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ENTENDENDO A

VIOLÊNCIA
SEXUAL
CONTRA
CRIANÇAS E
ADOLESCENTES

MÓDULO 1
Introdução

A infância esteve na remotos. Por razões


obscuridade por muito de sua
tempo até que a sua vulnerabilidade física
construção pode ser e desenvolvimental,
evidenciada, mesmo são alvos fáceis,
que em situações principalmente da
delicadas, onde a violência sexual.
criança era vista como
um objeto sem direitos, Suas causas estão
nem pela sua própria associadas a fatores
vida. É recente a sua sociais, políticos,
definição como um históricos, nãos sendo
sujeito em sociedade, possível analisá-los
especialmente, com separadamente. A
direitos garantidos. complexidade do
tema também nos
A violência contra leva a compreender
crianças e em aspectos amplos,
adolescentes, em suas como médicos,
mais variadas formas, psicológicos, jurídicos,
ocorre na humanidade sociais e
desde tempos educacionais, que

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permitem visualizar o formas e intensidade.
quão a experiência da
violência sexual, pode O seu impacto está
representar um grave relacionado a três
fator de risco para o conjuntos de fatores:
desenvolvimento fatores intrínsecos à
emocional, cognitivo e criança, tais como
comportamental de vulnerabilidade e
suas vítimas, resiliência pessoal;
evidenciando um fatores extrínsecos,
problema social de envolvendo a rede de
extensa magnitude. apoio social e afetiva
da vítima; e, fatores
O abuso sexual contra relacionados com a
crianças e violência sexual em si,
adolescentes é como por exemplo,
considerado um grave duração, grau de
problema de saúde parentesco/confiança
pública. Os efeitos entre vítima e
desta forma de agressor, reação dos
violência são negativos cuidadores não-
para o abusivos na revelação
desenvolvimento e presença de outras
cognitivo, afetivo e formas de violência,
social, de diferentes como a física,

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psicológica e de 15 a 19 anos, esse
emocional. tipo de agressão ocupa
o terceiro lugar.
Devido à complexidade
e à quantidade de A agressão sexual
fatores envolvidos no contra crianças e
impacto da violência jovens, ocorrem, em
sexual para a criança, sua maioria, na
esta experiência é residência da criança.
considerada um Grande parte dos
importante fator de agressores são homens
risco para o e alguém do convívio
desenvolvimento de muito próximo da
psicopatologias. criança e do
adolescente, como pai,
O abuso sexual é o padrasto, amigos e
segundo maior tipo vizinhos.
deviolência em
crianças de 0 a 9 anos. O abuso sexual pode
Ela também ocupa o ser definido em duas
segundo lugar na faixa categorias. O abuso
etária de 10 a 14 anos, sexual intrafamiliar ou
ficando atrás apenas da incestuoso, aquele que
violência física. Na faixa ocorre no contexto da

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família e é perpetrado complexa. O agressor
por pessoas utiliza de seu papel de
afetivamente próximas cuidador, da confiança
da criança ou e do afeto que a
daquelesque criança tem por ele
desempenham um para iniciar, de forma
papel de cuidador ou sutil, a violência.
responsável. Por outro
lado, tem-se o abuso A criança, na maioria
sexual extrafamiliar, dos casos, não
que ocorre fora do identifica que a
ambiente familiar e, interação é abusiva e,
que envolve situações por esta
nas quais o agressor é razão, não a revela a
um estranho, bem ninguém. À medida que
como os casos de o abuso se torna mais
pornografia e de explícito e que a vítima
exploração sexual. percebe a violência, o
perpetrador utiliza
O abuso sexual dentro barganhas e ameaças
da família é para que a vítima
desencadeado e mantenha a situação
mantido por em segredo. Dessa
uma dinâmica forma, ela se sente

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vulnerável, acredita nas sentimentos de medo e
ameaças e de que é de desamparo,
culpada pelo abuso, contribuem para que o
sentindo vergonha e abuso sexual seja
medo da revelação e mantido em segredo
ser punida. pela própria vítima e
Assim, adapta-se à por outros membros da
situação, acreditando família.
manter a estabilidade
nas relações familiares.

