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1º Frequência
30/06/03 15:30 11
Oral
23/07/03 18:30 11
Nota da Oral : 11
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
1º- Critério :
(O que não tem em linha de conta que tanto os sujeitos individuais como outras organizações
internacionais são igualmente sujeitos de direito internacional )
Este critério é um quanto ou tanto vicioso, pois, pressupõe-se que se saiba quem são os sujeitos
de Direito Internacional e consequentemente se tenha de saber quais as entidades para as quais as
normas deste Direito se destinam. Assim sendo este critério pressupõe que já se tenha fixado uma
norma de Direito Internacional com a definição dos sujeitos de Direito Internacional. Ora isto não faz
sentido porque se ainda não se definiu o que é o Direito Internacional, não podemos instituir uma
norma de Direito Internacional a definir o que quer que seja.
2º- Critério :
3º- Critério :
1º- Tese Negativista defende que o Direito Internacional não existe porque para que exista
qualquer Direito são necessário os seguintes requisitos cumulativos :
- haver um legislador;
- e que as normas fossem aplicadas pela força, ou que impusessem uma sanção.
Tese da Auto Limitação ( do Prof. Jellinek ) defende que o Estado só pode estar
vinculado às regras ou ao Direito que ele próprio admitir ou consentir.
3º- Tese Anti Voluntarista ( Posição Adoptada ) procura demonstrar que os Estados estão
vinculados ao Direito Internacional porque este é obrigatório.
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
Tese Pura do Direito ( Prof. Hans Kelsen ) entende que o Direito se justifica a si
próprio sendo a partir daqui que Kelsen constrói a teoria da pirâmide normativa, a qual é composta
por diversos patamares de normas jurídicas sendo que o fundamento de umas normas se encontra nas
normas imediatamente acima de si; e no topo desta pirâmide encontra-se a norma fundamental que se
justifica a si própria.
De início Kelsen estipula que a norma fundamental é a norma pacta sunt servanda
( os pactos ---- tratados ---- são obrigatórios ). Contudo logo surgiram algumas críticas dizendo que a
norma escolhida para norma fundamental não abrangia todo o Direito Internacional, já que deixava
de fora os costumes.
Kelsen aceita a critica e reformula a norma fundamental, passando agora a ser a
norma consuetudo est servenda ( os costumes são para se cumprir ), abrangendo desta forma os
costumes e os tratados porque a norma pacta sunt servanda ser por si só uma norma costumeira e
como tal ela seria para ser cumprida e respeitada.
Com esta tese Kelsen demonstra que o Estado não está vinculado ao Direito
Internacional porque quer, mas sim porque está obrigado.
Esta tese só é criticável num ponto que por sinal é essencial e que é o seguinte : para
esta tese todo o Direito Internacional se reduz à forma ( processo de elaboração ) não ligando ao
conteúdo das normas, o que logo torna o Direito a valorativo.
Tese Dualista defende que o Direito Internacional e o Direito Interno são duas ordens
jurídicas separadas.
Hoje em dia esta tese não tem lógica porque o Direito Internacional e o Direito Interno têm
uma relação estrita sendo por vezes difícil distinguir quais as matérias reguladas pelo Direito Interno e
quais as reguladas pelo Direito Internacional.
Se optarmos por esta tese não existiria o conflito entre estes dois Direitos porque são aqui
encarados como ordenamentos jurídicos diferentes, mas surgiria um outro problema, nomeadamente,
existirem normas de Direito Internacional que vigoram nos ordenamentos jurídicos dos Estados. Ora
como é que isso era possível sendo estes Direitos encarados como Ordenamentos Jurídicos
diferentes ?
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
Este problema é então resolvido da seguinte forma : o Estado dá autorização para que certas
normas de Direito Internacional vigorem no ordenamento jurídico do Estado. Essa autorização é dada
através da transformação das normas internacionais em normas de Direito Interno.
Esta tese tem as seguintes desvantagens :
Desta tese só se consegue retirar uma vantagem, mas essa vantagem não é relevante em termos
jurídicos, sendo sim relevante em termos políticos e que consta do seguinte :
- todas as normas de Direito Internacional têm de passar pelo crivo dos órgãos de
soberania dos Estados.
Tese Monista ( Posição Adoptada ) sustenta que só há um Direito, criando desse modo uma
relação entre o Direito Internacional e o Direito Interno, e por conseguinte, o conflito entre estes dois
Direitos.
Perante este conflito surgem duas formas de monismo para tentar solucioná-los :
Monismo com Primado de Direito Interno não tem sentido porque em termos
práticos menospreza o Direito Internacional, não tornando-o obrigatório, pois, põe o Direito Interno
acima do Direito Internacional.
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
Cláusula Geral de Recepção Plena ( posição adoptada por Portugal ) prevê que o Direito
Interno exige que o Direito Internacional tem de cumprir certas formalidades para que possa vigorar
no ordenamento jurídico do Estado ( ex. : a publicação ---- as normas internacionais têm de ser
publicadas ---- ).
Existe um outro sistema que é apelidado de sistema misto e que tem o seguinte mecanismo :
Cláusula de Recepção Semi-Plena esta cláusula tem este nome porque junta a
transformação e a recepção plena, ou seja, para determinadas matérias opta-se pela recepção plena e
noutras matérias opta-se pela transformação.
Sobre esta questão há que ter em conta o disposto na CRP no seu artigo 8º.
O artigo 8º n.º 1 da CRP prevê a cláusula de integração automática ( porque não é necessário
nenhum acto de direito interno para que a norma produza os seus efeitos ) e plena ( porque a
Constituição diz que todas as matérias de Direito Internacional vigoram na ordem jurídica interna
portuguesa ), ou seja, as normas e os princípios de direito internacional geral ou comum ( costumes e
jus cogens ) fazem parte integrante do direito português. Isto é a vigência destas normas não dependem
da sua conformidade com a CRP.
Daqui se conclui que o costume internacional e as normas de jus cogens têm valor supra
legal e supra constitucional.
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Direito Internacional Público
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O artigo 8º n.º 2 da CRP prevê a cláusula de recepção automática e plena, ou seja, as normas
constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem
interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português.
Contudo os Tratados e os Acordos têm que estar de acordo com a CRP, isto porque, o artigo
278º da CRP prevê que as normas constantes destes actos possam ser sujeitas à fiscalização da
constitucionalidade preventiva. No entanto estes actos também podem ser sujeitas à fiscalização
sucessiva ( concreta e abstracta ).
Daqui se conclui que os Tratados e o Acordos têm valor supra legal e infra constitucional.
É de salientar que este artigo também vigora para a vigência do Direito Comunitário originário.
O artigo 8º n.º 3 da CRP prevê a cláusula de incorporação automática e semi-plena ou
limitada ( só certas matérias é que vigoram na ordem jurídica portuguesa ), ou seja, as normas
emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais de que Portugal seja parte vigoram
directamente na ordem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos respectivos tratados
constitutivos. No entanto este número tem uma diferença com o anterior, pois, as normas que este
artigo se refere têm aplicabilidade directa ( logo que tomadas vigoram no Direito Interno Português ).
