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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO

MÓDULO IMPOSTOS FEDERAIS E ESTADUAIS

Professor: Isabela Bonfá de Jesus

1. Material pré-aula

a. Tema

Imposto de Renda Pessoa Física - IRPF

b. Noções Gerais

O artigo 153, III, da Constituição Federal dispõe que compete à União


instituir impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


(…)
III - renda e proventos de qualquer natureza;

Portanto, faz-se imprescindível analisar o que são renda e proventos


de qualquer natureza.

MELO (2015) estabelece que renda “é o acréscimo patrimonial


produto do capital ou do trabalho.”

Enquanto os proventos de qualquer natureza “são os acréscimos


patrimoniais decorrentes de uma atividade que já cessou.”

Conclui-se, assim, que para que haja a incidência do IR, faz-se


necessário o acréscimo patrimonial.

CARRAZZA, apud MELO (2015), dispõe o seguinte:

“renda é disponibilidade de riqueza nova, havida em dois momentos


distintos. (…) é o acréscimo patrimonial experimentado pelo
contribuinte, ao longo de um determinado período de tempo. Ou,
ainda, é o resultando positivo de uma subtração que tem, por
minuendo, os rendimentos brutos auferidos pelo contribuinte entre
dois marcos temporais, e, por subtraendo, o total das deduções e
abatimentos, que a Constituição e as leis que com ela se afinam
permitem fazer. (…) tanto a renda quanto os proventos de qualquer
natureza pressupõem ações que revelem mais-valias, isto é
incrementos na capacidade contributiva. Só diante de realidades
econômicas novas, que se incorporam ao patrimônio da pessoa..., é
que podemos juridicamente falar em renda ou proventos de qualquer
natureza.”
COSTA (2015), no mesmo sentido, determina que renda “é o
aumento de riqueza obtido num dado período de tempo, deduzidos os
gastos necessários à sua aquisição e manutenção. A renda constitui
acréscimo patrimonial, que não se confunde com o patrimônio de
onde deriva – o capita, o trabalho ou a combinação de ambos.”

Enquanto proventos, na lição de COSTA (2015) “constituem os


acréscimos patrimoniais referentes a remunerações da inatividade
(aposentadorias e pensões).”

Sendo a renda o acréscimo patrimonial, sedimentou-se na


jurisprudência do STJ o entendimento de que a verba indenizatória
possui caráter reparatório do patrimônio, de modo que, ainda que
seja convertido em pecúnia, não constitui o acréscimo patrimonial.

Tal entendimento, inclusive, é estendido aos danos morais, visto que


há a reparação do sofrimento da vítima, conforme disposto na
Súmula 498 do STJ:

Súmula 498: não incide imposto de renda sobre a indenização por


danos morais.

Vale destacar que se as verbas ditas indenizatórias forem inerentes a


lucros cessantes, não há que se falar na não incidência do IR, pois
neste caso há o acréscimo patrimonial, pois não há a perda do
patrimônio, a vítima deixou de receber, mas não perdeu.

Quanto à instituição do imposto de renda, a Constituição Federal


excepciona a observância à anterioridade nonagesimal, nos termos
do art. 150, §1º, de modo que pode ser instituído antes de 90 dias da
publicação da lei, desde que seja no exercício seguinte.

Já o art. 153, §2º, da CF, estabelece que o IR deverá observa os


critérios da generalidade, universalidade e progressividade.

A generalidade reporta à abrangência de todos os contribuintes que


pratiquem o fato descrito na hipótese de incidência.
A universalidade, embora, num primeiro momento, possa ser
confundida com a generalidade, ela se reporta à renda e não ao
contribuinte. Dessa forma, quaisquer rendas ou proventos auferidos
pelo contribuinte estarão sujeitos ao IR.

Por fim, a progressividade possui embasamento no art. 145, §1º, da


CF, e trata da gradação do tributo em decorrência da capacidade
econômica do contribuinte. Ou seja, a tributação da renda varia de
acordo com a capacidade contributiva, de modo que quanto maior a
base de cálculo, maior a alíquota aplicada.

 Aspecto material

Conforme disposto no art. 43 do CTN, o imposto tem como fato


gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda
ou de proventos de qualquer natureza.

Já observou-se o conceito de renda e proventos, que devem


constituir acréscimos patrimoniais para que haja a incidência de IR.
Entretanto, da análise do artigo supracitado, surge a figura da
aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica.

MARIZ, apud MELO (2015) estabelece que o Código se refere à


disponibilidade econômica ou jurídica como “disponibilidades
alternativas, de maneira a que uma ou outra possa gerar a incidência
do imposto de renda.”

Sendo que a aquisição de disponibilidade jurídica ou econômica nada


mais é do que o acréscimo patrimonial alcançado por meio da renda
ou dos proventos adquiridos.

 Aspecto temporal

O IRPF, por se tratar de um imposto regido pelo sistema de bases


correntes, tem como momento de ocorrência de seu fato gerador,
para fins de apuração, o dia 31 de dezembro do respectivo ano-
calendário.

