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e seus conceitos

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Beth Brait
Diana Luz Pessoa de Barros
Fernanda Mussalim
Ingedore Grunfeld Villaça Koch
Maria Helena de Moura Neves
Marli Quadros Leite
Vanda Elias
Ronaldo de Oliveira Batista (org.)
Direção: Andréia Custódio
Diagramação e capa: Telma Custódio
Revisão: Karina Mota
Imagem da capa: Tovovan / 1 2 3 RF Imagens

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

T336
O texto e seus conceitos / organização Ronaldo de Oliveira Batista. –
1. ed. – São Paulo : Parábola Editorial, 2016.
144 p. ; 23 cm. (Lingua[gem] ; 70)

Inclui bibliografia e índice


ISBN 978-85-7934-111-3

1. Língua portuguesa - Composição e exercícios. 2. Análise do discurso.


3. Leitura – Estudo e ensino. 4. Linguística. I. Batista, Ronaldo de Oliveira.
II. Título. III. Série.

15-29275 CDD: 469.8


CDU: 811.134.3’27

Direitos reservados à
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ISBN: 978-85-7934-111-3
© do texto: Ronaldo de Oliveira Batista, 2016
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, abril de 2016
Para
Antonio,
que também se interessa pela linguagem
Sumário

Capítulo 1
O texto e seus conceitos: considerações iniciais.............................................9
Ronaldo de Oliveira Batista

Capítulo 2
O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo............................................... 13
Beth Brait
2.1. Considerações iniciais. ....................................................................13
2.2. Texto: um acontecimento da vida da linguagem. ....................................15
2.3. A letra de uma canção como texto inesperado....................................21
2.4. Considerações finais........................................................................29

Capítulo 3
O texto na linguística textual............................................................................ 31
Ingedore Grunfeld Villaça Koch e Vanda Maria Elias
3.1. Introdução ......................................................................................31
3.2. O texto como objeto multifacetado: conhecimentos e interação....32
3.3. Texto e princípio de conectividade .................................................34
3.4. Texto e construção de sentido .......................................................35
3.5. Texto, contexto e sentido . .............................................................38
3.6. Estudos do texto: perspectivas futuras ..........................................44

Capítulo 4
A noção de texto em análise do discurso....................................................... 45
Fernanda Mussalim
4.1. Primeiras considerações. .................................................................45
4.2. O texto na obra de Michel Pêcheux................................................46
4.3. O texto na obra de Dominique Maingueneau...................................59
4.3.1. O texto em Gênese dos discursos......................................................... 59
4.3.2. O texto em Discurso literário............................................................ 62
4.3.3. Texto e regimes de enunciação.......................................................... 67
4.4. Considerações finais........................................................................70

Sumário n 7
Capítulo 5
O texto na semiótica.......................................................................................... 71
Diana Luz Pessoa de Barros
5.1. Introdução.......................................................................................71
5.2. Noções de texto e de discurso na semiótica discursiva...................72
5.3. Conceito semiótico de texto............................................................74
5.3.1.  Organização temporal do texto verbal ou programação textual........ 75
5.3.2. Relações entre expressão e conteúdo: semissimbolismos
e simbolismos................................................................................... 80
5.3.3. O plano da expressão de textos não verbais..................................... 86
5.4. Considerações finais........................................................................91

Capítulo 6
O texto na teoria funcionalista da linguagem................................................ 93
Maria Helena de Moura Neves
6.1. Introdução.......................................................................................93
6.2. A base funcionalista da gramática em foco:
comunicação e discurso....................................................................94
6.3. Halliday: o funcional voltado para o texto por via das funções
da linguagem. ...................................................................................95
6.3.1. O alcance da gramática: a oração e o texto..................................... 95
6.3.2. Entre as metafunções a função textual.
O uso da linguagem e seus propósitos............................................. 97
6.3.3. A textualidade no enunciado linguístico.
As unidades em organização............................................................ 99
6.4. A língua como texto (funcionando em contexto) e como sistema... 100
6.5. Afinal, o texto na teoria funcionalista da linguagem...................102

