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ADVOGADO: LUCAS JABUR CHAVES

OAB ADVOGADO: 46248


OAB ESTADO: GO
DIÁRIO: DJGO
EDIÇÃO DIÁRIO: 2274
PÁGINAS: 101 à 101
DATA PUBLICAÇÃO: 21/07/2017
Nº. PROCESSO: 0011995-04.2016.5.18.0008
COMARCA: GOIANIA
ORGÃO: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO - DEJT
VARA: COORDENADORIA DA 3ª TURMA JULGADORA

Acórdão Acórdão

Processo Nº RO-0011995-04.2016.5.18.0008 Relator PLATON TEIXEIRA DE AZEVEDO FILHO


RECORRENTE SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCARIOS NO ESTADO DE
GOIAS ADVOGADO LUCAS JABUR CHAVES(OAB: 46248/GO) ADVOGADO MARLUS RODRIGO DE MELO
SALES(OAB: 23650/GO) RECORRIDO CAIXA ECONOMICA FEDERAL ADVOGADO GEISSLER SARAIVA
DE GOIAZ JÚNIOR(OAB: 25609/GO) ADVOGADO KERMANYA SILVA VALENTE MAIA GOULART(OAB:
20712/GO) Intimado(s)/Citado(s): -CAIXA ECONOMICA FEDERAL -SINDICATO DOS EMPREGADOS EM
ESTABELECIMENTOS BANCARIOS NO ESTADO DE GOIAS PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO TRT-RO-0011995-04.2016.5.18.0008 RELATOR : DESEMBARGADOR PLATON TEIXEIRA DE
AZEVEDO FILHO RECORRENTE : SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCARIOS
NO ESTADO DE GOIAS ADVOGADO : MARLUS RODRIGO DE MELO SALES RECORRIDO : CAIXA
ECONOMICA FEDERAL ADVOGADO : GEISSLER SARAIVA DE GOIAZ JÚNIOR ADVOGADA : KERMANYA
SILVA VALENTE MAIA GOULART ORIGEM : 8ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA JUIZ : LUIZ
EDUARDO DA SILVA PARAGUASSU EMENTA QUEBRA DE CAIXA/GRATIFICAÇÃO DE CAIXA. Os
substituídos recebem gratificação de função pela atividade de Tesoureiro destinada a remunerar o
trabalho diferenciado, não fazendo jus à gratificação de caixa, parcela restrita aos funcionários que
exercem atividade inerente à quebra de caixa, não detentores de função de confiança ou de cargo
comissionado. Recurso do sindicato autor a que se nega provimento. RELATÓRIO O Ex.mo Juiz Luiz
Eduardo Da Silva Paraguassu, da Eg. 8ª Vara do Trabalho de Goiânia-GO, proferiu sentença (fls.
2.378/2.386) julgando improcedentes os pedidos formulados na ação coletiva proposta por
SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DO ESTADO DE GOIÁS-SEEBEG
em face de CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CAIXA. O sindicato autor apresentou recurso ordinário (fls.
2.397/2.412), pugnando pela reforma da sentença que julgou improcedente o pleito de pagamento e
inclusão do adicional "quebra de caixa" na remuneração dos ocupantes da função de tesoureiro.
