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Quando lemos a genealogia de Jesus elaborada por Mateus, logo nos surpreendemos
com a presença de quatro mulheres: Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba. Mas a
genealogia não deveria registrar apenas os homens? O que essas mulheres estão
fazendo aí? Qual é a sua importância? Quem eram elas? Isso é o que veremos na
lição de hoje.
O filho mais velho que nascesse dessa relação era considerado filho do marido morto,
os demais eram considerados filho do marido vivo. Isso era feito para que os filhos de
Israel não ficassem sem descendência.
De acordo com esta lei, Judá deu Tamar por esposa a Onã, seu segundo filho (v. 8).
Onã, sabendo que o filho mais velho não seria considerado seu, deixava o sêmen cair
em terra, isto é, tentava evitar que Tamar ficasse grávida (v. 9). Isso também foi mau
aos olhos do Senhor, que o fez morrer (v. 10).
Dessa forma, restou a Judá somente o filho mais novo, Selá, o qual deveria tomar
Tamar por esposa e gerar descendentes para seus irmãos. Selá ainda não havia
chegado à idade para se casar e Judá aproveitou esse fato para tentar impedir que ele
se casasse com Tamar.
Isso fica claro em dois momentos: o primeiro é quando o texto revela que o verdadeiro
motivo para Judá evitar que Selá desposasse Tamar era seu medo supersticioso de
que morresse também, como seus irmãos (v. 11), como se Tamar fosse a causa da
morte de seus dois filhos.
O segundo momento é quando vemos que, mesmo quando Selá alcançou a idade
para se casar, Judá não cumpriu sua palavra de fazê-lo casar-se com Tamar (v. 14).
Ao perceber que estava sendo enganada, Tamar resolveu tomar suas próprias
medidas para não ficar sem filhos.
Depois da morte de sua esposa, Judá foi fazer a tosquia das ovelhas. Ao saber disso,
Tamar arquitetou um plano para, finalmente, assegurar sua descendência. Ela se
cobriu com um véu e se disfarçou, de modo que Judá a teve por prostituta e se deitou
com ela.
Como garantia de que o pagamento combinado seria efetuado, ela ficou com o selo, o
cordão e o cajado de Judá. Esses três elementos serviriam, mais tarde, para identificar
o homem com quem ela havia se deitado.
Ao saber da gravidez de Tamar, Judá imediatamente determinou que ela fosse morta,
mas ela estava muito bem preparada para esse momento.
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De posse dos três objetos recebidos de seu sogro como penhor, ela teria como provar
quem foi que se deitou com ela e era o pai do filho que ela esperava. Judá não teve
como fugir da armadilha que lhe havia sido preparada.
Ele estava certo sobre a culpa de Tamar nesse acontecimento, mas sua própria culpa
era dupla: ele se recusou a entregar Tamar como esposa de Selá para cumprir a lei do
levirato e se deitou com ela, pensando que ela era uma prostituta. Diante disso, ele
confessou que sua própria culpa era maior do que a dela.
Ele havia tentado privá-la do direito que lhe era garantido pela lei do levirato e ela, de
modo ardiloso, fez ele assumir sua responsabilidade, embora por caminhos tortuosos
e pecaminosos. Todos nós, ao lermos esse relato, ficamos convencidos que Judá e
Tamar são descritos como culpados de um grave erro moral.
Quando as autoridades de Jericó descobriram que eles estavam ali, ela os escondeu e
os ajudou a fugir, estipulando apenas que sua vida devia ser salva quando Jericó
caísse nas mãos dos israelitas, pois, como ela disse, as notícias da ação de Deus ao
libertar Israel do Egito e conduzi-lo pelo deserto tinham chegado a Jericó e causado
grande alvoroço.
Os moradores de Jericó pereceram, mas ela e seus familiares foram poupados. Isso
não significa que Deus tenha negligenciado a prática pecaminosa de Raabe em sua
prostituição. Em vez disso, ele lhe concedeu graça e salvação. O arrependimento de
Raabe, por sua vez, se evidencia em sua mudança de vida. Ela se casou com Salmon
e esse casal passou a fazer parte da genealogia de Jesus.
