
..
CEPoOS42 1· OO 1 _ Tel.: ( 11) 60 13-8 100 _ FaK: (11)3039 ·S674
18 NEUROClRCUITO
As novldades nas áreas de
pskolo qla e neurociencias
CO M ITE EXECUT IVO
jorge Carneiro, Edimilson Cardi al,
Luiz Fernando Pedrosc e Alf red o Nastari 24 PERSPECTIVAS
•
Dlversldade e ínclusáo escolar
PUBLlClDADE(publkidadeconhe<:imenlQ@duettoed itorial.com .br)
DIRETORA: Liliane San to s
EXECUTIVO DE CO N TAS: Walte<Pinheiro
26 PERSONA
CIRCU LA<;Ao E MAR KETI NG Carlos Eduardo Guinle Rocha Mirand a
GERENTE DE M ARKETIN G: Ana Keklig ian
ASSISTENTE: jul iana Mendes
GERENH D E ASSI N ATURAS: Davi d Casas
ASSISTENTES: Patrlda Blacco naro (ope ra<;óes) e Helena Ezequiel
(vendal pellOail)
GERE NTE DE VENDAS AVULSAS: Carla ternes
NÚ CLEO M ULTIMíDIA
GERE NTE: Mari ana M o nné
REDATO RA: Sabrina Wenzel
WEB DESIGNER: Anahi M od eneis
FI N AN<;A S E GESTAD
colunas
DIRETORA: Món ica Cernes
!'VI IV~
ANER
1 ~:
especial
42
TllANSTORNO BIPOLAR
Caracterizada por alterecóes de humor
que oscilam e ntre a euforia e a dep resséo,
a do enca - crónica e grave - se manifesta
com diversos gra us de intensidade
54
44 INFANCIA AMEA~DA
A DOEN<;A DA INCONSTÁNCIA l ee Fu-i
Teng Chei Tung Excesso de estímu los, ruptu ra
Nem semp re facilmente diagnosticad o do ciclo sono-vlqllla e prescrk áo
o disturbio é cercado por preconceito s, indiscriminada de antlde presslvos
mas o t ratamento pod e prevenir as pod em anteclpar síntomas
crises e controlar sínto mas agu dos maníacos em cianeas e ado lescent es
66 o PEQUENO cEREBRO
) A\ \l::S M . BO WFR e
U WIID' Cl:: M . PARSOr-.:S
Durante multo lempo o cerebe lo
foi considerad o um mero coo rdenador
ENSAIO encefálico dos movimcntcs corpo raís. mas
VElOCIDAOE: ABERRAC;:ÓES DE ago ra se sabe que ele tcm panicipacáo
30 TEMPO E MOV IMENTO ativa na cogmcáo e na percepcáo
Ü UVFR SACKS
Ern texto inédito no Hracil. o neumlogistaOlíver 74 TALENTOS SUBESTIMADOS
D IAI\l: F H ALI'(R.'\. CA.\ 1l1.l.A P. BEI\1I0 W, D AVID C.
Sackv aoresenra rcllcxóes sobre percepcác .
literatura e pstcopatologtas G EARY, RUIlEt' C. G UR. ) A.'\ET S. H YOE E M o zror,'
A. G ERNSIIACH ER
A polémica defl agrada há tres
62 CABEC;:A NAS NUVENS
!\\(lNI( A C \ ROUNA MIRA:-.J[>A
ano s pelo cx-re üc r
da Ll níversídadc Harvard
O tranctomo de déficit de segundo o oualrnulheres siio
atl'm;ao e h ipcrativídadc pode menos capazcv de fazer ci encia
nao terrrnnar na infáncia¡ deu impulso a novas pecouísas.
murtas vezcs permanece até a O, resultados rnostram que
¡dadc adulta o obstáculo a parncipacáo
[cnunina reside cm e....tercótipos
e prcconceítos
EXCLUSIVO
Revendo as bases
Novidadesno combate 11 depressáo genéticas do autismo
Pescursadores da Biblioteca Cochrane. or¡.¡anizJc;3o internacio nal Para M chacl W iglcr, geneti-
que investiga a ef icacia de acóes tera péuticas. analisaram cinco ci..ta do Co ld Sprin¡.: H arbor
esrudos que avaliam o uso da música no trnarncruo de pcssoas de- Laboratory cm Lcog lsland.
pr imida.. QUiltro dele, wgercm que a UliliZ<II,dOde urn aco ntbmecéo E~talk" Lhndos, os métodos
de rumo-, harmoma, e rnelodas pode ser milis dicaz que outra.. nadicronais de estudo das
técnicas psicoterépicas. O resultado de outra pesquisa, publicado na base, ¡.:cnéticas do aunsmo
revista Nnlroll , con firmaurna 151' defendidahá algum tcmpo por es- prec tsam se r revistos. Até
pecialistas. medicamentosparadcpressáodevcrn ser personalizados. agora , diversos grupos de
~
prescritosde acorde com o perfil genético de cada paciente, já que pesquisa crconrraram genes
..eus efenos variam de lima pcssoa para outra Segundo a pcsrtuisa, associados ao tranctomo cm
'"'
há 11 variantes do gene que codifica uma pro teína transportad ora 20 dos 23 pare'> de cromcssomos do genoma
no ce rebro. o que pode comprometer a efcdc¡a de anndcprcwivos humano. Na edi<;ao de marro da Scirllllfir Amm-
corno n ritalopram e a venlafa nna Veja no sitc. CIIIl , o peqursador argumentaque, contrariando
asconceocóesmendelianas, parteda exphcacáo
• para os padróesobservados de he-anca e..tá cm
mu~espont.lncas, i~to é, ahcracóesna hnha
germinativa dos país que sao novas para scus
descendentes W'igler acredita que urna teoría
unificada do autismo pode ajudar a expl icar
cur ras dce ncas complexas de base gené tica ,
i
....._...........
"l'"'~-.. i
como a esquizofrenia, a deoresoo. a ~idade
mórbida e o drabeics Conftra
Benefícios inusitados
A.. pessoas que sofrem da docrca de Hunung-
ton (patolog ía na qual os neurómos ligados ao
BLOC DA REDA<;Áü
Ac cc,c, Id a e comente as
controle motor e a cogmcáo sáo destruidos)
inlorma~iK:~ e rctlcxóc -, ..áo menos propensas a de sen volver cáncer
e coswmam ter nlili<; [ilhos que a media da
NOTfclAS populncáo Ainda nño \C sabe
N o tas sobre fato~ relevantes n a~
áre as de ps icol()~i a , pcicanéluc e cxatarrcnre o que e<>t.i por tras
ncuroci énci ac dl'<;sa.. constetecóes, mas urna
equipe da Universidade Tufts
AGENDA
Progr amac ño de curcov , encontrou urna possfvel liga-
con¡.: re~"o~ e even tos ,50 . . mrcdas: a proteína p53,
Que controla a divis.'i.o celular
MULTI\1IDIA
e parece descmpe nhar papel
Vídem e podcasts cohrc
a~ ctencta-, da mente importante na imanidade .
,oo~
ATENDIMENTD AO ASSINANTE
Mudenca de enderece, renovecáo,
lntormacóes e d úvldas sobre sua assinatu ra
atendimento@dueUoeditorial.com.br ou
rels.: 55 11 3038-6300 (2' a 6' feira, das 8 h as
GENÉTICA OU AMBIENTE? 20 h) Fax: 55 11 3038-1416
o que vem antes (00 com maior Iorca). as influencias
dos ~('nt."> ou das experiencias? Añnal, se a heredi- NOVAS ASSINATURAS
Sor¡cita~ao de novas assinat uras por e-rnall
tanedade é responsévcl por inlllllc ro<> traeos de per- queroassinar@duettoeditorial.com.br
sonehdadc, o ambiente também mflu¡ na expressáo ou no slte www.lojaduett o.com.br
genética.¡\1as qual prevalece e em qcc circunstáncia ou peJo tel. 55 11 3038--6300, central de
¡SSO acontec er ()c¡ arugos apresentados na eJi<;ao
atendimento ao assloante
18 1 nos fezern pcnsarqcc a bU<;CJ de..o llK¡ooünic<ls
NÚMEROS ATRASADOS
para os mi...t ériov humanos, bcm CO lllO J \ hnhasdc Podem ser solicitados a central de
retlexáoquc seapcx am a apenasum po nto de vista, atend imento ao leitor Tel. 11 3038-6300
despreaando OlllfQ'; como se fos\ClTI absurdos, esréo fora de moda. ou pelo slte www.lojaduetto.com.br.
ao p-ece da última edi~ao ecresctdo do
CIriOS H NOV<lts custo de postagem
sao Jos! dosCampes, SP
PUBLlCIDADE
Para anunciar ou adq uirir assinaturas
patrocinada s
O BEBÉ EA REVISTA publicidademec@duettoeditoria l.com .br
Eue minhamulhcreosernos metrode ler
a colccáo A ¡vlt'lllt do &hie acho que íssc REDA~Ao
rerminou influenciando noca Cleríce. de Cartas para o edito r, suqest óes de te mas,
5 meses (no LkloJ- Apen,]'; meare¡a revista oplnlóes ou d úvldes sobre o conte údo
a da e corno gesta da foto do bebe da redacaomeoé duett oedttortal.ccm.b r
capa,a ,1I{alTOU. Porcortero eslava I{U3r·
dando a máquina naqeele momento. Nonas publlcac ées:
Parabéns pelo bclo rrabalho de voces!
Mareo Rigo, PfOJ tSSOf da lblivmidllde
hlrml da B.1IJÚ, (l/ FBA)
H~'L\
www. historiaviva.co m.br
"WM/lI.MENTECEREBRO.COM.BR
Por Graziela Costa Pinto
EXPOSICAO
Antonio L1zarraga. Pinturas e Desenhos. Eslúdio Buck. Rua LopesAmaral, 123, Vila Olímpia, sao Paulo, SP. Tels.:
(11) 3846-4028 e W44-4S7S. Grati\-. De 12 de mar~o a 30 de abril.
1
~
•
Do po nto de vista psíquico, o dcscnho fundame ntal.
é
a
Pelo fato de ser ind i....ooévcl <ubjenvidade, foi rap idarncnte
a
inco rpo rado psicoloa¡a e psícanéhse como reCUT<;O d iag -
"o
nóstico ou te rapé utico , princip almen te na clínica infa ntil.
Sabemos que a enanca des de pcqucna traca o mu ndo para
apreend é.lo, co rn isso, busca dar sentido as ocrcepc ócs e
.¡ aos afetos amda sem nome, a si própria como sujeito e aos
i a
objetos que se aorc sc nta m sua val la. Pnmcirarnente, o
í faz na ga ratuja, no rabísco , depo¡s nas bgurac óes csqucrn é-
¡ nc as, que aos poucos ganharn pers pec tivas, COTes, letras e DETAl HEOA OBRA Sem titulo, de Roberto Bethónico (2006):
!.' números . A auvtdadc oc upa, ponaruo, lugar de destaque Inclséo de po nte seta sobre papel, pó de ferro e pldnt<1 a rtiflcial
na estrururac áo do psiqu isrno, sen do arue paro fundamental
da hngua gcm escrita. Da í se r fonte de intcrcsse re nova do Desenhoe seusp<1pé1s. Sesc Pinheiros.Rua Paes terre. 1, SaoPaulo,
SP. I nfom1a~Oes pelo tel.: (11) 3095·9400ou no 'lite www.sesop.
po r parte de todos aqneles que se interés..am pelos ..inuoso-, org.br. Grális. O simpósio ocorre até 913 e a exposi~o, .lIé 30/3.
•
.i carr unhos d a críacáo e da mente humana.
WWW.MENTECEREBRO.COM.BR ME NTE&CÉREBRO 11
Rivalidade entre lrrnáos
L1VRO LANc;ADO PELA PAUlUS AlUDA ADULTOS A L10AR COM O C1ÚME INFANTIL
ENTRE ASPAS
"Só se pode viver perto decerta pessoa. "Morre lf1ltamente quem nao viaja,
sem perigo deódio, seageu lc km amor. HaO lé, Ha O ouve »u/sira e
Qualquer amorjá { ",u POUqUiHhode tlao f?J1Cotltra gra~a em si mesillo. ti
sal/de,umdescanso da lot/cura . ti
Pa blo Neruda ( 190 4 - 19 7 3),
)050 C utma ráes Ro sa ( 190 8- 19 6 7), escrito r chilen o
cm CTlmdr su/tio: llad'ls
12 MENTE&CÉREBRO
lIVROS _
ol(x ar"hvrns no contexto de curros uma 0lI curra das visocs cm debate. F. Klc¡n. Fned rtc h Nietzsche , Ceo rgc..