Isto tem como consequência o facto de estas normas não poderem ser sujeitas a fiscalização preventiva
só podendo ser sujeitas à fiscalização sucessiva ( concreta e abstracta ). Assim sendo isto gera mais
depressa a responsabilidade internacional do Estado.
No artigo 16º da CRP vigora a cláusula de recepção automática e semi-plena nas matérias que
se refiram a Direitos Fundamentais. Esta norma só fala em vigência e não em conflitos.
Reconhecimento :
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
- houver Estado ( que este contenha os três elementos : povo, território, poder
político );
- esse Estado não tenha sido formado pela força ilícita ( doutrina de Stinson );
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Direito Internacional Público
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É a partir de 1648 ( Paz de Westefália ) que surge o Direito Internacional porque a partir desse
momento reconheceu-se aos Estados o direito de decidirem o seu futuro. Mas a grande explosão
normativa do Direito Internacional só acontece com o final da II Guerra Mundial.
As Organizações Internacionais são uma realidade relativamente recente, já que existem à
pouco mais de 100 anos, e o seu surgimento demonstra a consciencialização dos Estados na
necessidade de em determinadas áreas terem de cooperar uns com os outros.
No séc. XIX surgiram algumas Organizações Internacionais que lidavam com matérias
técnicas e administrativas ( ex. : Organização Internacional das Comunicações; União Postal
Universal ).
Mais tarde surgiram as Organizações Internacionais que tratam de matérias politicamente
relevantes ( ex. : Sociedade das Nações criada pelo Tratado de Versalhes em 1919 e mais tarde a
ONU que abarca várias organizações como seja a UNICEF, FMI, OIT... ).
Em suma Organização Internacional é :
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Direito Internacional Público
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É nestes dois tipos de elementos que individualizamos as organizações internacionais que são
identificáveis a partir de quatro fases :
I Fase ( do século XIX a 1919 ) é a fase da existência da união entre Estados que ainda não
assumiram a natureza de organizações internacionais. Uniões essas cujos objectivos fundamentais
eram determinadas actividades consagradas nas uniões administrativas ( ex. : União do Reno e do
Danúbio ).
Intergovernamentais são compostos pelos governos dos Estados que são legítimos e visam
fomentar relações multilaterais de cooperação entre os sujeitos que as integram, desempenhando os
Estados membros um papel primordial na vida destas organizações.
Universais ou Para Universais são aquelas organizações que em princípio podem abarcar
todos os Estados da Comunidade Internacional ( ex. : ONU, GATT, FMI, OIT ).
Regionais ou Continentais são aquelas que vêem o seu âmbito de acção ou participação
definido, isto é, estão abertas unicamente a um reduzido número de Estados definidos por vários
critérios ( ex. : OCDE, EFTA ).
Aberto irrestrito
Integração pressupõe a existência de matérias que para serem plenamente válidas e eficazes
exigem uma maioria qualificada, ponderada ou por vezes até simples dos Estados membros.
Cada organização internacional é instituída por um tratado internacional que é conhecido como
seu direito originário. Com base nesse tratado desenvolve-se todo um conjunto de norma e actos que
emanam dos órgãos da Organização. Assim sendo a ordem jurídica de cada Organização Internacional
é composta, pois, pelo somatório do seu Direito originário ( Tratado institutivo ) e derivado
( produzido pelos seus órgãos ).
Para averiguar se uma Organização Internacional tem ou não personalidade, haverá que
recorrer ao seu acto constitutivo e examinar se dele decorrem direitos e obrigações próprios assim
como se a Organização é susceptível de produzir manifestações de vontade que lhe sejam
juridicamente imputáveis. Daqui surge a pergunta : a Organização Internacional é oponível erga
omnes ?
Esta questão foi respondida pelo Tribunal Internacional de Justiça ( TIJ ) no parecer sobre a
reparação dos prejuízos sofridos ao serviço das Nações Unidas ( ONU ) em 1949, tendo este tribunal
concluído pela oponibilidade erga omnes da personalidade jurídica internacional da mesma. Isto
porque cinquenta Estados constituem a maioria dos membros da Comunidade Internacional, como tal
tinham o poder conforme com o Direito Internacional de criar uma entidade que possua
personalidade internacional objectiva, bem como a faculdade de apresentar reclamações internacionais.
As Organizações Internacionais são normalmente compostas por Estados e apenas por estes,
mas excepcionalmente podem ser membros destas entidades a :
- Santa Sé;
Os participantes numa Organização Internacional são em regra seus membros e estes podem
ser :
- Associados ( gozam de um estatuto idêntico aos dos membros de pleno direito, com
excepção do direito de voto );
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- Exclusão Forçada ( esta exclusão consiste num processo específico e decorre pelo
facto de um Estado praticar actos contrários aos tratados );
- Retirada Voluntária ( esta forma de exclusão por regra não se encontra prevista nos
tratados constitutivos das Organizações Internacionais e corresponde à :
Excepção do Domínio Não Reservado esta excepção tem a ver com o facto de os Estados
reservarem matérias interditas à actividade das Organizações.
Particularmente durante as décadas de 50 e 60 os Estados não se cansaram de protestar contra a
intromissão das Organizações Internacionais nas suas questões domésticas ( ex. : o conflito entre
Portugal e as ONU acerca da competência para determinar se um território é ou não do tipo previsto
no artigo 73º da Carta das Nações Unidas ( CNU ), pois Portugal sustentava que essa competência
fazia parte do domínio reservado do Estado enquanto sucessivas resoluções da Assembleia Geral da
ONU defendiam que essa competência pertencia à Organização ).
Tais conflitos só poderão ser resolvidos pelo jogo das forças políticas, embora sejam na base
diferendos especificamente jurídicos. Note-se todavia que nos últimos tempos, de modo talvez a querer
assinalar uma maior limitação auto consentida da soberania dos Estados membros em face de uma
maior absorção pela ONU de matérias que até há bem pouco caíam no seu domínio reservado, eles não
têm invocado esta excepção perante situações em que sem dúvida, o fariam há duas ou três décadas, o
que quer significar uma maior internacionalização de assuntos que até há pouco tempo eram internos e
correspondentemente a uma maior limitação do âmbito do domínio reservado ( ex. : pense-se nas
resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU condenando o Iraque pela ocupação do
Kuwait até ao extremo de criarem condições para uma intervenção militar no seu território... ).
- Competência de Gestão;
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O princípio mais geral é o da igualdade de voto : cada Estado membro terá um voto. Este
sistema deriva da regra da igualdade soberana dos Estados proclamada pelo artigo 2º n.º 1 da CNU e
representa a transposição para a cena internacional da regra básica da democracia intra-estadual, um
homem um voto. Mas corresponde a uma visão abstracta da Comunidade Internacional e com o
alargamento desta mostrou-se profundamente desajustada à realidade. Por isso cedo se passou a levar
em conta a desigualdade real entre os Estados e para tal introduziu-se o voto ponderado.
