A LINHA DE LECHER E SEU USO PARA UMA EXPERIÊNCIA

DIDÁTICA DE ELETROMAGNETISMO

Josué Tadeu Borba1; Ângelo Antônio Leithold2 & Marcelo Alegria Brunning3
1
Professor Orientador do presente trabalho
2
Aluno do Curso de Física (Astronomia)
3
Aluno do Curso de Física (Astronomia)
Física Prática / Laboratório de Física / Física ênfase Astronomia/ Segundo Ano/ Quarto Período/
Faculdades Integradas Espírita - FIES

Resumo - Este texto apresenta um exemplo do uso linha de Lecher para experimentos didáticos de
radiofreqüência e propagação de ondas eletromagnéticas.

Abstract - This paper shows an example of the use of Lecher line for educational experiments and
propagation of radio frequency electromagnetic waves.
.

(Palavras-chave:Lecher line, linha bifilar, campo elétrico, campo magnético.)

Introdução corrente. Também foram usadas lâmpadas de

filamento de 12V e 0,1A em cada sensor.
O presente artigo apresenta uma
experiência executada no LACEC (Laboratório
de Construção de Equipamentos Científicos),
onde foi construída uma Linha de Lecher, com
a finalidade de comprovar numa linha de
transmissão bifilar a propagação de ondas e
verificação visual, através de sensores com
lâmpadas de tensões e correntes induzidas. Figura 1-Sensor de tensão. Figura 2- Sensor de corrente.

Método
No sensor de corrente, o fio da bobina
A linha de Lecher foi montada com pôs em curto-circuito a lâmpada, não ocorreu
duas barras de cobre com dois metros de tensão induzida. Para medir o comprimento de
comprimento, dispostas paralelamente a 5 onda, a freqüência utilizada foi 150 MHz. Para
centímetros de centro a centro, com cerca de alimentar a Linha de Lecher foi utilizado um
um centímetro de diâmetro cada, operando na transceptor de VHF com 50 Watts de potência,
freqüência de 150 MHz (VHF - Very High através de um balun de ¼ de onda, conforme
Frequency). Foram construídos dois sensores, a figura 3.
um de tensão, outro de corrente, dispostos nas
barras paralelas de forma a ser deslocados
longitudinalmente para verificar o máximo e
mínimo de corrente e de tensão. Não havia
entre os dispositivos nenhum contato elétrico
entre si, nem com a linha. O sensor com duas
placas metálicas paralelas à linha (Figura 1) é
o de tensão. O sensor composto por uma
bobina de uma espira (Figura 2) é o de
Figura 3 - Balun de Cabo Coaxial de ¼ de onda

Depois de instalados o balun, o
transceptor e a linha ficando aberta no seu
final, carregou-se o dispositivo com
radiofreqüência para observar o Discussões e Conclusões
comportamento dos sensores, em seguida,
repetiu-se o procedimento pondo-se a linha
em curto-circuito no seu extremo, com a
finalidade verificar o comportamento do
sistema através das variações de
luminosidade das lâmpadas.
Após, para obter valores não nulos ao
longo da linha, foi inserida uma carga resistiva
com igual impedância característica da linha,
ou seja, 300 ohms. Também foi utilizada uma
antena dipolo dobrado, cuja impedância é 300
ohms na freqüência de ressonância, para
servir de carga.
Resultados
Foram testados dois sensores um de
tensão (Figura – 1) e outro de corrente (Figura
– 2), deslocados livremente em direção à
entrada, ou final da linha.
Quando ocorreu a situação de máximo
de corrente e mínimo de tensão, presentes a
um quarto de onda do final da linha, a lâmpada
do sensor de corrente manteve seu brilho
máximo, e a do sensor de tensão, o brilho
mínimo (Fig – 4).
Figura 4 - Sensor de corrente
Não houve contato com a linha, no
sensor de tensão, duas plaquetas de metal,
formaram o divisor capacitivo. O circuito
aberto, não induziu corrente, apenas a tensão
do campo elétrico, conforme a figura 5.
Figura 5 – Sensor de tensão
Deixando a linha aberta, no extremo
oposto à entrada, obteve-se tensão máxima e
corrente nula. Com a linha em curto circuito no
seu final, obteve-se tensão nula e corrente
máxima. Com terminação de uma carga
resistiva igual à impedância característica da
linha, a tensão e corrente obtidas mostraram
valor não nulo e constante em todo seu
comprimento.
A experiência, apesar de ser
executada com sucata, foi bem sucedida, pois
provou que é possível, mesmo sem recursos,
a criação de procedimentos e instrumentos de
medição. O material utilizado foi todo retirado
de equipamentos velhos, exceto as barras de
cobre que foram emprestadas de terceiros
devido seu alto valor.
O sensor de tensão, pelo fato de estar
um pouco afastado do curto circuito do final da
linha, teve naquele ponto uma pequena tensão
induzida. Invertendo a posição dos sensores
comprovou-se o nulo de tensão.
O sensor de corrente também apresentou o
mesmo problema, que foi sanado também pela
inversão da posição com o sensor de tensão.
Todos os testes realizados se mostraram
condizentes com os pesquisados na literatura.
Este é um trabalho prático, cuja finalidade é a
montagem propriamente dita, sem
matematizar, contudo, em artigo mais extenso,
é possível fazer todos os levantamentos e
formalismos, desde as medições de ondas
estacionárias ao longo da linha, como a
comprovação da polarização de antenas
emissoras e receptoras horizontais e verticais.
A maior dificuldade para a construção
dos instrumentos apresentados no presente
texto, é a falta de ferramentas adequadas no
LACEC, pois o que não é emprestado é
doado. Fora as pequenas dificuldades, o
trabalho serviu perfeitamente para o
aprendizado do funcionamento das linhas de
transmissão e propagação de ondas
eletromagnéticas.
Referências
1. LEBAR, Ron, "The Lecher Line; Used in
high frequency electronics, generation &
measurement". Available:
http://www.ronlebar.com/lecher.htm [08
set.2008]
2. University of Minnesota Physics Lecture
Demonstrations – Lecher Wires -
Available: http://groups.physics.umn.edu/
demo/electricity/5N1050.html [08 set.
2008]