( livros" OU , o que di mais ou menos ts<;t' o espirito que atravessa ()', 15 artigo.. Cangudhem, entre ouoos. Scm a mtcn-
no r nevn o. aprescntar J UtoTt."S "he me a que cornpóem \Vinl1 icotl t 5tll~ mlu10Cl4tom, c;ao de n::tifiLarou corngtra'> opi n iiX.~ do
frente", reflcnndo e conversando so bre organizado por Bcmhon Bczerra j r e "dono da resta", O'> convidados buscam
'iUas dtssoréncías e consonánoe, teóri- Francisco Ortega. orofcssorcs do lnsrí- o diálogo te órico, pcrmiundo-sc co n-
cas. Esta propos ta do que dcveria ser o tute de 1\1edicina Social da tlníversídade cardar OlJ discordar arrngavelmcme dos
debate de io:ia<; cmqcelqucrdo'> campos Esradual do Rio de janeiro (lIERJ). pon tos de vista de Winnicott.
do ccnhecíme nto , como a filosofía, a No amplo encontró de idéias pre- Um dos artigov que se destaca é
literatura, a cíenc ta e a psícanéhsc, foi sentes na colcránca, o autor-anfnnéo "[ Jcfesa e crtanvídade cm Kkm, L.1Can
formulada pelo pensado r americano é o psicaralivta Dorald W. Winnicott e Winnicott", de Octavio Soeza. Nelc
Richard Rorry, mort o cm 2007. Sua ( 1896 · 197 1). Se«s convidados formam cnco ntramo.. ur na co mbm acáo rara
mct oJol u gid do debate int e lec tua l um grupo he terogéneo de f¡lmo fo<; e e: bcrn -sucedida de rigor cono-uual ('
conserva a crenca de que ouandose está p..icanalistas. Maurtce Merleau-Pontv, aplicabilidade clínica. Na pruueira porte
dantc de doi!> pontos de vista distintos William jemes. jacqoe, Lacen, Mdan¡c do texto, Souza organiza algumas das
s obre derermmada materia, nao há nada
"extramundo", isto é, do lado de fora de É IMPORTANTE QUE O ANALISTA ESTEJA SEMPRE APTOA
nós rnesmos, que autorize ou conftrme ESCOLHER ENTRE DUAS ÉTICAS: A DA RESPONSABllIDADE EA
luna dectsáo definitiva e rmutévcl por DO CUIDADO; SUA op~Ao CONDICIONA ATITUDES DIFERENTES
COLE~O
WNW.MENTECERE6RQ.COM.BR
L1VROS
Org.nzado pela jomIisla f.O edL1do- lnla def~ da reIigiao como fen6mel IO, Ifyandoemconu.os múttipIos
med ica li~iIo tomou eoeceote a morte nos Psicanalñkos de Paris, co nvidou, em 1985 , F ran~o¡se porte
em público f o ~UlI, ern vez do próprio para d iscutir de fo rma simples e dire ta a teeria e a prálica de seu
quarto. o Iogar " natural" para o último sos- universo clínico . Dolto, co lega de Iacques l acan e fundado ra da
piro. Também merecedestaquea trajetória Escala Freudiana de Paris, na época havla acabado de publica r A
da psiquiatra SlJ¡~a Elizabeth Kübler·Ross, imogem in<onsdente do corpo. O resultado desse encont ra es tá ro
contada por Maria lúlia lí6vacks, professora livro A cri<:lnfo do tllpelho, que aborda, e o tre e urrc s te rnas, el fun..ao
do Instituto de Psicologil da USP. Coube el do resto, o papel do espelho e a importAncia d os de senh o s pa ra as
l(übler-RoM rec.oIocar o esontc em pauta na crian..as, melanco lía e esq uizofrenia. No segundo capitulo, o livro
wdedade com o Ia~arrento, em 1969, do traz um texto de 1959, originalmente publ icado nos Cadernos dt Psicopedagogia
Mo ~ a morfeec fTI(J(I"e( A obrafaz parte (Cahitrs de Psychopédagogit), no qual a csiceoauste francesa trata das alividades
da c~ao I'lm$Ofia, da Editot"oll ComeniU5, psicoterapéuücas que cond uziu nos reform<lt6 rios e centros médicos pedagóg icos
que busca .rtil:ular a ~ritualidade (001 (CMPP) e <linda reproduz as sessees de trata men to de um men ino de 1:1 anos. Outro
os eonhecimentos das ciencias humana s, livro de OoIto d isponívelao publico br..sileiro é QuandooJ pais se sqxJram, pa rte d..
col~Ao Transmisslo da ~canáli w, coorde nada por Ma rco AntonioCootinho Jorge,
eXiltds e bioI6gicas.
do Instituto de PSKanálise da Universidade Estad ual d o Rio de Jaroeiro (Uerj).
A arte dt nJOIm"-
f
VIs6n ¡Jurt:Jis. Dora nc:ontri
Fn,nkJin $.M¡toll" a Santo,. COfMnlul, 1007.
JO] págs., RS SO,OO.
A crio nfa do ~s~/ho. Fr.. n~oi le Oolto •
2008, 93 pág ~ ., RS 19,90.
I~n David Naslo . Jorge Z.ah.ar f d itor, i,
i
FILME
A vida em reconstrucáo
HI STÓR1A DA HUMANIZA y.\O DE AGENTEPOLICIAL NA EX·AlEMANHAQRIENTA l
SERV E COMO METÁFORA PARA o DESENVOLVIMENTO DA SUBJ ETIVIDADE
a própna Essa iurcrpretacáo pode ser Com: U1ridl Mühe, MartinaGtdeck, Stbastian Kodl
VvV.W.MENTECEREBRO.COM.BR MENTE&CÉREBRO 17
•
PERCEPCÁO
nao familiarizados com a bebida de Baco. a pcssoa passa por expcnénces prazcrosas.
au qeclídadc rem r neis a ver com o prcco da Os resultados mosrraram que quanto
garrafa do ~le corn a quelid ade do líquido r nais alto o pm;o do produtu, maior foi a
que há dentro dele. Essa a conclusáo de um
é auvidadc do COFM . Os autores eepcram
esmdo fc ito na Uruversdade Stanford. que a experiencia e, quc m sabe , a ajrda dos
I'dltiLi ¡Jdldlll da pesquisa JI csrudcmcs uní- cnó filos mud c m csscs dados, co n~ jdcr;mdo
vcrsitário,quediziamgestarde bcbervínhoun- que os part icipantes 'jao joven s amad ores
toocasicnalmenre. Foram apre-cnrados a ele-s no ramo . "Se o I..... rudo nvesse sido feno com
cinco tipos de cal:m Itl 51IUI''¡JI10H~ , identificado, pro fi~sio nais dovinho , os resultado, senam os
pelo PR'\ü (na verdadc, foram usados apenas rncsmos:", pergun tarn-sc os autores . Novas
t~; daisdeles foram oferccidcs duplamcmc). csrudos dcvcm responder aques táo.
O vinho mais caro "custava", cm moeda
ficticia, $ 90; o mais barato , $ 10 O cerebro PREC;:OS ALTOS añva ram ma is in tens a me nte
de cada um fo¡ monit omdo po r ressonárcía áre a cere bra l lig ad a ac p razer
18 MENTE&CÉREBRO MA~02008
PSICOlOCoIA
O autor c ita o film e () Ildlifrago, charnam i..se de anrropomorf..mo - tra- rabagtsmo. afirma Eplcy
PSIQUIATRIA ,
Protozoário pode deflagrar esquizofrenia
A to xo plasm osc, doen ca causad a pelo pro tozoár io
TOXOP/(l51l1(l gOlld¡¡ e gcral mente tr ansmitida por
gatos, pode.' alll!lentar 24 vezes o risco de urna peW la
feccáo com drogas ant ipara..ité nas conscguiu
dctcr a orogressáo do disturbio psiquiá trico.
"Estudos ant er iores já indícavam a relacá o en -
dese nvolver esquizofren ia. O da do vcm de urn es tud o tre a esq uizofre nia e a prese nca de anticorpo,
publicado no Americl1ll JourJllIl oJ Psyd'¡(llry, que compa- co ntra o tox o plasma. mas é a prim cire vez
roo amostras de sangue de cerca de 200 csquiz o fr éni- que se dcrncnsr rou que a infecc áo precede
ces com as de po uco mais de 500 pes soas seud évc¡... os síntomas mentáis", díz o psiquiatra Roben
O s dados rambém mostraram que o trat amento da in- Yolken, da Llmvcrsídade j o hns H opktns.
I/No/W.MENTECEREBRO.COM.BR MENTE&CÉREBRO 19
FEROMONIOS
Cheirinho de homem
" H ornem cheira d jferente de earo to," Essa frase, ouvida casualmente
numa conversa . defímu o proje to de mest rado do psicólogo
Torraszewsk¡ Hípóh rode Moura defendido naUníversidade Pederal do
Ro Grande do Norte.Estudardc a influenciados fcromón i~ I\J sc:~30
de parce iros,o pesqui-ado r demonst rou que as mulhon \Jo capaz~ de
d i~t ingui r homen<i mas flOVO!; ou mars velhos apena.. pelo olfato.
ex resultados mdicam a existéooa de um mecanismo ancestral por
mcio do qua l as mulheres corseguern explicitar '> ua preferencia por
parccrros algun s anos mai.. velhos, o que teorícarrente ~ rraduz cm
individuos ma¡..maduros do ponto de vista fí!>ico, ma-sexpcnerucs para
enf ren tar as amcaca.. do ambiente e com mal.. rec ursos para prever e
proteger a companbe ra e O'> desce nde ntes. Os homens, por sua vez,
nao foram capases de d istingu ir a idade das mulheres pela percepcéo
olfativa, crnbo ra a maiona tenha preferido parcenas mais jovens. na
[arxa dos 20 anos, sernpre qu e o cometo visual foi permit ido
MOTRIClDADE
20 MENTE&CÉREBRO ~02008
<?=>-
H'.......•.....'A
For m acá o cm
J PSICOTERAPIA ESTRATÉGICA
c o m HIPNOSE
E ntend imento e
Supcracáo de Traumas
Co rn u nicacáo indireta
cm p sicoterap ia
1 0 H I P NO T E RA P I A EDU CATIVA
J
I 2' HIPNOTERAPIA ERI CKSONIANA
!
a
SaO Paulo
Inicio 26 de Abril de 2008
WNW.MENTECEREBRO.CQM .BR
www.hipnoterapia .com.br
D~DDíJ~CIl [[neurociencias
.
,,, .,.
«:;, !
po r Sidart a Ribeiro
1".. ,,
"J :-~I,
.." ~
o me, a () ano lcrivo. Ao e ntrar na enancas. adolescentes ou ad ultoc f](I(' - wja ele urna enanca sem dc ficiénc ia,
( sala de aula, o professor depara chegarn até as sa las de aula ? lncen- um aluno com ncccssíd ades es pccia¡s,
com 30, 35 ou 40 ro sros. As vezcs. tivam o pl an ejame nto de a ttvtd ades lI lTl "adolescente p ro blema" ou um
nao se det ém ern ncnhum deles e já va riada s, que podc m propo rcionar adu lto que ainda n50 [o¡ alfabe tizado.
comeca a coloc ar o plancjumc nto aos csrude rucs powibilidade de ob- É funda me nt al que acuele qu e, de al-
c m prética. é pre ciso se ap res-a r para ter SUCl'S<¡O, dcscobnr e mostrar as guma maneira, part icipa do proc esso
cumprir o programa . f\. tes é a¡ que algo habilidades. desafiando-os a b uscar de educa r renha dispcnilulidadc psí-
ac ont ece. há alu nos qu e stm plesmcnte novas con hecimcn to o quica para o acollumcnto. Segundo o
nao aprcndern. Se a acáo educa tiva devc levar pcsqutsador Con zalcz-Rey, a subicu-
Coloca-se en táo o desafio nao cm co m a todos ('''''es cuidado s, ser é vidade ca racte riza-se po r "formas de
apenas para educ adores, mas também possrvel inclui r ca da um dos edu - organ iza<;50 subjetiva dos indivi duos
para pais, psicopcda gogos, psicó log os ca ndos na ro tin a esc ola r. ge rantindo concretos. Nela aparece consnn uda a
e o ut ros pro ñsstc nats das áreas da qu e se sm ram seguros para mostrar h i\tóri a ún ica d e ca da um dos indiví-
..a üde e da educacéo. Havcn a um o que sabe rn e co rre r cm bu sca do d uo", a qual, den tro de um a cult ura,
dcscncontror Falta de preparo por que lhcs falta. A inclusño 11 qual me se constnu ¡ cm sua.. rela cócs pcssc ais".
parte do docen te? Ou as enancas re fi ro p arte dar. do res pcíto que dcvc Trata-se d e um proc es-o dtaléttco.
nao rivera m ' urna base boa" do ano pau ta r as relac ócs, seja com alun os q uan do a a~ao do sujeito mod ifica o
an terior? H ip ótcses sao cognadas. co nside rados "norm ais", com os que me¡o soc ial, é sig nificada por ele e,
alunos q ue ap rese nt ararn di Acuidades pcrrencaru a cu rras cu lturas O ll que a parti r dcssa si ~ n i hc a<;a o , o p róp rio
ce rta m e n rc térn alg urn problema : te nha m alguma ncccssídade ed uca- sujcito pode alte rar o sentido ante rior
A part ir dcsse mome nto, o olha r ci onal es pecial. relaci o nado aq ud a acáo.