Como é característico da personalidade colectiva, os órgãos das Organizações Internacionais
têm como titulares indivíduos, cuja vontade é juridicamente imputada à organização. E esta imputação
pode dar-se por dois títulos diversos, conforme o indivíduo cuja vontade psicológica está na base da
vontade normativa da Organização pertence à categoria :
Terminada a I Guerra Mundial surge sobretudo por influência norte-americana a ideia de que
para a manutenção da paz seria indispensável a edificação de uma organização política de carácter
universal. Assim para materializar tal ideia celebrou-se o Tratado de Versalhes que instituiu a SDN
( Sociedade de Defesa das Nações ) que tinha como objectivos :
A base da SDN era dado pelo princípio da soberania dos Estados, o que fez com que a
organização agisse segundos métodos de mera cooperação, assim como a exigência da unanimidade
faz com que a SDN fosse um quadro para a actuação internacional dos Estados plenamente soberanos.
Isto aliado às circunstâncias políticas, nomeadamente :
- não participação dos EUA na SDN ( os EUA tinham sido os seus principais
impulsionadores, mas o Senado não ratificou o Tratado );
fez com que enquanto que a SDN preconizava o desarmamento, assistia-se ao rearmamento intensivo
assim como enquanto condenava a anexação violenta dos territórios, esta era praticada na Europa e na
África.
Todos estes factores fizeram eclodir a II Guerra Mundial ditando a extinção da SDN, pois ela
foi impotente para presidir à paz. Contudo tal experiência demonstrou que para a preservação de uma
paz futura teria que se arranjar uma estrutura mais eficaz com poderes mais amplos. Assim em 14 de
Agosto de 1941 o Presidente dos EUA e o Primeiro-ministro do Reino Unido reunidos a bordo de um
navio de guerra no Oceano Atlântico aprovam os oitos artigos da Carta do Atlântico onde se
consignava :
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Em Ialta no ano de 1945, a URSS, os EUA e o Reino Unido decidem a repartição de esferas de
influência na comunidade internacional, entre os quais a consagração em seu benefício do direito de
veto no Conselho de Segurança.
Conjugadas as duas conferências ( Conferência de Dumbartin Oaks e de Ialta ) é elaborado o
projecto definitivo da CNU que depois é submetido na Conferência de S. Francisco onde é assinada a
26 de Junho de 1945 e entra em vigor a 25 de Outubro do mesmo ano.
Em anexo à CNU está a DUDH ( Declaração Universal dos Direitos do Homem ).
Ao longo dos tempos a ONU passou por várias fases :
II Fase ( 1955 – 1975 ) período fértil em movimentos anticolonialistas onde a ONU através
de resoluções aprovadas com maioria do bloco afro-asiático recomendam as descolonizações
invocando o princípio constante da CNU, nomeadamente : o princípio da autodeterminação dos
povos assim como o respeito pelos direitos fundamentais.
Invocação e aceitação do instituto da legítima defesa preventiva que não está expressamente
consagrada na CNU ( Guerra dos 6 dias ---- entre Israel, Egipto e a Síria ---- ).
IV Fase ( 1992 – até hoje ) é um período de renovação criando-se agendas para a paz,
operações de paz, fim do apartheid e pacificação da América Central.
A guerra do Golfo foi expressamente autorizada pela ONU.
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Para além dos objectivos a ONU tem os seguintes princípios gerais que vêm elencados no
artigo 2º CNU :
Positivos :
Princípio da Igualdade Soberana dos Estados ( é afirmado como princípio geral do Direito
Internacional encontrando aplicação na Assembleia Geral das Nações Unidas, mas sofre derrogação
no Conselho de Segurança );
Princípio da Boa Fé nas Relações entre os Estados membros;
Todavia, o artigo 2º da CNU não enuncia expressamente todos os princípios gerais da ONU,
pois para além dos que ali são representados surge-nos o princípio da universalidade da
Organização, pois, esta procura abranger a totalidade dos Estados do globo, quer sejam ou não seus
membros. Este princípio está imanente no artigo 2º n.º 6 da CNU onde se estabelece o dever de os
Estados não membros se conformarem na sua actividade com os princípios da organização, assim
como o artigo 103º da CNU afirma a superioridade da CNU sobre as obrigações contraídas no plano
bilateral pelos Estados membros, incluindo aquelas obrigações que resultarem de acordo entre um
Estado membro e um Estado não membro da ONU.
Negativos :
Princípio do Domínio Reservado dos Estados Membros ( artigo 2º n.º 2 da CNU ) este
artigo impõe que nenhuma disposição da CNU autorizará a ONU a intervir em assuntos que dependam
essencialmente da jurisdição de qualquer Estado, ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos
a uma solução nos termos da presente Carta. Contudo este princípio não prejudicará a aplicação das
medidas coercivas constantes do capítulo VII.
Deste artigo surgem várias questões :
No entanto na prática os órgãos da ONU têm levado sempre tais questões à Assembleia
Geral que aprova várias resoluções.
Na nossa opinião o termo intervenção é a de evitar os efeitos políticos das apreciações
de tais problemas pela ONU.
- Quais são na verdade os assuntos essencialmente internos ? Sob este prisma têm
sido fundamentalmente propostos dois critérios para levar a cabo a determinação do conteúdo material
do domínio reservado do Estado, nomeadamente :
Na prática a ONU aplica um ou outro critério optando por aquele que lhe dê
competência para actuar.
Princípio da Legítima Defesa ( artigo 51º da CNU ) este princípio tem sido
tradicionalmente admitido pelo Direito Internacional comum tanto pela via dos princípios gerais como
pela do costume, e com origem no Direito Natural.
Contudo a sua consagração na CNU tem um alcance mais restrito do que o entendimento
tradicional deste direito, dado que a legítima defesa surge-nos aí como direito transitório dos Estados
membros que apenas poderá ser exercido :
- e tem que dar conhecimento de tal facto ao Conselho de Segurança assim como das
medidas que tiver adoptado no exercício de tal direito;
Se algum dos requisitos não se verificar deixa de haver legítima defesa para passar a existir
excesso de legítima defesa, o que equivale a uma agressão e portanto gera responsabilidade
internacional.
Deste artigo é necessário explicitar o que se entende por :
- aplicação pelo Conselho de Segurança das Medidas Militares ( artigo 42º da CNU );
2º Via : Solução Pacífica dos Conflitos vem também previsto no artigo 1º n.º 1
conjugado com o artigo 33º n.º 1 da CNU que estatui as seguintes formas :
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- Bons Ofícios não está previsto no artigo 33º n.º 1 da CNU e consiste na
intervenção de uma terceira entidade que pode ser um Estado, a Santa Sé, uma Organização
Internacional, ou uma individualidade de reconhecido prestígio que põe as partes a negociar ou fazê-
las recomeçar as negociações interrompidas.
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3º Via : Medidas previstas no Capítulo VII da CNU pode acontecer que os meios
previstos para a solução pacífica dos conflitos não consiga por termo ao litígio. Nesse caso o sistema
da CNU impõe que se lance mãos das medidas para pôr termo à ameaça à paz, à ruptura da paz ou aos
actos de agressão. Tais medidas são :
- Medidas Provisórias ( artigo 40º da CNU ) estas medidas visam evitar que
a situação se agrave convidando as partes interessadas a aceitarem essas medidas que consistem em
meras recomendações e que não envolvem qualquer condenação.