Contrarrazões pela ré às fls. 2.416/2.436. Sem remessa dos autos ao d. Ministério Público do
Trabalho, nos termos do art. 25 do Regimento Interno deste Eg. Tribunal. É o relatório. VOTO
ADMISSIBILIDADE Presentes os pressupostos processuais de admissibilidade, conheço do recurso
interposto pelo sindicato autor. MÉRITO GRATIFICAÇÃO "QUEBRA DE CAIXA" O d. Juízo de origem,
acolhendo a tese defensiva, indeferiu o pedido de pagamento cumulativo da gratificação pelo exercício
da função de tesoureiro e o adicional de quebra de caixa e reflexos. O sindicato autor insurge-se,
insistindo em seu pedido inicial, argumentando, em síntese, que as parcelas em questão não se
confundem, pois "Enquanto a gratificação pelo desempenho da função de Tesoureiro visa a remunerar
a maior responsabilidade atribuída ao empregado, a parcela denominada Quebra de Caixa destina-se
a preservar a intangibilidade do salário do empregado em caso de eventual diferença de numerário na
contagem dos valores." Sustenta que o manuseio habitual de numerário realizado pelos tesoureiros
autoriza o pagamento da parcela "quebra de caixa" e, tratando-se de verbas que possuem naturezas
jurídicas distintas, é possível sua cumulação com a gratificação de tesoureiro. A ré afirma que foi
extinto o pagamento da verba "quebra de caixa" desde 2004, e que, apesar de ter sido
posteriormente denominada como gratificação de função, foi criada somente para gratificar quem
eventualmente exercesse a função de caixa. Obtempera que a parcela não é devida aos tesoureiros e
que, o valor da gratificação recebida por estes empregados remunera as atividades e mitiga os efeitos
do risco por diferenças de caixa. Examino. Analisados os termos do Manual RH 053, invocado pelo
recorrente, é possível concluir que, diversamente do que sustenta, o direito de quebra de caixa não se
estende a outros empregados que não exerçam a função de caixa bancário (atividade inerente à
quebra de caixa-item 8.4- ID. 12e3d2f-Pág. 7), exatamente pelo fato de este profissional encontrar-se
exposto a risco maior quanto à ocorrência de diferenças no numerário, porquanto seu ritmo de
trabalho é ditado pelas demandas e número de clientes a serem atendidos. Deste modo, o pagamento
da quebra de caixa justifica-se tanto pelo risco de prejuízos (descontos salariais), no meio bancário
em geral, quanto pela responsabilidade envolvida em suas atribuições (observando-se o regramento
interno da ré). Dado que a atividade de tesoureiro não envolve a manipulação de numerário em
condições adversas como as enfrentadas pelos atendentes de caixa, incabível estender-lhes o direito
ao adicional em comento, pois não verificado o suporte fático do adicional de quebra de caixa. Com
efeito, a gratificação que recebem os tesoureiros já visa retribuir a responsabilidade pela coordenação
e execução das tarefas de retaguarda da tesouraria da agência, inclusive o controle de numerário,
pertinentes à atividade que desempenham. Outrossim, a norma interna RH 060 estabelece no item
3.5.3 que "É vedada a percepção de valor relativo à quebra de caixa por empregado designado para o
exercício de cargo em comissão ou função de confiança" (ID. 6f1ad14- Pág. 20). Assim, à míngua de
norma legal, coletiva ou regulamento da empresa que autorize a cumulação da função gratificada com
a "quebra de caixa" requerida, não há de se falar em pagamento da aludida parcela aos empregados
que exercem o cargo de tesoureiro. Essa matéria já foi objeto de análise por este Colegiado, no
julgamento do RO-0010852-41.2013.5.18.0054, no qual também restou indeferida pretensão similar
à aqui postulada, em acórdão lavrado pelo Des. Daniel Viana Júnior, cujos judiciosos fundamentos,
aqui transcrevo: "A análise dos Regulamentos de Pessoal da Caixa Econômica federal-CEF demonstra
que é possível o exercício de FC/CC/FG de forma não efetiva ou efetiva, conforme já se nota do RH
001 da empresa, que, em seu item 3.9.2, dispõe que 'a função gratificada/cargo em comissão/função
de confiança em caráter não efetivo são computados na remuneração de férias, quando o exercício
ocorrer por período igual ou superior a 180 dias consecutivos e imediatamente anteriores à data do
início das férias' (fl. 1.077), bem como do RH 016, que em seu item 3.3.7.2 estabelece que 'durante o
afastamento por gozo de LP são assegurados ao empregado todos os direitos e vantagens inerentes
ao seu cargo efetivo e à função gratificada/cargo em comissão/função de confiança que exerça em
caráter de titularidade' (fl. 1.095) Dessa mesma forma dispõem várias outras normas internas da CEF
(confira-se, por exemplo, o item 3.17.9.1 da RH 020, fl. 1.113, ou mesmo a tabela de fl. 1.212, da RH
115.032, rubricas de crédito 274 e 275. Nos termos da RH 184.025: '3.1.1 O exercício de FG ocorre
por meio das designações a seguir: -designação em caráter efetivo-exercício das atribuições inerentes
à FG, na condição de titular, por prazo indeterminado; -designação em caráter não efetivo-exercício
das atribuições inerentes à FG, na condição de substituto, durante a ausência do titular, ou por prazo
determinado, na vacância; -designação de substituto eventual-identifica quem responde pela equipe
e/ou atividades na ausência do titular; -designação de FG por minuto-exercício das atribuições de
avaliador de penhor, caixa e tesoureiro executivo por empregado não titular dessas FG, utilizando o
saldo de minutos da unidade.' (fls. 175 e1.484) Ainda nos termos da mesma norma interna: '3.14.2
EXERCÍCIO NÃO EFETIVO DE FUNÇÃO GRATIFICADA E EXERCÍCIO DE FG POR MINUTO 3.14.2.1 O
empregado não titular de FG designado, em caráter não efetivo, faz jus ao pagamento do valor do FG
que estiver exercendo, proporcional aos dias de exercício da FG devidamente registrados no SISRH.