d o professor para os alunos q ue o Mas o que ínclusáo> Como
é A subjetividadc é urna configu -
dccepcio naram jé est á con taminado praticá-!a ern salas de aulas lotadas. ra, 50 Ilextvcl e se dé ao lo ngo do
pelas idéias de fracassc e há o risco de co m poneos recu rsos, alunos indisci- rempo , co nsunn-sc po r mcio da ac éo
que ele, ainda que invol unta riame nte, plinados e tan tas o utras dtñculdadco d o suje ito , das rclac ócs lntcrpessoa¡s,
ambua r ótulos a essas enancas - cada C o mo pro mover valo res quando por d o contex to soc ial, cul tural e do mo -
qual com urna lust ória, urna trajet ória a
exc rnplo, a mídia eleva categoría mento lusr éncocm que {) suicuo está
escolar dís tím a. urna maneíra singu lar de hcróís c celeb ridades aquele.. q ue inserido . As rclacócs cstabelecídas na
de percebe- o mundo, de se relac io nar trapaceiam e mcntem , seja nas rtll/ily escola ent re pro fesso res e estudantcs e
e de apren de r. S¡'OUlS o u no ce nário pol üíco > D e entre os pr ópno s alun os s50 rel acóe s
O<¡ p ro fcsso res do e ncin o fu nda - falo , faze mos parte de um sist e ma e ntre su bjet ivida des, co ns t ituidas
me ntal, m éd¡o ou r ncsr no da umver- educac ional chcío de falhes c que, nao po r co nceítos e pr é-con ccíros, po r
sídade constderam a singularidadc raro , dificulta o pró prio 0110 de educar; ídétas sobre o que é apren de r e se
ao p re parar cuas aulas? O .. cu rsos induirooutro, porém, depende básica- desen vo lver, pelas ídéías q ue os edu -
de grad u a ~ a o d e fat o p re parararn mente da vontade e da d isponi b ilida- candos t érn de cscola . de cn sfno, d e
profissiona i<; para a divers id adc e de para co nhecer c se co m promete r seu papel na i n\ ti tu i~ ao, do <¡emido
para se preocupa rem cm co nheccr as (om o desen vo lvimento desse oulro que o s pro fcssorcs atr ibuem a p rática
INWW,MENTECEREBRO.COM.BR MENTE&CÉREBRO 25
~[f~®[]l)([) Carlos Eduardo Guinle Rocha Miranda
A máo do acaso
BRASllEIRO DESCOBRIU, NA DÉCADA DE 60, GRUPO PARTICULAR DE NEUR6NIOS DO SISTEMA
VISUAL; ATUAlMENTE SE DEDICA Á INClUSAO SOCIAL DE PESSOAS COM DEFlClÉNCIA MENTAL
D
cscobc rl a ~tntcrcssanrcs e valiosas oodem oco rrer
por mero acíden te. Mas nao fo¡ apenas por ob ra
do acaso que o ncurccicnusta caneca Carlos Edcar-
do C uinle Roch a Miranda idcntihcou neur ómos do 1000
temporal que s50 envados por csrün ulos visua is complexos,
particularmente máos Oll faces, lsso fo¡ no final da década
de 60, quandc ele fazta p ós-doutorado na Umvcrstdadc
H crvard e tovcsttga va o proc cssamcntc cerebral de imagens
cm parccna com o psicólogo experimental C harles C ross e
o cn gcn hc tro clctrónico David Bcndcr. Foi a¡ que sua própria
l11aO lhc rcndcu lima relevante cor uribuicáo a ciencia. O
achadc poderte ter paseado de... pcrccbído, nao fÜ'>'><.' a pcrs-
plcéc ía de Rocha Miranda e seus com pan he iros. E <,c trans-
Iormou cm urna valiosa pivta para a com preensáo da fo rma
como o c érebro proc es-a as irnagcns rcc cbídas pela retina.
O s pcsqu isadorcs co loc aran¡ macacos a nestesiados
diente de urna tela na qual um projetor de lmageov ahe mava
bordas e traeos. "lisrudévarnos havla horas urna célula que
mal respondía a I.... ses cst fmulos . qeando oacse¡ a ruáo na
frente da lente, proje tando sombra na tela. Qua! nao fo¡
nossa sorpresa ao ver que a célula COll1elJou a apresc r uar ur na
arividade tncnvel", coma Rocha Mirand a. C om base ncssa
. , 9 34 - N AK E NO RIO DE /ANEI!lO, fK) OlA l Q DE IANWlO. o bservac áo . sua equipe fonn ulou a hipótesc de filie cxistcm
• 1953 - INGRU SA NA FACUl DAOE DE M EDICINA DA U NIVE RSIDADE no c órtex temporal ncurómos muuo complexos, que uullzarn
00 S RASM. ( ATUAl. U NM RSIDADl fEDERAL 00 RIO DE JANEIRD) . informacócs provenientes do có rtex visual e as mtegrarn 11
• ,959 - ESPf.CIALl1A·~ 1M ELHR OFISIOl OGIA E NEURQA,NA,TQMIA, NO vivencia do animal.
tNSlfTUT M ARE V EM PARIS. Essa suspcua nasccu de expe rime ntos que haviarn
• 1963 - C ONCLUI o OOVTO RADO PElA U NIVERSIDADE FEDERAl DO mostrado qu e aqu ele tipo de neur ón¡o era sensfvel 11
Re DE JANEIIlO (UFRJ). vicáo de máos. "Ver ificamos. por cxcmplo. filie a célula
1 1967 - V Al PARA OS Es TADOS U NIOOS ~A.ZER PÓS- DOVTORAOO NA que c ntrou e m grande anvíd adc dura nte a proj ecáo nesca
U NIVERSIOADE H ARVARD.
ocasüo s ó respo ndía bern cua ndo a máo e ra aprcscntada
. , 9 70 - D E VOUA sa B W IL, ASSUMI A CHEf lAo 00 l...A.llOAATÓRIO
com os dedos pa ra cima, justamen te co mo o macaco
DE N W ROBIOLOGIA 11 DO INsm UTO DE BlOfislCA DA UFRJ.
vi: a sua própr¡ a." Além disso . o grup o constatou que
. , 993 -
havta outros nc ur ónío s se nsívcis a visan de olhos ou de
T ORNA-Sf UM DOSVICE-PRESIDENTtS DA A (AD( MI" BRA...•
lElAA DE CIENCIAS, CARGO QUE OCUPA "Ti 2004 .
faces humanas e de símias, sugcríndo que . de alg urna
• 1996 - C RIA o PllOGRAMA INTEGIl4NOO, LIGADO Á AcAofMIA
B RASILEIItII DE CiENClAS, QUEonaEn MORADlAS M'IlUIDAS (TlV.64lHO
forma, o c órtex te mporal capaz de integrar es tímulos
é
A PESSOAS cov NEceSSIDAOES ESPECIAIS. com pon amc nta¡s corn base c rn formas r na ts simp les.
VELOCIDADE
Aberracces de tempo
Em texto inédito no Brasil, o neurologista Oliver Sacks refle
-,-,--
. ,.. - -- _ .._ .-
..
.
- - ~ .,.
'" . l :t ; ..•
,~ -Ó »
. .i ~ . ..
.•
~ ~ ,
."........r ..•.,• .
. '-'-:"'~.
:. ~ ~
~~ .
~,
,.
,
I
~
'1 .íl ,¡jl
..' ,;
j' ~ ' '
Q
Jand O críaoca . cu era fascinado pela incrível arn- cnco n trava a.. malvas.ro sa um pou co rnats altas, a.. ro..as
plit udc de velocidad es. As pcssoas se moviam cm mais cm aranhadas nas trclíca s, mas, po r maís pacie nte qu e
diferentes ritmos; os animai.., rnais elnda. As asas fossc. nunca conseguía cpanh é-las cm movimc nto.
dos ins c tos se mexiam tao rápido q ue n50 e ra poscfvr-l Experiencias dessc tipo co ntribufrarn para me levar
vé.las. ma.. clava para imagi nar sua [req üencia pelo tom 11 foroerafta, po rque ela pe rmitia alterar a velocidade do
que cmitiam - um barulho odioso, um mi agudo como o rnovirnent o. acelerando -o ou tornand o -o mais lento, de
do s mosquitos, ou um ad o rével zuoido gra ve co mo o da.. maneira que pude ssc ver, ajustados ao ritmo pcrcc ptual
abe fhas gorducba s que voava m cm voha das malva..-rosa humano, os dc taibcs de movtmcmo o u mudanca que , do
a cada veranoNossa tartaruga, que podía levar um día in - co ntrario, esraríam fora do pod er de reg istro do'> olhos
retro para cruzar o gramado, parecía ViVCT numa estrurura Send o afeito aos microscopios e relesc ópios - meus inn áos
temporal inteirarnc nte diferente. O que dize r, e nráo, do mais vefhos. estudanr es de medicina e observado res de
mo vimen to das plantas? De rnan h á, cu ia até o jardim e p éssaros, g uardavam -no, ern casa - , cu pc nsava na acclc -
r.'"c ";¿,:
"
: ....
'
"'.4•. "'
' ~' :" .
-
,.
---- -- "'.--
"
_ . __ . _ _.:a-- _
~. .. _ . ,- '
Panzica
ra ~ao ou desacclcracéo co mo lima especi e de equivalent e se dcsenrola rcrn como as lfnguas -dc-sogra que assoprévamos
t empo ral: o movirnen to vag aroso co mo ampliac ñc , um nas testas , levando um ou dais segundos para aq uilo que, cm
microsc ópio do lempo, e o mo vírnc nto acelerado corno le mpo real, durava dais días.
resumo, um telesco pio do rern po. A rcducáo da velocfd cde de um movuneruo nao er a tao
Fiz experiencias fcrografand o as plantas. As sam amba¡a.., fácil quanro a accle rac áo caqui co ntci com a ajud a de meu
em particular, tinham rnuftos atrativos - principalmente os primo , fo tógrafo , que tinha urna cáma ra de cinema capa z
brotes densamente curvados, retesados mm o tcmpo cont ido , de tirar rnais de 100 ouadrcs por segundo . Com isso pude
como molas de rclógios, co m o futuro todo enrolado neles. cap tar as abel has cm a<;30 enqua nro pairavam sobre as plantas
M on te¡ cnr ñc minha c ámara num tripé no jardim e tire¡ foto'> e desacelerar os batimentos de asa bo rrados pelo te rnpo , de
deles a intervalo'> de urna hora; revele¡ os negativo." amphei- maneira que pude ver nindame nte cada movirnento .
os e cncademc¡ cerca de ur na dúzia deles num pequcno Mcu Interesse cm vclocidedc. rno vrm en ro e tc m po
íohosc ópio . Enráo, <.:01110 num passc de mágica, vi os broto'> - e nas possfvcís rnaneiras de tom é-los aparenteme nte rnaís
WWW.MENTECEREBRO.COM.8R MENTE&CÉREBRO 31
rápidos ou maic lentes - fez ccm que eu me deleitawe ccrn
do¡s textos de H. G. Wel1s, o romance A máquinll ,lo lrmpo
e o co nro O 'WlJO IlCthador, co m suas descrkócs vivídas e
imaginarias da alrcracáo temporal. ~A medida que aiuste¡
o ritmo, a noite se ~c¡"'l.liu ao día como o bater de urna asa
negra", relata o viajante do tcrupo de Wells, e conti nua,
Vi o >01 alrlwr55ar rllpiamllrlllr o cill, snllmrao portIt 11 cada mi-
nulo t a cada IMÍlwlo 1J1Ilrcallao um dia. (...) O mais leulo erastejault
CI1((/col passou corrm,/o rápido ,1rmms P¡1r¡¡ mimo (...) A. medida qur
fU prOSStgllÍlI, ainda ganl¡/lIldo w/oc·j,/adr, II fl¡1¡Pit/l~¿¡O do dia t da
lloik fuudÚl-5t Hum lífllÚ>t cOlllflulO ciUZIl, (...) " Sol rspasl1lóaico Pcrgunteí-mc algum as vczcs se a vekxidade de animáis
Ir'lIlsfonllou -sc rllI um ruco ,Ir fogo. (...) a LUII, (lll uma fi/t1 flu/umltr e a de plantas podcnam ser diferentes, ísto é , o quan to eles
mais ltime. ( ) Vi droom crescrrrm r sr lramfomwrrm como /u!a.las eram reprimidos por limites internos ou externos, como a
,Ir Pllpor, ( ) tllifícios rncrmes sr rrgutrrm pdliaos r tsplm.lorosos gravídade da Tcrra. a quanndadc de energía recebtda do Sol
r pmS</ltm (01110 smlhos, Toda a Sll(ltryícir all Trrra fl¡lrtWI mud.lr e de oxígen¡o na atmosfcra e assun por dtarue. Assirn, fique¡
- fUlldiudo-sr rflllillao dialltr dos mtlls olbos. também fascinado por outro hvro de Wcll'>, Os primórosholllfllS
O oposto dísso ocurre cm 0110110 acr!rra.10r, conto cobre ua!.mI, em que há unta linda dcscricáo de como o crescír ncnro
urna droga que acelera nuiharcs de VCZ<'''S a oerccpc áo, os das plantas era drasncamente acelerado num corpo celeste
pcnsarnentos c n metabo lismo de urna pcssoa. O inventor e com apenas urna fracáo da gravidade da Torra.
o narrador, que tomam a droga junios, vagam por um mundo ( omfinllr S(g u rml~1l r prou la dr/;bml\'lío. mas iucríDtis srmrn tts
glacial, observando gente como nós. mas. ao mcsruo rompo. Iml~lIm Illlla ptqutlJa raiz pllfa b.lixo 11<1 lrrrar lUII prqurno brolopma
oar.(...) Os brolos rmfóxts IlVOIUUlIlram -sr. rs!Jcartllll ·sr rabriram-sr
É COMUM OUVIR QUE OS ANOS VOAM mUIr SO/t1V<1I1(O, atirau,lo coroas (om(ltqHtlJa Spol1llli afiaJas (...) qllr
sr II/o/lg<lramrápidll r rlisivdmmtr, mtsmot/lqUtlHloobscroávm'105. O
CONFORME ENVELHECEMOS, MAS mO!limnrlo rra Ulllis 1m/o l/14r o drl/Iwlqllrr .mima/, m,1i5tÍj}i/qur o Je
l/lwlqlur pIlIll la qur tu já vira alllrs. COIlfO posso /1Je a.1r uma ¡,1(¡<1
O MESMO NAO ACONTECE COM AS .lisso - ,Ir como o rrtsciHlrnlo S( dtstllrolllVll ~ (...) Voci ll/g11m dicl jd
HORAS E OS MINUTOS, QUE SAO IGUAIS prgoll. mUlI Ji/l frio, IWI /rnllomrtro, tl1ViJlvru-ona m.-io qJulI lr t viu o
pel/IWlO fio dr I1Irrnirio subir vllgllroS<lll1rn lr pr/o IllboJ ESSc1S p/mlllls
AO QUE SEMPRE FORAM lulJarts crt5áalll ,lSSIl1I.