- Sanções Não Militares ( artigo 41º conjugado com o artigo 39º da CNU )
são sanções fundamentalmente económicas e diplomáticas sendo verdadeiras decisões onde convidam
os Estados membros a aplicar as decisões tendo força obrigatória.
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A Protecção dos Direitos do Homem uma das primeiras realizações da ONU na matéria foi
a aprovação pela Assembleia Geral da DUDH em 10 de Dezembro de 1948. Tal declaração foi
completada e desenvolvida pelo :
Para além destas declarações e pactos existem outras declarações e convenções aprovadas pela
Assembleia Geral sobre as mais diversas matérias ( ex. : convenção internacional sobre a eliminação
de todas as formas de discriminação racial, a convenção relativa aos direitos da criança... ).
- o referendo;
O Estado deverá contar com a assistência da ONU se a solicitar como refere o TIJ no seu
parecer de 16 de Outubro de 1975.
Membros :
Todos os membros da ONU são Estados, sendo o seu estatuto regulado nos artigos 3º a 6º da
CNU.
Os artigos 3º e 4º da CNU prevêem duas categorias de membros :
Contudo neste ponto a vontade dos autores da CNU não tem sido respeitada,
dado que são hoje membros da ONU Estados exíguos ---- ex. : São Marino e o Principado de
Liechtenstein );
Uma vez admitidos não existe qualquer diferença de estatuto entre os Estados admitidos e os
originários como impôs o TIJ no parecer de 28 de Maio de 1948.
Os artigos 5º e 6º da CNU prevêem a suspensão e a expulsão de Estados membros, nos casos
em que, respectivamente seja levada a cabo contra eles uma intervenção do Conselho de Segurança ou
hajam violado persistentemente os princípios da CNU. No entanto nenhum Estado foi até hoje expulso
da ONU, tendo existido apenas suspensões ( ex. : África do Sul em 1974 por causa do apartheid ).
A CNU é omissa quanto à possibilidade de recesso ou saída voluntária de um Estado Membro
da ONU no entanto tal direito não pode ser afastado por completo porque na Conferência de S.
Francisco muitos Estados o reivindicavam. Então a solução encontrada foi uma declaração em que
impôs que o recesso só seria possível mediante determinadas circunstâncias :
- ou então no caso de uma emenda à CNU não ser aceitável para um dos Estados
membros;
Os Estados membros gozam essencialmente do direito de verem acatadas pelos outros Estados
as obrigações que resultam da CNU.
Quanto aos Estados não membros a CNU exclui esses Estados de puderem chamar a atenção do
Conselho de Segurança para qualquer situação susceptível de por em perigo a paz e a segurança
internacional, pois só o poderão fazer se forem parte na controvérsia e desde que aceitem previamente
as obrigações de solução pacífica previstas na CNU.
- Assembleia Geral ( AG );
- Conselho de Segurança ( CS );
- Conselho de Tutela ( CT );
- Secretariado;
Assembleia Geral a AG é composta por todos os Estados membros da ONU nos termos do
artigo 9º da CNU.
A AG tem uma sessão ordinária por ano ( que se inicia na terceira terça-feira de Setembro
terminando na véspera de Natal ); além das sessões extraordinárias que possam ser exigidas pelas
circunstâncias e que serão convocadas pelo Secretário-Geral nos termos do artigo 20º da CNU.
A AG funciona quer em plenário, quer em comissões. As diversas questões que fazem parte da
agenda são examinadas em primeiro lugar pelas comissões e só em seguida serão sujeitas à discussão e
aprovação do plenário. Excepcionalmente tem-se procedido ao exame de certas questões directamente
no plenário, sem passar pelas comissões quando se pretende dar ao tratamento de uma determinada
questão particular relevo e um especial alcance político.
Todos os Estados membros da ONU estão representados em cada uma das comissões.
Na AG a direcção dos trabalhos cabe ao Presidente da Assembleia Geral ( PAG ) que é
assessorado pelos restantes membros. Esta matéria está tratada no regimento da AG que fixa a sua
composição.
Os membros da mesa mantêm-se em funções até ao termo dos trabalhos da sessão em que
forem eleitos, ou seja, até à primeira reunião da sessão ordinária seguinte.
Durante muitos anos vigorou uma regra não escrita segundo a qual a eleição dos vice-
presidentes deveria obedecer à distribuição por grupos de Estados. Assim como o presidente e o vice-
presidente não seriam nacionais de Estados que fossem membros permanentes do CS.
A AG delibera por via de regra por maioria simples dos membros presentes e votantes ( artigo
18º n.º 1 da CNU ). No entanto as decisões sobre questões importantes são tomadas de harmonia com
o artigo 18º n.º 2 que impõe a maioria de 2/3 dos membros presentes e votantes, contendo tal artigo
uma enumeração exemplificativa de questões consideradas importantes. Ou seja, a AG pode atribuir
carácter importante a outros assuntos não previstos, mas quando tal acontecer, isto é para que a questão
passe a importante, a sua deliberação é decidida por maioria simples como impõe o artigo 18º n.º 3 da
CNU.
Com a referência aos membros presentes e votantes o artigo 18º n.º 2 e 3 da CNU pretende
excluir as abstenções. Por isso só são levados em conta para a formação das maiorias necessárias os
votos positivos e negativos.
A competência da AG é genérica já que nos termos do artigo 10º da CNU esta poderá discutir
quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro dos fins da CNU ou que se relacionarem com as
atribuições e funções de qualquer dos órgãos nela previstos e com excepção do artigo 12º do mesmo
diploma poderá a AG fazer recomendações aos Estados membros da ONU ou ao CS.
Contudo tal competência cede perante o carácter primacial atribuído ao CS; por isso a AG não
pode emitir recomendações acerca duma matéria que esteja pendente naquele órgão, a menos que o CS
o solicite como se infirma do artigo 12º n.º 1 da CNU.
Dentro do âmbito da sua competência genérica, a AG não toma decisões obrigatórias mas emite
simplesmente recomendações desprovidas de carácter vinculativo para os Estados membros. Por esse
motivo quando qualquer questão exigir uma actuação concreta, deverá a AG submete-la ao CS nos
termos do artigo 11º n.º 2 da CNU.
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Com o termo da guerra fria a situação vai-se invertendo de novo e a tendência é no sentido de
restituir ao CS a função primacial que a CNU lhe destinou.
- China;
- França;
- Rússia;
- Reino Unido;
- EUA;
Os outros dez são membros não permanentes eleitos por dois anos pela AG nos termos do
artigo 23º da CNU, onde tal designação deve ter em vista fundamentalmente a contribuição dos
Estados membros para a manutenção da paz e a necessidade de obter uma repartição geográfica
equitativa ( cinco Estados devem ser Afro-Asiáticos, dois devem ser Estados Latino-Americanos e dois
devem ser Estados Ocidentais e Outros ).