3.14.2.2 É vedado o pagamento integral dos valores de FG efetiva e não efetiva para um mesmo
período. 3.14.2.2.1 Na situação em que o empregado designado em caráter não efetivo é titular de
FG: -é efetuado somente o pagamento integral da FG efetiva; -é efetuado o pagamento integral da FG
efetiva acrescido da diferença entre a FG efetiva e não efetiva, se o valor da FG não efetiva for maior
que a da FG do qual o empregado é titular. 3.14.2.3 As normas de remuneração de exercício não
efetivo de FG se aplicam ao exercício de FG por minuto.' (fl. 1.493) Note-se que a vedação contida no
item 3.14.2.2 já supra vinha expressa na RH 060, especificamente quanto à quebra de caixa
(posteriormente denominada gratificação de caixa), conforme informado pela reclamada em defesa,
verbis: 'RH 060.07: 3.5 QUEBRA DE CAIXA (...) 3.5.3 É vedada a percepção de valor relativo à quebra
de caixa por empregado designado para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança.'
'RH 060 034: 3.5 GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (...) 3.5.3 É vedada a percepção de valor relativo à
gratificação de caixa por empregado designado para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança.' Como se pode notar, das várias normas internas da reclamada, os empregados da CEF,
após aprovação em cargo efetivo por meio de concurso público, podem ser designados, mediante
Processo Seletivo Interno-PSI, para o exercício de determinadas funções gratificadas (anteriormente
nomeadas de cargos em comissão e, mais anteriormente ainda, de funções de confiança, ambas
nomenclaturas em processo de extinção). Tal designação pode dar-se em caráter efetivo (pelo titular
da função) ou não efetivo (por empregado não titular). Neste último caso, a FG é exercida em razão
de substituição do titular por não titular, ou de vacância da função, podendo ocorrer ainda, nos casos
das FGs de avaliador de penhor, caixa e tesoureiro executivo, em decorrência da existência de saldo
de minutos na unidade. O empregado não titular da FG recebe proporcionalmente pelo tempo no
exercício da função, enquanto o titular de FG que esteja em exercício de outra FG receberá apenas
uma delas, a de maior valor, em observância à norma constitucional insculpida no inciso XVII do art.
37 da CF/88, que veda o acúmulo de funções em empresas públicas, caso da reclamada. Ou seja, não
há norma interna prevendo o pagamento em duplicidade, isto é, tanto da função definitiva do titular
quanto daquela que exerceu, em caráter precário, em determinado período. Não se olvide que a RH
053, ao tratar da remuneração dos empregados da reclamada, informa o seguinte: '8 DA
REMUNERAÇÃO 8.1 A remuneração mensal do empregado, paga pela CAIXA como contraprestação de
serviço, poderá compreender as seguintes parcelas: 8.1.1 salário-padrão; 8.1.2 função de confiança.
8.2 O empregado quando designado para o exercício de cargo em comissão, perceberá, além do
salário padrão, os seguintes adicionais: 8.2.1 gratificação por exercício de cargo em comissão-GECC;
8.2.2 complemento temporário variável de ajuste ao piso de mercado-CTVA. 8.3 (...) 8.4 O
empregado, quando no exercício das atividades inerentes à Quebra de Caixa, perceberá valor
adicional específico a esse título.' (fls. 173 e 1.163) Com base na norma contida no item 8.4 supra,
várias reclamações foram ajuizadas por empregados da CEF titulares da FG de Avaliador de Penhor
(antigo Avaliador Executivo) e que, na prática, também realizavam tarefas típicas da função de Caixa
(antiga função de Caixa Executivo), requerendo a percepção da quebra de caixa. Esta eg. Segunda
Turma assentou sua jurisprudência no sentido de que é possível ao Avaliador de Penhor o recebimento
da quebra de caixa, porquanto, nesse caso, não se trata de acúmulo de cargos ou funções públicas,
mas da percepção de uma parcela pelo exercício da FG (que é a gratificação da própria função de
Avaliador de Penhor), e de outra parcela, que não se trata de gratificação por função, mas de verba
destinada a cobrir eventuais diferenças de numerário no caixa/guichê do Avaliador de Penhor em
exercício eventual da função de caixa. Nesse sentido, são inaplicáveis ao presente caso as ementas
referentes aos casos de empregados que exerciam a função de Avaliador de Penhor, citadas no
recurso dos reclamantes. Com base nas premissas fáticas em que se assentou a jurisprudência desta
Justiça Especializada, tem-se que a gratificação paga a título de exercício da FG de Avaliador de
Penhor/Avaliador Executivo não contempla o risco inerente à atividade de Caixa/Caixa PV/Caixa
Executivo, até porque as atribuições do Avaliador de Penhor não englobam integralmente aquelas
relativas ao Caixa, conforme facilmente se infere da RH 183.022, pela simples leitura do conjunto de
tarefas/atribuições do CC de Avaliador Executivo (conforme descrição de fl. 1.409), ou FG de Avaliador
de Penhor (fl. 1.339), e do CC de Caixa de Ponto de Venda (fl. 1.411), ou a FG de Caixa (fl. 1.340).