Aqui, como em A m<Íl/láua.lo tmrpo c O 1I0v0 arr!rmdor, a
di fc ~ nte,con gelada em atimdes desleixadas, apanhada no descrif1ao era irresi ~tive1 rne l1 te cincrnatrog ráfíca e me fez
meio de um I-:<.")to, deslizando pelo ar batendo a<;a<; lentamen- C'ipccular'){" o jovem Wells teria visto ou feilo expcriéncias
te, na velocidade de um caracol excepc ionalrlllonte l5.n¡.:uido com fotografía de plantas, como ell.
que, na verdade, era urna abelha, P OllCOS anos dl'pois, corno estudante em O xford, Ii os
A IlIdquinll 110 trmpo foi publicado em 1895, quando havia Pri"dpiOi dt psicologia de William )aml"S e num maravilhoso
grande interc'>se nO\ novo<; poderes da foto~a fía e do cine- capítulo sobre A (ltm p{.-io do lempo , encontrei esta descrif1ao,
ma para revelar detalhes de Illovimentos inacessíveis 11 visla TrillOS loaos 01 motillOS pllra imllj}ill,¡r qur liS aia/uras possam
desamlada. O fí siologista fra nces Étienne-) ules J\tarey tinha possilltlmrll le diferi r rllOmlmll'll/r '1Il5dlj r<l~'Ots qurrLli lullrllivtllllmlt
sido o primeiro a dcmonstrar que, cm um dado momento, srll trmr 11 0 dd'l/haml'lllodos (1101105COIll qur po,ltlll prtmchi-LI5. VO~1
um cavalo a galope tinha todos os quatro cascos no ar, Seu l1,rr St dedicolr a I1lgrms cd1clllos inltrts\4Iu/ts lohrr o ¿álo deslas
trabalho, (0010 ;¡ (¡nna a historiadora Malta Braun, C'>timuloll .IJfrrol~·1li l/hallaO sr modifica a ap<lrtiJcia da IIl1lurrza. Supou/lIlmos
os famosos estudos fotográficos do movimento realizados °
qur, .lUf¡JH/r illlmllllo at 11msr9I1n.1o, jihmllO! CllpaZrs .Ir ptrcrbtr
pelo fotógrafo britilnico F.adweard 1\ luybridgc. 1\-1arey, por /O mil roru/os dishll/dlllrult, rm vez de ifUllsr dez. como <lgom; sr
sua vez, incent ivado por Muybridge, pros<;eguill e deseovol. Ilos,a vida rsfil'tslr dtsli'lil.l<l ¡¡ IIlmllrr o mesl1lo ~ Úmtro ,IrimprtssJes,
vell <:amarascapazes de reduzir a velocidadc e qua'>e parar os da paJrria srr rrri/ll(lr5 mais curta, Dtvfríamos vivrr "'rIlOS.Ir 11 m
moviml'ntos de pássarose imetos Col pleno \"60 . No extremo mis r Il<io s"her U,,<i<l sobrr <1 mllJall~a dr rst.I~·Ots. Sr 1I11scidos uo
aposta, de usou a fotogra fía de lap<;o de lempo para acelerar iuvrmo, dwerílllllos mn aililr uo vcrao COl1l0 agora acrrdilill1los nos
movimentos qU,l<.c impcrceptívci'> de estrelas-do .mare outras clllorts da era carbollifrra. Os H'Ollilllmlos Jos srrts orgallicos strimtl
animais marinhos, l.-io IIllgllfQSO' aos HOS;oSsmtidos l/llr srriam lHfrrMos, H.-iO vislos. O
WI/I/W.MENTECEREBRO.COM.BR MENTE&:CÉREBRO 33
aparente desec clc racáo durant e eqec lcs que imag inaram ser
seuc últ imos mo mentos.
U m p iloto de ca rros de corr ida, que fo¡ lancado a 10
metros de altura numa cohsá o , dcclar ou 'Parec en que a co lea
toda durou urna etcrmdade. Tud o e..tava em cá mara le nta e
nve a sell\;I(;ao de que eu era um at ar num palco e via a mim
__ - .__0->--
•• _0
sejam marcadas po r lima scnsac ác de desamparo e passivi- a urna colísáo. Ma.., para no; pr óprios ctclí..ta<;, ern int ensa
dade. até de dtsscctacáo, cm curra.., há urna nu cnsasensacáo ccncen trac áo, tud o pa rece ve mov er a urna velocidade
de lmcdiatismo e reelídade, e uma dra máti ca acclc rac áo do relativame nte batxa, ex!..ti nd o tem po e espaco suficientes
pc nsamcnro, da pcrce pcéo e da reac áo, que pcrmítem que para per m itir írnp rovt sacáo e manob ras co m plicadas.
a pcssoa seja capaz de hdar com o pongo . Noves e Klcn¡ A vclocfda dc estonteanrc do.. mestrcs das arte s maroaís,
dcscreveram o caso de uru pilo to de Jato que enfrcruou os gesto.. demasiado rápidos para que um olho scm tremo
co nsiga acompanhá-los poden ser realizados, na mente do
05 GESTOS ESTONTEANTES DOS cxccutor, qua'><.' que com a gra¡;a de um batlanno -, aqcilo que
os pro fessorev e técnicos gostam de chamar de 'cc rccntracác
MESTRES DAS ARTES MARClAIS, relaxada". Essaahcracáo na percepcáo da velocidadc apa rece
RÁPIDOS DEMAIS PARA NOSSOS OLHOS multas vezes cm ftlmcs. co mo cm Matrix, pelas versócs da
acáo ahcmadamcruc lent as e acelerada...
SEM TREINO, SAO EXECUTADOS COM A com petencia do.. at leta.. (tndependen rcmcn tc de <,('\JS
talentos maros) só sc rá adq uirida por anos de dedicacáo ao
A GRA~A DE UM BAILARINO
trcínamento. No infcio, muito csforco earencñosaoncc cs sé-
ríes para apre nder cada nuarce da téc nica e dasincronía. Ma s,
a rnor tc q uase cc rta quando seu avüo foi mdcvídamcnte cm algum mo mento , a.. apndóes b ésícas e a rcprcsc ntac áo
[ancado de um porta -avióe ..: "Lcrnb rci -mc nindamente, ncural se to rnam tao incru..tad as no si..tema nervoso que
cm quest éo de uns tres segu ndos, de ma¡s de urna dúz ia de qoasc parccern urna segunde natureza, nao havendo ma¡..
acóes nccess értas para conseguir eanhar alnru dc. O~ pro · a necewidadc de csforco ou dcctsáo conscic nres. U m nivel
cedimenlos dt' que eu prccisava se tornaram p ron tame nte da ativ idade cerebral funcio na auto malÍcamente, enquanto
dispo níveis , Tlve urna memária quasl' ab<;oluta e me ..emi outro, o co n<;ciente, cria urna P(,:rcc¡w.;-ao de tempo elástica,
totalme nte no co ntrole". que pode ser comprimida ou expand ida ,
Noyes e Klen i disseram que mui tos dos indi víduos por 1nves tiga ndo co mo sao to mada..a..dl'Cbcx:s mo toras sim-
(.1<.... c,>tudados ..enti ram que: ~hav i a m rea lizad o fa<;anha\, ples, o nt:llrofisiologista americano Iknjamin Libe t constatOll,
tan to ment ais qlla nto físicas, das quais ter iam sido inca pazl:s nos anos 60, que era po~síve1 dell'Ctar ..inai.. ce rebrais que
cm sitllac.;íX"S no onai s", D e cen a fnona, pode ser seme1hante indica m o ato dl'Ci'>Ório vá rias cem enas de m ilis..egu ndos
ao que acontece co m atle ta.. tre inado s, particularme nte na<; ames de qualqller pt°rCtrx,-ao consciente dele . U m veloci..ta
comp<:ti¡;:ñes que ex igem tem po de rea¡;ao cu rto . campeao pode estar corrc ndo ativame nte e já ter percorrido
Uma hol a d e bci..ebol pod e estar se aproximando a qua<,e 4,5 a 5,5 me tros do pt'rUlr'SO antes de perceber que o tiro
160 km/h e, ainda a....im, como muita .. pc..soas descrevem, de largada já fo i dad o (I.:le pode se dl">Cnco~ta r do bloco
a bola pode parecer estar qua..e imáve1 no ar, a~ própria<; de apoio em 130 mili"sc¡"'l.mdos, cnquanto o registro cons-
cost ura.. incrivdmente vi..ívcis, e o rebatedor "e descobre ciern e do tiro exige 400 m i l i sse),'l.lr1do~ o u mai...) A cre n¡;a
nutTl tecido tl'lllporal ..ubitamen te alargado e e..pa~oso, onde do corred o r de ter ou vido consci(.·ntelllente o tiro e, entao ,
tcm todo o tempo que pfl'Cisa para rebalt' -Ia. imed iatamente explodi rem disparada é urna ilusao possibili-
. .-
70-
lada, segu ndo l.ibcr , pe lo fato de a mente "antccipa r" o som um tempo indefinidam ente lo ngo . Entra mos ru ma rua curta
do tiro cm quase meto segundo . e como se nunca fósscmos cheger ,10 fim dela".
é
Tal rcordenacáo do rempo,como aparentecompressñow As obwrvacóes de j ames sao uru eco queso cxato da..
e xpan -áu, le va nta a qucstéo de corno pcrccbcmos o tempo do médico jacqucs-joscph Morcau, 50 ano<; an te", Morea u
normalmente. William j ames cspcculco que o julg arnento [oi um dos primcíros a divulgar o haxixc na París dos anos
que fazcrnos do tcrnpo , rossa velocídade de oerce pcño, 1840. Assim como C auuc r. Baudelaire. Balzac e outros
de pende de quam oc "eventos" somos capazes de oerccbcr íntelectua¡s e artistas. ele era mernbro do Le Club des Ha -
numa dada unídadc temporal. chíchms e eccreveu
Exlsrcm m utes coisas que suge rcrn que a percepcéo Ccrúl Iloile, I/lIllndo alrlll'l">S<J1U a fhlsS<l<}rlll COberú l ,t I P/':Kr dr
consciente (pelo menos a pcrcepcáovisual l n éo éco ntfnua, e Inpim. fiquá im/lrrssloll'u/O mm o lrmfxl que I"'OHftlra d}(!I"f ali o
sim Iorruada po r momcnrosdiscrcros üsroé, individualmente oull'O lado . nfri¡,¡ dl1,lo. 110 fflJxfmo, UfIS polKOS PllISOS, mm lile p<lrf(m
distintos), co mo os qua dros de urn fi lme, dcpcis fund idos para que r< lt¡¡~ l tí /1« JUil5 en Ir~ ¡'oms Aprrssri o {ll15S0. 'IIdS o lrmpo litio
dar uma apa rencia de con nnuídade . Essa parnc áo do te mpo, {llI5SOlI IJ!<lis mpiJammle. nl v ,1 imprrs"lo (..o].lr qlleo passrio na ill-
ao que parec e, ocorre cm acócs rápidas e automát icas, como ltmrinilllflmmlr /ellj}o ( que,1 ,,1¡;i<1 (ll l m 1IqJlr11 tu C",~ il l¡'m~ 1 rsLIP<1 S~
o rebarer de urna bola de bc.scbol. O ncurocícnrísta C hristof aj,r,'mdo 110 mr SIII O n'tmo ,1'1 ~)rloci,I' l<fe .los IflWI P<1\\1K
Koch. do Instituto de Tccnologia da Calífómía (Cahcc h), Acomp anhando a scnsac ác de que algumcs palavra-, e
faz urna d rstmcá o entre ' com po rtamcnro" e "experiencia" e elguns passos poden durarum rcmpo despropositado. pode
pro oóe que o ' com po rtamento pode ser execurado conti- es tar a se nsacáo de um mund o profundamente vagaroso. até
nuamen te , enquanto a experiencia é estruturada cm intervalos suspenso. No hvm PsyelJOlomimdic.!nr.qs . de 1970 . o psiq uiatra
discretos, corno ern urn fi lme". Esse mod elo de conscténoa americano L. J. \X!est con ra esta historieta: D o¡s hip pics,
permite um mecanismo jemesían o pelo qua l a perccpcáo inebriados pela mcc onha. e<;tao sentados na Praca Golden
tem poral pcderia se r acelera da ou frcada . Kcc h especula '>C a Cate em Sao Francisco. U m avüo passa zunmdo acima da
aparente lenudáo do tcm po nas cr ncrg éncles e descrnpcnhos cabeca deles c cmao desaparece. Lln¡ del es se viril para o
atléticos poderla se origina"do po der-da erenc áo intensa cm ou tm e diz. 'Ca ra. achcí que ele nunca tria ernbora".
reduzira duracáodos cuadros individuáis. ,' las embora o mun do externo possa parecer vagaroso,
O tema da perccoc áo de lempo e espacc está se torn ando Ulll mundo interior de imagen<; e pensamenro, pode dccolar
um tó pico po pu lar cm psicologia sensorial.l' a..rcacóes e pcr- a urna enorme velocida dc . U rna pcssoa capa z de partir é
ce rx;óes dm atletas e das PC ,<;¡l<l S que enfrcn tam necessiJ adl"S numa elaborada jomada mental . \'isitar diferentes paíscs e
~ bi tas e emc rgénc ias parccem <;er um campo óbvio de novO'; cultura s, escrever um livro ou uma sinfonia Olt viver loda
ex peri ment~, npccialmc nte a~ora que a rcalidade virtual uma vida ou época da h¡,>lória l' acaoo r descobrindo que ~e
nos dj o poder de ..imular M.;6es "ob cond i<;Ot"S controladas pas~ral1l mems minutos ou segu ndos. Cautier dcscrcveu
e a vt!oó dJdes CildJ vez mais rápid as. como de e ntrotl num tr,ln~t' de hJxixe em que "as sensa¡,:oc"'S se
Para Will iamjaml..... ~dl"wios mais incríveisem rela<;jo -.eguiram umas as out ra.., tao n umerO\il~ e apre s\ildas que era
3D tempo "no rmal" ..ao propo rcio Tkldo s pd O'> efei lQ<; de imp()<>';ívd llma verdadeira aprt-ciac;ao do tem po~_ Pareceu -
de !enn inadas d rogas. Ele pTÓprio experime ntou várias, do Ihe. subjetivamente, Que o trame havia durado "300 anos",
ó xido nitroso 30 peiote. DqlOis de Ul l1 ca pítu lo sobre a lllasde comtatou .lo despe rta r que nao havialll pas\,.l do lllais
perccp<;ao do tempo , segLC-\e sua rd lc xao sobre o haxixe . q ue 15 millutO'i.