Portugal foi membro não permanente do CS entre 1979-7980.
O CS é o único órgão intergovernamental permanente previsto na CNU e delibera nos termos
do artigo 27º da CNU por maioria qualificada, sendo necessário :
- nove votos nas questões processuais, sendo que os votos de todos os membros têm o
mesmo valor. São questões desta natureza :
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- nas deliberações sobre todas as outras questões exige-se o voto de nove membros entre
os quais os dos cinco membros permanentes;
A distinção entre questões processuais e outras levanta sérias dificuldades, pois em caso de
dúvida é o próprio CS que delibera acerca da qualificação da questão. Mas a qualificação da questão
não é considerada uma questão processual e como tal nela intervém a possibilidade de veto, surgindo
desse modo o duplo veto : um membro permanente opõe-se a que uma questão seja considerada
meramente processual ( 1º veto ); e quando o CS discute a questão como não processual o Estado
membro opõe-se a que seja tomada uma qualquer resolução.
A competência essencial do CS é a da manutenção da paz e da segurança internacional como se
retira do artigo 24º da CNU. E para o exercício dessa competência a CNU confere ao CS duas ordens
de poderes :
Os Estados devem obedecer e cumprir as decisões do CS nos termos do artigo 25º da CNU,
embora o direito de veto de alguns dos seus membros possa paralisar a sua acção.
Como vemos a lógica institucional da CNU assenta na divisão de competências entre os dois
órgãos intergovernamentais soberanos :
- tomar as medidas necessárias para pôr termo a uma ameaça à paz ( Capítulo VII da
CNU );
- Internas :
- Internacionais :
Conselho Económico e Social é hoje composto por 54 membros eleitos pela AG por um
período de 3 anos como refere o artigo 61º da CNU. A sua competência desenvolve-se no plano
económico, social, cultural, educacional, bem como em matéria de Direitos do Homem, podendo sobre
tais assuntos dirigir recomendações à AG, Estados membros e às organizações especializadas de forma
a prepararem projectos de convenções, convocar conferências internacionais...
Contudo não tem poderes próprios de decisão.
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Direito Internacional Público
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Conselho de Tutela está previsto nos artigos 86º e seguintes da CNU e foi criado para
controlar o exercício da tutela sobre territórios não autónomos. Em 1 de Novembro de 1994 suspendeu
a sua actividade após a independência de Palau em Outubro desse ano.
Tribunal Internacional de Justiça tem as suas competências previstas no artigo 36º n.º 1,
2 e artigo 65º da ETIJ.
Do artigo 36º n.º 1 do ETIJ resulta que o TIJ pode funcionar em termos semelhantes ao de um
tribunal arbitral, ou seja, dois Estados podem decidir submeter ao tribunal uma determinada questão,
delimitando concretamente no compromisso que nesse sentido dirigirem ao tribunal o objecto do
litígio que querem que o tribunal decida.
As partes podem ainda indicar quais as regras de direito internacional que querem que sejam
aplicadas embora o artigo 38º do ETIJ enumere as fontes a utilizar, caso essa indicação não seja feita.
Recentemente tem vindo a ser utilizado de forma crescente o dispositivo do artigo 26º do
ETIJ que permite a constituição de câmaras especializadas para tratarem de questões especiais, se os
Estados interessados nisso convierem. A câmara constituída pelo número de juízes que o tribunal
determinar com o acordo dos Estados interessados.
O artigo 36º n.º 2 do ETIJ prevê os casos em que o TIJ aprecia casos que lhe são submetidos
por Estados que declaram aceitar a jurisdição do tribunal, nos termos desse dispositivo, contra Estados
que também aceitaram tal jurisdição, mas que não acordaram em submeter previamente o caso ao
tribunal.
O TIJ está instalado no Palácio da Paz em Haia doado pelo milionário americano Carnegie. O
TIJ é composto por quinze juízes eleitos por nove anos, através de uma eleição separada no CS e na
AG como impõem os Artigos 4º, 8º, 9º e 10º do ETIJ.
Não pode ser eleito mais que um juiz da mesma nacionalidade. De três em três anos procede-se
à eleição de 1/3 dos juízes sendo permitida a reeleição.
Os juízes devem possuir as qualificações exigidas nos seis Estados de origem para a nomeação
para os mais altos cargos judiciais ou serem juristas de reconhecida importância em direito
internacional ( artigo 2º do ETIJ ).
As regras processuais estão previstas nos artigos 37º e seguintes do ETIJ e nas regras por ele
adoptadas. O processo inclui uma parte escrita e uma fase oral com audiências públicas. As línguas
oficiais são o inglês e o francês, sendo traduzido para a outra língua tudo o que é dito ou escrito numa
delas.
A decisão final é proferida numa audiência pública e não há recurso da decisão. A parte que não
cumprir a decisão poderá ser compelida a fazê-lo a pedido da outra, dirigido ao CS, embora este meio
não tenha revelado até hoje resultados práticos.
Existem duas câmaras permanentes :
- uma câmara com nove membros estabelecida pelo TIJ em 1993 para julgar questões
ambientais;
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Direito Internacional Público
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Direito Internacional Público
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Contudo apesar de todas estas vicissitudes o TIJ tem contribuído de forma muito significativa
na construção do Direito Internacional através de três vias :
Por último e não menos importante seria uma efectivação ao acesso ao TIJ por parte do
indivíduo acerca de Direito Internacional imperativo nem que fosse em última instância, isto é, depois
de se esgotar todos os meios internos.
- Secretário-Geral;
Férias da Páscoa
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Direito Internacional Público
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- tem de se saber quem assinou o Tratado ( se este é composto pelo número mínimo ---- 2 ---- );
- o Tratado tem que criar efeitos jurídicos ( na nossa opinião esta concepção é ortodoxa
porque os Estados podem fazer um Tratado com regras programáticas e destas regras não resultam
nenhuns efeitos jurídicos );
- Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados ( assinada em 1969. Entrou em vigor em
1980 ---- Portugal não a ratificou, no entanto, está vinculado à Convenção porque esta não é mais
que a codificação dos costumes internacionais );
- Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados concluídos entre Estados e Organizações
Internacionais; e entre Organizações Internacionais ( assinada em 1986. Ainda não entrou em vigor );
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Direito Internacional Público
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Tratados Lei dá-se a criação de uma regra geral de Direito pela vontade comum das partes
( ex. : Carta das Nações Unidas ).
Tratados Contratos as vontades são divergentes, não surgindo assim a criação de uma
regra geral de Direito, mas antes a estipulação de prestações e contraprestações.
Tratado Bilateral é composto por duas partes ( a parte pode ser constituída por mais de
um Estado ).
Tratado Multilateral é composto por três ou mais partes. Estes Tratados podem ser :
Tratados Multilaterais Gerais são aqueles que têm uma ampla participação dos
Estados.
Tratados Multilaterais Restritos são aqueles que têm uma pequena participação
dos Estados.