Não se infere do item 8.4 do RH 053, entretanto, que o empregado titular da FG de Caixa deva
receber tanto o valor cheio (30 dias) da função que desempenha em titularidade quanto outro
adicional pelo desempenho de atividades inerentes à quebra de caixa. Isso porque o risco da
existência, no fechamento do caixa, de diferenças de valores/numerários é ínsito à própria função de
Caixa, presumindo-se que a gratificação percebida a título de exercício da FG de Caixa já contempla o
valor necessário para resguardar o empregado de eventual responsabilização por diferenças ocorridas
no guichê de caixa que opera. Corrobora tal assertiva o fato de a gratificação pelo exercício da FG de
Caixa (e de Caixa PV) ser superior, quando comparada ano a ano, ao valor pago a título de Quebra de
Caixa (aos empregados que não exercem a FG de Caixa), conforme demonstram as tabelas de fls.
1.176/1.179. Não há nos autos nenhuma prova de que os adicionais/gratificações por 'cargo em
comissão efetivo' (quando ocupante do CC de Caixa PV) ou 'função gratificada efetiva' (quando
exercente da função de Caixa) sempre recebidos pelos reclamantes não englobassem o risco de
eventuais diferenças de numerário (que é inerente à própria função de caixa, diferentemente do que
ocorre com outras funções, frise-se). Diante do exposto, forçoso concluir que, sendo os autores
ocupantes titulares da função de Caixa, sua pretensão de receber a verba Quebra de Caixa implica a
percepção de parcela já recebida, isto é, redunda em pagamento em duplicidade e enriquecimento
sem causa, porquanto a gratificação que sempre receberam a título de FG de Caixa já resguarda os
autores do mesmo risco que a Quebra de Caixa visa a minimizar." (Data do julgamento: 14.05.2014;
DJe de 20.05.2014; destaques originais). Esse entendimento é perfeitamente aplicável ao caso, uma
vez que os substituídos exercem a função de "Tesoureiro", auferindo a gratificação respectiva. A tais
fundamentos, mantenho a sentença que indeferiu a pretensão do sindicato autor. CONCLUSÃO
Conheço do recurso ordinário interposto pelo sindicato autor e, no mérito, nego-lhe provimento. É o
meu voto. ACÓRDÃO CERTIFICO e dou fé que em sessão ordinária realizada em 06.07.2017, sob a
Presidência do Excelentíssimo Desembargador PLATON TEIXEIRA DE AZEVEDO FILHO, com a presença
dos Excelentíssimos Desembargadores DANIEL VIANA JÚNIOR e GERALDO RODRIGUES DO
NASCIMENTO (RA-24/2017), presente também na assentada de julgamento o d. representante do
Ministério Público do Trabalho, DECIDIU a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região,
por unanimidade, conhecer do recurso. Em seguida ao voto do relator, negando-lhe provimento, pediu
vista dos autos o Desembargador DANIEL VIANA JÚNIOR, devendo o feito retornar à pauta na sessão
de 13.06.2017, independentemente de nova publicação. Sustentou oralmente as razões do recurso o
Dr. Lucas Jabur Chaves. Presente na tribuna para sustentar oralmenteas razões da recorrida o Dr.