:\a intox icac;ao pelo haxixc existe um cu rioso aum ento na A palavra "despe rtar" pode ser ma is que urna fi¡':llra de
perspectiva tem poral aparente. Profl.:rimos urna <;en ten~a C, linguagt'm aqui, já que l,<¡<;as "viagens" <;;lo <;cm düvida co m-
ante,> que o fl m seja atin gido, o COllll"f.;o já parece data r de parávei" a sonh o...As ve! es a ..c nsa~¡¡() que tcnh o é a de viver
WNW,MENTECEREBRO.COM.BR ME NTE&CÉREBRO 35
toda urna vida entre o primeiro toque do despertador, as 5
da rnanhé. e o segundo , cinco minutos dcpois.
Eventualmente,quando urna pessoa estácaindo no sa no,
pode haver urna sacudtdela Involuntaria - um espasmo mio-
dómco - do corpo. Embora esses espa..mo, sejam gerados
por parte-s primitiva..do tronco cerebral (sao ref lexos gerados
ncssa rcgüo) e, como tal, nao renharn nenhum significado
Oll motivo intrínsec o, eles podem ganhar sentido e contexto
e se transformarcm cm ates por um sonho instaruaneamente
improvisado. Portamo, o espasmo pode estar associadc a um
sonho sobre viajarou caminhar por um precipício, de sejogar Em Os majortS lomlOlto, ,1" mm/r, o poeta e pintor francés Hcnri
para frent e para apanhar uma bola e assím por díanre. Esses Micheux escrcve. "As pessoas que reromarn da cxcitacáo da
scn hos pode m ser extremamente vívidos e ter v érías 'cenas". r ncscahna falam de urna aceleracáo de 100 ou 200 vezes, Oll
Subjetivamente, d es parcccm comccar antes do espasmo e, até de 500 vczcs a vclccidade normal". Ele comenta que isso
ainda assim, todo o mecanismo de so nho prcsumívchncmc é é provavclmcnte urna ilusáo. mas, mesrnc que a aceleracáo
estimulado pela primeira pcrcepcáopré-conscíente do movt- fosse matsmodesta - "mesmo apenas seisvezes o norma]" - , o
mento, Toda cssa elaborada reestrururacác do lempo ocorrc aumento ainda daría urna sensacáoesrnagadora. A experiencia
cm um segundo ou menos. sentida,acredita Mícheux, n50 é tanto uma enorme acumula-
Exlstem cen as conculsóes epilénc as, as vezcs charna- ¡;:ao de detalhes hrcrais cxatos. mas lima série de impressóes
das de "ccnvulsóes vívencícis", em que urna lernbranca ou globais, relevos dramáticos, como em um sonho.
alucmacáo deralhada do paseado subnameme se impóe a Mas, duo isso . se a ve locidadc de pensamento pudesse
ser ampliada significativamente, o aliment o ficana pron o
HAVIA DEZENAS DE PACIENTES NOS tamc ntc evidente (se nv ésscmos meros expe rimentais de
examiné-lo) nos registros fkiolóaíccs do cerebro e, talvea,
CORREDORES, TODOS SE MOVENDO Ilustrasse os limites do que é neuralmcntc possfvel. Preci-
A DIFERENTES COMPASSOS; ALGUNS saríamos, entretant o, do nivel co rreto de envtdadc celu lar
para registrar nao m neur ónío s mdividuais, mas um nível
MUlTO ACELERADOS, OUTROS supcno r dc inleral;ao e ntre grupos de neuróntos do c órtex
cerebral, que, as dcaenas ou ce nte nas de rntlhares. forrnam
LENTOS, QUASE CONGELADOS o correl ato ncural da conscténcia.
A vclccid ade de ta¡s inrcracóes neurats é normalmente
consciencia de um paciente e segue um cursosubjetivamente regulada por UJn delicado equilib rio de [c reas excitat órias e
longo e pausado, para acabar se completando, objetivame-nte, imbit érics, mas cxistern certas síruacóes nas qcaís as inibit,:ix:s
em alguns pouccs segundos. Essas críscs cstáo ripicamente poden estar relaxadas. Sonhos podcm levar uar vóo, mover-se
assoctadas com urnaanvidadeconvukiva nos lobos temperáis livre e velozme nte, exaramcntc porque a auvtdade do córtex
doc érebroe, cm alguns pac tentes. podern ser mduaidas por cereb ral nao é restringida pela ocrccpcáoou rcalidade exter-
es ürnulacáo elétrlc a de de terminados pontos na superficie na, É possrvel que consideracócs similares se aphqocm aos
desses regióes. As vezes, essas expert éncias t ém duracáo transes induzídos pela mescalina ou pelo haxixe.
subjetiva enorme e sao banhades porsignificados metafísicas. Outras drogas dcpre.."ora'), como os opiáceos e os bar-
Sobre tais convulsócs. Dostotévsk¡ escreveu. bitúricos, podem ter d eito oposto, produzindo urnadensa e
Hámomrolo:'i, t {apnUl5 WllrT QHr5WO dt J>olICo:'i5tJ/lm,los, tln queved opaca inibicáo do pensamento e do movimento, de maneira
srolta prtsrora datkma I'drmmu'a,(...) Umacoj;altrrívt/i aapavormrtt que lima p¡:<;soa pode ('ntrar num estado em que quase nada
° °
dartZ4 (om qur tia sc lII<1nif"'14/ t {xli/st COIll qut tia prmrdx. (...) parece acontecer, para entao d<.'.SCobrir, depois do que parece
Durallk r55t'l ÓIlCO SC!JWl¡/OS. (lillO rod" mM ('Xisltllóa humalla t, por ter sido poucas minutos, que um dia inteiro foi consumido .
tia. ro dalÍa miu/,¡¡ vida jllltira t Ir<10 1I(1)(1IÍa qur r5fil"lt5st pagando l/m E')ses deitos lem bram a al;ao do Retardador, urna droga que
pm;o dtlllllsia.lo allo. Wells imaginou corno o a pas to do Acelerador :
Pode nao existir nenhum ~e nt i do interior dc vclocidade O Rtlllrdll,lor (...) dwtria prrnrjtjr C¡Ut oP.lritlllt r5ticasst14/1, POllCOS
cm taisocasi6cs, mas, cm ootra<; - paniculam,cnte sob efeito stglmdos /lO /ougo de llIw"n hor'15 dt Itmpo uon",d t, assim, mal1ttria
da mescalina ou do lSO - , é possívd sentir-se arrcmcssado urna illircia apática, I/ UIr' r1Imi rcia gl'lCialdtllitl;lciJ"dt, tm lII ~ioao milis
para universos de pensamento a velocidades iru.:ontroláveis. anImadoou ¡rrjtantrIUnbitllrr.
Qu e pudcsscrnexistir rransto rnos profundos e persisten- Em 1969 , pude int roduzir no traramcnto da rnaiorta
tes da velocidade ncural que durassem anosa u d écadas me dcsses pacientes congelados a droga Ldopa. revelada havia
OCOITCU pela prtmeira vezem 1966, cuando fui trahalhar no pouco tempo como eficaz na clevacáo dos nfvcis de dopa -
Bro nx, no Beih Abraham, um hos pital de doencae cr ónicas. mina no c én-bro Inicialme nte, o rratamento restauroa a
lá exarntne¡ os pacientes sob re os quais. dcpot s cscreveria velocídade e a hberdade de movimcnto de munos pacientes,
em lTICU livro Ttmpo dtaespertllr. Havia dezcnas deles nosaguáo mas, depois. particularmente nos rneis grave mente atetados,
e nos corredo res, todos se rnovendo a diferentes co rnpassos tmpchu-os na dírccáo opcs ta. A pacien te Hesrer Y. , escrcvi
- algurs violentamente acelerados, out ros cm cámara le nta, no meu diario, aprescnroe tal acelcracáo de movímenro e fala
outro.. quase co ngelados. Aa ver cssa paisagem de lempo depois de cinco días co m Ldopa que "se antes d a lembrava
rranstomado, as lernbrencas do Aceleradore Retardador de um film e em cámara lem a, o u urn quad ro de fi lme persisten-
\'('ell.. subiramente voltaram aminha mente. Pique¡ sabendc rcmentc parado no projetor; ago ra ela deu a tmpressáo de
que tod os ('<¡StOS pacientes crarn sobrevivcntes da gra nde uma película acelerada , tanto que meus colega" assísrtndo a
pandemia de e ncefahre que varrcu o mundo de 1917 a 1928. um filme da sra. Y. que fiz na époc a, insistiram que o proj etor
Dos rmlhócs que con trafram essa 'doenca do sono", cerca de csrava andando rápido dcrnais".
um terco mo rrcu nos estégjos agudos , 1.'111 esradcs de toma Scpus, inicialme nte, que Hesrcre corras pacientes percc-
tác profundos que írnpossíbíluavam qualquer esnm ulacáo. bíam os ritmos lora do comum com que cstavam se movc rdo ,
ou cm esta dos de sa no t50 intensos q ue descartavarn a falando Oll pensando, mas que crarnsimplesmcnte mcapaacs
sedacáo. Alguns dos sob rcvivenr es, cmbo ra Im itas vezcs de se con trolar. Logo descobrt que n50 era este, de forma
acelerados nos pnmeiros días, r naís tarde descnvolvcrarn uma algurna, o caso. Nem é o caso nos pacientes com a docn ca
forma extrema de Parktnsonfilie havta provocado ocles uma de Parkínson comum, como co menta o ncurologista inglés
desacclcrac áo ou rncsmo u n co ngehmcnto. a~ vezes por W illlam Cooddy em seu hvro Time,m,1 l/x IItrV1lll5 5)'5tem. Urn
décadas. Alguns pacie ntes do Berh Abraham comínuaram observador pode nota r, diz ele, o quanto sao vagaroso - os
acelerados. Um deles, Ed 1\-1., este va acele rado crn U lll laJu movímcntos de um parkmsouinno , mas "o paciente dirá:
do ccrpo e len to no outro. 'M eus p r óprios mo vimen tos parecern ncrrn aís, a menos
A dopamina, um neurotransmíssor cssenctal para o fluxo que, olhando para um relógio, el!veja quanro rernpo levam.
normal de movnnemcs e pcnsamcnros, está drasticarnente O rclógio na parcde da enfennaria parece estar andand o
reduaída em menos de 15% dos nfvcisnormai-, nadocnca cc excepcionalmente rápido- o
Parkmsc n comurn. No parktnsomsmo pós-enccfalúíco, scus Gooddy refere-,e aquí ao tcmpo "pcssoal'. em oposic áo
niveis podcrn ser quase indetec réveis. No Parkmson comurn. ao tcmpo do ' relogio", e o grau de divergencia ent re um
além dos tremores e da rigidez, observam-scdesaccleracóes e outrc pode se to rnar insuperévcl dcvido a bradícíresla
e aceler~ó<'''S moderadas; no p<.Ís·enu:lalílico, cm que a lesao ext rema comum no parkinson islTIo pós-e nccfalítico , Vi
no ll:rebro é geralmc nte lllJito maiO(, 1)(11:1(' haver de<>..lce1e- muitas vezcs meu paciente Miran V. sentado no co rredor
ra, Oes e a(e1erav~>cs até os limites fis iológicos e meca nicos o nde ficava l11CU co nsultório. Ele paTt'Cia imóvd , com o
máximos do cé rcllro e do corpo . bra<;o dire ilo frcqüe ntememe erguido , as vezes 5 Oll Ie cm
O pró prio vocahldário do parkínronisrno faz rdererx.i a acima do joelho, as veze~ perta do TOstO. Q uando indaguei
avelocieb de. Os neurnlogistas tém uma série de teonos para sobre es~a s po,es co ngeladas, ele pcrgumou indignado: "O
de notar isso: se o movimento fo r desacelerado, falam cm "h ra· que vocé quer dizer com 'post'S congeladas'? Estava apenas
H
dicinC<iia";se chcga r a parar,"acinl.'Sia"; se exccssívament e río limpando o nariz •
pido, "¡aquicinesia". l ),1 me<;rna f01m a, pode haver hradifrenia Eu me pergunlava se ele estava fazendo uma e nce na~30.
ou taquifre nia - desacek-ray'io ou at elera¡;ao do pcn.-.amento. C ena manh a, durante ho ras, tirei uma série de 20 fotos
¡¡ tinham sido iruprcssionantcs e, a.. vezes, era nccc..<;lÍrio F.m condicócs experime ntáis, cu an do '>l' pcdc a indív fducs
mos uur-lhc, um filme 01.1 ur na [ita de víde o para convc n. sauddve¡.. que Iacarn o mesillo o rnaic rá pido possfvcl, a ve-
I c é.los. (I ranstomos de esca la espac ial sao tao comuns no locídade chega a cerca de -1 ,5 metros por seg un do . Q uan do,
parkmsontsmo quanto os de esca la te m pora l. U m sinal diag. porém , pedi a Shanc F., urnartista com Tourcn c. que esríca sse
nóstico comurn nesse.. ca ..O'> é a m icro gratla, um ex<:rcicio a mao o mais ráp ido que pudessc , d e aling iu facilme ntL' a
de ca ligrafia mi nú'>Cula, em que a letra vai fica ndo cada vt'z marca de 7 metros por segundo, '>Cm qualq ller sacrifício da
me nor. De fo mla gcral, 05 pac ientes nao estao c iL·nt L... d isso suavidade ou da p1"<.'Ci...'í.o. Quando lhe pcdi que reali zas<,{'
no momento do l'Xame; sornente depois, quando C,>tao de o gest o na velocidadt: no ml., !, os Illovimenlo<; se tomaram
vo lta a um referenci al espacial nomlal, é qu e ~ao capazes limitados , de'>l'legantl's, im precisos e che ios de liqu t....