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Direito Internacional Público
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I Fase : Fase da Negociação sendo o Estado uma pessoa colectiva não tem vontade própria,
daí ser necessário saber quem o representa.
O representante do Estado é escolhido de acordo com o seu Direito Interno. E é chamado de
plenipotenciário ( é aquele sujeito que apresenta a carta de plenos poderes através da qual um
Estado o considera competente para esse quadro de representação do Estado ).
O artigo 7º da CVDTEOIS refere que os titulares de determinados órgãos de Estado em razão
do exercício dos seus cargos são por si mesmo representantes do Estado não precisando de uma carta.
Esses titulares de órgãos são :
- o Chefe de Estado ( não vigora em Portugal devido à CRP );
- Chefe de Governo;
No caso das Organizações Internacionais o n.º 3 deste diploma refere que uma pessoa é
considerada como representando uma Organização Internacional para a adopção ou autenticação do
texto de um tratado ou para exprimir o consentimento da organização internacional a ficar vinculada
por um tratado se :
- se resulta das circunstâncias que a intenção dos Estados e das Organizações Internacionais era
a de considerar essa pessoa como representante da organização para esse fim, em conformidade com as
regras da organização e sem a apresentação de plenos poderes.
As negociações dos Tratados podem também ser feitas por um Embaixador desde que este
esteja acreditado no Estado onde vá negociar.
As negociações dos Tratados podem ser feitas por três vias :
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Direito Internacional Público
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Uma vez fixado o texto do Tratado segue-se a redacção deste sendo o momento em que se vai
perceber a singularidade do Tratado, ou seja, quando se faz esta redacção é porque :
- apresentação externa do Tratado ( Preâmbulo ---- explica os motivos que levaram à sua
elaboração. A nível internacional costumasse fazer a enumeração dos sujeitos internacionais
participantes no Tratado. O preâmbulo funciona como elemento de interpretação ----; Corpo do
Tratado ---- é a arrumação lógica do articulado do Tratado. Tem de dizer quando é que entra em
vigor ----; Anexos ---- contêm as disposições técnicas ou complementares e têm a mesma força
obrigatória que o Tratado ---- ).
O processo de negociação finda com a assinatura dos plenipotenciários. Contudo isto não
significa que o Estado fique vinculado ao Tratado assinado pelo seu plenipotenciário ( é o que
acontece em Portugal ). Se isto não fosse assim o Estado dizia para o seu plenipotenciário não assinar
porque não queria ficar vinculado, e isso tinha como consequência o facto de o processo de negociação
não ficar concluído porque todos Estados envolvidos nesse processo não tinham assinado.
Para evitar esta situação o Direito Internacional criou o seguinte mecanismo :
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II Fase : Fase da Autenticação esta fase significa que o Estado ou uma Organização
Internacional decidem-se vincular.
Nos Tratados Solenes existem dois momentos distintos :
- mais tarde o Estado decide-se se quer vincular ou não. Se quiser ratifica ( é o acto que
traduz a vinculação do Estado ao Tratado Solene ---- em Portugal é o Presidente da República que
ratifica como consta do artigo 135º alínea b) da CRP ).
A ratificação do Tratado Solene é feita através das cartas de ratificação. Em Portugal após a
carta de ratificação aparece no Diário da República um Decreto Presidencial que diz que através da
carta de ratificação o Tratado Solene foi ratificado e que passa a vincular Portugal.
O acto de ratificação é um acto duplamente discricionário porque :
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I Fase é a fase da negociação que compete ao Governo como consta do artigo 197º n.º 1
alínea b) da CRP.
A presença das Regiões Autónomas é obrigatória no caso de os Tratados abarcarem interesses
destas como está disposto no artigo 227º n.º 1 alínea t) da CRP.
VI Fase esta fase consiste na aprovação da resolução que consta do artigo 166º n.º 5 da
CRP.
VII Fase esta fase consiste na ratificação do Tratado ( é aquele acto solene suplementar
que é da competência do Presidente da República ) como consta do artigo 135º alínea b) da CRP.
O Presidente da República ainda tem a possibilidade de suscitar a fiscalização preventiva das
normas constantes do Tratado como está disposto no artigo 278º da CRP.
VIII Fase após a ratificação o Tratado segue para referenda ministerial que é também
um pressuposto da existência jurídica do Tratado como resulta do artigo 140º n.º 1 da CRP.
X Fase a entrada em vigor do Tratado faz-se de acordo com o artigo 8º n.º 2 da CRP.
Esta entrada em vigor depende da natureza do Tratado, isto é, se este for bilateral ( necessita
também de uma efectiva vigência na ordem jurídica da outra parte ) se for multilateral ( necessita da
sua entrada em vigor na ordem jurídica internacional ).
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Direito Internacional Público
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I Fase é a fase da negociação que compete ao Governo como consta do artigo 197º n.º 1
alínea b) da CRP.
A presença das Regiões Autónomas é obrigatória no caso de os Acordos abarcarem interesses
destas como está disposto no artigo 227º n.º 1 alínea t) da CRP.
VII Fase esta fase consiste na assinatura do Acordo pelo Presidente da República como
consta do artigo 134º alínea b) da CRP.
O presidente não pode recusar a assinatura porque esta é um acto vinculado. Contudo o
Presidente da República tem a possibilidade de suscitar a fiscalização preventiva das normas
constantes do Acordo. O artigo 278º da CRP não prevê expressamente esta possibilidade, no entanto,
ela surge de uma interpretação extensiva, isto porque, se para os Acordos aprovados pelo Governo se
permite a fiscalização preventiva, então por maioria de razão para os Acordos aprovados pela
Assembleia da República, que por regra, versam sobre matéria mais importante também deve haver
essa possibilidade.
VIII Fase após a assinatura o Acordo segue para referenda ministerial que é também um
pressuposto da existência jurídica do Acordo como resulta do artigo 140º n.º 1 da CRP.
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
X Fase a entrada em vigor do Acordo faz-se de acordo com o artigo 8º n.º 2 da CRP.
Esta entrada em vigor depende da natureza do Acordo, isto é, se este for bilateral ( necessita
também de uma efectiva vigência na ordem jurídica da outra parte ) se for multilateral ( necessita da
sua entrada em vigor na ordem jurídica internacional ).
O Governo pode aprovar todos os Acordos em Forma Simplificada, salvo se estes versarem
sobre matéria reservada da Assembleia da República ( artigos 164º e 165º da CRP ).
Este processo é composto por 8 fases :
I Fase é a fase da negociação que compete ao Governo como consta do artigo 197º n.º 1
alínea b) da CRP.
A presença das Regiões Autónomas é obrigatória no caso de os Acordos abarcarem interesses
destas como está disposto no artigo 227º n.º 1 alínea t) da CRP.
VI Fase após a assinatura o Acordo segue para referenda ministerial que é também um
pressuposto da existência jurídica do Acordo como resulta do artigo 140º n.º 1 da CRP.
VII Fase obtida a referenda o Acordo segue para a publicação no Diário da República
como está previsto no artigo 119º n.º 1 alínea b) da CRP.
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
VIII Fase a entrada em vigor do Acordo faz-se de acordo com o artigo 8º n.º 2 da CRP.