Outro fator
frequentemente
associado ao abuso
sexual, que dificulta
que seja rompido, é a
presença de outras
formas de violência
intrafamiliar, tais como
negligência, abusos
físicos e emocionais.

Esse ambiente,
onde predominam

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Notas Técinas e Conceituais

Abuso sexual
casa de outras pessoas,
O abuso sexual dessa maneira, a
infantojuvenil é definido violência é classificada
pelo contato de como intrafamiliar ou
crianças e extrafamiliar, ou seja,
adolescentes com uma sendo o agressor
pessoa mais velha e, dentro da própria
que esta tenha uma família da vítima (pai,
relação de poder. padrasto, avô, tio,
irmão, primo, mãe,
O objetivo dessa madrasta) ou não
relação é a gratificação (vizinho (a), amigo (a) da
de necessidades e/ou família, desconhecido
desejos sexuais. É um (a).
crime grave de violação O abuso sexual contra
dos direitos humanos. crianças e jovens
Ocorre, em geral, envolve um espectro
quando a criança fica amplo de
sozinha com o comportamentos,
agressor, em sua podendo ser de
própria casa ou na contato ou não. Dessa

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forma, pode ser atividades sexuais. As
caracterizado desde crianças e jovens se
um encontro sexual submetem a essa
somente a violência, muitas vezes,
comportamentos de em troca de
exibicionismo, pagamentos em
voyeurismo, uso de dinheiro, objetos,
pornografia, uso de roupas, comida,
linguagem ou gestos moradia ou apenas por
sexuais, aliciamento ameaça, por não terem
virtual ou não, aonde ir ou ficar .
masturbação, carícias Existem algumas
nos genitais ou seios e, modalidade de
penetração. exploração sexual, a
saber:
Exploração Sexual
• Prostituição infantil –
A exploração sexual de onde a atividade sexual
crianças e jovens se exercida pela criança
refere à ou jovem é negociada
comercialização do mediante pagamento,
corpo de crianças e não necessariamente
jovens, em sua maioria monetário, mas pela
meninas, para troca de alimento,

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A Organização Mundial da Saúde classifica a pedofi
fantasias

vestuário, abrigo, prática, são atraídos


diversão, entre outros. turistas nacionais e
Os jovens com idades estrangeiros a uma
entre 12 e 18 anos estão rede bastante
entre os que mais articulada que envolve
praticam esta agências de turismo,
modalidade de hotéis, restaurantes,
violência sexual, além boates, taxistas, etc.
de serem em sua
maioria • Pornografia – refere-
afrodescendentes. se a produção,
divulgação, exibição,
• Turismo sexual – compra, venda, seja
modalidade em que se para posse e utilização
comercializa o sexo de material com
infantojuvenil nas conteúdo de
regiões turísticas do pornografia infantil, que
país. Além da prática de represente este público
comércio sexual, tal em atividade sexual.,
‘serviço’ também prevê com fotos e vídeos das
shows eróticos e até partes genitais ou de
mesmo o tráfico de sexo explícito de
meninas para fins crianças e
sexuais. Para esta adolescentes.

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Pedofilia
sente prazer com um
A Organização Mundial determinado objeto, as
da Saúde classifica a crianças. Ele pode se
pedofilia como uma relacionar com outros
psicopatologia, um objetos de prazer, mas
transtorno de sua energia sexual está
preferência sexual, diretamente voltada
onde, um adulto, para esse único objeto,
homem ou mulher, que do qual não consegue
possui o transtorno, se desprender.
tem atração, fantasias A necessidade sexual
sexuais compulsivas, do pedófilo, em sua
excessivas e repetitivas maioria, fica apenas no
que envolvem crianças, plano da fantasia,
geralmente as que se entretanto, pode se
encontram no período materializar levando à
da puberdade ou que cometer violência
ainda não a atingiram. sexual.

O conceito médico de Para que o pedófilo se


pedofilia aponta para alimente de seu desejo
um tipo de parafilia, e se satisfaça
onde o indivíduo só sexualmente, sem ter

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de abusar sexualmente
uma criança, ele utiliza
imagens fotográficas
evídeos com conteúdo
pornográfico infantil.