dL' julg ar que sua escrita e:ra menor que a ha bituaL Ponanto, Q Ulro pacieme m m síndro mt' de Toun.:ue , nt'Ste: caso
para algu ns indiv ídllos pode haver urna co mpressao de: es - grave e com fal., muito ráp ida , contou-me que , além dO'>
a
palJo comparável compn.:..--aodo tempo. U ma de m inhas tiques e das vocaliza<.;Oc,> que e u via e ouvia, hav ia olltro..
pac ientes , lima mulher pó<.·encefalílic a, co<.tumava di zer: dos qu ais - co rn os mL'US o lhO') e ouvidos "1cntu<,u- podl'ria
"M e u e<;pa\ o , nos<;ol'Spa, o , nao é neOl um pou co parecido nao e..tar ciente. Fo i alx :na,> com a grava<;;ao em vídeo e a
com o <>eu espa,o".) allálise <)uJdro-a-quadro que a amplitud t' dL'Sscs "micm tiqUL...~
N os tran<;tomos da escala lemporal parece q uase nao poderia ser vi..ta . D e fato, podia haver vár i a~ ~érics del es
haver limite para o grau t.'m qlll' a dt-..acdcralJao pode ocorrc r; aco ntecendo ao mesmo lem po, apart·l1temente d i~s()ci a dos
a acdera <;ao dos mov imentos as vezes parece <,{'r restn n~ida uns dos mlt ros, to tal izando, lalvcz, dezenas de m icro tiques
ape nas pel os limit es físims da an icula<;ao. Se Hnter (t;nt as- num único segundo . A com plcxidade d i..so ludo era tao
",
,
assornbro,a quan to a velocidadc , e achc¡ que seria po,>sívd ta lentos musícaís. fizerar ndele um tremendo improvisador
escrever um livro int eiro, um atlas de tiques, com base em na batcne. Era quase imbeuvel no pingue-pongue . cm parte
meros ci nco segundos de gravac áo cm vídeo . Tal atla s, por causa da alta velocidade de reacéo. cm part e porque
imaginei, seria lima I..... pécie de microscopio da ment e , po is suas ho las eram tao ímprevtsfvcts (até para ele r nesrno) que
tod os os tiques t érn determinantes inte rnos Oll externos, e o desccncerta vam O'> ad versarios.
repertorio de cada pacient e é ún ico. (k casos de sínd rome de "Iourenc extremamente grave
O s tiqu es que podcm ocorrcr na ..Ind rom c de "louretrc pod em ser nossa maior apro ximacáo ao, tipo'> de seres ace -
lembram muito o que o gr ande ncurologtsta bri tánico .lohn lerados imaginados por Von Haer e james, poís essas pesso.1S
l-lugbhogs Iacks onchamou de rala "cmocíonal" nu "ejaculada" as vezcs se dcsc revem como "superclétncas". "Éco mo ter urn
a
(cm o posícáo fala propo..iuva co mplexa, vruancarncnrc mot or de 500 cavalos dcbaíxc do ca pó", descrevcu um de
e laborada). A fala ejaculada é csscnctalmenrc rcativa. pré- mcuc pac ientes . De fato, cxistcrn varios atleta, profíssíonats
consciente e impu lsiva; d a se esqui va do con trole J os lobo, COlll "Iouret te nos Estados Unidos , entre eles jiru Erscn rcich
fronreís, da consctencta e do ego, e escapa da boca ante.. que e ¡\1ike Iohnston no beísebol. Mahmoud Abdul-Rauf no
possa se r inib ida. basquctc e 11m Howard no futcbo l.
Na o apena .. a velocidade. Olas a quahdade do movi- Se a vclocidade conferida pela síndrome de Toureuc
memo e do pcnsarneruo l..'S tiÍ alterada no tourcnismo e no pode ser tao ada ptativa - u rna csp éc¡e de talen to neu rol ó-
parkínsomsrno. O I..... tado acelerado tcnde a ser exuberante gíco - , cru áo qual o sentido de ser re lativamente vagaroso ,
na inventividadc 1..' na Ianras¡a. saltando rapidamcn tc de lima calmo e "no rmal"> Por que a sclec éo natu ral nao scrviu
assocíacáo para a scguiruc, levado pel a forra do pró prio Im- para aume nt ar o n úmero de 'velocktas" entre nós? A..des-
peto. A vagarostdadc,cm co ntraste, tcndc a ser aca mpan hada van raac ns da lcnndáo exccssíva sao óbvías. mas cla pode
por cuidado e cautela, urna postura sobría e crítica. Iw ) Io¡ ser neccssana para ressalrar qu e a vcloc ídadc demasiada
ap resem ado pelo psicó logo [van Vaughan, que sofr ía de é igualmente carregada de problemas. O ritmo tour étrico
Parktnso n e cscreveu urna monogr afia sobre sua..experiencias Oll pos-ence falülco acompanhado de destr nblcéo, im pul-
é
(1[\ 111 - LVÍflg ",ah g"kimo1l5 distll'>l, de 1986 ). Segu ndo me stvíde dc e ir npct uosídadc que pe rmüe m que rnovímento s
contou, ele escrcvcu todos os tex tos sob cfeito da Ldopa, e impu lsos "irnprópnos" se ma nífcstern precip itadamente.
pois, ncsscs períodos, sua ímagfnacáo e process os mc nrels Nessas snuacócs, po rtante, ges tos perígos os. como colocar
parcciar n tluir curn rnais libe rdadc e rapidez, além de ter um dedo no fogo ou sair em dispa rada no mc¡o do IrMego,
essociacóes ricas e inespcradac de tod o tipo (se de esttvcssc atas ger alrnentc inib idos na maioria de nos. podcm entrar
acelerado dcmcís. no cntanto. is<,() oodcna compro meter a cm acác antes q ue a conscíéncía posea intcrvir.
co n( e ntra<;ao e leviÍ -lo a sair pela t an~ ente em toda<; as d ire- Em casos ex tremos, o t1uxo do pensamento , qua ndo
l;OcS) . Q uando os cfeito<; da d ro~ a \C d i<;<;ipavam, Vallghan riÍpido dem ais, poded irromper co mo lima torrente de
a
se dedicava edi<;ao, pois se cncontrava nlllll estado pe rCcito dist rac.;<'lCs e fugas por tan¡.¡entes superficiais, d isso lvenclo-se
para aparar a prosa as vezcs excessivame nte exuberante que e m brilhan tes incocrencias e ddírios fantasmagóricos quase
havia escrito cnQll<1nto es tava "ligado". o níricos. Os caSO'> ma is graves da sínd rome de Touretle,
Outro p<1ciente, Ray, embo ra rnuitas vezcs discr iminado c..:omo Sha ne, poJem co nside rar movinll'ntos, pc nsamento<; e
e maltratado por cau sa da sínd rnme de TOllrcn e, tamoc m rca<;Ocs de out ra.,; pessoas int o leravc1mente lento<;. "Para nós,
co n<;(.'gu ia explnrá-Ia de dive rsas rnanciras. A rapidez (c, as essa.,; pe<;soas parcc..: em mac acos", escrcveu Ja mes em ootro
vezes, a estranheza) da<; assoc ia<;ócs o to rnava rápid o cm fra- co ntexto, "e nquanto, para eles, ll()., parecemos reptilianos"
;,es espiritllosas- d e se rd eria a si mes[lJo co mo "Ray, o espiri- No famoso capítulo de Os priudpiex ¡j" psicologia, j amc.,; fala
OJOSO dos tiqucs«. [ssa rap idez e sagacidade, co mbinada,> 'l OS daquilo que ele c hama de vo made "pl..' rversa" ou pat oló ¡.:ica,
roso é como estar preso num ro nel de manteígc . enq uanto L/m ((I1¡¡lóuico ,/esperta d" rigi.lrz, sal (Ofrendo pdas flUlS com seu
o estado acelerado é como estar no gelo, deslizando scm PJjmlll1 duraule Iris l10ms efillallllffl/t(ai e pWll(/lm:edeilado emC'i llldo
amtos para haixo por urna monranha cada vez mais fngreme, calakphm flll sarjeta. Os movimffllos saofft4iimlrlllm/f rxn-ulll.los
ou num minúsculo planeta scm gravtdade, scrn force para <;e (om urn a m:>rmr fO r(a r qlUlSl srlllprt mvolvtlH grupos mlm:lllllfes
scgurar Oll se prender. dC'illrcmrírios. (...J Parrcequedes pa.lmlmo (Ofllrole da lIIe,li'/ll e do
Embom tais estados obsnufd os possam parecer estar no po,!rr ,lr srns IIwl'illlenlos
polo c posro aos dos acelerados, os pacientes podem ir de A catatonia raramente observada hoje em dia, mas
é
um ao outro quase tnsrama neamente. O termo "cmesía pa- parte do medo e da perplexidadc inspirados pelas pcssoas
com doenca ment al ralvez tenha se originado dcssas .. übítas
SOL TAMOS AS AMARRAS DO e lmprcvisfveis rransformac óes.
, Poder nos pensarcmcatatonia, parkínsonísmc e síndrome
TEMPO E AGORA TEMOS A NOSSA de Tourcuc. além da dcpressñc maníaca, como transtornos
DISPOSU;AO MICROSCÓPIOS E 'bipolares". Todos eles, para usar o termo francés do séc ulo
XIX, ....i o transtornoc de duas fonnas. que podem oscilar, in-
TELESCÓPIOS TEMPORAIS
,
DE continentement e,ent re as duas faces del ano. A possibihdade
de qualqucrcstadc neutro, náo-pclanzcdo, de "normalidade",
EXTRAORDINARIO PODER é tao rcduztda tlt'S'>eScasos que precisarnos imaginar a doenca
com Lima superficie cm forma de halrcre ou ampulhcte. com
radoxal"foi inrroduzido por ncurologtsras franceses nos anos apenas um pcqucno peco coou istmo de ncurraltdadc entre
20 para descrever essas transicócs notavcís. embora raras, as duas extremidades.
nos pacientes pós-encefalúicos. que mal haviam se movido f m neurología comum falar de "déficits" - a falha de
é
durante anos, mas podiam ser subitamente "libertados" e se urna fun céo fisio lógica (e talvez psicológica) por urna lesáo
mexcr corn enorme energía e torca. para acabar voha ndo, no ce rebro. A.. lcsóes no c órtex tcndem a produzir déficits
depo is de poneos minutos, JO estado antc rionnem e irnovel. "simples", como a cerda da vi..ao colorida Oll da capactdadc
Q llando H~ter Y. recebcu tratanll'nto mm I.·dopa, c,<;sas de reconhcccr letras ou ntímeros. Em contraste, as Icsóes
alternancias atingiram um grau extraordinário e d a se tomou nos sistemas r('gulatórios do \uocórtex - que co ntrolam
propensa a dezenas de inver<.Oes abruptas por dia. movimento, ritmo, cmrx;ao, arctite, nivd de consc iéncia
Tais invtTIÓeS sao observadas em padentes com síndrome etc. - minam o con trole e a e\tabilidade, de mancira que os
de Tourelte extremamente grave, que podcm '>er levadas a pacientes perdem a h.1\e nom1.11 de e1astici(bde,o meio-cam-
urna parali "'1~50 quase letárgica por doses mínimas dc detc'r- po, e podem c'n tao ser lan¡;ados sem dd csa,como fantochc,<;,
minadas drogas. J\lesmo <;cm medica¡;ao, ('stados de imob i. de um extrcmo ao nutro.
lidadc e concentra¡;aoqua<;e hipnótica tende l1l a oco rrcr cm A escritora britanica Doris Les~ in¡.¡ certa vez l'SCrevell
tOllrétticos e representam o oulro lado, por assim dizer, do sobre a situa¡;ao dos meus pad entes pós-cncd alíticos: "Ela
e<;tado hipcrativo. Na catalonia pode haver tamocm transfnr· no~ faz cientes do fio de navalha sobre o qual vivemos~. Na
ma<;Oes instantall('aSdramáticas de estados letárgicos ¡ ll1úve i~ saúdc, n50vive mos num fio da navalha, rn a ~ em lIm amplo e
a tremendamente ativos e frenéticos. O grande psiquiatra cstável assento da nonnalidade. Fisiologicamente, a nomlali·
Eu~en Blelller descreveu o fenómeno em 19 11: dade neuralretlete llm balan¡;oentre os sistemas l'xcitatório\e
e:;~~~"
~ . "
,
r''''''''' ' \ :,\
• • "\
r
.. _tio-.
inibitórios do cerebro, balarcoes-e que, na auséncía de drogas estamos suposrarnenre hdando nao com as velocídade.. de
ou lesóes, possuíurna incrfvel latitndc e elasrlcidade. neur ónios individuáis e circuitos simples, mas corn redes
Como seres humanos, ternosvelocidades de movirnen:c neurai.. de ordem bcm suocríor, que superam acornplcxidadc
relativamente constantes e caractertsncas. embora algumas dos maro rcs supercomputadores.
pescoes sciam um poueomais rápidas ouvagarosas, C' possam Atnda assirn . nós, seres humanos, mcsmo o mai..veloz de
exisnr vartacóes em nossos ntvctsde energía e comprometí- OÓ<; , somos limitados cmvclocídadc por determtnantesnearai..
mento durante o dia. Somos mai.. animados, moverno-nos básicos, por células corn velocidades limitadas de di..paro e
uro POlK O ma¡s rápido , vivemos cm rnator vclocldede quan - de conducáo entre diferentes ncurómos e grupos neurona¡s.