Esta entrada em vigor depende da natureza do Acordo, isto é, se este for bilateral ( necessita
também de uma efectiva vigência na ordem jurídica da outra parte ) se for multilateral ( necessita da
sua entrada em vigor na ordem jurídica internacional ).
Sobre esta matéria há que ter em conta o que a CVDTEOIS no artigo 12º e 13º estatuem.
Nos Tratados Multilaterais a elaboração do texto do Tratado pode dar-se numa Conferência
Internacional que é convocada para esse efeito ou então através de uma Organização Internacional.
Daqui resulta necessariamente que o texto não é proveniente de um acordo unânime, mas de
uma votação maioritária para a qual se exige geralmente a maioria de 2/3.
Votado o texto, este é assinado pelo presidente do órgão da Organização Internacional que
está a desenvolver o Tratado.
Estes Tratados podem ser :
Abertos são aqueles Tratados que estabelecem que outros Estados podem aderir desde que
queiram ( ex. : Convenção de Viena dos Direitos dos Tratados ).
Semiabertos são aqueles Tratados que estabelecem que a adesão de outros Estados é
possível, mas essa adesão tem de ser aceite pelos outros signatários do Tratado ( ex. : NATO ).
Fechados são aqueles Tratados que estabelecem que só podem participar nos Tratados
aqueles que inicialmente se vincularam ao Tratado ( ex. : Tratado Benelux ---- é uma união aduaneira
criada pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo ----; Tratado Anzus ---- é uma união militar criada pela
Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos ---- ).
Assim nas relações entre o Estado E / I e o Estado A / B a reserva não produz efeitos nenhuns.
Nas relações entre o Estado Z / A ---- Z formulou a reserva e o A aceitou-a ---- a reserva tem o
efeito de modificar o Tratado naquilo que a reserva prever.
Nas relações entre o Estado Z / B ---- Z formulou a reserva e o B objectou-a ---- existem duas
hipóteses : Primeira hipótese : o Estado B refere que simplesmente não aceita a reserva ---- objecção
simples à reserva que consta do artigo 21º da CVDTEOIS que tem como consequência que a reserva
produz efeitos, sendo esta posição uma posição política. Segunda hipótese : o Estado B ao rejeitar a
reserva diz que não a aceita porque esta vai na sua opinião contra uma disposição do Tratado que
para ele é essencial, assim como as posições são inconciliáveis a reserva não produz efeitos entre o
Estado B / Z ).
Ainda em relação à fase de vinculação surge o problema das condições de validade dos
Tratados que são três sendo estas cumulativas :
Capacidade das Partes esta condição pressupõe que tem de se ter personalidade e
capacidade jurídica internacional, ou seja, só os sujeitos de Direito Internacional têm capacidade
para concluir Tratados.
O artigo 6º da CVDTEOIS estabelece que os Estados soberanos são sujeitos de Direito
Internacional e como tal têm capacidade plena para celebrar Tratados Internacionais.
Contudo os Estados soberanos podem ter limitado a sua competência de celebração ( ex. :
Portugal transferiu para a Comunidade Europeia a capacidade de celebrar acordos na matéria de
pescas ); ou então os Estados não soberanos podem ter a capacidade de celebrar Tratados se o seu
Direito Interno lhes conferir essa possibilidade ( ex. : os Estados compostos e complexos ---- Estados
Federais ---- podem ter capacidade de celebrar Tratados. Nestes Estados a sua Constituição pode
prever que os Estados Federados tenham capacidade ---- Constituição Soviética, nalgumas matérias a
Constituição Alemã e Suiça ----. Outras Constituições podem proibir como é o caso dos E.U.A. ).
Para além dos Estados as Organizações Internacionais têm também os ius tractum, no entanto,
a sua capacidade é :
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Direito Internacional Público
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Assim concluí-se que enquanto os Estados têm, por regra, uma capacidade global e plena, as
Organizações Internacionais têm uma capacidade derivada e parcial.
Se um Tratado for concluído por um Estado ou uma Organização Internacional que não tenha
capacidade para a sua celebração o Tratado é nulo ( nulidade relativa ).
Ratificação Imperfeita esta ratificação consta do artigo 46º da CVDTEOIS não sendo
uma expressão feliz, isto porque, por esta expressão poder-se-ia pensar que esta só afectava os
Tratados Solenes, o que está errado, pois, também afecta Acordos em Forma Simplificada.
Esta ratificação acontece quando as regras do Direito Interno de determinado Estado não
foram respeitadas.
Perante isto surgem duas posições :
- essa inconformidade é ultrapassada pelo Estado e como tal não gera a nulidade do
Tratado ( esta perspectiva tem preocupação com os interesses dos outros Estados. Assim a vinculação
é válida sendo o desrespeito do Direito Interno um problema desse Estado.
Esta é a posição adoptada pelo artigo 46º da CVDTEOIS.
Este princípio admite algumas excepções, mas para isso têm de se cumprir três
requisitos cumulativos :
1º- tem de ser uma violação manifesta ---- patente, ou seja, qualquer um vai
nela ----;
2º- tem de ser uma violação de boa fé ---- não pode ser uma violação provocada
----;
3º- tem de ser a violação de uma regra fundamental ---- ex. : regras
constitucionais fundamentais ---- ).
Sobre esta matéria o artigo 277º n.º 2 da CRP estabelece que a inconstitucionalidade orgânica
ou formal de tratados internacionais regularmente ratificados não impede a aplicação das suas normas
na ordem jurídica portuguesa, desde que tais normas sejam aplicadas na ordem jurídica da outra parte,
salvo se tal inconstitucionalidade resultar de violação de uma disposição fundamental.
Este artigo é alvo de algumas criticas, nomeadamente ao utilizar a expressão Tratados
Internacionais exclui os Acordos, isto porque, na economia da CRP Tratados Internacionais
referem-se aos Tratados Solenes, indo contra o artigo 46º da CVDTEOIS Ao fazer isto permite-se
que os Tratados Solenes que tratam de matéria mais importante vão contra a ordem jurídica
portuguesa e os Acordos que tratam matérias menos importantes não podem ir contra, ora isto não é
mais que uma incoerência.
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
Por outro lado refere que a inconstitucionalidade orgânica é válida desde que não viole normas
fundamentais, ora isso não faz muito sentido porque a inconstitucionalidade orgânica geralmente vai
contra as normas fundamentais.
Por último este artigo ao referir que desde que a outra parte o aplique não faz mais que
restringir a sua aplicação aos Tratados Bilaterais.
Erro ( artigo 48º da CVDTEOIS ) qualquer acto jurídico pode ser afectado por uma
errada representação da realidade.
O erro para determinar a invalidade tem de ser essencial ( recai sobre elementos essenciais que
para o Estado eram relevantes para a sua adesão ) e desculpável ( se fosse outro também cometeria o
mesmo erro ).
Se cumprir estes requisitos o erro conduz à nulidade relativa.