Dessa maneira, pode-


se dizer que nem todo
o pedófilo é abusador
sexual e nem todo
abusador sexual é
necessariamente
pedófilo.

A pornografia existe
principalmente para
o consumo dos
pedófilos. Se não
existissem pedófilos,
não haveria
pornografia infantil.

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Legislação Relacionada

Nossa sociedade vem construindo e


transformando legislações, no sentido de coibir
as práticas desta violência e, que representam
soluções para a transformação social deste
cenário.

Após a chegada da globalização, a sociedade


vem caminhando em passos largos, junto dela
as leis vem sendo aprimoradas, outras
revogadas. Percebe-se que os avanços na
legislação brasileira referentes a crimes contra
a infância e adolescência eram comumente
realizados conforme os avanços ocorridos em
outros países.

Hoje, a sociedade brasileira já reivindica suas


próprias transformações, um movimento de
avanço em alterar nosso próprio cenário, sem
necessitar de reflexo externo. Dessa forma, os
crimes de natureza sexual definidos pela lei
penal são:

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• Estupro: Art. 213 – “Constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso.”
Pena: reclusão de 6 a 10 anos.

• Violação sexual mediante fraude: Art. 215 – “Ter


conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.”
Pena: reclusão de 2 a 6 anos.
Parágrafo único – “Se o crime é cometido com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também multa.”

• Assédio sexual: Art. 216-A. “Constranger alguém com o


intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
emprego, cargo ou função.”
Pena: detenção de 1 a 2 anos.
Parágrafo único – (VETADO)
Parágrafo 2º – “A pena é aumentada em até um terço se
a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.”

• Estupro de vulnerável: Art. 217-A – ”Ter conjunção


carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
anos.”
Pena: reclusão de 8 a 15 anos.
Parágrafo 1º – ”Incorre na mesma pena quem pratica as

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ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência.”
Parágrafo 3º – ”Se da conduta resulta lesão corporal de
natureza grave.”
Pena – reclusão, de 10 a 20 anos.
Parágrafo 4º – ”Se da conduta resulta morte.”
Pena: reclusão de 12 a 30 anos.

• Corrupção de menores: Art. 218 – ”Induzir alguém


menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.”
Pena: reclusão de 2 a 5 anos.
Parágrafo único – (VETADO).

• Art. 218-A – ”Praticar, na presença de alguém menor


de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal
ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia
própria ou de outrem.”
Pena: reclusão de 2 a 4 anos. Favorecimento da
prostituição ou outra forma de exploração sexual de
vulnerável.

• Art. 218-B – ”Submeter, induzir ou atrair à prostituição


ou outra forma de exploração sexual alguém menor de
18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental,
não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.”
Pena: reclusão de 4 a 10 anos.

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Parágrafo 1º – ”Se o crime é praticado com o fim de
obter vantagem econômica, aplica-se também multa.”
Parágrafo 2º – Incorre nas mesmas penas:
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato
libidinoso com alguém menor de 18 e maior de 14 anos
na situação descrita no caput deste artigo.
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local
em que se verifiquem as práticas referidas no caput
deste artigo.
Parágrafo 3º – ”Na hipótese do inciso II do § 2o,
constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
da licença de localização e de funcionamento do
estabelecimento.

• Art. 226 – A pena é aumentada:


I – de quarta parte, se o crime é cometido com o
concurso de 2 ou mais pessoas.
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
Mediação para servir a lascívia de outrem.

• Art. 227 – Induzir alguém a satisfazer a lascívia de


outrem.
Pena: reclusão de um a três anos.
Parágrafo 2º – Se o crime é cometido com emprego de
violência, grave ameaça ou fraude. Pena: reclusão de
dois a oito anos, além da pena correspondente à
violência.

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Parágrafo 3º – Se o crime é cometido com o fim de
lucro, aplica-se também multa. Os artigos do Código
Penal referentes à “Sedução” (art. 217) e ao “Rapto” (art.
219 a 222) foram revogados pela Lei nº 11.106/2005.

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