do joven'>; desaceleramos um pouco, pelo menos cm termos E ..e, de alguma forma, pudésscmcs nos acelerar 12 ou 50
de rnovirneurocorporal e tempo de reac áo conlorme envc- vezes. pcderfamosnos VC1" intciramente fora de stncronla com
lhecernos. Mas aampltrude de todas c....asvelocidades, pelo ° mundo que nos cerca e numa sitlla~ao tao bizarra quanto a
me nos nas pCS50as co muns, soh circunstáncies no rrnais é do narrador do romance de Wetls.
bc m limitada. Nao há d ifen:m,a 15.0 grande no lempo dl;' Entretanto, podernos compensar as línutacóes do nosso
reacéo entre o velho e o iovcm, ou entre os melhores atletas corpo esenüdoscom o usodc instrumentosdcdíversos tipos.
do mundo e o ma¡s scde r ué r¡o de nós . Parece ser tam bém Soharncs as amarras do tcmpo, como fizcrnos com o cspaco
essc o caso com as o pera cóe.. menta rs b ásicas- a vclocid adc no século XVII, e agora temosa nossa dísposlcáo tnstrumcn-
máxima co m que urna pcssoa capaz de realizar urna séne
é tos que sao, de fato, rnícrosc óplose telescopios tempor aísde
de cálculo.., reco nhecim entos e a....ooacoc.. vi..ua¡.. etc . Os exr raodm éno podcr. C om eles podemos atingir 1 quatnllt áo
deslumbrantes descmpenhcs dos mcstrcs de xadrcz. dos de vezcs a aceleracáoOlla dcsaceleracáo. de tal rnanetra que
músicos que im prov¡..am e de ou rros virtuosos podem ter podemos, a rosso bel-praaer, ver por esrrobosc ópíoa láser
menos a ver com a vclocidade ncural básica e maís com a a formacáo e díssolucáo de ligacócs químicas a velocidade
va..ra arnplitudc de ccnheci mc nto , pad r óes memorizados, de femtcsscgundos ( 10 IS segundos), ou observar, compri-
estrarég¡as e apridóes íncrívelmentc sof ..rícada.. as qua¡s midos cm pcccos minutos por simll 'a~ao computacional,
eles podcm recorrer. os 13 bílhóes de anos da hísróría do universo. do BigBang
Aínda assun cxistern alguns que pareccrn atingir velo- atéo presente ou (a urna compressáo temporal ainda maior]
cidades de pcnsamcruo quasc sobre-humanas. É público o fu turo projetadc até o final do s tcmpos . Por meic de tais
e no tóri o que o físico ame rican o Ro ben O p pe nheimer in..numenros . podernos ampllficarrossas perccpcóe...,aumcn-
compreendia O cerne e as imp1ica~ócs das idéia<; de ..eus tar Oll diminuirde fato a vclocidade a um grall infinitamente
jovens colegas cm S(.'gundos e os interrumpia, ampliando di..tante daqueleque qualquerprnccsso vivo poderiaa1canc:;ar.
esscs raciocinios qua..e liiD rápido quanto eks ahriam a hoca. Dessa maneiTa, presos quee<;tamosem IlOSSO próprio tempo e
Praticamente todas as rx:s.-.oas que ti'l(.~sem ouvido o filósofo vclocidade, podemos, cm nos<;a imagina<;ao,entrar cm todas
e historiador britanico lsaiah Berlio proferir de improvI..o a.., velocidades, o tempo todo. © 0lil'~r S<1cb ......c
seu discurso torrencialmente rápido ,empilhando LIma idéia
sobre a outra, crgucndo cstruturas mentais gi ~a nte<;cas que o AUTOR '.
evoluíam e se dissolviam diante dos olhos , sent iam que
Oll VER SACKS é profelsor de neurologia clínica da Faculdade
cstavam d iantc de um assombroso fenóm(:no mental. E
de Medicina Albert Eimtein e profeoor adjuntoda Univeriidade
rsso é igualmente verdadeiro para um genio cómico como de Nova York. Escreveu Um onlropéJogo em Motte, Tempo de des·
o acoramericano Robin Witliams, cujo..vÓO<i de a..socia<;ao pertar, entre outros livf05, publicados no Brasil pela Companhia
e de fa la..espirituosa.., explosivase incandescentes parl'ceOl das Letras. Migo publicado na The New Yorl:er.
decolar e arremeter a velocidades de (oguete. Aqlli,co ntudo, - T~óo de Vera de Paul:l Assis
WWW.MENTECEREBRO.COM.8R ME NTE&CÉREBRO 41
Embora fato res ambrentats tcnha m
grande inlluéncia na dctlagracáo das emes,
é consenso que o d rsí ürbio tcm forte base
genética: esrudos realizados em varios países
revelam que rretade dos portadores tem pelo
menos um patente próximo com TB, e filho\
de pessoas com a docrca aprescnram maior
risco dedesenvolvé-la, quando comparados
com a popula<;ao em geral.
A Associac áo Brasileira de Transto rno
I
Bipolar, filiad a a lnremauonal Soctery for
WWW.MENTEeEREBRQ.COM.BR MENTt&CÉREBRO 43
44 MENTE&CÉRE8RO MARC;OZOOll
o transtorno bipolar ainda é uma doenca cercada de
preconceitos e o diagnóstico nem sempre é fácil: o
t ratamento deve tanto prevenir as crises quanto
controlar os sintomas agudos
lógico é fund amental para urna boa pode ser considerada pa rt e fun da - irrcvc rsIvcl e a pcsvoa louca se ria, cm
cvolucáo a lan ga prazo. A bo a noticia mental do Iratamento . Éfundame ntal principio , má . A trnagcm do docntc
é que a abordagcm adequada pode que as pessoas im plicad,l s na situa,50 mental co mo algu érn dcsprczfvcl faz
garant iruma vida prancamenee normal, sejam informadas de que o TEé urna com qu e multes ainda ho je reajam
principalmentese a doerca fordíagnos- doenca c rón ica, cc m causas btológi . de manei ra e xalta d a, e ar é ratvosa.
tkada na fase inicial.Mes quanro ruáis cae (gené ticas e outtas) assoc tadas a c uan do se sugcre q ue consult em
fa tores ambienra¡s. um psiquiatra - ou um psicólogo . A
resposta maís co rnum é . "F.u? Mas n30
CONCEITOS-CHAVE lOUCO, EU? so u louco:" .
• Sinilis e sinlomils do u en stcrno bipoler O d iagn ós tico de docnca mental faz É com prcensfvcl, portante, q ue
pod em ter jnu meras man ifesla<;6e s num crnerg ir urna s énc de prcconceucs as- frcq ücn tcrnen te seja q uesttona do o
mesrno peclente e variar de uma pessoa
pa ra cutre . Em geral, quem sofre dessa ..oci ados a essa condícáo . mcuralulída- status de doe nca mental do transtom o t
doe~a crónica tem dificuldade pa ra
ded icar -se 11 carrelra prctísslonal, mante r de , dcsfiguramcnto da pe....cnaltdade. bipol ar. Añnal, o paciente aprcse nta f
iI produtividad e e o eq uilib rio na vida incapac tdade d e gcr tr a própr¡a vida, reacócs exace rba das cornuns, que urna ~
atetfve, nao cultiv ando
relad on ilmentos durad ouro s. rsola mc n to to read o d a sociedadc , pcssoa saudével rambé m poderla ter. I
• o acomp anhamento psicológ ico é pcrda da Hberdade e do ltvre -arb ñno. Q ualquer um é ca paz, po r cxcmplo, i
fundamen tal para uma bo a evo luc;iio a Essa image m é t30 arraigad a cm nc ssa de reag ir com raiva dia nre de frust ra- _!,
Iongo prazc, e o trateme nto adequado cult ura que pode se r exemplificada cócs Ol! injusti,as. Po r ém, o paciente _
pode gilranlir umil vida pretkemente
norm ill, principalment e SI." a doen~a ter
diagnosticada na fase inlelal.
pelo modo estereotipado co mo o s b ipo lar pode se dep rimir ou filar ex- r
metes de cornu rucac áo a aprescnram . cessívamcnre agrcssivu , Mu ita gente !
• Quanto mais cedo e milis
pr otu ndamente o pacie nte e sue filmma
principalmente nas novelas. Pe rso na- tamb ém já gasto u um pouco mais de l'
en tenoerem o TB, malor a chance de gens que soírem de docnca mental din hciro do q ue pretendía . ou fico u
conseg uir co ntrolar a docn~iI e tor nilr
SUilSconseqüenclas mt'oos noc ivils. podem se r d ivididos, de forma geral, amuada por te r recebi do uma no ticia ¡
E, nesse caso, a informa~iio pod e ser em doi s tipos : o.. do primciro grupo ruim. Mas a pessoa com T B vai além: ~
cons ider ad a pilrte fund ilme ntal do
tratamento. O uso de mt'dicil5ao é
fundilmen tal e exige duas estrat eg iils:
sao os que nasceram ou sem pre fOr¡llTI gasta e normes quantias sem nenh um I
"Iouco s"; e m ge ral sao "bo nz inhos" c , p lanejamento, a ponto de envolve r-se !
a p..-ofilaxia (prevent;a o dils crises) e o
controle do s sintomas ag udos. oca sionalmente, podem ter pcrcep- cm dividas para ad qu irir prodUIOS dos I
46 MENTE&CÉREBRO MARC;: O 2008
quais nao neces..ita cu, ao recebe-urna ,
notic ia desagradévcl. fica de cama. ALTERA<;:6ES TIPICAS DO TRANSTORNO
M as como reac ócs ex acerbada..
podem d isti ngui r urna pcssoa com
PRINClPAIS FUN~ÓES ALTERADAS EXEMPLOS DAS ALTERA~ÓES
rranstomo bipolar? Nao se ria ape nas
OBSERVÁVEI S
uma reac áo peculiar d e ca da indi-
v iduo , pu ram ente psicológica , scm Ritmo s bi ol ó g ico s Sa no, apet it e. ho r m ón io s etc.
resultar de algu ma lcséo ou falha no
fun ciona mcruc cerebral ? Aiu almente .
a O rgar nzec áo Mundia l d a Saú dc Ativida d e m otora co r po ra l Ag jt a ~ a o/ l ent i d a o
(0 1\15) rcco nbcc c o transtomo bipo-
lar como doenca . Para ser concebido
Ate n~ao, cc ncent r acao,
assírn , preciso que o quadro renha
é
me m ó ri a, exageras d os
ca usas orgánicas bem estabelecídas, Atlvldade co g n itiva
pe nsame n tos, p essim ismo,
sua cvolucá o no te mpo e Irnplicacóes
otim ism o, perd a d o praz er etc.
físicas devern se r conhectdes. bcm
como as possíbtlídades de rrarame r uo
Tri st eza, eu fo r i a, lrrtt abillded e,
dos stnt ornas. A rnaior d ificuldad e , Hum or
ansieda de etc.
por ém . definir seus lim ite s, que
é
TENG CHEI TUNG é psiquiatra, coorden ado r do servi"o de pronto-atendimento e FACES DA DEPRESSAO
de interconsultas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas dd Facu ldade de Alé m da c o no ta ~ 5.o pa to ló g ic a , a
Med icina da Universidade de sao Pauto (F MU~P) e integra nte do Grupo de Doell"ds pal,w ra "de r ress5. o~, em ger al, (raz a
Afetivas (Cruda) do mesmo instituto. t autor de Psicoformocologia aplicada (Athene u)e
co ·auto r de Suicídio - Estudas fundamentais (Segm ento Farma), entre outros li\lros. Este me mária da~ peS\llas a\ fa<;es: ruins da
artigo foi adaptado do livro Enigma bipolar - ConseqiJendos, diagnóstico e lratomento vidd. Em algu ns conteJl tos, o te rmo
do tronstorno bipolar, CQm aut oriza~ a o da MG Ed itores. é usad o d e modo ab ran gent t:, e m
48 MENTE&CÉR[BRO MAR¡;OlOO8
Qualquerum
pode ter raiva,
mas quem sofre
do transtorno se
deprime ou fica
muito agressivo J•
sem razáo !
1
•
Oodente . Só no Brasil se estima q ue influen cias culturais e scctets. A personalidade de pe nde, portento, de
aproxi mada me nte 10 rntlh óes de influenci as soctocun urets sobre a base da s caracte rísticas pessoe ts.
PCS\OO S sof rem de dcp rcssác. Senda ess tm, pode ser mudada. Dessa ma nei ra, urna dcen ca pod e
O falo é que, do pu nto de vista alt e ra r o compo rt ame nto de uma pessoa, m ud ando a form a como ela
clínico, a dcpressáo aleta a forma de reage aos estím ulos am bientais. Até por q ue, e m ge ral, os pa cie ntes
o individuo pensar, aRir e ser e deve bip olar es t ém slntoma s leves do l B des de a infancia que interfere m
ser encarada como um proble ma de e molda m pa rcialme nte sua forma de se relacion ar consigo me smos
sa üde que aleta nao '.oÓ o cerebro l' e com os cutres. Muito s deles pe rcebiam desde cedo a d esa prc vecac
o es tado psicológico, mas tambérn alheia e cresceram se culpando pe la fo rma com o agiam. se m co nseg uir
pratica meme todo o organismo (l'tr mudá-Ia. Mas é a d ificuldade de aceitar que há um lranst orno - q ue
qu,¡Jro tia pág. so]. pode ser t ratado - é o ma ior problema.