Ela ouviu os relatos sobre a libertação de Israel do Egito e sua viagem pelo deserto e
também sobre as vitórias de Israel no território além do Jordão. Sua confissão de fé se
baseou nas obras de Deus. Isso foi suficiente para ela declarar: "O Senhor, vosso
Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra" (Js 2.11).
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Sua confissão de fé foi bastante simples, mas foi fundamental. Ela confiou em Deus,
crendo que ele poderia a livrar da destruição que, em breve, cairia sobre Jericó.
Ela creu em Deus e, por causa dessa fé, recebeu em sua casa os espias de Israel.
Com grande risco pessoal, ela os protegeu dos soldados do rei, os quais sabiam que
eles estavam ali.
Raabe, portanto, não teve algo como uma fé abstrata, que servia apenas para fazê-la
se sentir bem. Ela agiu em conformidade com sua fé, a expressando em obras, de
modo que o povo de Deus foi ajudado e o Senhor foi glorificado. Finalmente, ela creu
em Deus quando confiou que, no momento da destruição de Jericó, sua vida e a vida
de seus familiares seria poupada (Js 2.14-21).
3 - RUTE
A história de Rute é contada no livro que leva seu nome. Na verdade, o que o livro
conta é apenas um pequeno recorte da sua vida, o que é suficiente para nos dar uma
boa ideia de quem ela era e qual foi sua importância para a vida de Israel.
Assim como Tamar e Raabe, Rute também não era israelita. Ela era moabita (Rt 1.4).
Elimeleque, por causa da fome que se abateu sobre a terra de Israel, foi com sua
mulher, Noemi, e seus dois filhos, Malom e Quillion, morar na terra de Moabe. Ali seus
filhos se casaram com mulheres moabitas.
Uma se chamava Orfa e a outra se chamava Rute. Elimeleque e seus dois filhos
morreram, ficando Noemi desamparada. Ela, então, retornou para a terra de Judá,
acompanhada de suas duas noras.
Chegando à terra de judá, Noemi despediu suas duas noras, para que voltassem á
terra de Moabe, e as abençoou, desejando que cada uma arranjasse um novo marido
e fosse feliz com ele (Rt 1.8,9).
Nesse ponto, o texto nos dá informações diferentes sobre Orfa e Noemi. Sem fazer
nenhuma crítica, o texto diz que Orfa ouviu o conselho de Noemi e seguiu para a terra
de Moabe. Ela fez aquilo que era esperado: retornou à sua terra, na esperança de
encontrar um novo marido, em conformidade com o conselho recebido de sua sogra.
Não há nada de errado em sua conduta. Ela saiu em paz com sua sogra e com Rute.
Rute, por sua vez, fez aquilo que era extraordinário, aquilo que não era esperado. Ela
não concordou em voltar para sua terra e se casar novamente.
Em vez disso, ela revelou ter um compromisso com Noemi, com Israel e com o Deus
de Israel: "aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o
teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus" (Rt 1.16).
É muito relevante o fato de o compromisso afirmado por Rute com Noemi, com Israel e
com Deus ser tão forte que se estendia até a morte: "Onde quer que morreres,
morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra
coisa que não seja a morte me separar de ti" (1.17). Embora a atitude de Orfa em
relação a Noemi não estivesse errada, somente Rute demonstrou possuir fé no Deus
de Israel.
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E muito interessante o fato de que Rute parece ter confessado sua fé no Deus de
Israel contra a vontade de sua sogra. Noemi insistiu para Rute seguir o exemplo de
Orfa, indo embora para Moabe (1.15). No entanto, Rute não queria procurar refúgio
em Moabe, mas debaixo das asas de Deus (Rt 2.12). A imagem aqui é muito clara:
Deus é visto como aquele em quem seu povo se abriga e encontra refugio.
Rute demonstrou coragem ao sair para respigar espigas nos campos de Belém e se
arriscou muito mais ao procurar por Boaz à noite, na eira (Rt 3.1-9). Certamente não
era esse o costume em Israel (3.14).
Ela não podia prever a reação de Boaz a essa investida nem os danos causados à sua
reputação se ela e Boaz fossem descobertos. Ela assumiu o risco porque cria
firmemente que Boaz cumpriria a lei do levirato e a receberia como esposa.
