Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Canindé 2016
Agradecimento
Sabe que não só a educação escolar indígena, mas com a educação em um modo geral
vem passando por grandes mudanças, viemos de um senário onde as crianças não tinha
nenhum tipo de assistência e na maioria das vezes eram vistas como adultos e tratadas
como tal. Segundo algumas pesquisas, somente a partir do século XVIII, passaram a ser
vistas como sujeitos que tinham necessidades. O processo de industrialização e
urbanização que aconteceu por volta do século XIX contribuíram de forma significativa
para que se mudasse o rumo da educação, voltada para as crianças em nosso país.
Tivemos também algumas leis que foram surgindo de acordo com as necessidades do
“Sistema”, podemos citar como exemplo a “Constituição Federal de 1988”, que
garantiu pela primeira vez na história da educação brasileira o direito de crianças de 0 a
6 anos a frequentarem Creches e Escolas, temos também o Estatuto da Criança e do
1
Adolescente (ECA), criado em 1990, que reafirma o direito da constituição, no ano de
1996 tivemos os primeiros registros de que a educação infantil passou a fazer parte do
sistema da LDB, dando assim uma ênfase maior na assistência voltada para a educação
infantil, consequentemente no ano de 1998 foi criado o Referencial Curricular Para a
Educação Infantil (RCNEI), que passou a considerar a criança como um ser em
construção. Sabe-se que são muitos os direitos assegurados aos discentes, mas na
maioria das vezes grande parte deles não são garantidos da forma correta.
Hoje, o Brasil é conhecido por ter um dos mais elevados níveis de desigualdade no
mundo, e logicamente que esses problemas sociais acabam sendo motivos que
interferem na educação do nosso país, não vivemos mais naquela época da burguesia e
do proletariado, onde uma classe operava diante da outra, estamos em sua sociedade que
se diz ser democrática, que afirma diariamente um compromisso com a cidadania, na
qual não deve-se existir distinção, de cor, raça, sexo e religião, porém, por mais que se
afirme essa ideia frequentemente, sabemos que não é bem assim, a luta para se ter uma
sociedade justa e igualitária é um dos grandes desafios da atualidade.
2
2 Desenvolvimento
3
2.2 Conversa Com o Diretor
Endereço: Gameleira
Município: Canindé
E-mail: gameleira@escola.ce.gov.br
Estado: Ceará
Quantidade de Blocos: 1
4
2.5 Infraestrutura
Meio-fio: Simbolizando
Cisterna: Sim
Iniciou-se no ano 2001 com um professor de EJA em uma sala de aula da Escola
de Ensino Fundamental e Médio Gameleira na casa do próprio professor
Em 2003 surgiu à necessidade de funcionar uma turma de ensino fundamental e
com essa carência foi contratada uma professora para a turma da EJA e o
município entrou como parceiro cedendo o prédio escolar, uma merendeira e a
merenda escolar, onde o ensino fundamental funcionava, a qual se chamava
Padre Alberto de Oliveira, no entanto no mesmo ano a escola mudou de nome
por ser Escola Diferenciada passando a se chamar Escola Diferenciada Coração
Aberta, as quais visavam formar cidadãos críticos e conscientes de seu papel na
sociedade.
Em 2007 já havia acontecido alguns conflitos entre índios e não índios e com a
visita da coordenadora da 7º CREDE ela pôde presenciar argumentos de não
índios que não queriam aquele tipo de ensino na comunidade que ali não tinha
índios e foi quando a mesma deu a opinião para que a escola passasse acontecer
na casa do professor, já que a EJA funcionava, podendo assim evitar novos
conflitos, a comunidade concordou. No mesmo ano a escola foi desligada do
município e assim conseguimos estadualizá-la.
No ano 2008 tivemos a visita do MEC, ESCOLA ATIVA, SEDUC/CREDE 07,
OPRINCE e FUNAI, os quais poderão constatar como funcionava a escola. No
mesmo ano tivemos a feliz notícia que teríamos sido contemplados com uma
escola tipo 2. Em 2010 começa a construção da tão sonhada e esperada escola e
também a contratação de outra professora, com 200 hs e 200 hs de coordenação
e a construção de uma escola, pois até então, nós só tínhamos o nome mais não
5
tinha a escola.
Já em 2011 tivemos o término incompleto da escola tendo assim um bom
acréscimo de alunos, concluirmos o ano letivo com 75 alunos mesmo
funcionando na casa do professor.
Em 10 de Fevereiro de 2012 tivemos a inauguração da escola, contratação de um
funcionário para realizar serviços Gerais e serviço burocrático.
Em 2013 devido ao acréscimo de alunos houve a necessidade de contratação de
mais 2 professores de 200 horas cada um e um porteiro.
Em 2014 através da antiga reivindicação do movimento indígena aconteceram
eleições para diretores em todas as escolas indígenas do estado do Ceará.