Referido sistema impõe o recolhimento mensal do tributo pelo


contribuinte e, ao final do exercício, faz-se a apuração com as
despesas e se calcula o valor do IR devido, compensando-se o
montante que já foi pago mensalmente (seja por retenção na fonte
ou pelo carnê), apurando-se, assim, o valor a pagar ou a restituir.
Destaque-se que, por ser um imposto que demanda todo um cálculo
daquilo que se recebeu durante o exercício financeiro, deduzindo-se
eventuais despesas, para se chegar ao valor do imposto a pagar ou a
restituir, o contribuinte pode efetuar a declaração até o dia 30 de
abril do ano-calendário subsequente.

 Aspecto espacial

Com relação ao aspecto espacial, conforme disposto nos


artigos 43, §2º, do CTN e 3º, §4º, da Lei nº 7713/88, o imposto de
renda é extraterritorial, ou seja, alcança não só os fatos geradores
ocorridos no território nacional, como também, aqueles ocorridos no
exterior, com base no critério da universalidade.

Trata-se da chamada tributação em bases universais, de modo


que há a incidência do IR sobre toda renda e proventos,
independentemente de terem sido gerados no Brasil ou no exterior. A
tributação deve ocorrer no país onde o contribuinte reside ou possui
domicílio tributário.

 Aspecto pessoal

No que tange aos sujeitos da relação jurídica, tem-se a União


como sujeito ativo e aquele que for o possuidor dos bens produtores
de renda ou dos proventos tributáveis, nos termos do artigo 45 do
CTN.

Quanto ao domicílio do contribuinte, se for no Brasil, todo o


seu ganho de capital, ainda que no exterior, estará sujeito à
incidência de IR, conforme disposto nos artigos 1º da Lei nº 7713/88
e 2º do Decreto nº 3000/99.

Já aquele domiciliado no exterior será tributado sobre as


rendas ou proventos que obtiver no Brasil, nos termos do art. 3º do
Decreto nº 3000/99.

 Aspecto quantitativo

Nos termos do art. 44 do CTN, a base de cálculo do imposto


de renda é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos
proventos tributáveis.
Sendo que o art. 3º da Lei nº 7713/88 estabelece que a base
de cálculo do IR da pessoa física é o rendimento bruto.

Contudo, a legislação prevê a possiblidade de dedução de


diversas despesas: pagamento de pensão alimentícia, despesas com
instrução do contribuinte e dependentes, despesas médicas e
contribuições à previdência privada e ao INSS.

Importante destacar que, para as despesas referentes à saúde e à


educação, não é permitida a dedução integral.

Quanto às alíquotas, a legislação prevê uma faixa de isenção,


além de 4 faixas de alíquotas: 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

Base de Cálculo Alíquota


(R$) (%)
Até 1.903,98 Isento
De 1.903,99 7,5
até 2.826,65
De 2.826,66 15
até 3.751,05
De 3.751,06 22,5
até 4.664,68
Acima de 27,5
4.664,68

Vale destacar que a base de cálculo é atualizada por lei. A


demonstrada acima refere-se aos valores vigentes a partir de
01/04/2015, em razão da Lei 13.149/2015.

Entretanto, para o Exercício de 2017 ainda haverá o reajuste


da tabela acima.

c. Legislação

Constituição Federal – artigos 153, III.

Código Tributário Nacional – artigos 43 a 45.

Lei nº 7713/88

Decreto nº 3000/99
d. Julgados/Informativos

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INDENIZAÇÃO POR DANO


MORAL. "Nãoincide imposto de renda sobre a indenização por danos
morais" (STJ,Súmula 498). Agravo regimental desprovido.

(STJ - AgRg no Ag: 1351911 RS 2010/0177235-4, Relator:


Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 05/03/2013, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/03/2013)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA.