4 - BATE-SEBA (1 RS 1.5-40)
Pouco sabemos sobre Bate-Seba. Geralmente, nosso conhecimento sobre ela se
limita ao adultério de Davi. Ela era casada com Urias, o heteu. A Escritura diz que ela
era filha de Eliã, mas não diz se ela também era hetéia.
Certo dia, enquanto Urias estava em uma campanha militar contra os amonitas, Davi,
do terraço da casa real, viu Bate-Seba tomando banho, achou-a muito formosa e
mandou trazê-la para se deitar com ela. Como resultado dessa relação pecaminosa,
ela engravidou (2Sm 11.1- 5).
Ao saber disso, Davi tentou fazer Urias se deitar com ela para pensar que era o pai do
filho que ela estava esperando (w. 6-13). Como suas tentativas falharam, Davi mandou
Joabe colocar Urias no local onde a batalha era mais forte e abandonado ali para que
morresse (w. 14-25). Cumprido o período de luto, ele se casou com Bate-Seba (w.
26,27). O filho de Bate-Seba nasceu, mas viveu por pouco tempo (12.15-23).
Em linhas gerais, isso é o que sabemos sobre esta mulher. No entanto, há dois
elementos muito importantes sobre ela que costumam passar despercebidos. O
primeiro deles é que Bate-Seba é a mãe de Salomão, que também foi rei de Israel (1
Rs 1.11). O segundo é que ela teve um papel muito importante na designação do
sucessor de Davi no trono de Israel. Vejamos como isso aconteceu.
Mais tarde, quando Davi já era bem idoso e sua morte se aproximava, seu filho
Adonias toma a iniciativa de tentar assegurar para si o trono de Davi (lRs 1.5-10).
Adonias era o quarto filho de Davi.
Os três primeiros eram: Amnom, Quileabe e Absalão (2Sm 3.2-5). Amnom foi morto
por ordem de Absalão por ter cometido incesto com sua irmã (13.28-32); Absalão
tentou usurpar o trono de Davi (15.10) e foi morto por Joabe (18.14). Sobre Quileabe
nada sabemos.
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Ele não é mencionado mais nem uma vez na Escritura. E possível que estivesse morto
antes mesmo de Absalão tentar usurpar o trono. Portanto, com os três filhos mais
velhos mortos, Adonias seria o herdeiro natural do trono de Davi.
Contando com isso, com seu pai ainda vivo, mas idoso e cansado, ele tentou ocupar o
trono de Israel. Ele contava até mesmo com o apoio de homens da confiança de Davi,
Joabe e Abiatar. Mas não era essa a vontade de Deus. Foi aí que Bate-Seba fez a
diferença.
Orientada pelo profeta Natã, ela se apresentou a Davi e cobrou que ele cumprisse sua
palavra de que Salomão seria seu sucessor. Ela informou Davi sobre os atos de
Adonias e cobrou uma posição de Davi. Logo após, o profeta Natã fez a mesma coisa.
Em resposta a isso, Davi constituiu Salomão rei sobre Israel. Isso teve grande
importância para a genealogia de Jesus, pois ela seria traçada através de Salomão, a
quem o Senhor amou, e não através de Adonias.
Não foram mencionadas judias famosas da história de Israel, como Sara, Rebeca e
Débora, mas quatro mulheres estrangeiras e pelo menos três delas tinham um
comportamento bem questionável: Tamar e Raabe, cananitas, Rute, moabita, e Bate-
Seba, mulher de um heteu.
No mínimo, Mateus está dizendo que os verdadeiros descendentes de Abraão não são
preservados pela pureza de sua linhagem. No Antigo Testamento, como veremos a
partir da próxima lição, Deus sempre sinalizou que Israel devia ser uma bênção para
todas as nações.
CONCLUSÃO
Essas mulheres tiveram virtudes e fraquezas. Suas posturas em momentos cruciais
para a história de Israel fizeram com que se tornassem muito relevantes e, pelo menos
no caso de Raabe e Rute, temos uma sincera confissão de fé. Pela graça de Deus,
suas virtudes foram realçadas e suas influências foram decisivas para Israel.
APLICAÇÃO
Qual a importância de essas mulheres terem sido inseridas e mencionadas na
genealogia de Jesus elaborada por Mateus? E o que isso tem a ver com você?
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