Capítulo 7
O texto na gramática....................................................................................... 103
Marli Quadros Leite
7.1. Introdução.....................................................................................103
7.2. O texto do exemplo em gramáticas portuguesas e brasileiras.......106
7.3. A gramática brasileira vista de cima..............................................114
7.4. Do texto para a descrição gramatical...........................................122
7.5. Considerações finais......................................................................129

Referências bibliográficas............................................................................... 133

As autoras e o organizador............................................................................. 139

8 n O texto e seus conceitos


Capítulo 1

O texto e seus conceitos:


considerações iniciais
Ronaldo de Oliveira Batista (UPM)

E
ste livro traz para o centro de nossa atenção o texto como categoria
de análise linguística. Ampliando os níveis que Émile Benveniste
preconizava em clássico sobre procedimentos de descrição na ciên-
cia da linguagem na década de 1960, as teorias que colocaram o
processo comunicativo em destaque e o texto como a unidade que possibilitaria
a interação verbal propuseram, ao longo de um desenvolvimento de natureza
essencialmente histórica, diferentes modos de conceber o texto e suas ferramentas
analíticas. E como todo produto intelectual, o conhecimento sobre a linguagem e
as ideias linguísticas dele derivadas estão circunscritos a contextos singulares que
possibilitaram perspectivas de compreensão e definição de métodos específicos
para o tratamento do texto em análises linguísticas. Foi na segunda metade do
século XX que diferentes programas de investigação científica em linguística lan-
çaram suas perspectivas teóricas e procedimentos analíticos que permitiram que
o texto alcançasse o lugar de destaque que hoje possui como unidade linguística,
não só na pesquisa acadêmica em ciências da linguagem, como também em certa
tradição de descrição gramatical e no ensino de língua na educação básica.
Em uma dimensão histórica mais ampla, porém, não foi apenas no interior
das ciências da linguagem, com toda a sua pluralidade em meio a continuidades
e descontinuidades de propostas, que a categoria texto se fez presente. Se fizermos
uma incursão mais extensa pela história do texto como objeto de análise, pode-
mos chegar, como já fizeram outros pesquisadores interessados nessa reconstrução
histórica, a um dos tratamentos inaugurais do que entendemos como a estrutura
textual e o uso do texto. Costuma-se apontar o gramático latino Quintiliano,
em seu Institutio Oratoria, como um dos primeiros em nossa tradição ocidental
a refletir sobre o texto, como construção linguística que coloca em determinada
ordem, arranjo e ritmo as palavras e também como unidade aberta e sujeita a

O texto e seus conceitos: considerações iniciais n 9


diferentes modos de apreensão quando colocada em uso. Vemos que essa dupla
dimensão do texto, como materialidade e singularidade, proporcionada pelo uso
efetivo em práticas comunicativas, sempre esteve presente no tratamento dessa
categoria, seja ela considerada, ao longo do seu percurso histórico, como forma,
seja considerada como uso, isto é, como composição formal fechada ou como
produção aberta de sentidos. Essa abordagem de Quintiliano não está isolada
na história clássica ocidental das ideias linguísticas, pois há toda uma tradição
de estudos do texto na retórica, na poética e nas artes da persuasão.
No entanto, essa perspectiva de observação de fenômenos da linguagem, que
trazia para o escopo de suas preocupações a expressão linguística do falante e seus
resultados na interação verbal, ficou de fora de uma tradição gramatical que se
configurou de modo mais expressivo no período da chamada revolução tecnológi-
ca da gramatização, quando da produção de gramáticas no período renascentista
ocidental (produção baseada na palavra e na descrição das formas linguísticas e
seus arranjos), de uma tradição histórico-comparativa no século XIX (também
baseada na palavra, nos sons e em suas transformações) e, na primeira metade
do século XX, de uma linguística de base sincrônica, descritiva e estrutural (que
privilegiou os níveis fonético-fonológico, morfológico, lexical, sintático e semân-
tico). Nesses três recortes de pensamento sobre a linguagem, não houve lugar de
destaque para o texto, categoria que por sua própria natureza pode lançar a ponte
entre o específico da língua e seu sistema e as práticas comunicativas que formam
e transformam sentidos e significados nos contatos entre os falantes. Podemos,
enfim, dizer que a história nos evidencia não só a problemática de consideração
do texto como categoria validada para análise, mas também a amplitude de sua
definição teórica, diante dos múltiplos pontos de vista a partir dos quais essa
unidade fundamental do processo comunicativo pode ser considerada e analisada.
Sendo assim, diante de toda essa complexidade histórica e teórica, o objetivo
principal deste livro é apresentar como teorias linguísticas configuradas no século
XX e também certa tradição gramatical trataram do texto. Nos capítulos aqui
presentes, é perceptível a caracterização de uma categoria que estabelece, em sua
própria complexidade, diálogos com disciplinas diferentes, com propostas teóricas
complementares, dando corpo a uma dimensão de certa maneira instável quando
se pensa na conformação de uma unidade de descrição e análise linguística.
Depende-se, portanto, do espaço intelectual e científico em que a categoria
texto está circunscrita; espaço esse entendido como um conjunto de pesquisado-
res e intelectuais filiados a determinadas escolas de pensamento e a determina-
dos grupos de especialidade, que assumem manifestações discursivas específicas,
autorizando e validando, em suas práticas intelectuais e científicas, modos de