Contratação de mais dois professores um com 100 horas outro com 200 horas,
sendo que, o de 100 horas substituiu uma professora a qual passou a ser
Professora Coordenadora e também houve uma contratação de uma pessoa para
tirar licença maternidade do serviço burocrático. Devido ao acréscimo de aluno
houve a necessidade de abrir um anexo com 2 sala de aulas (Alpendre na casa do
Diretor), no mesmo ano a CREDE 07 visitou a escola e vendo a situação que se
encontrava os alunos priorizou de imediato a ampliação da escola
Em 2015 historicamente a escola após 14 anos de luta é reconhecida e
credenciada pelo MEC, no mesmo ano sai no diário oficial a ampliação da
escola com 2 salas de aula, LEI, sala dos professores, secretaria, diretoria e
banheiros.
6
2.7 Organização do Plano de Estagio
7
A origem histórica da etnia Kanindé remete ao chefe Kanindé, principal da tribo dos
Janduís, que liderou a resistência de seu povo no século XVII, obrigando o então rei de
Portugal a assinar com ele tratado de paz, firmado em 1692, mas descumprido por parte
dos portugueses. Como ocorriam com muitos agrupamentos nativos, seus descendentes
passaram a ser conhecidos como Kanindé, alusão ao chefe e à ancestralidade. Vieram da
região do município de Mombaça, passando por Quixadá, pelas margens do Rio Curu,
entre os rios Quixeramobim e Banabuiú, junto aos seus parentes Jenipapo, antes de
alcançar os seus locais de morada atuais. Chegaram ao Sítio Fernandes vindos da serra
da Gameleira, também conhecida como serra do Pindar, em Canindé. Culturas (prática
cotidiana).
Os povos indígenas Kanindé possuem forte cultura de caça herdada de seus
antepassados. Têm conhecimento de utilização de diversas armadilhas como o quixó de
geringonça, que utilizam para capturar mocós, tejos, cassacos, pebas, veados, nambus,
seriemas e juritis, tendo sempre o cuidado de não violar o período de gestação dos
animais. O respeito à sustentabilidade é passado de geração em geração visando à
manutenção da caça através dos tempos na busca de garantir a permanência da caça para
as próximas gerações. A tradição de chupar manga, coco catolé, e chupar maracujá do
vaqueiro e buscar lenha no mato ainda continuam na comunidade. Os Kanindés
preservam ainda a cultura de rezar terço nas casas, fazer artesanatos, visitar pessoas
doentes e ajudar os próprios vizinhos.
4 Espaço Físico
Sala de Aula: O prédio escolar possui duas salas de aula com ampla iluminação,
bem conservada, tendo aproximadamente 20 pares de cadeiras e mesas, a
ventilação acontece por meio de dois ventiladores e combobos, distribuídos por
toda sala. As mesmas são divididas por prateleiras e estantes para que se possa
haver duas turmas em cada sala.
8
Pátio\Refeitório: Esse é um espaço amplo, protegido por corrimões para evitar
que as crianças venham a cair, no mesmo encontra-se o bebedouro e uma
biblioteca móvel. Este local é utilizado também na hora do lanche, pois na
escola não existe um espaço adequado para os alunos merendarem.
5 Ampliação da Escola
Diante do número de alunos houve a necessidade de uma ampliação na escola, nessa
perspectiva o atual diretor encaminhou um ofício informando a situação da escola e os
constrangimentos que alguns alunos e professores estavam passando, a CREDE 7
estando de acordo com as colocações e após algumas visitas a escola, direcionou o
pedido a SEDUC, e após várias tentativas e muito esforço a escola foi contemplado com
a tão sonhada ampliação. A escola contará com mais:
Laboratório de informática
Dois banheiros
Direção
Secretaria
O prazo de entrega da obra está previsto para 3 meses, e teve início em dezembro de
2015, porém segundo informações a obra não será entregue no prazo previsto, pois já
aconteceram mais de duas paralisações por motivo de atraso no pagamento dos
funcionários, pelo que me foi entendido a empresa responsável não estaria realizando de
forma Coesa o pagamento dos Trabalhadores.
A escola tem o hábito de todos os dias realizar o ritual do Toré antes do início das aulas,
segundo os profissionais e alunos essa é uma maneira de se conectar com o divino
pedindo mais força e fortalecimento da cultura dentro da escola. Toda sexta-feira além
do ritual do Toré é a escola faz a execução do Hino Nacional e da cidade esse momento
é conduzido pelos próprios alunos e conta com a participação de todos os profissionais
da instituição. Além das atividades a escola realiza na última sexta-feira de cada mês
um encontro entre jovens e mais velhos da comunidade esse momento recebe o nome
9
de” noite cultural” nesses encontros são realizados trocas de experiências entre os
troncos velhos (Pessoas mais velhas) e os mais novos, além de serem exibidos vídeos e
documentários sobre a história do Povo Canindé; é importante ressaltar que essas noites
culturais são abertas ao público
8 Processo de comunicação
A comunicação na escola feita por meio de celular: (85) – (8956- 5352),e por e-mail:
(gameleira@escola.ce.gov.br).Aescolaainda possui um
blog(http://escolaindigenaeor.blogspot.com.br/) para repassar informações, histórias
sobre os povos Kanindé, projetos, eventos e pesquisas da escola) para os alunos e os
demais, na intenção de resgate e continuação da cultura existente na escola afim de uma
formação qualitativa dos educandos.