A tristeza, caracrensuca freo üenrc Especialista s reconhecem que os limit es s30 difusos e acredita m
da dcp resséo. é urna experiencia uní- que há urna grada~clo de Inte nsidades . Parte grande da popula~clo tem
versal. É urna emocáo experimentada t end encia s a patolog ia, embora com pou cos síntoma s e rar os prelurzc s,
de ma neira ncgat iya, desagrad ével. e apenas eventualmente poderiam desenvolver quadros mais graves e
que, do ponto de vista evolutivo, necesstte r de tratamento. O ideal se ria sa ber quet s genes e srtoecóes
parece servir, co mo um "apre nduado", estressaotes podem indicar se urna pes sce val ter a dc enca ou nao. Mas,
para que, no tntuito de néo revivé . la, por enquanto, a ciencia nao te m esses re spostas. O melh or crite rio para
o indívfduo evite siruacóes dcca gra- diferenciar o normal do pa to lógico, portante, é avaliar se os síntomas
d éveis no futuro. Em termos gerals. t razem sofrimento s e prob lemas em áreas impor tantes da vida.
podernos pensar que , se um il[U11 0 tira
te m po de durac áo. /\ tristeza to rna - NO FILME Mr. tooes. de 1993, Richard Gere vive personage m com a patologia
se pre ocu pante , po r exe m plo, se d a
I
¡
•
e esta r presentes e m grande parte do
tempo e só podem ser alterados ou
retirados se houve r, claramente, pre-
juízos importantes relacionados a eles.
do pacie nte nao acredita r q ue tem
alg um proble ma. Just a me nte por
Issc. a psicoter a pia - e mbo ra po r si
só nao seja suficiente - te m pa pel
to lerada, algo q ue cla rame n te atete de admitir q ue está docnte e justifica a euforia cxcewiva ser muito carac-
scu cotidia no , cssa tristeza pode se r sua condfcéo co m argu me ntos co rno terística e ev ide nte nesses quadros.
considerada exccsviva. Em gcral. as desemprcgo, solid áo, diñculd ades ela nem scmprc es tá prese n te num
pessoas tém rnais dlficuldade para financeires ou a inc o rnpreens ño de e pisodio man íaco . O s síntomas maís
d ife renciar a tristeza chamada no r- pessoas importantes em sua vida . O comuns sao irrit abilidade (que po de
m al de sua manífe stacáo pato lóg ica q ue essa pcs soa raramente pe rcebe é deri va r para agressívídade ocasio nal)
(típ ica d a depresséo) quando ela su r- que outros passam por c ircuns tanc ias e híperatrvtdade. Outros síntomas da
ge ap ós urn eve nto justtftcével. como similares e podcm reagir de outras rna- manía sao a dirmnuicáo da neccssld adc
a perda de UOl en te qu erid o , o que net ras - e que v árias deseas süu acócs de: so no, auto-estima repe nt ina mente
poder la jus t ifica r p len am ente urna pod cm se r con seq üéncía e nao causa elevad a, fala excesstva, díficuldadc
tri st e za rna¡s intensa e duradoura da melancolía ern toca r a ate ncáo e c nvolvimcm o
Emb o ra esse t ipo de siru ac áo acabe com anvldadcs prazcrosas. porém
pro vocando g ra nde triste za na mai o - RISCOS DA MANIA perígoses - como compras e gastos
ria da s pessoas. passadas algurnas O te rmo "ma nía" costu rna ser enten- excessfvos, ates imp ulsivos, uso de
se ma nas o u me ses (dcpcndendo d o d ido pelos lclgos como um com po r- drogas, índíscrícócs e aum e n to d a
caso ), a te nde nci a é q ue o in d ivídu o tamc nto inu sitado e re pe ti tivo . Já anvídade sexua l.
re tome suas ativida des, apcsar da dor "m aníaco" dcscrcvc aoucle indivfduo O pacienree m mania nao pe rcebe
da pcrda e d a saud ade. Quando cssa que te m compo rt amen ta s ext re ma- a própria alterecño , tcru a im prcssáo
triste za se pro longa e , pnncipalmen- me n te desviados da no rm a aceita, de estar ext re m ame nte bem, como
te, se a tristeza inte rfcrc na vid a do gcralrncnte assocíados a perversóes. se vivcssc a rncl hc r fase de sua vida.
indiv ídu o , pro vavelmenre se tra ta de Para pro fissiona is d a área da saú de. Para ele, sao os out ros qu e tero pro -
um síntom a patoló gico . por érn, o termo "m ama" re presenta blemas. Em alguns casos, a pessoa
Multas vezes, a pcssca que sofrc o pó lo eufórico d o transtorno d e nessc estado, corn agrcssívídad c e im-
de tristeza pato lógica tem difículd ade humor. O curio so é que , apesar de pulsívídadc exac er badas, prec isa se r
52 MENTEIiICEREBRO M AR<;:02008
A pessoa ern
mania nao nota
fundam ental par a ajudar a pessoa bili ta~ao, com foco na "pskoed ucáo",
a se co nhe ce r me lho r, ficar ma is Ne sse mo me nto, o eco mpe nha -
alterac óes, tem a
ate nta a si, a prende ndo a reconhecer me nto psicológ ico cost uma ser de - impress áo de estar
sinto mas. Urna fu n~Ao importante da cisivo numa tar efa tao difícil quanto
ter apia é favorece r O com promeli- necessérta: a reconstru cáo da vida bern, para ela, sao
mento do pacie nt e com o tratame nto penoa l após um e pisódio afetivo, já
farm acológico, já qu e urna das prl n- q ue apó s urna ccorr énda grave da
os outros que t érn
clpais cau sas de crtses ~ o abandono dcenca é comum q ue a pe ssoa se problemas
de Iratamento. sint a em ocionalmente mu ito ateta-
Nas fases agudas da doenca, po- da. Ao melhorer; se constata q ue a
rém. O papel do psicólogo ~ )uportivo, vida profissiona l e a social podem ter
restringe.se ao apoio, com técn icas sido seriame nte abalada s e relaciona- cnanvidade e soctahzacáo. Ma .. há
de alívio do sofrimen to q ue facilite m mentos corn conjuge. filhos, a migo s um fato relevante. a hípornania é um
a eoesao ao tratamento med icamen- e fam ília de oríqem, deter iorados. indicador de Que a pessoa sof re de
toso, deixando para seg undo plano a Nos casos mets graves, é necess é- tra n..tomo bipolar.
necessidade de buscar ou discutir sen - rio o a uxílio de um acompanha nte
tidos psíq uicos para as crees, ¡á que os te re p éu ucc o u de um t erapeut a ESTADOS MISTOS
sintom as intensos do paciente tornarn oc upacio na l q ue a jude a pe n oa a Os slmomes d o tranctomc bi po lar
improdutivo o processo te repéuuco recobrar habilid ades simples, co mo nem ccrnp re se apresentam em blo -
mais apt'ofundado. Após a fase aguda, tom ar banho wzi nha ou ir 01 0 ban co ca, corno típico.. de de presséo ou
se faz necessénc um períod o de rea- saca r dinheiro. manta/htpomama. Compo namcruos
maníacos podcrn apa rece r no meio de
um epicódio depre..sivo - e vice-versa.
p ro tegi da d e ..i rm.....ma . j,1 que ne,..a pa ra ficar pa rada. nao con..egue se Quando exis te e....a "m¡..tu ra", o rece-
fase d o tran..to rno po d e comete r atoe co ncent rar cm urna única anvidadc e nhcdmcnto e o tratameuto fieam con-
dos quals se arre pc ndcr é no fut uro , sed¡..trai com facilídade. AIJ.luns che - fusos . co m quad ros depressivos cm
da¡ a ncce....idadc de intcr nacác e ru ga rn a epresentar ilu..óes auditi vas ou q ue a agit31030 é mareante, qcc oodem
dcrcrrntnadas ..ituac óc... É comum vtsuaiv e mamfc..tar cornponamcnrcs pio rar com o uso de antide pre..sívcs .
que, a p¡)~ o t érmino de urue cr t..e de paranoic os. E.... t'S stn tomav po dcru scr e mamas cum id é¡a.. depressfvas que
manta. o pac ie nt e ..e envcrgonhe de confundidos com 0 .-. de csoulzofrcnia. ..30 confundida.. com depressñ o. No
..uas amude.. (vtrqw,.{ro ,'fim,,). princi palm ent e se OCO ITC Ill no inicio cornec,:o do s éculo XX, o psiqui atra
A eu for ia pode ser defin ida corno d a docnca. Tamhém há probabilidade alcmño Ennl Kracpclin, que defimu
urna alegria cxcc....iva e e xag e rada , de ..u rgir críces de anocdade. de pám. a bace do.. d iag n ósticos psiquiá tricos
q ue ..e mantém inde pendc nremc me ca (com mal-e ..tar físico pro nun( iado , arua¡s, já tin ha desc rito lima s ér¡e
dos 3Contec ime ntO'> externo... A pes- ..udore\(', taqu ica rdia , falta de a r, de va ria¡;i'K:s dO'> ch am adO'i -es tados
'>OJ Ilt...~ (,....tado aprt"'>('nla ol imi\l1lO vcrti gem etc. ) ou sintoma.. o b..es..i- m i..tos -. Trat a-se de um a fom la po ·
exacema do e 'le relaciona cOln pc-.1oOa" vos. N em todas cs.-.as m an ifc..... t~ñes te ncial men te g rave do tra nsto rno,
com muita facilidade, prindpalrnem e aparecem cm llma cr;<>ede mania, m as po i.., qua ndo há m i..tu ra de ag itac,:ao
quando '>C trala de estranh!:)f,. Na<> for- podem dificultar o diagnÓ\tlw . e pensarncntO'> de morte temperad o<;
ma.. mai.. J.,'fav~, c hc~a a acredilar que Te cn ic amen te , a h ip o m a n ia é com grande im pu lsiv idade, í> risco de
pode c;er famo<.a . ÉcomUl11 Quc ocorram urna fa"t' de m ania mai.. leve, com OCOITe'r ~ idd io é enorme. "'0<
muda "Vls súhitas <k hu mor: quando <oc 0\ mt-..mos ..intoma.., porém meno!>
kmhra, porcxcmplo, da mort e da m.1c, intenso.-. e evidente... Na prálica, PARA CONHlCER M
irrompe (,'111 pranlCK, par a depoi.. dc pode 'oCr considerada -invisíve r . poi ..
algum minutO'> conlinuar a rir. em ge ral pa..sa des pe rcebi da e pode Enigma bi pol ar _ Conseqüendas,
d iagn ósticos e t ralamentos d o
A pe'>'iOa le nta fazcr mui la.. coiYS <,er interp relada wmo urna fa~ de transtomo bi po lar. Teng CheiTung.
ao m~mo te mpo, 1em dificulda d t" ma io r produ ti vidade no Irab alh o , MG Edito res. 200 7.
WWW.MENTECEREBRO.COM.BR MfNTC&CÉREBRO S3
POR LEE FU-I
i
•
so no-vigflia e presc ricáo de est imulantes e antideprcssivos podc m
an tccipar a expressño dos sintornas maníacos.
falta de rotina, acesso a est ímulos, na expressáo de smars e ruanifcstacócs urna vez q ue sín to mas presentes em
miliar ruptura d o ciclo scno-vtqñta e
prescril;ao freq üente de estlm ufante s clínica'>. Também vanarn CO Ill a ldadc transtomos disruptivos (hip cranvída .
e antidepressivos. Ah~m dtsso, o uso
mais preccce de álcool e drogas pode
agravar os sintomas ou an tecip ar o
desenvolvimen to do distu rbio.
• O l B em jovens costu ma se LEE FU-I é méd ica supervscra d o Servirc de Psiquiatría d a Infancia e da Ad ole scencia
manifestar, primeiro , CDm um quadro e Coord enadora d o Am b ulatór io de r raostomc Afetivo (ATA) d o Inst ituto de Psiquiatría
depresslvo. Cerca de um terco dos d o Hosp it al das Clínicas da Faculdad e de M edicina d a Universidad e d e Sao Paulo.
pacientes com o transtomo de inicio
prec oce ja este ve Intern ado e menos de Este artiq o fo¡ adaptado d o livro Translorno bípolor na infancia e Odo1eSCf?ncia, com
35% recebe u educa~ao es pecial. autor izat;ao da Segmento Farma.
__..1f
a
assocuda mandestecáo de uma séne
de dl\türbicJ<. psíqutérncos. principal-
me nte depressáo , transtornc, de co n -
EQUívoco: ad ultos muititi vezes lk-sc:omideram o d'l<lCJ"IÓ'tico de TBe in$i~tem que Oi dure. anorexia nervosa , aros suicidas,
jowoos wjam tratados com ~ para TOAH visando rndlofar rendilllffito eKola r abe-o de drogas e difculdadc e-colar.
Analisen do urn a amovtra na o -
DUAS É importante que '>C' avaliem os falo , cl ínica de ena ncas e adolesc entes.
res de risco . Por cxernplo . ..internav concratoc .sc urna relacác de even tos
POSSI BILlDADES dcprcsst vov e hrpcmen facos. com maiore.. re pent inos, ocomdo, num
lB TIPO I - manife st a ~ ¡ o atencáo especial no, estados m istos e perfodo de dais 01 110\, com a mudarca
na qual o cor r em um o u síntomas psic éricos . tentativas p révia s de comportarncn to e problemas cmo-
ma is epi sódios maníacos o u de su icid io , abu..o fí..reo. emocional cíonatc cxplrcitoc, além de urna liga<;ao
mist os. Afeta apena s 1% da ou sexua l, abu ..o de su bs ta nc ias ..ignihcativa e nt re acontccirnentov
pcpu tacác e a presenta fa ses pstcoenva.., g rau de im pulcividade , regauvo, e mamfesracócs de problc -
de ma nia plen a, qu e pode presenca de arma.. de fogo c m casa e ma~ cm ocionai-, c co mportamc rua¡c.
da r l ug ar a urn a profu nda falta de suporte farml¡ar. Ixtudov de monstrarn também 1I1<1 iOl
depressac. Ne na fo rm a sao ()., pai.. também dcv cm ser críen - incidencia gera l de transtornos po;iqui-
co m uns síntoma s pslcótlcos, tados quanto aos ..inais que denuncíam éuico, no ambiente fam iliar de pe...soav
corno delirios e a l u d na~6e s. urna po,..ívcl idcacáosuicidados fil hm CO tl1 problemas memais. dcwio ou