DEDUÇÃO DE DESPESASCOM PROPAGANDA DE PRODUTOS
FARMACÊUTICOS. LIMITES DEFINIDOS EM LEI,ALTERADOS
POSTERIORMENTE POR DECRETO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Trata-se de
Ação de Repetição de Indébito referente à parcela deImposto de
Renda ilegalmente recolhida no período de 1983 a 1986.2. A
recorrente afirma que, por ato infralegal, foi criada restriçãoao valor
máximo que os laboratórios químicos ou farmacêuticospoderiam
utilizar para fins de dedução da exação a ser recolhida.3. O art. 54,
V, c, da Lei 4.506/1964 dispõe que "Somente serãoadmitidas como
despesas de propaganda (...) o valor das amostras,tributáveis ou não
pelo Imposto de Consumo, distribuídasgratuitamente por laboratórios
químicos ou farmacêutivos, sendoindispensável (...) que o valor das
amostras distribuídas em cadaano não ultrapasse os limites
estabelecidos pela Divisão do Impostode Renda, até o máximo de 5%
da receita bruta obtida na venda dosprodutos".4. Todos os decretos
que regulamentaram a norma supracitadarespeitaram os parâmetros
legalmente definidos, até que o Decreto85.450/1980 inovou ao
prever, em seu art. 247, V, c, que "Somenteserão admitidos, como
despesas de propaganda, (...), o valor dasamostras, tributáveis ou
não pelo imposto sobre produtosindustrializados, distribuídas
gratuitamente por laboratóriosquímicos ou farmacêuticos, sendo
indispensável que o valor dasamostras distribuídas em cada ano não
ultrapasse os limitesestabelecidos pela Secretaria da Receita Federal,
até o máximo de 5%(cinco por cento) da receita líquida obtida na
venda dos produtos".5. Conforme se verifica, ao adotar parâmetro
que reflete grandezamenor (receita líquida X receita bruta), a norma
regulamentarinterferiu no critério legalmente definido, impondo à
autoridadefiscal o dever de fixar limite de dedução com despesas de
propagandainferior ao patamar previsto no art. 54, V, c, da
mencionadalegislação.6. Um exemplo simplório melhor ilustra a
ilegalidade cometida e,portanto, a procedência da tese recursal.7.
Imagine-se que a receita bruta corresponda a R$ 100,00 (cemreais).
Enquanto a Lei 4.506/1964 determina que o órgão defiscalização
poderia autorizar a dedução de até R$ 5,00 (cincoreais), o Decreto
85.450/1980, a pretexto de regulamentá-la, previuque o Fisco
somente pode autorizar a dedução de até R$ 4,00 (quatroreais).8.
Recurso Especial provido.
(STJ - REsp: 1248068 SP 2011/0078851-3, Relator: Ministro
HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 06/12/2011, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/02/2012)

TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO ANULATÓRIA DE


DÉBITO FISCAL. IMPOSTO DE RENDA. OPERAÇÕES FINANCEIRAS NO
MERCADO EXTERIOR (BOLSA DE MERCADORIAS). APURAÇÃO DO
LUCRO REAL. DECRETO-LEI N. 1.418/75, ART. 5º. VARIAÇÃO
MONETÁRIO-CAMBIAL DOS VALORES INVESTIDOS E DO LUCRO
DECORRENTE. FATO AUTÔNOMO. RIQUEZA NOVA. AQUISIÇÃO DE
DISPONIBILIDADE ECONÔMICA. ART. 43 DO CTN. INCIDÊNCIA DO
IMPOSTO DE RENDA. 1. Caso em que se discute a inclusão dos
ganhos decorrentes da variação monetário-cambial na apuração do
lucro real a ser tributado pelo imposto de renda, na hipótese do
Decreto-Lei n. 1.418/75, que excluiu do cômputo do lucro real o
resultado proveniente de investimento em bolsa de mercadorias no
exterior. 2. A variação positiva no preço da moeda estrangeira é
efetivo ganho de capital e, por isso, está sujeita à tributação pelo
imposto de renda, nos termos do art. 43 do Código Tributário
Nacional. 3. O fato de o montante de moeda estrangeira que gerou o
lucro auferido na bolsa de mercadorias no exterior dar origem, total
ou parcialmente, ao montante de moeda estrangeira que será, na
internação, convertida em moeda nacional, ou que será declarada ao
Fisco, não ilide o fato gerador do imposto de renda, quanto aos
ganhos decorrentes da variação monetário-cambial. Inteligência do
art. 43 do CTN. 4. Não há como conferir interpretação ao art. 5º do
DL n. 1.418/75 que exclua os ganhos com a variação monetário-
cambial da incidência do imposto de renda, uma vez que o
consequente acréscimo financeiro, no patrimônio material do
contribuinte, é fato autônomo que não guarda correlação com o lucro
auferido na bolsa de mercadorias. 5. Recurso especial parcialmente
conhecido e, nessa parte, não provido.
(STJ - REsp: 1041022 RS 2008/0059694-3, Relator: Ministro
BENEDITO GONÇALVES, Data de Julgamento: 01/10/2009, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 08/10/2009)
e. Leitura sugerida

- COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário –


Constituição e Código Tributário Nacional. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2015 (Parte IV, capítulo 1.4)

- de JESUS, Isabela Bonfá. Manual de Direito Tributário. 2ª ed.


São Paulo: RT, 2015.

- MELO, José Eduardo Soares; PAULSEN, Leandro. Impostos


Federais, Estatuais e Municipais. 9ª ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2015 (Parte 1, capítulo 3)

- ______________________. Curso de Direito Tributário. 10ª


ed. São Paulo: Dialética, 2012.

- OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Fundamentos Do Imposto De


Renda. 1ª ed. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

f. Leitura complementar

- COSTA, Regina Helena. Imposto de Renda e capacidade


contributiva. Disponível em:
https://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/revcej/article/viewFile/560/7
40

- HARADA, Kiyoshi. Imposto de Renda e os princípios da


capacidade contributiva e da isonomia tributária. Disponível em:
http://jus.com.br/artigos/23734/imposto-de-renda-e-os-principios-
da-capacidade-contributiva-e-da-isonomia-tributaria#ixzz3RTCowAIu

- PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e


Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2013.

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