10
9.1 Matérias lecionadas
Português
Matemática
História
Geografia
Ciências
Arte Educação
Educação Física
Educação Religiosa
Língua Estrangeira
Expressão Corporal
Cultura e Espiritualidade Indígena.
10 Currículo
Atende Educação Infantil, 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental I e
II, a mesma funciona também em regime de multisseriado, sendo esse com as turmas de
4º e 5º ano.
Suas formas avaliativas são feitas através de provas escritas e orais em que a promoção
do aluno é feita através de trabalhos em grupo, pesquisa, participação, comportamento,
criatividade e seu desempenho de aprendizagem.
11
13 Escola Como Ponto de Referência
A escola é o grande centro de referência da comunidade, todas as reuniões e anseios da
população são tratadas no horário em que não está havendo aula, a mesma serve
também como um ponto de apoio que recebe uma equipe multidisciplinar de saúde
indígena no período de 15 em 15 dias, as consultas são realizadas no pátio da escola
para não atrapalhar as aulas, entretanto, na maioria das vezes a chegada e saída dos
pacientes acabam tirando a concentração dos alunos.
O corpo docente da Escola Indígena Expedito Oliveira Rocha possui um quadro de nove
professores, secretaria, diretor, merendeira, auxiliar de serviços, motorista e vigia os
mesmos possuem as seguintes formações.
Jair Sousa Rocha Cursando o nível superior em Pedagogia pela Universidade Estadual
Vale do Acaraú.
Ana Patrícia dos Santos Silva: Cursando Licenciatura em Letras pela UNOPAR.
12
Maria Aline Sousa Coelho: Ensino Médio Completo.
13
15 Organograma
Daniel da Silva
(Porteiro\ Vigia)
14
16 Projeto Político Pedagógico
Desde 2001, quando surgiu uma proposta dos índios Kanindé de reivindicarem pelos
direitos a uma educação especifica e diferenciada para suprir as necessidades do povo
Kanindé de Canindé. Começaram os primeiros passos da escola que tinha como
principal papel:
15
MISSÃO
VISÃO
Ser referência como uma rede educacional dinâmica, integrada e comprometida com a
educação escolar indígena, desenvolvendo estratégias eficientes no processo de ensino
aprendizagem com qualidade social, no alto rendimento escolar, na formação de índios
e não índios, cidadãos críticos, éticos, conscientes, capazes de cumprir com a
responsabilidade social e cultural do povo Kanindé e da sociedade em geral.
16
18 Regimento Escolar
Título I
18.1 Da natureza
Art.- A escola indígena Expedito Oliveira Rocha é um estabelecimento onde se dar o
processo de ensino e aprendizagem para o povo indígena da Aldeia de forma a mostrar a
cultura e a tradição e forma de vida do povo, levando em conta as particularidades do
povo indígena Kanindé.
17
ART.7º- O núcleo gestor composto pelo diretor, coordenador pedagógico, agente
administrativo e secretário escolar, serão submetidos inicialmente a um processo de
seleção pela comunidade indígena.
19 Diretor:
O diretor indígena indicado pela comunidade indígena deverá passar por uma
capacitação onde possa adquirir conhecimentos para o pleno exercício do seu trabalho.
20 Coordenador (a):
Caberá à comunidade indígena indicar representantes para coordenador pedagógico,
agente administrativo e secretário escolar para compor o núcleo gestor da escola
indígena.
21 Secretário (a):
ART.13º- O secretário (a) escolar indígena é a pessoa encarregada da escrituração
escolar e pessoal, arquivo, fichário, e preparação de correspondência.
18
22 Considerações Finais
Esta foi uma experiência única, no momento em que eu estava recebendo as orientações
para a realização do mesmo, pude perceber que ele contribuiria de forma significativa,
para que na pratica docente, eu enquanto futura pedagoga, exercesse de forma coesa os
ensinamentos obtidos através dele.
Os povos Kanindé veem a escola por eles construída como instrumento para a
construção de projetos autônomos, e como uma possibilidade de construção de novos
caminhos para se relacionarem e se posicionarem perante a sociedade não-indígena, em
contato cada vez mais estreito.
Pode-se notar que a gestão escolar da Escola Indígena Expedito Oliveira Rocha luta
constantemente para que os alunos recebam uma formação ancorada nos conhecimentos
tradicionais do seu povo, que possibilite igualmente o acesso à tecnologia e
conhecimentos científicos que possam subsidiar seus projetos, promovendo um
desenvolvimento social de acordo com seus valores e concepções.
19
23 Referencias Bibliográficas:
VEIGA, Z. de P. A. “As instâncias colegiadas da escola” op. cit., p. 15). IN: RESENDE,
L. M. G. de & VEIGA, I. P. A. (orgs.). Escola: espaço do projeto político-pedagógico ,
http://escolakaninde-indio.blogspot.com.br/p/origem-historica-do-povo-
kaninde.htmlpt.wikipedia.org/wiki/Canindés
20
Anexos
21
Prédio Escolar
22
Ampliação
23
Diretor
Jovens Lideranças
24
Alunos e professores
25