10 n Ronaldo de Oliveira Batista


Capítulo 2

O texto nas reflexões de Bakhtin


e do Círculo
Beth Escrito
Brait por pesquisadoras
(PUC-SP/USP, CNPq)
indiscutivelmente reconhecidas no
cenário acadêmico brasileiro como referência
em suas áreas, este livro oferece um meio
introdutório de acesso a diferentes teorias e saberes
[…] por trás de cada texto está o sistema da linguagem. A esse sistema
que colocaram
corresponde no texto tudo oo texto comoe objeto
que é repetido reproduzidodee tudo
análise,
o que
podeora
ser reproduzido, tudo o que pode ser dado
como elemento central, ora como elemento fora do texto (o dado).
Concomitantemente, porém, cada texto (como enunciado) é algo individual,
relevante
único e singular, epara
nisso o tratamento
reside de outras
todo o seu sentido […] emcategorias
relação a esse
elemento, tudo o que é suscetível de repetição e
mais centrais em determinada perspectiva. reprodução vem a ser material
e meio […] esse segundo elemento (polo) é inerente ao próprio texto, mas
só se revela numa situação e na cadeia dos textos (na comunicação discursiva
de dadoO texto
campo). e polo
Esse seusnãoconceitos
está vinculadoapresenta
aos elementoscomo
(repetíveis)
teorias
do sistema linguísticas
da língua confi
(os signos), mas guradas
a outros textos no séculoa XX
(singulares), relações
dialógicas […] peculiares (Mikhail Bakhtin).
e também certa tradição gramatical trataram do texto.
É perceptível aqui como a categoria “texto” estabelece,
em sua 2.1.própria complexidade,
Considerações diálogos com
iniciais
disciplinas diferentes, com propostas teóricas

A
complementares, dando
epígrafe escolhida como corpo deste
emblema a uma dimensão
capítulo sintetiza alguns
dos aspectos mais importantes do sentido
de certa maneira instável quando se pensa de texto assumido pela
reflexão filosófico-discursiva
na conformação de umadesenvolvida
unidadepor deMikhail Bakhtin
(1895-1975) e pelos demais membros do Círculo, especialmente
descrição e análise linguística.
Valentin N. Volochínov (1895-1936) e Pavel N. Medviedev (1891-1936), hoje
conhecida e reconhecida como perspectiva dialógica da linguagem1. Recolhida
do estudo “O problema do texto na linguística e nas outras ciências humanas:
uma experiência de análise filosófica” (Bakhtin, 2003b: 309-310), escrito por
Bakhtin entre 1959-1961, recuperado de arquivos e publicado pela primeira
vez em 1979 na coletânea Estética da criação verbal (2003: 307-335), o trecho
destacado indica as duas dimensões evocadas como condição de existência de

1
A respeito da perspectiva dialógica e dos conceitos de texto e discurso em Bakhtin e no
Círculo, devem ser consultados: Brait, 2014: 512-516; Brait, 2012: 9-29; Brait, 2006: 9-31.

O texto nas reflexões de Bakhtin e do Círculo n 13

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