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1. Os Desafios
Alguns desafios enfrentados pela família vêm do seio dela própria, enquanto
outros são externos a ela. A Exortação aponta, dentre muitos, o individualismo
exagerado que transforma as pessoas em “ilhas” dentro da comunidade familiar. A vida
hodierna, cujo ritmo acelerado implica em estresse, além do fator cultural, como a
configuração “social e laboral”, que “colocam em risco a possibilidade de opções
permanentes” (n.33). Uma dessas opções, acreditamos que seja o compromisso com a
outra pessoa, pelo resto de suas vidas.
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Escrita pelo Papa Francisco em 2016, após o Sínodo sobre a família, em Roma.
Podemos, ainda, observar que pais e mães trabalham em demasia para o sustento
de suas famílias e, ao chegar em casa, sentem-se cansados e sem a disposição necessária
para conversar e educar os filhos. Em muitas famílias, não existe mais o hábito de
sentarem-se à mesa juntos para uma refeição. A falta de comunicação pode fazer com
que os filhos sintam-se solitários e busquem preencher este vazio nas ofertas que se lhes
apresentam fora do lar (n.50, 51). Podemos elencar principalmente as drogas, os jogos,
que podem levar à agressividade social e ao afastamento da família.
Também o narcisismo é outro desafio. Ele torna a pessoa egoísta, incapaz de
abrir-se ao outro. Ele causa certa “autonomia”, assinala o Papa, que rejeita “o ideal de
envelhecer juntos cuidando-se e apoiando-se” (n.39).
As crises conjugais quando se apresentam e não são enfrentadas com coragem e
paciência, colocam em risco a família, levando a fracassos. Estes, por sua vez, “dão
origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos casamentos, criando
situações familiares complexas e problemáticas para a opção cristã” (n.41). Uma parte
dos filhos, principalmente os jovens, passa a se desinteressar do casamento como
sacramento, diante da desestruturação familiar que enfrentam. Neste sentido, a
Exortação afirma:
2. Um Modelo
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Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) foi convocado pelo Papa São João XXIII, em 1959. João
XXIII presidiu a Primeira Sessão do Concílio e morreu seis meses após o encerramento desta Primeira
Sessão, na tarde do dia 3 de Junho de 1963. O Papa que o sucedeu, Paulo VI, deu prosseguimento ao
Concílio e ao desejo de uma Igreja atenta aos sinais dos tempos.
3. As Esperanças
4. A Pastoral
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Endogamia é o casamento entre pessoas do mesmo grupo familiar, social, étnico ou religioso.
também um critério de juízo e uma luz para o discernimento dos vários desafios que têm
de enfrentar os cônjuges e as famílias” (n. 227). Esta espiritualidade possibilita o
crescimento na fé e nos permite perceber que Deus habita no meio da nossa família. Em
cada membro da comunidade familiar Deus derrama graças e dons e esta família, com
suas alegrias e dificuldades é “espaço teologal, onde se pode experimentar a presença
mística do Senhor ressuscitado” (n.317).
Papa Francisco afirma que as famílias “não são um problema, são sobretudo uma
oportunidade”. Busquemos, pois, valorizar e cuidar para que cada família, “célula vital
da sociedade” (Papa João Paulo II, Familiaris Consortio, n. 42, 1981), seja sinal de
comunidade amorosa e da gratuidade de Deus.
Em uma análise da Exortação, o padre jesuíta Michael J. Rogers assinala:
5. Concluindo
Na Exortação Apostólica, Papa Francisco nos convida a uma leitura atenta e sem
pressa (n.10) dos diversos temas abordados. Este é também o nosso convite a todos para
uma reflexão mais aprofundada da Exortação Apostólica Amoris Lætitia, a fim de que
nossa atuação pastoral seja iluminada por aqueles que se debruçaram sobre a temática
da família e tudo aquilo que a envolve, e assim, poderemos dar testemunho mais
adequado do pensamento da Igreja sobre o matrimônio e a vida familiar.
Amoris Lætitia afirma que, uma autocrítica é necessária, no sentido de
reconhecer que, muitas vezes, a maneira de apresentar o matrimônio estava longe da
concretude da vida das pessoas. Este alerta é necessário para que uma aplicação pastoral
se torne mais eficiente e deixe espaço à consciência dos fiéis (n.37). Este respeito à
consciência individual não significa que a Igreja tenha mudado o seu ensinamento sobre
o sacramento do matrimônio, mas, considera com maior atenção a realidade de cada
família.
Pequenas atitudes cotidianas são altamente salutares para a vida familiar. Todos
somos capazes de valorizar as pequenas coisas do dia a dia e, desta maneira valorizar
cada um ao nosso redor. “Amar é difícil. Não se ama porque é fácil, ama-se porque é
preciso”,4 porque se quer realizar, como ensinava Jesus, o projeto do Reino. Este se
inicia pela família, igreja doméstica, que deve estar comprometida com a transformação
e amadurecimento dos seus membros e, por conseguinte, da sociedade em que vivemos.
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Escutamos esta frase no rádio no momento em que redigíamos nosso artigo. Consideramos oportuno
acrescentá-la.
Referências Bibliográficas