Geissler Saraiva de Goiaz Júnior. Retomado o julgamento, ACORDAM os membros da 2ª Turma do
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, em sessão ordinária hoje realizada, por
maioria,vencido o Desembargador DANIEL VIANA JÚNIOR, negar provimento ao recurso, nos termos
do voto do relator. Participaram do julgamento os Excelentíssimos Desembargadores PLATON
TEIXEIRA DE AZEVEDO FILHO (Presidente), DANIEL VIANA JÚNIOR e GERALDO RODRIGUES DO
NASCIMENTO (RA- 24/2017). Presente na assentada de julgamento o d. representante do Ministério
Público do Trabalho. (Sessão de julgamento de 13.07.2017) Platon Teixeira de Azevedo Filho Relator
VOTO VENCIDO TESOUREIRO. QUEBRA DE CAIXA Na inicial, descreve o sindicato a função de
tesoureiro e pleiteia o pagamento do adicional "quebra de caixa". A reclamada, na contestação, não
nega estar o empregado investido na função de tesoureiro sujeito ao risco de sofrer perdas
financeiras. Muito ao contrário, afirma que o valor pago a título de gratificação de função é
considerável e já "mitiga os efeitos do risco por diferenças de caixa". Confira-se: "O valor da
gratificação do tesoureiro remunera as atividades e mitiga os efeitos do risco por diferenças de caixa.
Aliás, o valor da gratificação é significativo. De fato, até agosto de 2015 o valor da gratificação de um
tesoureiro era de R$ 2.671,00 (dois mil, seiscentos e setenta e um reais) e a remuneração total
mínima assegurada (piso de mercado) era de R$ 6.160,00" (fl. 442- destaquei). Tenho, portanto,
como incontroverso o risco de o tesoureiro de sofrer perda salarial por eventuais diferenças
encontradas nos numerários que circulam por suas mãos. E, nesse caso, a jurisprudência do c. TST é
no sentido de ser possível a cumulação, in verbis: "RECURSO DE REVISTA. GRATIFICAÇÃO
DENOMINADA QUEBRA DE CAIXA. DESEMPENHO DE FUNÇÕES DE TESOUREIRO EXECUTIVO.
PAGAMENTO SIMULTÂNEO. POSSIBILIDADE. A delimitação do eg. Tribunal Regional é de que o
empregado, exercente da função de tesoureiro, tem direito à parcela -quebra de caixa-, em face do
manuseio de numerários. De outro ângulo, o Regional asseverou ser possível a cumulação da parcela-
quebra de caixa-com a remuneração da função comissionada, porquanto ambas possuem naturezas
distintas. Diante dessas premissas fáticas, não há falar em violação do art. 37, XVI e XVII, da
Constituição Federal. Recurso de revista não conhecido" (RR- 183600-19.2013.5.13.0022 , Relator
Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 17-12-2014, 3ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 19-12-2014). "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/14. ADICIONAL ('GRATIFICAÇÃO') DE 'QUEBRA DE
CAIXA'. DESEMPENHO DAS FUNÇÕES DE TESOUREIRO E CAIXA. CUMULAÇÃO DA 'QUEBRA DE CAIXA'
COM A GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SÚMULA 333/TST. A parcela adicional de quebra de caixa
(também conhecida como 'gratificação'), de origem infralegal, é usualmente paga em função do
exercício das atividades de caixa, hipótese em que o obreiro lida com numerário, sob tensão e risco
contínuos inerentes a essa função. Pode ser acumulada com parcela suplementar diversa, tal como o
adicional (ou 'gratificação') de função. Para a jurisprudência, essa cumulação não traduz 'bis in idem',
pois as verbas são pagas por fatores e objetivos diversos. Jurisprudência desta Corte. Recurso de
revista não conhecido." (ARR 4996720155200004, Rel. Mauricio Godinho Delgado , 3ª Turma, 21-9-
2016). Ressalto que o precedente de minha relatoria (RO-0010852-41.2013.5.18.0054), citado no
voto, com a devida vênia, não se aplica ao caso em discussão. Naquela oportunidade, discutia-se a
possibilidade de cumulação da gratificação de caixa executivo com o adicional quebra de caixa.
Incidentalmente, discutiu-se a possibilidade de cumulação para aqueles que exerciam o cargo de
avaliador de penhor, tão somente para afastar a jurisprudência trazida pela parte. Ademais, o
entendimento naquela oportunidade de julgamento externada acerca da impossibilidade de cumulação
da gratificação de função de caixa com a quebra de caixa restou superado pela atual jurisprudência do
c. TST, que é pela cumulação. Reformo a r. sentença de origem para deferir o adicional de quebra de
caixa aos empregados que laboram na função de tesoureiro. Dou provimento ao recurso. É o meu
voto. DANIEL VIANA JÚNIOR DESEMBARGADOR DO TRABALHO

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