Dolo ( artigo 49º da CVDTEOIS ) não é mais que um erro induzido, ou seja, enquanto o
erro é um erro inocente o dolo é uma forma de induzir outro ao engano, ou seja, o dolo é provocado
com intenção.
A consequência é a nulidade relativa.
Coacção sobre o próprio Estado ( artigo 52º da CVDTEOIS ) esta coacção é exercida
sobre o próprio Estado ( ex. : o Estado A diz ao Estado B que se não aceitar determinadas condições
será invadido ).
Esta coacção causa a nulidade absoluta do Tratado.
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Direito Internacional Público
Disciplina Semestral ( 2º Semestre ) Ano Lectivo 2002 / 2003
Coacção Económica um Estado rico impõe a um Estado mais pobre certas condições que
em circunstâncias normais este não aceitaria.
Contudo esta coacção tem de ser analisada caso a caso, já que a nível internacional a afirmação
dos Estados baseia-se nos poderes de uns face aos outros.
Esta coacção causa a nulidade absoluta do Tratado.
Licitude do Objecto esta condição pressupõe que não se podem violar os princípios
fundamentais da ordem jurídica internacional ( normas de jus cogens ).
A nulidade dos tratados tem os seguintes efeitos, mas como já vimos, esta divide-se em dois
grupos :
- Capacidade das Partes ( incapacidade das partes ) ---- Nulidade Originária ----;
Esta nulidade é relativa porque o que está em causa é preservar os interesses do próprio
Estado que se enganou. Daí decorre que só o próprio Estado é que pode arguir a nulidade do Tratado.
Esta nulidade é absoluta porque é mais grave que a nulidade anterior, pois, esta põe em causa
princípios fundamentais de ordem jurídica internacional. Daí que esta nulidade possa ser requerida
por qualquer sujeito de Direito Internacional, isto porque, o que está em causa é como foi
anteriormente referido a ordem jurídica internacional.
É de salientar que não há prazo para arguir esta nulidade.
Os Tratados podem ser sanados, ou seja, estes têm um vício, no entanto se as partes quiserem
podem sanar o Tratado.
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Direito Internacional Público
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- Se o Tratado for Bilateral a nulidade do Tratado conduz à cessação de vigência deste, salvo
se ocorrer uma situação de divisibilidade ( onde se permita que as normas nulas sejam expurgadas do
Tratado e este passa a vigorar sem aquelas normas );
- Se o Tratado for Multilateral neste caso uma das partes pode pedir a nulidade do Tratado
em questão e se esta for efectivamente declarada pelo Tribunal só tem efeito para aquela parte que
manifestou o seu consentimento de forma desvirtuada;
Para que o Tratado seja declarado nulo tem que correr o processo previsto no artigo 65º a 68º
da CVDTEOIS, ou então fala-se com as outras partes para estes conhecerem o problema. Se todos
concordarem com a nulidade do Tratado não há problema.
A nulidade dos Tratados é uma anormalidade, pois a regra é que os Tratados são válidos.
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Estas causas de extinção são as mais frequentes e as mais normais. E podem ser :
Normalmente o que acontece é que a revogação é feita por acto jurídico novo.
Caducidade esta forma de cessação de vigência não tem sentido no Direito Interno porque
uma lei não tem um prazo para deixar de estar em vigor.
No Direito Internacional os Tratados geralmente estipulam um prazo. Quando ocorrer esse
prazo os Tratados são prorrogados automaticamente pelo mesmo período de tempo, salvo se as partes
com alguma antecedência fixada no Tratado avisarem as outras partes da sua intenção de não
prorrogar o prazo do Tratado.
Condições Suspensivas estas condições estabelecem que os efeitos dos negócios jurídicos
só começam a produzir efeitos a partir do momento que se verifique a condição.
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Direito Internacional Público
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Perante isto se conclui que os Tratados leis não se extinguem por execução integral, enquanto
os Tratados contratos se extinguem por execução integral, no entanto é difícil a sua extinção por esta
condição porque normalmente estes Tratados são prolongados no tempo.
Em suma é muito difícil encontrar um Tratado que se extinga por esta forma.
Denúncia ou Recesso ( artigo 56º da CVDTEOIS ) a denúncia é uma figura própria dos
Tratados bilaterais, enquanto o recesso é uma figura dos Tratados multilaterais.
A denúncia ou o recesso é uma declaração através da qual um Estado manifesta que não quer
continuar vinculado ao Tratado.
A denúncia só é possível se o Tratado a previr, pois, caso contrário esta é proibida e se o
Estado a fizer ficará submetido à responsabilidade internacional.
Se o Tratado for omisso em relação a esta questão é a própria CVDTEOIS que a regula,
nomeadamente, impondo que a parte que quer denunciar o Tratado tem de notificar a outra parte com
12 meses de antecedência.
As regras supra mencionadas aplicam-se também ao recesso.
A denúncia tem como consequência a extinção do próprio Tratado, isto porque, como o
Tratado é bilateral só tem um feixe de relações.
O recesso tem uma consequência diferente, ou seja, como o Tratado é multilateral tem uma
multiplicidade de feixes de relações, logo o Tratado só deixa de vigorar em relação àquele que fez o
recesso, pois, entre as outras partes o Tratado continua em vigor.
Na nossa opinião a denúncia e o recesso deviam estar incorporados na extinção do Tratado
por vontade das partes, isto porque, como é o próprio Tratado que prevê a denúncia e sendo o
Tratado um acordo de vontades, logo a extinção dos Tratados dá-se por vontade das partes.
Violação do Tratado por uma das Partes ( artigo 60º da CVDTEOIS ) esta forma de
extinção tem consequências diferentes consoante estejamos perante um Tratado bilateral ou um
Tratado multilateral.
Assim se estivermos perante um Tratado bilateral e se uma das partes deixar de cumprir o
Tratado a outra parte tem o direito de não continuar a cumpri-lo ou então pode optar pela sua
suspensão.
Nos Tratados multilaterais a violação do Tratado tem de ser pública, notória e que a parte ou
terceiro venha dizer que houve a violação do Tratado em causa.
Nestes Tratados a consequência pode ser de duas espécies :
Todos são Prejudicados pelo Incumprimento do Tratado ( artigo 60º n.º 2 da CVDTEOIS
) nesta situação todos de comum acordo podem suspender ou extinguir o Tratado em causa.
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Alteração Fundamental das Circunstâncias ( Cláusula Reb Sic Stantibus ---- artigo 62º da
CVDTEOIS ---- ) esta cláusula vem do Direito Romano onde os romanos defendiam que todos os
contratos têm uma cláusula implícita que consiste no seguinte : os contratos só se podem cumprir se
tudo permanecer na mesma.
Isto tem lógica porque quando nós celebramos um acto jurídico celebramo-lo mediante
determinadas circunstâncias, daí que se essas circunstâncias forem alteradas de forma fundamental
pode-se extinguir o Tratado.
Guerra esta causa cessa os Tratados que não prevejam subsistir em tempo de guerra.
Decisões das Organizações Internacionais extinguem os Tratados, mas para isso têm de
ser obrigatórias ( ex. : decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas ).
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Fim do 2º Semestre
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